Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese

  

 

Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CRIAÇÃO / Lora Leigh
CRIAÇÃO / Lora Leigh

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Eve estava fria. Por dentro e por fora, ela conseguia sentir o feroz entorpecimento do seu corpo enquanto o frio penetrava através de sua pele, deixando-a fraca, extremamente confusa. Ela teria chorado, mas as lágrimas virariam gotas de gelo assim que rolassem dos seus olhos.

Tinha que se abrigar em algum lugar. Certamente que dentro desta vasta terra de neve e frio haveria um lugar ela poderia achar hospitalidade, para se aquecer e uma refeição.

Liberdade e vida, agora teriam que esperar, mas até mesmo se não conseguisse alcançar seu objetivo, era preferível morrer congelada na neve buscando a liberdade do que continuar viva no lugar de onde tinha fugido.

Ela olhou para toda a paisagem, considerando que com aquele frio áspero e congelante ela deveria morrer aqui. Isto era inaceitável para ela.

Ela odiava o frio e a neve congelante desta terra desolada. Ela não aceitaria que o seu fim terminasse ali, naquele lugar.

 

 

 

 

Ela era Eve. Ela era a primeira e ela podia muito bem ser a última, mas ela se amaldiçoaria se permitisse que eles ganhassem aqui, no seu próprio território.

 

O fogo da fúria a aqueceu enquanto forçava seus limites, firmou os passos e começou a caminhar, movendo as pernas longas através da profundidade fofa da neve.

 

O frio penetrava através do conjunto de calça e camisa finas, pouco práticas que ela usava. Ela lutou para ignorar sua falta de roupa e sua tolice em salvar e proteger esses artigos que usava em vez dos agasalhos que deixou para trás.

 

Mas o tempo era essencial e na sua pressa esqueceu como o tempo podia tornar-se extremamente frio.

E para piorar tudo, a tempestade aumentou em sua força.

 

A Perseguição da Raça

 

- Maldição! O que você quer dizer com, ela escapou? Como diabos ela poderia ter fugido? A voz estava macia e tranqüila, extremamente letal em sua fúria.

 

   -Nós não temos neste momento certeza do que aconteceu, disse o Capitão Jase Dorn que estava de pé diante do Chefe dos cientistas, o encarregado geral de todas as experiências genéticas executadas no laboratório. -Neste momento tudo que nós sabemos é que ela fugiu do Complexo. Nós vimos e revimos as gravações e fotografias da vigilância e em todos os registros de som e radar dos terminais. Nenhum alarme foi acionado e não há nenhuma imagem luminosa na tela de radar. Ela simplesmente saiu.

 

-Ela apenas fugiu? Austin Crane perguntou zombando, seu rosto ossudo, os olhos agudos e pequenos, lhe dava a aparência de uma ave de rapina bastante cruel. -A mulher estava presa em cadeias, presa no lugar. Alguém teria que soltar essas cadeias.

 

-Dr. Crane, o senhor já considerou as habilidades que deu a essa mulher quando o senhor a criou? Dorn lhe perguntou calmamente, enquanto se esforçava para ter paciência. -Talvez você devesse assistir às fitas gravadas de vigilância e ver o que você fez.

 

O Dr. Crane aguardou silenciosamente.

Dorn viu o momento que o doutor percebeu o que estava sendo dito.

 

Ao criar esta nova espécie, esse animal-humano, ele não tinha levado em consideração que ela teria habilidades e como elas poderiam ser usadas contra ele, e não a favor dele.

 

-Ela conseguiu se livrar das correntes que a prendiam, sussurrou Crane, seu rosto paliçada. -A pequena cadela deslizou as algemas não foi?

 

-Sim foi isso que ela fez.

 

Dorn assentiu, mantendo o seu rosto cuidadosamente impassível e frio enquanto olhava o cientista.

 

-Enviamos as seis equipes para procurar por ela, mas as possibilidades indicam que ela não esteja viva quando a encontrarmos. Há uma tempestade de neve soprando muito forte lá fora e com seu terrível frio será mortal. Duvido que ela sobreviva a esta noite.

 

Crane concordou com a cabeça, silencioso agora. Dorn se perguntou com curiosidade, o que ele estaria pensando, porém se lembrou que ele não queria saber.

 

-Você não a encontrará. Crane fitou o teto, a raiva lentamente deixando seu corpo. -Ela sabe melhor. E as equipes estão em perigo se eles deixarem o complexo com essa tempestade e frio. Ligue e chame-os de volta.

Dorn assentiu deixado imediatamente da sala.

 

Austin Crane foi deixado em paz para ponderar os resultados deste novo problema. Outro espécime que ele perdeu.

 

Ele suspirou, eles eram inteligentes, ele tinha avisado os seus superiores que eles seriam muito inteligentes para conter, mas foi ignorado pela alta diretoria. Por enquanto, dois espécimes tinham escapado.

 

Entretanto, embora nenhum sinal do primeiro espécime foi encontrado, Crane sabia que ele ainda estava vivo.

 

Ele sabia, porque cada vez que um guarda, um visitante ou alguém que fosse ligado ao Complexo do laboratório, ao sair para deixar as terras logo depois eles apareciam mortos.

 

O único meio seguro agora de entrar ou sair do Complexo era por helicóptero.

 

Sorriu, em seguida, sacudiu a cabeça. Cretino inteligente que o primeiro era. Ele tinha fugido há poucos dias depois de décimo sexto aniversário.

Essa que fugiu agora demorou mais tempo, mas ele sabia que era só porque ela aprendeu que tinha um coração. Ela tinha preocupações, até que ela descobriu a natureza de sua vida e os testes a fazer. Que foi há um mês, e agora ela se foi.

 

Crane virou-se e fez uma chamada internacional através do link de conexão direta via satélite em sua escrivaninha. Ele iria informar o Conselho das perdas e saber se eles queriam começar tudo de novo.

 

Claro, isso exigiria enviar outros cientistas, ele estava velho e cansado.

 

Ele tinha criado duas crianças raras, e agora os dois estavam desaparecidos.

 

Já estava na hora de se aposentar, descansar e refletir sobre a natureza da sobrevivência, em vez da natureza de criar uma espécie tão inteligente e poderosa, mas sem o desejo de liberdade.

 

O Encontro das Raças Livres

 

Adam observou-a. Soube o que ela era, podia sentir o sangue palpitando em suas veias, a necessidade de calor ou vida, isso a mantinha em movimento apesar do frio entorpecendo seus ossos que ele sabia que devia estar sentindo.

 

Ele tinha seguido sua pista desde a fuga dela do composto. Observou-a, caminhando silenciosamente atrás dela enquanto ela se dirigia para as florestas congeladas.

 

Era forte, determinada e relutante em desistir. Continuaria a andar até sua última respiração, ele soube. Era como ele e o desejo de viver era tanto uma parte dela assim como as habilidades que ele sabia que ela um dia possuiria.

 

Ela era Eve. Ele era Adam. Eles eram o começo e ele asseguraria que não terminariam. Mas antes ele teria que ganhar a confiança dela.

 

Ela estava assustada, com frio e com fome. Agora, ela só pensava em sobreviver, e ela mataria qualquer coisa que percebesse como uma ameaça para a sua sobrevivência.

            

Suavemente, para não assustá-la, ele permitiu que um arrulho macio assobiasse pelos seus lábios. Adam sorriu quando ela calmamente levantou a cabeça, seu nariz pequeno delicado testando o vento enquanto seus olhos buscavam estreitaram-se e fazendo uma varredura na floresta.

 

A mochila que ela transportava nas suas costas caiu ao chão, o seu corpo tensionado, as suas mãos prontas para qualquer batalha que viesse.

 

Ele queria saber por que ela transportava uma carga tão pesada com ela. Não podia ser comida ou roupa quente, pois ela estaria usando elas agora.

 

Ele ronronou para ela agora. A sua garganta vibrou com o som, a sua respiração assobiou fracamente em um tom que sabia que ela reconheceria. Um som que ele se desesperou em ouvir em resposta de outro como ele.

Mas agora, nesta mulher, ele teria a sua companheira.

 

Austin tinha-lhe prometido, há alguns anos, antes da sua fuga, uma companheira que combinaria com ele na habilidade e na força.

 

Uma mulher que nasceria como ele, bem como a sua salvação.

 

Aqui estava ela. O bom doutor tinha cumprido sua promessa.

 

-Quem é você?

 

A sua voz era fraca, mas ainda determinada, ainda cheia da luta.

 

Adam ficou satisfeito. Ela esteve viajando pela maior parte do dia em condições difíceis, quase congelada, com fome e pouca roupa e ela ainda estava pronta para lutar.

 

Ah sim, ela era sua igual e até mais.

 

O corpo dela estava tenso, aguardava pronto para lutar. Mas a curiosidade relaxou os músculos ligeiramente enquanto esperava por uma resposta à sua pergunta.

 

-Conhece outro que pode cochichar a você Eve? Sua voz era macia, acalmando. -Sou Adam, você não ouviu falar de mim?

 

Adam saltou rápido, mas suavemente do galho da árvore na qual esteve descansando. Ele caiu longe o suficiente para que ela tivesse certeza de sua segurança, mas perto o suficiente para permitir que ela sentisse o seu cheiro pessoal.

 

Ele viu quando os olhos dela diminuíram ainda mais. As íris douradas brilharam por baixo dos cílios negros quando ela o olhou desconfiada. Adam soube o momento que o reconhecimento a atingiu, embora ela lutou para esconder e trair a dilatação dos seus olhos.

 

-Sim, você sabe quem eu sou. Ele acenou com a cabeça, relaxando agora. -Venha, vou levá-la ao meu abrigo. Tenho uma fogueira e um ensopado de carne quente a espera. Você pode comer e pode descansar lá enquanto recupera suas forças. Então, vamos embora deste lugar.

 

-Eles criarão outros. Eve apanhou o pacote pesado enquanto mantinha os olhos cautelosamente sobre ele. - Eles não pararão.

 

-Não, eles não vão, ele concordou. -Mas agora não há nada que possamos fazer, e ainda por muitos anos. Mas quando o tempo certo chegar, nós voltaremos a este lugar e nós o reclamaremos. Até lá, há muito que nós temos que fazer.

 

-Tais como? Ela ficou em silêncio enquanto ele tomava uma das peles dos ombros dele e embrulhava o calor abençoado em volta dela.

 

- Isso também conversaremos mais tarde. Ele sorriu para ela enquanto ele arrumava muito delicado a pesada cabeleira castanha dourada do rosto dela. –Agora venha comigo, para que eu possa alimentar você. Você vai precisar de toda sua força, se quisermos deixar este lugar.

 

Adam caminhou à frente dela, levando-a mais para o interior da profunda floresta, mais adiante e para cima na montanha para a casa que ele tinha construído há quase vinte anos.

 

Agora tinha chegado o momento de começar os planos que ele tinha feito há muito tempo.

 

Ele não seria mais perseguido e caçado nestas montanhas. O mundo possui muitas montanhas e aqueles que o perseguiam não poderiam cobrir todo o mundo.

 

E se por acaso achassem a montanha dele, as chances e as vantagens da sobrevivência tinham acabado de aumentar.

 

Eles eram o início de sua raça e ele ia matar qualquer um que se intrometesse no caminho vida e da liberdade deles.

 

 

                                                                  Lora Leigh

 

 

              Voltar à “Página do Autor"

 

 

                                                   

O melhor da literatura para todos os gostos e idades