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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CHELSEA / Addison Jane
CHELSEA / Addison Jane

 

 

                                                                                                                                                 

 

 

 

Chelsea passou a maior parte de sua vida correndo.
Era jovem quando seus pais foram mortos e ela foi jogada no sistema como apenas outra estatística. Um lar adotivo após outro, inferno após inferno. Quando as coisas ficaram muito difíceis, seu primeiro instinto foi sair e rápido.
Ela não se importava de ser uma garota do clube.
Quem não quer um grupo de machos alfas possessivos ao seu lado e na sua cama? A liberdade e o estilo de vida lhe permitiram espalhar as suas asas enquanto as regras e os estatutos mantinham todos na fila. Era confortável - seguro.
Mas enquanto a cabeça lhe dizia que estava feliz, seu coração a fazia lembrar constantemente do que realmente queria – O Presidente do The Brothers by Blood MC, Optimus. Ele era um idiota sexy, leal e empurrou os limites de seu corpo e de sua mente. Ele nunca a deixou ultrapassar os limites, mas ela ainda não podia ficar longe dele — ele era viciante.
Optimus tinha apenas uma regra — a família vem em primeiro lugar.
Ele sabia que, às vezes, sacrifícios precisavam ser feitos para manter seguros aqueles que amava. Ele tinha feito isso antes e faria novamente.
Ser Presidente do The Brothers by Blood MC significava que não podia mostrar qualquer fraqueza. Seus sentimentos por Chelsea estavam fora de cogitação, mas até agora ele conseguiu escondê-los e mantê-la ao longo do caminho pensando que a estava protegendo. Bonita, atlética e atrevida, ela não era apenas outra garota do clube, ela era sua garota.
O perigo está se aproximando rapidamente e Chelsea está em sua mira.
É tarde demais para Optimus mostrar a Chelsea como realmente se sente? E quando os segredos são revelados, Chelsea ficará de pé ao lado do homem que quer ou o desejo de correr será mais forte?

 

 

 


 

 

 


Capítulo 1

 

Eu sou uma prostituta do clube.

Nunca faço rodeios ou invento desculpas. Sou o que sou. É o meu momento de maior orgulho? Na verdade não, mas não posso dizer que odeio também.

O trabalho de uma garota do clube é manter os membros felizes. Em outras palavras, estamos lá principalmente para o sexo. Nós também cozinhamos e limpamos, mas se você perguntar para um membro em que uma garota do clube era boa, não tenha dúvidas que receberá uma observação grosseira sobre a vagina ou sobre seus seios.

Eu era propriedade do The Brothers by Blood MC. Algumas pessoas tendem a se ofender com o termo 'propriedade', mas eu nunca vi isso como algo negativo. Sendo propriedade do clube significa que sou importante. Isso significa que o clube precisa de você e irá se esforçar para certificar de que você seja cuidada.

Claro, o que fiz para o clube, muitas vezes fariam outros se encolherem. Eu estou à disposição daqueles homens. Limpo a bagunça deles, cozinho para eles e quando estão com tesão, estou lá para transar com eles.

Não vou tentar fazer isso parecer como se fosse algum tipo de trabalho fascinante.

Alguns nos veem como vadias, prostitutas, e alguns outros nomes. Cada um com seu significado eu suponho, já fui chamada de coisa muito pior. Eu tive que lidar com mais de uma mulher crítica e homens machistas - porque vamos combinar, cadelas e idiotas não estão apenas em clubes de motoqueiros.

Eu prefiro pensar que sou uma mulher solteira, e posso sair todas as noites e foder homens aleatórios que encontro em um bar ou clube, eu tenho um clube cheio de homens que estão dispostos a se preocupar, a me proteger, e pagar a minha mensalidade da faculdade, e o que eu tenho que fazer? Ter relações sexuais e fazer a faxina.

Soa como benefício mútuo para mim.

Eu adoro sexo.

A limpeza – nem tanto.

Eu não me sinto como se fosse negócio de alguém como me conduzo sexualmente. Eu não faço isso na frente de qualquer um que não faça parte do clube, eu não faço com quem não pertence ao clube, e com certeza não falo sobre isso para quem não era do clube.

Quando cheguei aos The Brothers by Blood, aprendi rápido que manter a boca fechada era essencial.

Controle sua boca, mantenha sua vida.

Até agora, eu não tinha reclamações.

"Ei, Chelsea!"

Ouvindo meu nome, viro-me para encontrar Rose correndo atrás de mim. Rose é uma colega de classe - Estamos estudando para a mesma graduação. Ela veio transferida do norte, há algumas semanas, quando seus pais compraram um negócio aqui. Nós tínhamos sido colocadas juntas em um trabalho recentemente e sem Harmony por perto, e o fato de que eu não tinha um ótimo relacionamento com algumas das outras garotas do clube, eu me vi sendo puxada em direção a ela. Foi também um bônus. Ela era incrível, divertida e ótima para conversar.

Ela era a única garota que tinha tentado fazer amizade comigo e não Estava à procura de um caminho para o clube. Muitas garotas tentaram se intrometer da sua maneira, agindo como se fosse minha melhor amiga, mas todas elas queriam era dormir com os irmãos do MC. Bom para eles. Vá em frente. Mas eu não preciso e nem quero falsas amigas.

Eu sorrio enquanto ela corre até mim. "E ai, como vai?"

Ela para ao meu lado e começa a andar quando caminhamos em direção a nossa primeira aula da manhã. "Estava apenas querendo saber o que você pretende fazer Essa noite?"

Eu levanto minhas sobrancelhas para ela, o olhar muito sarcástico.

Ela não segura seu rosto sério por muito tempo, uma risadinha logo escapa. "Está bem, está bem. Pergunta estúpida." Revira os olhos. "Você vai passar a noite com algum motoqueiro macho alfa extremamente atraente que vai adorar o seu corpo como se o mundo fosse acabar amanhã."

Eu rio. "Garota, você devia escrever romances, eu acho que eu acabei de gozar."

Ela zomba. "Não me admira que os homens te amem, eles não tem que colocar qualquer esforço. Bastardos preguiçosos."

Dou de ombros. "Honestamente, você nunca teve relações sexuais até que tenha fodido um grande motoqueiro com uma boca suja."

Isso era outra coisa que eu gostava sobre Rose, ela pode não Estar lutando para entrar no clube e dormir com os homens, mas ela não é tímida sobre sua sexualidade.

"Existem dias ou noites que você Estará livre dos homens sexy com grandes pau e boca suja. Minha família é do tipo bastardos reais e eu não tenho outras boas amigas por perto para ter uma noite com elas." Ela arrasta seus pés suavemente contra o caminho de concreto quando paramos do lado de fora da sala de aula.

Eu não posso deixar de sorrir. Isso é o que eu preciso. Um amigo fora do clube.

Não me interpretem mal. Eu amo o clube com todo meu coração. Mas a realidade da situação é, eu não pretendia ser uma garota do clube para o resto da minha vida. Eu considero isso como apenas uma maneira de me divertir e conseguir passar pela faculdade. Eu Estaria me formando em alguns meses, uma vez que o semestre fosse concluído e, em seguida, eu gostaria de encontrar um emprego - iniciar uma carreira.

Minha ambição era terapia esportiva. Mas eu tenho o conhecimento e experiência para fazer outras coisas com base na aptidão como o treinamento de pessoal.

"Vou ver se posso conseguir uma noite de folga nesse fim de semana?" Eu ofereço, suplicando dentro da minha cabeça que Optimus ou Blizzard estivessem generosos.

O sorriso de Rose se ilumina. "Obrigado! Adoraria. Honestamente, eu preciso sair."

"Sua família realmente é tão ruim assim?" Pergunto enquanto empurro as portas da sala de aula.

Ela suspira. "Exigente, controladores, bastardos autoritários."

"Eu entendi isso!" Soa exatamente com o que eu tenho que lidar no clube.

"Chelsea, eu não Estava esperando você hoje." O nosso professor, o Sr. Davis diz enquanto se aproxima de sua mesa.

Eu faço uma careta. "Desculpe-me. O que?"

Ele baixa os olhos e examina o pedaço de papel que tem em suas mãos. "Eu recebi uma carta da administração, essa manhã dizendo que tinha se retirado dessa disciplina este semestre. Não é esse o caso?"

Olho para Rose, que apenas olha para mim com os olhos arregalados. "Não, isso não está absolutamente certo. Eu nunca..." Faço uma pausa. Há apenas outra pessoa que tem autoridade sobre meu arquivo para fazer isso porque ele pagava minhas taxas. Ranjo os dentes e subo minha mochila um pouco mais no meu ombro. "Eu vou resolver isso hoje e Estar de volta amanhã."

"Eu vou tomar notas para você." Rose me avisa. Dou-lhe um aceno rápido antes de sair rapidamente da sala de aula e ir para o Estacionamento, meus pés batendo contra o caminho com raiva, pensamentos violentos nublando minha cabeça.

Idiota.

Estúpido.

Filho da puta.

Eu ia castrá-lo!

A viagem de volta para o clube foi rápida e bastante instável. Eu aciono minha buzina em mais de uma ocasião, e quase derrubei uma velhinha em uma motoneta.

Eu entro apressada no corredor, em direção ao escritório de Optimus. Eu sei que ele está lá, e ele está prestes a ouvir o quanto eu estou com raiva.

Optimus era o presidente da fraternidade de Atenas do Clube de Motoqueiros the Brothers by Blood MC. O clube era de bandidos do tipo mais sexy. Eles dirigiam Harley, possuíam clubes e bar de strip e eram machos alfas. The Brothers by Blood MC viviam por seu próprio conjunto de regras com liderança e ordem entre eles. Eles eram perigosos, intimidante, e completamente imorais, mas acima de tudo eles se preocupavam com a família e a fraternidade deles.

Eu empurro a porta do escritório aberta com força suficiente que as fotos na parede sacudissem e ameaçassem cair. Optimus pode ser reservado, pensativo e difícil de entender, mas uma coisa todo mundo sabe sobre ele é que ele sempre foi orgulhoso de sua família - sangue e irmãos da mesma forma. E por causa disso, seu escritório Estava cheio de fotos emolduradas. Era como uma galeria de sua vida.

"Quem diabos você pensa que é?!" Eu falo com raiva no pequeno espaço.

Sua cabeça está baixa enquanto ele estuda algum tipo de documento, mas ele levanta apenas os olhos para olhar para mim, seu olhar tão intenso que uma mulher mais fraca teria desintegrado.

"Eu estou prestes a perguntar a mesma coisa, vindo aqui e gritando comigo." Diz ele lentamente, ameaçadoramente. “Posso ter tido meu pau em você, mas não se esqueça com que você está falando."

Eu forço meus pés para ficar colado ao chão e não recuar como Estava lutando desesperadamente para fazer. Eu me preocupava com Optimus e eu respeitava sua posição no clube, mas eu não ia deixá-lo fugir com isso. Era injusto e desnecessário.

Endireito meus ombros. "Você cancelou as minhas disciplinas na faculdade?"

Ele senta-se ereto, tomando seu tempo enquanto dobra seus braços sensuais sobre o peito e estreita os olhos cor de chocolate para mim. "Desde que eu pago por elas, acredito que está bem dentro dos meus direitos." Sua voz era suave e calma como se estivesse me pedindo para desistir — me desafiando.

"Um semestre, Optimus! Nem seis meses e vou Estar no final. Que diabos?"

"Temos problemas fervilhando. Caso você tenha esquecido - é o meu trabalho proteger este clube e as pessoas nele. Eu tenho homens em todos os lugares, e Caleb se foi, sou um homem desanimado. Eu não posso ter alguém com você." Sua voz suaviza um pouco, mas ainda não deixa espaço para discussão.

Nós tivemos algum drama com o clube ao longo das últimas semanas. Minha melhor amiga e ex-garota do clube, Harmony, tinha sido reivindicada por Kit — presidente de outra fraternidade Brothers by Blood MC do Sul. Ela tinha sido levada - a longa história com os comerciantes de escravos e pais abusivos há muito perdidos. Quando os irmãos foram recuperá-la, um dos nossos meninos, Caleb - que foi carinhosamente chamado de Shield – protegeu Kit e perdeu sua vida no processo.

Eu tinha pensado que o drama havia terminado, mas nunca um momento de tédio e tudo isso.

"Optimus, você não pode fazer isso. Estou quase terminando e se você cancelar minhas disciplinas para este semestre, eu vou ter de repetir no próximo ano." Sinto as lágrimas transbordando nos meus olhos. A faculdade significa muito para mim. Eu queria Estar lá. O estilo de vida de garota do clube não era tudo para mim como era para algumas das outras garotas. Elas pretendiam permanecer por perto por um longo tempo, algumas com ambições de ser Old Lady. Outras, apenas com preguiça de sair e procurar um emprego de verdade. Beber álcool de outra pessoa e transar com um monte de homens bonitos e malvados era muito fácil.

Para mim, foi uma forma de preencher o tempo e me divertir, uma maneira de se virar por enquanto que eu Estava me formando. Mas um dia eu queria algo mais.

Eu esperava que o clube ainda fosse uma parte da minha vida, eles haviam se tornado importante para mim. Mas eu não seria uma garota do clube para sempre.

"Já está feito." Diz ele, pegando uma pilha de papéis de sua mesa e concentrando sobre eles.

Bastardo teimoso. Vamos ver como você gosta disso.

"Você paga as minhas taxas em troca do que eu faço aqui no clube." Fiz uma pausa por um minuto, permitindo ficar claro a situação.

Sua testa franze e ele olha de volta para mim com um grunhido. "Chelsea... não estou brincando."

"Você não irá pagar minhas taxas, tudo bem. Vou pegar minhas coisas. Eu preciso encontrar um emprego assim eu posso pagá-las." Eu puxo a porta atrás de mim quando deixo a sala rapidamente.

"Chelsea!"

Ignoro o seu bramido e vou direto para o meu quarto. Havia seis garotas do clube que viviam aqui permanentemente. Onde morávamos era um antigo hotel que os homens tinham reformado a parte de cima. Nós, garotas do clube, cada uma tinha seu próprio quarto no primeiro andar - acesso fácil para os homens. Cada um deles tinha um quarto privado no andar de cima. Às vezes isso parece como um dormitório de faculdade e estou vivendo o sonho molhado de uma garota da faculdade. Consigo uma educação gratuita e transar com um grupo de motoqueiros muito foda com tatuagens.

Infelizmente para mim, existe um motoqueiro em particular, que deixa tanto o meu corpo e minha mente loucos.

Bang! Bang! Bang!

Eu sorrio para mim quando abro a porta do meu quarto para ver, o tal motoqueiro, segurando meu batente da porta e carrancudo.

"Essa merda não é engraçada, Chel."

"Quem está rindo, porra? Desde que você não esteja pagando minhas despesas, eu preciso encontrar uma maneira de fazer exatamente isso. Então, estou saindo para encontrar um emprego." Eu jogo minha bolsa sobre meu ombro e movo para passar por ele, mas seu corpo grande bloqueia a porta totalmente. "Com licença."

Ele vem em minha direção, os olhos queimando através da minha pele, mantendo todos os tipos de promessas por trás deles. Dou um passo para trás enquanto ele continua a vir para mim, me perseguindo. Seu colete de couro do clube encaixado confortavelmente sobre seus ombros e, com apenas uma camiseta sem mangas branca por baixo, mostra claramente as tatuagens complexas que decoram seus bíceps e antebraços com pouco espaço de sobra.

A parte de trás dos meus joelhos bate na cama e eu reajo, minhas mãos estendendo e agarrando em sua cintura para me equilibrar.

Optimus era o rei de intimidação. Ele era tão grande e assustador e ele sabia exatamente como usar essas duas características para conseguir o que queria.

"Você tem alguma ideia em que tipo de perigo você Estaria por sair sozinha, sem escolta?" Ele rosna.

"Eu saí Essa manhã sem uma escolta." Eu protesto, mas assim que as palavras saem de minha boca, eu sei que elas estão erradas. Se as coisas fossem tão ruins quanto parecia, ele não me deixaria sair sem alguém me seguindo. Suspiro. "Quem era?"

"Ham."

Ham era um prospect, um prospect que só t se juntou ao clube a um mês atrás. Prospects tem os empregos de baixa categoria, os que mais ninguém quer e porque eles querem seu emblema tão desesperadamente – nenhum questionamento ou reclamações. Não há um determinado período de tempo que você tem que ser um prospect, é tudo sobre provar a si mesmo e provar sua lealdade ao clube.

"Droga, aquele garoto é bom. Como a porra de um ninja." Eu murmuro. Estar com os Irmãos pelos últimos anos eu aprendi a dizer quando alguém está me seguindo. Apenas mais uma das lições que se aprende quando se é parte do clube, mas se sabe que não vai ter qualquer utilidade para quando sair.

"Nenhum outro trabalho."

E lá Estamos nós novamente.

"Por quê? Você quase não me notou desde que Harmony foi embora. Que importa se eu sair?" Eu o desafio e ele odeia isso.

Ele me vira, controlando meus movimentos e me obriga a andar para trás. A porta bate atrás de mim e eu sou rapidamente forçada contra ela, o corpo de Optimus pressiona firmemente contra o meu. "Não significa que quero que você morra. Você entende os termos perigo e confusão, garota da faculdade? Eu não estou fazendo essa merda para me divertir. Estou fazendo isso para manter a sua bundinha sexy segura."

Sua barba suave fazendo cócegas no meu pescoço enquanto ele acaricia com seus lábios. Apenas com esse movimento, eu quero ceder e ele sabe disso. Esse era meu Optimus. Este era o homem que eu consegui ver que ninguém mais fez. O homem por quem eu tinha uma queda. Eu queria muito relaxar e Estar com ele depois que passou a última semana me empurrando de lado. Mas as negociações tinham apenas começado e eu não Estava prestes a desistir de algo que eu queria e precisava tanto.

"Eu vou fazer algumas aulas on-line, mas há uma que eu não posso. Eu tenho que Estar na aula duas vezes por semana." Eu negocio, respirando pesadamente e deslizando minha mão sob sua camisa. Sigo o rasto leve dos cabelos até seu umbigo, minha mão bem abertas, cobrindo seu abdômen trincado.

Optimus malhava - muito. Ele costumava lutar as vezes antes de seu pai morrer e ele assumir o clube. Agora, ele quase nunca entra no ringue.

Ele belisca minha garganta. "Você não deixa o clube sem um homem. Se a pessoa não estiver disponível, você não vai para a aula."

Estico minha cabeça para o lado, levando-o a continuar. Suas mãos deslizam para o cós da minha calça, me provocando e forçando-nos ainda mais perto. "Está bem, está bem. Combinado."

Ele prova a minha pele uma última vez com um beijo macio e, em seguida, dá um passo atrás. "Bom." Eu estou chocada com a frieza súbita e me afasto do caminho quando ele estende a mão para a maçaneta da porta. "E Chelsea, não se esqueça de quem administra este clube. Eu não vou permitir você falar assim comigo, ou qualquer outra prostituta do clube."

Ele fecha a porta. O estrondo soa quase como um tiro. Poderia ter sido com a maneira que suas palavras cortaram meu coração. Doe e eu quero chorar.

Optimus sempre me fez sentir como algo mais. Ele havia deixado claro que não Estaria me reivindicando, mas ele nunca me fez sentir inútil também. Eu mesmo o ouvi falar com outras pessoas sobre como Harmony e eu éramos mais do que apenas bucetas, mais do que apenas um buraco para foder - que os homens aqui nos amavam e realmente cuidavam de nós.

Agarro minha bolsa na minha mão e atiro-a para o lado. Ela bate na parede com um baque e eu encosto-me à porta do quarto de novo, deslizando para o chão.

Talvez o meu tempo aqui esteja chegando ao fim.


Capítulo 2

 

Quando isso vem de Chelsea, eu perco todo o autocontrole.

Eu tinha passado a última semana fazendo todo o possível para manter a minha distância dela. Eu tinha passado um tempo no clube de strip. Tentei me entreter com Lou Lou - uma das outras prostitutas do clube. Eu mesmo passei algumas noites com minha própria mão maldita, esperando que tudo e qualquer coisa aliviasse a falta dela.

Porra inútil.

Eu estava preso a ela.

E eu não tinha ideia do que diabos eu ia fazer sobre isso.

Em alguns dias Sugar Estaria aqui com Harlyn - meu orgulho e alegria, a minha menina. Eu não tinha certeza de como Chelsea iria reagir a essa surpresa, mas eu sabia que não ia ser bom. Eu não a culpo. Eu nunca tinha prometido a ela qualquer coisa e como nós nunca tivemos uma relação exclusiva, não era desconhecido que eu tinha sentimentos por ela, que foi mais longe do que apenas sexo. Ela era linda, engraçada e todos os tipos de bobagem, mas eu porra adorava isso. Ela me fez sentir bem, ela me fez sorrir. Eu poderia ser eu perto dela, não tinha que ser 'Optimus o presidente do clube’ que não só tinha que se preocupar com si mesmo, mas cada pessoa que fazia parte do MC.

Eu pego a porta do meu escritório aberta e bato-a contra a parede, assim como eu tinha acabado de repreender Chelsea por fazer.

"Tendo um dia ruim, Pres?"

Eu fecho a porta antes de enviar um olhar afiado para o meu vice-presidente, Blizzard.

"Caia fora da minha cadeira, filho da puta."

Ele Estava reclinado na cadeira, seus sapatos de merda apoiado sobre a mesa na frente dele e seus dedos entrelaçados atrás da cabeça como se não tivesse uma preocupação no mundo. Blizzard era um dos mais tranquilos dos caras que eu já conheci - o homem perfeito para ser o meu VP.

Ele me equilibrava.

As pessoas me viam como sério, assustador e intenso.

Era verdade. Eu era todas essas coisas. Mas eu nunca costumava ser.

Eu tinha um inferno que ardia dentro de mim. Era apenas brasas agora. Meu fogo, minha luz - essa merda tinha sido encharcada anos atrás. Eu tinha perdido meu pai, e a garota que eu pensei que iria passar o resto de minha vida, ambos dentro de uma semana. Um, porque eu coloquei o meu amor por uma mulher antes do meu clube, e o outro, porque uma vez que o fogo estava fora, as brasas que queimavam eram apenas o suficiente para alimentar a minha vingança. Não havia mais nada para ninguém.

E para ser honesto, eu não tinha certeza de que havia até agora.

Eu tinha cometido erros na época, e seria um dia negro no inferno antes de repeti-los.

Dou a volta e empurro os pés de Blizzard da minha mesa. Eles pousam com um baque no chão e ele usa o impulso para deslocar o corpo da minha cadeira.

"Então, eu vou tomar isso como um retumbante sim?"

"Vá dar um passeio." Eu murmuro enquanto tomo o meu lugar novamente.

"Você realmente cancelou suas disciplinas da faculdade?" Eu aperto meu punho e olho para cima. Blizzard está em pé no centro da sala, com os braços cruzados sobre o peito. Ele tinha uma expressão extraordinariamente severa no rosto. Eu não lhe respondi, mas ele não precisou. Ele obviamente tinha ouvido tudo. "Chel é diferente, Op. Você sabe disso, eu sei disso, todos os garotos sabem disso, porra. Ela é sexy como o inferno e mais esperta do que sua puta média do clube. O que você está tentando fazer?"

Eu bato meu punho na mesa, mas Blizz nem sequer pestaneja. "Eu estou protegendo-a, assim como eu estou tentando fazer para todos os outros idiotas daqui. Temos a Máfia atrás de nós. Ou todo mundo continua se esquecendo disso?"

"Protegendo-a ou forçando ela a ficar? Você acha que se forçá-la a refazer as disciplinas ela vai estar por perto um pouco mais de tempo."

Eu aperto meus dentes.

Eu quero me levantar e socá-lo no rosto. Mas o que ele diz é a verdade. Mantive dizendo a mim mesmo que fazia isso porque a estava protegendo - que não permitir que ela deixasse o clube estava em seus melhores interesses. Mas eu sabia... Eu sabia que, logo que terminasse a faculdade iria embora, encontrar uma maneira de usar seu diploma e eu sabia que não Estava pronto para deixá-la ir.

Eu não sabia se alguma vez estaria pronto para deixá-la ir. Mas, tanto quanto eu Estava preocupado, estar comigo só iria trazê-la ao perigo e pensando em perder ela também foi o suficiente para me quebrar.

Eu me forcei a ficar longe dela na última semana. Tivemos um intruso no clube. Um dos próprios da Máfia. Target tinha alcançado Harmony e a colocou no pior tipo de problema quando tentou derrubar o clube usando o que chamou de um dos nossos maiores pontos fracos, nossas mulheres.

Enquanto eles valorizavam a família, as mulheres dentro da máfia italiana eram sempre para serem vista e nunca ouvidas. As coisas eram um pouco diferente com as mulheres dentro do clube. Claro que tínhamos as prostitutas do clube, as strippers, e acompanhantes, mas quando nós nos preocupávamos com uma mulher, nós a estimávamos e honrávamos como ela merecia.

O bastardo tinha nos informado de seu plano, incluindo o fato de que ele sabia dos meus sentimentos por Chelsea e que ela era o objetivo original antes de Harmony ficar no caminho de seus planos. Não só isso, mas mesmo que ele não colocasse o plano em pratica, ainda estaria no lugar, mais o bônus deles vindo para vingar sua morte.

Acabei com Target, mas não antes que Harmony tivesse jogado suas frustrações sobre ele com um taco de beisebol.

"Você precisa se aprestar e escolher, Op." Blizzard diz, balançando a cabeça. "Você sabe que ela ficaria no segundo que você apenas admitisse o que sente por ela."

"Ela já está no radar do DePalma. Nós não sabemos quem está nos observando. Eu preciso mantê-la o mais longe possível de mim. É a única maneira que ela poderia possivelmente possa ser deixada em paz."

Ele balança a cabeça novamente e se dirige para a porta. "Legal, eu vou ver se ela quer vir para o meu quarto então. Talvez isso irá confundi-los ainda mais."

Basta ouvi-lo dizendo às palavras que quero vomitar e esmagar sua cabeça. Eu aperto meus lábios e agarro o lado da minha mesa tão forte que penso que realmente podia desmanchar em minhas mãos.

"Você é um babaca."

"E você é um idiota."

Tudo o que eu posso fazer é olhar quando ele fecha a porta atrás dele. Eu sabia que ele não estava indo atrás de Chelsea. Blizzard não era só meu VP, mas ele também era meu melhor amigo. Por mais clichê que parecesse, muitas das vezes ele me conhecia melhor do que eu me conhecia, como tinha acabado de comprovar.

Minha cabeça me disse que eu estava fazendo a coisa certa. Sendo associada comigo deixava ela exposta. Pessoas iriam selecionar ela, para que eles pudessem chegar a mim então eu a afastei, mantendo-a longe. Eu deveria deixá-la sair do clube, mas então meu coração joga na justificativa de que eu não posso suportar a ideia de não tê-la por perto.

Eu estou rasgando-me em dois – uma fenda irregular dividindo-me.

Eu sei que há estou machucando.

Eu estou me machucando também.

Um dia as coisas iram romper completamente, e eu ficarei com uma decisão a tomar. Dizer a ela como me sinto e arriscar que alguém a leve de mim para sempre, ou deixá-la sair e esmagar nós dois, mas mantê-la segura.

Olho à minha esquerda e encontro a foto de meu pai tão orgulhoso do lugar no centro da parede do meu escritório.

"Eu queria que você estivesse aqui." Eu sussurro. "Porra, eu queria que você estivesse aqui."


Capítulo 3


Meus pés batem no pavimento duro, a tensão no meu corpo fazendo o seu caminho para fora através de meus pés. Eu forço minhas pernas a se mover, batendo-lhes de vez em quando para a calçada, empurrando-me para frente.

A música eletrônica toca alto em meus ouvidos e me permite manter um ritmo perfeito, a música me direciona, não me permitindo abrandar. Minhas pernas queimam e meu peito arfava, mas eu pressiono.

Era apenas dor.

A dor pode ser superada. A dor pode ser conquistada.

Eu preciso correr.

Desde que eu era jovem, a corrida tinha sido o que eu sabia. Eu corro para escapar e quando preciso de espaço, eu encontro prazer nele. A única coisa nesse ponto e tempo é que precisava me preocupar era estar forçando um pé na frente do outro e empurrar meu corpo para frente. Sempre em frente. Eu nunca olhar para trás.

A voz de minha mãe ecoa na minha cabeça.

"Não pare de correr. Não importa o que. Nunca pare. Não pare de correr."

"Mas mamãe..." Funguei, segurando seu vestido enquanto ela me levanta e me passa pela janela. Havia vozes altas na outra sala, uma das quais eu reconheci como a do meu pai. Um tiro ecoou alto parecia vir da cozinha.

"Corra Chelsea, corra."

Dei um último olhar em minha mãe, seus olhos me implorando para me mover. Fechei os olhos com força, espremendo para fora as últimas lágrimas e me virei. Eu segui a floresta atrás de nossa casa, passando pela cerca, assim quando eu ouvi o segundo tiro ecoar pela noite escura.

Eu não parei de correr.

Eu nunca parei de correr.

Não me lembro muito sobre minha vida antes daquela noite. Às vezes eu gostaria de ter mais memórias - memórias de uma família que me amava, memórias de pais que estavam dispostos a me dar o mundo. Achei que era a maneira da minha mente proteger-me, bloqueando o bem por isso não me faria fraca, então eu não poderia pensar sobre o que eu poderia ter tido. Pena que não tinha sido capaz de me proteger dos anos da minha vida que se seguiram.

Imagens de meus pais passavam através dos meus olhos, seguido de perto os rostos dos numerosos pais adotivos que vieram depois.

Álcool, drogas, armas, morte.

Apenas fuja deles, eu dizia a mim mesma.

Eu queria entorpecer tudo. A única coisa que eu queria sentir era meu coração batendo e meus músculos queimando.

Avistei o clube à frente e aumento mais o ritmo. Meus pulmões gritam por ar e os todos os músculos do meu corpo gritam para eu parar enquanto eu corro em direção aos portões da frente do complexo. A canção em meus fones de ouvido foi rapidamente esquecida, a única batida agora era o baque dos meus tênis contra a calçada de concreto e a batida irregular do meu coração enquanto batia contra o meu peito.

Eu bato na cerca de arame com um ruído alto e a agarro, meus dedos enlaçando através dos amplos espaços em forma de diamante. Por pelo menos um minuto, eu fico assim. Agarrando sobre o muro maciço com grande esforço enquanto minhas pernas lentamente descansam.

"Você está bem, Chel?"

Pisco através do suor que agora está ardendo meus olhos para encontrar Ham que tinha saído dos portões e está olhando para mim como se eu tivesse perdido a cabeça.

"Bem... apenas... pegando... respiração..." Eu consigo falar. Ele franze o nariz enquanto seus olhos me investigam, mas finalmente concorda e dá um passo atrás para seus deveres de guarda.

Ham era um cara doce, mais velho do que os outros dois prospects com vinte e três anos, um início tardio você poderia dizer. Seu nome completo era Hamlet. Os membros inseridos foram ter um dia de campo com ele desde que ele se juntou. Eu acho que seus pais eram ambos majores ingleses com um amor estranho por Shakespeare, ele também tinha uma irmã chamada Ophelia e um irmão chamado Romeo. Ele sorria e suportava isso embora e até agora ele parecesse um bom rapaz.

Senti meu coração finalmente acalmar e o ar começa a fluir mais livremente em meus pulmões. Eu endireito meu corpo, minhas pernas tremendo e deslizo através da pequena abertura no portão onde Ham está de pé com outro prospect, Neil. Era apenas um espaço suficiente para passar um corpo, mas não um carro ou mesmo uma bicicleta em questão. Eu levanto minha mão apenas para dizer oi e continuo para o clube.

Eu subo para a plataforma e empurro as portas dobráveis ao lado da sala principal. Eu faço uma careta para as garrafas que estão espalhadas ao redor da festa da noite passada. Eu desejava que esses caras aprendessem a recolhê-las ocasionalmente. Tanto quanto eu adorava lá, às vezes, era mais como uma casa de fraternidade cheia de adolescentes, ao invés de um clube cheio de homens adultos.

Eu bufo, forçando minha mente para ignorar isso por agora e verifico a hora no meu relógio. Eu estou no café da manhã. Era pouco depois das seis, e um monte de homens acordavam cedo, mesmo com a quantidade de álcool que consumiam algumas noites.

Eu vou para meu quarto e tomo um banho de dois minutos, apenas o suficiente para lavar o suor que se agarrou ao meu corpo, visto uma calça track de cintura baixa e uma blusa curta mostrando a barriga. Com o verão basicamente desaparecido e o outono mostrando a sua cara, o tempo estava naquela fase estranha as vezes quente, as vezes frio. Ligeiramente irritante quando se está escolhendo o que vestir para o dia. Acho que é mais fácil pegar um moletom e amarrá-lo em minha cintura, para se sentir frio, do que usar shorts e precisar voltar para o meu quarto e colocar algumas calças quentes.

Não apenas uma cara bonita, certo?

As garotas do clube se revezam com as tarefas diárias. Funciona para nós e isso significa que, com tudo dividido uniformemente, tínhamos ainda a maior parte do dia livre.

Café da manhã para mim era fácil, os homens precisavam de opções diferentes por causa de preferências e porque alguns ocasionalmente estavam em dietas de treino rigorosos para manter seu corpo na forma ideal. Não era uma exigência do clube ter um corpo ótimo e ser de boa aparência, mesmo que você pensasse assim só de olhar para eles. Era, no entanto, esperado deles, pelo menos, parecia de acordo com eles mesmo.

Eu rapidamente começo a trabalhar – assando, fritando, misturando e derramando. Ovos, bacon, batatas fritas, salsichas, cereais, torradas, e café – aqueles homens precisavam de café.

Eles encheram a grande sala de jantar de forma constante. Havia uma mesa para as comidas para eles pegarem sua comida e, em seguida, um conjunto de mesas e cadeiras espalhadas ao redor, com a cozinha logo atrás de duas grandes portas giratórias. Por causa da velha instalação do hotel, era perfeito. Eu assumi que essa era onde os hóspedes do hotel vinham para o café da manhã e talvez até mesmo almoço e jantares.

Pego um prato de comida enquanto observo os membros e garotas do clube entrarem e saírem. Um monte de garotos me agradece com um beijo na cabeça, eles podem ser motoqueiros durões, mas mesmo eles sabem não morder a mão que os alimenta. Eu coloco um pedaço de bacon na minha boca quando Optimus atravessa as portas com seu braço firmemente ao redor Lou Lou - outra garota do clube.

Eu quase engasgo. Ambos olham em minha direção, mas pelo menos ela teve a decência de me lançar um piscar de olhos dizendo 'Sinto muito'. Eu não a culpo. Nós não éramos para dizer não aos homens, a menos que nós nos sentíssemos inseguras ou tivéssemos uma boa razão, mas eu tenho certeza que ela não Estava exatamente decepcionada. Optimus era sexy, forte, e sabia o caminho para o quarto.

Enquanto eu estive com o meu quinhão de homens, há um que lentamente começou exigindo meu tempo muito mais do que os outros. Nosso grande presidente.

Optimus é sério e severo e administra o seu clube como ele monta sua Harley – firme e com um propósito. Ele é um líder justo, mas os irmãos sabem não foder ao redor com ele, porque ele pode ser mortal. O Optimus que vi atrás das portas fechadas era meu favorito. Ele poderia ser encantador, doce e engraçado.

E, oh, quando sorri, Jesus!

Infelizmente, algo ou alguém o tinha quebrado e ele me distanciou apenas perto o suficiente para tocar meu coração, mas longe o suficiente para não me deixar ver o que está no seu.

Eu sinto um tapinha nas minhas costas enquanto eu engasgava com o pequeno pedaço de bacon e observo eles pegar comida.

"Você não deve deixar isso incomodá-la." Eu sorrio e olho para Leo. Ele tinha recentemente cortado o cabelo e sua juba espessa agora Estava muito curto como se ele estivesse indo para o exército. Eu tinha que dizer, eu adorei.

"Eu estou bem." Eu forço um largo sorriso e estendo meus braços para pegar a criança que ele segurava. Harmony e eu tínhamos ajudado a criar a menina de Leo, Macy, quando sua esposa morreu no parto. Eu ainda tentava ajudar quando podia, mas a cunhada de Leo a levava por horas durante o dia, então eu não tinha tanto tempo com ela como eu costumava fazer. Ela ainda estava vestindo seu pijama e esfregando os olhos, mas estendeu os braços para mim. Leo riu quando eu a pego e ela aconchegasse ao meu pescoço, chupando o dedo em sua boca.

"Querida, você pode vir para minha cama a qualquer hora. Pres é um idiota que não sabe o que tem quando isso está bem na sua frente." Leo sorri.

Leo era o tipo sexy e bom de cama. Não bom, ótimo. Mas desde que Optimus começou a tomar a maior parte do meu tempo, um monte de outros homens pararam.

Desde que Harmony e Kit foram embora na semana passada, as coisas têm sido diferentes. Optimus estava me evitando. Eu podia sentir isso e com ele aparecendo essa manhã com o braço em torno de Lou Lou, suas intenções eram claras.

Coloco Macy no chão e vejo quando ela rapidamente cambaleia para o irmão mais próximo que não hesita em pegá-la no colo. Aqueles homens sexy, fortes e assustadores tinham um ponto fraco – as crianças deles. Nem todos eles viviam na sede do clube e alguns até tinham emprego fora do clube. Alguns tinham filhos - alguns até mesmo netos em casa. Família tinha um papel importantíssimo na vida do clube.

Viro-me para Leo. "Sua cama está livre essa noite?" Eu mordo meu lábio. Os olhos de Leo arregalam ligeiramente como se não fosse aceitar sua oferta, mas emoção logo brilha neles. Ele estende a mão e engancha seu dedo no cós da minha calça, puxando meus quadris em sua direção.

Roça seus lábios contra meu pescoço eu suspiro, apreciando o toque suave. "Macy vai para a tia em uma hora. Encontre-me no meu quarto." Sua voz era firme e severa, não deixando espaço para argumentos e isso era exatamente como eu adorava. Meu estômago se agita. Não é da mesma forma que faz quando as palavras vinham de Optimus, mas ainda mais do que suficiente para encharcar minha calcinha onde eu estava.

"Sim senhor."


Capítulo 4

 

Eu não tinha vestido muito, era bastante inútil quando você sabe que está indo apenas tirar tudo novamente. Eu tinha vestido uma minissaia jeans sexy com rasgados no tecido e uma blusa decotada verde esmeralda que faz meus seios parecerem impressionantes. Eu também coloco um par de saltos apenas por diversão. Eles são os meus favoritos e custam mais que botas – cowboy estilo ankle boots com algumas pequenas correntes e tachas. Eles ficaram perfeitos com a minha saia e fizeram minhas pernas parecerem fantásticas. Eu mesma verifico no espelho.

Eu iria transar comigo.

Meu corpo está animado com o pensamento de ficar com Leo na cama, mesmo que meu coração estivesse um pouco apertado. Eu puxo meus cabelos para o lado e corro meus dedos por ele.

Eu, como a maioria das meninas lá fora, tinha um amor por contos de fadas. Eu perdi meus pais quando eu era criança, com apenas seis anos, e desde então eu mudei de lar adotivo para lares adotivos, não passando muito tempo no mesmo lugar. Nem todas as casas que eu tinha sido colocada foram tão ruins assim. Mas muitas realmente tinham superado havia até mesmo umas pouco agradáveis. Havia drogas, bebidas, abusos.

O que me salvou de voltar para drogas ou álcool ou apenas desistir de tudo? Eu corria.

Eu gostava de correr. Sentia-me livre, sentia-me como se nada mais importasse exceto colocar um pé na frente do outro, cortando o ar, sentindo meu corpo queimar.

Correndo como uma forma de exercício tinha sido sempre uma parte de mim. Eu acho que estava marcado em meus genes. Minha mãe era uma maratonista na escola e meu pai era zagueiro na equipe de futebol da escola.

Lembro-me de quão competitivo eles foram.

Eu ri, olhando da varanda enquanto minha mãe provoca o meu pai.

"Vamos, David! Eu dei três voltas em você, simplesmente desista!" Ela grita, rindo como se pudesse continuar a correr durante toda a noite. Algo que eu sabia que ela faria se isso fosse preciso para provar que era a melhor.

"Nunca!" Meu pai balbucia. Eu vejo o momento em que a ideia cruza seus pensamentos e ele desvia-se do habitual percurso marcado e dispara cruzando o centro para o lado oposto, onde minha mãe estava desavisada.

Ele segura seu dedo à boca com um sorriso, gesticulando para eu não avisar o que ele estava prestes a fazer. Cubro minha boca com a mão, mas os risos aparecem da mesma forma. Mamãe olha para mim com curiosidade, mas já é tarde demais, meu pai tinha erguido ela do chão, colocando seu braço sob os joelhos dela, o outro em torno de suas costas.

Ela grita, mas rapidamente se transforma em risos. "Ponha-me no chão seu perdedor! Chelsea! Você estava assistindo. Eu venci!"

Meu pai coloca-a no chão e começa a fazer cócegas nela. Eu rio junto com minha mãe enquanto corro pela varanda e desço as escadas, minhas perninhas me levando rapidamente através do quintal. A grama parece fantástica entre os dedos dos pés e a leve brisa de primavera deliciosa contra a minha pele.

Eu mergulho em cima deles, todos nós caímos no chão, um coro de risadas enchendo o ar quente.

Eu tinha que sorrir, mesmo quando as lágrimas queimavam em meus olhos. Meus pais estavam sempre brincando, e não importa quem ganhasse ou quão competitivo era, o amor de um pelo outro era tão forte que nunca importou.

Corrida tinha sido a paixão deles, e agora era a minha. A diferença era que a sensação de liberdade que eu tenho de correr logo se mudou para outras partes da minha vida. Eu comecei a usá-la para escapar das casas ruins e oprimidas que eu fui colocada, e até mesmo algumas das boas. Fugir tornou-se a norma. Minhas famílias adotivas logo ficavam irritados com isso e exigiam que eu fosse transferida para outro lugar. Então, logo que algo de ruim acontecia eu repetia o processo.

Perder os meus pais tinha sido traumático. Tinha me esmagado. Mas eu nunca diria que arruinou a minha vida. Sim, eu venho de um passado bonito de merda e tive um momento ruim. Mas eu tinha feito mais disso, e, no final, tanto quanto eu estava preocupada eu iria sair por cima.

Eu era uma espécie de Cinderela.

Eu me olho mais uma vez no espelho, cabeça aos pés e de novo. Um pequeno sorriso aparece quando eu pego meu reflexo.

Como Cinderela, mas com melhores sapatos.

Deixo meu quarto e subo as escadas. Leo era o Sargento das Armas, então ele tinha um quarto muito grande no andar de cima ao lado dos outros dirigentes de clube. Membros normais do clube tinham quartos muito pequenos e banheiros compartilhados. Bati na porta e esperei, mas não ouvi nada. Eu tinha lhe dado um pouco mais de uma hora, o suficiente para entregar Macy e voltar para o seu quarto. Eu fiz uma careta e bati novamente.

"Ele não está aí."

Eu aperto meus olhos fechados, a voz sozinha enviava arrepios pelo meu corpo, mas eu sabia que uma vez meus olhos caindo sobre ele eu iria desmoronar.

"E como você sabe que ele não está aqui?" Pergunto, sem me preocupar em virar.

"Porque eu o mandei para X-Rated para verificar algumas coisas para mim."

Eu o sinto mover-se atrás de mim, seu corpo tão grande que ofusca meu pequeno corpo. Eu engulo com força. "São 9:00, não há ninguém no X-Rated."

Seu hálito quente atinge a parte de trás do meu pescoço e dois braços fortes me enjaulam contra a parede. "Eu sei."

Desejo aquece minha barriga, mas antes que possa assumir, a raiva cresce em mim. "Então, se você não se importar, eu tenho o trabalho da faculdade para fazer." Eu falo bruscamente.

Um pequeno grunhido retumba no meu ouvido. "Você não estava ocupada demais para ele."

Giro rapidamente, finalmente o encarando. Optimus pode ser intimidante, inferno quem eu estava enganando, ele poderia ser assustador como o inferno. Mas eu também sabia que ele não iria me machucar, pelo menos não fisicamente.

"Ciúme não parece bom em você, Optimus."

Um punho bate na parede ao lado da minha cabeça e eu solto um grito agudo enquanto cubro minha cabeça. Depois de um momento, eu movo meu braço e arrisco um olhar para o motoqueiro com raiva, sexy de pé em cima de mim. Irritado era um eufemismo. Eu poderia basicamente ver o vapor saindo de suas orelhas. Ele tinha apenas seu colete sobre seu torso nu. Seus braços incharam quando ele cerrou os punhos e se inclinou mais perto.

"Não me irrite, Chelsea. Você não vai gostar do resultado." Sua voz era firme e definitiva, mas eu tive o suficiente. Eu abaixo pelo seu braço e me afasto.

Olho para ele. "O que quer dizer em ter o bolo e comê-lo também?" Eu recuo na direção da escada, meus saltos batendo alto no chão de madeira do corredor e quebrando o silêncio. Seu rosto suavizou quando ele me soltou, e uma emoção que eu só poderia descrever como dor atravessou seu rosto.

Puxo meu celular do meu bolso enquanto fujo pelas escadas. Ele toca e toca.

"Ei garota." Rose atende quando estou prestes a desistir dela. Normalmente eu teria ligado para Harmony, mas ela e Kit tinham a mãe dela Helen com eles para o fim de semana e eu sabia que sentia falta dela como uma louca.

E realmente, essa merda não é nada de novo. Optimus e eu estávamos jogando este jogo estúpido por muito tempo. Desde que eu entrei para este clube, ele segurou meu tempo. No começo, ele não se importava que eu fosse ver os outros homens também, mas, eventualmente, ele começou a ficar com raiva se ele descobrisse que eu estava com eles. Eu não me importava, eu estava com Optimus quase todas as noites, a menos que ele estivesse fora em uma corrida. Eu quase nunca passava um tempo no meu próprio quarto.

No começo eu adorei, porque ele era tão calmo e misterioso. Ele exigia muito de mim, seu poder e autoridade me levavam a uma vantagem de prazer sexual que eu nunca tinha experimentado antes. Ele também tinha um corpo como um deus grego do caralho.

Uma vez que tínhamos começado a passar mais tempo juntos, eu aprendi que havia mais dele do que eu pensava. Ele era sarcástico, ele me fazia rir e seu sorris... iluminava o quarto. E inteligente, Deus, ele era tão inteligente. O homem conhecia números como ninguém mais. Ele era como andar e falar com uma calculadora.

Eu sabia que ele não deixava muita gente perto. Seus irmãos olhavam por ele e ele era leal a eles, sem uma falha. Mas não muitos outros conseguiram ver o lado dele que sua família via.

Harmony e eu costumávamos desgasta-lo. Eu não acho que ele esperava que nós duas entrássemos pelas portas do clube. Onde prostitutas do clube são geralmente vistas como cadelas ambiciosas, quem iria empurrar a sua própria mãe de um penhasco para ser chamado de Old Lady. Éramos ferozes, éramos independentes, e enquanto seguíamos as regras bem, nós não levávamos desaforo de ninguém. E isso é exatamente o que eu estava a ponto de lhe recordar.

"Então, você ainda quer sair à noite?" Pergunto a Rose enquanto caminho para o meu quarto e começo a pesquisar através de minhas gavetas por um equipamento assassino para usar.

"Espere, sério?" Ela pergunta. "Quer dizer que você está deixando de lado os pedaços sexys de homens por mim?"

Eu rio. "Querida, eu posso me livrar deles a qualquer momento. Você e eu estamos saindo!"

"Obrigado Senhor. Eu preciso muito disso." Ela suspira baixinho, quase como se não estivesse falando comigo.

Eu aço uma careta. "Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, estou ótima! Apenas um pouco estressada."

"Bem, então vamos começar. Mande-me uma mensagem com seu endereço, estou chegando."


Capítulo 5

 

Observo ela sair pela porta, mochila pendurada no ombro e saltos fazendo barulho no asfalto lá fora. Sexta-feira a noite era geralmente uma grande noite no clube.

Onde diabos ela estaria indo?

"Prospect." Eu grito para ninguém em particular, mas devia haver pelo menos um prospect de merda ao alcance da voz.

"Sim, Pres?" Ham anda na minha direção prontamente. O garoto estava se tornando útil. Ele conseguia ser capaz de se manter observando Chel sem que ela percebesse e com a tempestade de merda vindo, isso era essencial.

"Observe Chelsea. Eu não tenho certeza de onde ela está indo, mas você vai observa-la como um falcão. Qualquer sinal de perigo me ligue imediatamente."

"Sim, senhor!" Ele corre rapidamente sem perguntas. Sim, o garoto se encaixaria bem quando ele terminasse seu tempo.

"Você chamou, Pres?" Outro pergunta, caminhando casualmente.

"Muito lento, idiota. Vá limpar a porra dos sanitários."

"Hum... as garotas do clube geralmente não limpam?" Ele pergunta, olhando para mim sem expressão.

"Então coloque a porra de uma saia, talvez um dos rapazes transe com você mais tarde. Apenas faça isso, porra!" Rosno, estalando meus dedos enquanto ele corre passando por mim.

Ele para na porta do corredor. "Você estava brincando sobre a saia... certo?"

Cerro os punhos e ando em sua direção.

"Deixa pra lá! Eu entendi!" Ele sai correndo.

Idiota do caralho. Era esse o futuro do meu clube? Deus nos ajude.

Puxei meu telefone do meu bolso. Sugar e Harlyn chegariam amanhã de manhã. Sugar tinha enviado mensagens de texto para dizer que elas estavam embaladas e prontas e que Harlyn mal podia esperar para me ver. Eu estava morrendo de vontade de vê-la também. Eu só tenho uma ou duas semanas, por ano para passar com ela, mas tento conectar através de telefonemas e Skype várias vezes possíveis.

O meu relacionamento com Sugar era difícil de explicar. Nós ficamos juntos quando jovens. Ela não era uma garota do clube. Muito pelo contrário, na verdade. Seus pais eram ricos, indo a clube de campo, jogando golfe, dirigindo Mercedes Benz, idiotas. Eu era seu passeio no lado selvagem, e ela foi meu toque de bondade que cada menino mal ansiava para corromper.

Ela era formal, com longos cabelos ruivos e todos na última moda. Seu corpo era magro, talvez muito agora eu penso sobre isso, mas no momento isso tinha me deixado louco. O que não esperávamos era se tornar mais do que uma pequena aventura simples. Sugar não era complicada. Ela não era uma daquelas garotas que usavam sua boa aparência e dinheiro para conseguir lugares, mesmo que tivesse ambos. Ela era gentil e doce e um pouco reservada.

Naquele tempo, eu pensei que fosse o que eu queria. Pensei que precisasse de alguém que me deixaria levar e ser um toque suave para vir para casa à noite. Eu pensei que querendo uma mulher que usava vestidos e maquiagens seria a personificação completa do feminino. Pensei que eu estava apaixonado e eu estava preparado para fazer o que fosse necessário para mantê-la e fazê-la feliz. O que eu não estava preparado eram as consequências que vieram junto com a própria decisão.

Nós tínhamos estado em um dos clubes bar/piscina locais que pertenciam ao clube chamado Sharp Shooters. Uma vez por mês, íamos lá apenas depois de fechar e ter uma conversa com os gestores, para garantir que tudo estava funcionando perfeitamente. Nós escolhemos ser proprietários silenciosos em um monte dos nossos negócios, simplesmente pelo fato de que algumas pessoas ainda nos viam como bandidos inúteis e não apoiaria qualquer coisa que colocássemos as mãos. Era mais lucrativo para nós ficar as escuras.

Durante a reunião Sugar tinha me ligado, e como o bastardo apaixonado que eu era, eu disparei.

Meu pai me disse que estava bem, que eu poderia ir. Mas o fato era que nós estávamos no meio de uma guerra de territórios com outro clube – Highway Hell MC - e eu estava prestes a deixar o meu pai e também meu presidente do clube, completamente sozinho.

Não foi até mais tarde naquela noite, enquanto eu estava escondido com minha mulher, pensando que porra eu tinha depois de ver aquele sinal positivo em um teste de gravidez, que descobri sobre os dois homens do clube rival que tinham entrado no Sharp Shooters e atiraram no meu pai e o gerente do bar, momentos depois que eu tinha saído. Eles estavam observando - à espera de um momento de fraqueza. E eu tinha entregado a eles, porque eu coloquei a minha necessidade de estar com minha mulher antes de meu dever como um irmão e um filho do caralho.

Eu tinha ganhado uma vida e perdido outra, ambas na mesma noite e não havia nenhuma maneira no inferno que eu iria correr o risco de mais uma pessoa que eu amava ser roubada de mim. Por isso, enviei Sugar para longe - sozinha e grávida da minha garotinha.

Eventualmente, eu tive a minha vingança contra o clube que tinha matado meu pai, e apesar das minhas escolhas estúpidas The Brothers by Blood ainda me escolheram como seu próximo presidente, acreditando que isso estava no meu sangue. Aceitei o emblema com orgulho, sabendo que eu faria tudo ao meu alcance para administrar o clube, assim como meu pai tinha - com força, trabalho duro, e respeito.

Sugar via as coisas de forma diferente. Ela viu o clube como perigoso e mortal. Com o meu bebê crescendo em sua barriga, ela se recusou a voltar para casa, delirante como agora eu era presidente, eu e minha família seríamos mais um alvo e as pessoas que vierem depois de nós.

Eu não discuti.

Achei que ela estava certa.

Eu nunca a persegui, eu nunca disse a ninguém exceto meus irmãos sobre ela, e eu fiz visitas muito curtas a minha filha.

Nós tínhamos segurança antes, mas nunca se tivéssemos ameaças que visavam diretamente as mulheres do clube. Eu não tinha certeza se Target tinha ou não informado a sua família sobre Sugar e Harlyn. Blizzard era o meu único irmão, que nunca chegou a visitá-las com a gente, e mesmo assim eu fui muito cuidadoso com quem me viu. E quando era por telefone, eles foram sempre feitos de telefones pré-pagos que eu joguei fora depois e eram virtualmente indetectáveis. Eu me protegi, mas se por algum motivo eu tenha perdido alguma coisa e a família de Target forem procurar por elas, eu sabia que havia uma possibilidade de que nunca as veria novamente.

Trazendo elas para cá e confinando-as ao clube era a única opção.

Chelsea era diferente. Eu não tinha dúvida de que Target lhes havia dito o quanto Chelsea significava para mim. A única maneira de tirar a atenção deles sobre ela agora era se eu pudesse convencê-los de que ela não significava tanto para mim como eles pensavam, e eles iriam deixá-la em paz. Ou era muito inteligente ou simplesmente estúpido. Mas, infelizmente, eu não poderia ter as duas coisas.

Se eu queria provar que ela não era importante para mim, eu tinha que afastá-la, e agora eu estava arriscando observando-a sair por aquela porta, quando ela ficou chateada com o que fiz. Mas se eu a reivindicasse e fizesse dela minha como eu queria fazer há muito tempo, isso iria colocar um alvo definido em suas costas e a dor de pensar que ela poderia ser morta e desaparecer para sempre era demais para suportar.

Tudo mexeu com a minha cabeça. Mas como de costume, eu tinha que esquecer isso e ser o presidente que meus homens e suas famílias esperavam que eu fosse. Eu tinha que ter certeza que eles estavam todos protegidos e seguros. Eles estavam confiando em mim e eu não ia desapontá-los.

Eu nunca deixaria meu clube desapontado novamente.


Capítulo 6

 

"Então, por que a súbita necessidade de escapar da zona de testosterona?" Rose pergunta quando me entrega um copo de vinho.

O pego agradecida, tomando um gole antes de responder: "Eu estou um pouco farta de machos alfa para ser honesta." Nós estávamos sentadas em uma mesa pequena de jantar no meio da sua cozinha. Era uma linda casa de dois quartos, pequena, mas funcional. Era também em uma excelente localização, perto de uma das principais estradas que levava até o centro da cidade de Atenas.

Ela franze o cenho para mim antes de rapidamente virar e revirar seu armário da cozinha.

"Hum, o que você está fazendo?"

"Está aqui em algum lugar." Ela murmura.

"O que?"

"Termômetro. Eu acho que você deve estar doente." Ela continua a procurar no armário e eu não posso deixar de rir.

"Sente-se, mulher. Estou bem."

Ela sorri e senta-se de volta, rodando seu vinho em seu copo. "Ainda no outro dia você estava me dizendo como eu não sabia o que o sexo era até que eu fizesse com algum motoqueiro macho alfa. O que mudou?"

"Nada mudou. Eu estou nisso." Eu rio. "Eu acho que só preciso de algum tempo fora."

"De certo motoqueiro em particular?"

Aperto os lábios e faço uma careta. "Eu acho que sempre soube que eu tinha mais sentimentos por ele do que ele tem por mim. Quer dizer, eu tenho estado perto por três anos agora e ele está sempre me mantendo perto, mas não perto o suficiente."

"Talvez ele esteja com medo. Ele foi ferido antes?" Ela pergunta com uma inclinação de cabeça.

Dei de ombros. "As relações anteriores estão fora das cartas."

"Sexta-feira não é sempre uma grande noite no clube? Como você conseguiu permissão para sair hoje à noite?"

Eu sorrio e tomo o último vinho do meu copo. "Com a única maneira que eu sabia que eu ia ser capaz de sair – não contando a eles."

Ela engole em seco e segue enquanto eu fico de pé e coloco a cadeira em seu lugar debaixo da mesa. "Chelsea, eles não vão vir atrás de você?"

Sinto e meu sorriso lentamente crescer. "Não há dúvida sobre isso, então é melhor ir andando."

"Eu acho que você está brincando com fogo." Ela ri quando abre a porta da frente se fecha atrás de nós.

Dei de ombros. "Eu gosto disso quente."

Rose e eu pegamos um táxi para uma boate local. Eu propositadamente evito as que eu sei que eram afiliadas com os Brothers by Blood. Eu sabia que Optimus iria ficar puto que eu tinha tirado Essa noite sem perguntar primeiro, e eu sabia que ele ia mandar alguém para me pegar. Mas como porra, eu ia tornar isso fácil para eles.

Meu vestido era de uma tonalidade deslumbrante de rosa, uma espécie de vermelho púrpura, escuro e se encaixava perfeitamente ao meu corpo. Strass foram salpicados em todo o tecido apertado que era fronteira com o lado sexy do indecente. Eu sei que as garotas do clube sempre estavam vestidas parecendo umas vagabundas, mal existindo roupas com apenas um toque de autoestima, mas eu não me importava. Eu trabalho duro para manter o corpo que eu tenho. Então, queria mostrá-lo?

Eu não estava saindo para pegar um homem, minha lealdade ainda era com o clube. Mas se eu estava saindo, eu com certeza iria fazer isso parecer bem sobre mim mesma.

"Bebida?" Rose grita, gesticulando com a mão apenas no caso de eu não poder ouvi-la sobre a música que estava agredindo meus tímpanos.

"Uísque!" Eu grito de volta quando aponto sobre meu ombro. "Eu vou conseguir uma mesa." Ela franze a testa com a minha escolha de bebida, mas assente.

Eu caminho entre os clientes e encontro um pequeno estande na beira da pista de dança, mas ainda perto do bar. Era um pouco mais silencioso e nos permitiria conversar sem ter de gritar. O lugar estava lotado. Eu não poderia dizer que já tinha estado lá antes, mas era bom e o local era ótimo.

Se nós conseguíamos sair do clube para a noite, os garotos sempre nos arrastavam para lugares de propriedade do clube. Íamos ter o nosso espaço VIP e os garotos poderiam relaxar sabendo que ninguém iria mexer com eles sob seu próprio teto. Tinha sido um longo tempo desde que eu estive fora para dançar ou em boates sem pelo menos um dos irmãos nas proximidades. Meu estômago revira um pouco. Eu estou nervosa e animada.

"Como consegue beber essas coisas?" Rose pergunta em voz alta quando pega um assento em nossa pequena mesa. Rose está usando uma blusa preta brilhante e uma minissaia jeans apertada. Era uma roupa simples, mas ela tinha combinado botas pretas assassinas de cano alto que amarrava atrás como um espartilho.

Dois homens mais velhos riam enquanto passavam por nós, seus olhos começando em nossas pernas e movendo pelos nossos corpos. Não era o tipo de olhar que fazia você se sentir sexy, embora. Rose e eu estremecemos e fizemos careta fazendo-nos rir.

Tomei um gole do meu uísque.

Perfeito.

"Quatorze anos de idade, sete lares adotivo." Rose levanta uma sobrancelha para mim. "Eu fui tirada do meu lar adotivo anterior porque o meu irmão de criação, que eu era próxima foi baleado em uma festa no lado errado da cidade. Minha nova mãe adotiva era uma bêbada e imediatamente me ensinou a entorpecer a minha dor."

Seus olhos se suavizam. "Oh uau... isso deve ter sido difícil."

Dou de ombros e tomo outro tiro de minha bebida, apreciando o som do tilintar do gelo em torno do copo.

"Você está sempre tão feliz. Tão inabalável com tudo." Diz ela, olhando para mim com curiosidade. "Mas parece que você teve um tempo realmente ruim quando criança."

"Todo mundo passa por problemas em suas vidas. Se isso te faz ou não quebrar é uma escolha que tem que fazer." Explico com um sorriso suave. "Quase me quebrou para ser honesta. Eu nem sempre sou forte, mas eu aprendi muito bem como fingir."

Tudo isso era verdade. Eu descobri como lidar, e eu lidei. Eu cresci em algumas áreas difíceis, em algumas famílias difíceis, mas contanto que colocasse sua cara de valente e ficasse com os pés no chão, não importa como estivesse se sentindo por dentro.

Seja forte agora, desabe mais tarde.

As únicas vezes agora que eu lutava para controlar as minhas emoções era ao redor de Optimus. Ele era minha criptonita. Ele dissolvia as minhas forças em um instante, e naquele instante eu lhe daria tudo. Cada parte de mim queria cair e rezar para ele me pegar. Meu coração me dizia que ele faria, mas minha cabeça não estava disposta a arriscar isso - o pensamento da dor era muito forte para descobrir.

"Eu gostaria de poder ser assim."

Eu balanço minha cabeça, meus pensamentos nublando minha atmosfera. "Ser como o quê?"

Rose sorri, mas não é o sorriso que eu normalmente via, estava cheio de tristeza e pesar. "Eu desejava não pode me importar, mas eu anseio aceitação. Eu sinto que eu preciso ser uma parte de alguma coisa."

"Nós todos sentimos como se precisássemos ser parte de algo. Mas você sabe o que, somos impressionantes apenas por nós mesmos e se as pessoas não podem aceitar isso, então foda-se!" Eu seguro o que resta da bebida no ar e Rose sorri para mim quando bate seu copo com o meu.

Há outro copo contra o nosso, e eu olho para cima para ver um cara lindo de pé ao lado de nossa mesa, um sorriso insolente em sua face.

"É isso aí!" Ele fala.

Rose olha para mim e ergue as sobrancelhas e eu não posso deixar de rir.

"Posso acompanhá-las meninas ou devo apenas continuar aqui de pé com a minha bebida no ar parecendo uma ducha?"

Olho para Rose, que apenas dá de ombros antes que eu afastei um pouco mais em torno do estande para permitir espaço para o sexy Mc Weirdo. Ele tinha cabelos escuros quase negros e sua camisa azul contrastava perfeitamente com sua pele cor morena. Ele estende a mão para mim e eu aperto-a.

"Chelsea e Essa é minha amiga Rose."

"Prazer em conhecê-las, garotas." Diz ele enquanto aperta a mão de Rose também. "Meu nome é Deacon. Desculpe estragar a festa de vocês. Eu tive que parar. Discurso muito inspirador. Já pensou em palestras motivacionais?"

Reviro os olhos, mas não consigo parar de sorrir. "Por que fazer isso quando posso sentar-me em um clube e inspirar estranhos enquanto bebem uísque. Eu, obviamente toquei você."

"Palestras motivacionais provavelmente pagam mais." Ele sorri.

Eu balanço meu copo, sacudindo o gelo. "Compre-me outra bebida e eu não vou lhe enviar uma conta."

"Sim senhora. Uísque e...” Ele olha para Rose, que parecia estar estudando-o.

Ela balança a cabeça e sorri. "Oh, desculpa! Vodka e laranja."

Deacon bate continência e parte em direção ao bar.

"Ele é quente." Diz ela, obviamente, admirando sua bunda enquanto se afasta.

"Não brinca." Eu digo, fazendo exatamente a mesma coisa. O que eu poderia dizer, seu jeans preto apertado se encaixa perfeitamente.

Deacon acabou por ser um cara muito legal, apesar de sua não tão grande entrada. Ele tinha saído com um amigo, mas rapidamente tinha sido abandonado por uma garota. Eu me senti mal por ele, mas ele era ótima companhia, e muito bom para os olhos, então seu amigo perdeu e nós estávamos ganhando realmente.

"O que você faz, Deacon?" Pergunto quando relaxamos na conversa.

"Eu gerencio uma academia no centro e sou um terapeuta esportivo, então, também trabalho alguns fins de semana para algumas das equipes esportivas locais, robustos, massagem e tratamento de lesões."

Meu queixo cai. "Isso é exatamente o que estamos estudando. Isso é o que eu quero fazer!"

Rose assente. "Bem, isso é o que Chel quer fazer, eu quero mais entrar em treinamento de pessoal e nutrição."

Ele sorri. "Devia ter desconfiado, corpos como esses só vêm de garotas dos esportes." Ele insinua que ele estava falando de ambas, mas ele olha diretamente para mim. Eu não era uma que normalmente se esquivava, mas seu olhar me fez corar exageradamente. Era sexy e me disse tudo o que eu precisava saber. Eu tive que abaixar minha cabeça, o calor subindo do meu pescoço e sombreando meu rosto.

Rose ri. "Eu posso fazer uma pergunta para as senhoras."

Eu levanto minha mão em resposta.

"Você se importa se eu levar Chelsea para uma dança. Não vai demorar muito, não gostaria de deixá-la sozinha." Pergunta Deacon.

Eu levanto minha cabeça rapidamente.

Rose sorri para mim antes de olhar para Deacon. "Vá em frente! Ela precisa de um pouco de diversão." Ela pisca drasticamente antes de se virar e praticamente pular fora.

Traidora.

Aceno minhas mãos na minha frente. "Não, não. Eu não danço."

Ele zomba e se levanta para fora da cabine, virando-se e estendendo a mão para mim. "Vamos, eu vou ajudá-la." Ele agarra minha mão e me puxa do assento, apesar de meus protestos. Eu tropeço para fora da cabine, mas as mãos de Deacon vão rapidamente a minha cintura e as minhas vão para o seu peito, segurando-me firme em meus saltos de quinze centímetros. Ele não era alto, de pé apenas alguns centímetros a mais que eu mesmo com saltos. Mas isso não importava. O cara era quente, e pelo que pude sentir sobre sua camisa, tinha músculos definidos.

Ele começa a caminhar de costas para mim, me movendo em direção à pista de dança. Eu não poderia deixar de seguir, meu corpo ia com o fluxo que ele estava criando.

"Eu realmente não posso dançar." Eu anuncio sobre a música alta e corpos esfregando.

Ele para de repente e usa as mãos para girar meu corpo ao redor de modo que as minhas costas fosse pressionada contra seu peito. Elas rapidamente caem para trás em meus quadris e com seu corpo agora moldado contra o meu começamos a nos mover.

No começo nós apenas balançamos – lado a lado. Era simples, lento e sensual.

Ele logo começa a torcer meus quadris. No começo eu resisto. Eu sei que minhas habilidades de dança eram menos do que excelente e de nenhuma maneira eu queria me envergonhar. Ele move sua boca para perto do meu ouvido, sua respiração fazendo cócegas nos meus cabelos e enviando arrepios na coluna. "Apenas deixe-me entrar, deixe-me assumir o controle."

"Por que você está pedindo por controle?" Eu atiro para ele, sorrindo para a ternura que ele estava mostrando que definitivamente não estava acostumada com os irmãos.

Parte de mim queria bater nele e dizer, apenas seja um homem e pegue o que quiser. Isso é o que eu sabia, é o que sempre amei sobre Optimus. Ele sempre foi atrás do que queria e nunca procurou validação. O toque de Deacon era sexy, era suave e isso me fez flutuar. Mas o que ele não fez foi deixar minhas pernas fracas e meu coração disparado. Outra parte de mim pensou que fosse bom, ser finalmente questionada do que eu queria. Para ser respeitada o suficiente como uma mulher para ser tratada com uma mão suave, algo que simplesmente não se consegue com motoqueiros rudes e acessíveis.

Ele ri levemente, seu peito apertando contra as minhas costas. "Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

"Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."


Capítulo 7

 

Eu não conseguia parar de apertar meus punhos enquanto observava seu corpo se mover. Chelsea nunca tinha sido uma dançarina. Apenas não era sua incursão, mas não era minha também, então eu não poderia me importar menos como bom suas habilidades de dança eram. O que me matou foi às mãos dele sobre ela, direcionando-a, controlando seus movimentos como se ela fosse seu boneco.

De jeito nenhum.

Não uma das minhas garotas, e absolutamente não a porra da Chelsea.

Ela era minha.

E eu estava a ponto de lembrá-la de fato.

"Vou pegar a amiga." Blizzard diz, enquanto olha para os banheiros. Eu poderia me importar menos sobre ela agora, mas Blizzard passou os últimos trinta minutos que estávamos lá, observando ela.

Eu ando por trás deles enquanto ela ri. "Por que você está pedindo por controle?"

"Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

Eu enterro meus dentes. "Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."

Chelsea pula e rapidamente se afasta de seu novo amigo. Seus olhos conectam com os meus, ela não parecia surpresa, porém, apreensiva, mas ela mantém a boca fechada.

Bom.

Ela sabe que estou com raiva e que não deveria causar problemas. Ela não iria gostar das consequências. Estou chateado. Não, estou além de chateado, estou furioso.

Chelsea sabe que o que está fazendo é errado. Sabe que é contra as regras. Não tenho certeza que inferno está passando pela sua linda cabecinha, mas eu estou prestes a descobrir.

"Chelsea" Eu digo.

Ela olha para mim, a raiva brilhando em seus olhos, mas se move para o meu lado.

Eu mantenho meus olhos em seu pequeno parceiro de dança e ele nunca se afasta de mim. "Propriedade é algo que você possui, como um carro ou uma casa, não uma pessoa," Ele zomba.

Sorrio e cruzo os braços sobre o peito. "Para você, talvez. Possuo coisas que caras como você apenas sonham. Incluindo ela." Eu ando atrás de Chelsea e envolvo meu braço em volta da sua cintura, puxando-a comigo enquanto saímos da pista.

O idiota segue. Seus olhos seguindo de Chelsea para mim. A maneira como ele olha para mim está cheio de ódio e desprezo. Tenho certeza que ele deve saber do clube, possivelmente o que fazemos. Mas o olhar que ele está me dando não é só porque ele tem ouvido coisas de merda sobre o clube.

Era como se ele nos conhecesse.

Que era mais pessoal.

"Você não tem que ir com ele." Ele fala entre os dentes, seu olhar finalmente direcionando para ela enquanto nos segue.

"Deacon, está tudo bem. Basta deixar isso." Chelsea tenta sair fora dos meus braços, mas eu seguro-a mais apertado.

"Garoto bonito desculpe, não estamos aceitando prostitutos no clube do sexo masculino no momento." Blizzard sorri enquanto caminha ao nosso lado, sua mão agarrada firmemente em torno do pulso da amiga de Chelsea apesar da tristeza dela. "Você vai ter que ficar." Ele continua a arrastá-la nos passando e eu consigo pegar o palavrão estranho seguido por sua profunda risada gutural.

"Vamos." Seguro a mão de Chelsea na minha, mas não perco o olhar simpático que ela joga por cima do meu ombro para seu novo amigo, que realmente tinha feito a coisa certa e não nos seguir.

"Eu vou andando!"

"Como diabos você vai andar." Ouço Blizzard piscar os olhos. "Suba na porra da moto."

Chelsea suspira quando nós caminhamos ao lado deles. "Rose, ele só vai te levar para casa. Eu prometo que você estará segura."

"Eu nunca estive em uma moto antes! Eu nem sequer tenho um casaco."

Blizz rosna profundamente em sua garganta antes de tirar seu colete e a jaqueta de couro que ele tinha debaixo dele. Fico olhando com admiração quando ele força os braços da jovem através das mangas de sua jaqueta antes de vestir seu colete de volta.

"Pronto, agora podemos dar o fora daqui?"

Chelsea olha para ele. "Não toque nela."

Sua cabeça dispara e um pequeno sorriso aparece. "Eu não me preocuparia com o que vou fazer princesa. Você está em apuros o suficiente como está.”

Vi-a vacilar.

É isso mesmo, Blackbird.

"Rose, eu vou ligar para você pela manhã!" Ela fala para a amiga sobre o ronco alto da moto de Blizzard. A garota lhe dá um aceno rápido, os olhos correndo ao redor furiosamente antes da decolagem para a noite.

Eu jogo minha perna sobre a minha moto, jogando para Chelsea meu capacete. Ela coloca-o rapidamente e monta atrás de mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura firmemente.

À medida que afastamos do meio-fio, aviso o cara do clube de pé na porta da frente assistindo. Ham tinha ligado para nos dizer que um cara tinha abordado as garotas, e nisso eu tinha o suficiente. Blizzard e eu tínhamos aparecido pouco tempo depois. A viagem não era longa, uma vez que tínhamos saído para ir a um bar, algumas quadras mais, optando por ignorar parte da noite de sexta na sede do clube. À volta para casa foi curta. Eu podia sentir que Chelsea estava inquieta quando se sentou ligeiramente atrás de mim, em vez de estar firmemente colada em minhas costas como de costume.

Bom.

Ela estava prestes a ter uma verificação da realidade, e dessa vez eu não estaria segurando nada de volta.

O clube ainda Estava bombando como de costume para uma sexta-feira à noite. Algumas strippers tinham vindo e havia algumas pessoas extras preenchendo o espaço. Desde que Harmony tinha ido embora com Kit para Troy, também tinha perdido Dana, uma das outras garotas do clube. Pelo que eu fui informado por Chelsea, a garota tornou-se muito próxima de Shield antes dele morrer e perdê-lo tinha a enviado por um caminho diferente. Nós nunca impedimos as garotas do clube de sair, eles não assinaram um contrato para permanecer por um determinado espaço de tempo. Nós apenas tínhamos as garotas aqui que queriam Estar aqui. Era a escolha delas.

Chelsea seguiu-me através do clube silenciosamente. Fui direto para o seu quarto, abrindo a porta e deixando-a entrar antes que fechasse atrás dela. Ela se encolhe, mas firma-se antes de se sentar na cama.

"Precisamos rever as regras?" Eu pergunto a ela, cruzando os braços sobre o peito.

"Não."

"Talvez devêssemos porque aparentemente você parece ter se esquecido de como as coisas funcionam por aqui." Eu falo.

Ela finalmente olha para mim, mas em vez de pesar eu vejo um lampejo de desafio. Isso era novo. Chelsea não era normalmente uma de questionar ou discutir um ponto. Ela e Harmony eram duas ervilhas em uma vagem, e enquanto todos nós sabíamos o quão forte ambas eram, eles sabiam onde estavam no clube e o que se esperava delas.

"É esperado de você Estar aqui à noite a menos que seja dada a permissão do presidente ou do vice-presidente do clube." Eu digo com firmeza. "Você não pode sair com outros homens, enquanto trabalha para o clube. E de acordo com a nossa conversa ontem, você não está deixando o clube sem um homem com você. Isso lembra alguma coisa?"

"Havia um homem com a gente." Ela murmura.

Não me surpreende que tenha notado Ham, eu não tinha exatamente falado para ele ser furtivo sobre sua presença. "Você tem alguma ideia de quantos problemas você poderia ter entrado? Você tem alguma ideia de quantos perigos poderia estar?"

Ela olha para mim. "Não, eu não tenho. Para eu saber você tem que me dizer o que está acontecendo, e isso não são informação que estou a par."

"E você acha que deveria estar, certo?"

"Às vezes, sim."

"E o que te faz tão especial que, além de meus irmãos, deva ser a única pessoa a ser dito exatamente o que está acontecendo?"

Ela levanta-se bruscamente. "Ok, Optimus. Entendi. Eu não sou especial. Eu vou continuar no clube e espalhar minhas pernas para os homens. Impressionante. Fico feliz que fomos classificadas."

Ela tira a jaqueta e joga-a do outro lado da cômoda pequena no canto de seu quarto antes de virar para a penteadeira e começar a remover suas joias. Com seu longo cabelo caindo sobre um dos ombros, eu podia ver claramente o impressionante pássaro preto que se estende através de seus ombros. Suas asas espalhadas em voo sobre as omoplatas, seus olhos eram ferozes e fortes, olhando diretamente para mim.

A tatuagem era originalmente a razão para o apelido que dei a Chelsea. Mas tornou-se mais do que isso. Melros simbolizam a escuridão e as fases de luz da lua. E para mim, Chelsea tem sido a minha luz quando as coisas estão escuras. Administrar um clube pode ser difícil. Eu tenho que verificar em todos os momentos, saber quem está onde, o que está acontecendo e por quê. Às vezes eu nem tenho certeza onde diabos minha cabeça está.

Mas as coisas são diferentes quando estou com ela. É como uma calma no ar e eu sinto que posso respirar, mesmo por um momento apenas. Ela me dá uma razão para parar e sorrir e me dá a chance de ser apenas eu. Bem, na maioria das vezes de qualquer maneira, porque agora sinto que quero espremer a vida maldita fora dela por ser tão idiota.

Ando e fico trás dela, colocando minhas mãos em cada lado da cômoda na frente dela, tocando levemente nela enquanto remove os brincos que eu nunca gostei realmente nela de qualquer maneira. Eles eram muito extravagantes, muito. Chelsea era bonita, mas simples.

Meu peito pressiona contra suas costas. Seus saltos deram uma altura extra, e mesmo assim não combinava totalmente com a minha estatura, eles colocavam o corpo dela em uma posição muito melhor para mim.

Minha boca encontra seu pescoço nu, ela imediatamente inclina a cabeça para o lado e sinto-a tremer seu corpo contra o meu. Depois de passar a última semana evitando-a como a peste, eu estou prestes a arruinar tudo. Mas eu não me importo. Eu tinha sido estúpido em pensar que era possível manter as mãos longe dela.

"Você está tornando muito difícil para mantê-la longe de problemas." Eu sussurro antes de tomar o lóbulo da sua orelha entre meus dentes. Sua bunda esfrega automaticamente contra mim e um suave suspiro deixa seus lábios. Minhas mãos sobem até seus braços e ombros. "Vou deixar você saber um pequeno segredo, Blackbird. Há uma ameaça para o clube e esses caras não estão brincando. Eu não sei quão perto eles estão, se eles estão nos observando apenas esperando para fazer uma jogada, mas o que eu sei é que eles vão usar qualquer influência que puderem contra mim e meu clube. Incluindo você."

"O quê?" Ela suspira, seu corpo tenso.

"Eu estou tentando o meu melhor para não dar-lhes uma desculpa para usá-la contra mim, mas você precisa me tentar e pressionar minha paciência, certo?" Meu pau está duro e pressiona bem entre as bochechas de seu traseiro.


Capítulo 8

 

Um arrepio percorre minha coluna ao ouvir suas palavras. Optimus era um líder, ele controlava as coisas, ele fazia as regras e as pessoas seguiam. Isso não mudava quando estávamos na cama.

E eu porra adoro isso.

"Tire tudo." Ele diz com firmeza, afastando seu corpo de mim.

Eu quase choramingo com a perda, mas em vez disso faço como me foi dito, tirando o tecido leve do meu corpo e removendo meus saltos. Tiro minha calcinha e sutiã enquanto me dirijo a ele, deixando-os no chão atrás de mim. Eu estou a poucos centímetros de seu corpo, completamente nua, mas tudo o que ele faz é olhar os meus olhos.

A protuberância forçando contra seu jeans era evidente. Eu sabia que o afetava da mesma forma que ele a mim. Ele relaxa os braços, estende uma mão para seu pênis, a outra agarra meus cabelos na base do meu pescoço. Puxa, não forte o suficiente para causar muita dor, mas o suficiente para me fazer suspirar. Minha boca está aberta quando eu sou forçada a olhar para ele. Seus olhos ardem através de mim. Ele está com raiva, mas não é a primeira vez que tínhamos feito essa dança.

Eu o tinha desafiado e agora ele precisava saber que eu Estava pronta para seguir as regras novamente. Eu daria a ele. Eu entregaria o meu poder e permitiria que ele tivesse o controle. Eu sabia que tinha feito errado - eu quebrei as regras do clube. Eu sei agora, que a sua maneira, ele estava apenas tentando me proteger e me mantendo a salvo de qualquer ameaça que havia contra o clube. Agora eu precisava provar a ele que podia confiar em mim novamente.

"Você entende agora? Você entende por que as coisas têm sido dessa maneira?"

Passo a língua sobre meus lábios, tentando umedecê-los quando minha respiração torna-se curta com a emoção construindo dentro de mim. "Sim, senhor." Eu sussurro.

Seus olhos dispararam de prazer com a minha resposta. O aperto em meus cabelos relaxa e seus dedos vão para o meu couro cabeludo, massageando a dor que ele tinha causado. Isso quase me faz querer ronronar como um gato.

"Você vai ser minha boa garota novamente e seguir as regras?"

Eu balanço a cabeça, ansiosa para fazer qualquer coisa para que ele apenas me tocasse.

"Mmm..." Sua outra mão se estende e envolve meu rosto eu me inclino para ela, fechando os olhos. "Pegue meu colete e pendure-o. Eu estou pronto para ver como você está arrependida da sua desobediência."

Eu esfrego sua mão antes de caminhar ao redor de suas costas. Pressiono meu corpo nu contra o couro enquanto alcanço seus ombros para agarrar a frente do colete. Ouço um grunhido suave deixar sua boca enquanto eu me esfrego contra ele, o emblema do clube costurado na parte de trás belisca minha pele com sua aspereza, bordas desgastadas. Eu me afasto relutantemente, deslizando o colete de seus ombros para baixo dos seus braços lentamente.

Ele vai até a cama, senta-se na borda e começa a remover suas grandes e pesadas botas de motoqueiro. Viro-me e penduro o colete na parte de trás da porta do quarto, deixando meus dedos permanecerem no couro. Era bom, macio e suave, mas desgastado e áspero, ao mesmo tempo, da mesma forma como seu proprietário.

"Venha aqui."

Eu vou direto para ele, querendo chegar e tocá-lo - beijá-lo. Optimus e eu tínhamos um grande equilíbrio. Ele nem sempre foi assim, severo e rigoroso quando se tratava de sexo. Muitas vezes ele me incentivava a fazer o que eu queria, o que me fazia bem. Mas Essa não era uma daquelas noites e eu poderia dizer que ele não Estava no clima para que eu tivesse meus avanços.

Ele pega o colarinho da camisa na parte de trás e a puxa sobre a sua cabeça, deixando-a no chão antes de estender suas mãos e agarrar meus quadris. Vou com o movimento quando ele me puxa entre suas pernas, sua boca apenas centímetros dos meus seios. Uma de suas mãos escorrega de meus quadris e eu respiro enquanto seus dedos corre o contorno da minha bunda e mergulha em minha buceta.

Seguro sua cabeça com ambas as mãos, tentando me equilibrar. Meus dedos cravam através de seus cabelos curtos me empurrando de volta para seus dedos, forçando-os mais fundo dentro de mim.

"Sempre tão pronta para mim, Blackbird." Ele sussurra, esfregando o rosto contra meus seios, a barba em seu queixo criando a fricção perfeita contra a minha pele. "Foda meus dedos. Liberte-se."

Eu não preciso ouvir duas vezes. Eu movo meus quadris para cima e para baixo, para frente e para trás até que encontro o movimento que me dá mais prazer. Eu não podia deixar de gemer enquanto cavalgava em sua mão. Minhas unhas arranham suavemente seu couro cabeludo, sinto-me subindo mais e mais, procurando a borda para que eu possa cair no esquecimento do orgasmo.

Sua mão de repente escorrega, assim como a possibilidade de encontrar esse fim, e eu não posso deixar de choramingar. Ele ri suavemente e olha para baixo, encontrando seus olhos nos meus. "Você acha que eu iria deixá-la chegar lá sem ter a minha própria diversão também?"

"Por favor." Eu sussurro suavemente, minha garganta está seca e eu estou desesperada para obter algum tipo de alívio.

"Joelhos."

Eu libero sua cabeça do meu aperto e passo os dedos pelo seu lindo peito tonificado enquanto abaixo-me de joelhos diante dele. Ele puxa seu cinto e desabotoa a calça jeans enquanto eu estou sentada em silêncio e observando - ansiosa e animada. Eu quero agradar esse homem, eu quero fazê-lo feliz.

Optimus foi o primeiro homem a me fazer sentir desse jeito. Eu tive namorados. Normalmente, os garotos que estavam vivendo a mesma vida que eu e gostavam de se rebelar assim como eu. A diferença era que nenhum deles exigiu minha submissão nem nunca pressionaram pelo controle. A maioria do tempo era eu a única a assumir a liderança.

Eu sempre gostei de sexo. Era uma parte natural de quem somos como pessoas. Nós temos o sexo porque gostamos, amamos esse sentimento que nos dá. Mas não foi até que eu conhecesse Optimus para perceber que todos os garotos que eu tinha fodido antes eram apenas isso – garotos.

Optimus era um líder nato. Atenção ordenada, ele fala e porra, ouve-se. Ele era o que eu nunca soube que estava sentindo falta.

Minha atenção bate de volta assim que seu pênis salta de suas calças. Optimus foi presenteado com algo surpreendente naquela região. Era grande, duro e a ponta brilhava na luz, apenas implorando por minha língua para prova-lo.

"Eu adoro ver este olhar em seus olhos. Apenas sabendo que você está morrendo para ter seus lábios em torno do meu pau." Ele se levanta da cama, suas calças caem no chão e eu afasto enquanto ele sai delas. Ele agarra sua dureza em sua mão e puxa-o algumas vezes. Eu mexo meus quadris, tentando encontrar algum tipo de pressão ou fricção no meu clitóris enquanto eu assisto ele brincar com apenas centímetros do meu rosto. Meus mamilos doem, precisando de algum tipo de atenção. Minhas mãos imediatamente levantam-se e eu espalmo meus seios, apertando e beliscando.

"Você quer isso, baby?"

Eu balanço a cabeça. "Sim."

Ele resmunga em apreciação enquanto me observava puxar meus mamilos endurecidos, cada puxão enviando uma sacudida em linha reta através do meu corpo para minha buceta escorregadia.

"Pensei que queria meu pau nessa boca, é óbvio que precisa ser ensinada uma lição de respeito da maneira como você falou comigo essa noite." Diz ele profundamente, tentando manter a compostura, mas eu poderia dizer pela sua voz que ele está tão necessitado quanto eu estou. "Mas eu preciso foder você forte, e sua boca não será capaz de receber o castigo que estou prestes a colocar em você."

Meu coração acelera e eu tenho que me impedir fisicamente de lançar-me para ele em uma necessidade desesperada para ter seu corpo.

"Levante-se e se curve na cômoda." Ordena com um pequeno movimento de sua cabeça.

Levanto e viro para a cômoda onde eu tinha acabado de colocar minhas joias depois de tirá-las. Eu coloco minhas mãos na parte superior e curvo-me ligeiramente, sabendo que ele está recebendo uma vista perfeita de como exatamente está me afetando. Eu podia sentir que minha buceta está completamente encharcada. Eu preciso dele dentro de mim logo antes que decida assumir as coisas com minhas próprias mãos.

Seu corpo logo me aquece, seu comprimento pressionado confortável entre as minhas nádegas. Sua mão corre até as minhas costas, começando na base da minha coluna até que seus dedos entrelaçam em meus cabelos. Movendo seus quadris, e assim quando eu estou prestes a protestar contra a perda, o seu pau empurra em mim e ele puxa meus cabelos simultaneamente. O contraste de dor e prazer fazendo-me gritar seu nome. Ele bate em mim, em seguida, tira lentamente antes de fazer a mesma coisa novamente. A outra mão agarra um peito, apertando firme e lento. Meu corpo é superado com sensações.

"Foda-se!" Ele rosna alto quando bate em mim novamente.

"Sim!" Eu choro quando ele começa a acelerar, mas com tanto poder por trás de sua confiança. "Sim, Optimus!"

"Toque essa buceta." Ele geme entre os dentes. "Eu vou fazer você gozar tão forte que isso vai parecer como um vício em volta do meu pau."

Eu consigo me equilibrar com uma mão trêmula enquanto a outra alcança entre as minhas pernas e esfrega meu clitóris inchado. Meus dedos roçam contra ele enquanto entrava e saía, punindo a minha buceta assim como ele disse que faria. Mas parecia tão bom pra caralho. Uma das atrações do clube eram seus homens. Eu queria um homem forte e poderoso. Eu tinha passado tanto tempo me observando, cuidando de mim mesma, para estar com alguém que não sabia como levantar-se, assumir a liderança e ser um homem do caralho.

Meu corpo começa a doer, mas parece incrível. Era como se estivesse correndo, correndo em direção à linha de chegada. Cada parte de mim grita quando eu vejo o fim chegando, sabendo como seria bom sentir quando eu chegasse a ele.

"Oh meu Deus." Eu solto um gemido profundo quando todo o meu corpo começa a tremer. A onda de êxtase me bate forte.

Optimus levanta-me e aperta minhas costas contra seu peito, soltando meus cabelos e envolvendo o braço em volta da minha cintura para me segurar quando minhas pernas ameaçam a ceder. Eu jogo meus braços para trás e ligo-os atrás de seu pescoço, meus olhos se fechando enquanto ele continua a deslizar dentro e fora, permitindo-me cavalgar a onda ainda mais.

Ele morde meu pescoço, seus dentes afundando em meu ombro enquanto ele dá um último impulso e dispara a sua libertação dentro de mim. Eu vacilo com a dor, cravando minhas unhas na parte de trás de seu pescoço. Ele geme, profundo e animalesco antes de lamber sua marca da mordida e acalmar a dor. Agarro-me a ele, saboreando ter seu corpo tão perto depois de não Estar com ele por tanto tempo. Ele logo sai de mim, a sensação faz meu corpo tremer. Ele ri suavemente, seu rosto ainda escondido na dobra do meu pescoço.

"Chuveiro." Ele resmunga.

Eu sorrio. "Dê-me um minuto, porque nós sabemos que a segunda rodada vai começar assim que estivermos no chuveiro, e eu não estou apenas certa se posso ter um orgasmo quando tenho certeza que esse ainda não terminou." Eu grito enquanto me vejo sendo levantada do chão e embalada em seus braços.

"Eu estou disposto a testar essa teoria."


Capítulo 9

 

Por mais clichê que pareça, era bom estar em seus braços. Eu senti falta da sensação de seu corpo ao longo da última semana. Como ele parecia estendido sobre mim, como seus dedos calejados e mãos pareciam contra a minha pele suave. Eu ri quando o queixo de cerdas encontrou o seu caminho para o meu ombro nu.

"Bom dia." Sua voz estava rouca e cheia de sono.

"Shh."

"Por que estaria em silêncio?"

"Eu tenho essa teoria de que os seus rapazes podem ouvir o som da sua voz a milhas de distância. Como uma espécie de apito de cachorro." Seu corpo treme com o riso e eu não posso deixar de sorrir enquanto o calor me enche. Eu sei que não é muitas vezes que a pessoas podem ver esse Optimus. "Eu só sei que um deles vai te ouvir e te caçar, precisando de você para ajudar com algo que eles poderiam ter feito sozinhos."

"O trabalho do presidente nunca termina." Seus lábios pressionam minha pele e se movia lentamente do meu ombro para o centro das minhas costas. Eu tremo e meus olhos se fecham.

"Bem, senhor Presidente..." Eu respiro.

"Mmm..." Optimus me rola com a barriga para baixo e monta em minhas costas. Suas mãos massageando meus músculos e eu solto um gemido leve em delírio. Esse era Optimus que eu estimava aquele que me tratava como uma rainha. O único que não tinha medo de rir e sorrir por medo de deixar sua guarda baixa. Esse era o homem que eu estava me apaixonando. Não é o homem das cavernas arrogante que tentava controlar cada movimento meu. "Porra, eu poderia adorar este corpo para sempre. É perfeito."

Eu rio e movimento meu corpo enquanto suas mãos espalmam minhas nádegas, massageando-as suavemente. "Você deveria estar massageando, não acariciando com intenções sexuais." Eu rio quando eu bato nele. O tom da sua risada vibra através do meu corpo.

"É meu. Eu vou fazer o que eu quiser com ele." Ele aperta e eu só sei que isso iria deixar marcas.

"Bem..." Eu começo, mas a objeção acaba rapidamente com um tapa ressoando. Eu grito e minha nádega queima. "Optimus!"

Uma língua molhada logo acalma a dor. Escorrega suspeitosamente perto do meu centro e eu resisto à vontade de me empurrar contra seu rosto, enquanto sua língua ataca em toda parte, exceto minha buceta. Eu solto um gemido, excitada e necessitada.

"Precisa de alguma coisa, Blackbird?"

"Mmm... por favor." Seu corpo volta sobre o meu, seu peitoral tonificado me pressiona contra o colchão e eu posso sentir seu pau duro contra a minha bunda. "Op, por favor."

"Eu quero que você me prometa uma coisa." Ele murmura em meu ouvido. Neste ponto, eu estou desesperada para tê-lo. Tudo sobre Optimus era excitante para mim, até mesmo sua maneira de homem das cavernas, às vezes.

"Ok" Eu solto um gemido, empurrando contra ele.

"Prometa que vai sempre falar comigo. As coisas estão ficando loucas, mas eu preciso que você sempre fale comigo antes de fazer qualquer coisa estúpida." Sua voz era suave, quase desesperada.

"Tudo bem...?" Eu digo, um pouco confusa.

Ele ataca meu corpo e venera apenas como ele disse que faria. A conexão entre nós é inegável, embora sejamos tão teimosos como éramos, ao tentar fazer exatamente isso ocasionalmente.

Eu envolvo o lençol em volta do meu corpo enquanto sento e observo ele se mover ao redor do quarto. Meu corpo está tão deliciosamente dolorido. Optimus sempre me empurra para os meus limites e por sua vez chega às alturas e prazeres que eu nunca tinha experimentado com mais ninguém.

Ele sorri enquanto me chama a atenção no espelho. Aquele sorriso era tudo. Era como um diamante raro. Era impressionante, belo e real, e algo que senti como se ele sempre guardasse para mim. Com os rapazes, você veria o sorriso insolente ocasional. Mas um sorriso genuíno - nunca.

Eu abro minha boca para perguntar onde ele estava indo, mas há uma batida na porta.

"Op?" Blizzard chama através da porta.

O rosto de Optimus muda, mesmo enquanto ele mantém contato visual direto comigo. "Sim?"

"Elas estão aqui."

Seus olhos se afastam dos meus e de repente toda sua concentração estava em seus sapatos. "Sim, eu estou indo."

Sento-me, confusa com a súbita mudança de comportamento. Escuto as botas de Blizzard desaparecer pelo corredor. "O que está errado?"

"Nada." Ele murmura enquanto joga seu colete nas costas, deslizando um braço completamente e depois o outro.

"Besteira, você estava bem. Quem está aqui?"

"Eu disse que não é nada." Eu vacilo e puxo o lençol mais apertado em torno de mim. "Chel... Eu sou..."

Ele puxa seus cabelos curtos, as palavras ficam presas em sua língua. Depois de um minuto, tudo que eu consigo é um rosnado alto enquanto ele sai apressado do quarto, batendo a porta atrás dele. Eu estava acostumada a mudanças de humor de Optimus. Quando ele estava no quarto comigo, ele agia muito diferente do que quando estava com seus irmãos. Ele sempre levou seu papel dentro do clube muito sério. Às vezes sério demais. Eu rapidamente visto algumas roupas e me dirijo para a sala principal, onde todos os irmãos parecem estar reunidos.

Apoio-me contra o bar no canto mais distante da porta do corredor, sem saber se era para eu estar lá ou não e precisando ser capaz de fazer uma saída rápida, se necessário. Uma mulher entra pela porta. Ela era bonita. Seus cabelos são de um tom lindo de laranja que brilha a luz do sol de outono. Ela usa um jeans escuro apertado, uma ankle boot pequena, e uma camisa branca simples. Você poderia dizer pelas suas roupas que ela era uma menina sem problemas. Ela não se importava com impressionar ninguém e não precisa vestir-se para chamar a atenção. Sua beleza era tudo natural. Eu poderia ver nós sendo amigas.

Isso foi até que eu vi um sorriso iluminar o rosto e eu segui seus olhos. Eles estavam direcionados para Optimus. Meu sangue ferve quando seu ritmo acelera. Ela para na frente dele, ele passa um braço em volta dos ombros dela e puxa-a com força contra o peito.

Meu coração dispara. Eu não sabia quem era essa mulher, ou o que ela Estava fazendo ali, mas era óbvio que ela e Optimus tiveram algum tipo de ligação, algum tipo de história. O ciúme queima através de mim, consumindo todas as outras emoções. Tecnicamente, Optimus não era meu, mas vê-lo tocar outra mulher tão ternamente faz minha cabeça girar e meu estomago revirar.

Empurro-me ainda mais no canto, se ele percebeu que eu Estava lá ou não, eu não tinha certeza, mas quando ele agarra ambos os lados do rosto dela e toca a testa dela, começo a sentir lágrimas em meus olhos. Ele sussurra baixinho para ela e ela balança a cabeça suavemente, seu sorriso mudando e se tornando um pouco abatido e triste.

Eu balanço minha cabeça, imaginando que Optimus não tinha me convidado para Essa reunião por uma razão e eu começo a recuar e voltar para o meu quarto. A mulher se afasta de Optimus e abraça vários irmãos. Começo a me sentir melhor, ela era, obviamente, alguém que era importante para o clube.

Assim quando eu me viro para voltar para o corredor, ouço um grito animado.

"Papai!"

Eu faço uma careta, eu não tinha conhecimento se alguma Old Lady daqui tinha crianças. "Papai! Tio Blizzard está tentando me fazer cócegas." Eu sigo a menina com cachos vermelhos escuros quando ela corre vindo do pátio. Blizzard está rindo bem atrás dela enquanto ela corre em todo o piso de madeira. Eu conhecia todas as crianças do clube e nunca tinha visto essa menina antes, mas eu também não vi quaisquer outros visitantes na sala além da mulher com os cabelos laranja, que eu supus ser sua mãe.

Quem ela Estava chamando?

Não.

Enquanto eu observava o belo salto da garota nos braços de Optimus, pareceu como se alguém tivesse me chutado no estômago. O ar fugiu dos meus pulmões e eu lutava para respirar. Optimus gira-a ao redor, um largo sorriso em seu rosto. Um sorriso que eu sabia agora que não era só para mim.

"Papai, me salva." Ela fala, rindo enquanto Blizzard tenta chegar ao redor de seu amigo para agarrar seus pés e pernas. Optimus ri e coloca-a de lado em seu colo com um beijo carinhoso na sua bochecha. Olho para a sala. Ninguém parece surpreso; ninguém age como se isso fosse incomum. Todos sorriem enquanto eles olham o reencontro.

Corra, você precisa correr.

Lágrimas nublam a minha visão enquanto eu tento fazer o meu caminho para trás, longe de tudo. Minhas pernas vacilam, obviamente, não aceitando o comando que meu cérebro está tentando enviá-las, e eu tropeço para o lado, caindo em uma mesa e fazendo-a se arrastar pelo chão.

Vários pares de olhos viram na minha direção, mas havia apenas um par daqueles profundos olhos castanhos que fizeram meu interior virar mingau. Eles arregalam momentaneamente antes de recuperar a compostura e seu rosto normalmente rígido retornar. A mãe da garota olha para trás e para frente entre nós, claramente confusa. Não me atrevo a focalizar os outros rostos na sala. Sabendo exatamente que tipo de reação que eu iria encontrar - piedade.

"Papai, você vem brincar comigo?" Pergunta a menina, alheia à tensão que enche a sala. Seus olhos ficam focados em mim quando ele ajusta-a em seu quadril e dá um passo lento, como se estivesse prestes a se mover em direção a mim.

Mas eu já tinha ido.

Corre, continue correndo.


Capítulo 10

 

"Ei, Chel." Harmony atende.

"Você sabia?" Eu grito, tentando segurar meu celular entre minha orelha e meu ombro enquanto jogo minhas roupas em uma bolsa.

Houve silêncio por um minuto. "Oh, Chelsea." Ela sussurra baixinho.

"Você sabia!" Engulo em seco, sentindo lágrimas começar a queimar mais uma vez.

Será que todo mundo sabia, exceto eu?

"Kit só me disse ontem. Ele queria me avisar."

Eu zombo. "Ele queria avisá-la que seu melhor amigo está prestes a perder o enredo." Eu solto uma risada sarcástica. "Obrigado, Kit!"

"Você precisa falar com ele, Chelsea. Deixá-lo explicar." Eu o ouço falar ao fundo. Eu sabia que ele estaria lá.

"Eu preparo um quarto para você." Harmony diz suavemente.

"Harmony! Diga-lhe para falar com ele." Kit rosna.

Engulo em seco. Harmony me conhece bem. Ela tinha sido a única com quem eu realmente falei sobre o que foi para mim crescer. Ela sabia que eu não ia parar para falar com ele, ela sabia que eu ia correr.

"Eu preciso encontrar Blizzard e perguntar se está tudo bem eu sair."

Garotas do clube não eram autorizados a ir embora durante a noite sem ter permissão de Optimus ou Blizzard em primeiro lugar. Era importante que eles soubessem onde estávamos a todos os momentos, apenas no caso de algo acontecer e eles precisarem nos defender rápido.

"Você quer que eu ligue para ele?" Ela oferece.

Eu balanço a cabeça, estúpida, embora eu saiba que ela não podia me ver. "Eu sou uma grande garota. Eu vou fazer isso."

"Ok, eu te amo, Chel. Apenas seja paciente que as coisas iram dar certo e eu vou vê-la em poucas horas."

Suspiro. Eu sinto falta de Harmony mais do que eu pensei que sentiria. Ela se juntou ao clube pouco antes de mim, a atração pelos homens às festas e o estilo de vida perfeito demais para desistir. Nos vinculamos imediatamente e nunca olhamos para trás. Nós viemos de um passado, onde confiar em outras pessoas para Estar lá por você e cuidar de você era demais para pedir. Tínhamos aprendido a nunca esperar nada de ninguém. Éramos independentes e enquanto eu tinha sonhos de um dia me apaixonar, não precisava de um homem para comandar a minha vida. Eu fiz muito bem por mim mesma.

Eu termino de arrumar a mala e vou em busca de Blizzard. Quando ele não está em seu quarto, eu sei que teria de me aventurar a voltar à sala principal e arriscar ver Optimus no caminho. Tomo uma respiração profunda quando entro na sala principal, soltando lentamente quando percebo que está basicamente vazia com Wrench e Ham no bar.

"Blizzard está por aí?" Eu chamo por eles enquanto estão sentados amontoados em uma mesa. Wrench olha por cima e faz um gesto com a cabeça para o corredor oposto.

"Escritório de Op."

Caminhando naquela direção evitando contato com os olhos, eu bato na porta do escritório. Mas quando abre não é Blizzard.

Wrench aquele bastardo.

Dou um passo atrás, mas Optimus rosna, "Pare com isso, Chelsea. Entre aqui."

"Eu quero falar com Blizzard."

"Bem, ele não está aqui, porra." Ele dá um passo para o lado, segurando a porta aberta e me dando espaço para entrar. Meu corpo treme. Cada parte de mim está gritando corra, vai, corra. Cada parte de mim, exceto o meu coração. Meu coração quer desesperadamente que ele explique e de esperanças de que as coisas não eram o que pareciam. "Agora."

Eu pulo, mas obedeço. Eu iria deixá-lo dizer o que queria, então sairia. Fico sem jeito no meio do seu escritório quando ele fecha a porta atrás de mim.

"Para o que você precisa de Blizzard?" Ele pergunta enquanto dando a volta por mim e ficando na minha frente.

"Eu quero ir visitar Harmony. Estou saindo agora." Eu digo bruscamente.

"Não."

Minha cabeça dispara em surpresa. "O que?"

"Eu disse que não." Ele repete calmamente enquanto caminha ao redor de sua mesa. Coloca a mão na parte de trás de sua cadeira, mas não se senta. Cerro os punhos, tentando me lembrar de que preciso manter minhas emoções sobcontrole. "Eu conheço você, Chelsea. Você está assustada. Sua mente está lhe dizendo para sair daqui. Isso é o que você faz. Bem, pare. Pare e fale comigo."

Eu odeio que ele me conheça tão bem, e com os acontecimentos dessa manhã era evidente que eu não sabia quem ele era afinal. Minha mente não funciona e minha boca está seca. "Ela é sua."

Ele assente. "Ela é minha."

"Qual a idade dela?"

Eu vejo um sorriso leve no canto da sua boca. Poderia dizer apenas pelo simples gesto que seu amor por sua filha era forte. "Harlyn tem cinco."

Engulo em seco, tentando molhar a garganta seca. "E sua mãe?"

Seus olhos encontram os meus. "Isso seria Sugar."

Tusso uma risada e agarro a cadeira do escritório que está a minha frente. "Impressionante. Bem, desejo a vocês dois o melhor." Me viro para a porta.

"Sugar e eu não estivemos juntos por um tempo muito longo." Ele tenta explicar. "Meus irmãos são os únicos que sabem sobre elas, e eles nunca foram autorizados a falar uma palavra a ninguém."

Eu suspiro, mas recuso-me a virar. "E você nunca pensou que isso era algo que eu merecia saber?"

"Eu não faço questão de deixar prostitutas do clube saberem as minhas coisas."

Sorrio e me viro para encará-lo, apontando o dedo acusador. "E aí está."

"Não é isso que eu... "

"Não, não retire o que disse agora. Vamos apenas coloca-lo para fora!" Eu sorrio com falso entusiasmo. "Você é um presidente MC e eu sou apenas uma puta."

Ele balança o punho e bate na parede à sua esquerda. "Pare de colocar palavras na porra da minha boca, Chelsea!"

Eu vacilo, mas continuo desafiando. Não havia como parar agora. Eu sabia que estava desrespeitando ele, eu sabia que estava desrespeitando o clube, mas a dor que isso causou foi como uma apunhalada no coração com uma faca venenosa, e lenta mas seguramente a escuridão tomou conta do meu corpo. A lógica do meu cérebro me disse que ele realmente não tinha feito nada de errado.

Ele estava certo - eu era apenas uma prostituta do clube, e prostitutas do clube não tinha nada que fazer exigências ou esperar informações que elas não tinham direito.

Mas a dor no meu coração não parava. O que começou como uma dor fraca agora estava me destruindo completamente.

Eu estou com raiva.

Eu estou magoada.

Eu sinto como se tivesse sido enganada.

"Por que você não pode simplesmente crescer algumas bolas e admitir isso?" Eu grito para ele do outro lado da sala.

"Você está caminhando por uma fronteira tênue, Chelsea." Ele rosna por cima do meu desabafo. Está furioso.

"Apenas admita. Eu não sou boa o suficiente para você!" Agora as lágrimas haviam começado. Elas enchem meus olhos e rapidamente estouram a pequena barragem. Faço uma careta através das lágrimas, tentando esconder a dor no meu coração, por trás da raiva em minha alma. "Tudo o que eu sou para você é outra para transar."

Finja até você conseguir.

Esconda a dor.

Corre.

Eu vejo seu rosto suavizar apenas ligeiramente, e move-se em torno de sua mesa vindo em minha direção. "Chelsea, não é isso."

"Besteira. Eu sou conveniente, nada mais que isso." Eu balanço a cabeça. "Eu acho que eu não estou surpresa. Três anos que estamos fazendo essa dança ridícula."

"O que você quer? Você quer que eu te faça uma Old Lady?" Retruca.

"Eu já lhe pedi para me fazer alguma coisa? Eu já pedi mais do que o que você me dá?"

Ele franze a testa para mim. "Você não é como as outras garotas do clube, eu sei disso."

"Exatamente." Eu digo, minhas pernas tremendo e lágrimas deslizando pelo meu rosto. "Eu nunca lhe pedi nada, Optimus. Nunca lhe pedi para dar uma porcaria sobre mim. Nunca lhe pedi para me mostrar um lado de você que eu sei que seus irmãos não veem, e nunca lhe pedi para passar a noite toda me segurando e me dizendo o quão linda eu sou, mesmo que você poderia ter apenas transado e me deixado. No entanto, você ainda não pode admitir que tem sentimentos reais por mim, porque se apaixonar por uma prostituta é apenas muito abaixo de você."

Ele estende a mão para mim, envolvendo sua mão grande em torno do meu pulso fino e me puxando para perto. O fogo me acalma assim que sinto seu corpo contra o meu. Meu moletom e sua calça jeans grossa não fazem nada para me proteger do calor que eu sempre sinto quando seu corpo está contra o meu. Com uma mão segurando-me perto, a outra agarra meu queixo - quase com muita força – e levanta meu rosto, então eu não tenho escolha, a não ser olhar em seus olhos.

"Você significa mais para mim do que qualquer porra de mulher que eu já conheci." Ele sussurra baixinho. Eu abro minha boca para falar, mas ele me corta. "Não. Você teve a sua opinião, agora você vai fechar essa pequena e linda boca e ouvir." Sua mão se move do meu pulso para o meu quadril e seu dedo aperta meus músculos lá. "Sim, eu sou o presidente deste MC, o que significa que as pessoas fazem coisas loucas, a fim de me machucar. Essa é a razão pela qual Sugar e Harlyn vivem tão longe, e essa é a melhor razão para nós sermos dessa maneira. Mas isso não significa que eu não me importo com você ou penso em você como uma simples prostituta. Porque Blackbird, você é muito mais do que isso." Seu tom é suave e suas palavras me atingem forte.

É nesse ponto que eu sei que, mesmo com toda a merda que eu tinha passado na minha vida, Optimus ia ser o único a me quebrar.

A porta do escritório se abre e eu rapidamente me viro, esfregando a umidade em minhas bochechas e tentando esconder o meu rosto.

"Papai! Esse lugar é impressionante! Você sabia que tem um campo de jogos? Você joga no campo de jogos? Você devia vir jogar nele comigo." A pequena voz fala tão rápido que eu me pergunto onde ela encontrou tempo para respirar.

Eu nem sequer olho para Optimus para saber que ele tem o sorriso mais deslumbrante em seu rosto. É como seu humor pode mudar toda a sensação de uma sala, que é o quão poderoso sua energia é.

"Talvez em breve, Harlyn. Papai está conversando com Chelsea."

Depois de alguns minutos de silêncio, eu sinto um puxão no meu moletom e viro-me para encontrar a menina mais bonita de pé ao meu lado. Cabelos ruivos emoldurando seu rosto em forma de coração que brilha para mim como se eu fosse sua personagem de desenho animado favorito. "Você é, Chelsea?"

Eu não poderia deixar de sorrir quando os olhos azuis de Harlyn brilham. Lanço um olhar interrogativo para Optimus. Um sorriso puxa no canto de sua boca quando ele balança a cabeça, dando-me permissão para falar com a filha.

Eu me abaixo sobre meus joelhos e sento sobre as pernas, colocando minhas mãos no meu colo. "Eu sou. Qual o seu nome?"

Um sorriso atravessa seu rosto, seu sorriso deslumbrante, mesmo com um dente em falta. "Meu nome é Harlyn! É o meu pai, você sabia disso?" Ela aponta por cima do ombro, mas seus olhos ficam fixos em mim.

Engulo em seco e cubro minha boca. "Não, eu não! Isso é legal."

Ela assentiu com entusiasmo e se move um pouco mais perto de mim e sussurra: "Ele é o presidente."

"O que significa isso?" Eu sussurro de volta.

"Isso significa que ele consegue mandar nas pessoas ao redor e eles têm que fazer o que ele diz." Ela revira os olhos e eu seguro uma risada. "Mas eu não. Porque eu sou sua filha. Mamãe diz que eu o tenho envolvido em torno de meu dedo mindinho, mas ele é muito grande."

"Ele é, não é." Eu concordo.

"Você vai vir e jogar com a gente no campo de jogos?"

Eu sorrio para a garota. "Eu gostaria poder, mas eu só estou dizendo adeus. Eu estou indo embora visitar uma amiga por alguns dias. Talvez possamos brincar quando eu voltar?" Evito olhar para Op, sabendo que eu iria conseguir minha fuga agora.

Harlyn levanta a mão. Fecha a mão e aponta seu dedo mindinho. "Você promete de mindinho?" Inclino a cabeça para a menina com curiosidade. "Papai diz que você não pode quebrar uma promessa de mindinho. Quando ele me visita ele sempre faz promessa de mindinho que ele vai voltar e ele sempre volta." Harlyn vira a cabeça e sorri para seu pai. Ela olha para ele como se fosse seu herói - eu não poderia culpá-la, naquele ponto eu me sentia da mesma forma.

"Eu prometo de mindinho." Murmuro, enganchando meu dedo mindinho em torno do dela.

Sorrimos uma para a outra por um minuto antes dela pular e se jogar nos braços de seu pai. Ele a pegou com facilidade. "Para o campo de jogos!"

Eu me levanto do chão enquanto eles caminham para a porta.

"Três dias. Isso é tudo o que você vai ter." Nossos olhos se encontram e eu posso ver o aviso em seu olhar. "Você prometeu de mindinho."

Com isso, ele se foi. Sua voz profunda e o eco de risos de uma criança de cinco anos de idade, seguindo pelo corredor até que eu já não possa ouvi-los.

Então eu corro.


Capítulo 11

 

"Ainda fazendo as prostitutas do clube chorar, eu vejo." Sugar encosta-se no poste do balanço enquanto eu empurro Harlyn gentilmente. Olho por cima do ombro para ver Chelsea colocando sua bolsa em seu carro. Viro-me antes de conter o impulso de correr até ela e pedir-lhe para ficar.

Foi melhor assim. Se estivéssemos sendo observados, então espero que eles fossem pensar que ela não era importante, deixando-a sair sem alguém para cuidar dela.

O que ela e todos os outros não sabiam era que havia alguém observando ela. Kit já tinha enviado um de seus garotos, Lift, para segui-la pelo caminho para Troy. O garoto era bom, e eu sabia que ela estaria segura.

"Elas sabem no que estão se metendo quando elas vêm aqui."

"Isso não é um olhar tipo 'cachorro chutado'. Esse olhar é mais parecido como um filhote de cachorro que você levou para casa brincou com ele, deu um nome, alimentou e, em seguida, o largou em uma ponte uma semana depois." Eu olho para ela, mas ela apenas me olha. Sugar era doce, suave e gentil, mas a garota era forte.

"É complicado." Eu murmuro enquanto empurro suavemente contra as costas de Harlyn.

Eu podia vê-la franzindo a testa para mim através do canto do meu olho. Ela estava me estudando. "Oh, Optimus. De novo não."

Paro de balançar quando Harlyn pula e corre para o trepa-trepa. Sigo atrás dela na esperança de evitar Sugar, mas ela me segue.

"Não faça isso."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "Eu não sei o que você está falando."

"A razão pela qual você nos trouxe aqui. Tem algo grande que vai acontecer não tem?" Ela puxa as mangas de sua camisa sobre suas mãos.

"Você sabe que eu não posso falar com você sobre isso. Mas sim, é muito grande." Eu posso ver as rodas em sua cabeça se movendo enquanto junta peça por peça de exatamente o que Estava acontecendo.

Sinto a mão no meu braço. "Não afaste ela."

Meu corpo fica tenso. "Eu estou fazendo o que tenho que fazer para proteger a minha família."

"E como foi essa experiência para você na última vez, Op?" O golpe foi baixo e ela sabe disso.

Rosno e viro para ela. "Você e Harlyn ainda estão vivas não é?"

Ela zomba e encontra meu olhar. "Sim, parabéns! Por causa do que você fez a nossa relação caiu em pedaços e você vê a sua filha uma vez por ano. Bom trabalho."

"Você nunca quis ser uma parte do clube de qualquer maneira." Eu acuso, apontando o dedo para ela. "Você é a única que queria sair, recusando-se a voltar para casa."

Ela parece magoada por um momento antes de afastar isso. "Você nos empurrou para fora e você nos levou tão longe, doeu. E depois de tudo o que aconteceu com o seu pai, eu era jovem, estava grávida e com medo," ela suspira, "não havia volta depois disso."

"Eu fiz o que tinha que fazer para proteger você e minha filha." Eu murmuro, observando enquanto a minha linda menina escala o quadro de escalada como uma profissional.

"Não." Ela sussurra. "Você cometeu um erro que feriu todos os três de nós."

Eu não conseguia olhar para ela. Mandá-la embora com a minha filha foi uma das decisões mais difíceis que eu já tive que fazer. Ela estava certa. Eu sabia que não teria dado certo entre mim e Sugar, mas eu poderia ter feito mais para lutar por elas, eu poderia ter mantido elas seguras e estado mais envolvido na vida de Harlyn.

Eu tinha cometido um erro.

"E agora você está prestes a fazer tudo de novo." Sugar diz quando olha para a nossa garota. "Só que dessa vez, ela não vai ter uma razão para mantê-lo na vida dela."

"Papai, me pega!" Fui para baixo do trepa-trepa logo que Harlyn se atira de cima para meus braços. A garota não tinha medo. Ela tinha absoluta confiança em mim. Ela sabia que eu iria pegá-la.

"Vamos. Vamos almoçar." Eu digo a ela quando tiro seus cabelos ondulados de seus olhos.

"Papai?"

"Sim, menina."

"Vamos ter um filhote de cachorro?"

Essa criança não perde nada. Eu precisava me lembrar disso.

Passei o dia com Harlyn até por volta de 15:00, quando ela caiu no sono no sofá do meu quarto enquanto estávamos assistindo a um filme.

Harlyn era inteligente.

Eu sabia que teria que ter cuidado com o que dissesse e fizesse perto dela porque ela pegava tudo, até mesmo o humor das pessoas ao seu redor.

Há uma batida forte na porta do meu quarto. Transfiro Harlyn então ela está agora deitada em todo o sofá, em vez de apoiada contra mim, e ando rapidamente para responder antes que comecem a bater novamente e acorda-la.

Ham está de pé lá, seu pé batendo. "Pres, precisamos de você lá fora agora."

Foi a primeira vez que eu o vi parecer nervoso, mesmo com todo o trote e besteiras que os rapazes tinham brincado com ele. "O que está acontecendo?"

"Dois enormes rapazes italianos em ternos estão esperando no portão para falar com você. Blizzard já está indo lá para fora."

Porra.

"Encontre Sugar, diga-lhe para ir para o meu quarto e esperar com Harlyn." Eu digo enquanto passo por ele e corro pelo corredor.

Eu estou curioso para ouvir o que esses caras têm a dizer. Eles não tinham chegado com arma em punho e isso para mim era suspeito para começar.

Blizz me encontra na porta e confiro se tenho a minha pistola enfiada na parte de trás da minha calça.

"Prospect!" Eu chamo para a sala atrás de mim. Neil aparece de trás do bar com garrafas debaixo dos seus braços e mãos, obviamente ajustando o estoque. "Reúna todas as garotas e diga-lhes para irem para seus quartos e ficar lá até que um membro do clube venha para pegá-las."

"Sim, Pres." Ele responde seguido pelo barulho das garrafas e passos pesados.

"Isso pode virar uma merda muito rapidamente" Blizzard diz enquanto nós caminhamos em direção aos portões da frente do clube.

"Honestamente, quanto mais poderia as coisas chegarem a este ponto?" Eu digo secamente.

"Porra de uma bala entre os olhos?"

"Você enviou uma mensagem para Kev?"

"Sim, ele está a caminho lá pra cima."

Havia alguns grandes edifícios industriais que eram vistos em torno das bordas do clube. Tínhamos sensores neles então nós saberíamos se alguém estava nos observando de lá, mas desde que o ponto de vista perfeito para os nossos homens, se nada parecido com isso vier a acontecer.

Eu atravesso a pequena abertura do portão.

Slider e Wrench ficam impassíveis do outro lado, olhando para os homens bem-vestidos que estão ao lado de um grande Mercedes. Nosso terceiro prospect ficou logo atrás deles, tentando imitar a posição deles, mas era bastante claro que suas mãos tremiam.

"O que posso fazer por você?" Eu pergunto bruscamente quando dou um passo na frente dos meus homens, Blizzard exatamente ao meu lado como sempre.

Um dos homens dá um passo adiante, mas não responde. Seus cabelos são escuros e penteado para trás e seus óculos escuros escondiam seus olhos. Ele olha para mim por um momento antes de estender a mão para a maçaneta da porta do carro. O homem que sai é tão clichê que se eu não soubesse como era mortal, eu quase iria rir. Ele tem uma camisa de gola alta preta debaixo de um terno cinza-escuro que foi perfeitamente vincado. A uma leve sombra negra de sua mandíbula ao redor de sua boca eram partículas de cinza que combinava com a cor de seus cabelos.

Ele toma uma profunda tragada do charuto que pendia entre os dedos antes de jogá-lo para meus pés enquanto exala. Eu observo o charuto saltar sobre o asfalto, o fumo logo alcançando o meu nariz e levando-me a fazer uma careta.

"Você é Optimus?" Seu sotaque italiano é grosso para notar onde me pergunto se ele realmente falava fluentemente Inglês.

Eu amplio minha posição ligeiramente e cruzo os braços sobre o peito. "Eu sou, e você é?"

Ele assente. "Anthony DePalma."

"O que posso fazer por você?"

Ele me lança um sorriso sombrio. "Eu estou procurando pelo meu filho, Kenneth DePalma."

Eu coço o queixo com a mão. "Desculpe, não conheço ninguém com o nome de Kenneth."

"Não há um cara que trabalha na loja de ferragens na cidade chamado Kenneth?" Blizzard oferece com um estalar de dedos.

O sorriso de Anthony não vacila. "Acredito que ele se juntou a seu clube, você pode conhecê-lo como Target." Continua ele, seus olhos se recusando a sequer reconhecer meu irmão, mas sim ficar colado em mim.

"Não é possível ajudá-lo. Target não esteve por perto por um tempo agora." Eu digo a ele com um encolher de ombros.

Seus olhos me examinam, eu não tinha certeza de que ele estava piscando, mas não desisti. Eu não estava com medo desse idiota.

Ele resmunga e puxa os punhos do seu paletó. "Bem, isso é uma vergonha."

"Se você diz. Eu não estou realmente muito decepcionado. Ele era uma espécie insuportável de qualquer maneira."

"Sim, ele me lembra um daqueles animais." Blizzard bate na cabeça como se estivesse lutando para se lembrar, "O que é chamado de novo?"

Eu olho diretamente nos olhos de Anthony DePalma. "Um rato."

"É isso aí!"

O sorriso cai de seu rosto instantaneamente e encontra um olhar duro. Esse homem estava acostumado a ter pessoas encolhidas em seus pés. Ele praticamente era dono da costa leste e parecia que estava procurando expandir, e os Brothers by Blood estavam no topo de sua lista de acertos.

A família DePalma tinham seus dedos em quase todo tipo de crime organizado que você poderia pensar. Drogas, armas, prostituição, assassinato – se isso era ilegal então eles estavam de alguma forma envolvidos. Eles tinham muita concorrência de outros, os Russos, os Irlandeses e outras gangues de rua, mas por alguma razão eles tinham escolhido vir atrás do meu clube. Se isso não fosse uma declaração de guerra, então eu não sabia o que era.

"Eu acredito que você entendeu mal. É uma pena para você que eu vou ter que considera o seu clube responsável pelo meu filho desaparecido."

"Talvez Kenneth tenha ficado enjoado de seu pai estar no rabo dele o tempo todo e decidiu que precisava de uma pausa."

"Você sabe quem eu sou?"

Eu não falo, mas ele sabe a resposta - claro, que eu sabia.

"Eu tenho um monte de recursos à minha disposição. Meu alcance é muito mais amplo do que a de seu clube."

"No entanto, você ainda escolheu vir atrás de nós, bem antes de seu precioso filho ter desaparecido."

Ele zomba de mim, sua compostura caindo. "Você feriu minha família, e de onde eu venho só há uma maneira de corrigir isso. Sangue por sangue." Ele ajeita o paletó, o rosto relaxado quando dá um passo para trás em direção ao seu carro. Seu pequeno servo rapidamente abre a porta para ele. "Eu vou estar em contato em breve. Você pode contar com isso."

Eu não falo, mas nós assistimos em silêncio enquanto o carro se afasta do meio-fio.

"Bem, isso foi esclarecedor." Wrench zomba.

"Ligue para Church." Eu peço bruscamente. "Precisamos de informação e um plano. Target deve ter deixado uma pista em algum lugar."

Meus homens rapidamente se dispersam e eu puxo o meu telefone do meu bolso de trás, disco um número e seguro-o no meu ouvido.

"E aí irmão?" Kit responde.

"Ela está aí?"

Ele ri. "Sim cara, ela está aqui. Ela e Harms não deixaram o quarto desde que ela chegou."

Eu suspiro aliviado e puxo meus cabelos em frustração. "Boa. Eu acabei de ter uma visita de Anthony DePalma."

"Alguma pista sobre o que está acontecendo?" Pergunta Kit, seu tom rapidamente se transformando para sério.

"Não, mas até que nós sabemos de algo, você a observa como um falcão." Eu digo a ele severamente.

"Eu vou, irmão."

Eu desligo. Tinha plena fé no meu irmão.

Kit e eu nos conhecíamos por um tempo muito longo e, embora nós viéssemos de fraternidades separadas, nós fomos basicamente criados juntos.

Eu sabia que ele faria o que fosse necessário ser feito a fim de manter Chelsea segura, mas até que ela estivesse de volta aqui comigo e nos meus braços, meus níveis de ansiedade estaria nas alturas.

Deus ajude qualquer um que tente se meter comigo.


Capítulo 12

 

Eu vou até os portões da frente do clube da fraternidade de Troy. Um prospect abaixa a cabeça na minha janela e me olha antes de apontar para o outro membro para abrir os portões.

Eu estou cansada e meus olhos estão inchados, mas eu tinha feito isso. Estacionando meu carro ao lado do grande edifício, sento nele por alguns minutos, necessitando de tempo para ajudar-me a voltar ao normal novamente. Eu tinha conduzido até aqui no piloto automático, o meu navegador me dizendo para onde ir. Foi uma viagem lenta, mas eu não estava com pressa. Salto quando a minha porta se abre, eu agarro meu coração.

"Ei linda." A voz alegre me cumprimenta. Eu abaixo minha cabeça e olho por cima, a luz brilhante do sol ardendo meus olhos antes de finalmente focar na figura. Ele está olhando para mim com um sorriso estampado em seu rosto.

"Oi."

Ele estende a mão para mim e a pego, meu corpo realmente grato por algum apoio enquanto saio do meu carro. Consigo um olhar melhor para ele agora que o brilho do sol não está mais sombreando seu rosto. Eu o reconheço de quando os homens de Troy visitaram o norte, mas meu cérebro luta para colocar um nome ao rosto.

"Obrigada." Eu digo com um sorriso suave.

"Chelsea, não é?" Ele confirma, ainda segurando minha mão na sua.

Eu balanço a cabeça. "Sim, hum..."

"Mix."

"Desculpe Mix. Meu cérebro está um pouco lento no momento."

Ele apenas sorri antes de caminhar em volta do carro e puxar minhas malas do porta-malas. "Vamos, Harmony está esperando por você."

Eu estava animada para ver minha amiga. Tinha sido estranho vê-la todos os dias e depois não vê-la mais.

"Eu achei que ela faria parte do comitê de boas-vindas." Eu digo enquanto o sigo em direção ao enorme edifício de estilo industrial.

Ele ri. "Ela faria, mas Kit não iria deixá-la faltar sua aula."

Eu faço uma careta. "Aula?"

Ele apenas ri não me dizendo qualquer outra coisa enquanto deixa cair as minhas malas na frente das portas e em vez de me levar para dentro, faz um gesto para eu segui-lo ao redor do prédio.

Nós atravessamos uma porta de correr, onde os homens se apressam em torno dos carros. Seus macacões estão sujos com graxa e entre os sons de instrumentos barulhentos havia música alta tocando. A placa acima das portas dizia Auto Shop do Oz.

Mix para em duas portas duplas um pouco mais abaixo do edifício e as abre, apontando a mão para eu entrar em sua frente. Olho para ele com ceticismo, mas entro na sala.

"Agora me bata!" Uma voz masculina solicita.

"Não. E se machucar você?"

"Você não vai me machucar, garota bonita."

Meus olhos levam um momento para se adaptarem à mudança de luz, mas eu logo percebo duas figuras em pé no meio de um ringue de boxe improvisado. A sala não é grande, mas tem tetos muito altos, juntamente com vários sacos de boxe, esteiras e pesos espalhados ao redor.

"Se eu lhe der um olho roxo, eu vou ter que olhar para isso por dias." Harmony geme quando fica frente a frente com Kit no meio do ringue.

Eu sorrio.

"Vamos, Harm. Você é a única que queria aprender essa merda de autodefesa."

Eu coloco minhas mãos em volta da minha boca. "Vamos! Acerte-o!"

A cabeça de Harmony vira abruptamente para mim, um sorriso se espalha em seu rosto. Ela começa a caminhar em minha direção, mas Kit agarra-a pela cintura. "Nós ainda não terminamos."

Harmony rapidamente levanta o braço e acerta seu cotovelo na barriga de Kit. Ele a solta, curvando-se e gemendo de dor. Mix e eu começamos a rir enquanto Harmony desce do ringue, sorrindo triunfante. Ela corre para mim, jogando os braços em volta do meu pescoço. Nós dois rimos enquanto nos abraçamos, balançando para frente e para trás.

"É tão bom ver você." Harmony murmura em meu ouvido.

"Claro que sim." Eu digo a ela, não sendo capaz de tirar o sorriso de meu rosto.

Ela se afasta, segurando as mãos nos meus ombros e seu rosto refletindo o meu.

"Eu teria convidado você, mais cedo se soubesse que isso seria necessário para ela finalmente me bater." Diz Kit quando se aproxima de nós, ainda segurando seu estômago, mas com um sorriso lindo no rosto.

"Se eu soubesse disso, eu teria chegado mais cedo também." Eu respondo.

Ele ri, envolvendo seu outro braço em volta do meu ombro e me dando um aperto. "É bom te ver."

Harmony agarra minha mão e me puxa para longe, arrastando-me pelas portas. "Nós temos que colocar a conversa em dia. Nós vamos nos juntar a vocês mais tarde." ela fala por cima do ombro enquanto saímos.

Noto que minhas malas foram levadas de onde Mix as tinha deixado, mas Harmony não para. Ela me puxa através das portas que eu assumo ser o clube dos irmãos. Eu tenho uma visão rápida de um bar e algumas mesas de bilhar antes de subirmos uma escadaria para a esquerda.

Ela finalmente desacelera quando chegamos ao próximo andar, as portas tinham nomes em cada uma delas, algumas com classificações oficiais, e outras não. O quarto no final era marcado Presidente e Harmony empurra as portas, batendo-as fechadas atrás de nós e trancando rapidamente.

O quarto é grande, muito maior do que os quartos que os irmãos tinham em Atenas, mesmo Optimus. Tinha espaço para uma área de sofá e televisão, bem como uma mesa de tamanho razoável, uma cama king size e um pequeno banheiro ao lado.

"Uau, isso é incrível." Digo, vagando quando Harmony entra no banheiro.

"Sim, é muito grande, né?" Harmony fala. Ela sai um momento depois, suas roupas de treino trocadas por um apertado jeans e camisa rosa.

Harmony se senta no sofá e pega sua guitarra. "Então, como você está se sentindo?" Ela toca as cordas suavemente mesmo quando está olhando para mim. Eu estou acostumada com isso agora. Para ela, é uma coisa inconsciente. Harmony se sentia mais confortável quando tinha sua guitarra em suas mãos. Era apenas parte de quem ela era como uma extensão do seu corpo.

Eu suspiro, sentando-me ao seu lado e deixando minha cabeça cair para trás contra o encosto do sofá. "Eu não sei."

"Você falou com ele?"

Eu me encolho. "Mais ou menos."

Ela revira os olhos. "Você pirou, não é?"

"Talvez."

Ela balança a cabeça e eu sei que a merda está prestes a ficar séria quando coloca sua guitarra de volta em seu estande e se vira para mim totalmente. "Chelsea, Optimus se preocupa com você." Eu abro minha boca para falar, mas ela me corta com a mão. "Não. Ouça. Ele a está mantendo afastada, e eu entendo, isso é frustrante. Mas você não pensa em seu coração que por ele vale a pena lutar?"

Olho para as minhas mãos. "Eu não sei. E se eu lutar e, no final, ele ainda se virar e dizer que não quer que eu seja sua?"

"Mas e se você for embora sem saber? Você está disposta a passar o resto de sua vida se perguntando o que poderia ter acontecido?"

Eu levanto do sofá e começo a andar. "Estou com medo, Harm. Estou com medo de me jogar e receber nada de volta. Estou com medo de que ele tenha o poder de me destruir. E isso não é algo que eu já dei a qualquer pessoa."

Ela assente em entendimento, os olhos à deriva para a mesa de cabeceira, onde havia uma foto dela e Kit apoiada. "Chel, não seria amor, se ele não tivesse o poder de fazer com que o mundo inteiro venha para um fim completo. Mas às vezes vale a pena o risco."

Ficamos em silêncio por um longo tempo.

Talvez ela estivesse certa.

Talvez fosse hora de dizer a Optimus o que eu realmente queria e para de deixa-lo ditar minhas emoções com sua merda de ida e volta.

Eu estava pronta para jogar tudo na mesa e arriscar meu coração a ser rasgado em pedaços?

Eu não tinha certeza. Mas o que eu sabia era a dor que Estava me drenando e eventualmente alguma coisa ia ter para ceder. Eu só esperava que, quando isso acontecesse, eu seria capaz de me levantar e seguir em frente, porque eu tinha passado por muita dor em minha vida para deixar isso me parar agora.


Capítulo 13

 

"Tudo bem, onde nós estamos?" Eu pergunto quando bato meu martelo de madeira contra a mesa da igreja.

Todos os meus irmãos estão presentes exceto os prospects que não são autorizados a se unir à igreja até que eles ganham seus emblemas.

Wrench desliza uma pasta sobre a mesa quando começa a falar. "Anthony DePalma, cinquenta e oito anos, assumiu os negócios da família quando seu pai faleceu cerca de dez anos atrás. Dois irmãos, um mais velho, um mais novo... "

"Espere" Kev interrompe. Kev tinha sido um policial, ele conhecia os prós e os contras do crime organizado. Ele se juntou a policia quando jovem, pensando que seria uma unidade forte que poderia confiar, mas optou por sair devido à quantidade de corrupção que viu. Ele encontrou o que precisava com a gente, e enquanto isso tinha tomado um pouco mais de tempo para ser aceito nas classes, nós não julgamos seu passado. Ele tinha feito mais do que suficiente para nos provar ao longo dos últimos oito anos ou mais que ele era leal para uma falha. "A máfia é como a família real, a coroa é sempre passada para o filho mais velho. Como ele acabou com isso?"

Wrench dá de ombros, folheando algumas páginas e visualizando o papel. "Marco, o irmão mais velho ainda está envolvido no negócio da família."

"Estranho." Kev murmura com uma careta.

"Você acha que isso é importante?" Pergunto, inclinando-me para trás na cadeira.

Ele coça o rosto com a mão, tomando um momento para pensar sobre isso. "Eu lidei com os italianos antes, não o DePalma, mas não há uma escassez de famílias do crime da Sicília lá fora. O primogênito é sempre o único a ter o trono quando o pai morre. Se não houver um macho na família, nesse momento, é passado para o próximo irmão mais velho, ou sobrinho."

"Você já ouviu isso antes?" Questiono.

"Sim, o irmão mais velho caiu em desgraça da família. Ele era um viciado em álcool e drogas. Ele não poderia ser confiável para administrar o negócio da família, por isso ele foi expulso. Não voltando depois disso. Estou curioso para saber por que este irmão não está no comando, mas ainda é mantido dentro da família."

Eu balanço a cabeça, também estou muito curioso sobre isso. Talvez DePalma tivesse uma fraqueza em suas graduações que poderíamos usar.

"Wrench, quando nós terminarmos leve Kev com você para fazer mais algumas pesquisas. Eu quero saber se há algo que podemos usar."

Os meninos assentem e Wrench continua a explicar o que tinha, dando-nos uma pequena aula de história da máfia italiana, enquanto estava com isso.

"Ele disse que tinha machucado a família, mas eles foram os únicos a enviar Target em primeiro lugar. Tem que haver mais aí?"

"Muito possivelmente, mas eu estou lutando para ver o que." Meu cérebro está girando tão rápido, tentando descobrir todos esses enigmas estúpidos. "Nós esvaziamos seu quarto. Tinha alguma coisa lá?"

Blizzard sacode a cabeça. "Nós não encontramos nada excessivamente suspeito. Mas não passamos exatamente com um pente fino."

"Faça."

Ele assente.

"Eu quero segurança extra nas portas, três guardas em todos os momentos, um membro sempre." Eu vejo alguns dos meus homens enrugarem seus rostos, mas não discutem. Normalmente, proteger o portão era um trabalho dos prospects, porque vamos encarar isso, não era tão difícil. Mas eu não confiava em um prospect para deixar naquilo que eles não sabiam exatamente porque eles sabiam as coisas certas para dizer.

"Temos outros assuntos para discutir?" Eu olho para os meus homens. Essa igreja tinha sido chamada especialmente então deixaríamos as discussões de negócios normais para o nosso tempo regular da igreja.

Camo levanta a mão. Camo tinha se juntado ao clube recém-saído do exército. Ele foi dispensado devido a estilhaços em tantas partes de seu corpo que tinha perdido a conta após a sua tripulação ter sido atingida por uma bomba de beira de estrada. Como a maioria dos homens do exército, ele desejava a fraternidade que o clube ofereceu. Ele nunca foi encontrado em outra coisa senão calças do exército e poderia integrar em qualquer área ou situação.

Dei-lhe um aceno rápido.

"As meninas do clube estão caindo como malditas moscas. Alguma chance de podermos obter um pouco mais por aqui?"

Reviro os olhos, mas vejo alguns outros membros acenar em acordo.

"Quando as coisas se acalmarem um pouco, vamos abrir as noites de sexta-feira para as meninas da cidade e acompanhantes. Pode haver algum interesse."

"E sobre aquele pedaço quente amiga de Chelsea saída da faculdade?" Ele sorri.

"Deixe Rose em paz seu maldito." Blizzard rosna de seu assento ao meu lado, olhando para Camo sobre a mesa.

Camo ergue as mãos com a explosão de Blizzard e eu não posso evitar, de sorrir.

"Liberados."

Meus irmãos saem todos, mas Blizzard ainda fica olhando para o outro homem, mesmo quando as portas fecham-se.

"Você tem uma coisa por ela?" Pergunto.

"Ela não é uma das prostitutas do clube." Diz ele, evitando o meu olhar.

Eu rio. "Isso não foi o que perguntei."

Ele vira-se em seu assento e olha para mim. "Não sei. Ela não quer ter nada comigo ou com o clube de qualquer maneira. Ela deixou isso bem claro."

"E quando ela fez isso bem claro?" Pergunto, divertindo-me com o rumo dos acontecimentos.

"Quando tentei convidar-me para seu apartamento na outra noite, e ela me disse que não." Ele murmura.

Eu rio. Blizzard era um homem das senhoras. Um grande homem das senhoras. Ele era tranquilo, engraçado e encantador. O fato de que tinha sido rejeitado foi um choque maciço para o seu sistema. Mas eu sabia que ele não iria deixá-lo de lado. Como todo homem de sangue quente, nós queríamos tudo o que não poderíamos ter.

"Talvez ela esteja apenas jogando duro para conseguir. Como você disse a menina não é uma das prostitutas do clube."

Ele faz uma careta ao ouvir a palavra 'prostituta.' "Não, é mais do que isso. Quando eu a puxei para fora daquele clube, você devia ter visto o jeito que ela olhou para a minha moto e meu colete. Não era medo, mas havia algo ali que transformou-a."

"Há um monte de pessoas ao redor que não gostam de motoqueiros. Nossa reputação nos precede."

Ele olha para a grande mesa, o logotipo do clube desenhado no meio. "Talvez."

"Chelsea terá suas bolas se você mexer com ela."

Eu pego o brilho insolente em seu olhar antes mesmo que ele fale: "Por que ela precisaria das minhas quando ela tem seus bolsos cheios com as suas?"

"Foda-se," Rosno, chegando a bater nele, mas ele se esquiva, saltando para fora do assento com seu sorriso habitual agora firmemente de volta no lugar. "Vá buscar-me algumas respostas, idiota."

Ele me dá uma saudação antes de se dirigir para a porta. Indo para o meu quarto não muito tempo depois, dou ordens para um prospect correr e dizer que as meninas podiam sair. Abro a porta só para encontrar Suga e Harlyn enfiadas em minha cama, lendo uma história.

Harlyn vê meu movimento em primeiro lugar. "Papai!" Ela chama, desembaraçando-se dos braços de sua mãe, saltando para fora da cama e correndo os poucos passos para mim.

Eu a pego com facilidade, descansando-a no meu quadril, sinto falta dessa garota como um louco. Mata-me que ela esteja tão longe e minhas visitas sejam tão poucas. Ela é minha filha e eu tinha perdido seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seu primeiro corte de cabelo, sua primeira visita ao Papai Noel. Eu queria vê-la crescer e ser uma influência positiva em sua vida, e não o pai ruim que envia dinheiro e presentes na esperança de que seja suficiente por minha ausência.

Sugar está certa. Mandá-las embora tinha sido um erro - um que eu sempre me arrependo.

Mas as coisas seriam diferentes agora.

Eu não faria o mesmo erro outra vez, e quando isso tudo tiver terminado, Sugar e eu íamos sentar e ter uma conversa muito séria sobre o futuro. Nós não podemos ter um futuro juntos, eu acho que nós dois percebemos isso há muito tempo, mas o meu futuro com Harlyn ia ser forte.

Disso, eu tinha certeza.


Capítulo 14

 

"Você quer outra bebida?!" Harmony pergunta sobre a música.

Eu balanço a cabeça em afirmação antes de beber o restante em meu copo. Nós tínhamos decidido por uma noite fora. Primeiro nós tínhamos chamado isso de noite das garotas, mas isso tinha mudado rapidamente e Kit protestou contra deixar-nos sair sozinhas. Foi assim que terminamos na Glow, o clube de strip da fraternidade de Troy na cidade local.

Esse foi o acordo que tinha sido dado. Não é realmente um acordo por parte dos homens, mas nós aceitamos o que poderíamos conseguir.

Missy, a mulher que comandava o clube, era uma piada. Ela se juntou a nós, logo que entramos. Eu tinha a sensação de que ela tinha um motivo para se juntar a nós, porém, ela e Tally, VP de Kit estiveram se olhando a cada dois minutos desde que entramos.

Com algumas vodcas em meu sistema, eu a cutuco. Ela se vira para mim com o sorriso mais bonito. Missy era impressionante. Usava apenas a quantidade certa de maquiagem para acentuar suas feições sem se parecer com uma prostituta, e seu corpo era estilo ampulheta – cintura fina, bunda grande.

"Tem algo acontecendo entre você e Tally?" Eu pergunto maliciosamente com um levantar das minhas sobrancelhas.

Eu pego o rubor em seu rosto antes que ela tivesse tempo de virar o rosto e balançar a cabeça. "Por que você diria isso?"

Olho e pego ele olhando para ela pela centésima vez nas últimas horas. "Porque aquele garoto tem estado de olho em você desde que teve você a vista."

Ela escova os cabelos para trás de seu rosto e ri suavemente, mas não responde.

Eu suspiro dramaticamente. "Vamos... Eu preciso de um pouco de emoção. Vocês dois estão fazendo isso ou o quê?"

Assim que eu termino, percebo que a sala se tornou tranquila quando o DJ anuncia a próxima garota no palco. Todos na mesa olham para mim com rostos divertidos. Mesmo Missy ri com a situação estranha e Tally sorri para mim do outro lado da mesa, dando-me uma piscadela tortuosa que só me deixa mais frustrada em não sabia a resposta à minha pergunta.

Eu me pergunto por que Harmony Estava demorando tanto com a minha bebida, então vou em busca dela. Encontro-a no bar com Kit tentando arrastá-la para longe, apontando para o corredor que levava aos quartos privados. Ela está rindo e se afastando, mas eu posso ver que ele está quebrando suas defesas. Eu vou até lá e jogo meus braços ao redor de seus ombros, mostrando minha língua para Kit como uma criança mimada.

"Ela é minha Essa noite, amigo!" Eu sorrio. "Leve o seu... ding-dong1, e use sua mão se você está desesperado."

Harmony e Kit riem, mas ele solta sua mão. "É chamado de pênis, Chelsea. P-ê-n-i-s, pênis!" Ele provoca, sabendo que a palavra me fez estremecer. Eu não sei por que ele faz, era apenas uma daquelas palavras que eu não gostava. Tipo como algumas pessoas odeiam a palavra, úmido, ou latejante.

Eu enrugo meu nariz, apenas para fazê-los rir ainda mais. Agarrando minha bebida do bar, eu puxo a mão de Harmony. "Tanto faz! Ela é minha."

Harmony lhe dá um rápido beijo no rosto quando eu a puxo. Aqueles dois tinham uma conexão intensa, mesmo apenas conhecendo um ao outro por um tempo curto. Por mais que Harmony tinha lutado contra ele, eu admirava a persistência de Kit. Ele sabia que o queria e não estava prestes a desistir dela por nada.

Eu penso sobre Optimus. Ele não era assim comigo. Claro que ele me perseguiu e tinha-me em sua cama mais vezes do que as outras garotas, mas eu estava começando a pensar que era mais fora da conveniência e prazer do que qualquer outra coisa. Nós dois sabemos que a química que tínhamos juntos era explosiva - algo que eu, pessoalmente, nunca experimentei com ninguém exceto ele. Mas ele nunca lutou por mim como Kit lutou por Harmony.

Ela me cutuca quando nós nos sentamos de volta na grande mesa que nos reunimos. "Você está bem?" Ela obviamente percebe a rápida mudança no meu humor, mas eu não estava prestes a deixar Optimus destruir uma noite com minha melhor amiga. Eu Estampo um sorriso e me inclino para ela. "Missy e Tally estão juntos?"

Ela me olha por um segundo, eu tenho certeza que estava curiosa para saber o que estava acontecendo na minha cabeça. Mas uma das coisas que eu amava sobre Harmony era que ela não se intrometia. Ela sabia que eu viria para ela quando precisasse dela e estava bem com isso. Entendia que era apenas quem eu era. E ela aceitou.

Seus olhos se movem, olhando para Missy e Tally, que tinham de modo suspeito aproximado um do outro e estavam sentados muito perto tendo uma conversa tranquila.

"Eu não sei. Você acha? Tally realmente não toca nas meninas no clube. Quero dizer, ele gosta de flertar, mas eu nunca o vi realmente fazer alguma coisa. Você acha que é por isso?"

Missy olha em nossa direção e nos vê olhando. Ela rapidamente se senta ereta, arrastando seu corpo um pouco para longe de Tally, que franze a testa quando ela faz.

Definitivamente uma história aí.

"Harmony! Vem dançar com a gente." Eu ouço alguém chamar atrás de nós.

Reconheço a garota como uma das strippers que eu tinha visto no palco no início da noite. Harmony tinha me dito na noite anterior que ela se tornou próxima de algumas garotas que trabalham no Glow.

Ela explicou que as garotas do clube que viviam na fraternidade de Troy eram diferentes das meninas que tínhamos em casa. Elas eram sorrateiras e desonestas, o tipo de esfaquear você em seu sono se elas quisessem seu homem. Desde que ela tinha estado aqui em Troy, tinha tido mais de um desentendimento com prostitutas do clube, mas eles tinham terminado muito rapidamente quando Kit as expulsou. Harmony era uma Old Lady e não apenas qualquer Old Lady, ela pertencia ao Presidente do clube. Não havia nenhuma maneira de Kit deixar alguma garota enlouquecida do clube escapar tratando sua mulher como uma porcaria.

Se você não pode mostrar respeito pelo clube, você não merecia a ajuda deles ou proteção - fim da história.

Enquanto tínhamos garotas em casa que poderiam ser um pouco loucas e possessivas pelos rapazes, a maioria de nós parecia Estar se entendendo muito bem. A atração pelos homens nos clubes não poderia ser evitada na verdade. Enquanto eles eram fora da lei, e todos nós sabíamos que eles tinham negócios que eram mantidos no escuro, os homens também eram, em sua maior parte, sinceros e cuidavam de nós. Nós respeitávamos suas regras e eles nos tratavam como seres humanos.

Infelizmente, algumas mulheres eram apenas cadelas - isso era a vida.

"Hoje não, querida. Minha amiga está aqui." Diz ela apontando para mim. A garota me dá um grande sorriso, parece doce.

"Ela pode se juntar a nós. Quanto mais, melhor!" Ela diz, radiante.

"Chelsea não dança." Explica Harmony, rindo. Dou de ombros. Eu não me importo que as pessoas saibam que eu não sabia dançar. Era um fato. Eu só não tinha ritmo quando se tratava de música e eu não era confiante sobre como mover meu corpo e fazer isso parecer bom.

"O que quer dizer com ela não dança?" Missy salta, claramente chocada.

"Eu não posso. Este corpo incrível não sabe se mover."

Missy franze a testa. "Eu pensei ter ouvido que era uma maratonista?"

Eu balanço a cabeça. "E sou."

"E você gosta de sexo não é verdade."

Reviro os olhos. "Duh."

Missy empurra a cadeira para trás e dá a volta na mesa. "Se você corre, então você sabe ritmos e movimentos. Você só tem que aprender querida." Ela estende a mão para mim. "Venha, eu vou te ensinar."

Eu balanço minha cabeça. "Confie em mim, muitos já tentaram."

"Vamos, Chel. Por favor!" Harmony me dá um olhar implorando por isso que me fez rir, mas logo toda a mesa está aplaudindo, me dizendo para ir dançar.

Suspiro. "Bem! Mas ninguém está autorizado a rir."

Pego a mão de Missy e ela sorri triunfante. "Querida, eu prometo, se esses bastardos rirem, eu vou bani-los do Glow por um mês."

A mesa geme em uníssono.

"Você pode fazer isso? Glow não pertence ao clube?" Pergunto ceticamente enquanto ela me puxa para o palco agora vazio que estava mais próximo de onde estávamos sentadas.

Ela sorri. "Eles podem possuí-lo, mas este lugar é meu. E sem mim, eles não teriam qualquer garota para fazer strip."

Uma música lenta começa enquanto subíamos os degraus e instantaneamente eu vejo quando Harmony e a stripper, Honey, começam a balançar com o som. Harmony está impressionante, seus longos cabelos loiros caindo pelas costas e balançando para frente e para trás.

Eu sabia que quando nós terminássemos não havia nenhuma maneira no inferno que eu ia ser capaz de impedir Kit de arrastá-la para algum quarto e ter seu caminho com ela. Mas eu não me importava. Minha melhor amiga era feliz, e isso era tudo que me importava.

"Ok, eu quero que você pense sobre correr." Missy diz quando fica em minha frente.

"Confie em mim, isso é tudo que eu estou pensando agora." Eu murmuro.

Ela revira os olhos, mas moveu-se para frente e agarra meus quadris. "Feche os olhos." Eu suspiro, mas faço o que ela pede. "Ok, então em primeiro lugar você vai começar devagar, como uma caminhada. Mas em vez de seus pés, eu quero que você ponha este movimento em seus quadris."

Ela empurra meus quadris e os movimenta de um lado para outro, pensando na minha cabeça sobre a batida que eu iria caminhar enquanto eu estava aquecendo.

"Em vez de simplesmente jogá-los de um lado para outro, eu quero que você gire seus quadris um pouco, e use sua cintura também. Dançar não é apenas nos quadris, está em todo o seu corpo."

Tento ouvir e fazer o que ela me diz, tentando manter meus movimentos em algum tipo de tempo com os toques graves da música, tanto como eu faria quando eu estava correndo. Eu frequentemente uso o toque do baixo de uma canção para manter um ritmo constante com os meus pés, isso me ajuda a correr mais e mais rápido.

"Ótimo" Ela exclama. "Agora acelere um pouco, você está ficando um pouco mais rápida."

Nós praticamos por um tempo antes da música mudar e Missy começa a falar comigo sobre como usar meus braços.

"É como ter relações sexuais com você mesma." Explica ela provocando risadas em Harmony, Honey e em mim. "Você vai mover suas mãos sobre seu corpo como que imaginando seu homem fazendo."

Eu suspiro, mas respiro fundo. Eu tinha ido tão longe já, por que não imaginar que estava fazendo sexo comigo mesma em um palco cheio de pessoas. Não era como se estivesse envergonhada com isso, não era como se eu não tivesse tido relações sexuais na frente das pessoas antes.

Meus quadris balançam de um lado para outro enquanto eu lentamente movo minhas mãos sobre eles subindo para minha cintura. Eu envolvo meus seios apenas rapidamente, correndo os dedos em torno deles levemente como uma pena antes de continuar a levantar as mãos para o ar. Um braço fica levantado e o outro desce, fazendo cócegas sobre a pele quando vem para baixo ao redor do meu rosto.

"Abra seus olhos, Chelsea." Eu ouço Missy dizer animadamente.

Meus olhos se abrem e estou olhando para a parte de trás do palco, mas o que eu vejo sou eu mesma. Meu corpo flui e se move com a música, que era lenta e não havia uma enorme quantidade de movimento, mas o que eu via era sexy e sensual. Engulo em seco, mas não paro, desfrutando por assistir a oscilação do meu corpo e balanço enquanto minhas mãos o percorriam apenas como amantes.

É fascinante.

Eu estou dançando.

A canção para muito cedo. Meu corpo hesita com isso. Mas então veio o estrondo de aplausos e assobios das pessoas atrás de mim. Harmony joga os braços em minha volta e aperta antes de recuar. Seu rosto parece estar prestes a dividir, ela está com um sorriso acentuado.

"Isso foi incrível. Você estava dançando."

Eu não pude deixar de rir.

Eu estava dançando.

Olho para Missy, que está ao lado do palco com um sorriso no rosto. A mulher era boa. Muito mais que boa, ela era incrível. Os gritos continuam e eu me viro na direção deles e dou uma pequena reverência - não tão confortável com minha roupa curta.

Harmony engancha seu braço no meu e nós caminhamos para fora do palco. "Sorte que eu disse a todos os meninos que tinham que manter suas mãos longe de você. Caso contrário, você estaria sendo atacada no momento."

Eu rio, um pouco aliviada. Infelizmente, só há um homem que eu queria que me atacasse, e ele Estava em casa.

"Outra bebida?" Harmony diz radiante.

Eu engulo com força e assenti. "Claro que sim, outra bebida."


Capítulo 15

 

Eu solto um gemido quando rolo na cama. Minha cabeça lateja e há uma trilha de baba deslizando de minha boca e descendo pelo meu rosto. Limpo-a com a palma da mão.

Porra, eu estava sexy.

Mesmo que minha cabeça esteja doendo e eu me sentindo um pouco como se estivesse doente, eu sabia que não estava no meu próprio quarto instantaneamente. A cama parecia que estava dormindo em uma pedra e os lençóis cheiravam a lençóis guardados em um armário da minha avó ao lado da naftalina por cerca de dez anos. Apenas aquele cheiro era suficiente para me fazer vomitar.

Felizmente havia um copo de água e uma aspirina ao lado da cama, como de costume. Agradeço silenciosamente a minha embriaguez enquanto eu jogo dois comprimidos na minha boca e bebo a água, forçando-a pela minha garganta. Eu sou uma daquelas pessoas que tem ressacas apenas pelo cheiro de álcool. Eu não sei o que acontece comigo, mas tinha sido sempre o mesmo. Você pensaria que isso me impediria de beber, mas eu tinha aprendido a deixar o que eu precisava ao lado da cama na noite anterior.

Em meu cérebro, parecia lógico.

O quarto que eu estava era pequeno, mas era privado. Harmony tinha conseguido me arranjar um quarto com um pequeno banheiro e chuveiro. No começo me perguntei qual irmão eu tinha expulsado por algumas noites enquanto estava lá porque, vamos concordar, eu sabia que não era o quarto de uma garota do clube. Mas enquanto entrava no chuveiro fiquei grata por não ter que me arrastar para fora e ver as pessoas enquanto sairia em busca dos banheiros comuns.

Assim que o jato quente bate no meu corpo nu deixo escapar um suspiro. Era bom, calmante. Eu tomo meu tempo me ensaboando e lavando os cabelos.

Optimus tinha me dado três dias para ter uma pausa e me colocar em ordem, mas eu já estou me sentindo um pouco nostálgica. Era uma sensação estranha, que nunca tinha sentido antes. Crescendo eu tinha mudado de lar adotivo para lar adotivo – a necessidade de fugir era tão forte. Sentia-me como se alguém estivesse me perseguindo e eu tinha que me manter em movimento, a fim de sobreviver. Mas não havia ninguém me perseguindo. Não havia fantasmas do meu passado voltando para me assombrar.

Um dos lares que eu fugi não tinha sido horrível. Um casal, em algum momento, até tive vontade de ficar e que eu poderia ser feliz lá. Mas não demorou muito ante que eu não conseguisse lutar contra o desejo por mais tempo, as palavras de minha mãe fazia eco mais e mais em minha cabeça.

Corre.

Continue correndo.

Não pare de correr.

O clube foi o único lugar que fiquei por mais de um ano. No começo eu pensei que fosse por Harmony. Tínhamos feito amizade imediatamente e éramos inseparáveis desde então. Mas eu tive amigos antes e eu tinha os deixados sem sequer olhar para trás.

Eu sabia que era por causa de Optimus.

Ele tinha enchido um vazio que nunca percebi que tinha. Claro, eu tinha tido namorados quando jovem, comecei a ter relações sexuais mais cedo do que deveria. Mas havia um ar sobre Op que apenas me atraiu para ele. Talvez tenha sido a sua força ou sua personalidade autoritária. Talvez fosse porque me deu algo que eu não tinha desde que era pequena – uma família. Eu não tinha certeza.

O chuveiro, finalmente, começa a ficar frio, então eu desligo e saio. Após me secar e vestir estava quase pronta para ir procurar por Harmony, e ver se poderíamos encontrar algum alimento extremamente gorduroso que iria satisfazer o meu estômago revirado, mas antes que eu pudesse sair, houve uma batida na porta.

Levanto-me e destranco esperando encontrar minha melhor amiga por trás dela, mas ao invés disso eu encontro sua outra metade.

Kit me dá um sorriso lindo. "Bom dia. Como está a cabeça?"

Dou um passo para trás, deixando-o entrar. "Está doendo um pouco. Eu estava prestes a encontrar Harmony para ver se ela queria vir comer alguma coisa comigo."

"Sim, ela teve que sair. Está fazendo aulas de guitarra e um de seus alunos ligou essa manhã dizendo que não poderia fazer a aula de manhã assim eles poderiam trocar hoje." Explica.

"Oh, tudo bem." Eu digo um pouco decepcionada.

"Sim. Você a conhece. Se a música está envolvida, é sempre urgente." Ele sorri.

Eu balanço a cabeça em entendimento. Harmony era dedicada. Amava a música e qualquer coisa a ver com isso. Às vezes eu me perguntava se isso vinha primeiro em sua vida antes de Kit.

"Eu gostaria de ter uma conversa com você, então, que tal levá-la para tomar café da manhã?"

Eu levanto uma sobrancelha. "Você sabe a diferença entre uma conversa e uma palestra?"

Ele sorri enquanto se dirige para a porta. "Vamos, eu vou pagar."

Eu suspiro, não sei aonde essa pequena conversa vai. Mas eu sabia que Kit se preocupa com Optimus e eu. Pegamos seu carro para ir à cidade e eu o ouço queixar-se em voz baixa enquanto subimos, mas ambos sabíamos que a parte traseira de sua moto agora estava reservada para sua Old Lady. Nós encontramos um pequeno restaurante agradável que segundo ele servia surpreendentes cafés da manhã e pegamos uma cabine no canto da sala. A garçonete olha Kit descaradamente enquanto fazemos nossos pedidos, algo que eu estava acostumada indo aos lugares com os irmãos, mas que ainda me incomodava. Eu olho para ela enquanto se afasta com um movimento intencional de seus cabelos e balançando seus quadris. Quando eu olho para Kit, ele apenas sorri.

"Você precisa de alguma prostituta no clube? Deveria convidá-la, ela parece disposta." Eu brinco.

"Sim, como se eu precisasse de mais problemas no clube do que há no momento. Honestamente, vocês mulheres... "

"Eu te desafio a terminar a frase."

Ele ri, mas mantém a boca fechada. Quando a comida chega, eu sinto o cheiro, sabendo que me sentiria melhor assim que estivesse em meu estômago. "Então, diga-me." Eu digo a ele antes de encher a boca com o lanche.

Ele coloca a faca e o garfo na mesa. "Op está preocupado com você."

Eu zombo. Uma coisa muito inadequada de fazer, especialmente com a boca cheia de comida.

"Ouça Chelsea. Essa vida que temos, pode ser muito perigosa, você sabe disso." Explica ele, inclinando-se para trás na cadeira. "Eu conheço um monte de irmãos que optam por ficar sozinho e afastar-se de qualquer um que eles poderiam se preocupar, porque estão com medo deles se machucarem. É uma das razões que temos garotas do clube. Os homens tem o que necessitam sem a conexão. Bem, é assim que geralmente funciona."

"Você não tem que explicar isso para mim, Kit. Eu vivo isso, lembra?" Eu digo a ele, empurrando um pouco de comida em torno do meu prato com o garfo.

"Não, você é diferente. Optimus se preocupa com você, e me mataria se me ouvisse dizer isso, mas isso o assusta muito."

Eu faço uma careta. "É difícil de acreditar quando às vezes está me puxando e outra quando está me afastando. É como se eu estivesse em alguma louca montanha-russa, mas estou com muito medo de sair porque nunca posso ser capaz de sentir essa mesma emoção em qualquer outro lugar."

Ele olha para mim com simpatia. "Optimus é um homem difícil de entender também. Mas não foi sempre assim. Seus pais eram ótimos. Costumávamos reunir a família todos os meses. Op e eu éramos as únicas crianças, assim tê-lo por perto era como ter um irmão." Ele suspira e olha para a mesa. "Sua mãe morreu quando ele era adolescente. Alguns estúpidos de uma gangue de rua pensaram que eram fortes e passaram pelo clube um dia, quando havia famílias reunidas para dar as boas vindas a um irmão que estava sendo inserido ao clube. Eles tinham algumas metralhadoras."

Eu não pude evitar o suspiro que saiu da minha boca. Optimus só tinha me contado que sua mãe foi morta, nunca os detalhes de como. Nenhum de nós tinha sido intrusivo na vida um do outro. Embora você possa pensar que era importante, nunca parecia ter importância. Foi no passado e nós estávamos vivendo no presente.

"Os garotos estavam na igreja na hora que os tiros começaram, eles estavam muito longe e não podiam chegar lá rápido o suficiente. Os bastardos estiveram lá por menos de vinte segundos antes de ir embora. Uma série de feridos, seis mortos. "

"Há uma cerca, para que você não possa ver a área de churrasco e onde as crianças brincam da estrada."

Kit assente. "Foi colocada depois."

Eu estava triste, eu podia sentir a emoção presa em minha garganta. Isso devia ter sido um dia horrível para o clube.

"E a mãe de Op?" Pergunto, me questionando se realmente queria ouvir.

"Ela estava sentada em uma mesa comendo." Ele balança a cabeça. "Optimus deveria estar lá também, mas ele estava naquela idade em que todos nós pensamos que éramos muito legais para se sentar com nossos pais. Ele queria estar lá dentro com os homens, já estava sonhando com prospecção."

Eu tinha conseguido comer alguma coisa, mas empurro meu prato ainda meio cheio longe. Eu não tinha certeza de como reagir. "Ele... ele não fala sobre ela como fala de seu pai."

"Sim, é uma pena realmente. Ela era uma mulher incrível." Ele pega a sua comida, também sentindo um pouco fora, eu acho. "Eu acho que ele é um pouco envergonhado. Ele sente que deveria estar lá para protegê-la. Talvez se estivesse teria sido o único a levar os tiros em vez dela."

Eu engulo duramente. Optimus nutria de muita culpa, isso era triste porque ele era um homem incrível. Cada irmão olhava por ele.

Kit limpa a garganta. "Desculpa. Eu não tive a intenção de fazer isso tudo deprimente e ruim. Eu só queria que você soubesse, Op tem passado por coisas ruins. Eu acho que, no fundo, ele se sente como se fosse responsável tanto por sua mãe como por seu pai a propósito. Então ele sente que precisa manter aqueles com quem se preocupa longe, de modo que o mesmo não aconteça com eles."

Eu balanço a cabeça.

Faz sentido.

Tudo em mim grita para ir para ele.

"Vá para casa, Chelsea."

Olho para cima, sentindo como se Kit tivesse lido minha mente.

"Você está me expulsando?"

Ele sorri. "Claro, se essa é a desculpa que você deseja usar, mas nós dois sabemos que você quer voltar. Eu sei que você sente falta de Harm, mas ela sempre estará aqui, você pode visitá-la a qualquer momento."

Eu sorrio. "Ok, mas é melhor esperar até Harmony conseguir voltar ou ela vai ficar louca com nós dois."


Capítulo 16

 

Harmony não ficou feliz por eu estar saindo tão cedo, mas eu coloco toda a culpa em Kit, rio e o deixo lidar com a sua mulher louca.

Como a ressaca se foi e meu estômago não parece mais doente, faço uma longa jornada para casa. Kit tinha me avisado que tinha dois homens me vigiando, mas o que não percebeu era que eu tinha visto aquele que tinha me seguido até lá também.

Não apenas uma cara bonita.

O clube está bastante vazio quando faço meu caminho para o meu quarto. A moto de Optimus não está lá fora, então penso em dormir um pouco antes de juntar coragem para falar com ele mais tarde.

Nenhuma sorte aí.

Houve uma leve batida na minha porta. Eu estava tentada a não responder, mas a realidade era, eu ainda era uma garota do clube e eu ainda estava disponível quando me chamassem. Meu coração não estava nisso por mais tempo. Eu queria sexo, mas havia apenas um homem que eu queria isso a partir de agora. Tomei uma respiração profunda enquanto me arrasto para fora da cama e vou até a porta do quarto, relutantemente, abrindo-a. A pessoa de pé do outro lado era definitivamente inesperada.

"Andie, oi."

Ela me dá um sorriso suave. "Ei, Chelsea. Posso falar com você por um minuto?"

Eu balanço a cabeça e a deixo entrar fechando a porta atrás dela, eu vejo quando olha pelo meu quarto, curiosamente, a cabeça balançando ao redor. Sentando-me na beira da minha mesa de estudos e lhe dou um minuto.

Andie é diferente. Ela só se juntou ao clube recentemente, quando os rapazes a tinha salvado de um cara louco que tinha sequestrado Harmony. Aparentemente, ele tinha usado Andie como seu saco de pancadas pessoal, entre outras coisas. Se não falasse com ela nunca saberia, afinal. Ela era calma, mas aparentemente confiante e muito doce. Eu acho que vários dos rapazes tinham se sentido atraídos por ela, alguns se tornando muito protetores.

"Hum, Andie? Você está bem?" Minha voz a tira de seus pensamentos e ela balança a cabeça, seus cabelos pretos longos fluindo ao redor antes de pousar em seus ombros.

Ela cora. "Sim, desculpe-me. Eu uh... só queria perguntar-lhe algumas coisas."

Seguro minhas mãos para cima. "Pode perguntar, eu sou um livro aberto."

"Como é ser uma garota do clube?"

Minhas sobrancelhas se erguem e sou incapaz de esconder a surpresa em meu rosto. "Hum... bem... está tudo bem."

Ela começa a rir. "Chelsea, eu não sou uma puritana. Eu sei o que as garotas fazem aqui." Ela diz, apontando para o quarto.

Eu não posso deixar de sorrir. "Você está certa, você sabe?"

"Será que eles te tratam bem?" Ela pergunta quando se senta na beira da minha cama e alisa o edredom.

"O clube ou os próprios homens?"

Ela encolhe os ombros. "Ambos?"

"O clube tem regras muito rígidas para nós - nós as seguimos, fazendo-as agradável." Eu desço da mesa e ando até me juntar a ela na cama. "A resposta simples é se os tratá-los com respeito, eles iram nos respeitar também."

Andie assente, puxando fios invisíveis na borda de sua camiseta. "E você gosta?"

"O que você realmente quer saber é se eu gosto de transar com mais de um cara?"

"Talvez."

Eu sorrio. "Não é para todas, eu sei disso. Mas isso nunca foi realmente um problema para mim," Até agora. "Esses caras significam mais para mim do que apenas caras que eu vou para a cama. Eles cuidam de mim, e eu não posso falar por todos eles, mas, tanto quanto eu sei, eles realmente se preocupam comigo também."

"Isso deve ser bom, ter um clube cheio de homens que faria qualquer coisa para proteger e cuidar de você." Seu rosto está triste, e é a primeira vez que vejo seu olhar derrotado, mesmo depois de toda a porcaria que ela deve ter passado quando foi mantida prisioneiro por Daniel Ashley - o psicopata.

"Andie, esses caras aceitaram você aqui e prometeram protegê-la. Eles fizeram isso porque queriam, não porque esperava que você desse a eles algo em troca." Eu tenho a sensação de que sabia exatamente por que ela estava aqui. Eu tinha sido abordado por mulheres antes que queriam tentar a sorte para ser uma garota The Brothers by Blood, mas eu sabia no meu intimo que Andie definitivamente não era esse tipo de garota.

"Eles têm sido tão bons para mim. Slider e Leo, especialmente." Eu vejo um pequeno rubor cobrir seu rosto, mesmo quando ela sorri. "Eu não quero ir para casa. Não havia na verdade nada para mim lá quando fui levada. Mas eu sei que minha estadia aqui em breve vai terminar."

"Eu acho que é algo que você precisa discutir com Optimus. Ele não vai expulsar você, eu prometo." Eu pego sua mão na minha e dou-lhe um aperto reconfortante. "Olhe para as suas opções antes de decidir fazer algo que você pode se arrepender."

"Você se arrepende?" Ela pergunta com uma careta.

Eu balanço minha cabeça. "Eu nunca vou me arrepender. Eles me deram algo aqui que não encontraria em qualquer outro lugar. Eu amo o clube."

"Você é diferente das outras garotas." Ela ri. "Elas ficam com raiva quando um dos caras as dispensam para passar um tempo comigo."

"Algumas das garotas estão aqui pelas razões erradas. Eles são cadelas preguiçosas que não querem fazer nada para si, mas querem o poder e a autoridade que vem sendo reivindicada e rotulada de Old Lady." Eu sorrio. "Mas a realidade é, não é isso que esses caras estão procurando, não de uma prostituta do clube de qualquer maneira."

Ela sorri. "Ah sim, então o que você chama você e Optimus? Ouvi Lou Lou dizendo para Sammy que ele a levou para o seu quarto na outra noite e nem sequer a tocou."

Eu tentei esconder a minha surpresa.

Então foi apenas fingimento.

Ela me cutuca no lado e sorri. "Ela disse que isso foi por sua causa."

"Honestamente, há algumas coisas sobre esses homens que eu nunca vou entender." Eu bufo, caindo de costas na cama de forma dramática.

Seu riso enche o quarto, o som tão viciante que eu não posso deixar de rir com ela.

"Então, qual é o negócio com você, Slider, e Leo?" Pergunto quando dou-lhe um empurrão amigável.

Ela suspira e cai de costas na cama ao meu lado. "Eles são ótimos. Slider me faz rir tanto que sinto que vou fazer xixi nas calças. E Leo, ele é apenas..."

"Sexy, bonitão, forte, doce?" Ofereço.

"Isso, isso, isso e isso." Diz ela, apontando no ar as opções com seu dedo. "E aquela garotinha dele. Nossa, meu coração derrete."

"Parece que alguém está sofrendo." Digo em uma voz cantante.

"Você não sabe da missa a metade." Ela geme.

Olho por cima do meu ombro, verificando a hora no relógio. "Bem, olhe, já passa do meio-dia. Isso significa que podemos ter uma bebida." Eu me jogo para fora da cama, agarrando a mão de Andie e puxando-a comigo.

Ela ri. "São apenas 3 da tarde."

"Aposto que não seremos as primeiras no bar." Digo puxando-a do quarto para o corredor. Eu não sei por que, mas os irmãos tinham uma política muito rigorosa de sem álcool até as doze, a menos que fosse uma ocasião especial ou estivesse realmente desesperado. Eu acho que os garotos tinham que ser mantidos sóbrios por pelo menos algumas horas do dia. Ergo minhas sobrancelhas para Andie quando chegamos ao bar e encontro Wrench já lá com Kev ao seu lado e Sammy no colo. Todos eles tinham uma garrafa de cerveja em suas mãos e alguma música tocava suavemente no fundo.

"Eu disse." Digo a ela antes de gritar com o prospect atendendo no bar. "Neil! Preciso de uma bebida!"

"Uh, com certeza. O que você quer?"

Kev zomba e eu viro para ele. "Há quanto tempo ele está aqui e ainda não sabe o que eu bebo?"

Kev estende a mão e passa o braço em volta do meu pescoço, me puxando para seu lado. Ele balança a cabeça como se estivesse severamente decepcionado. "O garoto é um pouco idiota. Ele nunca vai acertar."

"Uísque." A voz profunda envia vibrações através de mim que vai direto para minhas partes femininas. O braço de Kev me libera tão rápido que eu quase perco o equilíbrio.

"Claro, Pres." Neil tropeça, correndo para pegar um copo e a garrafa para seu presidente.

"Não é para mim seu imbecil. Isso é o que ela bebe. Aprenda. Rápido."

Neil assente profusamente, derramando o líquido âmbar enquanto serve e desliza o copo para mim. "Aí está, Chel."

Eu bebo tudo antes de virar, para dar uma boa olhada no homem de pé atrás de mim, o homem que a mera presença deixa meu mundo completamente fora de forma - ou isso era o álcool? Agora, eu não poderia dizer. Ele me olha, seus olhos perfurando minhas defesas.

"Você está de volta." Foram as únicas palavras que proferiu.

Andie entra na conversa com os outros rapidamente, movendo-se para fora da atmosfera tensa que havíamos criado.

"Sim, eu cheguei há uma hora atrás."

Ele sacode a cabeça, gesticulando para segui-lo antes que ele se afaste eu o sigo. Eu tinha sentido falta dele pelos dois dias que eu passei com Harmony e cada parte de mim ansiava por estar perto dele. Ele se senta em uma mesa do outro lado da sala, eu puxo uma cadeira para me sentar ao lado dele, mas sua mão dispara, envolvendo-a em torno de meu pulso e me puxando para o seu colo.

Eu não luto.

A raiva e dor dentro de mim não tinha ido, mas foi simplesmente deixada de lado pela necessidade. A necessidade de senti-lo, de tocá-lo, de ouvir sua voz. Caio rigidamente bem em cima dele, felizmente a outra mão me pega antes que eu caia diretamente no chão. Ele envolve ambos os braços em volta da minha cintura e esfrega seu rosto nos meus cabelos.

"Quanto você bebeu, Blackbird?" Ele ri contra mim.

"Apenas uma." Eu respondo, apontando para o bar.

"Peso-leve."

"Idiota."

"Princesa."

"Desgraçado."

Seu corpo treme com o riso silencioso e eu não posso deixar de sorrir enquanto eu mexo contra ele, tentando o meu melhor para ficar ainda mais perto de seu corpo, como se fosse mesmo possível.

"Eu dei-lhe três dias."

Eu suspiro. "Eu voltei em dois."

"Eu sei. Estou feliz."

"Kit me expulsou."

Optimus ri o som chamando a atenção de seus irmãos e as garotas no bar que olham para nós com olhares confusos em seus rostos. "Eu sei, eu disse para ele."

"Eu não estou nem um pouco surpresa." Digo revirando os olhos.

"Nós precisamos conversar." Diz enquanto escova meus cabelos para trás do meu ombro e seus lábios encontram meu pescoço. Apenas aquele simples gesto me faz esquecer tudo e afundar minha bunda contra ele. "Eu... "

Virando a cabeça rapidamente, pressiono meus lábios nos dele. Meu corpo automaticamente excitado do gosto familiar de sua boca e o esfregar da barba por fazer contra meu rosto. "Ainda não. Deixe-me só ter cinco minutos antes que o mundo desabe em volta de mim novamente." Eu me afasto infinitamente, meus lábios ainda perto o suficiente para esfregar nos seus enquanto eu falo.

Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, Optimus engancha o braço sob meus joelhos e com o outro braço apoia minhas costas quando ele me leva para fora da sala seguindo para o corredor. "Cinco minutos pode não ser tempo suficiente."

"Talvez não, mas agora eu vou levar o tempo que eu puder conseguir."


Capítulo 17

 

Eu chuto a porta fechada atrás de mim antes de jogar Chelsea na cama. Ela deixa escapar um pequeno grito seguido de um riso enquanto salta no centro.

"Você nunca vai dar a rotina de homem das cavernas um descanso?" Ela pergunta divertida.

Eu deixo meu colete escorregar pelos meus ombros, pegando-o quando sai de minhas mãos e virando-me para pendurá-lo na parte de trás da porta de Chelsea. Nós tínhamos orgulho de nossas cores do clube. Ela mostrava a todos quem nós éramos. Quando usava as cores, as vestia com a porra da cabeça erguida porque não só estava representando a si mesmo, estava representando seu clube - sua família. Que se tornou um de nós, então é melhor estar pronto para afastar a porra das suas ações de seus irmãos. Você nunca entrega seu colete para alguém, lava-o, assiste por cima do ombro quando alguém costura seus emblemas. Protege isso com sua vida. Porque isso é exatamente o que ele é.

"Não sei sobre o que você está falando, Blackbird." Digo a ela, puxando a gola da minha camisa, arrastando-a sobre a cabeça e jogando-o para o canto do quarto. Ela revira os olhos, mas seus olhos logo voltam para mim, examinando meu corpo. Eu tinha minha cota de tatuagens que começava nos braços e seguia por toda parte superior do meu tórax. Eu também tinha o emblema do clube em uma tatuagem em toda as minhas costas, bem como muitos dos meus irmãos. Aqueles de nós que escolheu fazê-lo sabia que o clube estaria em nossas vidas para sempre, não havia nenhuma partida e não havia volta. Eu gostaria de viver e morrer como um irmão. Isso era um fato.

Eu sabia que Chelsea gostava de traçar minhas tatuagens. Às vezes eu acordava para encontrar seus dedos arrastando preguiçosamente nas minhas costas ou braços. Eu nunca disse a ela, mas porra, eu adorava.

"Você vai ficar aí?" Ela pergunta, sua voz suave, mas cheia de expectativa.

"Você é a única me fodendo com os olhos daí. Estava apenas lhe dando uma boa visão." Digo a ela, segurando meus braços abertos. "Você gostaria que eu desse uma volta ou algo assim?"

Ela sorri. "Você poderia abaixar suas calças em primeiro lugar? Sua bunda é incrível, mas o jeans simplesmente não o faz justiça."

Eu rio e dou três passos para a cama. Estendo a mão e agarro seu tornozelo e ela ri quando a puxo, arrastando-a para a borda da cama. Eu estou entre suas pernas e inclino para frente, colocando minhas mãos em ambos os lados de seus ombros. Esfrego meu nariz contra o dela e ela levanta a cabeça, forçando os lábios contra os meus.

Se tivesse que escolher um cheiro ou sabor favorito, seria ela. Mesmo no período da manhã, quando a maioria das pessoas tem o hálito mais horrível de manhã, ela sempre tinha um sabor incrível. Eu não sei como ou por que e não me importava. Forço-a de volta a cama, a minha língua se aprofunda em sua boca duelando com a dela. Nunca foi uma luta pelo poder com ela, era mais divertido do que qualquer coisa. Chelsea sempre a deu para mim.

"Senti falta dessa boca, baby." Murmuro contra seus lábios.

"Essa boca ou apenas uma boca em geral?" Ela pergunta, lambendo meus lábios e tentando me atrair novamente.

"Essa boca." Sussurro, tomando seu lábio entre meus dentes e puxando-o. "Sempre essa porra de boca."

Sinto suas mãos alcançar meu jeans, desafivelando meu cinto e lutando com os botões. Normalmente, eu gosto de tomar o controle. Sobre fazê-la esperar e contorcer conforme eu esperava dela. Era sexy como o inferno vê-la se submeter a mim e confiar em mim para fazê-la se sentir bem.

Chelsea poderia ser uma cabeça quente, sem dúvida crescendo do jeito que cresceu tendo que lidar com mais do que seu quinhão de babacas arrogantes e pessoas tentando lhe dizer o que fazer. Não acharia que a vida do clube serviria para ela, que se rebelaria contra as regras, mas nós tínhamos dado há ela muito mais. Aqui tinha pessoas que se importavam com ela. Pode ser prostituta, mas é parte da nossa família e ninguém fodia com a nossa família. Neste momento, tudo que eu quero fazer é coloca-la de joelhos e foder com sua pequena boca. Mas outra parte de mim me diz para deixá-la assumir a liderança.

"Eu quero seu pau." Ela choraminga, puxando os lábios dos meus.

Eu afasto da cama e fico de pé. Ela rapidamente senta mais próximo da borda da cama e olha para mim com expectativa.

Eu sorrio. "Fique à vontade, baby. Você quer isso? Pegue."

Seus olhos se arregalam de surpresa. Eu não estou dando a ela o controle, mas estou deixando em sua liderança. Ela não perde tempo em deixar cair às calças no chão e envolve as mãos delicadas em torno de meu pau. Eu solto um gemido, no instante em que ela me toca é como voltar para casa. Ela sabe que, mesmo sem minhas ordens ou comandos, exatamente o que eu preciso e como me agradar. Envolve-me com as duas mãos, puxando meu comprimento enquanto sua língua aponta para fora e faz cócegas na ponta.

"Foda-se." Eu gemi.

"Eu ouvi alguma coisa hoje." Ela diz fracamente, continuando o boquete em mim. "Eu ouvi que você levou Lou Lou para o seu quarto, mas não transou com ela." Ela abaixa a cabeça e toma uma das minhas bolas em sua boca. Todo o meu corpo fica tenso e minhas mãos se enrolam em seus cabelos.

"Você conseguiu ser algo importante, baby?" Eu resmungo.

Ela solta minha bola antes de fazer a mesma coisa com a outra. "Por quê?"

Ela deixa cair as mãos e me leva em sua boca, a cabeça balançando para cima e para baixo, às vezes forçando o máximo possível de mim em sua boca e fazendo-me apertar os dentes. "Você está usando isso como alguma técnica de tortura estranha para contar-lhe meus segredos?"

Ela ri suavemente. "Está funcionando?"

Seguro sua cabeça e empurro meu pau dentro e fora de sua boca. "Eu teria mantido muito mais segredos se soubesse que era assim que você planejava consegui-los de mim."

Saliva escorre do lado de sua boca enquanto ela engasga e eu a seguro ali por um segundo mais antes de liberar meu aperto e deixá-la recuar. Ela limpa a boca com as costas da mão e fica de pé.

"Você não transou com ela." Afirma, puxando sua camisa sobre a cabeça e tirando seu jeans apertado.

Eu ando em torno dela, sentando na borda da cama. Não demora muito para que ela me siga, subindo no meu colo e envolvendo minhas pernas. Eu posso sentir o calor irradiando de sua buceta e tenho que me impedir de empurrar meu pau para cima dentro dela. Seus seios ficam bem na minha cara, pedindo-me para puxar um em minha boca.

"Você não transou com ela?" Ela repete, sua umidade ainda pairando.

"Ela não era você." Rosno, frustrado.

Ela imediatamente deixa-se cair, sua buceta engolindo todo o meu pau e nos fazendo gritar. Nós dois ficamos lá por um minuto, respirando com dificuldade e olhando diretamente nos olhos de cada um. Lentamente, ela começa a se mover, levantando-se e se esfregando em mim. Parecia incrível, mas eu queria mais e sei que ela também queria.

"É a minha vez." Apoio meus braços sob suas pernas e levanto. Eu a solto de volta na cama e caio em cima dela, meu pênis nunca deixando sua buceta molhada. Eu tinha lhe dado tempo para se divertir. Às vezes era divertido ver o que ela sentiria quando fosse dada a oportunidade de me mostrar o que ela gostava. Mas a realidade era, nós funcionamos porque sabíamos o que gostávamos. E a única coisa que iria levá-la ao clímax, a cada momento, era quando eu fazia o que eu sabia de melhor.

Eu me apoio sobre ela. "Pegue esses mamilos em seus dedos, Chelsea. Eu quero ver você apertá-los." Ela faz isso instantaneamente, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás quando isso dá a ela um pouco de prazer extra.

"Boa garota. Você sabe que eu vou fazer você se sentir bem, não é."

Ela assente com a cabeça. "Por favor. Mais Op."

Eu impulsiono de volta para ela, sua respiração aumenta com cada impulso poderoso. Eu jogo suas pernas sobre meus ombros e inclino ela de uma forma que parece doer, mas isso me dá acesso a esse pequeno botão dentro dela.

"Oh! Op!"

Batendo mais e mais, empurro meus quadris, descanso minha testa contra a dela. Um brilho pegajoso de suor entre elas. Eu podia sentir seu corpo apertando em antecipação. Ela estava pronta para explodir como fogos de artifício no quatro de julho. O sentimento era mútuo, mas eu estava tentando o meu melhor para segurar. Eu não tinha terminado com ela ainda. Sentei-me e usei a minha mão para esfregar seu clitóris enquanto eu acalmava, mas foi mais do que suficiente. Suas paredes apertaram em torno de mim e eu tive que sair antes que eu entrasse em erupção dentro dela antes que eu tivesse a minha satisfação.

"Op! Oh meu Deus." Ela grita, jogando a cabeça para trás na cama e agarrando o cobertor enquanto seu corpo se retorce.

Eu envolvo minhas mãos em volta da sua cintura e a levanto para minha boca, lambendo os sucos que vazou. Essa merda era doce, tão fodidamente doce. Ela mexe os quadris enquanto eu uso minha língua para provocar seu clitóris sensível antes de mergulhar de volta para deslizar minha língua em volta de seu pequeno traseiro apertado.

"Oh Deus!" Ela geme, a posição desconfortável não lhe permitindo muito movimento, mas obrigando-a a se recostar e fazer isso como uma boa garota.

Eu seguro-a com força para mim enquanto eu pressiono minha língua dentro e fora de seu pequeno rabo apertado, cada vez pressionando um pouco mais. Quando está bom e molhado, eu trouxe uma de minhas mãos em torno dela e empurro contra seu traseiro com o meu dedo.

"Oh, sim, mais. Por favor."

Eu sorrio, minha garota gosta um pouco de jogo sujo. Começo a colocar seu corpo de volta na cama e ela faz beicinho para mim. Porra faz beicinho com aqueles lábios cheios e sensuais.

"Vire-se." Eu peço. Ela arrasta-se para fazer o que eu digo, torcendo-se nos lençóis e levantando a bunda para mim enquanto mantém o corpo levantado sobre a cama.

Eu alinho meu pau com sua buceta ainda molhada, deslizando-o lentamente. Ela esconde o rosto nos lençóis e empurra de volta contra mim, enchendo-se. Eu deixo ela se mover, ordenhando meu pau dentro e fora enquanto eu lambo dois dos meus dedos e pressiono-os em sua bunda.

"Você gosta de meus dedos aqui não gosta, Baby."

"Mmm" Ela geme quando empurra para trás de novo, sugando meus dedos mais profundo.

"Cavalgue-me." Rosno, espancando sua bunda com a mão livre. Sua velocidade acelera enquanto ela bate contra mim, nossos gemidos enchendo o ar do quarto. "É isso aí. Mais forte!"

Ela se apoia em suas mãos, dando-lhe mais força para empurrar para trás. Eu fodia seus buracos, sabendo que não iria demorar muito antes de gozarmos.

"Oh Deus, eu vou gozar." Todo o seu corpo começa a tremer e eu puxo os meus dois dedos de seu rabo apertado e agarro seus quadris enquanto bato a vontade.

"Foda-se!" Eu digo, meu gozo vindo enquanto sua buceta convulsiona em torno dele, arrastando minha libertação por mais tempo do que eu esperava. Respirando pesadamente, eu caio para o lado, puxando-a comigo.

"Puta... merda." Ela sussurra entre suspiros profundos.

Eu sorrio, envolvendo o meu braço em torno dela e puxando-a confortável contra o meu peito. "Porra, senti sua falta." Rosno, aninhando na parte de trás do seu pescoço. "Senti tanto sua falta."

"Preciso ir embora com mais frequência, se essa for a recepção de boas vindas quando eu chegar." Ela diz, rindo e balançando seu perfeito traseiro contra mim.

"De jeito nenhum." Puxo-a mais apertado, não me importando se ela não conseguia nem respirar.


Capítulo 18

 

Kev me chama para fora cedo, me arrastando para longe da bela mulher que estava aconchegada satisfeita no meu lado. Chelsea gostava de ficar abraçada o tempo todo. Eu não era bom em demonstrações de afeto, mas havia algo nela que me fazia querer tê-la enrolada em mim e nunca deixá-la sair. Eu tinha me acostumado a acordar com ela ao meu lado. Era algo ao longo dos últimos anos que tinha se tornado normal para nós.

Claro, eu tinha estado com outras garotas do clube em algumas ocasiões. Às vezes, na estrada a necessidade de um corpo quente durante a noite torna-se muito. Mas o que eu passara a odiar, era a culpa que ficava dentro de mim depois de cada encontro. Chelsea tinha se enterrado sob minha pele - seu toque, sua voz e seu sorriso estavam todos na parte mais importante da minha mente.

Então, eventualmente, eu simplesmente parei. Eu já não dividia a minha cama com outra mulher. Sim, parecia estúpido. Na minha cabeça, essa mulher era minha. Eu não queria outra. Mas eu não iria reivindicá-la como minha.

Eu era um idiota.

Eu não sabia que outra forma explicar isso.

Visto meu jeans e jogo meu colete encima do meu corpo nu antes de responder a porta. Eu dou a Kev um pequeno aceno com meu queixo. "E aí?"

"Blizzard está esperando na igreja. Ele tem alguma merda para mostrar a você." Ele explica enquanto anda ao meu lado no corredor.

"Essa merda é urgente ou tenho tempo para pegar um café?" Resmungo.

Kev ri. "Você pode precisar de algo um pouco mais forte do que isso."

Esfrego meu rosto com a mão. "Café. Preciso da porra de um café. "

Sigo rapidamente para a cozinha, onde Sammy está preparando café da manhã e consigo que ela me sirva um café – preto. Eu tinha a sensação de que este ia ser um daqueles dias.

Sento-me na minha cadeira na cabeceira da mesa. Mesmo depois de todos esses anos, ainda era surreal estar sentado aqui na frente de meus homens como meu pai tinha antes de mim. Eles olham para mim por orientação e apoio e eu seguro a minha cabeça erguida. O fato de que eu tenho a sorte de ter tantos homens pronto para me apoiar sem nenhum motivo aparente não é esquecido por mim.

Ao contrário de alguns presidentes de MC, eu nunca tive como certo ter o poder de criar meus homens ou completamente destruí-los.

"Então, qual é o problema?" Eu resmungo antes de tomar um gole de meu café.

Blizzard senta-se à minha direita, alguns papéis espalhados sobre a mesa. Kev, Leo, e Wrench se juntam a nós também, todos olhando para Blizzard com expressões variadas. Alguma preocupação, alguma raiva.

"Primeira coisa..."

Eu solto um gemido. "Há mais de uma coisa?"

Ele me dá um olhar sério que diz para calar a boca. Eu olho de volta, mas ele continua. "Nós encontramos alguma merda nas coisas de Target que são um pouco... preocupante."

Eu fiz uma careta. "Quanto preocupante?"

Ele pega uma pasta de cor marrom e empurra-a sobre a mesa para mim. Bato minha mão em cima dela, parando para não deslizar para o chão. Olho para ele por um minuto, querendo abrir a primeira página, mas o sentimento nauseante de medo congela meu corpo, com medo do que iria encontrar.

Abro-a.

Havia páginas de documentos, que eu tinha visto antes e não eram de grande e real surpresa. Olho rapidamente todas as páginas. "Essas são a verificação de antecedentes de Chelsea?"

Ele assente. "Eu não tenho certeza se ele estava à procura de alguma coisa, ou se ele encontrou o que queria na pilha de papéis, mas eles são cópias das que temos guardado no cofre do escritório."

"Como diabos aquele bastardo entrou no cofre?" Eu questiono.

Blizzard não se afeta com o meu tom e continua a folhear os papéis diante dele. "Eu não tenho uma pista. Mas isso não é a única coisa que nós encontramos."

Blizzard e eu éramos os únicos que tinha a combinação do cofre que estava localizado dentro do meu escritório. Não só isso, mas era uma combinação que nós trocávamos mensalmente e nunca a escrevemos em lugar algum. Isso nunca teve qualquer importância a qualquer um de nós - aniversários, idades, endereços - era sempre escolhido aleatoriamente. Como aquele filho da puta tinha descoberto, eu não tinha nenhuma ideia.

A informação que era mantida no cofre era privada, mas não incriminadora. Tínhamos outras formas de armazenar esse tipo de coisa. No cofre, principalmente, guardávamos documentos pessoais para os membros do clube. Eram todos os tipos de informações, como verificações de antecedentes para novos prospects – nome das pessoas da família e endereços, informações de conta para pagamentos do clube, e qualquer informação legal.

"O que é o resto dessa merda?" Pergunto, apontando para os outros papéis espalhados sobre a mesa.

"Papelada de Chelsea é a mesma que a original. Target tinha acabado de tirar uma cópia e colocou de volta. Mas tudo isso, foi alterado." Wrench explica, pegando um dos papeis soltos. "Essa merda diz o que fui preso quando eu tinha vinte e três. Eu não estava preso naquele ano."

"O mesmo com a minha." Diz Leo apontando para a pilha de papéis. "Diz que eu estava na prisão naquele ano, mas não só isso que está errado, aqui também diz que era numa prisão fora do Estado."

Eu fiz uma careta. "Isso faz sentido para alguém?"

Todos eles balançam a cabeça.

"A única coisa que sabemos com certeza é que Target estava focado em Chelsea." Blizzard explica. "Ele tinha toda a sua informação - informação que não foi fácil para nós conseguir em primeiro lugar. Sem nomes dos seus pais, apenas dos pais adotivos. O resto é bastante sem graça, nada suspeito."

"Ele passou por um monte de dificuldades para fazer isso." Digo, pegando uma das outras páginas e olhando-a com cuidado. "Essa merda parece legítima."

Meus irmãos concordam com a cabeça.

"Não brinca. Isso não é Photoshop2. Este é um documento que foi alterado por alguém dentro do Estado que tem acesso a este tipo de coisa." Explica Wrench. "Eu liguei para a prisão pedindo informações de Leo. Disseram que não tinham nenhum registro dele ter sido preso lá, então, obviamente, eles mudaram isso de volta quando tiveram a prova de que precisavam."

"Filhos da puta." Eu murmuro sob a minha respiração. "Há um jogo acontecendo aqui que não temos conhecimento. Precisamos resolver isso e agora." Minha voz se levanta lentamente, minha raiva claramente evidente para os meus irmãos.

"Esse não é o único problema." Blizzard diz solenemente.

Eu coço meu queixo. "Foda-me! O que é?"

Ele levanta da cadeira e tira algo do bolso de trás de sua calça jeans, segurando-o para eu ver. Havia fotos. A primeira era minha arrastando Chelsea possessivamente do clube depois de sua noite com Rose. Estendo a mão e tiro-a de sua mão, examinando-a mais de perto. Folheando as outras três fotos, todas elas foram tiradas poucos minutos, até segundos uma da outra, mas o olhar nos meus olhos era inconfundível. Mesmo um idiota poderia ver que eu estava basicamente reclamando um direito, e se eles possivelmente estavam observando de dentro, eles poderiam ter até mesmo visto ou ouvido o que fiz quando a vi se esfregando sobre aquele filho da puta.

"Onde essas foram encontradas?" Eu exijo.

"Estavam sobre uma das mesas no X-Rated." Leo rosna. "Eu Estava lá na noite passada, não notei nada errado. Uma das garotas pegou. Ela pensou que poderia ser importante então me deu quando saiu de lá."

"Você verificou as filmagens de dentro?" Pergunto, ainda sem tirar os olhos da foto. Deve ter sido tirada com uma câmera razoavelmente boa, porque eu podia ver e ler nossas expressões e corpo de forma muito bem.

O aperto que eu tinha sobre ela gritava homem das cavernas - era dominante, forte e cheio de propriedade.

"As câmeras só mostraram um cara parecendo comum. Terno cinza, cabelos curtos, trinta e poucos anos. Nada o distingue de qualquer outro homem de negócios que entra no clube. Inferno, ele poderia ter sido apenas outro cara que tinha sido pago para deixar uma mensagem." Descreve Leo. "Ele entrou, observou algumas garotas dançar e, em seguida enquanto ia embora ele puxou isso de seus bolsos e deixou cair sobre a mesa."

"Ele queria mostrar-nos que não importa aonde ela vá. Ele tem os olhos nela." Eu digo mais para mim do que os meus irmãos enquanto tento encaixar as peças de um quebra-cabeça completamente fodido. "Ele queria provar que a conexão entre nós é inegável. E que eu era protetor com ela."

"Ele está tentando assustá-lo." Wrench observa enquanto reclina para trás na cadeira, rolando a tensão de seus ombros. "Em vez de tirar essa foto, ele poderia estar olhando através de uma lente de uma arma e atingir Chelsea em um segundo. Mas em vez disso, ele está relaxado, provocando e apertando botões. É um jogo maldito."

"E temos certeza de que é de Anthony DePalma que estamos falando?" Pergunta Blizzard.

"Quem mais?"

Ele encolhe os ombros. "O cara tem bolas de aço. Ele aparece aqui no clube com apenas um enorme guarda-costas feio, sabendo que estaria de dez a quinze homens aqui que poderiam enchê-los de chumbo em milissegundos." Ele cruza os braços sobre o peito. "Ele não parece ser o tipo de jogar."

A observação de Blizzard espelha meus próprios pensamentos. Anthony DePalma não tinha se tornado um dos homens mais temidos na costa leste por fazer ameaças suaves. Ele nunca esperou por perto para brincar com sua presa, ele foi direto para a jugular.

"Isso só prova que Chelsea é o seu alvo principal. Ele mostrou que está disposto a usá-la para chegar até você." Wrench diz apontando para a foto. "Ela precisa de mais proteção."

"Proteção de mim." Todos meus garotos franzem a testa e suspiram. "Ela não estaria nessa posição se eu tivesse sido capaz de ficar longe dela."

Eu vejo Blizzard sacudir a cabeça. "Não seja idiota, Op."

"Eu estou sendo realista."

"Não, você está sendo estúpido." Ele rosna, batendo as mãos sobre a mesa com um baque forte. "Você vai ferir a garota, e mais cedo ou mais tarde ela vai ficar cansada de sua merda."

Eu aponto para ele com raiva. "Cuidado com a sua porra de boca, VP."

Ele balança a cabeça, mas olha para mim.

Eu sei que ele está certo.

Eu penso sobre a noite passada. Nós ainda não tínhamos falado sobre o que estava acontecendo, mas nós compartilhamos uma noite cheia de paixão e sexo e nesse momento eu sei que nós dois sentimos que as coisas mudaram.

Mas com essa informação fresca em minha mente - as imagens provam – eu precisava me manter longe dela se quisesse que ela vivesse. Não importa o quanto isso iria nos afetar.

Eu não iria perder outra pessoa que eu amava por causa do meu próprio egoísmo e estupidez.


Capítulo 19

 

Acordo para descobrir que Optimus tinha ido, não foi surpresa, mas foi decepcionante. Havia coisas que ambos tínhamos a dizer, mas nenhum de nós estava fazendo um bom trabalho de dizê-las. Eu me perguntei se nós dois estávamos pensando a mesma coisa.

Uma vez que isso saísse, não haveria nenhuma parada. Não pegaria as coisas de volta. Então, ao invés disso, nós apenas evitamos a conversa que ambos sabíamos que estava chegando e trocamos isso por uma maneira que poderia mostrar nossas emoções. A única coisa que parecia mais confortável.

Sexo.

Nossa química sempre esteve além das expectativas. Desde a primeira vez que nos conhecemos, em pé no bar dentro do clube. Foi como se eu fosse um diamante e seu corpo fosse o jogo. Toda vez que ele me tocava me deixava em chamas. Não havia outra maneira de descrever o calor que ardia dentro de mim, apenas por tê-lo próximo.

Ontem à noite tinha sido diferente dos outros. Ele me entregou o controle, mesmo que apenas por um momento. Era algo que Optimus nunca fazia. Optimus gostava de controlar, e se estamos sendo honesto, eu gostava de da-lo a ele. Havia poder em submeter-se a alguém e permitir-lhes ditar seus movimentos e ações. Era sobre confiança e respeito. Na noite passada, ele tinha me mostrado que o sentimento era mútuo e quando nós não tínhamos falado sobre isso, eu tinha esperado que significasse que estávamos seguindo em frente.

O pensamento me faz sorrir.

Eu decido que tenho passado tempo suficiente deprimida nos últimos dias. Meu corpo doe, precisava correr. Só de pensar em passar os últimos dias sem correr estava fazendo meu corpo sentir-se ansioso. Visto meus shorts de corrida, sutiã esportivo, e uma camisa Adidas solta. Pego meus tênis e levo-os para fora da sala principal em busca de um irmão ou prospect. Ham está reforçando o estoque do bar e há um par de irmãos jogando bilhar.

"Ei Ham. Você viu Op?" Pergunto, levantando-me na banqueta e apoiando meu pé na do lado para que eu possa calçar meu tênis e amarrar meus cadarços.

"Ele está na igreja com Blizzard, Leo, e Wrench. Parece importante."

Eu balanço a cabeça. Eu estou acostumada com Op sendo chamado em qualquer momento e estar afastado em reuniões com os garotos. Eu sabia não perturbá-lo. "Você acha que pode me levar para a academia? Op mencionou no outro dia que ele não quer que eu corra nas ruas mais."

Ham parece um pouco apreensivo. "Tudo bem se eu apenas verificar com um irmão em primeiro lugar?"

Eu sorrio, a criança era boa. Ele ia ser um irmão impressionante. "Certo."

Eu continuo a arrumar meus tênis antes de saltar da banqueta e esticar as pernas e ombros. Se eu alongasse agora, isso significava que eu poderia saltar sobre a esteira logo que chegasse a academia. Eu não costumava ir à academia muitas vezes, optando por correr na rua. Isso fazia coisas muito mais interessantes e gostava da sensação do vento e os elementos contra a minha pele enquanto aquecia.

"Ei, Chel."

Olho para cima para encontrar Slider de pé ao lado de Ham, ambos sorrindo para mim enquanto eu abro minhas pernas e estendo a mão para agarrar meus dedos do pé. Eu libero lentamente do alongamento, cuidando para não fazê-lo muito rapidamente.

"Ei Slide, estamos bem?"

Ele assente. "Op está em uma reunião com alguns dos caras, mas, tanto quanto eu sei você não está confinada ao complexo e só precisa de uma escolta."

"Legal! Está tudo bem seu eu roubar Ham um pouco?"

Slider dá de ombros. "Vá em frente." Ele passa por mim, mas não perde a oportunidade de conseguir um tapa sonoro na minha bunda. Eu grito e viro para olhar para ele. Ele vai embora rindo. Os meninos não se atreviam a fazer esse tipo de coisa enquanto Optimus estivesse por perto, enquanto eu não era tecnicamente dele, todos sabiam como ele era possessivo comigo. Slider era um dos que faz a maior parte em sua ausência.

Ham me segue para a cidade, sua moto fazendo barulho atrás de mim o tempo todo. Quando eu empurro às portas da academia a emoção que eu sinto toda a viagem para lá logo acaba.

Como é que eu não pensei nisso?

Deacon, o cara da minha tentativa de uma noite fora com Rose, estava de pé ao lado da academia conversando com dois homens em ternos escuros. Suas expressões pareciam significativas. Deacon assente, mas uma expressão séria surge em seu rosto. Antes que eu possa virar e voltar para fora, seu olhar encontra o meu. Seus olhos se arregalam e ele se apressa em se desculpar com os homens sérios e rígidos. Eu estava certa quando tinha imaginado que ele tinha músculos bem definidos sob a camisa que usava na noite que nos conhecemos. Sua parte superior do corpo nu brilhava com o suor que parecia acentuar a definição no seu abdômen.

"Ei" Ele diz suavemente, vindo na minha direção parando poucos centímetros a minha frente.

"Sinto muito." Eu digo torcendo minha toalha de treino em minhas mãos. Eu aponto sobre meu ombro. "Estou saindo."

Ele agarra meu braço quando começo a virar meu corpo para sair. "Ei, não, está tudo bem." Ele aponta para a recepção que exigia o cartão de membro da academia para entrar. Eu sempre tinha mantido a minha adesão atualizada, apenas no caso de coisas como essa acontecer, mas eu realmente não tinha vindo a academia por meses. Em vez disso apreciando correr no ar frio era muito convidativo.

"Sinto muito sobre a outra noite." Ele diz enquanto caminha ao meu lado. Escaneo meu cartão nós passamos pela pequena entrada para a área da academia.

"Você não deveria ser o único se desculpando, deveria ser eu." Coloco minha toalha e chaves em um banco ao lado de uma esteira vazia. "Optimus pode ser..."

"Arrogante, controlador, autoritário?" Ele oferece, zombando.

Eu não posso deixar de sorrir. "Tudo isso mencionado. Mas eu queria dizer que ele pode ser muito protetor e possessivo."

"Eu acho que todos os namorados podem ser assim. Eu provavelmente seria muito se você fosse minha." Ele cruza os braços sobre o peito e sorri.

Eu rio enquanto flexiono meus tornozelos, preparando-os para minha corrida. "Op, não é meu namorado."

O sorriso rapidamente muda para uma careta. "Por que ele estava falando toda aquela baboseira sobre você ser dele então?"

Eu suspiro, explicando o que eu era para o clube, por vezes, era muito para as pessoas. Alguns aceitavam isso bem, como Rose, que não me julgava pelas minhas escolhas. Mas a maioria das pessoas gostava de me fazer sentir como um lixo. Eu rolei a tensão em meus ombros.

"Eu pertenço ao clube." Eu digo simplesmente com um encolher de ombros. "Eu sou uma garota do clube. Eles fornecem para mim, eu forneço para eles."

"Você é uma prostituta do clube?" Ele rosna, o barulho tão profundo e tão cheio de raiva que eu quase dou um passo para trás.

Eu faço uma careta para ele. "Sim, eu sou." Eu não iria agir como se tivesse vergonha das minhas escolhas, porque ele não aprovava.

"Por quê?"

Eu levanto minha mão. "Você não me conhece. Você não sabe como minha vida foi ou é. E você não tem ideia do que se passa no clube. Eles cuidam de mim e me tratam bem, isso é tudo que você precisa saber."

Ele arrasta os dedos pelos cabelos curtos, a frustração em seu rosto. "Sinto muito, eu não tive a intenção de julgar. Jesus estou fodendo com isso."

Cruzo os braços sobre o peito. "Olha Deacon. Sinto muito sobre Optimus. Ele realmente não liga para o que as pessoas pensam dele, mas ele não tinha que falar com você do jeito que ele fez. Mas qualquer rancor que você tenha contra o clube, eu sugiro que você esqueça-o."

Ele franze a testa por um momento, mas logo levanta as mãos em sinal de rendição. "Minha culpa. Eu não queria incomodá-la."

"Eu sei."

Ele sorri suavemente, obviamente aliviado pela tensão ter desaparecido. "Eu estou realmente satisfeito que você veio. Eu acabei de ficar sem um treinador e estou procurando alguém para fazer algum trabalho em tempo parcial por aqui."

Eu estou surpresa. "Sério?"

Seu sorriso cresce. "Sim. Não é muito, mas com a sua experiência eu sei que sabe o que está fazendo. Isso iria salvar-me dos classificados e de passar por entrevistas de emprego."

Parte de mim queria estar animada. Era uma pequena, mas excelente oportunidade, um passo na direção do que eu queria fazer. Mas, infelizmente, como eu ainda estava com o clube, isso era uma impossibilidade.

"Eu realmente gostaria de poder. Por enquanto, eu ainda estou vinculada ao clube. Empregos fora não é realmente uma opção agora." Mesmo eu ouvindo a decepção na minha voz.

Eu vejo sua mandíbula apertar, mas ele consegue manter um sorriso amável em sua cara. "Bem, a oferta está de pé. Eu tenho outra semana antes de precisar encontrar alguém permanente. Mantenha isso em mente?"

Eu sabia que não iria acontecer, mas eu balanço a cabeça e sorrio de qualquer maneira. "Certo."

"É melhor eu ir, eu vou deixa-la começar seu treino." Ele dá um pequeno aceno. "Espero ver você em breve."

Eu observo quando ele faz o seu caminho para os sacos de pancada e aperta as mãos com um homem antes de ajuda-lo a amarrar as mãos.

Deacon era um mistério para mim. Havia algo sobre ele que eu simplesmente não conseguia entender. Sua raiva contra o clube era surpreendente para alguém que tinha acabado de se mudar para a cidade. Eu sabia que notícias sobre os irmãos corriam rápido, mas para alguém ter muito veneno e desgosto em relação a eles em um tempo tão curto era estranho.

Eu começo a alongar mais uma vez, a necessidade de liberar um pouco da tensão que tinha encontrado seu caminho de volta para o meu corpo antes que eu comece a minha corrida.


Capítulo 20

 

"Chelsea!" Eu ouço uma voz brilhante me chamar quando saio do meu carro. Vejo Harlyn de pé na porta acenando. Neil está logo atrás dela, olhando-a com cuidado.

Eu não poderia deixar de sorrir e acenar de volta enquanto caminho em direção a eles. "Oi, Harlyn."

"Você vem brincar comigo? Mamãe saiu e papai está ocupado." Ela pergunta animadamente. "Você disse que quando voltasse poderíamos brincar."

Pergunto-me onde Sugar poderia ter ido que não teria levado Harlyn com ela.

Eu me agacho na frente da menina impressionante. Ela está praticamente pulando. "Eu disse que não? Vamos!"

Eu estendo minha mão para ela e ela animadamente toma-a, saltando comigo para o campo de jogos. Neil nos segue como um bom prospect. A área dos brinquedos e churrasqueira era bem escondida da estrada por um grande muro, então eu sabia que seria muito seguro. Noto Sammy e Caity, as meninas do clube, descansando em algumas cadeiras, cigarros pendurado em seus dedos. Elas mal nos notam quando passamos por elas, Harlyn me contando sobre o que ela fez naquela manhã. Havia alguns membros espalhados ao redor da área, alguns falando, outros mexendo com suas motos.

"Eu acho os balanços os melhores, qual parte você gosta?" Harlyn pergunta quando entramos na área acolchoada macia. O parque infantil é razoavelmente novo, talvez uns dois anos. Não há nenhuma outra razão em particular do que os Brothers by Blood serem muito ligados à família. Isso era que os mantinha de pé e vivendo. Fosse isso sua família de sangue ou seus irmãos. Eles se apoiavam enquanto um e incluíam apoiar as Old Ladies, crianças e até mesmo as garotas do clube.

O clube era uma unidade e nós fazíamos o possível para apoiar os nossos homens. Cada uma de nós tinha um papel a desempenhar, e embora o clube pudesse estar do outro lado da lei ocasionalmente, alguns viam esses caras como um bando de desajustados e criminosos, a lealdade e o amor que se encontra dentro deste grupo é inigualável.

"Eu amo os balanços, mas acho que o escorregador é provavelmente o meu favorito."

Ela assente com os cachos suaves em seus cabelos balançando. "Boa escolha." Ela elogia, dando-me um polegar para cima.

Eu rio. Harlyn era uma garota incrível. Ela choca e surpreende-me tanto, apenas no pouco tempo que estivemos brincando. Ela é de raciocínio rápido e à frente do jogo. Às vezes isso pode colocar um monte de pressão sobre uma criança quando eles estão tão conscientes dos sentimentos e emoções das pessoas ao seu redor. Mas Harlyn parecia não se incomodar e permite soltar sua juventude. Ela ri, ela se diverte, mas ela não fica chateada.

Ela é filha de Optimus, não há nenhuma dúvida sobre isso.

Neil nos observa de uma mesa de piquenique. Eu poderia dizer que ele detesta ser colocado em serviço de babá pelo olhar entediado e a expressão de desapontamento que se notava.

Harlyn e eu pegamos um balanço cada uma.

"Você gosta do meu pai?" Ela pergunta enquanto balança.

Eu congelo por um minuto, mas Harlyn continua a balançar casualmente como se não tivesse acabado de me surpreender. "Sim, eu gosto do seu pai."

"Não, eu quero dizer você gosta, gosta do meu pai." Diz ela, enfatizando o segundo gosta.

Eu rio. "Um pouco."

"Está tudo bem se você fizer."

"Bem, obrigada, eu vou manter isso em mente." Digo a ela, divertindo-me com sua atitude direta e insensível.

"Harlyn!" Eu me viro para ver Sugar andando pelo terreno em nossa direção vindo do clube. Ela tem um sorriso suave no rosto, mas parece um pouco forçado.

"Olá, mamãe!" Harlyn chama antes de se jogar para fora do balanço, uma vez que voa para frente. Minha respiração fica presa em minha garganta e eu quase me jogo atrás dela, esperando lágrimas quando ela tropeça e rola pelo chão. Não havia lágrimas e Sugar nem sequer vacilou na ação exagerada da filha. Harlyn salta para ficar de pé, limpando a sujeira e corre para abraçar sua mãe. "Chelsea está brincando comigo, não é legal?!" Ela exclama.

Sugar me olha por cima da cabeça da pequena menina. "Isso é ótimo querida. Você sabe, eu vi o tio Blizzard lá dentro atacando o sorvete. É melhor você ir encontrá-lo antes que ele coma tudo."

Harlyn engasga. "Oh não, ele não está fazendo isso!" Ela começa a correr na direção do clube, uma menina em uma missão com Neil a seguindo.

Eu diminuo meu balanço até que pare e desço. Eu estou nervosa como o inferno. Sugar, essencialmente, tinha um monte de poder aqui e eu não sabia o que ia fazer com ele. "Ela é uma criança inteligente."

Sugar olha para mim, uma vez que Harlyn está a salvo no interior do edifício. Ela assente com a cabeça. "Ela é. Eu não posso esconder nada dela. É como se tivesse um radar para o engano." Ela se aproxima. "Você deve ser Chelsea. É bom finalmente conhecê-la. Optimus e Blizzard tem falado muito bem de você ao longo dos anos."

"Eu gostaria de poder dizer o mesmo. Eu só descobri que vocês duas existiam agora." Digo, infelizmente, dando um suspiro de alívio.

Ela sorri e faz um gesto para a mesa de piquenique que Neil tinha desocupado. Sigo-a pegando um assento. "Deve ter sido uma surpresa para você. Lembro-me de ter visto o seu rosto no dia em que chegamos. Eu sempre soube que vir aqui iria irritar algumas garotas do clube. Não é um segredo que muitas delas são muito... digamos ... territorial com os homens. Mas o olhar em seu rosto era de pura tristeza."

Olho para a mesa, pegando em um pedaço quebrado de madeira. "Foi um choque."

"Sinto muito que a nossa presença causou essa brecha entre você e Op."

Meus olhos erguem rapidamente. Era à última coisa que eu estava esperando ela dizer e suas palavras eram tão genuínas. Eu balanço minha cabeça. "Você e Harlyn absolutamente não são culpadas, eu odiaria por você pensar isso." Eu engulo. "Estou feliz em estar aqui, e Optimus consiga passar um tempo com Harlyn. Ele e eu, isso é algo que eu realmente não posso explicar, mas sabendo que ele tem esse grande segredo só me faz perceber que talvez não estivéssemos tão perto quanto eu pensava."

Ela suspira. "Infelizmente isso é Optimus com precisão. É um protetor. Tem o peso do mundo sobre seus ombros, mas se recusa a compartilhar a sua carga com os outros. Ele mantém isso trancado e longe de seus irmãos, todos são mantidos a uma distância segura."

Parece ser difícil, conhecendo Sugar, a mulher que Optimus tinha sido profundamente apaixonado. Mas era estranhamente reconfortante.

"É estranho isso." Faço um gesto entre nós. "Não é estranho?"

Ela sorri, é leve e suave, e eu não posso deixar de sorrir. "Optimus e eu sabemos exatamente onde nossos sentimentos estão. Eu o amo porque ele é o pai da minha filha. Não houve rompimento sujo ou maldade entre nós, nós só percebemos que não fomos feitos para ser." Ela me olha diretamente nos olhos, ainda sorrindo. "E agora eu acho que sei por que nunca funcionou."

Eu coro. "Eu não sei sobre isso. Apenas existe muita rejeição que uma garota pode aceitar antes que chegue ao ponto."

"Bastardo teimoso." Ela murmura, revirando os olhos.

"Como foi a visita?" Eu quase caio do meu assento quando ouço a voz grossa de Wrench atrás de mim.

"Jesus Cristo!" Engulo em seco, cobrindo meu coração acelerado com a minha mão.

Wrench coloca as duas mãos sobre a mesa e inclina-se. Eu pego Sugar olhando para ele com um sorriso tímido antes de colocar sua atenção de volta na mesa à sua frente.

"Como seria de se esperar. As palavras 'nojento', 'vergonhoso' e 'lixo de motoqueiro’ foram usados, como eu acreditaria." Seus ombros caem como se ela tivesse sido totalmente derrotada. "Eu não sei por que eu pensei que dizer a eles que tinham uma neta teria feito com que se sentissem diferentes."

A mandíbula de Wrench contrai, obviamente tentando não dizer nada.

"Sinto muito, são seus pais?" Eu pergunto em reverência.

Sugar assente, seu olhar me encontrando, mas claramente tentando evitar o homem corpulento que estava sobre nós. Você pode sentir a raiva saindo dele enquanto fica ali, olhando para ela.

"Meus pais queriam que eu me casasse com um advogado ou um médico, algo que seria bom para a nossa família." Ela brinca com seus cabelos cor de vinho, colocando-o atrás de sua orelha enquanto o vento sopra ao redor de seu rosto. "Eu não pensava ser melhor do que os outros porque eu era rica. Eu aprendi rapidamente que as pessoas são atraídas pela minha posição, ao invés de minha personalidade. Então Optimus veio e me apresentou para o clube e tudo parecia real. Esses caras, eles não são falsos. Eles não sentem que precisam impressioná-la. Eles são o que são e foda-se se você não gostar disso."

Eu rio e até mesmo pego um leve levantar do canto da boca de Wrench enquanto eu observo os dois. Eu estou tentando descobrir qual sentimento estava provocando o ar em torno de nós.

Limpo a garganta e rio levemente. "Não é que é verdade?"

"Então eles não querem mesmo conhecer Harlyn?" Wrench fala, claramente não impressionado.

Eu ouço uma risada estridente e nós olhamos para ver Blizzard transportando Harlyn de cabeça para baixo por cima do ombro. "Diga-me, onde escondeu o sorvete." Blizzard exige, os dedos pairando sobre ela, ameaçando um ataque de cócegas se não lhe desse a informação que queria.

"Nunca!" Ela grita entre ataques de riso.

Todos nós rimos quando ele começa a 'tortura' pelo local do sorvete.

"Harlyn tem tudo o que precisa. Não importa se eles querem conhecê-la ou não. Ela está feliz." Sugar murmura quando se levanta da mesa. Wrench coloca uma mão no ombro dela enquanto ela passa por ele. Ela para brevemente, e eles compartilham um olhar que dura apenas um segundo, mas diz tudo o que precisa ser dito antes que ela se afaste.

"Eu vou te salvar, Harlyn." Ela grita em voz dramática enquanto corre na direção deles, sorrindo.

Wrench fica em silêncio e observando-a ir.

"Você sabe que Optimus iria matá-lo, certo?" Eu aviso suavemente.

Ele nem sequer pestaneja. "Algumas coisas valem a pena o risco." Ele murmura antes de se afastar.

Não pense que vou estar mencionando isso para alguém tão cedo.


Capítulo 21

 

Eu vejo quando Blizzard persegue Harlyn ao redor do parque. Blizzard era como uma criança adulta. Ele poderia ser sério, por vezes quase assustador, mas, na maioria das vezes, ele gostava de brincar, paquerar e se divertir.

O tempo estava começando a ficar mais quente, apesar de o outono ainda estar em pleno andamento. Eu quase tive vontade de tirar minha camisa que tinha vestido sobre minha roupa de treino. Assim quando eu estou prestes a puxá-la sobre a minha cabeça, há uma explosão intensa. Meu corpo instantaneamente cai no chão e os meus ouvidos começam a zumbir. Eu não sei o que está acontecendo. Há caos ao meu redor.

Ainda estou deitada, observando quando Blizzard lança Harlyn chorando por cima do ombro e corre para as portas do clube – Sugar logo atrás dele. Ele joga-a para dentro antes de conduzir Sugar rapidamente atrás dela. Seu rosto está desesperado quando ele gira ao redor. Eu posso ver que sua boca está se movendo, mas o zumbido nos meus ouvidos está bloqueando qualquer outro ruído. Eu só olho para ele em choque e confusão até que eu sinto meu corpo sendo levantado do chão. Eu reconheço brevemente o rosto de Neil enquanto corre comigo para as portas clube, meu corpo empurrando e saltando a cada passo de suas pernas.

Havia homens em todos os lugares, testas franzidas e ordens sendo dadas por todos os lados. Eu estou atordoada, meu corpo em choque completo. Optimus aparece momentaneamente. Coloca a mão em meu rosto e eu pego um segundo do que eu pensei que fosse o medo em seu rosto antes dele sair, mais uma vez se foi. Neil me leva para o meu quarto. Nessa fase, a minha audição está começando a voltar e o choro de Harlyn enche meu coração de dor. Neil me larga na cama e eu tento levantar, precisando garantir que todos estejam bem.

"Fique aí, Chelsea." Neil rosna, apontando para a cama. "Optimus precisa de você no seu quarto até descobrir o que diabos está acontecendo."

Eu balanço a cabeça, tanto quanto eu queria correr lá fora e ajudar, ele precisava de mim fora do caminho para que pudesse se concentrar no que estava fazendo. Ele não precisa de mim correndo lamentando.

Neil bate a porta fechada e eu me levanto até a cabeceira da cama, entrando debaixo das cobertas e envolvendo-as em torno de mim, precisando de algum tipo de conforto.

Alguma coisa séria tinha acabado de acontecer e eu tinha que admitir - estava com medo.

Demora mais de uma hora antes de ouvir uma batida suave na porta. Limpo a garganta antes de anunciar para quem quer que fosse para entrar. Optimus entra e fecha a porta silenciosamente atrás dele. Seu rosto parece pálido e quase derrotado, enquanto olha para mim. Eu quero me levantar e ir para ele. Eu quero que ele me abrace e acalme os medos que me atormentam. Mas ao invés disso eu só o observo enquanto se aproxima.

"Seu carro," disse ele suavemente. "se foi."

Saio dos cobertores. Meu carro era velho, não era nada interessante. Por que alguém iria querer roubá-lo, eu não entendia. " Podemos consegui-lo de volta?" Eu pergunto, minha voz rouca.

"Chelsea. Se foi. Ele explodiu."

Eu levanto abruptamente em seguida lutando para encontrar as palavras com toda a 'Que porra' de sentimentos acontecendo na minha cabeça.

Aquilo foi um grande estrondo. Aquele foi o barulho que tinha feito o meu ouvido zunir. Alguém tinha feito meu carro explodir.

Significava que isso era para mim? Para me machucar? Ou foi apenas um ataque contra o clube?

"Havia algumas fotos deixadas no clube na noite passada." Ele cruza os braços sobre o peito, mas sua postura curvada. "Elas eram de nós."

"Ok... Então, o que isso quer dizer?" Pergunto não certa se queria saber a resposta.

"Foi um aviso, eles estão mostrando que sabem que você é importante para mim." Seus olhos encontram os meus e ele segura meu olhar antes que continue. "Você poderia estar naquele carro, Chelsea."

Eu balanço a cabeça e dou dois passos rápidos para ele. Estendo a mão e toco seu rosto com minha mão, meus olhos nunca deixando os dele. "Eu não estava. Estou aqui. Estou bem."

Seus olhos brilham. "Por quanto tempo? Dessa vez, eles não acertaram. Mas, confie em mim, eles vão tentar novamente se eles acharem que você é a chave para me destruir."

Eu balanço a cabeça, estávamos de volta a isso novamente. "Não diga isso. Não me afaste novamente." Eu tento manter minha voz firme, mas vacilo.

"Você quer ser morta, porra?" Ele explode. "Isso não é um jogo. Isso é vida ou morte."

"Eu não me importo. Você está me afastando quando penso que as coisas estão prestes a mudar entre nós. Eu quero você! Eu quero estar com você, e eu sei que isso é o que você quer também."

"Então, eu deveria apenas arriscar sua vida porque eu te quero? Você quer que eu ignore sua segurança para que possamos formar um casal feliz?" Ele se afasta e caminha em volta de mim. "Eu assisto a pessoas pelas quais me preocupo, pessoas que eu amo ser ferida porque escolhi o que queria mais do que o certo. Sabe o que isso faz para mim todos os dias? Sabendo que eles não estão aqui porque eu tomei uma rota egoísta e pensei em mim primeiro."

Meu coração se parte por ele. Ele havia perdido ambos os pais e se culpava por suas mortes, pensando que poderia ter feito algo para impedi-lo.

"Você não pode mudar o passado, Op," Eu digo a ele suavemente, seguindo seus movimentos enquanto ele anda.

"Não, mas eu posso fazer o que é certo agora. E se isso significa colocar uma barreira entre nós, a fim de mantê-la viva, porra, eu vou fazer exatamente isso."

Lágrimas ameaçam em meus olhos. Apenas quando senti que as coisas começam a mudar, aqui estamos, de volta ao mesmo lugar mais uma vez.

"Eu passei minha vida inteira correndo quando as coisas ficavam difíceis e pela primeira vez eu tive uma razão para parar. Você me deu uma razão para ficar."

"Eu não estou pedindo para você sair." Ele diz, confusão fazendo suas sobrancelhas unirem.

"Diga-me que você se importa comigo. Diga que você me quer. Estou farta de ser aquela garota que se senta e espera o cara perceber o que ele tem." Eu imploro para ele, incapaz de parar as lágrimas que estão agora escorrendo pelo meu rosto. "Mostre-me que você precisa de mim."

"Eu preciso de você!" Ele rosna, segurando meus ombros firmes e me puxando para perto. "Eu preciso tanto de você que não consigo respirar quando você não está por perto."

"Então pare de me afastar." Eu choro, jogando minhas mãos em seu peito em frustração. "Pare de me afastar!"

"Chelsea! Há alguém nos observando. Eles nos observam a cada interação e isso só mostra a eles exatamente o que querem - que eles podem usá-la para destruir a mim e ao clube. Eles estão dizendo que é Anthony DePalma, e se eles ficarem sabendo do quão forte nossa ligação é, eles vão te machucar." Ele engasga. Suas mãos se movem dos meus ombros para pescoço e segue para minhas bochechas. Seus polegares roçam as lágrimas que continuam a fluir de forma constante.

Eu rio, o ruído soando estranho em minha garganta. "Então, até um momento futuro eu apenas tenho que ser uma boa garota do clube, acompanhar alguém por aí, ver você se esfregar contra outras garotas e fingir que não estou sufocando."

Ele franze a testa. "Eu preciso ser capaz de proteger você"

"Eu não quero que você me proteja!"

"Isso não é a sua escolha a fazer." Ele retruca.

"Bem, eu sinto muito, mas pela primeira vez eu quero fazer uma escolha." Eu me afasto dele, dando um passo para trás, para dar algum espaço entre nossos corpos. Eu suspiro enquanto tento reunir coragem suficiente para dizer o que eu preciso dizer. "Meus pais escolheram me proteger. Um homem louco entrou em nossa casa com uma arma. Ele disse que tudo que queria era roubar coisas que poderia vender para que pudesse conseguir sua próxima dose. Quando meu pai tentou impedi-lo, levou um tiro. Morto. Direto no coração. Então o homem veio atrás de mim e minha mãe."

Optimus estende a mão para mim, mas eu me movo, colocando ainda mais espaço entre nós.

"Minha mãe escolheu me colocar para fora por uma janela e me fez correr. Minha mãe decidiu por mim naquele dia que eu ia viver, e ela ia morrer. Ela escolheu esse caminho para mim. Eu não tive uma porra para dizer disso!" Raiva queima em mim, floresce como uma flor mortal.

Eu tinha terminado.

Eu não iria deixar ninguém controlar minha vida.

Ia ser minha escolha.

"Blackbird... pare." Optimus pede silêncio, com o rosto cheio de angústia ao ouvir a história que eu nunca tinha compartilhado.

"Não! Talvez eu não quisesse viver! Talvez, apenas talvez, teria preferido morrer com eles a passar o resto da minha vida me mudando de lar adotivo para lar adotivo, inferno, sem eles." Pego um livro da minha mesa e jogo do outro lado do quarto. "Eu nunca tive uma escolha!"

Eu respiro fundo, tentando, sem sucesso, acalmar minhas emoções, para controlar a mim mesma, mas tudo isso só continuou.

"Eu não tive histórias lidas para mim durante a noite. Ninguém me levou para a escola no período da manhã ou me pegou depois. Ninguém me ensinou a andar de bicicleta, ninguém aplaudiu quando eu terminei o ensino médio, ninguém estava lá para mim quando o meu primeiro namorado quebrou meu coração. Ninguém!" Eu grito, meu corpo tremendo incontrolavelmente.

"Baby, está tudo bem." Optimus sussurra. Tento fugir quando ele vem para mim, mas não há nenhuma maneira de escapar. Ele passa os braços em minha volta e me envolve em seu domínio.

Eu luto contra ele, batendo com os punhos em seu peito. "Eles nunca me deixaram escolher!"

"Shh." Ele aceita os golpes, seu tom calmante nunca mudando. "Baby, pare. Você está me matando, por favor."

Eu luto por vários minutos antes de finalmente ceder, permitindo-lhe me confortar enquanto eu desabo. Nós caímos no chão juntos e ele me puxa para o seu colo, minhas pernas montando as suas, meu rosto enfiado em seu pescoço enquanto ele corre as mãos pelas minhas costas.

Eu lambo meus lábios, provando o salgado de minhas lágrimas. É estranhamente refrescante.

"Por favor." Eu sussurro, agarrando seu colete em minhas mãos como se fosse a minha última linha de vida. "Por favor, deixe-me escolher."

Ele fica sentado imóvel e silencioso, com as mãos ainda se movendo acariciando minhas costas. "Eu não posso." Diz ele com cuidado. "Eu preciso que você esteja segura. E se isso significa estar sem mim, então que assim seja."

Afasto-me dele para que eu possa vê-lo. "Eu não quero que você me proteja. Quero que você me ame."

Ele engole duramente. "Blackbird..."

"Não me deixe fora. Deixe-me entrar. Deixe-me estar lá para você. Deixe-me ser sua."

Ele balança sua cabeça. "Não posso. Não agora, não enquanto isso é tão perigoso."

As lágrimas começam a cair novamente.

Meu coração doe.

Ele está gritando de dor.

Ele está quebrando.

"Então me deixe ir." Minha voz se quebra, mas eu endureço minhas costas, sabendo que isso é o que preciso. Eu preciso tomar o controle da minha vida e não deixar que outras pessoas a governe. "Não posso fazer isso, Op. Não posso sentar e fingir que tudo está bem. Não posso fingir que estou bem em vê-lo todos os dias e saber que não posso te tocar. Dói, Op. Dói demais."

"Eu não posso... "

"Deixe-me ir."

"Eu não posso... "

Eu empurro seu peito, forçando para sair do seu abraço e me levanto. Ele rapidamente segue. "Por favor! Se você não pode me dar isso, então me deixe ir." Meus punhos estão cerrados ao meu lado e me esforço para me afastar dele, mas sei no meu coração que isso é algo que eu preciso fazer.

Ele suspira e esfrega a barba que cobre sua mandíbula. "Vou dizer aos garotos que você não é mais uma garota do clube, mas que você ainda está sob a proteção do clube. Vou ficar longe, você não vai ter que me ver e não vou usar as outras garotas. Então, quando toda essa merda tiver acabado... "

Eu balanço minha cabeça. "Não."

Ele franze a testa. "Chel, só posso fazer isso."

"Você não pode fazer isso."

"Fazer o que?"

"Você precisa me deixar ir. Deixe-me sair."

Seu rosto se transforma em confusão a surpresa. Nós dois ficamos aqui pelo que pareceu uma eternidade. Apenas olhando um para o outro.

"Não."

"Não posso fazer isso, Op. Eu preciso ir."

Ele dá um passo em minha direção, com o rosto sério. "Não. Nada mais de correr."

"Isso não é a sua escolha a fazer." Eu digo, jogando as suas palavras de volta para ele.

Viro-me e vou em direção ao meu armário. Abaixo no chão de joelhos, puxando uma bolsa grande e começo a enchê-la com as roupas que poderia encontrar.

Eu não estou mais com raiva.

Eu não estou chateada, com medo, ou triste.

Eu estou entorpecida.

Garotas do clube não são obrigadas a ficar. Poderíamos ir embora sempre que quisermos, mas no momento em que fazemos é quando o clube deixa de pagar e nos apoiar.

Seria difícil — provavelmente doeria como o inferno deixar as pessoas que tinham sido meu mundo por tanto tempo. Mas eu estava decidida. Se ele não pudesse me mostrar que estava disposto a colocar tudo na linha e provar que ele me queria, então eu não estava disposta a sentar e esperar mais.

"O que você vai fazer quando a máfia localizá-la, Chelsea?" Ele dispara sarcasticamente. "O clube não pode protegê-la se sabe Deus onde você está."

Eu continuo a embalar, sapatos, jeans, camisas, roupas de baixo. "Você mesmo disse. Para eu estar segura, é melhor nós fingirmos que não tem alguma coisa acontecendo." Fecho a bolsa e levanto do chão. "Bem, agora não temos que fingir."

As palavras me atingem.

"Isso é ridículo. Onde você está indo?" Ele se mexe, seu corpo balançando para frente e para trás como se ele quisesse vir para mim e me amarrar à cama para que não pudesse sair.

"Não importa." Murmuro enquanto calço os sapatos. "Eu não pertenço ao clube agora."

Dessa vez, seu corpo cede e ele corre para mim, segurando meu rosto com as mãos antes que eu tivesse a chance de desviar o olhar. "Não faça isso. Você pode ficar o clube irá mantê-la segura."

Eu coloco minha mão sobre a dele quando segura meu rosto, inclinando-me para ele e desfrutando da sensação áspera contra meu rosto. "Op, estou apaixonada por você." Digo-lhe suavemente antes de fechar meus olhos. "Eu tenho estado por um longo tempo. Não posso ser uma garota do clube mais com os sentimentos que tenho, e se você não vai me reivindicar, então meu tempo aqui está terminado. É hora de seguir em frente."

Sinto sua barba contra o meu rosto e um par macio de lábios encontram os meus brevemente. "Um dia, você vai ter que parar de correr e perceber que isso não resolve todos os seus problemas."

"E um dia você vai ter que perceber que afastar as pessoas que você ama não é protegê-las, é isolá-las." Dou-lhe um beijo suave na bochecha, em seguida, dou um passo atrás. "Se está tudo bem, voltarei para pegar o resto das minhas coisas em breve."

Ele assente, mas sua mente parece muito distante, enquanto olha sobre a minha cabeça. Eu me pergunto se é o que eu tinha dito, ou se ele tinha escolhido aquele momento em particular para cortar suas emoções completamente.

Tento engolir, mas minha garganta está completamente seca. Meu estômago vira.

Era isso.

Eu estava indo embora e ele não ia me impedir.

Limpo a garganta, finalmente, jogando minha bolsa sobre meu ombro e caminhando para a porta. Optimus não se mexe. Eu queria desesperadamente que ele me chamasse, para me dizer que não podia me deixar ir.

"Chelsea."

Aperto a maçaneta da porta na minha mão, minha respiração presa em minha garganta. "Sim?"

"Cuidado com as costas lá fora." Eu pensei ter ouvido um pedaço de emoção na voz, mas eu não podia ver o rosto dele para confirmá-la, então esqueço isso para apenas minha mente ouvir o que queria ouvir.

"Sim."

Eu fecho a porta atrás de mim, deixando Optimus em pé silenciosamente dentro do meu quarto. Eu consigo segurar as lágrimas até chegar ao espaço onde meu carro normalmente estava. Mas em seu lugar só estão os restos carbonizados.

As lágrimas derramam então.

Não há retenção.

"Op disse que você poderia precisar de uma carona." A voz de Ham não fez nada para me acalmar enquanto ele balança as chaves em seus dedos e me guia até a caminhonete de Optimus. "Rose?"

Eu balanço a cabeça, nem mesmo capaz de dizer uma palavra. Choro e choro todo o caminho até o apartamento de Rose, esperando como o inferno que esteja em casa. Eu não tinha mais para onde ir. Eu poderia ir e ficar com Harmony, mas sabia que isso iria causar tensão.

Eu preciso dar um passo atrás do clube. Era meu plano para fazê-lo, eventualmente – se Optimus não tivesse prestado atenção ao que estava acontecendo com a gente, quando eu terminasse a faculdade – então eu poderia muito bem começar a desconexão agora.

Ham não tenta falar comigo, ele apenas dirige em silêncio enquanto eu inclino minha cabeça contra o vidro da janela fria e deixo meu coração quebrar em pedaços.

"Se cuida, Chel." Diz ele vagamente quando salto da caminhonete, nem mesmo me virando para cumprimentá-lo ou dizer obrigada.

A chuva começa a descer em baldes. Corro até a escada que leva até o lado do edifício para o pequeno apartamento de Rose e bato na porta. A água escorre dos meus cabelos e pelo meu rosto, apenas para disfarçar as minhas lágrimas, mas não escondendo meus olhos inchados e a coriza. Rose abre a porta, fica me olhando confusa por um segundo antes de entender minha aparência.

"Oh, Chelsea." Ela diz com tristeza, abrindo os braços e me permitindo cair neles, os soluços começam mais uma vez.

"Eu saí." Suspiro.

Ela passa as mãos pelas minhas costas, não se importando que eu esteja ensopando ela completamente.

"Entre."


Capítulo 22

 

Sento-me no quarto dela por quem sabe quanto tempo. Eu sou um idiota. Chelsea era meu par. Ela pode ser uma garota do clube, mas tinha o coração de uma Old Lady. Ela amava o clube e me apoiava quando eu precisava dela.

Ela me amava.

Idiota do caralho.

Sentei-me em sua cama, segurando minha cabeça em minhas mãos. Eu já tinha chamado Ham e lhe dado ordens. Para levá-la para onde quisesse ir e, em seguida, observá-la como um falcão até que soubéssemos o que estava acontecendo. Eu tinha alguns dos rapazes já passando um pente fino em seu carro. Alguém queria causar algum dano. O carro dela tinha sido deixado sem vigilância na academia hoje, que tinha que ser o lugar onde plantaram a bomba.

Isso significava que era para explodir enquanto estivesse no carro? Ou isso era para danificar o clube?

Eu não sabia. Mas ia descobrir.

Esses bastardos iam afundar. Chelsea pode ter ido embora e eu deixá-la. Mas o caralho que eu iria deixar alguma coisa acontecer com ela, só porque eu não poderia mantê-la em minhas calças quando estava por perto.

Era melhor assim.

Isso é o que eu continuo dizendo a mim mesmo de qualquer maneira.

Houve uma batida leve na porta.

"Sim" Eu respondo. Minha garganta parecendo obstruída com emoção pela primeira vez em anos. A porta range aberta e Sugar coloca a cabeça na abertura antes de entrar e fechá-la atrás dela.

"Como está Harlyn?" Pergunto. Meu estômago vira sabendo que a minha menina tinha sido submetida a algo tão violento e assustador. Apenas outra razão para acabar com esses idiotas.

Sugar olha para a porta do banheiro fechada com curiosidade. "Ela está dormindo finalmente. Neil está sentado no quarto com ela no caso dela acordar."

Eu arrasto meus dedos pelos meus cabelos curtos. "Isso é bom."

"Chelsea está no banheiro?" Ela pergunta, parecendo confusa. "Eu queria ver se ela está bem. Mas eu posso voltar..."

"Ela se foi." Eu murmuro.

Seus olhos se arregalam. "Diga isso de novo?"

"Ela se foi, porra." Eu grito fazendo Sugar saltar levemente. "Eles explodiram a porra de seu carro! Eu disse a ela que precisávamos manter a nossa distância. Ela disse que não poderia fazer isso. Que me amava demais para estar por perto e não poder ficar comigo."

Eu levanto da cama e começo a andar. Sugar move-se rapidamente para fora do caminho da minha ansiedade e senta-se na cama.

"Op, não faça isso. De novo não." Ela implora, me olhando com olhos tristes.

Eu paro e olho para ela. "Isso não é o mesmo, Sugar."

"Como isso não é o mesmo, Op? Mais uma vez, afastando as pessoas que você gosta. Forçando-os para longe." Ela responde, quase com raiva.

"Eu não a forcei para longe." Eu grito. "Ela saiu! Ela caminhou para fora daquela porta."

"E você não a impediu." Ela resmunga, apontando para mim com um dedo acusador. "Ela divide seu coração com você. Ela lhe diz que ama você. Ela é completamente honesta e você a deixa ir sem se importar, apesar do fato de que podemos chamá-lo como o vemos. Todos nós vemos como você se sente sobre ela." Cada ponto que ela joga em mim é como um tiro em meu coração. Cada um mais doloroso do que o último.

Tudo isso é verdade.

Meu corpo está tenso. Eu sinto como se precisasse bater em alguma coisa. Eu estou com raiva, mas não dela – de mim mesmo. Eu simplesmente não podia me fazer ir atrás dela. Meus medos me seguram.

"Você a ama?"

Meu estômago afunda por um segundo, tudo o que eu quero fazer é desmoronar para o chão.

Será que eu a amo?

"Ela é tudo que eu posso ver. Não houve qualquer outra pessoa por um longo tempo." Eu respondo, caminhando até a mesa de estudos de Chelsea e apoiando-me na borda. "Chel... é diferente. Ela nunca teve qualquer expectativa vindo para essa vida, eu acho que isso é o que me atraiu para ela. Nunca foi interessada em ser uma Old Lady, nunca quis nada. Tomou o pouco que eu dei a ela e ficou feliz com isso, ela me deu espaço para respirar e ser quem eu queria ser."

Olho para cima e vejo Sugar me observando atentamente.

Eu não poderia falar sobre essa merda com os meus irmãos. Eu os amo, eles são a minha família e eu tenho certeza que alguns deles entenderiam. Mas Sugar conhecia meu coração, porque em um certo momento ela havia sido consumida por ele. Ela tinha me visto desabar a portas fechadas quando meu pai morreu, ela teve de lidar com essa merda, enquanto do lado de fora eu tinha forçado a aparência de raiva e vingança para meus homens.

Eu era o líder deles. Sem um líder forte, a merda cairia aos pedaços, os erros são feitos, e nessa vida... pessoas são mortas. Se eles vissem a angústia e tortura que eu tinha passado, a autoculpa e como eu tinha questionado sobre ser digno de usar o emblema do presidente que estava no colete que vestia, eu nunca teria ganhado o respeito deles.

"Não foi culpa sua." Ela sussurra. As lágrimas brilham em seus olhos e eu sei que ela pode sentir a dor no meu peito. "A morte de Dealer não foi sua culpa."

Ao ouvir o nome do meu pai envia um frio em minhas veias. Eu posso ter tido a minha vingança, corrigido os erros que ocorreram naquela noite, mas meu coração ainda estava pesado com a culpa. "Eu deveria ter ficado com ele. Eu sabia que era errado deixar mas... "

"Mas você me colocou em primeiro lugar antes de sua família. Você não acha que o peso está sobre os meus ombros também? Eu amava Dealer. Eu não deveria ter pedido a você para deixá-lo sozinho." Seu lábio inferior treme e eu me movo agachando-me em sua frente. Essa não foi a primeira vez que tivemos essa conversa, mas essa foi a primeira vez que ela disse algo sobre se sentir responsável.

Pego seu rosto em minhas mãos. "Não seja estúpida, Sugar. Eles estavam atirando nele."

"Exatamente. E se eu não tivesse pedido para você ir comigo possivelmente ambos estariam mortos e Harlyn iria crescer sem um pai."

Eu zombo, afastando-me dela mais uma vez. "Ela ficou bem nos últimos cinco anos sem mim."

"Oh, uau! Você está realmente me pressionando com uma desculpa fingida? Isso é patético." Ela fala.

Giro, segurando-me para ficar perto dela. "Eu vou esquecer esse deslize dessa vez. Quem diabos você pensa que está falando?" Apesar de Sugar ser diferente, ter alguém falando comigo com desrespeito me coloca diretamente na zona defensiva.

Ela se arrasta para fora da cama e caminha para frente, de pé frente a frente comigo. "Eu penso que eu estou falando com um homem que protegia o que era dele? Penso que estou falando com um homem que tinha aprendido com seus erros? Penso que eu estou falando com um homem que enfrentou seus problemas de cabeça erguida em vez de afastá-los e esperar que se corrigisse eventualmente?"

"Que porra, Sugar?" Rosno, suas palavras me enrolando firmemente.

"Controle-se, Op." Ela me cutuca no peito com o dedo. "Essa garota, está pronta para dar-lhe tudo. Ela não se importa que estando envolvida com você pode colocar sua vida e futuro em perigo. Ela teria arriscado tudo para dar-lhe tudo. Por que para ela, ela preferiu passar o tempo que for para se sentir amada por você do que passar o resto de sua vida se perguntando por que ou o que ela poderia ter feito diferente."

Meus punhos cerram ao meu lado e eu olho para Sugar, na esperança de que ela vá se esconder e fugir, mas ela simplesmente não era assim. Sugar não tinha medo de mim, não que eu queria que ela tivesse. Não tinha medo de me dizer o que pensava, ela nunca teve.

Ela olhou direto para mim. "O que você faria se ela morresse agora? E se fosse atingida por um carro? E se caísse morta agora? Você se arrependeria então? Você se arrependeria por ter deixado ela sair por aquela porta?"

Apenas o pensamento de algo acontecendo com ela faz meu coração acelerar e o conteúdo do meu estômago ameaça voltar e derramar por todo o chão do quarto.

"Não me diga que o seu coração não está gritando com você para sair desse quarto, ir atrás de Chelsea e pedir-lhe para voltar." ela desafia.

"É claro que está, porra. Você não acabou de me ouvir? Não posso respirar sem ela."

Sugar nem sequer pestanejou. Você teria pensado que seria até mesmo um lampejo de ciúme, mas não era. Sugar queria o melhor para mim, assim como eu queria para ela. Eu a amava, ela criou minha filha em sua maioria por conta própria, mesmo que eu garantisse a ajuda financeira, ela nunca lutou. Ela queria que eu fosse feliz, e viu isso com Chelsea. Isso só mostrou que tipo de pessoa ela era, a quantidade de amor que ela tinha em seu coração.

"Então acorde!"

"E arriscar sua vida, porque eu não pude colocar meu próprio egoísmo de lado." Eu balanço a cabeça. "Não, de novo não."

Eu tinha forçado Sugar a ir embora e ela ainda estava aqui. Tanto ela como Harlyn estavam a salvo, porque durante os últimos cinco anos eu consegui manter uma distância razoável delas. Em minha mente, era lógico. Eu tinha feito isso uma vez para proteger as pessoas que eu amava. Eu poderia fazê-lo novamente. Mesmo se isso significava nunca ter Chelsea novamente. Pelo menos eu saberia que ela estava viva e podia viver sua vida. Meu coração discorda, mas eu ignoro.

"Oh, pelo amor de Deus. Você é um babaca teimoso, sabe disso, certo?"

A coisa estúpida foi que eu a ouvi. Eu sabia o que estava dizendo fazia sentido. Eu sabia que minha teimosia poderia me levar a um grande erro.

Vou apenas acrescentar à lista.


Capítulo 23

 

Rose me fez tomar um longo banho quente. Não ajudou. Meu corpo estava entorpecido – gelado até o osso.

Eu sempre planejei ir embora em algum momento. Eu sabia que a vida de garota do clube não era a melhor ou a mais importante para mim. Queria fazer algo por mim mesma. Queria ajudar as pessoas e usar as minhas paixões para fazer a diferença, fazer uma vida para mim. Eu não tinha certeza de como isso ia ser. Nunca planejei na minha cabeça, as palavras que eu diria quando eu finalmente deixasse o clube, mas o que posso dizer é que nunca imaginei que seria dessa forma. O clube tinha se tornado tão enraizado no meu coração.

Os homens - embora meu trabalho não fosse diferente e não ortodoxo – eu ainda me importava com eles. Eu os amava. Eles tinham me dado um lugar para pertencer quando pensei que não tinha nenhum. Quando estava perdida e querendo saber o que o meu objetivo era, por que o mundo tinha me amaldiçoado com a solidão, eles haviam me dado uma casa.

Crescer no sistema não foi fácil. Algumas das crianças que eu conheci em casas tinha estado lá desde que eram bebês. Eles não conheciam nada diferente. Tudo o que sabiam eram lutar e como lutar para sobreviver.

Mas eu não.

Eu não me lembro muito sobre quando eu era pequena, mas a única coisa que eu sentia mais forte sobre minha infância antes dos meus pais serem mortos foi o amor. Lembro-me de como era bom ter alguém para me colocar na cama à noite. De como meu coração disparava quando meu pai me chamava de seu anjinho. Lembro-me o quanto eu costumava rir e sorrir, e como era ter alguém beijando seus joelhos esfolados quando caia. E lembro-me o quão doloroso era ter tudo arrancado.

O sentimento ameniza com o tempo. As coisas tornaram-se menos visíveis em minha mente e as memórias tornaram-se luzes que se apagam no final de um túnel, lentamente escorregando até que eu pense que elas iriam embora para sempre. Eu não tinha percebido o quão escuro meu mundo havia se tornado porque estava perdendo os lembretes de como brilhante isso poderia ser.

Optimus me devolveu a luz. Ele me fez sentir novamente. Ele fez meu coração lembrar-se de como vencer e subir e lentamente começou a encher novamente.

E agora, aqui estou eu. De volta ao túnel que conhecia tão bem. Observando a luz desaparecer lentamente na linha.

Rose coloca uma xícara de café em minhas mãos. Aqueço-as do frio, mas o resto do meu corpo permanece dormente. Ela me emprestou um robe macio e alguns outros itens essenciais, enquanto jogou minhas roupas na secadora.

Sentou-se ao meu lado, suas mãos descendo para descansar em meu braço. "Fale, isso vai ajudar."

Eu balanço minha cabeça. "Eu nem sei o que dizer."

"Diga o que diabos você quiser. Fique com raiva, fica chateada, chore, grite. Qualquer coisa que faça você se sentir melhor." Diz ela com força.

Suas palavras inflam minha alma perfurada. "Eu simplesmente não posso suportar o afastar e aproximar, não mais. Minha cabeça está girando tão rápido que eu quero vomitar. Como ele pode ser tão suave e gentil? Mostrando-me pedaços que mantém escondido, mas não vai me reivindicar, não vai nos fazer oficial."

"Qual é o raciocínio dele?" Ela pergunta, curiosa.

Eu suspiro, não tenho certeza quanto devo compartilhar. Eu poderia não fazer mais parte do clube, mas não significa que iria desrespeita-lo ou partilhar os seus segredos. "Há um monte de merda atingindo o clube no momento. Optimus sente como se as pessoas souberem que estou com ele, não estarei segura."

Para colocar isso suavemente.

Rose não parece surpresa, mesmo balançando a cabeça suavemente. "Você não concorda com ele?"

"Não é isso." Eu sei que essa merda é séria, Op não teria tomado essa abordagem de qualquer maneira. "Eu só estou cansada disso, sabe? Eu... Eu me importo com ele. Assim, muito mesmo. Ser uma garota do clube foi muito bom, excelente, enquanto não havia enormes sentimentos envolvidos. Você é solteira, se diverte, transa com os caras e ninguém se machuca. As pessoas fazem isso todos os dias, eu só passei a fazê-lo com um monte de motoqueiros assustadores."

Rose ri. "Um grupo de motoqueiros assustadores mais sexy do que a maioria dos homens."

Eu sorrio sentindo quase um alívio. "Exatamente. Eu não sei quando, com certeza isso me atingiu, mas uma vez eu percebi que sentia mais por ele do que apenas um corpo quente para aquecer minha cama à noite, as coisas começaram a ficar muito complicadas."

"Você não gostava de vê-lo com outras garotas?" Ela pergunta, traçando a borda da xícara de café enquanto fala.

Eu balanço minha cabeça. "Ele nunca está com outras garotas. Eu sei que ele não está, não havia uma noite que nós não dividíamos a cama e que inclui noites que nem sequer teve sexo! Algumas semanas atrás, Blizzard tentou transar comigo, mas antes de qualquer coisa acontecer Op apareceu e me arrastou para fora como um homem das cavernas."

Vi seu nariz enrugar. Blizzard era um homem difícil de decifrar. Ele era legal, calmo e controlado a maior parte do tempo, mas Rose tinha de alguma forma conseguido irrita-lo.

"Então, realmente, você não será uma garota do clube por um longo tempo."

Eu me levanto da minha cadeira. "Eu não sei, Rose. Eu não sei o que eu sou, ou o que eu era. Esse era o problema. As coisas se tornaram muito turvas. Eu não estava pedindo para ser uma Old Lady, eu sou independente, tenho me cuidado por um longo tempo. Eu estava apenas pedindo-lhe para me deixar entrar."

"Tudo ou nada." Diz ela calmamente. "Eu entendo o conceito."

"Ele escolheu nada." Digo secamente, sentindo outra pontada no meu coração e lágrimas ameaçam transbordar depois de eu ter lutado tanto para contê-las.

"Ele tinha suas razões e, francamente, elas são justificadas. Você sabe que ele se preocupa com você."

Eu engulo o caroço que se forma em minha garganta, determinada a não deixar isso me quebrar. "Eu acho que isso é o que torna ainda mais difícil, saber que ele se preocupa e que ainda me deixa ir embora de qualquer maneira."

"Você é uma pessoa incrível. Pode machucar agora, mas vai reconstruir e tornar-se muito mais forte." Rose me encoraja com um sorriso e um aperto no meu braço.

Eu balanço a cabeça. "Fiz isso antes, eu posso fazê-lo novamente."

"Exatamente!" Ela sorri.

Meu celular começa a vibrar sobre a mesa, assustando nós duas por um segundo. Suspiro quando olho para a tela, sabendo que tinha que atendê-lo. Rose me dá outro aperto em meu braço, em seguida, desaparece, dando-me um pouco de espaço.

"Oi Harm." Eu digo com uma voz mais forte que pensei que tinha.

"Você está bem? Onde você está? Kit recebeu uma mensagem do Op. Chel você precisa voltar para o clube." Diz ela soando frenética.

"Harm, estou bem, ok? E não posso voltar para o clube." Corro a mão pelos meus cabelos castanhos longos, meu dedo capturando emaranhados.

"Não é seguro, Chel." Sua voz tinha se acalmado e tinha rapidamente se transformado em uma loucura emocional.

"Eu vou ficar bem. Eu vou encontrar um lugar para ficar, fora do caminho de todo o drama acontecendo. Ele disse isso ele mesmo, estou mais segura se essas pessoas pensam que não estamos juntos." Esfrego minhas têmporas, tentando aliviar o começo do que eu imaginava ser uma dor de cabeça horrível.

"Ele se preocupa com você, Chel." Diz ela.

"Eu sei que ele se preocupa. Mas você mesma disse, talvez seja a hora de colocar tudo sobre a mesa. Eu coloquei... "

Ouço-a se movimentar ao redor. "Estou indo para lá. Isso é besteira."

Voltando para minha amiga forte que eu amava. "Com diabos você está. Você vai ficar bem aí aonde sei que você está segura."

Ela zomba. "Optimus, aparentemente, precisa de alguém para chutar sua bunda. Eu posso fazer isso agora você sabe. Old Lady número um com regalias."

Eu rio. "Apesar de adorar ver isso, eu estou bem - honestamente. Vou descobrir as coisas."

"Eu não acredito em você."

Eu sorrio. Harmony sempre tinha sido protetora comigo. É uma das muitas razões que a amava como se ela fosse minha irmã. Depois de passar tanto tempo ter que me levantar por mim mesma era bom ter alguém a mais lutando por mim. "Tanto quanto eu te amo sendo chutadora de traseiro, essa é minha luta e se eu vou fazer isso através desse ponto, eu preciso lutar por mim mesma."

Ouço-a suspirar. "Você vai me manter no circulo?"

"Sem você, eu não teria sequer um circulo." Digo, tentando tranquilizá-la.

"Eu vou deixar essa merda sentimental me pacificar por agora, mas não esqueci sobre isso." Ela resmunga e eu tenho que rir. "Espero que Op esteja preparado para o telefonema que ele está prestes a receber de mim."

"Motoqueira cadela cai bem em você."

Ela ri. "Amo você, Chel."

"Amo você também."

Eu coloco meu telefone de volta na mesa, incapaz de tirar os olhos dele. Eu sabia que ele não iria ligar, ou mesmo enviar mensagens por esse assunto. Isso só não era o estilo de Op. Mas uma garota poderia sonhar, talvez até mesmo ter esperanças.


Capítulo 24

 

"Parece que você precisa de uma bebida," Eu ouço Lou Lou anunciar de trás do bar. Há alguns irmãos por ali, mas desde minha conversa com Sugar eu tinha plantado aqui e até agora não me preocupei em se mover, nem mesmo para pegar uma bebida.

"Sim, pegue um uísque para mim." Eu murmuro.

Lou Lou olha para mim estranhamente, mas viro-me para pegar minha bebida. "Você precisa de mais alguma coisa, Op?" Eu não perco a sugestão sutil em sua voz, embora ela tente fazê-lo soar casual.

"Não." Eu tomo minha dose, batendo o copo sobre o bar de madeira com um pouco mais de força do que o necessário. Lou Lou salta, mas me dá um breve sorriso antes de se apressar em sair para os garotos que a acolheram de braços abertos e pau duro.

Eu gosto de Lou Lou, ela é difícil de decifrar. Ela não é forte e confiante em si mesma e sua vida era como Harmony e Chelsea. Ela poderia ser uma cadela e passava muito tempo tentando impressionar as pessoas com seus peitos para fora. Mas ela também não estava no trem para ‘aqui apenas para ser uma Old Lady e conseguir o que eu estou em dívida’. Quando lhe foi dito para calar a boca, ela ouviu e passou um tempo longe do clube com sua família.

"Interessado em um passeio?" Pergunta Blizzard, deslizando para o banco ao meu lado e olhando para o meu copo vazio. "Talvez não."

"Só tive um."

"Bom, vamos lá. Da uma volta na X-Rated e verificar algumas coisas." Ele me deu um tapinha nas costas e afasta-se do bar.

"Só porque ela se foi, não significa que eu precise de outra cama mais quente." Eu respondo, estreitando os olhos para ele e desafiando-o a dizer algo estúpido.

As garotas da X-Rated estavam fora dos limites para os garotos. Simplesmente porque, algumas vezes, os meus homens não sabiam o significado de irritar a ajuda contratada. Idiotas não poderiam manter seus paus sobcontrole e eu tinha mais do que uma garota saindo do clube porque elas achavam que um dos irmãos ia ser o seu cavaleiro de armadura brilhante, apenas para ser severamente decepcionada.

"Eu disse isso seu bastardo mal humorado?" Ele responde, revirando os olhos. "Connor ligou e disse que uma das garotas veio parecendo alta e tropeçando."

"Cadela estúpida." Desço do meu assento e o sigo para nossas motos lá fora. Eu gostava de manter X-Rated elegante. Isso significa sem drogas, de alta segurança e discrição.

Nossas meninas viviam sob-regras estritas – não transar com a clientela ou os irmãos, testes de drogas mensalmente, sem álcool no trabalho, e não comentar sobre quem ou o que visse acontecendo.

Empresários vinham ao nosso local para escapar. Eles não queriam que as pessoas os julgassem ou os vissem saindo em público. Eles queriam ter um bom tempo sem interferência externa. X-Rated tinha isso e eles pagavam um bom dinheiro por ele. Eu não estava a ponto de ter alguma cadela drogada arruinando a reputação do meu estabelecimento.

A viagem para a cidade não demora muito. Eu estou totalmente pronto para rasgar alguém novo. Eu estou cheio de raiva e frustração. Não foi muitas as vezes que eu senti essa bagunça em minha cabeça. Entre Chelsea saindo e a conversa com Sugar, eu estava me sentindo bem.

Há muito tempo atrás eu teria acabado com minha merda no ringue e derrotado algum pobre idiota desavisado à morte. Isso não era eu mais. Eu fiquei longe de lutar ou usar meus punhos a menos que fosse para proteger a mim ou minha família. Eu não gostava de quem me tornava quando pisava no ringue. Ele não era uma parte de mim por mais tempo e eu não estava prestes a deixar este contratempo mudar isso. Eu só precisava colocar minha cabeça no lugar.

Eu não tinha terminado com Chelsea. Mas, por agora, eu só tinha a esperança de que estivesse fazendo a coisa certa e quando chegasse a hora de trazê-la de volta, não fosse tarde demais.

Dois homens em roupas escuras estavam parados na porta. Seguranças contratados. Eles observavam quem ia ou vinha, enquanto meus irmãos observavam lá dentro. Nós possuímos uma empresa de segurança e cada um desses homens era verificado cuidadosamente, mas as garotas no interior deste edifício pertenciam ao clube, observava todas elas, cuidávamos delas, protegíamos elas e isso era uma responsabilidade que só confiava nas mãos dos meus irmãos.

Os garotos reforçando a frente apenas balançam a cabeça quando passamos.

Mesmo para um dia de semana, X-Rated estava lotada. Estávamos abertos sete dias por semana e não havia outro clube de strip na cidade, eu tinha certeza disso.

Kat estava no palco fazendo a sua apresentação. Ela era uma garota impressionante e uma das nossas maiores atrações. Os homens que vinham aqui a amava e eu não tinha dúvidas de que ela era a razão para muitos sonhos molhados, uma vez que eles iam embora. A multidão enchia o espaço, mas o tipo de homens não variava. Alguns vestiam ternos, alguns com mancha de graxa, sem dúvida, apenas querendo um pouco de safadeza antes de ir para casa.

Camo estava encostado do lado direito do palco, seus olhos no meio da multidão e não sobre Kat. Wrench estava do outro lado, conversando com uma das garçonetes. Ela parecia estar flertando, mas ele estava olhando em todos os lugares, exceto nela, balançando a cabeça ocasionalmente.

Blizzard e eu pegamos um assento no pequeno bar, assistindo Connor enquanto ele mistura algumas bebidas e, em seguida, coloca-as em uma bandeja para uma das garotas. Seus olhos nos pega quando passa a bandeja e limpa as mãos sobre a toalha que está enfiada na cintura da calça jeans.

"Vocês querem uma bebida?"

Blizz e eu balançamos a cabeça e Connor puxa uma garrafa de uísque debaixo do balcão.

"Foda-se essa merda me dê uma cerveja." Blizzard resmunga, ele não tinha o gosto pelo uísque como eu tinha. De certo modo, isso só tinha sido quando Chelsea apareceu que eu comecei a beber uísque. O gosto que sua boca tinha depois que bebia era incrível. Eu balanço a cabeça e bebo um gole do copo que Connor tinha colocado na minha frente.

"Como vão as coisas?" Pergunto-lhe quando ele inclina seu quadril casualmente contra o bar e cruza os braços sobre o peito.

"Sim, tudo bem. Sem grandes problemas, exceto por Hayley, que entrou ou devo dizer tropeçou, atrasada para o trabalho essa tarde." Ele balança a cabeça. Estava claramente desapontado.

Connor não era um membro do clube, ele não era um irmão, mas eu confiava nele como um. Ele tinha recebido a oportunidade há alguns anos atrás para entrar como prospect, mas tinha desistido. Ele tinha a cabeça e coração fixado em ser um advogado e, infelizmente, ser um membro dos Brothers by Blood poderia afetar o seu futuro nessa linha de trabalho. Eu o respeitava por isso. Ele sabia o que queria e eu admirava sua dedicação. Connor queria mudar o mundo, proteger as pessoas que tinham feito algo errado.

Uma das principais coisas que pressionava ele era o fato de que ele era gay. O clube não tinha nada contra preferência sexual. Enquanto alguns dos rapazes tinham ficado distante com ele para começar, eles logo souberam que ele não estava lá para entrar em suas calças ou tentar convertê-los.

Um monte de pessoas tiveram esses estereótipos sobre o que um cara gay deve ser semelhante ou parecer. Eu tenho que admitir que até conhecer Connor eu era uma dessas pessoas. Você pensa que eles são extravagantes e femininos, que usam roupas elegantes e falam em um tom mais alto do que o habitual. Isso não era ele. Ele tinha ombros largos e musculosos, tinha uma barba curta e tatuagens que cobria toda a sua parte superior do corpo de seu pescoço aos quadris para os pulsos. Eu não me importo se ele gosta de pau ou buceta, tudo o que eu sei é que ele cuida de minhas garotas e os meus homens e administra o negócio melhor do que eu jamais poderia.

"Não consigo me lembrar de Hayley." Eu digo a ele, quebrando a cabeça tentando colocar um nome para o rosto. Eu conhecia a maioria das garotas bem, muitas delas visitavam o clube na sexta à noite se não fossem trabalhar.

Ele se serve de uma dose de uísque e a bebe. "Sim, bastante nova, talvez alguns meses. Toda a verificação do seu passado estava bem. Nunca teve em problemas com a lei. Tem um filho em casa. Tentando terminar a escola."

"Escola?" Pergunta Blizz.

Connor sacode a cabeça. "Ela é jovem. Dezenove anos. Teve sua filha quando tinha quinze anos e teve que abandonar. Quer conseguir um diploma do colégio."

"E o pai da criança?" Nós sempre certificamos se há crianças envolvidas, o que existe um punhado de nossas garotas, que não tenha pais irritados lá fora, procurando prejudicá-las. Nos oferecemos para ajudá-las, encontrar babás adequadas e confiáveis para quando elas precisem trabalhar e ajudá-las a entrar em uma boa casa.

"Nenhum pai. Retirou seus direitos quando a criança nasceu." Explica Connor. "Ela está lá atrás. Provavelmente teve tempo de ficar sóbria agora e não está esperando sua visita."

"Eu também não estaria. O nosso líder destemido aqui está cuidando de um coração quebrado agora que Chelsea se foi. Aposto que ele está ansioso para rasgar alguém." Blizzard joga a cabeça para trás e ri, me dando tapinhas no ombro assim que olho para ele.

"Vamos, idiota." Eu rosno, batendo na cabeça de Blizzard. Ele esfrega ela, mas sorri e me segue pelo corredor até a sala dos fundos. Eu empurro a porta do escritório aberta. A jovem está sentada no pequeno sofá de couro de lado, com a cabeça enterrada em suas mãos e seus cabelos chocolate caindo sobre os ombros. Eram ondulados e grossos como os de Chelsea, mas a garota não tinha o tom de pele de Chelsea.

Ela parecia tão pequena – quebrada, mas eu queria saber se era apenas a maneira como ela se mantinha. Eu definitivamente não me lembro dela, mas nenhuma das garotas nunca foram forçadas a vir em festas com a gente no clube por isso era uma possibilidade completa que ela nunca tinha estado.

Ninguém tinha sido colocado do lado de fora da sua porta para se certificar de que ela estava presa para essa pequena conversa e ainda assim ela não tinha fugido.

Eu sabia então que essa não era apenas uma cadela que estava à procura de sua próxima dose, fodendo traficantes de drogas para conseguir o que queria como eu tinha visto tantas vezes antes. Se fosse esse o caso, ela teria fugido no minuto em que teve a chance.

"Hayley?" Eu digo rispidamente. Seus olhos disparam imediatamente. Ela não parece muito mal, tudo o que ela tinha tomado provavelmente já tinha acabado o efeito e agora ela apenas parecia cansada - cansada e com medo. "Eu sou Optimus, presidente dos Brothers by Blood, este é o meu VP, Blizzard."

"É bom conhecer você... eu acho." Ela murmura.

"Você percebe, quando assinou o contrato para trabalhar aqui, você nos deu sua palavra de que não usaria drogas. Connor parece pensar com a maneira que você veio essa tarde – atrasada para seu turno – que você possivelmente estava usando alguma coisa. Ele está certo?" Eu tento não levantar a voz para ela. É jovem e tinha feito algo estúpido, mas todos nós tínhamos estado lá em algum momento de nossas vidas, às vezes nós apenas precisávamos de um pequeno empurrão na direção certa. Eu não ia começar acusando-a de qualquer coisa antes de saber os detalhes. Eu vejo lágrimas começarem a brotar em seus olhos, mas eu não vacilo na minha posição. Ela precisava saber que essa merda era grave e que, se tivesse feito algo errado não iria fugir com ele.

"Eu sinto muito. Eu... realmente não sabia o que era. Eu tenho exames finais na semana que vem no colégio e minha garota está realmente doente, então eu não tive muito tempo para estudar." Ela funga e sacode a cabeça. "Eu sinto muito, você não quer desculpas."

"Não, continue." Blizzard diz a ela com um sorriso encorajador. "Queremos saber o que está acontecendo."

Ela assente com a cabeça, as mãos puxa a alça de sua bolsa, torcendo nervosamente. "Eu só precisava ficar acordada por algumas horas extras enquanto Jayla dormia. A garota que vive do outro lado do corredor me deu algumas pílulas, disse que iria me manter acordada, me manter focada. Tomei-as e então eu comecei a me sentir muito estranha. Minha mente começou a correr e eu não poderia parar, foi realmente assustador."

"Parece que ela lhe deu BZP." Eu digo, franzindo a testa.

Quem diabos faz isso? Dá para uma jovem pílula de festa e diz a ela que vai ajudá-la a se concentrar.

"O que é isso?" Ela pergunta nervosamente.

"São pílulas que são projetadas para imitar os efeitos de outras drogas ilegais mais viciantes. Pessoas tomam quando eles estão indo para raves." Explica Blizzard.

"Eu sinto muito. Eu realmente não sabia. Eu estava tão desesperada para conseguir terminar os estudos. Eu preciso passar nisso antes que eles deixem me candidatar para a faculdade." Ela busca por ar desesperadamente enquanto tenta acalmar as lágrimas. Eram lágrimas reais. Não colocadas de modo a que ela não perdesse o emprego ou por estar tentando escapar do problema.

Eu não era insensível. Essa garota estava tentando fazer algo de si mesma e simplesmente cometeu um erro. The Brothers by Blood não apenas possuíam X-Rated, nós nos preocupávamos com as nossas garotas. Era por isso que as pessoas queriam trabalhar para nós.

Blizzard chama minha atenção e eu assento.

"Olha, Hayley," ele era melhor para essa merda do que eu, "você se intoxicou. Agora temos que fazer um plano para que você possa seguir em frente."

Seus olhos se arregalam de surpresa e olhando para nós dois. "Você não vai me demitir?"

Blizzard sacudiu a cabeça. "Que tal você tirar alguns dias de folga, termine seus estudos. Nós vamos lhe pagar por isso, então quando os testes mostrar que está tudo bem você pode começar a fazer as horas aqui e ali sempre que tiver tempo."

"Oh meu Deus, sério?" Ela engasga e olha para mim e eu aceno. "Oh wow! Muito obrigado. Eu prometo que não vou fazer isso de novo." Ela levanta-se rapidamente e dá um passo para o lado, puxando a porta aberta para ela enquanto continua a agradecer-nos mais e mais.

Quando ela desaparece no corredor, eu olho para Blizzard. "Bom garoto."

Ele corre os dedos pelos cabelos. "Eu juro, elas estão ficando cada vez mais jovens."

Dou de ombros. "A vida, às vezes não acontece conforme o esperado."

Ele balança a cabeça, nós dois aliviados que dessa vez isso foi uma simples correção. Eu senti meu celular vibrar no bolso da frente e puxo-o para fora para verificar a tela.

Eu solto um gemido. "Harmony."

Blizzard ri e se dirige para a porta. "Divirta-se com isso."

Eu me encolho. Tinha enviado para Kit uma mensagem rápida para deixá-lo saber o que estava acontecendo assim Harmony poderia estar lá para a amiga. Eu estava esperando sua ligação.

"Harmony."

"Você a deixou sair?" Ela basicamente grita comigo do outro lado da linha.

Reviro os olhos. "Nós não mantemos prostitutas do clube acorrentadas às paredes hoje em dia, Harm. Você deveria saber disso."

"O fato de que você ainda a chame assim é uma prova da sua inteligência." Ela zomba.

Sento-me no sofá que Hayley tinha desocupado, pensando que provavelmente iria precisar dele para essa conversa. "Então o que, de repente você achou este termo ofensivo?"

"Não, eu não acho ofensivo. Não jogue essa merda de volta pra mim. Eu acho que você chamá-la assim é ofensivo. Os homens não chamam a mulher que eles amam de prostitutas. Apenas dizendo." Harmony está com raiva. Eu a tinha visto com raiva antes, a diferença era que naquela época ela não era uma Old Lady e se controlava. Eu estava pagando por isso agora.

"Seu Old Man sabe que você está no telefone gritando com um irmão?"

Eu praticamente podia vê-la sorrindo. "Você diz isso como se ele tivesse algo a dizer sobre o assunto."

"Que loucura isso." Eu murmuro.

"Vá e a pegue, Optimus." Sua voz muda de repente, seu tom agora suave e suplicante.

Esfrego o meu rosto. "Não é tão simples, Harm."

Ela suspira. "Eu sei que você acha que o que está fazendo é certo. Na sua cabeça, parece lógico, mas não é. Chelsea está magoada. Quando ela está magoada, ela corre. E quando ela decide correr... E se você nunca encontrá-la?" A voz dela quebra e eu sinto uma pontada no meu peito. "Eu queria estar lá para falar com ela, Op. Eu sei que ela tem Rose, e eu sou grata por isso. Mas ela não me quer, ela não quer Rose, ela quer você. Você tem que mostrar que precisa que ela fique."

Eu a ouvia continuar e continuar por uns bons cinco minutos. Eu não podia lidar com o material sentimental. Eu preferia que ela gritasse. Eu sei que Harmony era protetora da sua amiga, mas Chelsea era mais forte do que as pessoas pensavam. Ela tinha passado por algumas coisas ruins e saiu disso não completamente ilesa. Ela só tende a levar as coisas muito mais a sério do que Harm. Eu queria dizer alguma coisa, mas não podia. Minha garganta estava fechando e eu não poderia decidir se queria bater em alguma coisa ou chorar. Eu odeio essa merda emocional.

Eu abro minha boca para falar logo que um grito ensurdecedor encheu o ar.

Harmony engasga. "O que é que foi isso?"

Eu saio da sala e vou para a direção de onde pensei que tinha vindo. "Harm, tenho que ir. Vou ligar para você de volta." Eu não espero ela responder. Paro de repente, a porta de suprimento do clube está aberta e Lucy, uma das strippers que estava conosco há anos estava na porta, olhando para mim, seus olhos arregalados.

"Lucy? Você está bem?" Pergunto, dando um passo em direção a ela com cautela.

Ouço passos atrás de mim, Blizzard, Camo, e Connor todos atrás de mim.

"Eu... Eu só estava levando o lixo para fora." Ela gagueja suas mãos tremendo visivelmente. Dou um passo para fora das portas e olho para a esquerda, onde o lixo do clube era jogado. Caindo abaixado, minhas mãos vão diretamente para minha cabeça. "Porra. Porra!"

Os cabelos de Hayley ainda estavam ondulados e macios, como tinha sido quando eu a vi menos de dez minutos atrás. Mas seus olhos, apenas olhavam para mim, seu corpo contorcido contra o contêiner de metal. Uma faca enfiada em seu coração. Não havia nenhuma maneira dela ter sobrevivido.

"Oh cara, Hayley." Connor se move em minha volta enquanto eu me equilibro ali, olhando para ela. Ele segura-lhe a mão e segura-a na bochecha. Sua voz é crua e com raiva. "Ela não merecia isso. Queria uma vida. Queria algo melhor para aquela garota. Ela não merecia isso."

Eu me levanto, voltando-me para os meus garotos. Camo tinha seus braços em volta de Lucy e ela estava chorando em seu peito, mas ele endireitou seus ombros como se estivesse pronto para a batalha. Blizzard parecia igual. Nós sabíamos que as coisas tinham apenas subido para um outro nível.

Essa garota era nossa. Ela pertencia ao clube.

Connor estava certo.

Ela não merecia isso.

"Passe a informação. Quero olhos em todas as garotas em todos os momentos, garotas do clube, strippers, Old Ladies." Camo e Blizzard assentem. Dou um último olhar para Hayley enquanto ela foi embalada delicadamente nos braços de Connor.

Nossos olhos se encontram.

"Ela merece justiça." Diz ele por entre os dentes.

"Sem problemas."


Capítulo 25

 

Eu percebi o quão sortuda eu era de ter uma amiga como Rose. Seu apartamento tinha dois quartos e ela me convidou para ficar durante o tempo que eu precisasse. Isso tornaria as coisas muito mais fáceis, pois eu não estava esperando mais dinheiro do clube, e precisava encontrar rapidamente um emprego para que eu pudesse pagar o que restava das minhas aulas na faculdade. Eu tinha uma pequena economia, mas não demoraria muito tempo para acabar.

Felizmente Rose já tinha uma cama extra no quarto ao lado, de modo que era uma coisa a menos que eu teria que pensar.

Olho para cima quando a porta do meu novo quarto abre. Eu ainda tinha que ir dormir e agora era 9:00. Eu só não podia desligar meu cérebro. Meus olhos doíam, minha cabeça latejava e meu coração estava ferido. Não havia nenhuma maneira mais dramática para descrever como estava me sentindo. Era simples assim.

Meu coração estava ferido.

Rose aparece no quarto, um sorriso suave no rosto. "Suponho que você não vá para a aula hoje?" Ela tinha sua mochila jogada sobre um ombro e estava vestida com um jeans ocasional e uma camiseta azul marinho. Eu tento sorrir de volta para ela, mas tenho certeza que mais parecia uma careta.

"Eu acho que vou faltar hoje. Fui ao banheiro pouco antes e me olhei no espelho. Parece que eu tive dois rounds com Ali Muhammad3." Eu digo a ela, apontando para os meus olhos inchados.

Seu sorriso fica, mas lentamente se transforma não em um encorajamento, mas um de pena. "Você está linda, Chelsea." Ela diz em voz baixa.

Eu deixo escapar uma risada silenciosa. "Obrigado, Rose. Está bem. Eu vou vê-la mais tarde. Eu duvido que esteja deixando o edifício hoje."

Ela assente com a cabeça. "Eu vou deixar o motoqueiro lá fora saber." Ela pisca antes de virar e sair rebolando.

Eu tenho que rir. Rose era imprevisível. Num momento ela era doce e suave e você pensaria que talvez ela tivesse sido magoada antes, era algo que eu ainda pensava. Mas então ela afasta essa atitude e se transforma em uma pessoa totalmente diferente.

Então Optimus ainda tinha um homem cuidando de mim.

Eu tento não dar muita atenção para isso.

Eu sei que ele me queria segura e isso era um trabalho de um prospect fazer todas as tarefas sujas. Não era nenhuma preocupação para Op ter um homem em serviço de guarda o tempo todo. Optimus nunca negou seus sentimentos por mim. Na verdade, ele tinha até admitido na noite passada. Disse que não podia respirar quando eu não estava por perto.

Bom, espero que ele sufoque.

O pensamento me faz sorrir. Eu estava sem lágrimas. A barragem tinha secado, mas isso não significava que não havia milhares de pensamentos e memórias que rodavam em torno do meu cérebro. Eu decido tentar levantar-me e estudar um pouco. Não posso deixar esse sentimento me consumir, porque eu sei que se eu deixá-lo levar-me mais, eu vou acabar rastejando de volta para ele, e essa de ser toda forte e ir embora seria por nada.

Eu não posso deixar a dor que estou sentindo ser por nada.

Eu jogo as cobertas de cima de mim e vou em busca da minha mochila que tinha meu laptop e livros da faculdade nela, encontro-a perto da porta da frente. Há uma pequena janela ao lado da porta, puxo a cortina de forma sutil e dou uma olhada lá fora. A moto está estacionada na calçada do lado de fora e um membro do clube sentado no fundo da nossa escada, cigarro pendurado em seus dedos. Como eu pensei, havia apenas um emblema de prospect no seu colete, eles não conseguiam seu emblema completo até que fossem escolhidos como membro pleno.

Eu não poderia dizer quem é como eles têm um capuz puxado sobre a sua cabeça e eu sabia que tanto Ham quanto Neil fumavam. Eu suspiro e deixo a cortina cair de volta no lugar. Conheço os pros e os contra do clube como se eu tivesse nascido naquela vida. Às vezes eu me pergunto se tudo na vida tinha a sua finalidade. Estávamos realmente no controle de nossos destinos, ou era algo que era controlado pelo destino?

Eu amo meus pais e sentia falta deles todos os dias, porra, e se eles nunca tivessem morrido? E se eu nunca tivesse encontrado o clube?

Eu sei que senti como se o clube preenchesse o vazio que eu tinha perdido por não ter uma família estável, enquanto eu estava crescendo, mas se fosse mais do que isso? E se o clube estivesse onde eu estava destinada a ser? E se o destino quisesse que encontrasse os irmãos?

Eu balanço minha cabeça.

O destino deve ser uma cadela cruel se me fez passar toda a merda na minha vida, matando a minha mãe e meu pai, me jogando em lares adotivos onde eu tinha 'pais' que só se preocupavam com o salário que eu trazia toda semana, apenas para me trazer aqui, onde sabia que eu ia ter meu coração partido.

Eu me sinto enjoada.

Eu nunca quis vir aqui e me apaixonar. Foi à última coisa em minha mente na noite que eu entrei no clube dos Brothers by Blood. Eu estava procurando por homens quentes e sexo. A abundância de sem amarras, não me importo se não vê-lo novamente. O que ganhei foi uma casa, uma melhor amiga, um homem que roubou meu coração e um clube cheio de caras que põem suas vidas para proteger a minha.

Minhas costas batem na porta enquanto eu luto contra as emoções, lutando contra elas, tentando tão forte para não deixá-las me consumir. Eu escorrego para o chão com um baque, um choque de dor disparando em minha coluna.

De repente isso me atingi.

Me afastar me leva a perder mais do que apenas o homem que eu amava - eu perdi uma família que eu nunca pensei que teria novamente. Mais uma vez, eu senti como se tivesse perdido tudo e que o túnel de escuridão fosse lentamente me alcançando, ameaçando me puxar para dentro.

É por isso que eu passei a minha vida correndo.

Se eu não me apegasse, então nada poderia me machucar.

Corro porque estou com medo.

Eu estou com medo de ser feliz – finalmente ser feliz – e em seguida, ter tudo tirado de mim outra vez.

Corra, não para de correr.

A voz ecoa em minha cabeça como tinha muitas vezes antes. Minhas mãos puxam meus cabelos em frustração. Eu deveria correr. Eu não deveria ter ficado. Eu deveria correr. Eu deveria ter escutado.

Deixei Optimus entrar. Deixei ele e o clube me permitir sentir segura e feliz. Eu lutei contra o impulso de correr porque eu tinha encontrado um lugar onde podia sentir bem novamente. Eu tinha encontrado pessoas que me aceitaram, que me apoiaram me amaram sem expectativas ou qualquer motivo.

Assim como uma família normal faria.

Eu encontrei o que eu sabia que era o meu lugar no mundo.

E agora? Agora, eu tinha acabado de jogar tudo fora porque não conseguia manter meus sentimentos distantes. Pego o item mais próximo, um par de sapatos de salto alto que está ao lado da porta, e jogo do outro lado da sala. Eles atingem uma luminária ao lado do sofá e ela cai ao chão.

Levanto-me, meu corpo precisa de algum tipo de liberação. Eu preciso deixar tudo para fora parei de chorar. Eu parei de me sentir fraca, sentada aqui, esperando por ele admitir como se sentia.

Não era culpa dele.

Era minha.

Eu deveria correr.

Jogo minha mochila do outro lado da sala, o conteúdo espalhando quando bate no chão. A queda do meu notebook contra o chão de madeira quase foi satisfatório. Eu bato minha mão contra a parede e grito, as vibrações profundas o suficiente para causar dor na minha garganta. Parecia uma lixa, mas parecia bom.

"Chelsea?" Há uma batida na porta, mas eu ignoro, continuando a atacar qualquer coisa que eu poderia encontrar.

Eu tinha perdido.

Eu estava quebrando.

Tento gritar novamente, mas em vez disso, sai como um soluço quando eu pego uma das cadeiras da mesa de jantar e jogo-a no chão. Há um estrondo alto e eu pulo como se eu tivesse sido agredida com um marcador de gado. Botas batem contra o chão e Ham aparece olhando ao redor freneticamente para a fonte de todo o barulho.

"Porra, Chel. Pensei que alguém estava aqui batendo em você." Diz ele, finalmente, quando seus olhos se encontram me verificando se estou ferida.

Seguro a mesa da cozinha com as duas mãos. Minhas pernas estavam ameaçando desistir, cada parte do meu corpo estava me dizendo para desistir. Tudo estava me atingindo uma vez e isso era quase demais. Olho para Ham, incapaz até mesmo de falar. Eu coloco a mão sobre minha boca, tentando forçar as lágrimas que achava estar prontas.

Ham me olha com cuidado, dando alguns pequenos passos em minha direção. "Ei, está tudo bem."

Eu respiro fundo e é aí que eu sinto.

Meu coração se parte.

Eu posso sentir isso no meu peito, quebrando em pedaços.

Alguns poderiam dizer que era impossível. Mas eu sabia.

As mãos de Ham se estendem e me pegam quando meu corpo desaba. Ele me puxa para o seu peito e me embala como um bebê, me balançando para frente e para trás e fazendo barulhos calmantes. "Chel, está tudo bem. Eu estou com você."

Eu aceito. Deixo ele me confortar, mesmo quando todas as outras partes em mim protestam, minha mente gritando para eu correr.

Mas eu estou cansada.

Eu não queria correr mais.

Eu queria ser feliz.

Eu poderia ter sido feliz.

Mas agora, eu só estava quebrada.


Capítulo 26

 

Eu consigo ocultar qualquer dano que havia criado na casa de Rose. Ela não estava mesmo ciente disso quando saiu naquele dia, que eu tinha tido um colapso do século.

Ham tinha me acalmado. Ele era um cara doce, eu até me perguntei por que ele se juntou ao clube desde que ele parecia tão puritano e de uma família tão adequada.

Desde esse dia, as minhas emoções tinham acalmado. Só um pouco, mas elas tinham se acalmado. Eu até assisti aula dois dias da semana. Rose praticamente obrigou-me a sair. Mas isso era o que eu precisava, alguém me dizendo para acordar e seguir em frente com a minha vida.

Sentei-me à mesa da cozinha, percorrendo um artigo sobre os benefícios nutricionais de certas plantas e legumes. Não era realmente minha coisa, mais de Rose, mas era obrigatória aprender durante a minha graduação.

Eu ouço o barulho de saltos no chão de madeira e olho para cima, assim quando Rose chega ao final do corredor. Ela está deslumbrante. Seus cabelos estão presos em um rabo apertado, e ela tinha uma leve maquiagem, apenas o suficiente para acentuar suas características impressionantes. Seu vestido é simples, preto com um brilho de purpurina que ia até o meio da coxa e tinha alças grossas que passavam sobre seus ombros.

"Uau, você parece fabulosa!" Eu digo a ela, meu queixo caído. Rose sorri e gira. Podia apreciar o corpo feminino tão bem como qualquer homem, e essa menina tinha conseguido. Fecho a tela do meu notebook - tinha conseguido sobreviver a minha explosão - começo a recolher a bagunça de livros e papéis que eu tinha deixado espalhados sobre a mesa. "Eu estou indo vestir meu pijama e terminar isso na cama."

Ela segura outro vestido em um cabide. Era uma cor púrpura com detalhes em azul. "Eu não acho que seja permitido as pessoas irem a casas noturnas de pijama." Diz ela com um sorriso suave, quase inseguro. Olho para ela confusa. "Eu acho que a nossa noite, na outra noite, foi curta. Nós realmente não conseguimos ter muita diversão. Keen tem outra chance?" Ela passa de uma perna para outra, eu poderia dizer que ela estava nervosa e insegura do que a minha resposta seria.

Eu sorrio. "Tem certeza que é uma boa ideia?"

"Oh, me desculpe, pensei que fosse uma garota que gostava de se divertir. Deve ter sido outra Chelsea que eu tinha aqui na última sexta-feira." Ela se vira para ir embora e eu não posso deixar de rir.

"Bem..." Ela para, mas não se vira. "Eu poderia sair para uma bebida ou dez agora."

Ela vira-se e joga o vestido para mim. "Eu vou chamar um táxi, você tem quinze minutos."

 

A música atinge meu corpo, batendo no meu peito e cabeça. Meu cérebro protesta, a quantidade de choro e lastima que tive nos últimos dois dias tinha deixado nebulosa e cheia. Mas eu consegui passar por isso. Rose estava certa, eu precisava fazer algo para tirar Optimus da minha mente ou eu ainda estaria sentada em seu apartamento, perguntando o que ele estava fazendo e se eu deveria voltar.

Rose puxa a minha mão, me arrastando em direção ao bar e me empurrando em um banquinho livre. Seus olhos estão investigando o clube, mesmo quando nos pede bebidas para a garota loira que parecia formal cuidando do bar.

"Quem você está procurando?" Pergunto, falando perto de seu ouvido, para que ela pudesse me ouvir sobre a música.

Ela ri. "Ninguém. Apenas verificando para garantir que não há grandes motoqueiros assustadores nos seguindo, prestes a arrastá-la de novo."

Eu não menciono que já tinha visualizado Ham, logo que ele entrou antes que desaparecesse na multidão. Ham tornou-se um elemento permanente. Eu sabia que Op tinha alguém cuidando de mim constantemente, mais frequentemente do que não era Ham. Eu me senti mal por ele, tendo que me observar noite e dia. Mas ele não pareceu se importar. Nós tínhamos caído numa rotina confortável.

Eu balanço minha cabeça. "Não, eu deixei lembra?"

Rose ficava nervosa em torno dos irmãos, Blizzard em particular. Eu não tinha certeza do por quê. Sei que às vezes eles pegaram uma má reputação, mas eles nunca iriam machucá-la. Nós sentamos e aproveitamos nossas bebidas por um tempo, o álcool acalmando meu corpo, mas só um pouco. Minha mente ainda estava descontrolada. Rose parecia estar se divertindo, eu não tinha certeza de quanto ela tinha bebido quando parecia estar falando muito mais do que o normal, e realmente sobre nada. Eu sorrio e balanço a cabeça, perguntando-me se essa noite era realmente para mim ou se ela só precisava de uma desculpa para sair. De qualquer maneira, eu não estava incomodada. Rose tinha sido uma grande amiga para mim desde que Harmony tinha ido embora para Troy, e eu estava disposta a fazer tudo o que podia para tirar um pouco do estresse que eu sabia que ela carregava em seus ombros.

"Posso te pagar uma bebida?"

Viro a cabeça para ver um cara bonito, de pé ao meu lado. Ele está bem vestido, camisa cara calça jeans, e seu sorriso era largo, mas foi o olhar predatório em seus olhos que eu não gostei.

Ergo meu copo ainda cheio. "Eu estou bem por agora, obrigado." Eu digo-lhe educadamente.

Ouço Rose rir e me viro para ver um outro homem que parecia igual de pé ao lado dela, lambendo os lábios como se tivesse encontrado a sua próxima refeição. Não demora muito para adivinhar que esses caras estavam aqui juntos e tinha nos escolhido no meio da multidão.

"Vamos querida, apenas uma bebida? Nós poderíamos encontrar um lugar e ter uma conversa se você quiser?" Volto minha atenção para o homem ao meu lado que ainda está sorrindo para mim apesar do fato de seu corpo estar tenso e rígido.

"Estou bem. Mas obrigada." Eu digo minha voz um pouco mais firme dessa vez. Uma coisa que eu não era, era frouxa. Eu não tinha chegado onde estava hoje, permitindo que qualquer pessoa, especialmente os homens, me forçasse a fazer coisas que eu não queria.

Estendo a mão e toco a mão de Rose, chamando sua atenção para longe do estranho que estava basicamente em cima dela, ele estava tão perto.

"Você quer ir para outro lugar?" Pergunto, ciente de que o homem ao meu lado não se moveu uma polegada, mesmo pela minha rejeição a sua companhia.

Seus olhos piscam para ele antes que ela olha para mim. "Grant nos convidou para ir a uma festa com eles." Diz ela apontando por cima do ombro, "devemos ir!"

O estranho me olha com uma intensidade que faz meu estomago afundar.

"Eu realmente não acho que é uma boa ideia." Digo, tentando usar meus olhos para retratar a ela que precisávamos ficar longe desses caras e rápido.

"Vamos, Chel. Por favor?" Ela diz segurando minha mão na dela.

Quanto ela tinha bebido?

Não havia nenhuma maneira que eu estivesse indo em qualquer lugar com esses dois. Eu sabia confiar em meu instinto quando algo não parecia bem. Mas nenhuma maneira no inferno que eu ia deixá-la ir com eles sozinha.

Eu decido tentar uma tática diferente.

Sorrindo, esperando ser genuíno e não como uma careta. "Eu vim para ter algum divertimento lembra-se, limpar minha mente de certo macho alfa estúpido. Que tal nós dançarmos primeiro, soltar nossos cabelos, e então se esses encantadores senhores ficarem felizes de esperar, podemos ir para a festa com eles?"

"Você não dança." Ela diz com uma sobrancelha levantada.

Eu me encolho, mas me forço a dar de ombros como se não fosse grande coisa. "Minha vida só tomou um rumo épico. Talvez isso seja um sinal de que eu precise começar a fazer as coisas de forma diferente."

Ela sorri para mim. "Está tudo bem?" Ela pergunta, virando-se para o estranho.

Ele olhou para o amigo, que eu ignorei dando as costas para ele antes que concordasse. "Sim, nós podemos esperar."

Eu imediatamente pulo da banqueta, arrancando Rose comigo enquanto me dirijo para a pista de dança. Rose tropeça um pouco, mas consegue manter-se em pé. Seu corpo começa a se mover com a música quando eu faço meu caminho através das pessoas para chegar ao meio da pista de dança, tentando colocar a maior distância entre nós e eles quanto possível.

Eu não estou com medo de não conseguir me defender, poderia dar um soco tão bem como qualquer cara. A necessidade de provar isso tinha surgido mais do que algumas vezes enquanto crescia. Mas eu também sabia quando estava em desvantagem e precisava sair de uma situação antes que as coisas ficassem pior. Havia uma aura saindo daqueles dois homens que eu não gostava, e eu não estava prestes a me sentar por perto e descobrir se meus instintos estavam corretos.

A discoteca estava cheia e eu consigo nos esconder no meio da multidão. Rose move seu corpo, fechando os olhos e balançando enquanto ela canta junto com a música que o DJ tocava. Eu danço enquanto estou ao seu lado, nem mesmo na tentativa de dançar muito, mas para pesquisar a sala por Ham. Nós dançamos algumas músicas, de vez em quando eu gritava que estava tendo um grande momento e ela sorria e acenava. Arrependo-me de não ter trazido meu celular comigo, teria apenas enviado uma mensagem para Ham nos encontrar em algum lugar. Mesmo como um prospect, Ham era alto e forte e com um colete do Brothers by Blood sobre seus ombros, as pessoas instantaneamente se afastavam.

"Droga" Eu murmuro quando em outra varredura pelo clube não encontro Ham, mas os dois homens que eu estava tentando evitar, estavam fazendo o caminho através das pessoas e indo direto para nós. Obviamente eles cansaram de esperar.

Sinto um corpo vir atrás de mim. Eu estava pronta para virar, socar quem quer que fosse, agarrar Rose e correr até que reconheço o murmúrio em meu ouvido. "Bom ver você aqui."

"Deacon" Eu exclamo, uma sensação de alívio inundando-me enquanto eu giro e o agarro.

Rose fica do lado, as sobrancelhas vincando quando olha para ele. Agarro sua camiseta e puxo-o para mais perto, sem perder o olhar de surpresa em seu rosto enquanto eu aproximo meu corpo ao dele e na ponta dos pés então minha boca está ao lado de sua orelha. "Há alguns caras vindo querendo que fossemos a uma festa com eles. Eles me dão arrepios, mas Rose está realmente bêbada e quer ir. Socorro!"

Sinto seu braço envolver minha cintura, me segurando firme contra ele e eu não posso dizer que odiei. Com o meu coração e minha cabeça correndo cem milhas por hora, aprecio a sensação reconfortante de proteção.

"Vamos." Eu ouço a voz profunda atrás de mim. Me viro, mas Deacon me segura firme contra ele, com a cabeça apoiada no meu ombro.

"Desculpe rapazes. Parece que as garotas tiveram uma mudança de planos." Deacon anuncia, dando um passo para trás e me puxando com ele.

O estranho que lidera atira um olhar zangado para Rose, que está parada ali, parecendo um pouco chocada, seus olhos seguindo de um lado para o outro entre nós.

Ele cerra os punhos e mostra os dentes. "Nós as encontramos primeiro. Elas estão vindo com a gente."

Deacon ri suavemente. "Não é sobre quem as encontrou primeiro. É sobre quem elas querem. E Chelsea aqui estava me dizendo o quanto ela me queria, certo querida?"

Eu sinto seus lábios no meu pescoço e meu corpo formiga instantaneamente. Parece estranho, mas bom ao mesmo tempo. Eu balanço a cabeça e murmuro um sim, embora sabendo que eles não podiam me ouvir sobre a música.

Rose parece dividida e quando Deacon começa a me afastar mais para longe, agarro a mão dela e puxo-a comigo. Deacon não estava parecendo um cara intimidante, por isso fiquei surpresa que eles simplesmente nos deixaram ir embora. Isso foi até que estávamos cercadas por três grandes homens que o ajudou a nos conduzir para a porta da frente do clube.

O ar fresco me bateu forte, não estava frio, mas estar no meio daqueles corpos dançando me fez suar. Rose cruza os braços sobre o peito, claramente chateada com a mudança de eventos. Nós caminhamos pela calçada um pouco, longe da multidão, antes de finalmente chegar a uma parada. O braço de Deacon nunca saiu da minha cintura, assim como seus amigos descansavam contra o edifício, dois deles acendendo cigarros.

"Que diabos, Chelsea!" Rose finalmente rosna, jogando os braços no ar.

"Não havia nenhuma maneira no inferno do caralho que estivéssemos indo a algum lugar com aqueles caras, Rose. Eles são perigosos, eu podia sentir isso." Retruco.

Seu temperamento parece acalmar um pouco. "Ele era quente! Nós poderíamos ter saído com eles, olhado aonde as coisas iam."

"De onde eu venho, aonde as coisas vão com caras como aquele é um lugar que eu visitei, e deixe-me dizer-lhe que não é agradável." Estava ficando com raiva - estive perto de homens assim antes. No começo eu tinha amado a atenção e limpado os maus sentimentos, mas eu aprendi logo a seguir meus instintos e eles estavam sempre certos.

O rosto dela muda. "Eu apenas pensei que seria bom você sabe, conhecer pessoas novas. Eu pensei que era o que você queria agora que deixou o clube?"

O braço de Deacon aperta em torno de mim, ele e seus amigos tinham ficado em silêncio, deixando-nos discutir até agora. "Você deixou o clube?"

"Sim" Eu murmuro grata que ele ainda estava atrás de mim, então eu não tinha que olhar para ele.

Rose parecia que estava completamente descarregada, os ombros caíram enquanto arranha o concreto. Tanto pela noite da segunda rodada. Essa noite foi quase pior do que a primeira.

"Vocês querem uma carona para casa?" Pergunta Deacon, o queixo apoiado no meu ombro.

"Sim" Eu murmuro.

Eu sinto como se devesse estar afastada ele, eu não sei por que eu não estava. Talvez depois da rejeição de Optimus eu só precisava de algum tipo de conforto. Fosse o que fosse, era bom tê-lo lá.


Capítulo 27

 

"Então..." Deacon diz sem jeito quando se senta na nossa sala de estar com uma xícara de café.

Reviro os olhos. "Basta dizer, Deacon." Eu tomo um lugar na nossa mesa da cozinha, o apartamento é tão pequeno que nós ainda poderíamos ter uma conversa informal entre os espaços.

"Você deixou o clube!" Ele diz isso como se fosse algum grande marco, algum grande feito que eu tivesse superado. O que ele não sabe é como apenas o pensamento disso está corroendo minhas entranhas.

Em vez de deixá-lo saber disso, eu dou de ombros. "Eu nunca quis estar com o clube para sempre. Eu teria ido embora, eventualmente, eu suponho. Foi apenas fácil - uma maneira de conseguir fazer faculdade como qualquer outro estudante faria."

Ele faz uma careta como se tivesse um gosto ruim na boca. "Eu não tenho certeza de ter conhecido um monte de garotas que transaram para conseguir fazer faculdade."

Eu sorrio. "Você ficaria surpreso."

Ele ergue a xícara aos lábios, mas eu pego o vislumbre de um sorriso antes dele provar o líquido em chamas.

Ouço Rose atirando e batendo em seu quarto e nós dois olhamos na direção do corredor. Eu inalo profundamente pelo meu nariz. Ela veio e entrou rapidamente antes de voar para o quarto, sem sequer uma palavra.

"Ela parece um pouco frustrada." Deacon medita. Seus amigos tinham saído não muito tempo depois que chegamos. Eles vieram em carros separados e tinham voltado em outro veículo, deixando o carro de Deacon para que ele pudesse voltar para casa desde que se recusou a nos deixar ainda. Eu não estava realmente certa do por quê.

"Eu não podia deixá-la fazer isso." Eu digo, suspirando com tristeza. "Homens como aquele, ‘não’ são caras amáveis."

"Parece que você tem experiência nesse campo." Ele se encosta, aninhado no sofá e segurando sua caneca com ambas as mãos.

Eu suspiro. "Muita experiência, infelizmente." Eu brinco com minha própria xícara, torcendo e girando-a sobre a superfície lisa da mesa de madeira e agarrando-a com a mão até que não possa lidar com o calor por mais tempo.

Deacon se senta em silêncio, como se estivesse esperando que eu continuasse com algum tipo de história épica. Ele estava errado. Eu não compartilhava minhas histórias. Enquanto eu tinha muitos que poderia torcer seu estômago e quebrar seu coração, elas não significavam nada. Não mais. Eu tinha estado lá, eu tinha feito isso e não havia nenhuma maneira que eu iria voltar. No minuto em que fiz dezoito anos tinha deixado aquele lugar sem sequer um segundo olhar. Claro, eu tinha deixado para trás o que eu chamaria de amigos. Mas não aqueles que importavam ou que eu via como parte do meu futuro e assim eu os mantive onde eles deveriam estar, no passado.

"Você não compartilha muito não é?"

Olho para cima para vê-lo olhando para mim com um olhar curioso no rosto. "Eu tento não enfatizar. Isso não vai me levar para qualquer lugar, não vai me ajudar na vida, olhar para trás e lembrar-me dessa porcaria."

Ele encolhe os ombros. "Explicação justa."

Ficamos em silêncio por um tempo. Mas não foi estranho. Deacon ainda era difícil para eu ler. Ele tinha muitos extremos. Um minuto ele estava com raiva, julgando minhas escolhas de vida, o próximo ele sorria e agia como se nada o incomodasse. Ele agia curioso, mas quando eu o calava ele apenas desistia daquilo como se não se importasse de saber.

"Não creio que você esteja procurando um emprego agora?" Ele diz, brincando, mexendo as sobrancelhas para mim. Eu tenho que rir. O cara não perdia o momento.

"Eu tenho um pouco de dinheiro guardado, mas sim, em breve eu vou ter de conseguir algum tipo de trabalho para ajudar a pagar minhas despesas." Eu olho de volta para o corredor, à luz debaixo da porta de Rose ainda está acesa. "Isso é, se ela não me chutar para fora depois que eu acabei com a festa dela hoje à noite."

Deacon se inclina para frente, descansando os braços sobre os joelhos e ainda segurando a xícara com as duas mãos. "Eu ainda tenho uma vaga aberta. Eu poderia usar alguém com algum tipo de experiência."

Torço minha boca, pela oferta ainda estar lá e o trabalho que seria tão perfeito, eu tive que lutar para manter meus lábios fechados e me impedir de gritar ‘Sim! Eu vou aceitar!’ Havia outras coisas que eu precisava considerar.

Eu poderia trabalhar com Deacon sabendo que havia alguma vibração estranha agitando o ar entre nós?

"Chelsea, você não tem ideia do tipo de pessoas que tive que entrevistar essa semana." Ele faz beicinho para mim. "Essa garota estava mais preocupada com qual espelho era o melhor para tirar fotos de treino do que realmente trabalhar. Ela disse, e cito... 'manchas de suor não são tão atraentes’."

Eu quase cuspi meu café do outro lado da mesa, tendo que bater no meu peito várias vezes para que eu pudesse respirar novamente. Eu podia ver em seu rosto que ele queria rir, mas conseguiu segurar suas feições sérias.

"Eu não estou brincando. Salve-me. Salve-me de ter que falar com mais algum esquisito."

Eu sorrio incapaz de manter uma cara séria quando ele me olha com olhos ridículos, que eu assumi que era para ser os olhos de cachorrinho, saiu mais como um perseguidor assustador. O tempo que levei para responder, quanto maior o sorriso em seu rosto tornou-se. Ele sabia que a parede estava desmoronando. Esse era o trabalho que eu queria e isso estava sendo entregue a mim. Era como flutuar um jantar assado debaixo do nariz de uma pessoa sem-teto.

Eu precisava de um emprego.

Eu solto um gemido. "Está bem, está bem. Estou dentro."

Deacon ergue o punho, saltando enquanto isso o faz derramar o café quente em seu colo. Eu rio de sua situação e discutimos planos para eu ir no dia seguinte, apenas para observar e uma sensação para o espaço e o que eu estaria fazendo. Eu estou animada.

 

Aceno para Deacon quando ele entra no carro e sai em disparada antes de fechar e trancar a porta do apartamento. Voltando, eu respiro fundo enquanto olho aquela luz que ainda brilha debaixo da porta do quarto de Rose. Eu sabia que precisava falar com ela agora ou mais tarde e espero que ela entenda onde eu estava vindo. Bato na porta, mas não há resposta.

"Rose, eu só quero falar com você." Faço uma pausa. "Por favor."

Eu seguro minha orelha contra a porta e poço ouvir sua voz falando em voz baixa.

"Eu sei papai." Houve uma fungada em suas palavras e eu me sinto horrível que a tenha deixado tão chateada. "Eu estou tentando, eu prometo. Foi apenas uma vez, da próxima vou me concentrar melhor. Vou me esforçar mais."

Meu coração doe por essa garota. Pelo que eu sei sobre sua família, havia muita pressão sobre ela para ir bem na faculdade. Eu entendo que os pais pressionem suas crianças, porque uma grande quantidade de tempo eles precisavam disso. Mas o nível de estresse que seu pai estava colocando nela para ter sucesso era completamente ridículo.

"Ok, eu vou ver você em breve." Diz ela tristemente. "Eu amo... " Ela não termina a frase, ao invés suspira em derrota.

Eu decido apenas ir adiante, lentamente, abro sua porta, enfiando minha cabeça por ela. Ela está sentada no centro da cama, com os joelhos puxados para o peito e os braços apertados em torno deles, uma mão ainda segurando firmemente seu telefone. Essa não era a garota, que apenas algumas horas atrás, tinha saído do seu quarto vestindo uma roupa de matar e me pressionado para sair.

"Rose?"

Sua cabeça se levanta como se ela fosse surpreendida e não me ouviu bater ou abrir a porta, mesmo que eu não tivesse sido exatamente silenciosa sobre o assunto. Ela puxa a mão para cima e passa as costas dela através de seu nariz antes de limpar a garganta, no que eu descubro que foi uma tentativa de endireitar-se e afastar a emoção.

"Ei" Ela diz suavemente, movendo as pernas para cruzá-las encostando-se à cabeceira da cama.

Encaro isso como um convite e entro, sentando na beira da cama e alisando as mãos sobre o cobertor macio dobrado lá. "Eu não queria estragar sua noite. Desculpe-me." Eu digo, finalmente, encontrando as palavras. "Eu espero que você entenda que estava apenas cuidando de você."

Ela senta-se em silêncio e me pergunto se ela estava mesmo reconhecendo o meu pedido de desculpas. Seus olhos ficam abatidos, mesmo quando ela fala. "Eu sei.” Ela sussurra baixinho. "Eu não estou acostumada a ter alguém cuidando de mim."

Eu dou um sorriso triste. Sabia como isso era, não ter ninguém para estar lá por você e lhe dizer "não" quando tomar decisões ruins. Quando não há ninguém que de um passo à frente para protegê-la quando alguém está maltratando você. Eu tinha estado lá uma vez. Foi muito que aprendi da maneira mais difícil até que eu tivesse bolas suficientes para me defender. E mesmo assim, eu ainda lutava às vezes. Isso é onde os amigos entram. Harmony ainda sentia a necessidade até mesmo com milhas de distância de ficar e ser a minha voz, minha protetora. É para o que os amigos são. Mas era óbvio agora que Rose não tinha nesse departamento também.

"Quais são os amigos que não interceptar quando você está prestes a fazer um grande erro." Eu digo com um sorriso, mesmo que ela ainda estivesse evitando meus olhos.

Vi-a tomar uma respiração profunda quando finalmente olhou para mim, com lágrimas e fazendo seus olhos brilharem. "Aqueles caras eram bastante estranho, né?" Brinca ela, mesmo enquanto as lágrimas descem por suas bochechas e ela estampa um sorriso falso.

Eu sorri. "Querida, precisamos ter melhor gosto para homens."

Ela ri, um soluço atingindo-a, ao mesmo tempo. Penso em fazer algumas perguntas sobre Blizzard, mas eu sei que isso definitivamente não era o momento certo para essa conversa, então eu desisto deixando essa ideia para mais tarde.

"Então, eu aceitei o trabalho que Deacon tinha oferecido." Eu digo a ela, revirando os olhos.

"Você vai aceitar o convite para a festa em suas calças que ele continua sutilmente jogando em seu caminho também?" Minha boca se abre e eu olho para ela, observando quando o sorriso em seu rosto fica mais amplo e mais abrangente até que ela começa a rir.

"Isso não é engraçado." Eu exclamo quando ela cai de costas na cama.

"Oh, por favor!" Ela bufa. "Esse cara tem um tesão por você do tamanho do Texas."

Eu sorrio. "Você sabe quem mais tem um do tamanho de um pequeno país?" Ela olha para mim e eu mexo minhas sobrancelhas. "Um certo motoqueiro fora da lei cujo nome começa com B e termina com lizzard."

Eu vejo o profundo rubor que cobre suas bochechas antes que ela puxe o travesseiro detrás de sua cabeça e atira-o para mim. A menina tinha um bom arremesso.

Com isso, eu sabia que estávamos bem.


Capítulo 28

 

Deacon joga duas caixas de pizza nas esteiras de treino ao lado de onde eu estou alongando.

"Pizza?" Eu sorrio. "Sério?"

Ele encolhe os ombros. "Às vezes o alimento saudável simplesmente não é desejável. Eu também tenho cerveja na geladeira se você gostar de uma?" Ele sorri e eu não posso deixar de rir.

"Não, obrigado." Eu levanto minha garrafa de água. "Eu vou ficar com isso por enquanto."

"Estraga prazeres." Ele murmura, tomando um assento na esteira ao meu lado e abrindo a tampa de uma das caixas escolhendo um pedaço.

O cheiro me atinge diretamente e eu não consigo esconder o gemido que escapa da minha boca. "Oh Deus. Isso é tão bom."

Deacon se engasga com a mordida que ele tinha acabado de tomar e eu rapidamente estendo a mão e dou um tapinha nas costas dele. "Você não deve fazer esses tipos de ruídos fora do quarto."

Eu rio, esmagando a minha determinação e roubando um pedaço para mim. "Sinto muito." Eu respondo incoerente com a boca cheia de delícias. "Uau, isso é incrível!"

Comemos em silêncio por um tempo, Deacon devora pelo menos uma pizza inteira.

"Então... você tem vivido aqui há muito tempo? Eu nunca vi você por aqui antes e conhecemos a cidade muito bem." Eu pergunto enquanto sacudo minhas mãos na caixa e cruzo as pernas.

Ele balança sua cabeça. "Um mês, talvez? O treinador da equipe de futebol da faculdade local me recrutou. Eu trabalhei com ele quando estava na faculdade. Quando digo trabalhei, quero dizer que ofereci meus serviços gratuitamente apenas para conseguir algum tipo de experiência. Ele assumiu a equipe no ano passado e eu finalmente decidi arriscar."

"Onde você morava antes?"

"Nova Iorque na maior parte."

"Isso é uma grande mudança por um trabalho." Eu observo, bebendo minha água.

Ele move o foco para as caixas agora quase vazias perto dos nossos pés, arrastando-as perto. "Sim, eu acho. Ter que fazer o que você tem a fazer e tudo isso." Ele limpa a garganta e recupera a compostura com um sorriso. "E você? Qual a sua história?"

Eu rio. "Minha história é muito longa. Precisaríamos de pelo menos um dia e, provavelmente, algumas doses para passar isso."

Ele sorri, é suave e carinhoso. "Que tal, como é que você veio parar em Atenas? Você não tem sotaque do Alabama então eu sei que você não é nativa."

"Não, eu sou realmente uma garota de Idaho." Eu brinco com a tampa da minha garrafa de água. "Eu cresci no sistema, então tão logo que fiz dezoito anos eu fui embora. Tantas lembranças ruins, eu odeio mesmo pensar sobre o lugar."

"Desculpe."

Eu balanço a cabeça e estampo um sorriso - exatamente como sempre, sorrir e aguentar. "Está tudo bem. O dia em que completei dezoito anos praticamente puxei um mapa na biblioteca, girei ao redor, fechei os olhos e apontei. E aqui estou eu."

O rosto de Deacon lentamente se transforma de triste em um sorriso radiante. "E é tudo o que você queria que fosse?"

"Não."

"Oh? Por quê."

"Eu definitivamente pensei que haveria mais caubóis." Eu não posso evitar o sorriso insolente em meus lábios. A risada de Deacon enche o espaço, ecoando alta na academia vazia.

"Talvez você deva escrever uma carta para o Estado ou algo alegando propaganda enganosa." Diz ele através de pequenos tremores.

Eu aponto minha garrafa para ele, meu rosto completamente sério. "Você sabe o que, isso é uma grande ideia!"

"Eu simplesmente não posso competir com isso, vaqueiros parecem estar na lista de fantasias de cada garota." Diz ele com um enorme suspiro.

Eu zombo. "Sim, como as damas aqui não desmaiam sobre o sotaque de Boston você continuou."

Ele quase pareceu ofendido. "Eu não tenho um sotaque de Boston!"

Eu rio. "Sim, você tem."

"Retire isso."

"Ooh, o que você vai fazer, rapaz de Boston?" Eu provoco, balançando os dedos para ele. Sua mão dispara e agarra meu tornozelo. Eu grito, minha garrafa voa para o tapete macio quando ele me arrasta para ele. Seu corpo está subitamente sobre mim, meus pulsos apertados em suas mãos e presos firmemente no chão.

"Retire isso." Ele dz com um sorriso arrogante.

"Ha! Isso não vai acontecer." Eu tento me mexer debaixo dele, mas eu posso ter subestimado o quão forte ele é. Ele pode não ser tão grande quanto alguns dos rapazes no clube, mas eu sabia que debaixo de sua roupa havia um corpo praticamente feito de pedra. Mesmo enquanto eu luto ele consegue mudar ambos os pulsos em uma de suas mãos, liberando a outra.

"Como delicada você é?"

Eu congelo. "Não se atreva!"

Um olhar que só poderia ser descrito como puro deleite maligno formado em seu rosto e eu sinto sua mão deslizar para o meu lado. Luto mais forte, mais rio.

"Pare!" Eu grito, minha barriga doendo.

"Retire isso!"

Mordo o lábio e tento lutar contra ele, mas ele move os dedos por todo o meu estômago, batendo cada ponto delicado que eu tinha. "Ok! Ok!" Eu grito através do riso. "Eu retiro isso!"

"Diga, Deacon é incrível." Ele ri desonesto.

Eu me contorço e levanto meus quadris, tentando jogá-lo fora. "Deacon é incrível!"

Sua mão para instantaneamente, descansando na minha cintura e eu finalmente consigo tomar uma respiração profunda, o riso cedendo. É só então que eu percebo o quão perto ele está, o rosto apenas polegadas do meu quando ele se inclina sobre mim, ainda segurando meus pulsos em sua mão. O riso cessa, e tudo o que posso ouvir no ar é a respiração pesada. Seus olhos são intensos e não estão olhando diretamente para mim, eles Estão assistindo a minha boca. Seu corpo está pressionado entre minhas coxas e minhas pernas automaticamente o envolvem na minha luta, segurando-o no lugar.

Eu não sei o que fazer.

"Deacon" Eu sussurro, finalmente capaz de encontrar a minha voz, mesmo através da minha garganta seca. Era como se o movimento dos meus lábios tirasse ele do seu transe e ele lentamente começa a me libertar, com alguma relutância. Ele se arrasta para trás, dando-me algum espaço enquanto eu luto para me sentar.

Ele sorri para mim, quase timidamente. "Eu venci."

Limpo a garganta com uma risada nervosa. "Isso foi trapaça."

"Ah com certeza!"

Nós ficamos sem jeito, pegando minha garrafa no chão e Deacon pega as caixas de pizza descartadas.

"Eu preciso ir para casa antes que Rose comece a surtar." Eu digo a ele enquanto caminho até a recepção e começo a desligar o computador.

"Não se preocupe com isso, eu tenho algumas coisas para fazer aqui antes de ir embora. Pode ir."

Eu balanço a cabeça. "Obrigado pelo jantar."

Ele sorri, com destaque para a covinha que eu só recentemente notei recuada em sua bochecha. "Sem problemas. Vejo você amanhã?"

"Com certeza!" Eu dou um pequeno aceno e um sorriso enquanto eu me dirijo para a porta da frente, muito consciente do fato de que ele me observava até que subi no carro de Rose que estava estacionado na rua logo à frente. Era apenas sorte que ela me emprestou o seu para quando eu pudesse trabalhar até fechar. Normalmente, gostaria apenas de correr algumas milhas. Estava começando a ficar escuro enquanto eu dirigia para casa.

Casa.

Era uma sensação estranha chamar outro lugar de casa. O clube tinha sido minha casa por tanto tempo agora que eu quase tive que lutar contra o desejo de mudar de direção e seguir para ele. Era como se tivesse uma pressão em mim que não importa onde eu vá, eu simplesmente não consigo escapar.

Eu tinha saído embora tivesse uma semana, mas isso Estava me assombrando. Toda vez que eu ouvia uma moto me encontrava virando e olhando ao redor. Eu não tenho certeza se parte de mim estava esperando que Optimus viesse para mim, me arrastaria de volta e me diria que ele tinha cometido um erro. Eu acho que desejava que isso acontecesse, mas no meu coração eu sabia que não iria.

Ele me deixou ir embora.

Ele não tinha lutado por mim.

Arrepios cobrem minha pele quando volto a pensar sobre Deacon. Sentindo o seu corpo sobre o meu, pressionado contra mim. Eu sinto que deveria ter sentido algo mais. Quando seus olhos observaram meus lábios, eu silenciosamente não implorei para ele me beijar como uma garota normal faria quando tem um homem atraente dando-lhe esse tipo de atenção.

Deacon era belíssimo - forte, doce, engraçado. Tudo o que uma garota como eu deveria estar procurando na busca de seu final de conto de fadas.

Mas não, ele não era meu.

Ele não era quem eu queria.

Ele não era Optimus.

E esse pensamento me esmagou.


Capítulo 29

 

"Querida, eu estou em casa." Eu anuncio enquanto entro pela porta da frente, rindo um pouco enquanto isso. Cheiro, meu nariz enrugando. Há um cheiro estranho no ar, não é queimado, mas algo definitivamente não está certo.

"Ei, o jantar está no forno." Rose avisa do seu quarto.

"O que é isso? Cheira... diferente."

"É apenas lasanha." Eu ouço uma leve trepidação em sua voz e franzo a testa. Mesmo apenas a pequena mudança em seu tom me alerta para o fato de que há algo errado. Eu me torno muito boa em ler as emoções de Rose. Ela geralmente é forte e feliz, mas há certas coisas que colocam um amortecedor sobre suas emoções - sendo a principal delas a sua família.

Embora eu ainda não a conhecesse, ela disse que seus pais eram arrogantes e controladores. No começo eu ri disso, comparando-os com o que eu tinha que lidar no clube. Mas, em seguida, houve pequenas coisas que eu comecei a pegar. Como ela falando sobre tentar se encaixar e ser aceita. Como ela sempre tentava, mas nunca importava, eles nunca estavam feliz.

Eu sentia por ela, mas era algo que eu raramente experimentei. Crescendo eu nunca senti que queria me encaixar, eu nunca precisei lutar para impressionar ninguém, eu nunca tive pessoas que se preocupassem com o que eu fizesse. Eu acho que eles só queriam que ela fosse o melhor que poderia ser. Mas a execução deles era uma merda. Afasto-me da cozinha e vou para o quarto dela, que é em frente ao meu.

Bato suavemente. "Rose? Posso entrar?" Há um silêncio por uns bons dez ou mais segundos, eu levanto a minha mão para bater novamente.

"Sim, entre!" Eu empurro a porta. Rose está sentada em sua cama com as pernas cruzadas, livros da faculdade espalhados ao redor dela. Ela olha para baixo, os cabelos caindo em seu rosto. "Apenas tentando terminar de estudar. Nós temos algumas atribuições chegando."

Suspiro e sento em sua cama. "Não me lembre. Estou temendo a aula de amanhã. Eu só não sei se tenho a atenção necessária no momento. Você pegou sua nota ontem do ultimo teste do período?"

Sua cabeça balança, mas ela não olha para cima. "Sim, eu consegui um B."

"Isso é bom! Peguei o meu antes do trabalho, eu consegui um B+." Ela não diz nada, apenas balança a cabeça. "Você está bem?" Eu, inconscientemente, estendo a mão para tocar sua mão, tentando chamar sua atenção. Um grito agudo sai de sua boca e ela rapidamente retira a mão, segurando-a contra o peito.

Eu vacilo para trás. "Rose?"

"Desculpe-me" Sua voz treme e sua respiração é pesada. "Desculpe-me, está apenas um pouco dolorida." Ela finalmente ergue o rosto para olhar para mim e eu noto como vermelhos e inchados seus olhos estão. Isso não foi causado por um resfriado isso foi de um explicito ataque de fúria. Eu sabia.

Eu rastejo sobre a cama para ela, não me importando que estou amassando seus livros e papéis, mas sentindo a necessidade desesperada de consolar minha amiga. Fico do seu lado, estendendo-lhe a mão. "Deixa-me ver."

Ela fica relutante, mas lentamente, puxa-a de onde tinha escondido perto de seu peito. Viro-a e não posso evitar o nó na garganta que vem da minha boca. A palma de sua mão está completamente queimada e com bolhas. Isso provoca lágrimas em meus olhos só de pensar quanta dor ela deve estar. Já estava começando a descascar e inchar.

"Oh meu Deus, Rose. Precisamos levá-la ao hospital!"

"Está... está tudo bem. Eu tenho certeza que isso vai ficar bem."

Desço da cama e olho para ela como se fosse louca. "Sabe quantas nervos existem em suas mãos? Isso não são apenas queimaduras leves. Isso é muito ruim, possivelmente terceiro grau!"

Ela balança a cabeça, puxando a mão de volta para seu corpo e a segurando perto.

"Rose, como isso aconteceu?" Pergunto, tentando acalmar o meu tom como se estivesse falando com um animal assustado ou criança pequena.

"Minha mão sobre o queimador no fogão." Ela murmura.

Agora faz sentido. Aquele cheiro na casa não era a lasanha que ela tinha cozinhado. Era o cheiro de carne queimada.

"Você não estava prestando atenção?" Sua cabeça pende, mas eu não perco as lágrimas que começam a cair e espirrar em suas pernas nuas. "Rose? Por favor."

"Meu pai." Ela sussurra.

Aperto os olhos. "Seu pai? O que?"

Um riso sombrio explode de seus lábios e ela finalmente olha para cima. "Ele colocou a mão sobre o fogo."

"Que porra é essa! Por que diabos ele faria isso?" Eu grito, fazendo-a recuar. Mas eu não me importo, que tipo de pessoa faz isso?

Ela olha ao redor do quarto, evitando o contato visual comigo como se estivesse envergonhada. "Eu acho que ele hum... pensa que eu não estou fazendo o suficiente."

"Isso é psicótico! Rose, você não devia ter que lidar com isso."

Ela encolhe os ombros. "Ele sempre foi um pouco mão pesada. Geralmente são pequenas coisas, mas sim, ele ficou furioso."

"Nós iremos para o hospital." Eu digo com firmeza.

Eu tinha visto abuso suficiente em minha vida, eu não estava prestes a ver alguém que me importava passar por isso. Rose era bonita e inteligente e tinha um coração incrível. Ela não merecia ser tratada como merda de cachorro.

"Chelsea!" Ela chama me seguindo para fora de seu quarto. "Por favor, não conte a ninguém."

Eu sufoco uma risada. "Rose, ele deveria ser preso por fazer isso com você."

Seus olhos brilham com lágrimas, brilhando na luz. "Por favor, ele é meu pai. Eu já me esforço bastante para mantê-lo feliz e longe de mim. Por favor, apenas deixa isso em paz. Quando tudo isso acabar, eu sei que algo precisará mudar e eu estou esperando que isso aconteça. Nós estávamos apenas estressados, ele está tentando construir uma vida para a nossa família e eu não tenho feito o que eu preciso fazer para ajudar."

Eu olho para ela, mas minha raiva não está dirigida a ela, mas para seu pai. Não me importa quanto esforço ele tem com seu negócio de família ou qualquer coisa que seja. Rose está conseguindo ótimas notas e está tentando o seu melhor.

"Por favor!" Ela implora.

Rosno. "É melhor esperar como o inferno que eu não o encontre, porque se eu encontrar eu não vou me segurar."

Ela balança a cabeça, o movimento causando sua dor óbvia. "Eu espero que você não o encontre. Ele é um idiota."

Eu rio. "Eu ainda vou te levar para o hospital."

Ela suspira. "Sim, eu acho que está muito ruim. Isso doe muito."

"Coloque um pouco de água fria por um momento. Vou correr e tomar um banho rápido. Não estou indo encontrar qualquer médico sexy na sala de emergência suada."

Ela ri. "Você acha que pode solicitar um?"

"Por que não? Qual é aquele ditado? 'Você não sabe até que você peça." Eu puxo meu celular do bolso da minha calça e vou para o banheiro garantindo ligar o chuveiro antes de discar.

"Princesa." A voz de Blizzard vem do outro lado da linha. Havia barulho no fundo - vozes, risadas, música. Todos os sinais de uma noite ocasional na sede do clube.

"Ei Blizzard." Eu digo calmamente.

"Como você está aí fora no grande mundo?" Ele brinca. "Está meio vazio aqui sem você."

"Não, você sente minha falta!" Eu rio.

"Como é que eu vou desorientar Op agora?" Brinca. Eu sabia que Blizzard gostava de me usar para enrolar Optimus. Aqueles dois estavam tão próximos como irmãos de verdade. Eu não me importava. Às vezes era divertido ver Op ficar com ciúme. "Pelo que eu devo o prazer?"

"Eu preciso de um favor."

Ele ri. "Agora princesa, você esquece que saiu? Você percebe que perde um bocado do seu direito de pedir ao clube esse tipo de coisa?"

Sinto a tristeza agitar meu estômago, mas eu empurro. "Eu não estou pedindo ao clube. Estou pedindo a você."

O barulho começa lentamente a diminuir à medida que eu ouço seus passos pesados. "Você tem algo que precisa me dizer?"

Suspiro. "Eu preciso de você mantenha um olho em Rose."

"Ela está bem?" Sua voz de repente soa tensa e preocupada.

"Olha, eu não posso dizer muito. Eu só quero ter certeza que ela está bem."

"Você tem que me dar mais do que isso, Chel." Diz rispidamente.

Há uma batida suave na porta. "Ei Chelsea, eu liguei para hospital. Eles não têm nenhum médico quente, mas disseram que não estão muito ocupados. Então, quanto mais cedo chegarmos lá mais rápido podemos chegar em casa."

Eu seguro o meu telefone para o meu peito. "Ok! Eu estarei fora em um minuto."

Ouço contra a porta seus passos desaparecerem antes de levantar o telefone de volta ao meu ouvido. "Desculpe-me."

"Você quer me dizer por que está indo para o hospital?" Blizzard pergunta.

Eu me encolho, eu queria que Blizzard mantivesse um olho nela apenas para a paz de espírito, mas se eu deixá-lo a par do que está acontecendo, eu sei que ele iria ter um acesso de raiva e Rose iria pirar.

"Sim... um... Rose simplesmente se queimou. Eu só quero levá-la para verificar se está tudo bem."

"Quão ruim?"

"Muito ruim." Eu murmuro.

"Eu vou encontrá-la lá." Diz ele bruscamente.

"Eu realmente não acho que isso seja..." Eu começo.

"Eu te encontro lá."

A linha fica muda, eu recosto-me contra a pia. Bem, isso só ia de mal a pior.

Rose iria me matar.

 

 

"Onde você está indo?" Pergunto a Blizzard quando ele passa rapidamente por mim com um olhar sério de agitação no rosto.

"Para o hospital, porra."

Eu levanto minhas sobrancelhas e o sigo para fora da porta da frente até sua moto. Agarrando seu ombro, ele para, eu digo, "Você quer explicar isso?"

"Chelsea ligou..."

"O que? Por quê?" Eu questiono temeroso.

Ele esfrega seu rosto, me olhando com cuidado. "Não é ela. Rose se queimou se é ruim o suficiente para levá-la ao hospital, eu quero verificar as coisas."

Eu sorrio. "Cara, você está apaixonado por essa garota."

Ele revira os olhos. "Olhe, irmão, Chelsea ligou e perguntou se eu poderia ficar de olho nela. Desde que eu posso resumir ela tem problemas familiares. Chel parecia muito preocupada. Agora elas estão indo para o hospital por causa de alguma queimadura? As coisas simplesmente não estão somando."

Ele pega o capacete e coloca-o sobre a cabeça, prendendo a correia.

"Você acha que ela está em algum tipo de problema?" Pergunto, cruzando os braços.

"Eu não sei, mas eu vou tentar descobrir."

"Você pode ouvir isso?" Eu grito sobre o som de sua moto quando ele liga. Suas sobrancelhas sulcam mostrando que ele não tinha ideia do que eu estava falando. "Eu acho que é o som de um chicote!"

Ele olha, levantando a mão e me mostrando o dedo médio antes de arrancar a toda velocidade. Eu não podia deixar de sorrir. Blizzard sentia algo por Rose. Ela era uma garota doce, bonita, inteligente, e pelo que eu ouvi de Chel, um pouco sobre o lado sujo. O problema era que ela não tinha certeza do clube e do registro de Blizzard – o clube iria sempre vir em primeiro lugar, mesmo sobre uma garota.

Olho para a minha moto, meu corpo louco para subir nela e seguir Blizzard para o hospital apenas para que eu tivesse uma desculpa para verificar Chelsea. Eu aperto minhas mãos em punhos, lutando contra a sensação e forçando-me a caminhar de volta para dentro do clube e ir para o bar. Eu tinha acabado de tomar minha primeira dose quando sinto um leve toque nas minhas costas.

Sugar toma o assento ao meu lado. "Harlyn está prestes a ir dormir, mas ela quer que você leia uma história."

Balanço a cabeça, nem mesmo pensando sobre isso. Eu faria tudo e mais por essa menina. Mesmo com cinco anos de idade ela era inteligente, forte e independente. Posso não ser capaz de levar o crédito por isso – Sugar tinha feito um trabalho incrível criando nossa filha na minha ausência - mas eu estava fodidamente com orgulho de ser capaz dela me chamar de pai.

Sugar fica no bar, pede uma cerveja enquanto eu vou para o quarto delas. Eu tinha colocado elas no mesmo corredor do meu quarto, mantivemos um quarto livre especialmente para a família. Os garotos sabiam que quando havia alguém ficando lá, eles iam para outro lugar ou para o quarto de uma das garotas do clube para que ninguém tivesse que ouvir. Eu abro a porta e sorrio, visualizando Harlyn sentada, seu corpo minúsculo ofuscado pela cama king size que está compartilhando com Sugar.

"Papai!" Ela sorri quando olha para cima do iPad que está atualmente jogando.

"Ei, menina." Tiro minhas botas na porta e subo na cama, acomodando-me ao lado dela. Ela não perde um momento e logo está contorcendo-se no meu lado. Eu gosto muito do momento, enfiando sua cabeça debaixo do meu queixo e acariciando seus cabelos. Ele cheira bem, como chiclete de morango.

"Você acabou de tomar banho, garota?"

Sua cabeça balança mesmo quando continua a deslizar os dedos na tela do iPad, conectando algum tipo de pontos juntos. "Sim, mamãe disse que eu tinha que fazer."

Eu rio. "Você não gosta de tomar banho?"

Ela suspira dramaticamente. "Não é que eu não goste. O banho significa hora de ir para cama, e eu realmente não quero ir para a cama." Eu coloco meu dedo no jogo que ela está jogando e conecto alguns pontos que ela tinha perdido. Ela ri e acaricia minha mão. "Bom trabalho, papai!"

"O que você não gosta na hora de dormir?" Pergunto.

"Eu sinto sua falta quando estou dormindo." Diz ela com delicadeza.

"Você sente?"

"Mmm hmm, eu não sei por quanto tempo estaremos aqui ou quando teremos de ir para casa, então eu quero passar tanto tempo com você quanto eu posso." Ela fecha o jogo e coloca-o sobre a cama. Quando ela se vira para olhar para mim, eu vejo o brilho em seus olhos e sei que ela está tentando conter as lágrimas. Minha menina valente.

"Harlyn, eu posso te dizer uma coisa com certeza. Eu não sei o que vai acontecer, mas sei que, não importa onde você esteja ou o que estiver fazendo, eu te amo. Eu prometo que vou arrumar mais tempo para vê-la. Se eu pudesse, seria o dia todo." Eu tiro os cabelos cacheados de seu rosto e vejo quando seu rosto se ilumina.

"É isso que você quer dizer?"

"Eu já deixei você desapontada até agora?"

Ela estende seu dedo mindinho e eu não posso deixar de rir. Tinha sido algo que eu tinha feito uma vez para tentar impedi-la de chorar quando tive que deixá-la e Sugar voltar para casa. Isso tinha se tornado um hábito. Ligo seu dedo mindinho com o meu e aperto. "Promessa de mindinho?"

"Promessa de mindinho, baby."

Ela assente com a cabeça bruscamente como se fosse um negócio feito. Virando-se, ela mexe-se para trás debaixo do meu braço como tinha ficado antes. "Você e Mamãe vão voltar a ficar juntos?"

Meu coração acelera. "Por que você pergunta isso?" Ela dá de ombros, mas eu sei que está querendo dizer alguma coisa. "Você quer isso?"

"Não." Sua resposta era definitiva e segura.

"Por que não?"

"Porque você gosta de Chelsea." Meus olhos se arregalam, claro que eu havia subestimado o quanto Harlyn viu e ouviu em torno do clube. "Eu gosto dela também."

"Harlyn... isso não é realmente algo que você precise se preocupar." Eu digo a ela calmamente.

"Eu não estou preocupada." Diz ela casualmente, quando pega o iPad de volta e abre o aplicativo de leitura, folheando livros infantis diferentes com o dedo até que escolhe um que goste – Cinderela.

Essa garota.


Capítulo 30

 

Eu nos levo ao hospital no carro de Rose. Eu poderia dizer que ela está com dor, não apenas por causa de sua mão, mas por seu pai, em geral, mas ela tenta deixar a situação leve.

"Eu acho que poderia ter sido pior." Ela força uma risada.

"Rose." Eu aviso, não querendo ouvi-la brincar sobre algo que era, na verdade, extremamente grave. Esse homem tinha propositadamente a machucado. Ele deveria ser seu pai, alguém que se preocupasse com ela e a amasse incondicionalmente. Estava errado. Em tantos níveis, isso estava errado.

"Oh, vamos lá Chel." Eu poderia dizer mesmo sem olhar para ela que estava revirando os olhos. Ela estava tentando esquecer isso, fazendo como se não fosse grande coisa.

Nós entramos no estacionamento do hospital e eu achei um local perto das portas da frente.

Ouço-a respirar fundo. "O que ele está fazendo aqui, Chelsea?" Ela se vira para mim com os olhos arregalados. Eu não tinha que adivinhar de quem ela está falando. O clube era mais perto do hospital do que a nossa casa, e eu não tinha dúvida de que ele teria dirigido rapidamente para chegar aqui.

"Ele se importa." É tudo o que eu digo, enquanto abro a porta e saio.

Blizzard está de pé nas portas que levam para a sala de emergência, a sua posição larga e os braços cruzados sobre o peito. Com a luz atrás dele eu não podia ver seu rosto, mas sua sombra era intimidadora o suficiente.

"Você ligou para ele." Ela sussurra em tom acusador, enquanto caminhamos para frente.

"Ele se importa." Eu repito, rosnando baixinho quando chegamos mais perto.

Ela não diz nada e ele apenas ficou lá, nos observando e esperando. Paramos na frente dele, o ar está ligeiramente frio ao nosso redor, mas eu não tinha certeza se era o tempo ou a maneira como ele olha para Rose que me faz tremer.

"Deixe-me ver." Ele pergunta. Rose segura a mão ao seu corpo, colocando-a contra ela com proteção. "Deixe. Me. Ver."

Os ombros de Rose caem enquanto ela cede e estende a mão, palma para cima. Ele dá um passo para o lado para que a luz de dentro da sala de emergência nos ilumine e permita-lhe ver melhor. Ele coloca a mão debaixo da dela, levantando-a ligeiramente, seu toque eu posso dizer que é leve e delicado, quase protetor.

Ele estuda-a em silêncio por um minuto. "O que aconteceu?"

Os olhos de Rose vão para mim, ela não sabia o que dizer.

"Eu... uh... deixei o queimador do fogão ligado e ela se inclinou sobre ele. Minha culpa realmente. Momento loira." Eu tento disfarçar, assim como eu tinha repreendido Rose por fazer momentos antes. Ela não iria dizer a ele o que aconteceu. Não queria que ele soubesse, e agora eu gostaria de manter seu segredo.

Por agora.

Blizzard olha para mim, seus olhos digitalizando meu rosto. Ele sabe que eu estou mentindo. Eu esperava que ele me chamasse.

"Vamos olhar isso." Ele murmura enquanto seus olhos ainda me observam. Havia uma promessa lá. A promessa de que ele iria chegar à verdade. Coloca a mão na parte inferior das costas de Rose e gentilmente a guia através das portas. Ela olha para mim por cima do ombro, com o rosto cheio de preocupação, mas eu tentei dar-lhe o meu melhor sorriso tranquilizador. Ele a empurra para a recepção e tomo um assento na sala de espera, permitindo Blizzard assumir a liderança em um presente. Folheio uma revista, olhando para cima quando sinto a cadeira afundar perto de mim. Blizzard estava sozinho.

"Onde está Rose?" Pergunto, olhando em volta, nervosamente.

"Eu os fiz levá-la imediatamente." Ele murmura.

Olho em volta. A sala está cheia de pessoas doentes e feridas, todos estão esperando mais tempo do que nós. Blizzard parece ler meus pensamentos. Ele se inclina para trás na cadeira e cruza os braços sobre o peito largo.

"Entrei antes de você chegar. O dinheiro fala, você deveria saber disso."

Eu balanço a cabeça, eu sabia disso. Estar com o clube tinha suas vantagens, você tem o melhor serviço, os melhores lugares, o melhor de tudo porque eles pagavam por isso.

"Você vai me dizer o que realmente aconteceu?" Ele pergunta em voz baixa, ciente das pessoas ao nosso redor olhando-o. Eu não tinha certeza se eles estavam intimidados por causa do colete de MC ou apenas curiosos. Os rapazes eram observados e julgados onde quer que fossem. Era normal.

"Ela vai dizer-lhe quando estiver pronta." Digo, simplesmente, esperando que isso fosse acalma-lo por enquanto.

Ele zomba. "Você me ligou, Chelsea. Pedindo-me para ficar de olho nela. Para fazer isso, eu preciso saber o que está acontecendo."

Suspiro. "Olha, ela não está em nenhum perigo imediato se é isso que você está preocupado. Eu sei, eu te liguei, eu só... me importo com Rose. Quero protegê-la, mas ela não está pronta para isso ainda."

Eu vi sua mandíbula apertar, mas ele continua olhando para frente. "Então, alguém fez isso."

"Blizzard."

Sua cabeça vira de repente para mim. "Alguém machucou ela." Ele rosna, agora, obviamente, não se importando se as pessoas ouvissem ou olhassem. Que eles fizessem. Meus olhos direcionando para suas mãos e eu as vejo apertarem e flexionarem em agitação e raiva.

"Não pressione essa merda sobre ela." Eu rebato, tentando manter minha voz baixa. "Se você for todo homem das cavernas sobre ela e ela irá fugir. Vai correr diretamente de volta para eles."

Ele rosna, seu lábio curvando. Ele sabia que estou certa.

Eu coloco minha mão sobre a dele. "Ela precisa confiar em nós e saber que vamos estar lá para ela. Mas agora, ela está apenas com medo. E as pessoas assustadas fazem coisas malucas." Minhas palavras não o agradam, mas eu sei que por agora ele entendeu.

"Eu não vou deixá-los machucá-la." Ele sussurra sua voz rouca.

Eu balanço a cabeça. "Eu também não vou."

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Eu ponderei sobre Blizzard e Rose. Qual era a conexão que eles tinham? Por que ele queria tanto mantê-la do perigo? Era apenas porque ele sente alguma coisa por ela? Ou havia mais? Eu sempre soube que Blizzard era para ser um homem de uma Lady. Ele nunca falou sobre ter uma Old Lady, mas, novamente, nenhum dos irmãos falavam. Do que eu aprendi todos eles eram contentes em ser livres até alguém certo aparecer e isso era como um tapa na cara.

Talvez Rose tivesse batido na cara de Blizzard?

Rose tinha recuado ao longo das ultimas semanas. Ela não era mais a garota glamorosa e insolente que eu conheci. Claro, eu tenho vislumbres do outro lado dela ocasionalmente, mas eu Estava realmente começando a me preocupar. Eu pensei que talvez pedindo a Blizzard que cuidasse dela isso iria aproximá-los. Talvez eles fossem encontrar algo que eles estivessem sentindo falta um no outro. Talvez ele fosse fazê-la feliz novamente e ela veria que não merecia ser tratada como merda, que não teria que aturar isso porque tinha outras pessoas que se preocupava com ela também. Nós.

Blizzard fica de pé antes que eu soubesse o que estava acontecendo. Olho para cima e encontro Rose de pé ao lado da recepção falando com o médico. Blizzard está ao seu lado rapidamente. O médico olha para ele com cautela, mas continua a falar com Rose como se ele não estivesse lá. Eu não queria multidão sobre ela. Blizzard estava fazendo um bom trabalho disso, para nós dois.

Quando o médico foi embora, eu me aproximo. Rose me dá um leve sorriso. "Não é tão ruim quanto pensávamos. Apenas segundo grau." Sua mão não está enfaixada ou qualquer coisa. "O médico passou analgésicos e creme antibiótico deve fazer o necessário."

Eu me sinto um pouco melhor e deixo meu corpo relaxar. "Isso é bom. Estou tão feliz."

"Podemos ir para casa agora?" Ela pergunta, seus olhos implorando para mim.

"Sim, vamos..."

"Eu preciso falar com ela primeiro." Blizzard diz rapidamente, segurando o cotovelo dela e levando-a para longe.

"Hum ... tudo bem. Vou esperar no carro." Eu faço uma careta. Esperava que ele não mencionasse nada com ela sobre o que tínhamos discutido. Rose era tudo que eu tinha no momento. Com Harmony tão longe Rose era a minha rocha, e eu realmente não queria fazer ou dizer qualquer coisa que lhe fizesse mal.

Eu podia ver seus contornos quando estavam do lado das portas do departamento de emergência. Blizzard estende a mão para tocá-la e ela se afasta. Eu poderia até ver o seu corpo ficar rígido quando ela faz. Foi apenas um par de minutos antes deles estarem caminhando em minha direção, Rose parecendo triste e ainda um pouco nervosa na presença de Blizzard e Blizzard parecendo frustrado.

Talvez eu tivesse errado.

Talvez ela não fosse o seu tapa na cara.

Talvez ela fosse mais como um pontapé nas bolas.


Capítulo 31

 

A última semana ou desde que Chelsea saiu tinha sido calma e louca tudo de uma vez. Nós não estávamos mais perto de descobrir o que diabos estava acontecendo com DePalma. Leo tinha mantido vigilância sobre Anthony com um de nossos rapazes sentados fora de seu hotel em todos os momentos do dia e da noite. Na esperança, de que, se tentasse outra coisa, isso não iria nos fazer ser pegos com as calças curtas como fomos com a bomba que foi plantada sob o carro de Chelsea.

Kev tinha analisado o que restava do dispositivo, e chegara à conclusão de que ele foi definido com um temporizador. Assim, o mistério permanece, era Chelsea o alvo ou foi a bomba destinada a explodir a atingir o clube e alguns de seus membros.

Felizmente para nós, Chelsea estaciona seu carro sob a sombra de uma árvore, que delimita a linha da cerca do clube, e não perto do edifício em si, como fazemos com nossas motos. Então, havia muito pouco dano feito a qualquer coisa, exceto o carro dela.

Leo me diz que Anthony tinha saído do hotel e se encontrado com alguns homens para almoços ou bebidas casuais. Pelo que podemos entender eles são empresários ricos, mas nada até agora que pareça ser uma ameaça para o clube. É tudo muito estranho e, finalmente confuso. Mas, por agora, o calor do fogo não estava muito quente, e eu estava esperando que fosse ficar desse jeito.

Sentei-me em uma mesa de piquenique do lado de fora, observando Harlyn enquanto corria ao redor do parque. A garota parecia nunca se cansar. Quando Sugar não estava forçando-a a sentar e fazer seu dever de escola, ela estava constantemente no parque infantil. Era como se todos os dias ela olhasse para ele como se fosse um novo brinquedo para brincar, mas era apenas a mesma coisa que ela passava horas brincando no dia anterior. Eu acho que era imaginação de uma criança para você. Você poderia inventar qualquer coisa e transformá-lo em algo surpreendente.

Eu ouço os portões da frente ranger ao abrir. Deixo a mesa e caminho até a grande cerca que tínhamos construído para proteger a visão de nossa área ao ar livre da estrada. A razão para isso estar lá sempre me fez sentir uma onda de emoção. Minha mãe tinha sido baleada exatamente onde eu estava sentado durante um tiroteio. Uma gangue que se achava merda, querendo se vangloriar atirando no clube local de MC.

Minha mãe foi morta naquele dia e eu deveria ter estado ali sentado ao lado dela, talvez até mesmo na frente dela assim as balas teria atingido meu corpo ao invés do dela. Mas aos dezesseis anos eu estava muito mais preocupado em deixar claro minha intenção para ser prospect do clube. Seriam dois anos até que eu tivesse permissão para mesmo dar o primeiro passo e defender minha causa, mas eu tinha visto esses homens toda a minha vida. Eu sabia que era onde eu queria estar.

Assim ao em vez de estar lá fora com as mulheres e crianças, enquanto os homens estavam na igreja, eu estava lá dentro, sentado fora daquela sala, esperando eles saírem. Oferecendo-me para fazer trabalhos e querer passar tempo com eles.

Pensando em mim mesmo, em vez de cuidar da minha mãe.

Sacudo os pensamentos da minha cabeça enquanto entro no espaço onde o caminho ao lado do clube leva para frente e para trás do clube. Uma caminhonete Chevy azul escura entra pelos portões indo para o estacionamento, parando a minha direita. Connor sai do banco do motorista e levanta o queixo para mim em saudação. Sua porta do passageiro abre e fecha, mas eu não poderia dizer quem era pelas janelas coloridas. Ouço outro barulho de porta fechada antes que Lucy contorne o veículo carregando uma criança pequena em seu quadril.

Lucy me dá um sorriso quando se aproxima, esse não era o seu habitual sorriso largo, embora. "Ei, Op."

"Ei, Luc." Meus olhos vão entre os dois. "O que está acontecendo?"

Era incomum eles visitarem, especialmente desde que eu poderia contar com as duas mãos a quantidade de vezes que Connor tinha vindo ao clube, e as meninas do X-Rated não tinham permissão para estarem aqui a menos que houvesse uma festa e elas tivessem sido convidadas.

"Desculpe vir assim sem avisar, mas vi Blizzard na cidade e ele pensou que seria uma boa ideia a gente vir conversar com você sobre essa pequena." Connor explica, apontando para a menina com cabelos escuros que tinha um aperto de morte no pescoço de Lucy.

Eu levo um tempo para descobrir o que isso tinha a ver com a gente, mas faz sentido quando ela finalmente levanta o rosto e olha diretamente para mim. "Ela é de Hayley, hein?"

Connor concorda.

Suspiro. "Leve ela para o parque infantil, Lucy. Harlyn está lá com Neil. Tenho certeza que ela gostaria de uma nova amiga para brincar."

"Claro." Lucy sorri. "Vamos fazer uma nova amiga, Jay?" Ela coloca a menina no chão e dão as mãos antes de desaparecer atrás da cerca.

Eu inclino minha cabeça para o clube. "Vamos conversar."

Connor me segue enquanto nós caminhamos através da sala principal e pelo corredor até o meu escritório. Eu fecho a porta atrás dele e sento atrás da minha mesa. Ele se senta em frente, inclinando-se para frente e descansando os braços sobre os joelhos.

"X-Rated volta a funcionar hoje à noite. Deve ficar lotado." Ele disse casualmente.

Nós tínhamos fechado o clube por duas noites, para que a polícia pudesse investigar o assassinato de Hayley. Eu sabia que não iriam encontrar nada e eles nos fizeram as portas apenas para ser idiotas. Mas eu não discuti. Hayley merecia mais do que nós apenas escondendo seu corpo em algum lugar como se nada tivesse acontecido. Havia uma garota em quem pensar, que eu assumi ser a razão para essa visita.

"Eles encontraram alguém da família da garota?" Pergunto, não querendo perder tempo.

Connor olha para mim e balança a cabeça. "Os pais são cristãos incondicionais. Não querem nada a ver com um filho ilegítimo. Jogou-a para fora quando ela descobriu que estava grávida e foi morar com uma velha senhora que costumava tomar conta dela." Ele parecia cansado e frustrado. Eu sabia que se sentia inteiramente responsável pelas garotas da X-Rated. Elas podem pertencer ao clube, mas ele era como a mãe da casa e as protegia ferozmente. "Jayla a chama de Gran. Ela vive em Montgomery, mas tem oitenta anos de idade e não pode sequer fazer muito por si mesma hoje em dia. Ela não pode cuidar de uma criança de quatro anos de idade."

"Então, quais são as outras opções aqui? Obviamente, nunca houve um pai e se ele mesmo sabe que tem um filho, é quase nulo, e faço uma aposta que ela nunca disse a ninguém quem ele era." Cruzo os braços e recosto-me.

"Por enquanto, a polícia permitiu-nos cuidar dela. Ela está ficando com Lucy, Kat e Summer no apartamento no centro da cidade, e eu coloquei as garotas em turnos rotativos para que pelo menos uma delas esteja em casa com ela o tempo todo." Ele empurra a cadeira e caminha em torno dela, olhando para o chão. "Eles não vão deixar-nos mantê-la por muito tempo. Eventualmente, eles vão ter que vir e levá-la e depois? Eu não quero isso para ela. Ela tem quatro anos e acabou de perder basicamente a única família que conhece."

Minha mente instantaneamente pisca de volta para Chelsea. Era como se o passado se repetisse.

"Olhe, deixe-me ver o que posso fazer. Tente adiar a entrega dela por mais algum tempo."

Ele assente, mas sua cabeça ainda está baixa. Ele está sentindo essa perda difícil. Foi à associação dela ao clube que a tinha matado, então eu faria o possível para me certificar de que sua filha seria cuidada. O silêncio paira no ar e eu sei que há algo que ele precisa dizer.

"Eu quero justiça para ela." Ele fala em voz baixa, mas eu o ouço alto e claro.

"Isso é exatamente o que ela vai ter." Eu confirmo devagar, pensando que nós já tínhamos chegado a um acordo.

"Eu gostaria de ter conhecido mais sobre ela. Tivemos merda em comum." Ele tenta rir, mas foi estrangulado. "Conheço bem toda a merda da família cristã. Eu cresci em uma. Todos os meus amigos eram de famílias cristãs."

Começo a entender o seu investimento na vida de Hayley. Ele sentia essa conexão, ele sabia o que ela tinha passado e a ideia de tentar fazer sua vida melhor quando as pessoas que deveriam se preocupar com você, era totalmente severo. Eu fico em silêncio, permitindo-lhe tempo para continuar se quisesse. Eu não iria forçá-lo, mas às vezes só precisamos de alguém para ouvir a nossa história, para validar o que somos e que temos lutado para chegar onde estamos.

"Meu melhor amigo ficou viciado em metanfetamina em nosso último ano na escola. Quando seus pais descobriram, eles o apoiaram enquanto ele lutou da sua maneira para sair do vicio. Eu estava lá para ele. Eu o empurrei para ser melhor e com todo o amor incondicional atrás dele, ele conseguiu sair." Ele ri de novo, mas dessa vez foi mais sombrio, cheio de raiva e desgosto. "Eu vi o que ele passou e como todo mundo tinha apoiado ele naquele ano, eu decidi sair. Eu sabia que eu era gay desde que comecei a transar com doze anos. Mas você sabe o que eu recebi de retorno? Ser rejeitado."

Eu vejo quando ele cerra os punhos com força, os músculos dos braços se tornando definido. Eu poderia entender julgamento e ridicularização. Sendo filho de um presidente do MC não exatamente me fez o garoto mais popular da quadra. Os pais não iriam nunca deixar seus filhos sair comigo. Eu era zombado por todos os dias na escola. Mas tinha outras crianças como eu na sede do clube. Eu não poderia me importar com o que os outros pensavam.

O que eu também tinha era dois pais amorosos que não deram a mínima.

Connor não teve.

Levou um momento para ele relaxar, mas, eventualmente, se acalmou e levantou a cabeça, em vez de deixá-la cair em derrota. Ele endireita os ombros e se torna um homem diferente. Não com medo, como o adolescente ferido que tinha acabado de ver sair dele.

"Eu quero justiça para Hayley. Eu não pude ter as pessoas me apoiando quando eu precisava, mas eu vou ser amaldiçoado se deixar alguma dessas garotas, incluindo Jayla, ir sem ter alguém que esteja lá para elas."

"Hayley irá ter a justiça dela, e de alguma forma nós vamos encontrar uma maneira para que Jayla tenha tudo o que precisa e mais. O clube não vai decepcioná-la." Eu prometo a ele.

Eu era fiel à minha palavra.

Eu gostaria de encontrar uma maneira para que aquela garotinha tivesse todo o amor e apoio que precisasse.

Eu não tenho muita certeza como ainda, mas eu gostaria de encontrar uma maneira.


Capítulo 32

 

Assim que abro a porta de casa da minha aula da manhã, meu telefone começa a tocar. Jogo minha mochila no chão e me abaixo ao lado dela, procurando entre meus livros da faculdade, tentando seguir o som. Minha mão agarra-o e eu mentalmente me dou um ‘toca aqui’ quando puxo para fora, reconhecendo brevemente o nome de Deacon quando atendo.

"Ei!" Eu digo alegremente.

"Então, eu sei que você não está escalada para trabalhar hoje, mas Annabelle acabou de ligar e está tendo problemas com o carro e não pode chegar aqui, estou desesperado sei que você tem estudo para fazer mas..."

Eu rio. "Quando você precisa de mim?"

"Oh graças a Deus." Diz ele soando completamente exasperado. "Quanto antes melhor!"

Eu sorrio. "Verei o que posso fazer. Te vejo em breve."

"Obrigado Chelsea."

Eu jogo meu telefone no sofá e vou para o meu quarto encontrar o meu equipamento de academia. A porta de Rose estava aberta e ela estava apoiada em sua cama folheando um dos nossos livros atribuídos.

Devo ter chamado sua atenção, ela olha para cima e sorri. "Ei, você quer estudar comigo. Eu poderia realmente ter alguma ajuda."

"Eu queria poder. Deacon acabou de me ligar e está desesperado por alguém para ajudar, tipo agora."

O rosto dela fica triste. "Tem certeza de que ele não pode encontrar alguém? Quero dizer, nós temos tantas atribuições para ser entregues e elas são tão grandes. Você realmente devia estar trabalhando nelas."

Eu entro no seu quarto, seu tom de pânico me preocupa. "Eu sei. Vou fazer um pouco essa noite." Eu levanto minha sobrancelha. "Você está bem?"

Ela engole duramente. "Sim, desculpe-me. Apenas estressada."

Aperto os olhos. "Rose... fale comigo. Seu pai não está planejando outra visita, está?" Penso que ela está com medo que ele venha novamente se ela estiver sozinha.

Ela ri nervosamente. "Eu não penso assim. Eu acho que ele fez bastante dano e ficará longe por um tempo."

"Então o que está acontecendo?" Eu pressiono, sentando na beira da sua cama.

Ela parece pensar por um tempo, balançando a cabeça. Quando finalmente fala, tudo o que ela diz é: "Blizzard."

Eu faço uma careta, sem entender.

"Ele... hum... disse alguma coisa sobre vir e me verificar hoje. Eu só... Eu só não quero vê-lo. Não por mim mesma." Ela olha para o livro no colo, virando as páginas em seus dedos. Eu estendo a mão e toco sua perna, ela está tremendo ligeiramente.

"Blizzard só quer cuidar de você, assim como eu." Tento tranquilizá-la. "Eu não tenho certeza qual é o problema com vocês, mas ele se preocupa. Eu posso dizer."

Ela estremece. "Ele não deveria." Ela murmura.

"Por quê?" Pergunto.

Ela levanta a cabeça como se não tivesse esperado que eu ouvisse seu último comentário.

"Ele está tentando se envolver. Eu só quero que ele fique fora disso, mas ele continua pressionando." Sua testa franzida como se fosse raiva.

"Por causa de seu pai?" Pergunto.

"Ele só vai se machucar." O comentário me deixa curiosa. Blizzard poderia ser muito assustador às vezes e com o clube em sua volta eu duvidava que alguém se atrevesse a mexer com ele.

Eu bato em sua perna. "Blizzard é um garoto grande. Confie em mim quando digo que ele pode cuidar de si mesmo."

Ela pensa por um momento antes de sua cabeça balançar. "Sim. Sim, eu acho que ele pode."

"Se isso faz você se sentir melhor eu vou ligar para ele, dizer-lhe para esperar até eu chegar em casa."

Seu rosto ilumina um pouco. "Isso me faria sentir melhor."

Dou-lhe um sorriso suave. "Ok, eu preciso ir. Deacon parecia estar prestes a explodir uma válvula."

Eu aprecio seu sorriso, mesmo sabendo que ele era forçado. Visto-me rapidamente e calço meus tênis de corrida. Correr para o trabalho parecia incrível. No momento em que eu chegar lá, meu corpo estará alongado e ágil e minha cabeça estará clara. Prendo meu telefone em meu braço e conecto meus fones de ouvido, começando uma música de ritmo rápido para correr.

"Tchau" Eu falo quando puxo a porta aberta e corro escada abaixo.

Olho em volta do lado de fora, esperando ver um dos garotos na área. Alguns deles são melhores em ser furtivo do que outros. Quando eu não vi ninguém essa manhã no caminho para a aula, e agora com as ruas ainda vazias, eu me pergunto se Optimus tinha descartado seu detalhe de proteção.

Isso significava que a ameaça foi embora? Ou ele estava apenas cansado de perder tempo de seus homens me cuidando.

Eu tento ultrapassar isso, mesmo sabendo que iria ficar na parte de trás do meu cérebro, queimando um buraco até que eu tivesse respostas. Meus pés batendo no pavimento no tempo da batida da música. Era assim que eu gostava de correr. Eu tinha uma lista de reprodução especificamente para isso, músicas que me empurrava e fazia meu corpo continuar. Assim que eu cheguei no meio do caminho, vi algumas das meninas da X-Rated saindo de uma loja de conveniência na esquina. Eu chequei a hora no meu relógio e decidi que tinha alguns minutos para correr mais e alcançá-las. Eu não tinha muitas amigas no clube. Além de Harmony, as outras garotas do clube eram boas, mas nós nunca combinamos bem. Eu consegui, no entanto, dar-se bem com várias strippers da X-Rated. Elas eram diferentes, mais acessíveis e amigáveis. Para a maioria delas trabalhar como stripper era uma forma de apoiar a família ou como eu, conseguir fazer faculdade. Elas não estavam lá apenas para pegar os homens.

Lucy olha para cima quando ouve os meus passos se aproximando e seu rosto se ilumina imediatamente, "Chelsea!" Ela caminha na minha direção e me encontra com um abraço apertado.

"Ei! Como você está?" Pergunto, dando um passo para trás e devolvendo o sorriso largo.

"Ei, Chel." Kat dá a volta no carro e noto a pequena menina segurando a mão dela e se escondendo atrás de suas pernas. Eu fico confusa por um segundo. Kat tinha um menino em casa, não uma menina.

"Estou perdendo alguma coisa?" Eu brinco, sorrindo para a menina com cabelos escuros. Eu sinto a mudança no ar Kat e Lucy olham uma para a outra com olhos tristes. "O que está acontecendo?"

"Vamos levá-la para o carro, Jay." Ela me da um leve sorriso antes de levar a menina de volta para o carro.

Olho para Lucy e ela suspira. "Perdemos uma das garotas."

Eu inalo bruscamente. "Quem?"

"Hayley. Ela era muito nova, eu não tenho certeza se você a conhecesse."

Forço meu cérebro, tentando colocar um rosto ao nome. "Ela era jovem, doce. Eu acho que a conheci quando ela começou." Eu lembrava vagamente do encontro com a jovem no banheiro uma noite no clube alguns meses atrás. Ela estava nervosa sobre ir ao palco, não tão confiante como as outras garotas. Comecei a ligar os pontos.

"A menina era dela?" Eu aponto para o carro.

A cabeça de Lucy balança. "Aquela é Jayla. Ela vai ficar comigo até Op conseguir ajeitar as coisas."

"Por que Op está envolvido?" Pergunto, confusa.

Eu vi como os olhos de Lucy se encherem de lágrimas eu a puxei para perto, passando os braços em torno dela e segurando-a firmemente. Todas as garotas na X-Rated eram próximas, como irmãs. Perder alguém que se considera a família é difícil, mesmo se elas fossem razoavelmente nova.

Eu me afasto, mas seguro minhas mãos em seus ombros, seus olhos encontram os meus. "Alguém a matou, bem atrás da porta dos fundos na X-Rated." Ela funga. "Encontrei-a, lá deitada ao lado do lixo."

Meu coração dispara e, no momento, eu sabia que a ameaça não tinha sido eliminada. Era exatamente o oposto. A ameaça de violência foi embora. Alguém havia sido morto e não havia nenhuma dúvida em minha mente que isso estava relacionado, e era por isso que Op estava tomando controle do futuro de Jayla. Eu me senti mal e de repente um pouco paranoica.

"Jayla não tem família?"

Lucy limpa as lágrimas enquanto balança a cabeça de um lado para o outro. "Ninguém quer ela de qualquer maneira. Hayley foi expulsa de casa quando seus pais descobriram que estava grávida. E, tanto quanto eu sei, ela nunca disse a ninguém quem era o pai."

Meu coração afunda. "Eles vão colocá-la em um orfanato."

Lucy estende a mão e aperta meu braço. "Op e Connor disseram que não vão deixar isso acontecer."

Apenas ouvir isso me faz sentir um pouco melhor. Eu acreditava em Optimus e na quantidade de carinho e amor que está dentro dele. As pessoas olhavam para ele e viam um motoqueiro assustador, mas isso era porque ele usava uma casca dura. Não sente a necessidade de impressionar as pessoas, era quem ele era e foda-se se você não gosta.

Eu senti meu celular vibrando contra meu braço e puxo-o para ver que Deacon está tentando me chamar. Eu dou a Lucy outro abraço rápido e abaixo a cabeça pela janela para dizer adeus a Kat que estava entretendo uma Jayla rindo. Jayla ficaria bem. Ela tinha tantas pessoas que se preocupava com ela, e o clube apoiando ela. Ela faria isso. Eu sabia.

Meu telefone começa a tocar de novo quando volto a correr. Não me incomodo em responder. Eu estaria na academia em menos de cinco minutos, se eu pegasse meu ritmo e o manter-se até lá. Eu poderia fazer isso. Nasci para isso.

Eu voo através das portas da academia, respirando pesadamente. Inclino-me, segurando meus joelhos e tentando diminuir minha respiração. Meus pulmões queimam em protesto.

"Oh, você está aqui. Eu vou ligar e cancelar aquele grupo de busca."

Eu não olho, para cima, levantando minha mão e apontando para Deacon meu dedo do meio. O ouço rir e ele agarra meu braço e começa a me puxar para a parte de trás da academia, onde há dez ou mais mulheres sentadas nas bicicletas de rotação. Eu ainda estou tentando recuperar o fôlego quando percebo o que está acontecendo. Há uma turma de bicicleta aqui esperando por um instrutor. Deacon sorri e eu geme, dobrando meu corpo outra vez.

"Senhoras, Chelsea aqui vai instruir vocês hoje. Boa aula." Ele me dá um tapinha nas costas, mas antes que ele pudesse sair, pego seu cotovelo.

"Eu vou matar você por isso." Eu sussurro antes de empurra-lo para longe. Tudo o que eu ouço é sua risada ecoando no espaço aberto da academia, mesmo acima dos grunhidos e gemidos de pessoas que malhavam.

Eu olho para a bicicleta de rotação.

Talvez correr para o trabalho não fosse uma boa ideia.


Capítulo 33

 

"Eu... desisto..." falo entre suspiros de ar. "Você é... um... filho da puta."

Deacon apenas sorri para mim por trás da recepção quando eu agarro nela. Minhas pernas pareciam gelatina. Aulas de bicicleta são bastante difíceis, e fazer isso logo depois de correr para o trabalho era como o inferno. Meu corpo estava encharcado de suor, e tropeçando até onde ele estava sentado tinha me feito sentir como Bambi tentando andar pela primeira vez.

"Pensei que você fosse uma maratonista?" Ele retruca com sarcasmo. "Onde está a sua resistência?"

"Foda-se." Mostro minha língua de uma forma totalmente infantil, mas eu não me importo.

Ele se afasta do computador e caminha ao redor da recepção, seu sorriso espertinho voltando-se para em um sorriso genuíno. "Você foi muito bem. Estou impressionado." O elogio foi afetuoso. Parecia bom.

"Posso sentar agora?" Eu pergunto com uma risada.

"Certo! Nós temos outra aula começando em vinte minutos. Como você se sente sobre aeróbica?" Ele balança as sobrancelhas e eu solto um gemido.

"Ótimo. Eu me sinto ótima sobre isso." Eu murmuro enquanto ando, com as pernas ainda tremendo debaixo de mim.

Felizmente para mim, um dos trabalhos da faculdade que eu peguei foi instruir. Variou de exercícios para duas pessoas para grupos com aptidão. Algumas pessoas da minha turma não tinham gostado da atenção, mas eu realmente não me importei. Eu meio que amava o sentimento de unidade à medida que todos se moviam juntos com a música. Pego uma garrafa de água da grande geladeira que está ao lado da recepção, enquanto caminho eu bebo a metade. Eu amo a sensação do líquido frio enquanto desce pela minha garganta e se estabelece no meu estômago.

Há uma pequena área de descanso perto da porta da frente com alguns sofás, uma mesa de café, e algumas revistas, então eu sento nas almofadas macias, com um suspiro satisfeito. Os músculos em minhas pernas gritam 'obrigado, porra, por isso.' Folheio uma revista por um tempo, não realmente lendo nada, mas apenas olhando as páginas. Quando vejo Deacon caminhando na minha direção, eu solto um gemido.

"Ainda não. Você disse vinte minutos." Eu anuncio, segurando a revista na frente do meu rosto. O ouço rir e olho por cima. Ele ainda está vindo em minha direção, mas isso quando o mundo começa a abrandar. Eu juro que foi como assistir a um filme de ação em câmera lenta.

O sorriso arrogante derrete do rosto de Deacon e suas mãos estendem para mim. De repente, ele parece petrificado e mesmo quando chama meu nome minha mente ainda não pode calcular o que está acontecendo e por que ele se tornou tão frenético.

Isso foi até que há uma explosão atrás de mim e vidro começam a cair em torno de mim como uma chuva espumante impressionante. Brilhava ao sol da tarde e se espalham por todo o chão. A revista cai de minhas mãos. Sou puxada para os braços de Deacon e ele nos joga ao chão. Eu não consigo respirar. Eu não tenho certeza se é pelo o corpo de Deacon estar grudado em cima do meu, me cobrindo quase que totalmente, ou se é pelo meu estado de choque. Eu posso ouvir gritos, e com o meu corpo pressionado contra o chão eu posso sentir as batidas dos passos correndo. Eles estão fugindo.

Eram tiros.

Meu cérebro finalmente entende isso.

Houve uma torrencial descarga de tiros quebrando as grandes janelas de vidro que cobriam a frente da academia e atingiam o equipamento. Alguém estava atirando em nós. A chuva de balas parou momentaneamente e Deacon não perde tempo em levantar e me empurrar pelo chão. Tento lutar para ficar de joelhos, mas estou em pânico e meu corpo não faz o que eu tento dizer a ele.

"Os vestiários! Precisamos chegar aos vestiários." Deacon vibra em meu ouvido quando me da outro empurrão, me deslizando pelo chão de madeira. Subo em minhas mãos e joelhos com ele diretamente atrás de mim. Outra onda de balas começa e eu grito, curvando-me em uma bola e cobrindo a cabeça. Eu sinto um gancho de braço em volta da minha cintura e estou sendo puxada pelo chão, vidro e pedaços de madeira atingindo contra a minha pele.

"Leve-a," Eu ouço Deacon gritar, e tento levantar do chão.

Eu salto enquanto alguém corre comigo no corredor. A porta para o vestiário se abre e sou colocada suavemente sobre um dos bancos de madeira. Eu não tenho uma boa olhada no cara que me jogou lá porque assim que sou largada ele corre de volta para onde viemos. Meu corpo treme. Foi tudo muito real, mas ao mesmo tempo tudo que eu consigo pensar é que este devia ser um pesadelo.

Viver com os Irmãos me fez ver muitas brigas de bar, esfaqueamentos e as armas sendo apontadas. Mas eu sempre soube que estava segura, eu sabia que elas não eram para mim.

Isso... isso era para mim.

Eu posso sentir isso no meu interior, e assim que a descoberta me atingi eu corro para o banheiro e esvazio o conteúdo do meu estômago na tigela branca brilhante.

Eles estavam vindo para me pegar.

Não havia ninguém aqui para me proteger.

Eu não tenho certeza quanto tempo fico sentada lá, enrolada no chão frio, mas parece uma eternidade. Esperando alguém entrar e acabar com a minha vida. A porta do vestiário bate de novo e eu movo meu corpo mais perto do vaso sanitário, pensando por algum motivo estúpido que eu poderia estar escondida.

"Chelsea." Ouço a voz de Deacon e me levanto. Salto sobre ele assim que aparece à vista. "Oh, graças a Deus." Ele passa os braços em volta de mim e me segura com força, que era o que eu precisava no momento.

"Oh meu Deus, Deacon. Precisamos sair daqui!" Meus dedos apertam seu braço, mas ele nem sequer pestaneja. "Eles já foram? Alguém chamou a polícia."

Seus braços lentamente me soltam e dou um passo atrás. Seu rosto é de pedra, quase frio.

"Deacon..."

"Eles estão aqui."

Meus olhos se arregalaram. "Quem está aqui?"

"A polícia."

Eu sinto a tensão no meu corpo lentamente começar a se dissipar e o ar sibilando fora de mim em alivio. Embora eu não fosse uma grande fã da polícia, vivendo com os Brothers by Blood nós éramos sempre vistos com um olhar negativo. Eles muitas vezes nos prendiam sem razão ou apenas faziam comentários lascivos. Eu sabia que eles tinham suas razões para desconfiar, mas alguns levavam isso para outro nível.

"Ok" Eu digo, minha cabeça balançando. "Eles estão lá fora?"

Ele balança a cabeça, os olhos em mim. Eu estou com medo pela intensidade súbita dele.

"Eles estão aqui." Sua voz resmunga. "Eu sou um."

"Você é o quê?" Engasgo.

"Um policial."

Eu me afasto dele. "Não, você não é."

Ele estende a mão e eu vacilo. "Chelsea, vamos lá. Sou só eu."

"Não! Não é apenas você" Retruco, apontando o dedo acusador. "Eu nem sei quem você é."

Outro homem que eu tinha visto algumas vezes na academia e durante a minha segunda noite de diversão que falhou com Rose entra no vestiário e olha ao redor freneticamente. "Temos que ir. Eles ainda estão lá fora, mas podemos sair pelos fundos."

"Que diabos está acontecendo, Deacon?" Eu exijo, olhando para ele e para o outro cara. Ele anda e agarra a minha mão, me puxando com ele para fora do vestiário indo para o corredor. Tento voltar, mas ele continua a me arrastar com ele, nem mesmo olhando para trás. Eu pego um vislumbre da destruição que está na frente da academia antes de ser puxada para o lado oposto.

"Oh Deus. A academia está cheia de pessoas, há alguém..." Meus lábios tremem.

"Noventa por cento era meu pessoal." Diz ele, incapaz de me olhar. "Há alguns arranhões e contusões, nada grave, estávamos preparados." Minha boca está aberta enquanto eu continuo a deixar que ele me puxe junto com ele. "Eles estão nos esperando lá atrás?" Ele pergunta a seu amigo que corre do nosso lado.

"Sim." Ele empurra as portas duplas e elas se abrem, batendo contra a lateral do prédio e fazendo-me saltar.

Havia um BMW preto estacionado em frente com o seu motor funcionando. "Entre" Deacon grita para mim quando abre a porta de trás do carro.

Eu congelo por um segundo. Ele era a polícia. Penso que ele tinha sido meu amigo, mas ele tinha mentido. Eu estou com raiva, e com medo. Pensando sobre os tiros e a forma como as janelas da academia tinham quebrado, e agora eu estou correndo pela minha vida - de novo.

Sinto meu corpo ser levantado do chão e enfiado no banco de trás do carro, mas minha mente está em uma névoa. Eu não luto. Eu apenas deixo Deacon me manobrar para que ele possa entrar também e fechar a porta.

O passeio é rápido, Deacon mantém uma mão na minha cabeça, segurando-a para baixo e fora da vista. Eu finalmente coloco meus pensamentos em ordem e estou pronta para virar e atacar-lhe verbalmente quando paramos. Olho para cima, nós estávamos do lado de fora do meu apartamento e de Rose.

"Ninguém nos seguiu. Vamos entrar." Diz ele, liberando seu aperto sobre mim e deslizando para fora do carro. Eu sento lá. "Vamos lá, Chelsea. Temos que ir para dentro antes que eles apareçam. Nós somos alvos fáceis."

"Eu não vou a lugar nenhum com você," Zombo, pressionando minhas costas contra a porta como um animal enjaulado. "Leve-me para o clube." Eu exijo, não sabendo onde mais eu poderia ir, mas sabendo que estaria segura lá com os irmãos.

"Não há dúvida de que eles já estão a caminho, nós temos coisas para discutir antes deles se intrometerem." Ele me diz com sinceridade, apoiando-se na porta. Eu tento me empurrar ainda mais para longe dele, mas a porta atrás de mim se abre de repente e eu caio para trás. Alguém coloca as mãos debaixo dos meus braços e me levanta do veículo. Eu me contorço, tentando me libertar, mas eles seguram firme, me puxando em direção à escada que leva até a porta da frente. Deacon segui o rosto sério e severo.

Eu finalmente fico de pé no topo das escadas. "Abra a porta, Chelsea."

"Foda-se, Deacon." Eu cuspo, cruzando os braços sobre o peito.

Ele suspira. "Gavin, abra a porta."

Ouço chaves farfalhando atrás de mim antes que a porta se abra e Deacon me conduza para dentro.

"Você tem as chaves do meu apartamento?" Engulo em seco.

Ele dá de ombros, fechando a porta atrás de nós e passando por mim em nossa pequena cozinha. "Eu tenho um trabalho a fazer, é necessário."

Gavin move-se para ficar na frente da porta, bloqueando qualquer saída que eu pensasse em ter. Olho para ele. Ele é um cara de boa aparência, ombros largos, cintura em boa forma, tatuagens que giram os braços e contradizem sua camisa extravagante. Tudo o que ele faz é sorrir para mim como se estivesse apreciando essa merda.

"Chelsea, nós precisamos conversar."

Eu ando apressadamente pela cozinha, abrindo um armário, encontrando um grande copo e enchendo com água. "Eu não tenho nada a dizer a você." Eu digo a ele quando tomo a água praticamente em um só gole. "É por isso que você está aqui? Você acha que eu vou te dizer alguma coisa sobre o clube só porque você me ajudou a sair." Eu zombo.

Ele planta as duas mãos sobre a mesa e se inclina. "Neste momento, eu não dou a mínima sobre o clube. Eu dou a mínima por você e para o fato de que precisa estar segura."

Eu rio. "Isso é uma piada. Leve-me para o clube. Eu estarei segura lá."

"Estou feliz que você ache isso tão engraçado. Sair com o mesmo clube que matou seus pais."

Meu coração para e o copo cai da minha mão, fazendo barulho na pia.

"O que diabos você acabou de dizer?"

Ele corre os dedos pelos cabelos e suspira profundamente. "Este não é o jeito que eu queria ter essa conversa."

"Essa não é uma conversa. Isso aqui é besteira, porque você está errado." Eu digo apontando e balançando um dedo irritado para ele.

Ele balança sua cabeça. "Você sabe, eu gostaria de estar. Mas a evidência aponta para exatamente isso."

Eu olho para ele. Não acreditando nisso por um minuto. Meus pais não eram pessoas más e o clube nunca foi atrás de qualquer um a menos que eles fossem uma ameaça à sua família. "Quem é você?"

"Sente-se, Chelsea." Ele murmura, sua postura agora completamente começando a ceder quando ele abaixa a cabeça.

"Eu não..."

Sua mão bate na mesa. Eu vacilo e recuo. Mesmo que a mesa da cozinha esteja entre nós. Deacon não era o homem que eu pensei que fosse. Eu não tinha certeza do que ele era capaz.

"Sente-se... por favor." Eu engulo e puxo uma das cadeiras e me arrasto para ela. Ele fez o mesmo, mantendo os olhos em mim o tempo todo. "Gav, vai lá para fora."

"Claro!" Ouço a porta abrir e fechar e a tranca fechar novamente.

"Fale" Eu digo com firmeza, tentando juntar algum tipo de força.

Ele aperta suas mãos juntas na frente dele. "Você se lembra muito sobre seus pais?"

Eu sinto a reviravolta familiar dentro de mim, trazendo à tona memórias antigas não é algo que eu goste de fazer. Claro que havia algumas coisas, pequenos fragmentos do que a minha vida tinha sido assim antes deles morrerem, mas nunca o suficiente para realmente colocar qualquer coisa junto. "Lembro-me de algumas coisas. A minha mãe na cozinha, eles correndo no quintal, à noite em que foram mortos. Fora isso, não, não realmente."

"Eu os conhecia." Ele limpa a garganta. "Eu conhecia você."

Eu fiz uma careta. "Isso não é possível."

"Nossos pais trabalhavam juntos. Eles eram amigos." Ele revira os ombros como se estivesse tentando liberar algum tipo de tensão. "Nós nos encontramos um par de vezes, mas meus pais eram separados, então eu estava mais com a minha mãe do que com meu pai."

"Por que você está me dizendo isso, Deacon? Eu não entendo onde você está indo com essa conversa louca." Minhas pernas balançam debaixo da mesa. Ouvindo-o falar de meus pais era estranho. Eu nunca conheci ninguém que os tenha conhecido. Minha mãe era apenas uma criança e seus pais tinham falecido. A família do meu pai, do que eu sei, não tinham um ótimo relacionamento com ele e não me queria.

Ele não disse nada até que eu olhe para cima novamente e nossos olhos se encontram. "Seu pai estava com o DEA4. Assim como o meu. Assim como eu estou agora."

Minha boca fica completamente seca. "Ele era... Eu não... Eu não me lembro." Lágrimas começam a brotar nos meus olhos. Falar sobre meus pais era bastante difícil, mas ter alguém sentado aqui e dizer-me coisas sobre eles que eu nem sabia, estava deixando minha cabeça bagunçada.

Isso era real? Ele estava dizendo a verdade?

"Nossos pais eram muito parecidos. Eles optaram por não levar o trabalho deles para casa. Seus trabalhos eram perigosos e eles tentaram o melhor para não deixar isso nos afetar."

Eu queria desesperadamente lembrar. Só uma coisa, um pequeno lampejo que me dissesse que ele estava dizendo a verdade. Agarro a borda da mesa. "Como eu sei? Como eu sei que você está me dizendo à verdade, e isso não é apenas uma manobra para afetar o clube?"

Vejo um lampejo de raiva em seu rosto e seus punhos apertam. "Meu pai teve que viver com a lembrança de um de seus melhores amigos serem assassinados. Seu pai e sua mãe morreram por causa dessa porra de clube." Ele bate com o punho na mesa. "O mesmo clube que você foi se prostituir pelos últimos anos!"

Eu me afasto da mesa e fico de pé bruscamente. "Não é verdade! Eu os conheço! Você não tem ideia de quem são ou o que eles representam. Eles não fariam isso!"

Ele ri, mas não é preenchido com diversão. É sombrio. "Você está tão envolvida com o presidente deles que não pode ver além do fato de que eles são criminosos – fodidos assassinos! Como seus pais se sentiriam, sabendo que você está dormindo com os homens que os levaram para longe de você?"

"Cale-se! Apenas cale a boca! Você não tem direito de falar por eles." Eu grito.

"Se você concorda comigo ou não, as evidências não mentem. Eu vou te provar isso e vou destruí-los." Ele zomba, seus lábios curvados em desgosto. "Você vai me agradecer quando descobrir a verdade."

Os barulhos das motos descendo a rua enchem o apartamento. Meu corpo enche de alívio e eu não me importo o que ele tem a dizer. Agarro os meus cabelos em minhas mãos.

Eu conheço aqueles homens.

Eu sei que isso não é deles.


Capítulo 34

 

Bang! Bang! Bang!

Eu sabia que não teria tomado muito tempo para a noticia chegar a Optimus sobre os tiros na academia. Olho para Deacon, que está de pé, braços cruzados no meio da nossa pequena cozinha. Eu suspiro e esfrego as têmporas enquanto caminho para a porta.

Eu mal destranco quando a porta se abre, quase me atingindo. Meus pés estão fora do chão antes que eu tenha tempo para falar. Um braço em volta da minha cintura e uma mão pressionada contra a parte de trás da minha cabeça.

"Eu tenho você, Blackbird." Ele diz calmamente no meu ouvido. "Eu tenho você."

Agarro-me ao seu colete, o meu corpo desejando seu cheiro, seu toque, e sua voz.

"Op, eu estou bem." Eu murmuro em seu peito, mas ao mesmo tempo eu tento puxá-lo ainda mais perto.

Ele levanta-me do chão, minhas pernas inconscientemente envolvendo em torno de sua cintura e meus braços ao redor de seu pescoço enquanto ele me leva mais para dentro do apartamento. O som pesado de botas nos segue e eu olho por cima do ombro de Op para ver Leo, Blizzard, Slider e Ham preencher o espaço pequeno. A sala fica em silêncio por alguns minutos até que Optimus começa lentamente a me colocar de pé.

Não demora muito antes dele virar para Deacon. "Que tipo de merda você está metido para que tenha pessoas atirando na frente de sua loja?" Ele grita.

Obviamente, ele não tem ideia de quem tinha atirado na loja e que eles estavam realmente lá por minha causa. "Op, isso não é ..."

"Isso é um engano considerando que foram atrás dela, não de mim." Deacon atira de volta. "Quer me explicar porque a máfia italiana está atrás de Chelsea?"

Optimus avança para ele, mas Deacon se mantém firme. Tento chegar até eles, mas Leo me segura com as duas mãos sobre meus ombros.

"E como diabos você saberia qualquer coisa sobre a máfia italiana." Optimus rosna, apontando para Deacon acusador.

Deacon olha por cima do ombro de Op com um sorriso espertinho no rosto. "Ele realmente não percebeu isso."

Optimus agarra a frente da camisa de Deacon em seus punhos, levanta-o do chão e bate-o contra a porta da minha geladeira. "Eu estou a cinco segundos de colocar uma bala em você por mim mesmo se você não começar a falar..."

"Optimus, pare!" Eu grito, tentando ficar longe de Leo, sem sucesso.

"Cinco."

Vejo o sorriso presunçoso de Deacon quando Op o solta e enfia a mão na cintura na parte de trás de sua calça jeans para retirar sua arma. Deacon está apenas procurando uma desculpa para prender Optimus e os garotos. Eu não tinha certeza qual era sua vingança, mas ele estava prestes a conseguir o seu desejo.

"Quatro."

"Optimus, não... por favor!" Eu imploro.

"Três."

"Ele é um policial." Eu grito e Optimus congela instantaneamente, voltando sua atenção do homem na frente dele para mim. Meu corpo cai, mas o alívio é de curta duração. "Ele é um policial pelo amor de Deus."

Deacon parecia um pouco decepcionado.

"Por que diabos você está saindo com um policial, Chelsea?" Ele rosna.

"Eu não sabia até pouco antes na academia." Eu digo, meu corpo completamente esgotado e pronto a desmoronar.

Optimus se afasta de Deacon, mas mantém sua arma enfiada na mão. Ele observa-o com apenas os olhos, assim como seu corpo se move em diferentes ângulos.

"Saia." Ele rosna, apontando para Deacon usar a porta.

"Não." Deacon mantém sua posição, aparentemente perturbado pelo ar de autoridade de Optimus que enche a sala.

"Isso não tem nada a ver com você." Optimus diz a ele, não deixando suas emoções controlar a situação. Ele está de volta ao rosto sério e inflexível. "Você precisa ir embora."

"Chelsea trabalha para mim, e quer você gosta ou não, ela é minha amiga." Deacon move-se para caminhar ao redor da mesa, mas eu me jogo entre eles, empurrando contra seu peito até que ele esteja de volta na cozinha.

Ouço um ronco alto atrás de mim. "Sim, claro." Blizzard zomba. "Você teve um tesão por Chelsea desde antes dela deixar o clube. E você convenientemente tinha um trabalho disponível praticamente no dia em que ela saiu do clube."

"Eu sabia que havia algo errado acontecendo. Ela precisava estar em algum lugar que eu pudesse manter um olho nela desde que todos vocês pareciam ter deixado ela ir, sabendo que ela estava em apuros."

Optimus encara-o, mas Deacon não vacila. A sala fica em silêncio por um longo tempo até Optimus finalmente quebrar a tensão, as palavras dele são para mim, mas seus olhos ainda em Deacon.

"Chelsea. Moto. Agora."

Eu engulo com força, mas concordo. Eu sabia que precisava ir com ele. Quando eu dou um passo para frente, sinto uma mão segurar meu cotovelo. Suspiro. "Deacon, está tudo bem. Eu preciso ir com eles."

"Não, você não precisa. Há outras opções, eu posso colocá-la na proteção até descobrirmos o que está acontecendo." Seu rosto está cheio de preocupação, a preocupação por mim e por minha segurança.

Eu balanço minha cabeça. "Este não é o seu problema. É meu. Eles irão me proteger, me manter a salvo."

Ele tosse uma risada. "Sim, exatamente como eles fizeram na semana passada, quando você saiu e eles te deixaram sozinha e com um alvo em sua cabeça."

"Ela nunca esteve sozinha." Optimus rosna. "Chelsea, agora."

Eu me solto do aperto de Deacon. Vejo a dor em seu rosto, mas eu não tenho certeza se era porque estava preocupado com a minha segurança ou se era porque havia sentimentos lá que corriam mais profundo do que apenas amizade e eu tinha acabado de cortar os laços. Eu nem sequer se importei se o estava deixando dentro da minha casa vazia. Só Deus sabe onde Rose estava.

Pego minha bolsa e sapatos na porta. Leo e Ham saem na nossa frente e Optimus me guia para fora com uma mão pressionada na parte inferior das minhas costas. Qualquer outra vez o gesto teria parecido romântico ou doce, mas eu sabia que ele não era um desses. Era um impulso vigoroso de alguém que não era mais um amigo, mas possivelmente uma ameaça.

Conversar com policiais era contra o regulamento interno do clube, mesmo para as garotas do clube. E, embora eu já não fosse classificada como uma parte do clube, havia coisas que eu sabia sobre o clube que se fosse contado à polícia poderia levar a uma tempestade de proporções épicas.

Sinto a mão de Optimus deixar minhas costas. "Blizzard leve ela."

Giro, mas Blizz rapidamente me pega com um braço em volta dos meus ombros e continua a me levar em direção a sua moto. Eu pego um vislumbre de Optimus voltando para a casa.

"Não!" Eu tento sair do aperto de Blizzard, mas o outro braço vem ao meu peito e me segura firme.

"Acalme-se princesa." Ele sussurra em meu ouvido.

"Ele vai fazer algo estúpido, você tem que pará-lo." Argumento quando me puxa para trás.

Blizz estala no meu ouvido. "Pensei que o conhecia muito melhor do que isso." Eu ouço as outras motos ligarem assim que um capacete é preso em minha cabeça. "Você tem outra merda que se preocupar. Optimus é o nosso presidente por uma razão, tenha um pouco de fé nele."

Eu luto contra o impulso de correr.

Mas dessa vez, eu não estava fugindo do problema, eu queria correr em direção a ele.

"Suba." Blizzard me solicita com um tapinha na minha bunda.

Olho para a casa por um minuto. Não há mais nada que eu possa fazer agora. Eu rapidamente afivelo o capacete debaixo do meu queixo e seguro seu ombro enquanto jogo minha perna por cima da moto.

Eu esperava que Blizzard estivesse certo.


Capítulo 35

 

Eu fecho a porta atrás de mim, mas espero até ouvir todos as motos dos meus irmãos ligarem e descerem a rua antes de entrar no pequeno apartamento.

O policial está sentado na pequena mesa de Chelsea no centro da sua cozinha, batendo os dedos impaciente na superfície de madeira. "Eu achei que você não tinha terminado ainda."

"Fique longe dela e não teremos nenhum problema." Eu digo com firmeza.

O canto de sua boca vira, mesmo com a minha advertência. "Ela é única não é?"

"Ela é minha, é o que ela é."

Ele finalmente olha para mim. "Isso é engraçado porque eu não vi você atirando-se sobre ela quando uma chuva de balas estilhaçou as janelas da academia."

"Você está tentando protegê-la ou entrar em suas malditas calças?" Seus punhos apertam e eu sei que bati em um nervo. Eu sorri. "É isso aí, não é? Você está chateado que ela não escolheu você."

"Ela não é, obviamente, tão inteligente quanto eu pensei se prefere andar com alguns motoqueiros mal criados do que ter a proteção adequada." Ele fala.

"Por que você está aqui?" Pergunto, cruzando os braços sobre o peito, doente da porra dessa dança em torno da questão. "O que você quer?"

"Eu quero saber quais são seus laços com a máfia italiana." Ele se levanta de seu assento, a cadeira debaixo dele raspa pelo chão. "Eu tenho acompanhado a família DePalma por um longo tempo. Eles nunca sequer pensaram em deixar à costa leste. Agora, de repente, Anthony DePalma decidiu visitar o Alabama, aparecendo em seu clube e visitando um estabelecimento dos Brothers by Blood."

Eu fiz uma careta. "Você não é apenas um policial."

Ele ri. "Não, não, eu não sou. Estou com a DEA."

Eu tento não agir surpreso. Uma coisa era um policial em algum momento estar farejando, fazendo perguntas, mas outra coisa era ter uma agência de aplicação da lei federal, jogando seu peso em torno de onde não era desejado.

"Seus amigos sabem sobre você ter um tesão por um de seus focos?" Provoco, apreciando vê-lo se contorcer. "Os Irmãos não têm nada a ver com a sua pequena investigação, então deixe isso em paz antes de encontrar mais problemas do que possa manipular."

"Não é assim tão simples, Bryce." Eu enterro meus dentes ao uso do meu nome verdadeiro, algo que ninguém exceto o banco, o coletor de impostos, e meu pai havia me chamado em anos. "Como eu disse, estão falando por aí que Chelsea tem um alvo em sua cabeça. Então, se você não está trabalhando com eles, o que diabos você fez para irritá-los?"

Dou de ombros e seguro minhas mãos para o lado. "As pessoas simplesmente parecem não gostar de mim. Eu não sei por que. Eu posso ser um cara muito legal quando está do meu lado bom."

"Este é o único aviso que você vai ter," diz ele enquanto caminha ao redor da mesa e se dirigi para a porta da frente, "se eu encontrá-la sozinha, eu vou levá-la, e confie em mim quando digo que vou colocá-la em custódia protetora, você nunca mais vai encontrá-la." Ele torce a maçaneta da porta e abre-a.

"Policial" Ele não vira o rosto para mim, mas para. "Essa é a minha advertência. Você tenta tirá-la de mim e eu te mato."

"As ameaças não vão bem com a aplicação da lei."

"Apenas um aviso justo."

Ele não responde, mas fecha a porta atrás de si. Assim que ouço o carro afastar-se do apartamento, eu puxo meu celular do bolso e disco.

Wrench responde após o primeiro toque. "Sim!"

"Eu preciso que você venha para a casa de Chelsea e Rose o mais rápido possível. O lugar precisa de um exterminador. Livrar-se de todos os insetos que você possa encontrar." Eu digo a ele.

O bastardo tinha tido uns bons minutos para plantar alguma coisa, e eu sabia pelo fato que ele tinha estado lá antes.

Não que Chelsea estaria vindo para cá.

Eu desisti disso.

Ao ouvir que a frente do seu trabalho tinha sido destruída, e não saber se ela estava viva ou morta, foi como a verificação da realidade do século. Não importa o que eu fiz, a única maneira de ter certeza que ela estaria segura era tê-la comigo. A única coisa que eu deveria ter visto em primeiro lugar.

Não importa se ela está no clube ou na porra da China, nós ainda tínhamos uma conexão e matá-la iria me destruir.

Eu foi estúpido em pensar que os meus inimigos já não soubesse disso, e que eu os estava enganando afastando-a para longe. A única pessoa que eu estava enganando era eu mesmo.

E isso acabou agora.

Assim que Estacionei minha moto ao lado do clube e coloquei meu capacete no assento, Blizzard sai pelas portas rapidamente, parecendo que estava pronto para matar.

"Onde você vai?" Pergunto quando ele passa por mim.

"A cadela não vai me ouvir."

Eu faço uma careta. "Chelsea?"

Ele prende seu capacete em sua cabeça com raiva. "Não, a porra da sua amiga."

Eu tive que rir, amiga de Chelsea, Rose, tinha deixado Blizzard muito nervoso desde que ele a deixou em casa do clube naquela noite. "Você vai trazê-la?"

"Se eles sabem onde Chel trabalha, eles vão saber onde ela vive." Ele monta sua moto e chuta o suporte para cima. "Mulher estúpida vai conseguir ser morta se ficar lá."

Eu balanço a cabeça em concordância. "Traga-a, mas ela vai ficar com você."

Ele me olha por cima em silêncio quando liga sua moto. Eu rio quando o vejo sair pelos portões, sua extremidade traseira deslizando para fora quando ele faz a curva e quase atropelando um dos prospects no processo.

A sala principal está cheia com os meus irmãos quando volto, muitos acolhendo Chelsea de volta com os braços abertos. Eu estou de lado e observo quando meus irmãos e as garotas do clube mostram a ela o quanto ela fez falta. Eu dou-lhes um momento antes de bater meu punho bem alto na mesa mais próxima, ganhando a atenção de todos. Eu preciso que todos ouçam o que estou prestes a dizer.

"Eu quero que todos ouçam com muita atenção." eu falo para o outro lado da sala, mas meus olhos estão apenas em Chelsea enquanto falo. Eu aponto para ela e seus olhos se arregalam. "Aquela mulher ali... ela é minha. Deveria ter feito isso há muito tempo, mas eu acho que sou um idiota. Então, agora todos sabem, eu estou a reivindicando, então é melhor todos vocês tratá-la com o respeito que uma Old Lady merece. "

Eu faço a varredura pela sala, certificando-me que cada um deles entendesse o que eu estava dizendo. Não havia rostos surpresos ou chocados, apenas sorrisos - todos, exceto um.

O meu olhar finalmente volta para Chelsea, que está de pé imóvel e quieta. Eu penso por um segundo que teria que persegui-la, que ela iria fugir. Mas eu acho que a minha garota finalmente entendeu isso.

Ela começa a andar em minha direção, passos rápidos, que logo se transforma em uma corrida quando salta direto em meus braços, nossas bocas se unindo como se fossem puxadas por um imã. Minhas mãos encontram sua bunda e suas pernas enrolam-se em torno dos meus quadris.

É um momento que eu nunca quis fim, finalmente tê-la completamente. Ela se afasta, mas rapidamente enfia a cabeça em meu pescoço.

"Leve-me para seu quarto." Eu a ouço sussurrar baixinho.

Ignoro os aplausos e vaias enquanto eu a levo para fora e subo as escadas para o meu quarto – nosso quarto. Eu nem estava na porta quando ela estende a mão para a bainha de sua camisa e puxa-a sobre sua cabeça. Rosno, pressionando meus quadris contra ela quando entro e fecho a porta com o pé. Eu a jogo na cama e ela cai com um salto. Rapidamente se inclina para frente e pega meu cinto, mas eu agarro em sua mão. Ela olha para mim com curiosidade.

"Espere." Eu digo suavemente.

"Eu não quero esperar, eu quero você." Ela diz, impaciente, sua outra mão estendendo para mim. Pego essa também e puxo-a da cama então ela está em pé na minha frente.

Eu aperto suas mãos na minha e seguro elas presas. "Eu disse espere."

Ela olha para mim, com a cabeça inclinada para o lado em curiosidade. Limpo a garganta. Eu não tinha certeza do que eu queria dizer, então eu paro de pensar e deixo apenas as palavras saírem. "Eu sinto muito. Fui estúpido em pensar que poderia afastá-la e isso iria resolver todos os nossos problemas. Aquele policial estava certo, se ele não tivesse lá cuidando você, eu poderia tê-la perdido. Tudo porque eu fui muito teimoso para ver meus erros." Eu balanço a cabeça, tentando limpar todo o ruído. "Eu mandei Sugar e Harlyn para longe e elas ficaram a salvo. Pensei que, ao fazer a mesma coisa... não importa. Isso foi um erro. Um que eu estou tentando corrigir agora."

Seus olhos começam a brilhar e eu solto um gemido. "Eu estou tentando fazer o certo e você está chorando."

Um riso suave escapa de seus lábios. "Você fez isso muito melhor do que certo, Op. Não me interprete mal, eu provavelmente irei trazer isso em um futuro próximo, apenas para mantê-lo humilde - é o que as mulheres fazem. Mas agora estou aqui, com você. Isso é tudo que importa."

Eu solto suas mãos e empurro meus dedos pelos seus cabelos. "Porra! O que diabos eu estava pensando antes?"

"Há uma coisa que você pode fazer por mim." Ela diz com delicadeza, olhando para mim através daqueles belos cílios longos.

"Diga, é seu." Eu estou determinado a fazer essa mulher feliz, não importa a que custo.

"Foda-me." Eu assisto seus lábios moverem-se e formar as palavras foda-se se não fosse a coisa mais sexy que eu já vi.

"Fodo sim, Baby."


Capítulo 36

 

"Para onde estamos indo?" Eu resmungo enquanto Optimus me puxa pelo corredor.

"Igreja."

Eu suspiro. "Então, por que eu não posso apenas deitar na cama e esperar por você?"

"Porque hoje, você está junto comigo."

Paro de repente, fazendo-o parar. "Você é o que agora? Isso é mesmo permitido?"

"Notícias novas, Blackbird. Eu sou a porra do presidente. E eu digo por hoje, é permitido." Ele revira os olhos enquanto continuo a olhar para ele. As mulheres não eram permitidas na igreja nunca. "Vamos foder mais tarde."

Eu o deixo continuar me arrastando pelo corredor, através da sala principal e no interior das portas duplas que continham a sala onde se realizava as reuniões deles. Todos os irmãos inseridos estavam lá. Todos olharam para mim, mas nenhum deles parecia surpreso. Eu assumi que Optimus já tinha avisado a eles. Optimus senta-se à cabeceira da mesa, na cadeira de um grande rei, me puxando para o seu colo e me ajustando até que eu estivesse confortável antes de bater o martelo sobre a grande mesa de madeira.

Sua voz ressoa na pequena sala. "Obviamente, as coisas ficaram ruins e precisamos começar a nos aproximar porque estamos perdendo algo enorme aqui." Eu sempre fui fascinada pela maneira que Optimus manteve-se a frente de seus irmãos. A forma como eles olhavam para ele como um rei. Ele era o líder e cada um destes homens respeitava isso. "Blizzard, você quer começar?"

Blizzard assente. "Assim, o nosso cara da academia é uma parte do DEA. Diz que está seguindo DePalma e que isso o trouxe para nós."

A sala resmunga, a aversão óbvia por um policial aparente.

"Portanto, agora temos não apenas a Máfia atrás de nós, mas os policiais também?" Slider geme.

"Há mais do que isso," Sinto-me dizer antes de cobrir minha boca. Eu não sabia qual era o protocolo para eu poder falar. Dou a Op um olhar de desculpas, mas ele apenas olha para mim com curiosidade.

"O que você quer dizer?"

"Ele disse que conhecia meus pais." Eu digo calmamente, ignorando os murmúrios da sala e mantendo meus olhos conectados com o meu homem.

"Como?" Blizzard pergunta do lado esquerdo de Op. Ele se inclina para frente, ansioso para ouvir a minha explicação.

Eu digo a eles o que ele tinha dito, sobre meu pai ser um membro do DEA, sobre o clube ser responsável pela morte dos meus pais.

"Não é possível." Wrench diz imediatamente quando eu termino. Os outros membros todos assentem. Eu conheço aqueles homens. Eu não tinha dúvida de que eles não eram diretamente responsáveis. Mas o pensamento me ocorreu que ele não quis dizer este clube, em particular, mas sim outra fraternidade.

"Como exatamente ele acha que sabe disso? Se eles tivessem qualquer tipo de prova, alguém teria sido preso por isso há muito tempo." Blizzard declara, abrindo a pasta que ele tinha na sua frente e folheia as páginas.

Dou de ombros. "Ele disse que as evidências não mentem."

A sala ri.

"Eu amo como eles dizem isso, como se não tivessem evidencias falsas a fim de conseguir prender um grande criminoso." Diz Leo, sacudindo a cabeça com um sorriso.

"Sempre achei isso estranho." Blizzard murmura enquanto puxa uma única página e coloca-a sobre a mesa. "Os nomes dos seus pais nunca foram listados em seus registros adotivos. Tudo o que isso dizia era que sua mãe e pai foram mortos. Chelsea Weston, cinco anos de idade, sem endereço conhecido, nenhuma outra família. Nada veio quando tentamos procurar por seus pais. É como se eles não existissem."

"Meus pais não eram casados."

Blizzard fez uma careta. "Eles não eram casados?"

Eu balanço minha cabeça. "Eu tenho o nome da minha mãe. Não do meu pai. Lembro-me de perguntar por que, eles disseram que isso soava mais bonito. Eu estava feliz, isso foi bom o suficiente para mim."

"Foda-me, é verdade." Op murmura.

Wrench começa a digitar em seu computador. "Você se lembra do nome de seu pai?" Ele pergunta enquanto continua a escrever.

"David. Eu não sei o sobrenome dele. Ou eu não me lembro deles me dizendo." Eu suspiro e Optimus me aperta um pouco mais firme. Tinha sido um longo tempo desde que eu tive que ter uma conversa tão profunda sobre os meus pais. Meu peito estar começando a doer.

"David Blackwell, DEA falecido 1998." Minha mão vai direto para a minha boca enquanto ouço Wrench ler em voz alta seus resultados de busca. "Nada dizendo que ele tinha uma filha."

"Isso não iria aparecer." Blizzard diz olhando para mim. "Eles esconderam ela, então quem matasse os pais não seriam capazes de encontrá-la."

Eu olho para ele em choque, minha mente lutando para encontrar uma maneira de contornar o que eu estava ouvindo. "Você quer dizer que havia possivelmente pessoas lá fora, pessoas que poderiam ter me levado e cuidado de mim? Mas o governo decidiu me colocar no sistema para que eles pudessem me esconder?"

"Foi uma escolha inteligente realmente." Diz Leo, olhando para mim com olhos tristes. "As crianças se perdem no sistema. Mudando de lar adotivo para lar adotivo. Se eles irão desaparecer? Ninguém se importa."

"O que aconteceu com coisas como proteção a testemunhas?" Eu estou com raiva, eu queria gritar. E se há pessoas lá fora? Família, amigos, pessoas que poderiam ter me criado. Mas ao em vez disso, eles me jogaram no sistema, esperando o melhor, mas esperando o pior, o pior é que eu iria simplesmente desaparecer.

"O que eu quero saber é porque eles acham que foi o MC? O que eles têm que constitui uma prova, mas isso não é suficiente para atingir o clube?" Wrench pergunta curiosamente enquanto ele parece se perder na tela de seu computador, seus dedos voam sobre o teclado.

Eu me enrolo mais perto de Optimus e ele coloca o rosto no meu ombro. "Sinto muito, Blackbird."

"Acha que eles estão nos enquadrando?" Slide pergunta curioso.

"Há possibilidade." Blizzard concorda. "Mas quem? A DEA ou quem os matou?"

Optimus limpa a garganta. "Leo, ligue para Kit e veja se você pode falar com Oz. Vê se ele sabe alguma coisa sobre uma batida em um agente da DEA, e se alguém foi preso naquele ano? Qualquer coisa que possa ser útil. Se alguém souber... sei que vai ser ele. O velho bastardo é como a porra de um elefante, ele nunca se esquece."

Leo balança a cabeça, puxando o seu telefone enquanto sai da sala.

"Vamos fazer uma pausa, tentar recolher mais algumas informações antes de se sentar novamente e discutir." Optimus bate o martelo sobre a mesa e me bate na bunda duas vezes, me dizendo que ele queria que eu ficasse de pé.

Os garotos se dispersaram, mas Blizzard nos segue quando Op pega minha mão e me leva para a sala de jantar. Nós enchemos nossos pratos com o café da manhã e sentamos em uma mesa.

"Qual é a sua visão, cara? Para mim, essa é uma grande situação fodida." Optimus pergunta para Blizz quando ele se senta ao nosso lado.

Tento me concentrar na minha comida e colocar algo no meu estômago. Mas com toda essa informação rodando em torno na minha cabeça eu estava achando difícil comer alguma coisa.

Blizzard ataca sua comida. "Tem que ser a DEA, eu não sei de que outra forma explicar isso. De que outra forma alguém seria capaz de editar documentos do tribunal e os detalhes da prisão, em seguida, limpa-los assim? Não faz sentido."

"O policial disse que estava aqui seguindo DePalma. Mas ele já sabia disso e onde Chelsea estava ou foi apenas uma coincidência?"

"Minha cabeça dói." Eu murmuro com a boca cheia de comida que estava lutando para engolir.

Os olhos de Op suavizam quando olha para mim. "Sinto muito, baby. Mas precisamos resolver isso e rápido."

Eu suspiro, inclinando a cabeça em seu ombro. "Eu sei. É apenas uma responsabilidade muito grande. Eu estive desconectada dos meus pais desde que eu tinha cinco anos. Ninguém os conhecia. Ninguém falou sobre eles. E agora, de repente as pessoas estão aqui, me dizendo coisas que eu nem sabia sobre eles." Eu estremeço. "É estranho."

"Podemos falar sobre isso mais tarde, quando os garotos tiverem conseguido algo e teremos uma imagem melhor." Ele coloca seu braço em minha volta e me puxa para seu lado. Eu me sinto segura lá. Ele olha sobre minha cabeça para Blizzard. "Você não saiu ontem à noite para pegar Rose? Onde ela está?"

Blizzard sacode a cabeça e enfia alguns ovos em sua boca antes de falar. "Tentei encontrá-la, mas acho que está se escondendo de mim. Liguei para ela, e ela disse que estava bem, que estava hospedada com a família. Isso é tudo o que tive, e ela desligou."

Eu imediatamente endureço. Eu não gosto da ideia dela estar perto do seu pai. Embora, eu ainda tenha que conhecer o homem, ele parece um idiota completo.

Op me aperta. "O que está errado? Você acha que ela está em apuros?"

Blizzard fica instantaneamente em alerta, sua comida esquecida.

"Eu só não gosto do seu pai."

"Por quê?" Os dois me perguntam curiosamente.

Eu me mexo desconfortavelmente. Prometi a Rose que não iria contar a ninguém o que estava acontecendo com sua família e seu pai. Mas nós poderíamos protegê-la, o clube poderia cuidar e ajudá-la.

"Seu pai é um pouco... severo." Digo, tentando encontrar as palavras certas então isso não iria enviar Blizzard ao fundo do poço.

"Chelsea." Ele rosna, suas sobrancelhas vincando. "O que isso significa?"

Eu mordo meu lábio. "Ele quer que ela seja a melhor. Talvez espere um pouco demais dela e pega um pouco pesado."

Eu me encolho, enterrando-me mais profundo nos braços de Op quando o comportamento normalmente tranquilo de Blizzard tornou-se raiva. "Ele está batendo nela?"

"Às vezes eu penso que sim. Outras vezes ele fica mais criativo." Eu enrugo meu nariz enquanto lembro de ter visto a mão dela toda empolada e queimada.

"O hospital?"

Eu balanço a cabeça. "Ele forçou sua mão sobre a chama do fogão."

"Filho da puta!" Ele bate as mãos sobre a mesa, fazendo todos os nossos pratos saltarem e talheres dispersarem. "Por que você não me disse alguma coisa?"

"Calma, irmão." Optimus rosna.

"Porque eu prometi que não contaria. Eu lhe disse que iria ajudá-la quando chegasse a hora, mas ela tem que fazer essa escolha por si mesma." Digo a ele com tristeza. Eu me sinto horrível. Mas sei que se eu tivesse tentado tirá-la ou deixar o clube envolvido, ela teria apenas se afastado e começado a esconder as coisas de mim e eu nunca seria capaz de ajudá-la.

Blizzard se afasta da mesa. "Eu tenho que encontrá-la."

"Blizzard, por favor. Basta deixá-la! Vou ligar mais tarde e ver como ela está." Eu imploro para ele, esperando que ele não vá interferir. Não sabendo o que seu pai faria a ela se ele fizesse. Seus punhos apertam antes de soltar um grunhido forte e sair.

Op me deu um aperto. "Então, acho que ele gosta dela, não é?"

Eu tenho que sorrir. Blizzard é um bom rapaz, um pouco mulherengo, mas um bom rapaz. Talvez este fosse o seu momento de mudança. "Eu acho que ele gosta."


Capítulo 37

 

"Eu estou indo ajudar com a louça." Eu digo para Op, tentando me desembaraçar de seus braços, mas ele continua a me segurar com força.

"O termo 'Old Lady' significa algo para você?"

Eu sorrio. "Eu não tenho certeza, você pode usá-lo em uma frase, por favor?"

"Você não tem que lavar porque você é uma Old Lady." Diz ele sarcasticamente.

"Você sabe, alguns podem achar essa frase ofensiva." Eu sinto uma beliscada na minha bunda e pulo. "Ai!"

Eu olho para ele, mas ele apenas sorri. "Isso é o que você ganha por ser uma espertinha."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "O que acha sobre essa frase. Agora eu sou sua Old Lady e eu não tenho medo de lhe bater na frente de seus irmãos."

Eu ouço uma meio-risada em choque vindo de Slider, que está sentado na mesa ao lado. Ele bate o punho em seu peito para limpá-la antes de sorrir para nós. "Bro, é por isso que eu não tenho uma delas."

"É só esperar." Op resmunga baixinho. "Tudo bem, vá ajudar."

Eu me inclino e beijo sua bochecha. "Eu vou encontrá-lo quando terminar e podemos voltar para a cama."

Seu rosto azedo se transforma em um sorriso e ele me bate na bunda enquanto me afasto. Eu não poderia deixar de sorrir enquanto ando para a cozinha.

Eu era uma Old Lady.

Não era só isso, porém, eu era a Old Lady de Optimus. Eu era sua mulher. No entanto, eu não tinha vindo aqui em busca de pertencer a alguém, a sensação de que eu tinha naquele momento era esmagadora. Meu coração está se juntando de volta. Eu finalmente tenho o homem que eu amo, finalmente encontrei o lugar que eu pertencia.

E depois de todo o sofrimento e dor que eu tinha passado em minha vida, eu poderia finalmente dizer que valeu a pena. Valeu a pena lutar por outro dia, semanas, meses, anos. Valeu a pena tudo isso.

Eu cantarolo para mim mesma enquanto empilho os pratos e começo a esfrega-los na água quente. Eu não me importo de ajudar. Eu tinha feito isso por tanto tempo agora, que eu senti que era apenas uma parte da minha rotina. Só porque Op tinha me tomado e me reivindicado como dele, não me faz sentir como se eu fosse melhor do que as outras garotas que ficaram aqui.

Eu não sinto que tenha subido de nível e ser digna de mais do que elas eram. Eu sabia o que parecia ao ser desprezada por causa do que eu fiz para o clube, e eu me recusei a ganhar essa mentalidade. Todos nós tomamos medidas na vida para melhorar a nós mesmas, para algumas garotas assim era e assim estava bem.

Eu estava no meio da enorme pilha de pratos quando sinto meu celular vibrar no bolso, o som de uma banda de rock popular Ashes and Embers ecoando na sala. Harmony tinha me apresentado à música da banda quando sua mãe era agente deles. Eu me apaixonei por eles. Esperançosamente, um dia eu seria capaz de encontrá-los também. Limpo as mãos em um pano de prato e tiro o telefone do meu jeans apertado, esperando que pudesse tirá-lo antes que parasse.

Eu vejo o nome de Rose na tela e freneticamente aperto o botão de resposta. "Oh meu Deus, Rose. Eu estava preocupada com você! Onde você está?"

"Ei, Chel. Eu sinto muito. Eu só... Eu tinha que ir ver minha família." Sua voz era suave e desconexa.

"Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, hum... eu estou na verdade do lado de fora do clube. Eu preciso falar com você, você pode sair?"

"Eu vou ligar para os guardas, eles podem deixá-la entrar," eu digo a ela, tentando me lembrar de quem estava de plantão hoje.

"Não. Eu... eu não posso vê-lo. Eu preciso ver você. Por favor, Chelsea." Ela implora. Eu posso ouvir a tensão e as lágrimas.

Eu jogo o pano de prato sobre o balcão e vou para a porta. "Está bem, está bem. Eu estarei ai em um minuto."

Eu ouço um suspiro de alivio. "Ok, eu estou sentada sob as árvores, perto da estrada."

"Ok, eu vou estar ai em breve."

Olho ao redor da sala principal enquanto passo, Ham está no bar, mas não há outros irmãos ao redor. "Ei Ham, eu estou saindo do lado de fora do portão."

Ele levanta uma sobrancelha, parecia quase cômico. "Por quê?"

"Rose está lá, eu vou tentar convencê-la a entrar, mas ela não quer ver Blizzard." Reviro os olhos. Aqueles dois precisam arrumar essa merda, é óbvio que algo está acontecido entre eles, mas ela não quer me dizer o que é sempre que eu peço.

Ham ri. "Nossa, sempre muito drama com vocês, mulheres."

Eu aponto para ele e sorrio. "Vou me lembrar disso."

Ele apenas pisca e volta aos seus deveres, preenchendo os frigoríficos com álcool. Desde que Ham tinha me tirado fora da loucura naquela manhã no apartamento, ficamos mais próximos. Ham é descontraído e divertido, mas eu só tenho essa sensação de que ele sabe o que é sentir-se como se estivesse quebrado e perdido tudo.

Talvez um dia eu vá descobrir o por quê.

Eu passeio pelas motos que estão alinhadas lá fora. Não tenho certeza de onde Optimus tinha ido, provavelmente se sentar com seus irmãos enquanto descobrem toda essa merda. Optimus não era o tipo de líder para delegar e esperar não ser envolvido. Ele não fazia seus homens fazerem todo o trabalho sujo, ele estava sempre ali com eles fazendo o que podia para ajudar. Eu acho que é apenas mais uma razão pela qual eles o respeitam muito.

Eu sorrio enquanto caminho até o portão e encontro Neil e Kev. Gostaria de saber quem estava de plantão com Harlyn. Neil costumava tomar conta de Harlyn como se ele fosse sua sombra. Mas então, eu não tinha voltado por uma semana então as coisas poderiam ter mudado.

Kev me dá um sorriso amável. "O que há Chel?"

"Eu só preciso sair e falar com minha amiga Rose." Seu rosto muda rapidamente, então eu tento explicar antes dele me fazer calar. "Olha, ela precisa vir para que possamos cuidar dela, mas ela está um pouco distante por causa de Blizzard. Eu só preciso de alguns minutos para convencê-la a entrar."

"Onde ela está?" Pergunta Kev, ainda um pouco suspeito. Ele torce a alça do rifle automático que tem pendurado ao seu lado.

Nós dois saímos pela pequena fenda entre os portões e aponto na mesma rua onde eu podia ver a figura pequena de Rose sentada sob uma árvore abraçando os joelhos. Ela está perto o suficiente se os meninos precisassem correr, eles poderiam chegar até nós em menos de cinco segundos. Kev parece preocupado. Ele ergue o rifle e olha para a área.

"Você vai assustá-la, apontando essa coisa para ela."

Ele zomba. "Ela não está nem mesmo olhando nessa direção." Ele examina por um momento. "Ok, eu deveria ter uma visão clara, se algo acontecer, mas eu vou ficar aqui e observar."

"Obrigado, Kev!" Eu grito, correndo pela calçada para onde minha amigo está. Começo a falar quando chego mais perto, "Ei Rose, entra. Os garotos estão um pouco nervosos sobre nós estarmos - oh meu Deus!"

Atiro-me de joelhos na grama quando ela vira a cabeça para me encarar. Um de seus olhos está inchado e completamente fechado, e está virando um tom desagradável de roxo. Suas bochechas também estão inchadas e o centro de seu lábio cortados tão ruim que eu penso que poderia precisar de pontos. Há sangue em seus cabelos no lado do seu pescoço e rosto.

Sinto as lágrimas acumularem em meus olhos. "Oh, Rose. Querida, vamos lá. Vamos levá-la para dentro."

Eu estendo minha mão para ela quando eu me ajoelho no chão, rezando que ela vá aceitar. Foda Blizzard e o que ela sentia sobre o clube. Ela precisa de ajuda.

Ela balança a cabeça e mantém seus joelhos puxado com força. Um braço está aninhado ao peito – o que ela tinha queimado - mas dessa vez eu sabia que não era uma queimadura. Você poderia dizer claramente que ele foi quebrado pois um nódulo se projetava abaixo de seu pulso.

"Quem fez isso com você?" Eu sussurro, lágrimas entupindo minha garganta.

Um pequeno barulho vem da sua boca como se ele fosse concebido para ser uma risada. "Eu merecia. Eu não fiz bem o suficiente." Ela resmunga, soando como um fumante de dois maços por dia.

"Rose, você não merece isso. Eu não me importo se ele é seu pai. Ele devia se preocupar com você, ele devia amar você, não importa o quê." Eu tento aproximar-me, sentindo a necessidade de envolver meus braços em torno dela e levar toda a sua dor.

Esse foi o ponto em que meu mundo parou.

Tudo o que eu podia ouvir na minha cabeça era a palavra, não. Não, não, não, não, não.

A arma brilha na pequena quantidade de luz solar que passa através da sombra da árvore quando ela levanta-a do lado dela. Estava escondida ao seu corpo. Seu dedo está pressionado no gatilho e o cano está apontando diretamente para mim. Fico olhando para aquele buraco escuro, hipnotizada.

Era isso?

Eu pondero o que sentirei quando a bala me atingir.

Será que dói?

Mil pensamentos correm em minha cabeça até que seus soluços finalmente me puxam desse transe. Lágrimas escorrem do seu olho bom e ela tenta piscar como um lado estava ocupado visando a arma em minha cabeça e o outro eu assumi estava doloroso demais para se mover.

"Rose" Eu murmuro, não querendo assustá-la. "Rose, o que você está fazendo?" Meu coração está disparado, mas eu luto para manter a calma.

"Eu sinto muito." Ela chora baixinho. "Ele está me obrigando, eu não tenho uma escolha."

Eu queria olhar por cima do ombro e de alguma forma sinalizar para Kev. Eu duvido que ele possa ver o que está acontecendo quando meu corpo está bem na sua linha de visão, bloqueando Rose de seu ponto de vista.

"Quem? Seu pai?" Ela balança a cabeça lentamente. "Por quê?"

"Para me fazer provar a ele que eu sou digna de nossa família. Você tem que ser digno de usar o nome, DePalma."

Meu coração para.

Não. Não Rose.

Ela não era um deles. Ela não podia ser.

Rose era minha amiga. Ela me ajudou. Ela tinha me apoiado.

Ela funga. "Se eu não fizer isso, eles vão me jogar para fora e eu não tenho outro lugar para ir. Eu não tenho mais ninguém."

"Você tem a mim." Eu digo a ela, segurando a minha mão no meu peito e lutando para manter a náusea sobre controle. "Você tem a mim. Você tem o clube. Nós podemos protegê-la, nós podemos dar-lhe uma família. Por favor, Rose. Não faça isso."

Um olhar furioso veio em seu rosto. "Não." Ela retruca. "O clube é mau! O clube matou o meu avô. Eles mataram a minha família."

"Eles o quê?" Eu pergunto confusa, pronta para defendê-los, mas de repente ouço o guincho de pneus de carro.

"Chelsea!" Kev chama, ouço botas pesadas contra o pavimento.

"Pare! Ou eu vou atirar nela!" Rose grita enquanto se levanta, apontando a arma diretamente para mim, mas olhando por cima da minha cabeça. Um carro escuro para no meio-fio e a porta traseira se abre. "Ande Chelsea!"

Eu lentamente me levanto, verificando por cima do meu ombro para ver Kev de pé a poucos metros de distância, o rifle levantado e pronto para atirar. Eu não tinha dúvida de que Neil já estava correndo de volta para o clube para obter ajuda. Eu podia ver dois homens no banco da frente do carro, armas levantadas e apontando para Kev através do para-brisas.

Eu tinha que ir, ou isso iria se transformar em um banho de sangue.

Rose me segue com sua arma enquanto eu escorrego no banco de trás do carro. Atira-se atrás de mim e eu sou empurrada para trás no banco quando saímos do meio-fio.

O clube ficou para trás e eu estremeço.

Eu finalmente encontrei o meu lugar e isso está prestes a ser arrancado de mim outra vez.


Capítulo 38

 

"Eu acho que o quebra-cabeça está lentamente começando a fazer sentido." Blizzard observa, reclinado na cadeira do meu escritório.

"Sim, está tudo fazendo sentido, mas não está fazendo uma imagem muito foda." Leo resmunga enquanto anda pela sala. Blizzard, Leo, Wrench e eu nos reunimos para tentar chegar a um plano, ou pelo menos tentar entender o que diabos está acontecendo.

"Vamos acabar com isso tudo." Eu digo a meus garotos, inclinando-me com as palmas das mãos sobre a mesa na minha frente. Eu não posso sentar-me, meu corpo está muito ansioso. Leo tinha falado com o pai de Kit, Oz e ele foi capaz de clarear algumas coisas, incluindo o significado das datas e locais que tinham sido alterados sobre os registros de Leo e Wrench. Oz tinha estado em torno de quase todos os contatos do nosso presidente nacional - um bunda dura chamado Huntsman - e tinha ganho respeito. Se alguém grande no mundo do crime foi assassinado, eles sabiam sobre isso. Eles tinham isso porque, com mais um nome fora do jogo, isso significava que não havia dinheiro a ser feito.

"Romano DePalma foi preso em 1997. Não é sempre que um chefe da máfia é pego com a mão em evidência, mas, aparentemente, não havia suspeitas de um dedo duro dentro da família." Leo explica, recordando o que tinha ouvido falar de Oz. "Eles se arrumaram por um tempo, Marco, o irmão mais velho não tinha ideia do que estava fazendo. Durante a confusão, os Brothers by Blood acabaram pegando alguns de seus compradores – de armas e drogas eu acho."

"Então, como Anthony se tornou responsável?" Wrench pergunta, finalmente tendo um intervalo da digitalização de seu computador.

"Quando Romano viu que seu filho mais velho não poderia controlar suas coisas, ele tomou as rédeas e administrou as empresas familiares de dentro de sua cela na prisão. Não é uma tarefa fácil, mas não é a primeira vez que tem sido feito." Leo para de andar e se encosta na porta do meu escritório, esfregando a mão pelos cabelos curtos agora, um olhar que eu ainda estava para me acostumar. "2005 é onde isso começa a ficar fodido."

Blizzard assente. "Então Romano finalmente decidiu entregar o negócio da família, mas surpresa, surpresa, ele dá a seu segundo mais velho Anthony em vez de Marco."

"Ai," Wrench faz careta. "Aposto que feriu o ego."

"Não brinca. Você está pronto para administrar uma das mais poderosas redes criminosas nos EUA e papai diz que não?" Eu balanço minha cabeça. "Marco teria ficado chateado."

"Certo. Assim, um par de meses mais tarde - bam, Romano é morto em um pequeno tumulto dentro da prisão." Blizzard balança a cabeça. "Apenas na época que nossos garotos aqui estavam aparentemente lá dentro."

Eu fiz uma careta. "Então o que diabos isso significa? Alguém está tentando nos enquadrar, dizendo que foi o clube que o matou?"

Leo bufa. "Parece dessa maneira. E eles passaram por algum problema para fornecer esse tipo de prova."

"Essa não pode ser a DEA." Digo, pegando os papéis falsificados e olhando neles. "Seria muito fácil para nós provar que você não estava na prisão naquele momento. O governo pode ser estúpido, mas não é tão estúpido."

"Então, qual foi o motivo de Target?" Pergunta Wrench, fechando seu laptop.

"Alguém na família queria Romano morto e acho que eles nos usaram como bode expiatório." Eu bato os papéis em cima da mesa. Essa merda está ficando suja. Eles não só estavam atrás da minha mulher, mas agora descobrimos que eles estavam tentando colocar alguma merda em nós que nem mesmo tínhamos feito.

Blizz bate os dedos na minha mesa. "O que foi que Harmony disse naquele dia? Target era o cavalo de Tróia. Ele foi enviado para nos destruir de dentro para fora."

"Essa merda aconteceu dez malditos anos atrás. Target mal estava perto da metade disso. Por que esperaram?" Leo pensa, mas eu sabia a resposta. Tudo estava fazendo sentido agora, as peças finalmente clara e encaixando-se no lugar.

"Ele era muito jovem. Marco não tinha filhos e Target era o filho mais velho de Anthony. Ele veio a nós quando completou dezoito anos. Eles só esperaram seu tempo até que ele tivesse idade suficiente para ser prospect." Rosno. "Essa merda é fodido em tantos níveis."

"Mas espere, tem mais," Blizzard diz brincando, mas seu rosto conta uma história totalmente diferente quando seus olhos se conectam com o meu. "Eu encontrei um artigo de jornal on-line sobre a prisão de Romano em 1997. Por que você não lê e compartilha com a classe quem estava no comando da operação que o prendeu?" Ele me entrega e eu tenho que forçar meus olhos para baixo para lê-lo.

Eu sabia que isso não ia ser bom, eu poderia dizer só de olhar em seu rosto. Olho para o artigo. "Foda-me." Eu olho para Blizzard. "Essa é uma porra de brincadeira né?"

Ele cai para trás na cadeira. "Desejava que fosse."

"Quem é?" Leo pergunta curiosamente, afastando-se da porta e ficando ereto.

"David Blackwell, DEA." Eu solto um gemido.

"O pai de Chelsea?" Diz Wrench em reverência completa. "Bem, isso só passa de um pouco fodido para ser fodido diretamente na bunda."

"Optimus!"

Eu pulo quando ouço alguém gritar meu nome. Olhamos um para o outro por um minuto antes que Leo abra a porta e saia correndo, nós três seguindo ele.

"Optimus!" Eu sigo para a sala principal, assim quando Neil grita meu nome novamente enquanto corre para fora do corredor das garotas do clube, obviamente, à minha procura. Ele está respirando com dificuldade, mas consegui empurrar para fora as palavras que eu desesperadamente não queria ouvir. "Chelsea... Rose tinha uma arma... forçou-a em um carro." Eu aponto o dedo na direção dos portões da frente e nem sequer me preocupo em ficar por aqui e fazer mais perguntas.

Eu ouço um motor acelerando quando um Mercedes preto passa a toda velocidade pela rua normalmente tranquila. Até agora mais de meus irmãos se reuniram, incluindo um par de Old Ladies e Sugar segurando Harley de olhos arregalados.

"Blizzard, Camo, Wrench, pegue suas motos, tente alcançá-los" Eu grito enquanto corro em direção aos portões da frente. Kev os abre, segurando o rifle na mão.

"O que aconteceu?" Eu rugo.

Um coro de motos ligam atrás de mim e Kev espera até que eles passem pelos portões, pneus cantando, antes de falar. "Foda, cara. Ela estava lá." Ele aponta para uma árvore que sombreia o pavimento a cinquenta pés de distância. "Rose estava sentada debaixo da árvore, Chelsea se agachou na frente dela. Eu não podia ver a arma, até que fosse tarde demais e havia um carro vindo. Porra. Eu deveria ter apenas atirado naquela cadela traidora." O fato de que eles tinham a deixado sair do portão não era a minha maior preocupação no momento. E eu sabia até que eu encontrasse Chelsea, Kev iria se bater o suficiente por nós dois. Ele iria conseguir por ser tão estúpido, mas agora, tudo o que eu queria era encontrar a minha mulher.

Eu volto para o clube apressadamente, os meus irmãos – minha família - apenas olhando no temor do que acabou de acontecer.

"Papai!" Eu observo Harlyn contorcer-se dos braços de sua mãe e correr com força total para mim, lançando seu pequeno corpo em meus braços. Eu a pego, segurando-a firmemente ao meu alcance e enterrando meu rosto em seus cabelos. Minha raiva lentamente se dissipa e de repente eu estou tomado pela emoção. Eu senti a pequena mão de Harlyn acariciar minhas costas como se ela soubesse exatamente como eu estava me sentindo e o que eu precisava.

"Está tudo bem, papai." ela sussurra baixinho. "Está tudo bem."

Eu quase quebro. Eu queria gritar, quebrar alguma coisa ou alguém. Mas não o fiz. A menina em meus braços me deu força.

"Sim, garota." Eu digo fechando os olhos e respirando fundo. "Tudo vai ficar bem."

Ela olha direto em meus olhos e ergue a mão, o dedo mindinho apontado. "Promessa de mindinho?"

Forço um sorriso, pela inocência dessa garota. "Eu prometo de mindinho." Minha voz se quebra. Sinto uma mão suave no meu braço e depois de um momento eu finalmente retiro meu rosto do conforto do abraço de Harlyn. Sugar olha para mim, um sorriso triste atravessa seu rosto.

"Vamos Harlyn." Ela diz suavemente, erguendo seus braços para fora. "Papai precisa trabalhar agora."

Harlyn concorda e eu passo-a para Sugar, que levanta a nossa garota em seu quadril. Elas vão para dentro seguidas por um punhado de Old Ladies e garotas do clube que tinham saído durante o tumulto. Olho para os meus irmãos, seus rostos todos me dizendo a mesma coisa.

Eles estavam prontos para se levantar e lutar.

Eles não estavam indo deitar e deixar essa merda acontecer.

Chelsea era uma de nós.

Ela era família, e ninguém se mete com a família e vai embora.

De maneira nenhuma.

Meus homens queriam sangue, e isso é exatamente o que eles iriam conseguir.


Capítulo 39

 

Não demorou muito antes de ouvirmos o ronco das motos descerem a estrada e entrar no clube. Eu sabia que era um longo trecho, enviando meus homens atrás do carro em alta velocidade, mas se eu não tentasse, eu não saberia. Eles pararam na nossa frente e Blizzard foi o primeiro a desligar o motor e descer. Eu poderia dizer que meu irmão estava lutando para entender isso. Rose tinha acabado de mostrar-nos suas verdadeiras cores e a realidade disso o atingiu com força.

Blizzard lutou com confiança. Ele tinha suas razões e eu não tinha dúvida de que isso tinha apenas reafirmado-as para ele. Ele tinha se importado por essa garota e ela tinha acabado de se virar e dar a ele e todos nós um grande foda-se.

"Eles tiveram muito vantagem no começo." Ele rosna.

Eu balanço a cabeça. "Igreja. Agora!" Eu jogo as portas abertas e todos meus irmãos me seguem para dentro. Aqueles que não estavam lá já tinham sido chamados e estaria a caminho. Eu bato meu martelo sobre a mesa quando meus homens tomam seus assentos. Sinto-me como um sargento do exército pronto para levar os meus homens para a batalha. Eu iria lutar para conseguir Chelsea de volta e esses homens, meus irmãos, meus soldados estavam prontos para me seguir. Não houve olhares apreensivos, ninguém estava correndo com medo ou se levantaram para me questionar. Éramos uma família. Essa era a linha de fundo e família ficava junta, não importa o que.

"Eu estava fodido quando pensei que poderia proteger Chelsea, afastando-a," eu digo a eles, meus olhos focalizando a sala. "Chelsea pode ter vindo a nós como uma garota do clube. Mas para mim ela sempre foi material para Old Lady, eu fui muito porra teimoso para admitir isso."

Meus irmãos ficam em silêncio enquanto me mostrava a eles. Estes homens me viam por quem eu era. Quando meu pai foi morto eles votaram para eu estar em seu lugar, a crença deles em mim completamente surpreendente. Eles acreditavam em mim e eu não estava prestes a desapontá-los.

"Ela é tudo para mim, rapazes." Digo a eles, em pé e colocando ambas as palmas das mãos sobre a mesa. Minha cabeça pendurada. "Eu passei esse tempo todo afastando ela para tentar mantê-la fora de perigo quando eu poderia ter passado esse tempo com ela."

"Ela está voltando, Op." Diz Leo, de pé e batendo as mãos para baixo sobre a superfície de madeira. "Nós vamos trazê-la de volta."

Eu ouço um coro de acordo em torno da sala quando cada um dos meus irmãos fica de pé.

Isso era família.

O meu clube estava me apoiando em todos os momentos. Eles iriam dirigir para o inferno comigo e eu faria o mesmo por eles. A irmandade que tínhamos era algo difícil de explicar para os forasteiros. Alguns nos viam como gangues ou delinquentes em uma viagem de poder. Mas nós éramos mais do que isso. Éramos uma família - uma família mais forte do que parentes de sangue.

Foi a nossa lealdade um para com o outro que nos fez tão forte. Esses homens não tinha que me seguir, eles não tinham que aceitar minhas ordens ou colocar suas vidas em risco, porque eu lhes falava para fazer.

Eles escolheram me apoiar – isso era a escolha deles.

E todos os dias eu estava grato pela confiança e respeito que eles tinham por mim.

Podemos ser foras da lei - criminosos, podemos discutir com cada um de tempos em tempos, podemos lutar e brigar, e em algum momento, podemos quebrar. Mas eu sabia que quando isso era importante o impulso vinha pressionar um por um de nós que estava em crise - ficamos juntos.

Nós ficamos como um.

Nós éramos fortes - inquebrável.

"Então vamos trazê-la de volta."

Desde a visita de Anthony no clube, eu tinha a certeza que nós tínhamos algum tipo de vigilância nele. Melhor estar na ofensiva do que na defensiva. Ele estava hospedado em Huntsville, uma cidade não muito longe de Atenas. Ele tinha um hotel ostentoso, mas de acordo com Wrench seu pessoal vinha e ia, mas ele mesmo não tinha saído muito.

Isso me deixou curioso. Ele tinha chegado naquele dia, fazendo ameaças sutis para o clube por causa de seu filho desaparecido, mas ele estava aqui por duas semanas e ainda tinha de fazer uma jogada.

"Talvez ele realmente acredite que seu filho esteja desaparecido." Slider sugere depois que entra e entende o que está acontecendo.

"Ele não pode ser tão estúpido." diz Camo revirando os olhos.

"Ele não é estúpido, ele está sendo inteligente." Diz Kev, falando pela primeira vez. "Ele não quer começar uma guerra. Ele sabe que uma vez que ele fez um movimento, poderia trazer uma tempestade de merda completa sobre ele. The Brothers By Blood não é apenas um pequeno clube que ele pode empurrar ao redor. Temos uma quantidade sólida de apoio por trás de nós, e não apenas de nossos irmãos, mas de outros clubes que estarão do nosso lado. Ele está sendo inteligente, conseguindo os fatos em primeiro lugar. Descobrindo quem somos, o que temos atrás de nós."

"Então, por que todos os ataques contra o nosso povo? Por que explodir o carro de Chelsea e matar uma garota inocente só porque ela trabalha para nós." Blizzard responde.

Kev concorda com a cabeça. "Essa é a parte que não faz sentido. Isso não é ele, não é quem ele é."

"Só há uma maneira de descobrir o que está realmente acontecendo." Eu digo, ficando de pé. "Eu acho que é hora de fazer uma visita por nossa conta."

Os rostos ao meu redor estão endurecidos e sérios, mas todos nós sabíamos o que precisava ser feito. Levo alguns irmãos comigo para Huntsville, o resto ficou para trás, à espera de novas ordens. Eu não sabia para onde eles tinham levado Chelsea, e se ela ainda estivesse em Atenas, eu queria um grupo dos meus homens por perto para o caso. Isso nos espalhou um pouco mais do que eu teria gostado, mas isso era mais do que apenas uma demonstração de poder. Estávamos ficando sem tempo e se ela ainda estivesse na área eles seriam capazes de chegar lá muito mais rápido.

Eu quase ri com a falta de segurança que Anthony DePalma tinha. Não havia homens estacionados no átrio do hotel e fomos capazes de caminhar em frente sem causar uma confusão. Ou ele era incrivelmente arrogante e não pensou que nós íamos caminhar diretamente para sua toca, ou ele estava deixando-nos entrar e nós estávamos entrando em uma luta que poderia nos custar nossas vidas.

Eu bato minhas mãos no balcão de mármore, a jovem por trás dele quase salta de sua pele. "Quarto de Anthony DePalma, qual é o número?" Rosno. Ela olha em volta freneticamente e eu sei que preciso conseguir terminar isso rápido, porque eu não tenho dúvidas de que alguém já tinha chamado a polícia.

"Eu... uh... eu não posso..."

Slider escorrega ao redor da mesa e mostra a mulher seu sorriso marca registrada. "Olá, querida. Eu só vou afastar você para o lado aqui por um minuto." Ele puxa sua cadeira e rola lentamente para longe da mesa. Ela nem sequer luta contra isso, sua boca está aberta enquanto assiste Slider bater nas teclas do computador.

Ele zomba e empurra a menina atordoada de volta ao seu lugar atrás do computador. "Cobertura, é claro. Onde mais ele ficaria?"

Eu nem sequer faço uma pausa, indo direto para o elevador. Blizzard, Wrench, Slider, Ham e Leo todos sobem ao meu lado. Foi um aperto, quase cômico.

"Indo para cima." Slider anuncia, seu sorriso largo, mas eu posso ver a tensão no rosto do meu irmão. Estávamos nos preparando para uma luta. O elevador apita e as portas se abrem, Leo tira a arma do coldre dentro de seu colete e inclina-se para fora da porta.

"Dois guardas no final do corredor fora das portas duplas. Eles estão descansando." Eu balanço a cabeça e meus irmãos todos pegam suas armas. Leo levanta três dedos, depois dois, e um, e todos nós saímos do elevador juntos, uma parede de força. Demora um segundo para os dois homens olharem para nós, ambos saltando para trás de surpresa e suas mãos se movendo para as armas que eu pude ver enfiadas em suas cinturas.

"Não toque nisso." Leo resmunga, dá um passo em nossa frente. Esse é o seu trabalho, ele era o homem que garantia que em todas as situações estávamos a salvo, que estávamos cobertos. Eu o deixo assumir a liderança, sabendo que a sua experiência com isso superava a minha, e ter fé completa que ele saberia qual abordagem seria a certa. Os dois homens se entreolham antes de levantar lentamente as mãos no ar.

"Abra as portas." Eu falo quando chego mais perto, a minha arma ainda levantada e voltada diretamente para uma das suas cabeças. Não haveria nenhum ferido, havia apenas atirar para matar. Esses caras eram implacáveis, treinados para fazer exatamente o mesmo.

Uma mão no bolso lentamente e puxa um cartão de acesso. Ele passa o cartão na fechadura da porta e quando apita também introduz um código no painel ao lado dele. Obviamente, Anthony não era tão estúpido como eu pensei quando se tratava de medidas de segurança. Vi os números que ele colocou, os gravei na parte de trás da minha mente para referência futura.

As portas foram empurradas abertas e aceno com a minha arma para eles entrarem na frente. A grande suíte em que entramos era aberta. Havia várias pessoas no espaço e isso não me levou muito tempo para ver Anthony DePalma sentado à mesa de jantar, um jornal em suas mãos e óculos de leitura apoiado em seu nariz.

"Querida, estamos em casa." Slider grita, o barulho ecoando no vasto espaço aberto.

Há de repente uma onda de movimento. Homens gritando, a segurança sendo clicada nas armas. Eu observo o rosto de Anthony ir de relaxado para enfurecido em menos de dois segundos. Ele empurra sua cadeira para trás e lentamente se levanta. Eu não estava intimidado, mesmo quando mais de seus homens inunda o espaço. Eu faria qualquer coisa para conseguir Chelsea de volta e isso inclui olhar a morte nos olhos e gritar foda-se. Que parecia agora ser exatamente o que eu estava fazendo.

Nós ficamos de pé dentro da sala em um impasse completo. Anthony e eu olhamos um para o outro, esperando o outro falar ou fazer uma jogada. As armas estavam apontadas, a ameaça de violência preenchendo o espaço rapidamente.

"Eu quero ela de volta, agora." Eu peço, dando um passo para frente e apontando mais do que uma arma para mim enquanto me aproximo do chefe deles.

"Você não entrou em minha casa para começar a me dar ordens." Anthony diz com firmeza.

Eu quase grito. "Mas você pode vir a minha casa e pegar a minha mulher?!"

Vejo a raiva em sua face, e se converte à confusão. "Eu não fiz isso."

"Besteira." Eu respondo, puxando minha arma do coldre e apontando-a diretamente para ele. "Você é o único idiota corajoso o suficiente para ir até aos meus portões para uma reunião e então ir embora. Ninguém é mais estúpido pra caralho como você."

Ele dá um passo para frente. "Meça suas palavras."

"Oh, espere, você não poderia mesmo vir e fazer isso sozinho. Você tinha que ser indireto e sorrateiro e enviar uma jovem para fazer seu trabalho sujo." Eu falo lentamente, tentando controlar minha raiva.

"Se você tivesse feito sua pesquisa corretamente você saberia que eu tenho uma filha, e eu sei exatamente onde ela está e que ela está fazendo agora." Ele zomba, andando mais perto, mas escolhendo sentar em uma poltrona parecendo o cara em sua pequena sala de estar. Era para ser um insulto, me dizendo que eu não merecia ser acolhido por não ser educado. "Portanto, antes de entrar aqui, fazendo acusações... "

"Então quem diabos é Rose?" Blizzard exige, ficando do meu lado.

Eu pego a surpresa em seu rosto antes que ele a esconda. Mas não foi só a dele. Eu reconheço dois dos outros homens na sala, eles eram seus filhos, e seus olhos estavam fixos em seu pai, cheio de curiosidade e perguntas.

"Rosalie?" Um deles pergunta, dando um passo mais perto de seu pai.

"E quem é Rosalie?" Rosno, imitando a maneira elegante que seu filho tinha dito o nome dela.

Ele me dá um olhar afiado antes de encontrar a compostura novamente.

"Rosalie é minha sobrinha."


Capítulo 40

 

"Bem, a porra da sua sobrinha apareceu em frente do meu clube, apontou uma arma para a minha Old Lady e forçou-a em um carro. Depois de passar os últimos meses fingindo ser sua amiga." Eu digo, apontando o dedo para ele.

"Não é possível." Diz, batendo com os dedos no braço da cadeira de couro. "Minha sobrinha está do outro lado do país na faculdade na Califórnia."

"Então quem diabos estava sentada do lado de fora do meu clube apontando uma arma para a minha Old Lady algumas horas atrás?" Eu pergunto. "Ela gritou que o clube tinha matado sua família. E, tanto quanto sei, você é a única pessoa com esse tipo de vingança contra nós."

Seus lábios se apertam enquanto ele olha para o outro lado da sala. Eu penso que ele está prestes a se soltar, mas em vez disso, ele grita. "Grant!"

Olho ao redor da sala, parando quando um de seus homens se aproxima. Ele é um cara desajeitado, cabelos penteados para trás com muito gel e arrogância escorrendo de seus poros.

"Senhor." Diz ele, com os olhos focados em meus homens enquanto ele se aproxima.

Anthony não olha para ele. "Onde está Rosalie?"

Eu vejo o canto do lábio se contorcer como se quisesse sorrir. "Cali, senhor."

"Isso é uma mentira." Ham move-se rapidamente para o meu lado. Viro a cabeça para ele, curioso.

"Grant é o namorado de Rosalie. Seria de supor que ele saiba onde a sua mulher está." Seus olhos encontram os meus. Ele estava jogando essa merda na minha cara. Eu mantive minha raiva sobcontrole, lutando contra a vontade de socar o filho da puta na garganta. Havia muitas armas apontadas e uma vez que algo começasse, as pessoas iriam morrer. Eu sabia disso com certeza.

"Oh, ele sabe exatamente onde ela está? Na semana passada, quando eu segui as garotas em uma noite fora, ele e outro rapaz se aproximaram delas." Ham explica, veneno em suas palavras. Eu vi os olhos de Anthony se estreitar. Era um pequeno movimento, mas um que me disse que estava ouvindo e contemplando a lealdade de seus homens.

"Quando eles tentaram levar Chelsea e Rose para casa com eles, alguém entrou em cena." Ele olha para mim. "Deacon."

Ham tinha me informado sobre isso, mas durante o tempo isso tinha me deixado com raiva ao saber que ele estava passando um tempo com Chelsea e cuidando dela quando esse era o meu trabalho. Eu não percebi o significado de tudo isso até agora.

Eu podia sentir Blizzard ao meu lado. Seu corpo estava praticamente irradiando e tremendo de raiva. Eu não tinha certeza se era porque esse tolo estúpido tinha acabado de admitir ser o namorado de Rose. Ou se era a situação em geral. Eu só rezava para que ele conseguisse conter sua raiva um pouco mais de tempo assim todos nós poderíamos sair de lá vivos.

Os olhos de Grant vão passando rapidamente ao redor da sala. Eu soube então que ele era culpado. Ele estava nervoso. Eu também estaria se eu tivesse acabado de mentir para um dos maiores Don da Máfia nos Estados Unidos.

Eu cruzo os braços sobre o peito e espero pelo show. Anthony não estava disposto a deixar ninguém fugir por fazer dele um tolo. Especialmente na nossa frente, as pessoas que ele considerava a oposição.

"Gio" Anthony rosna.

Giovanni, o filho mais velho de Anthony agora, está mais próximo do homem. Sua arma é levantada em um segundo e colocada contra a tempora de Grant. O cara balança, tropeçando quando Gio o obriga a caminhar ao redor do sofá para ficar diante de seu pai. Gio coloca uma mão em seu ombro e aperta. Grant faz uma careta de dor quando ele é forçado a ficar de joelhos.

Anthony se inclina para frente. "Vamos tentar isso novamente. Grant, onde está Rosalie?"

Grant baixa a cabeça em derrota, sabendo que não existia nenhuma maneira que ele pudesse mentir. "Em Atenas, com Marco."

A cabeça de Anthony recua, ele foi surpreendido por essa informação. Ele leva um momento para se recompor antes que pudesse se mover mais para perto outra vez, sentado na beirada da cadeira. "Fale agora."

"Senhor..."

"Não" Anthony cospe, "você fala agora ou eu entrego você para este clube e eles podem torturar você pelos fatos por tudo que me importa. Fala!"

Eu queria esfregar minhas mãos juntas. Gostaria muito dar um soco neste bastardo, mas tanto quanto eu odiava admitir, Anthony estava fazendo a coisa certa. Isso ia ser uma maneira muito mais rápida para conseguir as informações de que precisamos.

"Marco está atrás da garota." Ele admiti em voz baixa, longe do bastardo arrogante nele.

"Por quê?" Pergunta Gio, pressionando a arma com força na parte de trás do pescoço do homem.

"Porque o pai dela colocou seu pai na prisão." Eu digo. Todos os olhos se voltam para mim, então eu continuo, "Romano foi preso pelo pai de Chelsea, que era um membro da DEA. Marco foi lá e pegou sua vingança, mas Chelsea conseguiu escapar por uma janela. Quando a polícia a encontrou, eles sabiam que alguém estaria vindo atrás dela, como a peça que faltava, então eles esconderam ela onde ninguém iria procurar... em um orfanato."

Anthony me observa preso por minhas palavras. Seus filhos olham claramente surpreendido com a notícia. Ninguém falou ou tentou argumentar que eu estava errado, então eu continuo. "Ele tentou enquadrar The Brothers By Blood. Eu acho que ele estava um pouco chateado que quando Romano foi repudiado e ele foi colocado no banco do motorista e nós ainda conseguimos atrapalhar alguns de seus negócios."

Eu podia ver Anthony cerrando os punhos quando ele sentou-se sobre suas calças perfeitamente passadas. O dedo de Gio se contrai no gatilho da arma e rezo para que ele não dispare até que eu soubesse exatamente onde Chelsea está e como conseguir leva-la para casa inteira.

"Seu irmão é maluco." Blizzard estala, sua determinação finalmente quebrando. "Você sabe o que ele está fazendo com aquela menina? Eu a vi mais de uma vez com hematomas e queimaduras, pelo amor de Deus. Ela deveria ser a sua família, mas que porra você está fazendo para protegê-la?"

Eu jogo minha mão para o lado, minha palma pousando no peito de Blizzard quando eu o sinto avançar. Não era comum as pessoas verem esse lado dele. Ele é brincalhão – relaxado, calmo - um cara que você gosta de estar por perto. Mas ele também é ferozmente protetor daqueles que ele se preocupa.

"Gio, Rico... vocês vão ficar." Anthony fala em voz baixa, mas com firmeza. "Optimus, eu acredito que nós precisamos ter algumas palavras."

Abaixo meu queixo.

"Por favor, sinta-se livre para ter alguns de seus homens cuidando de Grant aqui. Eu gostaria de um pouco de privacidade para essa conversa."

Eu não espero um segundo mais. "Ham, pegue o idiota." Eu precisava disso terminado. Quanto mais tempo eu deixar Chelsea, mais eu arriscava sua vida.

Ham, Wrench, e Slider deram um passo à frente e agarraram a pequena cobra deitando-o, arrastando-o para fora da porta em direção ao saguão. Gio e Rico ficaram ao lado do pai. Blizzard e Leo ficaram comigo, fazendo a mesma coisa.

"Parece haver alguns mal-entendidos entre nós," Anthony diz claramente, uma vez que a sala tinha esvaziado.

"Alguém tentou enquadrar-nos pela morte do seu pai. Não fomos nós e eu posso provar essa merda." Eu digo a ele.

Ele balança a cabeça e cruza as mãos de volta em seu colo. "Sim, eu tenho certeza que você pode." Ele limpa a garganta. "Meu irmão não ficou feliz que o meu pai passou o seu legado para mim."

Eu ouço Blizzard zombar atrás de mim. Anthony lança-lhe um olhar, seus olhos se estreitam.

"Quero a minha mulher de volta." Eu digo simplesmente. "Se ele a machucar, eu vou matá-lo." Eu não estava prestes a bater em torno do arbusto. Marco DePalma era um homem morto. Anthony poderia tentar me parar agora, mas de uma forma ou de outra eu ia matá-lo.

Ele levanta a mão e coça o queixo. "Você diz que ele está machucando minha sobrinha?" A pergunta foi destinada para meu VP.

Blizzard não hesita em responder. "Em mais de uma ocasião. Nosso homem disse quando ela puxou a arma e mandou Chelsea entrar no carro que ela estava com algumas feridas da batalha bastante desagradável." Ele fala com os dentes cerrados, o pensamento, obviamente circulando em sua mente.

"Ela é uma filha ilegítima. Ela veio de um caso com uma de suas empregadas domésticas." Eu olho para cada um de seus garotos e eu podia ver o orgulho em seus olhos. "Para ele, ela precisava ganhar o direito de ser parte dessa família. Sua mãe foi embora antes dela nascer. Nós não sabíamos nada dela até que ela apareceu em torno de um ano ou mais atrás, fazendo reivindicações. Marco estava desgostoso. Mas para nós, assim que ela provou seu DNA, era da família. Ela tem o meu sangue em suas veias, não importa o que foi misturado. Eu deveria ter parado antes de chegar a esse ponto."

Este homem forte sentado na minha frente, com a cabeça pendurada como se estivesse envergonhado de suas ações. Ele podia olhar um homem nos olhos antes de atirar nele e matá-lo, mas quando se tratava de família, não havia nada mais importante.

Talvez não fossemos tão diferentes.

"Grant vai lhe dar a informação para encontrar Marco e conseguir sua... mulher... de volta. Eu acredito que você vai fazer o que achar melhor e vou considerar o que você me disse aqui hoje."

Com isso, fomos dispensados. Não houve derramamento de sangue e eu tinha uma maneira de recuperar o que era meu. Eu estava satisfeito. Eu apenas balanço a cabeça e me viro, meus irmãos me seguem para fora.

Nosso amigo Grant estava ostentando um lábio cortado e estava pressionado contra a parede. Wrench estava sorrindo e Ham olhando para ele com desgosto. O tempo estava acabando e a única coisa que me preocupava era em conseguir a informação que precisava para acabar com Marco e salvar a minha garota.

"Leo, ligue para os rapazes, mande-os pegarem suas motos." Eu peço. Wrench pega o pedaço de lixo pelo braço e arrasta-o enquanto descemos o arrumado e apropriado saguão do hotel.

"Vamos pegar nossa garota de volta."


Capítulo 41

 

"Dê-me seu celular." Diz Rose, com a voz trêmula.

Eu olho, mas puxo meu telefone de onde eu tinha enfiado no lado do meu sutiã. Ela toma-o de minha mão e desliga-o antes de colocá-lo no bolso de sua calça jeans. Eu me empurro contra a porta do carro, tentando me impedir de ser jogada de um lado para outro enquanto o motorista manobra as ruas laterais, tecendo dentro e fora do tráfego. Ele é bom, eu tenho que concordar com isso.

Eu sabia que ninguém iria encontrar-nos agora. Se eles estavam perseguindo, eles teriam perdido a visão de nós há um tempo atrás. Rose me observa, a arma em sua mão apoiada em seu colo.

"Eu sinto muito." Ela sussurra baixinho. O carro era grande, mas ainda estávamos perto do motorista e seu ajudante. Eu não tinha certeza se eles poderiam nos ouvir.

"Por quê?" Pergunto tristemente.

"Eu precisei. Me obrigaram." Seu olho bom se enche de lágrimas, o outro está tão inchado que me pergunto se haveria dano permanente. Mas por que eu deveria me importar.

"Eu disse que o clube poderia ajudar. Poderíamos ter protegido você."

"Cala a boca, puta." Eu pulo quando o passageiro da frente vira-se para me agarrar. Eu o reconheço. Ele era um dos homens assustadores que Rose tentou me fazer acompanhar até a casa deles. Meus olhos se arregalam e um sorriso lento cresce em seu rosto. Era nojento e me faz sentir suja.

"Você..." Eu gaguejo, olhando para trás e para frente entre Rose e meu captor. "Foi uma armadilha. É por isso que você ficou tão perturbada, tão ansiosa para ir com eles." Digo para ela acusadora. Eu sinto a raiva acumular-se no meu estômago, substituindo o medo.

Eu tinha sido capturada.

"Ah, então a cadela finalmente entendeu." Ele ri, voltando-se para encarar o para-brisa.

Olho para Rose e ela abaixa a cabeça. Estava claro que ela tinha vergonha de suas ações.

"Como você pôde?" Eu zombo. "Eu era sua amiga. Eu me preocupei com você, porra eu me importei com você!"

O corpo dela se encolhe com cada palavra.

Boa. Eu esperava que elas estivessem batendo nela onde doía.

"Não é você!" Ela chora. "É o clube. Eles machucaram minha família. Eles levaram o meu primo e meu avô e nosso negócio."

"Besteira!" Eu choro. Eu queria estender a mão e dar um tapa nela.

Essa amiga que eu tinha chegado a amar, me traiu e agora o meu destino estava nas mãos de homens loucos que estavam prestes a fazer quem sabe o que comigo.

Nós entrado em uma área degradada. As casas eram velhas, caindo aos pedaços e em necessidade desesperada de um trabalho de pintura. Eu sabia que não estávamos dirigindo por muito tempo por isso devíamos estar ainda na área de Atenas, mas eu nunca tinha estado desse lado da cidade. Isso provoca um arrepio na minha coluna. Eu não tinha ideia do que estava prestes a acontecer, mas eu sabia no meu intimo que não era bom.

Eu ia me machucar.

Nós seguimos até uma casa grande. Não era como o resto, era mais nova e não se encaixava.

"Cuide dela." O cara assustador do bar ordena, dando a Rose um olhar mau. Ela balança a cabeça em afirmativo, reconhecendo a ordem, mas sem olhar para ele.

Ambos os homens pulam para fora do carro e caminham até a porta da frente. Se eu tivesse qualquer chance de sair dessa situação, era agora.

"Rose, por favor." Imploro, lágrimas enchendo meus olhos. "Nós somos amigas. Eu te amo. Eu me preocupo com você. Por favor, não faça isso."

Ela olha para cima de onde segurava a arma no colo. "Eu tentei orientá-los longe de você. Tentei fazer isso sem você se machucar. Eu defini o temporizador na bomba errando assim ela iria explodir depois que você estivesse fora. Eu tentei impedi-la de ir para o trabalho naquele dia que eles atiraram na academia. Eles não deveriam fazer isso! Eles deveriam apenas pegar você!"

Eu assisto a ansiedade crescendo dentro dela. Suas mãos tremem e ela está jogando a cabeça para trás e para frente como se tivesse alguma grande luta interna. Olho por cima do banco e percebo que o motorista idiota tinha deixado às chaves na ignição. Eu vejo quando eles estão na porta da frente da casa, provavelmente à espera de alguém vir abri-la. Sem dúvida, me segurando na mira de um revolver em campo aberto, possivelmente, chamaria atenção, mesmo neste tipo de área.

Olho para Rose. "Podemos sair dessa. Nós podemos ir para o clube. Eles vão protegê-la. Você estará segura lá e seu pai não será capaz de encontrá-la." eu falo calmamente e rapidamente. Eu vejo seus olhos direcionarem para onde os homens estão parados. Ela estava considerando. Eu podia ver isso. "Você não tem que fazer isso, eu sei que você pensa que precisa, mas não precisa. Eu posso provar-lhe que o clube não fez o que você acha que eles fizeram. Eu posso provar."

Vejo que a porta da frente da casa está agora aberta e os homens estão caminhando de volta para o carro, rindo e brincando como se minha vida não estivesse em perigo. Era uma grande piada para eles.

Estendo a mão para ela, minha mão se movendo lentamente na minha necessidade desesperada de afastar a arma dela. Eu sinto o metal frio sob a minha mão, mas antes que eu possa fechar os dedos em torno dela, a porta do carro se abre atrás de mim e eu sou arrancada para fora do carro.

Eu grito, esperando que alguém me ouça. "Fiquem longe de mim! Coloque-me no chão!"

Vejo Rose atrapalhar com a maçaneta e sair pelo outro lado. "Pare com isso!" Ela grita. "Você vai machucá-la!"

Senhor Assustador ri, observando enquanto o outro homem me segura com força enquanto eu chuto e luto. Ele pega a arma da mão de Rose. Ela tenta agarrá-la de volta, mas ele a empurra no peito fazendo-a cair na calçada de concreto.

"Isso é o que você queria, prostituta?" Ele pergunta, apontando a arma para mim. Meu corpo instantaneamente congela.

Pessoas mentiram quando disseram que sua vida passava diante de seus olhos antes de morrer. Minha vida não passou diante de meus olhos. Não houve pensamentos profundos e significativos que corresse pela minha mente. Eu não questionei as escolhas que eu tinha feito ou se eu gostaria de ter mais uma chance de fazer as coisas de forma diferente. Tudo o que eu pensava era, eu me pergunto o quanto isso vai doer. Vejo o dedo pressionar o gatilho, é lento e proposital. O sorriso em seu rosto ficando cada vez mais amplo.

Rose grita. "Não!" Arrastando pelo concreto, segurando seu braço quebrado ao seu corpo e estendendo a outra mão. Deixo escapar um sopro de ar, aceitando meu destino quando o gatilho foi forçado.

Clique.

Não houve grande estrondo. Sem lampejo de luz antes que a escuridão me consumisse.

O que houve embora foram risos.

Senhor Assustador está histérico, quase dobrou e com respiração ofegante. O homem que me segurava não pode suprimir as risadas também.

"Você pensou que..." Ele tenta falar, mas tem de ter um momento para se acalmar. "Você pensou que daríamos a você, sua traidora uma arma carregada?"

Rose parece que tinha levado um tapa.

Eu mostro os dentes e me jogo para frente, apenas para ser contida.

Ele ri novamente. "Ela estava te enrolando todo este tempo e você acha que nós confiamos nela? Você não acha que sabíamos que iria jogar a carta da pena e tentar puxa-la para seu lado? Quase fez isso também. Eu vi isso em seus olhos." Ele ri novamente. "Ou eu deveria dizer olho."

O homem por trás força-me a caminhar, empurrando-me e fazendo-me tropeçar e cair. Meus joelhos arranham no concreto e as palmas das mãos estão arranhadas e ardem. Eu quero chorar, mas eu não tenho tempo, eu sou arrastada pelos degraus da frente. Eu posso ouvir Rose atrás de mim, soluçando. Senhor Assustador diz a ela para calar a boca e eu queria virar e gritar com ele. Ela estava sofrendo, ela foi quebrada. Sim, ela tinha me traído, mas eu não podia evitar, ainda me sentia protetora com ela.

Ela tinha sido enganada também. Eu só sabia disso.

Andando pela porta eu pude sentir o sangue escorrendo pelo meu pé dos arranhões nos joelhos. O tapete no interior da porta era uma cor creme claro.

Boa. Espero que isso manche você filho da puta.

Eu sinto a gota de sangue da minha perna pingar no chão. Foi um pouco satisfatório.

Nós andamos por um longo corredor, a casa era boa. Arrumada. Quase como se ninguém realmente vivesse ali. No fim do corredor havia uma porta. Eu não queria abrir a porta. Eu sabia onde ela iria. Diretamente para um porão.

"Muito clichê cara mau." Eu digo com desdém, fazendo o homem atrás de mim rir.

Ele chega perto de mim, virando a maçaneta da porta e empurrando a porta aberta para revelar algumas escadas. O peito dele se esfrega contra minhas costas e eu posso sentir sua respiração no meu ouvido. Estremeço. Apenas um simples toque faz-me sentir suja. Respirando fundo, eu seguro minha cabeça erguida enquanto desço os degraus. Toda vez que eu coloco meu pé no chão eu digo a mim mesma 'você é forte, eles não vão quebrar você.' Eu espero que possa me convencer de que essas palavras são verdadeiras, porque eu não tenho ideia do que estou se metendo.

A temperatura muda drasticamente quando chego ao fundo da longa escadaria. Estava frio e apenas com uma camiseta leve e calças de academia e tênis, parecia que eu estava dentro de um congelador. O local era sujo, não como no andar de cima. Havia caixas cobertas de poeira e ferramentas antigas espalhadas por toda parte. Um sofá foi empurrado contra a parede e outros itens domésticos estavam por toda parte.

"Chelsea! Estou tão feliz que você possa se juntar a nós. Rosalie me falou muito sobre você." O homem apareceu por trás de uma pilha de caixas. Eu sabia que era o pai de Rose.

Eu não respondo, apenas olho para ele que só o faz rir. Ele se aproxima. Estava de terno risca de giz cinza e gravata e seus cabelos foram cortados. Eu não perdi o sotaque italiano também. Ficou destacado o suficiente para eu saber que o inglês era a sua segunda língua.

"Espero que os meus meninos tenham a tratado bem." Ele diz, apontando para os dois homens.

"Eles não me forçaram a segurar minha mão em qualquer chama de fogão, de modo que é sempre um bônus." Eu zombo.

A minha observação inteligente só faz seu sorriso crescer mais amplo. "Sim, você é tudo o que eu estava esperando que seria."

"E o que exatamente você estava esperando que eu seria?"

"Forte." Seu riso se transforma em um sorriso e eu posso sentir a promessa de dor em seus olhos. "Os mais fortes são os mais divertidos para quebrar."


Capítulo 42

 

Cordas foram amarradas em torno de meus pulsos e tornozelos e eu fui forçada a sentar-me no chão de concreto frio contra a parede. Marco desaparece no andar de cima com o Senhor Assustador, deixando o outro homem com a gente. Eu posso ouvi-lo voltando e descendo as escadas agora, mas ele estava sozinho. Eu não sabia quanto tempo eles tinham ido embora, mas minha bunda estava amortecida há muito tempo e meu corpo tão congelado que eu nem estava tremendo mais - eu fiquei dormente.

Meu estômago em nós e eu senti como se pudesse vomitar. Minha boca se enche de saliva, mas eu forço a engolir, não querendo mostrar a estes homens como eu estava realmente me sentindo, apesar de meus olhares de morte e língua afiada.

Eu estou assustada. Com tanto medo.

Ouço a respiração de Rose em um soluço assim que Marco volta para a sala fria.

"Vá limpar-se, Rosalie." O tom de seu pai não é carinhoso e gentil, e sim de nojo.

Rose olha para mim como se debatendo consigo mesma se me deixaria sozinha com esses homens. Não importa. Tenho a sensação que se Marco era o tipo de homem que tratava seu próprio sangue da maneira como ele tratou Rose, ele não se importaria se ela estivesse na sala enquanto me machucasse. Ela se levanta com as pernas trêmulas e começa a andar para as escadas, parando na frente de seu pai e olhando para ele.

"Por favor, papai... " Ela nem sequer tem tempo de terminar a frase antes que seja enviada para o chão gritando de dor.

"Eu disse a você, ainda não ganhou o direito de me tratar assim." Ele grita, o som crescendo no espaço fechado e ferindo meus ouvidos. Ele fica sobre seu corpo choramingando.

"Deixe-a em paz." Eu grito, lutando em minhas restrições.

Ele olha para cima, surpreso com minha explosão. Inclinando-se, ele agarra um punhado dos cabelos dela. "Essa garota mentiu para você, ela atraiu você para lugares e tentou feri-la e você está defendendo ela?" Ele a balança e ela grita novamente.

"Alguém precisa defende-la. Obviamente, a desculpa patética dela por uma família não vai." eu cuspo.

Ele ri, o som mais como bruxas cacarejando. Ele empurra Rose para longe. Ela se levanta e me dá uma última olhada antes de desaparecer subindo as escadas. Eu ouço a porta se fechar atrás dela e estou sozinha.

Marco anda para frente. "Você sabe, para uma prostituta, eu achava que você seria mais submissa." Ele pondera como se estivesse falando seus pensamentos em voz alta. "Mas, novamente, perdendo ambos os pais tão jovem deve ter sido muito traumático para você. Fez você crescer muito mais rápido."

"Eu não os perdi." Eu rebato, minha voz embargada. "Eles foram assassinados!"

Ele revira os olhos. "Eu sei, eu estava lá."

"Então você está aqui para finalmente terminar o serviço comigo também. Aquela que escapou."

Ele encolhe os ombros. "Na verdade, era apenas conveniente. O clube tomou alguma coisa de mim anos atrás. Quando meu pai foi preso, eu esperava que eu fosse assumir. Mas The Brothers By Blood veio antes que eu tivesse a chance e arrebatar diversos negócios diretamente debaixo de mim." Sua voz é baixa, mas cheia de veneno e ódio.

"Você cochila, você perde." Eu murmuro sarcasticamente.

Marco vem em minha direção rapidamente, seus sapatos brilhantes batendo no chão. Ele estende a mão e envolve ao redor da minha garganta, me puxando para cima e tornando difícil a respiração. Eu posso sentir seus dedos cravando em meu pescoço, suas unhas perfurando minha pele.

"Matar o seu pai, o homem que colocou meu pai na prisão devia ter me feito feliz. Mas isso não aconteceu." Ele me segura contra a parede e fica bem na minha cara. "É por causa desses motoqueiros repugnantes que meu pai entregou tudo para o meu irmão mais novo. A prisão deles era para destruí-los, uma forma de ganhar o nosso negócio de volta, mas quando isso não funcionou, eu não tive nada. Deveria ter sido meu. Eu deveria estar administrando as coisas, não Anthony!"

Eu podia sentir pequenas gotículas de saliva no meu rosto. As coisas começaram a se confundir e minha cabeça parecia pesada. Ele me jogou no chão e eu saltei, batendo a cabeça no concreto. Eu fico atordoada e solto um gemido quando rolo sobre minhas costas, tentando aliviar um pouco da pressão que sinto na minha cabeça. Eu sabia que estava sangrando, sentindo o sangue pingar ao lado da minha cabeça e em meu ouvido.

Ele pressiona seu pé sobre o meu estômago e lentamente começa a aplicar pressão. Engulo em seco por ar e meu estômago torce quando ouço um estalo. Eu sinto como se tivesse sido esfaqueada. Eu não consigo respirar corretamente e estou começando a entrar em pânico. Eu sei que ele tinha quebrado uma das minhas costelas e provavelmente tinha perfurado o meu pulmão. Eu grito, a dor é insuportável.

"Meu pai não viu o potencial que eu tinha! Ele disse que eu era muito irritado, não sangue-frio suficiente." Um sorriso sádico aparece em seu rosto. "Mas eu fui sangue-frio suficiente para organizar a sua morte."

Eu ouço um suspiro.

A sala fica em silêncio além da minha respiração irregular.

"Você me disse que o clube matou meu avô." Rose sussurra. "Você disse que isso era o motivo para isso tudo. Conseguir vingança contra o clube por ferir a minha família."

Ouço Marco zombar alto. "Se o teste de DNA não tivesse provado isso, eu nunca teria acreditado que você é minha filha. Você definitivamente não tem cérebro."

Lágrimas escorre pelo meu rosto, eu só queria que isso acabasse agora. Eu queria que tivesse acabado. Eu estou começando a desejar que ele apenas atire em mim.

Sinto o corpo dela junto ao meu, mas com a falta de ar em meus pulmões, as coisas estão começando a desaparecer dentro e fora. "Oh meu Deus, o que eu fiz?"

Sinto sua mão fria no meu rosto.

É reconfortante.

Rose pode ter feito algumas escolhas erradas, mas apenas como eu tinha, ela tinha sido enganada por alguém que estava destinado amá-la.

Eu queria estar com raiva, mas isso não é culpa dela.

"Perdê-la será suficiente para deixar Optimus louco. E sem um líder forte, o clube vai cair aos pedaços." Eu ouço a risada de novo, mas parece tão distante agora.

"Aguente Chelsea." Ela sussurra. "Por favor, aguente."

Consigo forçar os olhos para limpar então eu posso ver a sala. Marco está de costa para mim, mas eu posso ver o homem ficar de pé atrás dele, seus olhos estão arregalados quando eles olham para mim.

Eu estou confusa.

Isso é até que eu vejo a arma que está pairando acima de mim. A mão de Rose está tremendo, mas ela está apontando-a sobre mim, diretamente para seu pai.

"Passei mais de um ano, tentando agradá-lo."

Meu peito arde com o esforço que tomo para puxar cada respiração, mas tudo o que eu quero fazer é gritar... Sim. Finalmente.

Marco vira para nos enfrentar, estreitando os olhos para a filha.

Ela continua: "Você mentiu para mim. Você me bateu. Você me fez sentir como se eu nunca fosse digna de sequer estar em sua presença. Tio Anthony e meus primos nunca me trataram assim. Ele ama seus filhos, ele está orgulhoso deles. Isso é tudo que eu sempre quis, era para você olhar para mim e se orgulhar."

Seus lábios se curvam em desgosto. "E o que você já fez para me fazer querer me orgulhar? Você foi um erro, você foi um lapso de julgamento."

Eu sabia que cada palavra iria atingir Rose como uma faca afiada no coração, mas ela segura a arma para ele através de suas palavras humilhantes.

"Acontece que consegui algo de você, então. Eu tive um sério lapso em julgamento, quando concordei em ajudá-lo a ferir Chelsea, e quando eu pensei que poderia te fazer feliz ... fazer você me amar," sua voz nunca vacila. Rose finalmente teve sua força e sua ousadia de volta. "Mas eu posso ver claramente agora. Isso me deixa doente a pensar que eu tenho o seu sangue fluindo pelas minhas veias, porque eu não sou nada como você."

O homem de Marco está agora de pé ao lado dele, segurando uma arma.

Marco encolhe os ombros, ele não se importa se Rose o odeia. Ela é apenas um peão em seu jogo e ele tinha jogado tão bem que fez meu coração doer por ela. Tudo o que ela queria era uma família e fazer seu pai orgulhoso, como muitos de nós, também.

"Atire nas duas." diz ele casualmente, virando-se e indo para a escada.

Sinto a mão de Rose na minha bochecha. "Eu sinto muito."

Eu tento sorrir e tranquilizá-la, mas meu corpo está formigando e tudo ao meu redor está ficando preto, simplesmente não há ar suficiente.

Quando eu estou prestes a fechar os olhos, ouço um grito e alguém vem batendo e rolando escada abaixo, acertando Marco, fazendo-o cair ao chão.

"Querida, estou em casa!"

Isso foi quando eu deixei ir e meu mundo parou.

Eles estavam aqui.

Ele estava aqui.


Capítulo 43

 

Chelsea ainda estava em Atenas. Ela estava perto, mas a viagem ainda parecia uma eternidade. Eu não tinha certeza do que esperava encontrar.

Ela estava ferida? Ela ainda estava viva?

Eu fiquei convencido de que ela estava bem. Claro que em mim, eu saberia se ela se foi. Chelsea estava enterrada tão profundamente dentro do meu coração e na minha alma que apenas sabia que se algo acontecesse com ela meu mundo ia desabar em torno de mim.

Wrench e Ham seguem à nossa frente com o homem de Anthony no carro. Liderando o caminho para onde levaram Chelsea. Nós dirigimos algumas milhas fora de Atenas, viramos em uma estrada antiga de cascalho antes de chegar a uma casa de fazenda. Estaciono minha moto e desço.

A porta do SUV de Wrench se abre e Grant literalmente cai. Seu rosto está mais maltratado do que tinha sido quando ele foi jogado no carro. Ham e Wrench ambos vieram ao redor. Wrench estava rindo e Ham estava limpando os nós dos dedos com a parte inferior de sua camisa.

"Irmão." Wrench diz com uma risada leve. "Ham aqui tem alguns problemas de raiva ocultos."

Ham não reconheceu sua observação inteligente. Ele tinha ficado calmo desde que Chelsea tinha ido embora, os dois ficaram próximos e ele estava afetado por tudo isso.

Eu conhecia o sentimento.

Eu olho para a casa degradada. Não parecia que alguém estivesse vivendo lá em um longo tempo. As persianas estavam caindo e eu pude ver as tabuas faltando na plataforma do lado de fora.

"Onde eles estão?" Rosno quando Grant levanta-se, limpando o sangue de seu nariz.

"Dentro."

Eu começo a andar para frente, pronto para pegar minha mulher e matar o bastardo que tinha pensado que poderia levá-la de mim.

Meu telefone começa a tocar.

Na parte de trás da minha mente, eu quero ignorá-lo, mas meu instinto me faz parar e retirá-lo do meu bolso. Eu faço uma careta vendo o nome de Kit na tela.

"Eu estou um pouco ocupado..."

"Não vá nessa porra de casa. Ela vai explodir." Ele grita no meu ouvido.

Viro-me para olhar os meus homens. "Que diabos você está falando?"

Vejo quando Grant se move nervosamente em seus pés.

"Rose ligou para Harmony do telefone de Chelsea. É uma armadilha. Na porta..." Kit diz, obviamente aliviado por ter me avisado a tempo.

Eu ando rapidamente, agarrando Grant pela garganta e batendo-o contra o carro de Wrench.

"Ela me deu um endereço. Vou mandar em mensagem para você agora."

"Obrigado, irmão." Jogo meu telefone no chão e bato meu punho no rosto do bastardo mentiroso. Ele grita de dor como a cadela que ele era e cai no chão, contorcendo-se.

"Esse era o plano, não é?" Eu grito. "Fazer-nos passar pela porta e explodir tudo."

Meus irmãos ficam atordoados.

O merdinha ainda teve a coragem de sorrir. "Foi Rosalie não foi? Ela não teve coragem de ir até o fim?" Ele bufa. "Cadela estúpida."

Eu puxo minha arma do coldre. "Parece que ela é muito mais esperta do que você."

Ele balança a cabeça e eu vejo seus olhos procurando, sorrindo quando ele encontra meu VP.

"Toda vez que transei com ela eu sabia que ela estava pensando em você." Ele se inclina para o lado e cospe um bocado de sangue na grama. "Fez isso muito mais doce do caralho sabendo que um lixo de motoqueiro a queria e era meu pau dentro..."

O estrondo ecoa no espaço aberto largo e o corpo de Grant cai mole.

Blizzard ainda está apontando a arma para o idiota mesmo que ele esteja morto. Sua respiração é pesada e eu sei que se não fosse agora ele ia perdê-lo. Eu coloco minha pistola para longe e pego meu telefone vendo uma mensagem de Kit.

Jogo meu telefone para Wrench. "Coloque este endereço no seu GPS e vai rápido. Já perdemos muito tempo."

Eu nem sequer tenho que explicar aos meus irmãos o que está acontecendo. Eles pulam em suas motos e nós seguimos Wrench que sai de lá rapidamente. Não demora muito para que entramos no subúrbio de Atenas, que era o que se pode chamar o lado errado das trilhas. Eu vejo um grupo de motos estacionadas, descendo a rua. O resto dos meus irmãos. Wrench estaciona atrás deles.

"É ao virar da esquina. Acho que devemos ir a pé assim eles não vão nos ouvir chegando." explica Wrench.

Eu balanço a cabeça. A última coisa que eu precisava era eles perceberem e sair correndo.

Eu vejo as pessoas olhando para fora através de suas cortinas enquanto caminhamos apressados. É difícil para um grupo de catorze motoqueiros não chamar a atenção para si mesmos. Nesse ponto, porém, eu não dou à mínima. Tudo o que eu posso ver é o rosto de Chelsea.

"Ali está." Kev murmura, apontando para um Mercedes preto que está estacionado na entrada da garagem de uma casa. Assim quando nós chegamos à escada da frente um homem sai, ele está olhando para baixo puxando um cigarro de seu maço. Eu levanto minha arma, destravando-a e isso alerta a nossa presença. O maço de cigarros bate ao chão e ele tropeça para trás no batente da porta.

"Não se mova filho da puta." Eu digo, tentando manter minha voz baixa e meus passos leves enquanto subo as escadas.

"Ele estava com Grant no bar." Ham me informa.

O homem olha para mim e para Ham confuso.

"Onde eles estão?" Eu exijo.

"Em uh..." ele gagueja, "no porão." Eu aponto para trás e vejo uma marca vermelha no tapete intocado.

Era sangue.

Ela estava sangrando.

"Slider, amarra ele." Eu digo, seguindo e andando pelo corredor até encontrar uma porta aberta com uma escada. Eu posso ouvir vozes, era uma garota, não Chelsea, apesar de tudo.

"Atire nas duas." Diz uma voz profunda, seguida de passos pesados. Meus irmãos lotaram a pequena sala, de armas em punho. Slider tinha o filho da puta desprezível pela garganta. Eu inclino minha cabeça em direção à escadaria e o rosto de Slider ilumina. Com um grande impulso, ele joga o bastardo escadaria abaixo, rolando e batendo e gritando como um bebê.

Slider leva as mãos ao redor de sua boca. "Querida, estou em casa!"

Com isso, eu desço as escadas, de dois ou três degraus de cada vez. Meus homens não estão muito atrás. O cara que jogamos pela escada estava fora da contagem. O homem debaixo dele, que eu assumi ser Marco DePalma geme quando joga o corpo para cima e fica de pé. Leo tem uma arma apontada para sua cabeça e rapidamente suas costas ficam eretas. A arma cai no chão e Kev tem outro homem preso à parede.

É quando eu a encontro.

Eu quase caio de joelhos.

Rose está caída sobre seu corpo, uma arma em sua mão, acenando ao redor como uma louca.

"Rose" Blizzard dá um passo à frente, colocando a arma de volta dentro de seu colete e segurando as mãos para cima. "Querida, abaixe a arma."

"Eu não sabia que eles iriam fazer isso. Eu não queria que eles a machucassem. Liguei para Harmony e lhe disse." Rose se engasga com suas lágrimas.

"Puta, você não é minha filha." O pai grita atrás de mim. Seguido pelos sons de carne batendo carne.

Mas eu não posso virar. Eu confio em meus irmãos para assistir minhas costas, porque tudo o que eu tenho é olhos para Chelsea.

"Rose, eu sei. Está bem. Você fez a coisa certa. Mas querida, eu não posso dizer se ela está bem e Optimus aqui está perto de ficar louco se não verificar a sua garota."

Eu admiro a capacidade de Blizzard manter a sua voz suave, embora eu saiba que ele está pensando exatamente o que eu penso. Eu não posso sentir sua respiração.

Rose olha para Chelsea grita: "Não!"

Blizzard atravessa a sala, pega-a pela cintura e puxa-a para longe. Ham move-se e toma a arma de sua mão e todo mundo dá um suspiro de alívio.

Mas eu não.

Eu caio de joelhos e me arrasto pelo chão de concreto. Ela parece tão pequena, tão delicada. Estendo a mão devagar e toco seu rosto. Está frio e seus lábios estão tingidos de azul.

Minha respiração fica presa na minha garganta.

Não.

Eu iria saber se ela tivesse ido embora.

Não.

Eu solto um rugido que enche o pequeno espaço, "Não!" Debruço-me sobre ela e pressiono minha testa contra a dela. Eu tinha perdido tanto tempo de brincadeira, pensando que estava mantendo-a a salvo, quando na verdade eu deveria ter ficado com ela ao meu lado. "Você não pode ir." Eu sussurro. "Eu disse a Harlyn que tudo ficaria bem. Eu fiz promessa de mindinho."

Quanto tempo eu tinha desperdiçado afastando-a em vez de segurá-la perto? Eu era um idiota. Eu tinha perdido outra pessoa que amava. E era a minha própria culpa maldita, meu Deus.

Foi nesse ponto que eu fiz algo que nunca tinha antes. Porra eu orei. Orei por uma chance de vê-la sorrir novamente. Orei por uma chance de sentir seu corpo quente e suave contra mim. Orei por uma chance de dizer a ela que a amava e que ela era para mim.

Ela era o meu dirija ou morra.

Orei para a porra de um Deus que eu nem sequer acreditava para trazê-la de volta para mim.

Ele não tinha tomado o suficiente de mim já? Eu não tinha passado por dor suficiente – ela não tinha?

Eu ouço sirenes à distância.

Eu não me importo. Eu ia matar esse idiota e eles poderiam me prender. Dá-me a porra da vida para todos que eu me importava. Sem ela, não importava de qualquer maneira. Assim quando eu viro minha cabeça para olhar por cima do meu ombro, eu sinto.

Era pequeno, mas eu senti.

Uma leve respiração na minha bochecha.


Capítulo 44

 

Ignoro os passos batendo que eu podia ouvir na minha cabeça. Homens gritam, informando-nos que a polícia havia de fato chegado.

Eu pego Chelsea em meus braços, realmente sentindo alívio quando um gemido doloroso deixa seus lábios.

"Ela está viva." Eu digo a meus irmãos enquanto saio correndo até a escada.

A cena que me encontra no topo não me surpreende. Havia SWAT enchendo o corredor, armas carregada apontado diretamente para mim.

"Você trouxe uma ambulância com você?" Eu questiono em voz alta. Eles olham um para o outro, eu não posso ver seus rostos, mas eu sei que eles estão confusos.

"Coloque Chelsea para baixo, Optimus, e afaste-se." Deacon abre caminho através da multidão de homens. Ele está usando um colete, vestuário e porcaria que dizia DEA.

"Traga-me a porra de uma ambulância ou ela vai morrer, e você sabe o quê," eu zombei. "Eu vou acusar você pessoalmente de ser responsável."

Ele se aproxima, levantando seus óculos escuros e olhando para Chelsea que está mole em meus braços. "Quem fez isso com ela?"

"O mesmo filho da puta que matou seus pais, agora dê o fora do meu caminho."

Eu vejo quando ele procura meu rosto, talvez à procura de alguma indicação de que eu estivesse mentindo. Eu estou prestes a partir ele ao meio antes dele se virar e gritar para os homens que enchem a pequena sala. "Movam-se." Todos eles se afastam e ele faz um gesto com a cabeça para que eu siga enquanto corro para a porta. Eu não hesito, reajustando o meu domínio sobre seu corpo pequeno e saio correndo atrás dele. Procuro ao redor por uma ambulância ou médico, mas a rua está cheia com veículos da SWAT e carros de polícia.

"Ela precisa de um hospital." Eu grito atrás dele.

Ele abre a porta de um grande carro preto com vidros enfumaçados. "Entre! Será mais rápido se eu apenas dirigir."

Rosno no fundo da minha garganta, não feliz em deixar meus homens aqui para cuidar de si mesmos. Mas eu tinha que ter fé neles, e eu sabia que eles não queriam que eu perdesse tempo e arriscasse Chelsea não fazendo isso. Atiro-me na parte de trás do carro, fechando a porta bem na hora que ele afasta do meio-fio, luzes, sirenes e tudo.

O hospital não está longe, talvez cinco minutos, se tivéssemos uma boa viagem. Eu só espero que ela possa aguentar por muito tempo.

Eu passo meus dedos pelo seu rosto. "Vamos, Blackbird. Lute. Fique comigo." Sinto-me sufocando, mas forço isso longe. Eu não serei fraco. Iria ser forte por ela. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Pergunto, tentando manter o meu foco.

Seus olhos encontram os meus no espelho retrovisor. "Depende do que estava acontecendo naquele porão."

"Marco DePalma, ele esteve por trás de toda essa merda."

"O irmão?" Ele pergunta, aparentemente surpreso.

Eu balanço a cabeça, nem mesmo certo se ele ainda estava olhando para mim. Fomos jogados para os lados enquanto ele desvia através do tráfego e aciona luzes vermelhas.

"Nós não matamos os pais de Chelsea." Eu não me importo se ele não acredita em mim. Se ele tivesse alguma prova, alguém teria sido preso anos atrás. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Eu repito, mais duro dessa vez.

"Se todo mundo que sair daquele lugar estiver vivo – nada."

Eu balanço a cabeça, esperando em minha mente que Blizzard não tivesse perdido o enredo e matado Marco. Eu podia ver a dor em seus olhos. Sentiu-se traído. Ele finalmente deixou-se sentir alguma coisa por uma mulher e ela acabou por ser o inimigo.

Não ia ser fácil para puxá-lo de volta disso.

Não dessa vez.

Nós finalmente paramos nas portas da frente da sala de emergência. Havia médicos lá esperando com uma maca.

"Meus garotos ligaram antes." Eu me jogo para fora e Chelsea foi rapidamente retirada do meu alcance. Eu quero abraçá-la, estar com ela. Eu tive que lutar comigo mesmo para não gritar com eles.

Esse era o trabalho deles.

Deixei-os fazer isso.

Eu persigo atrás deles, enquanto passam rapidamente pelas portas, correndo com Chelsea por um longo corredor.

"Eu não tenho um pulso!" Um dos médicos grita.

"Não!" Eu grito, a ponto de me lançar para eles, mas dois braços em volta de meu peito e me segura. Eu luto para chegar até ela enquanto correm para longe.

"Deixe-os fazer o seu trabalho." Deacon grita no meu ouvido. "Você não pode fazer nada agora, apenas deixá-los fazer o seu trabalho."

Empurro os braços de cima de mim, respirando difícil quando me viro para encará-lo. Ele me olha, não são muitos os que têm a coragem de fazer isso, mas ele faz. Meu respeito por ele levanta um pouco. Eu passo por ele, batendo com o punho na parede enquanto passo de volta através das portas na sala de espera. Os pais conduzem seus filhos para longe de mim e os homens e mulheres se afastam enquanto eu ando. Deacon me segue, sentando em uma cadeira e tirando o boné da cabeça.

"Isso é fodido." Ele murmura.

Eu o ignoro, eu não tenho tempo para pensar sobre o que diabos ele está sentindo. Não importa para mim. Chelsea é minha, eu estou destinado a protegê-la e eu a tinha deixado se machucar.

Deacon puxa o telefone do bolso, disca um número e encosta-o no ouvido.

"Sim" Diz ele, esfregando a cabeça. "Sem pulso, eles estão trabalhando nela agora." Sua cabeça balança enquanto ouve a pessoa na outra linha.

"Viva? Sim..." Ele olha para mim. "Não foram eles. Leve-os para interrogatório e os deixe ir." Ele fala um pouco mais de tempo antes de desligar. Seu corpo está tenso e ele segura a cabeça entre as mãos.

"O que vai acontecer com Rose?" Pergunto, curioso. Eu sabia que, embora ela tivesse sacaneado com o clube e Chelsea, que a minha garota ainda iria defendê-la. Ela tinha sido manipulada e enganada pelo seu próprio pai. Ela tinha alguma coisa séria acontecendo em sua cabeça, merda que seria necessário um longo tempo em terapia para resolver. Mas ela iria chegar lá. Eu queria estrangulá-la, gritar por colocar Chelsea nessa posição, mas ela foi apenas um peão em um grande jogo de xadrez.

"Ela vai ser interrogada. Descobrir qual foi seu envolvimento." Ele dá de ombros. "Há algo que eu preciso saber?"

"Seu pai era um babaca."

Ele assente. "Anotado."

O tempo parece lento. Eu finalmente me canso de andar pela pequena sala de espera e pego uma cadeira. Minha perna salta nervosamente e eu não posso manter as minhas mãos também. É difícil para eu dizer a mim mesmo que ela pode sobreviver a isso. Até eu sei o prognóstico é fraco na melhor das hipóteses. Meu peito doe e eu quero estar doente.

Ela merecia mais do que isso. Ela quer ser alguma coisa. Ela tem sonhos e aspirações, e está determinada a fazer algo de si mesma, apesar das decepções constantes e dor de cabeça que a a vida tinha lhe entregue. Incluindo-me.

Como eu iria viver quando ela tem o ar que eu respiro? O pensamento de estar sem ela me faz sentir como se eu estivesse sufocando.

As portas que dão para o corredor onde a tinham levado se abrem e eu estou de pé instantaneamente. Os olhos dos médicos encontram os meus e eu posso ver nos olhos deles que não é bom. Eu sinto como se estivesse flutuando enquanto meu corpo se move para frente.

Mas não era isso.

Eu gostaria de saber, gostaria de saber se ela tinha ido embora.

Ele coloca sua prancheta debaixo do braço e respira fundo. "Ela teve uma costela fraturada e um pulmão perfurado. Teve parada cardíaca mais de uma vez e conseguimos trazê-la de volta, mas ela foi levada às pressas para a cirurgia. Nós podemos esperar o melhor, há uma chance de que ela vá sobreviver a isso. Mas a realidade é ela ficou sem oxigênio por um tempo. Se isso afetou seu cérebro não temos certeza."

Tudo começa a girar. "Ela... ela pode ter morte cerebral?"

Seus lábios franzem. "Há uma possibilidade, sim. Melhor caso, seu cérebro é afetado e ela pode ter alguma perda de memória ou precisar de fisioterapia, se isso afetou sua capacidade de mover seu corpo."

Eu tento acenar mas tudo está virando e meu corpo se sente fora de ordem. Minhas pernas cedem, mas eu não caio no chão, alguém pega e me arrasta para um assento. Eu estou lutando para respirar e eu ouço o médico perguntar se eles precisam me ajudar.

"Ele está bem. Está tudo bem." Eu ouço a voz de Harmony e ela aparece ajoelhada no chão na minha frente. "Grandes motoqueiros ruins não desmaiam, Op. Tenho certeza de que está escrito nos Estatutos em algum lugar." Ela tenta sorrir, mas eu posso ver a tristeza em seus olhos. Ela tinha ouvido tudo.

"Sim cara. Você vai estragar a nossa reputação." Eu ouço Kit brincar. Sua mão agarra meu ombro e ele aperta.

"Ela pode estar clinicamente morta." Eu falo.

"O médico disse que ela estará em cirurgia, por pelo menos algumas horas." Harmony diz, com a mão na minha perna.

"Optimus." Eu olho para cima. Deacon de pé atrás de Harmony, o boné na cabeça e uma expressão dura no rosto. "Eu vou precisar que você venha e faça uma declaração e também pegue seus garotos."

"Sim." Eu rosno. Olhando para Harmony e Kit.

Ela estende a mão para tocar o braço de seu Old Man. "Vá com ele. Vou esperar por notícias de Chelsea."

Ele a puxa para perto e pressiona seus lábios nos dela. Eu tenho que desviar o olhar, a dor no meu peito começando a se elevar.

Levanto-me e os meus olhos e encontro com de Deacon. Podemos estar em lados diferentes, mas temos uma coisa em comum que nos uni - queremos vingança por Chelsea.

"Eu vou encontrar uma maneira de dar-lhe um tempo com Marco. Mas você não pode matá-lo." Diz ele enquanto caminhamos para fora.

Havia algumas motos estacionadas lá fora – homens de Kit. Eles balançam suas cabeças e eu reconheço a demonstração deles de apoio. Limpo a garganta, estes podem não serem meus garotos, mas eles eram meus irmãos e tê-los me apoiando me enche de força.

"Não, mas eu vou fazê-lo desejar estar morto."


Capítulo 45

 

Bip.

Argh, aquele barulho.

Bip.

Pare com isso, Deus. Alguém desligue isso!

Bip.

Meus olhos estão pesados e minha boca parece estar cheia de bolas de algodão. Enfio a língua para fora, tentando me livrar do mau gosto na minha língua.

Engasgo.

Por que não vai embora? Eu preciso de uma bebida. De repente, o desejo de água.

"Chelsea?" A voz soa familiar. Ela é importante. Minha mente está alerta. Eu quero abrir meus olhos, eu quero vê-la. "Chelsea está tudo bem. Vou chamar o médico."

Harmony, é Harmony.

Tento dizer o nome dela, mas minha boca não forma o som.

Eu luto contra o peso que paira sobre as minhas pálpebras, mantendo-as fechadas.

Luz lentamente brilha e eu pisco furiosamente, tentando ajustar-me ao brilho. Tudo é tão branco, mas está tudo embaçado, eu só posso ver as formas.

"Ha..." Eu tento falar o nome de Harmony novamente, mas ele simplesmente não sai.

Por que eu não posso dizê-lo? O que está errado com a minha boca?

Sinto uma mão suave na minha testa e eu posso ver um rosto acima de mim. "Shh. Está tudo bem, o médico está vindo."

Doc está aqui? Por que Doc está aqui? Será que eu me machuquei?

O borrão começa a clarear e eu posso finalmente ver o rosto de Harmony enquanto ela está acima de mim. Rímel riscado de lágrimas em suas bochechas. Eu quero perguntar por que ela está chorando, mas não importa o quão duro eu tente eu simplesmente não posso.

Um homem aparece ao lado de Harmony, ele está usando um casaco branco e tem um estetoscópio pendurado frouxamente ao redor de seu pescoço.

Esse não era Doc.

"Oi Chelsea, bem-vinda de volta." Ele sorri para mim.

Onde eu tinha ido?

"Não se preocupe, não tente falar. Eu só vou verificar algumas coisas. Eu quero que você siga a luz com seus olhos." Ele segura uma pequena luz para cima. Eu me encolho longe dela no começo, mas lentamente sou capaz de vê-la quando ele move para trás e para frente. "Isso é ótimo, realmente ótimo."

Viro a cabeça, Harmony está logo atrás dele, seu rosto se ilumina enquanto ela segura um telefone em seu ouvido.

"Eu..." Eu tento falar novamente, mas é apenas ruído. Eu posso ouvi-lo e isso não faz sentido. "Ha..."

O médico limpa a garganta e chama a minha atenção de volta para ele. "Basta dar-lhe tempo, eu sei que é difícil agora, mas deve voltar para você eventualmente."

"O que quer dizer?" Pergunta Harmony, empurrando meu lado e colocando a mão em minha cabeça. Era bom.

"Seu cérebro foi severamente afetado. Parece que ela está lutando um pouco com suas palavras que pode significar que há alguns danos lá." Explica, fazendo anotações em sua prancheta. "Eu vou fazer mais alguns testes se estiver tudo bem? Eu só quero que você balance ou agita sua cabeça quando eu lhe fizer uma pergunta."

Eu balanço a cabeça e ele sorri.

Ele segue os movimentos, testando a sensação em meus braços, pernas e pés. Luto para mover algumas coisas, mas ele diz que o pequeno movimento que eu tenho é promissor. Ele me pergunta sobre os nomes das pessoas e se me lembro de como eu tinha chegado lá.

Eu não lembro. Por mais que eu quebre a cabeça eu simplesmente não consigo lembrar.

Depois de alguns minutos, ele me diz que vai voltar mais tarde e ver se as coisas tinham melhorado.

Harmony puxa uma cadeira ao lado de minha cama e pega a minha mão na dela, eu aperto e ela sorri. "Op estará aqui em breve. Ele teve que estar na igreja essa manhã. Caso contrário, ele não teria ido embora."

Optimus.

Sim, Optimus. Eu preciso dele.

Eu suspiro, sentindo lágrimas em meus olhos.

"Ficamos tão preocupados, Chel." Sua expressão reflete a minha. "Eles disseram que você poderia não voltar, que tinha sido privada de oxigênio por muito tempo."

Eu não sabia o que tinha acontecido, mas, aparentemente, eu tenho a sorte de estar viva.

"Acon-te-ceu." Levo um momento, mas eu finalmente consigo falar a palavra. É difícil e tanto o meu corpo e mente estão se tornando rapidamente esgotado.

Ela olha para mim com olhos tristes. "Rose. Ela era um deles. Ela levou você para o pai dela, Marco DePalma. Ele te machucou."

Eu balanço minha cabeça. Não. Rose era minha amiga. Lembro-me de levá-la ao hospital porque seu pai a tinha machucado.

Blizzard estava lá. Eu podia vê-lo do lado de fora.

"Sinto muito, querida. Eu sei que você tentou ajudá-la, mas ela estava por trás de tudo. Seu carro, a academia."

Doía respirar, mas a dor é nada comparada com o esfaqueamento no meu coração. Ela tinha sido minha amiga.

"Shh," Harmony me acalma, sentindo minha angústia. "Isso não importa agora."

A porta do quarto se abre e eu pulo. Uma dor aguda atravessa meu tronco e eu grito, apertando os olhos bem fechados e tentando respirar.

Sinto suas mãos no meu rosto, uma de cada lado. Ela faz cócegas no meu nariz quando ele toca-o com o seu e o cheiro de couro bate meus sentidos.

Isso era algo que eu me lembrava.

Lembro-me dele, seu toque, seu cheiro, sua aura. Tudo enche meu corpo, fazendo-me sentir quente.

"Pensei que tinha perdido você." A dor em sua voz envia calafrios através de mim, e eu empurro minha cabeça para cima. Meu estômago doe, mas eu preciso dele, eu preciso fazer nós dois sentir alívio.

Eu toco meus lábios nos dele. Eles são macios contra os meus, que estavam duros e rachados. Ele usa as mãos para apoiar minha cabeça enquanto nos beijamos. É leve, quase apenas um toque, mas é tudo, tudo que ambos precisamos ali mesmo.

Eu não tenho certeza do que aconteceu para me colocar aqui, mas eu sei que Optimus tinha passado o inferno por causa disso e eu odiava isso. Eu queria tranquilizá-lo e agora, sem a minha fala, essa é a única maneira que sou capaz de fazer isso.

Eu posso sentir a tensão deixar seu corpo. Ele se afasta. "Pensei que tinha perdido você." Ele sussurra novamente, agonia e emoção grossa em suas palavras. Ele baixa-me de volta no travesseiro.

Abro os olhos novamente. Eu não tenho que vê-lo para me fazer sentir melhor, apenas senti-lo ali é suficiente. Mas sou gananciosa. Quando meus olhos finalmente focam, eu percebo que ele é exatamente como eu me lembrava. Um sorriso suave no rosto. Ele usa seus polegares para afastar a umidade nas minhas bochechas. Olhamos um para o outro, mesmo quando Harmony explica que o médico tinha acabado de nos dizer. Seu rosto parece triste enquanto ela explica sobre a minha fala e movimento limitado.

"Eu... eu... estou o...k."

Ele suaviza. "Sim, Blackbird. Você está."

O médico vem algumas horas depois, seus olhos um pouco arregalados dessa vez quando ele pega o quarto cheio dos membros The Brothers By Blood. Ele realiza os testes novamente, tudo enquanto Optimus está ao meu lado e segurando minha mão. Também verifica a ferida no meu lado, onde um tubo no peito tinha sido colocado para reparar o meu pulmão.

"As coisas estão parecendo melhor. Você vai ter que se esforçar para conseguir seu movimento e fala de volta como era antes, e sua memória provavelmente será nebulosa por um tempo, mas eu posso ver que você tem bastante apoio." Ele olha ao redor e sorri. "Então, eu tenho fé completa."

Optimus sacode a mão quando ele sai da sala e eu sinto um suspiro coletivo de alívio de todos. Eu tenho um longo caminho pela frente, mas eu vou fazer isso.

Eu sorrio para Optimus. "A-mo vo-cê."

Ele parece surpreso por um momento e meu coração acelera. Talvez eu estivesse errada. Poderia lembrar-me de Op e eu transando após o ataque na academia, mas os detalhes ainda estavam distorcidos em minha mente.

Sua mão estende e agarra seu peito, sobre o coração. "Foda-se baby. Nunca pensei que iria ouvi-la dizer essas palavras novamente." Ele se agacha ao lado da minha cama e coloca a palma da mão contra sua bochecha. "Amo você. Pra caralho."

Meu coração incha e naquele momento eu sei que tudo ficara bem. Olho ao redor do quarto, todos os garotos sorriem e Harmony solta um suspiro, apesar de seu sorriso. Kit passa os braços em volta dela e coloca o rosto em seu pescoço.

As coisas estavam prestes a ficar difícil. Haveria terapia e visitas ao médico e sem dúvida lagrimas e um monte disso.

Mas eu tinha Optimus. E eu tinha os Irmãos.

Essa era a minha casa. Eu sabia que esse era o que o destino tinha reservado para mim. Eu posso ter perdido meus pais, mas eu tinha ganhado uma família inteirinha.

"Bem," Slider anuncia em voz alta. "Optimus e Kit entregaram suas bolas. Quem é o próximo?"

Enrolo minha mão em um punho e aponto meu dedo médio.

Risadas preenche o espaço pequeno.

Os olhos de Harmony encontram os meus. "E... ela está de volta."


Capítulo 46

 

"Você vai me colocar para baixo homem das cavernas!" Chelsea reclama enquanto eu a levo estilo de noiva para a porta da frente do clube.

"Mulher, cale-se." Eu rosno.

Olho para ela, sorrindo enquanto ela fica de boca aberta com as minhas palavras grosseiras. "Eu sei que você não acabou de me chamar de mulher."

"Você continua dizendo que eu sou um homem das cavernas, isso é como eles falam." Eu respondo, parando na porta quando Ham apressa-se em abri-la.

"Ok. Retiro o que eu disse. A partir de agora só vou usar palavras como, idiota, bastardo..."

Uma alegria enorme a interrompe enquanto eu entro e ela salta. Meus irmãos e nossos amigos todos aplaudem quando eu ando e coloco-a em uma banqueta. Ela olha ao redor da sala completamente atordoada.

Duas semanas.

Isso é quanto tempo tinha sido desde que Chelsea tinha acordado no hospital. Sua fala havia retornado muito rapidamente após cerca de uma semana de terapia da fala. Mas mesmo agora havia momentos em que era mais perceptível, como quando ela estava cansada ou triste, que seria necessário um pouco mais de tempo para as palavras chegar a ela.

Nós tínhamos passado por um par de intensas sessões de fisioterapia. Foi difícil para eu sentar e assistir a sua luta tão difícil de fazer tais tarefas simples como dar um passo ou captar algo em sua mão. Ela estava retardando chegar lá, mas nós ainda tínhamos um longo caminho pela frente.

Mas foi exatamente isso.

À nossa frente.

Porque eu estaria ali ao lado dela a cada passo do caminho.

Eu observo enquanto as lágrimas brotam em seus olhos. "O-obrigada," Ela murmura baixinho.

Não demora muito para a música aparecer e bebidas começarem a fluir. Essa foi uma celebração de dois tipos. Não apenas pelo regresso de Chelsea para casa, mas também uma celebração dela finalmente ter se tornado minha Old Lady. Digo finalmente, porque, na realidade, todos nós sabíamos que isso é como as coisas deveriam ter sido há muito tempo. Não ia ser qualquer outra pessoa.

Chelsea é onde meu coração está. Ela me faz feliz. Eu poderia ser quem eu queria ao seu redor, e mais ainda agora em torno dos outros. Ela me fez perceber que a vida era muito curta para estar vivendo no passado. Se eu tivesse a perdido, eu teria passado o resto da minha vida lamentando por afasta-la e não passar cada minuto com ela enquanto eu ainda tinha a chance.

Eu tinha cometido erros - erros que mesmo que as pessoas me dissessem várias vezes que não era minha culpa, que eu ainda insistia em cada dia. Mas eu não ia deixar o passado ditar minhas ações por mais tempo.

Chelsea é o principal exemplo disso. Nenhum de nós sabia realmente o que ela passou ao crescer, mas isso é porque ela não sentia que isso era relevante. Ela não deixou que a porcaria e o inferno que tinha sobrevivido tivesse efeito em quem é hoje. Minha garota é forte. Quando foi para o inferno, e sua vida estava desmoronando ela tomou aqueles tijolos e apenas começou a construir algo novo.

"Chelsea!" Eu ouço uma voz suave chamar. Harlyn passa por mim e enrola-se em torno de uma das pernas de Chelsea, outro corpo pequeno sai do nada e fez o mesmo - Jayla. Chelsea ri e coloca uma mão em cada uma das suas cabeças enquanto sorrem para ela.

Jayla tornou-se um elemento permanente em todas as nossas vidas. Seu tempo era compartilhado entre o clube e o apartamento que Lucy compartilha com algumas garotas da X-Rated. Nós ainda não tínhamos certeza de seu futuro, mas havia uma coisa certa, ela tinha roubado todos os nossos corações. E embora não tivesse sido oficial ainda, nós não vamos deixá-la ir sem uma luta. A garota tinha os meus homens envolvidos tão firmemente em torno de seu dedo mindinho, eu estava prestes a começar a chamá-los de minhas irmãs em vez de irmãos. Era ridículo.

Sugar tinha voltado para a casa dela e de Harlyn. Ela estaria embalando as suas coisas e voltando em poucos dias. Eu não tinha certeza o que era que tinha finalmente convencido a ficar, mas eu não me importava. Nós já tínhamos encontrado a casa perfeita para elas em Atenas, e eu estava animado para ter a oportunidade de ver minha filha crescer.

Tirando tijolos quebrados e construindo algo novo.

Eu observo enquanto minha família se aproxima de minha Old Lady e parabeniza por ela ter voltado para casa. Harmony tinha ficado com a gente pelas últimas semanas, apoiando sua amiga através de tudo. Ela quase nunca deixou seu lado e eu estava grato.

Chelsea se mostrava forte, mas eu sabia que por dentro ela ainda estava doendo. Junto com quase perder sua vida, ela tinha perdido uma amiga e honestamente penso que a machucou muito mais do que a dor de seus ferimentos ou terapia. Ela precisava agora, mais do que nunca, ter as pessoas apoiando-a, assim poderia confiar e contar, as pessoas que ela sabia que não iriam se virar contra ela.

Eu observo enquanto o rosto de Chelsea fica imóvel, sua expressão mudando de alegria à tristeza. Eu odeio ver aquele olhar em seu rosto.

Sigo sua linha de visão.

Blizzard, pelo amor de Deus.

Ele estava fazendo a mesma coisa que vinha fazendo nas últimas semanas, deprimido no canto com uma garrafa de qualquer coisa que pudesse colocar as mãos.

Rose não só tinha ferido a minha mulher, mas também o meu irmão. Ele Estava quebrado. Todo mundo sabia que, de todos nós, Blizzard teve dificuldade de aceitar a traição. Era um tema que ele conhecia muito bem. Blizzard era um dos homens mais fortes que eu conhecia. O primeiro a lançar um foda-se ao vento e ficar ao seu lado em uma luta. Não tendo medo de puxar o gatilho quando chegasse a hora. Mas ele também tinha o maior coração e sempre deixava exposto, incentivando a alguém rasgá-lo em pedaços.

Chego mais perto de Chelsea e envolvo meu braço em volta dos seus ombros. Ela se aninha no meu lado. "Você acha que ele vai ficar bem?"

"Eu não sei, Blackbird." Eu digo a ela honestamente.

"Eu acho que há mais acontecendo entre eles do que eu percebi. Eu me sinto tão horrível."

Coloco meu dedo sob seu queixo, fazendo-a olhar para mim. "Se qualquer coisa, eu tenho certeza que você estava mais ferida do que era pelo que ela fez. Não é sua culpa que ela acabe por ser uma cadela mentirosa."

"Sim, mas amigos vêm e vão o tempo todo. Às vezes a vida só lhe dá um tapa na cara ou pontapé nas bolas. E se esse era o seu?"

Eu levanto uma sobrancelha e não posso deixar de sorrir. "Eu não tenho ideia do que significa essa porra."

Ela ri e coloca os braços em volta da minha cintura, abraçando-me um pouco mais apertado. "Eu acho que fui o seu tapa na cara."

Eu rio. "Tudo o que você está falando, tenho certeza de que foi mais como um pontapé nas bolas."

Ela me belisca, cortando o meu riso. "Mulher" eu rosno em advertência.

"Idiota?" Ela diz, batendo os cílios quando olha para mim.

Eu sinto um zumbido no meu bolso e tiro meu telefone. "Salvo pelo gongo."

Ela revira os olhos e se solta de mim. "Claro." Eu beijo sua bochecha antes de precipitadamente sair pela porta mais próxima segurando o telefone na minha orelha.

"Sim" Eu respondo. O identificador de chamadas dizia ligação privada, mas eu sabia quem era. Eu estava esperando a chamada deles.

"Você tem dez minutos para chegar aqui." Isso era tudo o que foi dito antes que a linha ficasse muda.

Fui direto para dentro, tecendo meu caminho através das pessoas. Eu acho Kit e Tally na mesa de bilhar. Harmony está indo para casa com eles amanhã. Eu não tinha dúvidas de que Kit estava louco para tê-la de volta em Troy, mesmo que ele tivesse compreendido sobre as razões dela para ficar por muito tempo. Blizzard ficou sentando em silêncio, mas sua cabeça se anima quando me aproximo deles.

Coloco minhas mãos em cima da mesa, parando o jogo deles. "Vocês estão sóbrios o suficiente para um passeio?"

Kit inclina a cabeça para mim com curiosidade. "Sim."

Tally me dá um aceno de cabeça e Blizzard se aproxima. "Estou indo."

Eu faço uma careta para ele, acenando para a garrafa em suas mãos. "Quanto disso, você teve?"

"Quase nada. Gosto de merda." Ele bufa, colocando a garrafa sobre a mesa de bilhar. Eu olho para ele com suspeitas, mas finalmente concordo.

Olho para Chelsea quando eles me seguem para fora. Ela está rindo, ainda no bar com Harmony, Cam e Slider.

"Você disse a Chel que estávamos saindo?" Blizzard pergunta quando nós jogamos nossas pernas sobre nossas motos.

"Isso não vai demorar muito."

Acelero meu motor e arranco do clube, mal esperando Camo abrir os portões.

Não demora muito tempo para chegar lá. Nós estacionamos em frente ao edifício. Kit olha para mim com agitação. "Bro, um pequeno aviso teria sido bom."

Eu desço e caminho para o beco ao lado do prédio, meus irmãos seguindo de perto, mas nervosamente para trás. Eu estalo meus dedos.

"Estamos prestes a entrar em uma briga? Porque eu tenho um encontro com malditas gêmeas amanhã à noite." Tally geme.

"As mulheres adoram essa merda. Elas podem cuidar das suas feridas." Kit ri.

"Sim! Bom ponto."

"Nós não vamos brigar." Eu digo a eles quando chegamos a uma porta de correr grande. Bato nela.

"Droga." Ele resmunga. Era apenas o final da tarde, mas o ar em torno do lugar era silencioso. "Você acha que poderia apenas me bater uma vez? Talvez me dar um olho roxo?"

Eu ouço um tapa e Tally murmura 'ai' assim que a porta começa a abrir.

A pessoa por trás dela não era exatamente alguém que eu queria ver, mas tinha organizado isso para mim, então eu tinha que dar isso a ele. Deacon fica na minha frente com os braços cruzados no peito. Ele não fala, apenas inclina a cabeça indicando para segui-lo. Não precisamos ir muito longe para encontrar a porta da cela que estávamos procurando.

"Você tem cinco minutos. Então precisa desaparecer." Deacon vira e vai embora novamente.

Tudo bem por mim.

"Isso é quem eu penso que é?" Pergunta Blizzard, de repente animado.

Eu balanço a cabeça. "Eles estão levando-o embora amanhã. Essa é a nossa única chance."

"Foda-se, sim." Blizzard salta sobre seus pés e rola seu pescoço.

Aperto o botão para desbloquear a porta da cela, e Kit e Tally ficam do lado de fora, enquanto Blizz e eu entramos. O bastardo olha para mim e mesmo que tente segurar um olhar vazio, eu posso ver o pânico atingir seu rosto.

"Marco DePalma." Eu cuspo. Ele levanta-se lentamente, sua altura nem de longe da minha. "Você sabe, eu não gosto muito de homens que batem em mulheres."

Dou um passo mais perto, Blizzard, bem do meu lado.

"Minha Old Lady quase morreu por sua causa." Eu rosno, sentindo o impacto de minhas palavras. Ela tinha quase morrido. Quase desaparecido para sempre. Eu Estalo meus dedos novamente. "Eu penso que é justo retribuir o favor."


Epílogo

 

Eu ando até os portões do clube. Se eles me deixassem vê-la seria um sucesso ou tentativa em vão, mas eu tinha que tentar.

Os dois prospects adiantam-se quando penso que iam me interromper. Um está em seu telefone celular, falando baixinho enquanto olha e se aproxima de mim.

"Oi... Eu estava pensando... se posso hum... falar com Chelsea?" Meus pés arrastam no pavimento. Eu tinha traído essas pessoas e colocado todas as suas vidas em perigo.

Eles estavam dentro dos seus direitos para me mandar ir me foder e eu esperava isso totalmente. Mas eu lhes devia um pedido de desculpas e eu estava determinada a fazer isso, não importa o que fizessem para mim.

Eu não tinha certeza de que eu sabia o que dizer para essas pessoas.

Sinto muito, meu pai assassinou seus pais e colocou a culpa no clube? Desculpe-me, eu tentei atrair você para o seu desaparecimento?

De qualquer forma, eu colocar isso, seria inútil. Eles me odeiam e eu não os culpo nem um pouco.

Os portões rangem abertos momentos mais tarde e meu coração salta quando ele sai.

Blizzard.

Seus olhos estão cheios de ódio, mas mesmo assim eu não posso deixar de admirar o homem que ele é. Alto, cabelos claros, queixo e mandíbula quadrada e coberta com uma leve barba.

"Já não fez bastante dano? Voltou para mais?" Ele cospe, suas palavras completamente cheias de desgosto.

Eu me encolho e respiro fundo. Eu só precisava conseguir as palavras. Bastava dizer o que tinha para dizer e então poderia ir embora.

"Sinto muito." Eu sussurro, pendurando minha cabeça. Minha mão balançando, esfrego-a inconscientemente. Era um lembrete dos erros que eu tinha feito. "Eu... Eu só vim aqui para pedir desculpas."

"Porque isso torna tudo bem, certo?" Ele rosna. "Chelsea apenas acabou de sair do hospital, porra. Nós quase a perdemos. Ela nem consegue andar ou falar direito. Pode levar meses para ela voltar a ser como antes."

Eu me sinto doente. Ninguém tinha sido capaz de me dizer como ela estava, e meus primos, Gio, e Rico, não me deixaram ir até o hospital para vê-la. Engulo as lágrimas. Se ela não podia andar ou correr, então isso pode afetar sua carreira? Eu tinha feito mais do que apenas machucá-la. Eu poderia ter fodido toda a sua vida.

O vento sopra em torno de mim e tremo.

"Eu não deveria ter vindo." Eu sussurro, virando-me.

Blizzard ri, mas não é divertido. Não. É sombrio e condescendente. "Você interpreta a vítima também. Todos nós acreditamos. Chelsea estava pronta para lutar por você... eu também estava. Mas foi tudo besteira."

Giro para encará-lo, a raiva dentro de mim queimando. "Eu fui uma vítima! Não fique aí e pense que por causa disso tudo você sabe o que eu passei a merda que eu tenho lutado. Você tem sua família, Blizzard! Você tem um clube cheio de irmãos e pessoas que estão a seu lado em um piscar de olhos. Eu não tinha um... "

"Você tinha a mim." Ele grita, dando um passo para frente e batendo no peito com o punho. "Eu estava lá, Chelsea estava lá. Estávamos lá para te apoiar, e você ainda se virou e fodeu conosco."

"Eu não tive escolha." Eu choro, meu corpo dói e eu quero desmoronar no chão e chorar.

"Todos nós temos uma escolha." Ele diz com firmeza, sua voz agora fria e desprovida de qualquer emoção. "Você fez a sua." Ele cospe no chão. Era como se a minha presença deixasse um gosto nojento na sua boca.

Eu choro. Eu estava na frente dele e vociferei maldito seja com meus olhos, e tudo o que ele fez foi olhar para mim. Como isso não afetasse o mínimo a ele.

Ele estava tão frio.

Foi-se o homem que abriu caminho para a minha vida, me fazendo sonhar com algo melhor. Foi-se o brilho brincalhão que eu tinha visto uma vez em seus olhos quando ele me disse que não iria desistir até que eu fosse dele.

Eu tinha feito ele dessa maneira.

E foda se isso não doe.

Doe, mais do que eu jamais poderia ter imaginado.

Eu o observo quando um carro para no meio-fio atrás de mim. Eu sabia que eram meus primos, Gio e Rico, filhos do tio Anthony.

Eu estava voltando para a Costa Leste com eles.

Meu pai tinha me convencido de que ninguém da minha família me dava à mínima. Ele me manteve escondida deles, enviando-me para um colégio no outro lado do país até que tivesse um uso para mim. Eu sabia para que agora. Ele não queria que eu soubesse que eu tinha família que se preocupava comigo. Meu tio não deu a mínima que eu nasci de um caso com uma dona de casa humilde.

Eu sempre me perguntei por que minha mãe tinha escolhido me levar embora. Levou um longo tempo de busca depois que ela havia falecido para encontrar detalhes sobre meu pai.

Agora eu sabia por quê.

Ela estava me protegendo.

Sempre foi apenas eu e ela, mas eu tinha o sonho de uma grande família. Quando eu descobri sobre os DePalmas, eu estava pronta para fazer qualquer coisa para ser uma parte de uma família tão grande com tanta história.

Marco tinha me dito que eu precisava provar o meu valor, porque meu sangue estava contaminado.

Apenas outra mentira.

Uma maneira de manter-me torcida em torno de seu dedo mindinho.

Olho por cima do meu ombro enquanto ouço os rapazes saírem do carro. Giovanni, o mais velho dos irmãos, franze o cenho quando vê as lágrimas em meu rosto.

"Rosalie, entre no carro." Ele ordena.

Volto-me para Blizzard, ele está observando-os cuidadosamente, com o corpo em alerta máximo.

Eu deveria escutar. Eu deveria entrar no carro e deixá-los me levar embora. Eu não era bem-vinda aqui e tanto quanto eu queria estar lá e pedir desculpas até o meu rosto ficar azul, eu sabia que seria um desperdício de ar. Blizzard nunca iria aceitá-lo. Eu o tinha quebrado e era algo que eu teria que conviver para o resto da minha vida.

Gio e Rico pega o espaço em ambos meus lados. "Entre no carro, Rosalie." Gio repete resmungando.

Meus olhos, em seguida, pega o lampejo do metal brilhante que ele tinha na mão. Meu coração afunda, não. Isso não é como iria acabar.

"Está bem, está bem. Vamos." Eu coloco a mão em seu peito e tentando empurrá-lo, mas ele não se mexe. Seus olhos estão sobre Blizzard e eu poço ver a fúria que está atrás deles. "Gio, não faça isso." Eu sussurro suplicante.

"Só mais um truque, hein?" Blizzard anuncia, segurando seus braços bem abertos. "Quando é que vocês, rapazes vão parar de usar as mulheres para fazer o seu trabalho sujo?"

"Não" Eu rebato. "Nós estamos saindo."

Coloco-me na frente de Gio, minha mão em seu peito. Eu posso ver a promessa de violência em seus olhos quando ele me ignora e continua a encarar Blizzard sobre minha cabeça. Olho para Rico, que está fazendo o mesmo.

Não, não é assim que as coisas iriam acabar. Eu tinha feito o suficiente para danificar este clube como ele é.

"Você levou nosso irmão." Gio zomba. Kenneth tinha sido o mais velho dos filhos de Anthony. Eu não tinha certeza de toda a história, mas pelo que me disseram o clube o havia matado. Mas pelo que eu sabia, isso era apenas mais uma mentira.

"Ele era um babaca. Você deveria me agradecer, agora ele está fora do caminho, você é o próximo na fila para tomar o trono." Blizzard atira de volta. Sua voz agora de volta ao normal quando ele anuncia a morte de meu primo.

"Ele era meu irmão." Gio grita, erguendo a arma.

"Ele tinha um comércio de escravas conhecido para pegar uma das nossas Old Ladies e vendê-la pelo maior lance." Blizzard atira de volta, fazendo-me ofegar. Chelsea não falou muito sobre o que aconteceu com Harmony, mas eu sabia que essa referência era sobre ela.

"Seu clube teve um da minha família." Gio fala devagar, raiva irradiando dele. "Agora eu vou tomar um deles. Sangue por sangue."

"Não!" Eu grito, me jogando sobre Gio e agarrando seu braço quando ele puxa o gatilho.

O tiro sai e eu ouço um corpo cair no chão.

Meus ouvidos começam a zunir. Rico me pega pela cintura e puxa-me para o carro, tudo isso enquanto eu chuto e grito, gritando o nome de Blizzard.

"Não!"

Eu sou empurrada para o banco traseiro do carro, Rico entra depois de mim e Gio atira-se no assento do motorista. Eu posso ver a boca de Rico em movimento, mas eu não consigo distinguir as palavras. Meu ouvido estava perto da arma quando disparou e tudo que eu posso ouvir são zumbidos e estáticas. Mas continuo a gritar.

Pego um vislumbre pela janela enquanto Gio decola em alta velocidade.

A visão faz o meu estômago revirar e minha respiração fica presa em um soluço. "Não" Eu sussurro.

O corpo de Blizzard ficou na calçada.

Todos nós temos um momento em que nosso mundo quebra completamente.

Eu tinha sobrevivido sendo derrotada.

Eu tinha feito isso por meio, apesar de ser dito que eu era inútil e um desperdício de ar.

Eu ainda consegui aguentar isso quando eu pensava que Chelsea - a pessoa que me ensinou o verdadeiro significado da amizade estivesse morta.

Mas, vendo seu corpo deitado ali, foi quando eu soube.

Meu coração tinha sido arrancado do meu peito e ficou exatamente lá com ele, encontrando-se sem vida na calçada.

Meu mundo tinha quebrado. Eu estava quebrada.

E, dessa vez, eu estava além do reparo.narcóticos.

Chelsea passou a maior parte de sua vida correndo.
Era jovem quando seus pais foram mortos e ela foi jogada no sistema como apenas outra estatística. Um lar adotivo após outro, inferno após inferno. Quando as coisas ficaram muito difíceis, seu primeiro instinto foi sair e rápido.
Ela não se importava de ser uma garota do clube.
Quem não quer um grupo de machos alfas possessivos ao seu lado e na sua cama? A liberdade e o estilo de vida lhe permitiram espalhar as suas asas enquanto as regras e os estatutos mantinham todos na fila. Era confortável - seguro.
Mas enquanto a cabeça lhe dizia que estava feliz, seu coração a fazia lembrar constantemente do que realmente queria – O Presidente do The Brothers by Blood MC, Optimus. Ele era um idiota sexy, leal e empurrou os limites de seu corpo e de sua mente. Ele nunca a deixou ultrapassar os limites, mas ela ainda não podia ficar longe dele — ele era viciante.
Optimus tinha apenas uma regra — a família vem em primeiro lugar.
Ele sabia que, às vezes, sacrifícios precisavam ser feitos para manter seguros aqueles que amava. Ele tinha feito isso antes e faria novamente.
Ser Presidente do The Brothers by Blood MC significava que não podia mostrar qualquer fraqueza. Seus sentimentos por Chelsea estavam fora de cogitação, mas até agora ele conseguiu escondê-los e mantê-la ao longo do caminho pensando que a estava protegendo. Bonita, atlética e atrevida, ela não era apenas outra garota do clube, ela era sua garota.
O perigo está se aproximando rapidamente e Chelsea está em sua mira.
É tarde demais para Optimus mostrar a Chelsea como realmente se sente? E quando os segredos são revelados, Chelsea ficará de pé ao lado do homem que quer ou o desejo de correr será mais forte?

 


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Capítulo 1

 

Eu sou uma prostituta do clube.

Nunca faço rodeios ou invento desculpas. Sou o que sou. É o meu momento de maior orgulho? Na verdade não, mas não posso dizer que odeio também.

O trabalho de uma garota do clube é manter os membros felizes. Em outras palavras, estamos lá principalmente para o sexo. Nós também cozinhamos e limpamos, mas se você perguntar para um membro em que uma garota do clube era boa, não tenha dúvidas que receberá uma observação grosseira sobre a vagina ou sobre seus seios.

Eu era propriedade do The Brothers by Blood MC. Algumas pessoas tendem a se ofender com o termo 'propriedade', mas eu nunca vi isso como algo negativo. Sendo propriedade do clube significa que sou importante. Isso significa que o clube precisa de você e irá se esforçar para certificar de que você seja cuidada.

Claro, o que fiz para o clube, muitas vezes fariam outros se encolherem. Eu estou à disposição daqueles homens. Limpo a bagunça deles, cozinho para eles e quando estão com tesão, estou lá para transar com eles.

Não vou tentar fazer isso parecer como se fosse algum tipo de trabalho fascinante.

Alguns nos veem como vadias, prostitutas, e alguns outros nomes. Cada um com seu significado eu suponho, já fui chamada de coisa muito pior. Eu tive que lidar com mais de uma mulher crítica e homens machistas - porque vamos combinar, cadelas e idiotas não estão apenas em clubes de motoqueiros.

Eu prefiro pensar que sou uma mulher solteira, e posso sair todas as noites e foder homens aleatórios que encontro em um bar ou clube, eu tenho um clube cheio de homens que estão dispostos a se preocupar, a me proteger, e pagar a minha mensalidade da faculdade, e o que eu tenho que fazer? Ter relações sexuais e fazer a faxina.

Soa como benefício mútuo para mim.

Eu adoro sexo.

A limpeza – nem tanto.

Eu não me sinto como se fosse negócio de alguém como me conduzo sexualmente. Eu não faço isso na frente de qualquer um que não faça parte do clube, eu não faço com quem não pertence ao clube, e com certeza não falo sobre isso para quem não era do clube.

Quando cheguei aos The Brothers by Blood, aprendi rápido que manter a boca fechada era essencial.

Controle sua boca, mantenha sua vida.

Até agora, eu não tinha reclamações.

"Ei, Chelsea!"

Ouvindo meu nome, viro-me para encontrar Rose correndo atrás de mim. Rose é uma colega de classe - Estamos estudando para a mesma graduação. Ela veio transferida do norte, há algumas semanas, quando seus pais compraram um negócio aqui. Nós tínhamos sido colocadas juntas em um trabalho recentemente e sem Harmony por perto, e o fato de que eu não tinha um ótimo relacionamento com algumas das outras garotas do clube, eu me vi sendo puxada em direção a ela. Foi também um bônus. Ela era incrível, divertida e ótima para conversar.

Ela era a única garota que tinha tentado fazer amizade comigo e não Estava à procura de um caminho para o clube. Muitas garotas tentaram se intrometer da sua maneira, agindo como se fosse minha melhor amiga, mas todas elas queriam era dormir com os irmãos do MC. Bom para eles. Vá em frente. Mas eu não preciso e nem quero falsas amigas.

Eu sorrio enquanto ela corre até mim. "E ai, como vai?"

Ela para ao meu lado e começa a andar quando caminhamos em direção a nossa primeira aula da manhã. "Estava apenas querendo saber o que você pretende fazer Essa noite?"

Eu levanto minhas sobrancelhas para ela, o olhar muito sarcástico.

Ela não segura seu rosto sério por muito tempo, uma risadinha logo escapa. "Está bem, está bem. Pergunta estúpida." Revira os olhos. "Você vai passar a noite com algum motoqueiro macho alfa extremamente atraente que vai adorar o seu corpo como se o mundo fosse acabar amanhã."

Eu rio. "Garota, você devia escrever romances, eu acho que eu acabei de gozar."

Ela zomba. "Não me admira que os homens te amem, eles não tem que colocar qualquer esforço. Bastardos preguiçosos."

Dou de ombros. "Honestamente, você nunca teve relações sexuais até que tenha fodido um grande motoqueiro com uma boca suja."

Isso era outra coisa que eu gostava sobre Rose, ela pode não Estar lutando para entrar no clube e dormir com os homens, mas ela não é tímida sobre sua sexualidade.

"Existem dias ou noites que você Estará livre dos homens sexy com grandes pau e boca suja. Minha família é do tipo bastardos reais e eu não tenho outras boas amigas por perto para ter uma noite com elas." Ela arrasta seus pés suavemente contra o caminho de concreto quando paramos do lado de fora da sala de aula.

Eu não posso deixar de sorrir. Isso é o que eu preciso. Um amigo fora do clube.

Não me interpretem mal. Eu amo o clube com todo meu coração. Mas a realidade da situação é, eu não pretendia ser uma garota do clube para o resto da minha vida. Eu considero isso como apenas uma maneira de me divertir e conseguir passar pela faculdade. Eu Estaria me formando em alguns meses, uma vez que o semestre fosse concluído e, em seguida, eu gostaria de encontrar um emprego - iniciar uma carreira.

Minha ambição era terapia esportiva. Mas eu tenho o conhecimento e experiência para fazer outras coisas com base na aptidão como o treinamento de pessoal.

"Vou ver se posso conseguir uma noite de folga nesse fim de semana?" Eu ofereço, suplicando dentro da minha cabeça que Optimus ou Blizzard estivessem generosos.

O sorriso de Rose se ilumina. "Obrigado! Adoraria. Honestamente, eu preciso sair."

"Sua família realmente é tão ruim assim?" Pergunto enquanto empurro as portas da sala de aula.

Ela suspira. "Exigente, controladores, bastardos autoritários."

"Eu entendi isso!" Soa exatamente com o que eu tenho que lidar no clube.

"Chelsea, eu não Estava esperando você hoje." O nosso professor, o Sr. Davis diz enquanto se aproxima de sua mesa.

Eu faço uma careta. "Desculpe-me. O que?"

Ele baixa os olhos e examina o pedaço de papel que tem em suas mãos. "Eu recebi uma carta da administração, essa manhã dizendo que tinha se retirado dessa disciplina este semestre. Não é esse o caso?"

Olho para Rose, que apenas olha para mim com os olhos arregalados. "Não, isso não está absolutamente certo. Eu nunca..." Faço uma pausa. Há apenas outra pessoa que tem autoridade sobre meu arquivo para fazer isso porque ele pagava minhas taxas. Ranjo os dentes e subo minha mochila um pouco mais no meu ombro. "Eu vou resolver isso hoje e Estar de volta amanhã."

"Eu vou tomar notas para você." Rose me avisa. Dou-lhe um aceno rápido antes de sair rapidamente da sala de aula e ir para o Estacionamento, meus pés batendo contra o caminho com raiva, pensamentos violentos nublando minha cabeça.

Idiota.

Estúpido.

Filho da puta.

Eu ia castrá-lo!

A viagem de volta para o clube foi rápida e bastante instável. Eu aciono minha buzina em mais de uma ocasião, e quase derrubei uma velhinha em uma motoneta.

Eu entro apressada no corredor, em direção ao escritório de Optimus. Eu sei que ele está lá, e ele está prestes a ouvir o quanto eu estou com raiva.

Optimus era o presidente da fraternidade de Atenas do Clube de Motoqueiros the Brothers by Blood MC. O clube era de bandidos do tipo mais sexy. Eles dirigiam Harley, possuíam clubes e bar de strip e eram machos alfas. The Brothers by Blood MC viviam por seu próprio conjunto de regras com liderança e ordem entre eles. Eles eram perigosos, intimidante, e completamente imorais, mas acima de tudo eles se preocupavam com a família e a fraternidade deles.

Eu empurro a porta do escritório aberta com força suficiente que as fotos na parede sacudissem e ameaçassem cair. Optimus pode ser reservado, pensativo e difícil de entender, mas uma coisa todo mundo sabe sobre ele é que ele sempre foi orgulhoso de sua família - sangue e irmãos da mesma forma. E por causa disso, seu escritório Estava cheio de fotos emolduradas. Era como uma galeria de sua vida.

"Quem diabos você pensa que é?!" Eu falo com raiva no pequeno espaço.

Sua cabeça está baixa enquanto ele estuda algum tipo de documento, mas ele levanta apenas os olhos para olhar para mim, seu olhar tão intenso que uma mulher mais fraca teria desintegrado.

"Eu estou prestes a perguntar a mesma coisa, vindo aqui e gritando comigo." Diz ele lentamente, ameaçadoramente. “Posso ter tido meu pau em você, mas não se esqueça com que você está falando."

Eu forço meus pés para ficar colado ao chão e não recuar como Estava lutando desesperadamente para fazer. Eu me preocupava com Optimus e eu respeitava sua posição no clube, mas eu não ia deixá-lo fugir com isso. Era injusto e desnecessário.

Endireito meus ombros. "Você cancelou as minhas disciplinas na faculdade?"

Ele senta-se ereto, tomando seu tempo enquanto dobra seus braços sensuais sobre o peito e estreita os olhos cor de chocolate para mim. "Desde que eu pago por elas, acredito que está bem dentro dos meus direitos." Sua voz era suave e calma como se estivesse me pedindo para desistir — me desafiando.

"Um semestre, Optimus! Nem seis meses e vou Estar no final. Que diabos?"

"Temos problemas fervilhando. Caso você tenha esquecido - é o meu trabalho proteger este clube e as pessoas nele. Eu tenho homens em todos os lugares, e Caleb se foi, sou um homem desanimado. Eu não posso ter alguém com você." Sua voz suaviza um pouco, mas ainda não deixa espaço para discussão.

Nós tivemos algum drama com o clube ao longo das últimas semanas. Minha melhor amiga e ex-garota do clube, Harmony, tinha sido reivindicada por Kit — presidente de outra fraternidade Brothers by Blood MC do Sul. Ela tinha sido levada - a longa história com os comerciantes de escravos e pais abusivos há muito perdidos. Quando os irmãos foram recuperá-la, um dos nossos meninos, Caleb - que foi carinhosamente chamado de Shield – protegeu Kit e perdeu sua vida no processo.

Eu tinha pensado que o drama havia terminado, mas nunca um momento de tédio e tudo isso.

"Optimus, você não pode fazer isso. Estou quase terminando e se você cancelar minhas disciplinas para este semestre, eu vou ter de repetir no próximo ano." Sinto as lágrimas transbordando nos meus olhos. A faculdade significa muito para mim. Eu queria Estar lá. O estilo de vida de garota do clube não era tudo para mim como era para algumas das outras garotas. Elas pretendiam permanecer por perto por um longo tempo, algumas com ambições de ser Old Lady. Outras, apenas com preguiça de sair e procurar um emprego de verdade. Beber álcool de outra pessoa e transar com um monte de homens bonitos e malvados era muito fácil.

Para mim, foi uma forma de preencher o tempo e me divertir, uma maneira de se virar por enquanto que eu Estava me formando. Mas um dia eu queria algo mais.

Eu esperava que o clube ainda fosse uma parte da minha vida, eles haviam se tornado importante para mim. Mas eu não seria uma garota do clube para sempre.

"Já está feito." Diz ele, pegando uma pilha de papéis de sua mesa e concentrando sobre eles.

Bastardo teimoso. Vamos ver como você gosta disso.

"Você paga as minhas taxas em troca do que eu faço aqui no clube." Fiz uma pausa por um minuto, permitindo ficar claro a situação.

Sua testa franze e ele olha de volta para mim com um grunhido. "Chelsea... não estou brincando."

"Você não irá pagar minhas taxas, tudo bem. Vou pegar minhas coisas. Eu preciso encontrar um emprego assim eu posso pagá-las." Eu puxo a porta atrás de mim quando deixo a sala rapidamente.

"Chelsea!"

Ignoro o seu bramido e vou direto para o meu quarto. Havia seis garotas do clube que viviam aqui permanentemente. Onde morávamos era um antigo hotel que os homens tinham reformado a parte de cima. Nós, garotas do clube, cada uma tinha seu próprio quarto no primeiro andar - acesso fácil para os homens. Cada um deles tinha um quarto privado no andar de cima. Às vezes isso parece como um dormitório de faculdade e estou vivendo o sonho molhado de uma garota da faculdade. Consigo uma educação gratuita e transar com um grupo de motoqueiros muito foda com tatuagens.

Infelizmente para mim, existe um motoqueiro em particular, que deixa tanto o meu corpo e minha mente loucos.

Bang! Bang! Bang!

Eu sorrio para mim quando abro a porta do meu quarto para ver, o tal motoqueiro, segurando meu batente da porta e carrancudo.

"Essa merda não é engraçada, Chel."

"Quem está rindo, porra? Desde que você não esteja pagando minhas despesas, eu preciso encontrar uma maneira de fazer exatamente isso. Então, estou saindo para encontrar um emprego." Eu jogo minha bolsa sobre meu ombro e movo para passar por ele, mas seu corpo grande bloqueia a porta totalmente. "Com licença."

Ele vem em minha direção, os olhos queimando através da minha pele, mantendo todos os tipos de promessas por trás deles. Dou um passo para trás enquanto ele continua a vir para mim, me perseguindo. Seu colete de couro do clube encaixado confortavelmente sobre seus ombros e, com apenas uma camiseta sem mangas branca por baixo, mostra claramente as tatuagens complexas que decoram seus bíceps e antebraços com pouco espaço de sobra.

A parte de trás dos meus joelhos bate na cama e eu reajo, minhas mãos estendendo e agarrando em sua cintura para me equilibrar.

Optimus era o rei de intimidação. Ele era tão grande e assustador e ele sabia exatamente como usar essas duas características para conseguir o que queria.

"Você tem alguma ideia em que tipo de perigo você Estaria por sair sozinha, sem escolta?" Ele rosna.

"Eu saí Essa manhã sem uma escolta." Eu protesto, mas assim que as palavras saem de minha boca, eu sei que elas estão erradas. Se as coisas fossem tão ruins quanto parecia, ele não me deixaria sair sem alguém me seguindo. Suspiro. "Quem era?"

"Ham."

Ham era um prospect, um prospect que só t se juntou ao clube a um mês atrás. Prospects tem os empregos de baixa categoria, os que mais ninguém quer e porque eles querem seu emblema tão desesperadamente – nenhum questionamento ou reclamações. Não há um determinado período de tempo que você tem que ser um prospect, é tudo sobre provar a si mesmo e provar sua lealdade ao clube.

"Droga, aquele garoto é bom. Como a porra de um ninja." Eu murmuro. Estar com os Irmãos pelos últimos anos eu aprendi a dizer quando alguém está me seguindo. Apenas mais uma das lições que se aprende quando se é parte do clube, mas se sabe que não vai ter qualquer utilidade para quando sair.

"Nenhum outro trabalho."

E lá Estamos nós novamente.

"Por quê? Você quase não me notou desde que Harmony foi embora. Que importa se eu sair?" Eu o desafio e ele odeia isso.

Ele me vira, controlando meus movimentos e me obriga a andar para trás. A porta bate atrás de mim e eu sou rapidamente forçada contra ela, o corpo de Optimus pressiona firmemente contra o meu. "Não significa que quero que você morra. Você entende os termos perigo e confusão, garota da faculdade? Eu não estou fazendo essa merda para me divertir. Estou fazendo isso para manter a sua bundinha sexy segura."

Sua barba suave fazendo cócegas no meu pescoço enquanto ele acaricia com seus lábios. Apenas com esse movimento, eu quero ceder e ele sabe disso. Esse era meu Optimus. Este era o homem que eu consegui ver que ninguém mais fez. O homem por quem eu tinha uma queda. Eu queria muito relaxar e Estar com ele depois que passou a última semana me empurrando de lado. Mas as negociações tinham apenas começado e eu não Estava prestes a desistir de algo que eu queria e precisava tanto.

"Eu vou fazer algumas aulas on-line, mas há uma que eu não posso. Eu tenho que Estar na aula duas vezes por semana." Eu negocio, respirando pesadamente e deslizando minha mão sob sua camisa. Sigo o rasto leve dos cabelos até seu umbigo, minha mão bem abertas, cobrindo seu abdômen trincado.

Optimus malhava - muito. Ele costumava lutar as vezes antes de seu pai morrer e ele assumir o clube. Agora, ele quase nunca entra no ringue.

Ele belisca minha garganta. "Você não deixa o clube sem um homem. Se a pessoa não estiver disponível, você não vai para a aula."

Estico minha cabeça para o lado, levando-o a continuar. Suas mãos deslizam para o cós da minha calça, me provocando e forçando-nos ainda mais perto. "Está bem, está bem. Combinado."

Ele prova a minha pele uma última vez com um beijo macio e, em seguida, dá um passo atrás. "Bom." Eu estou chocada com a frieza súbita e me afasto do caminho quando ele estende a mão para a maçaneta da porta. "E Chelsea, não se esqueça de quem administra este clube. Eu não vou permitir você falar assim comigo, ou qualquer outra prostituta do clube."

Ele fecha a porta. O estrondo soa quase como um tiro. Poderia ter sido com a maneira que suas palavras cortaram meu coração. Doe e eu quero chorar.

Optimus sempre me fez sentir como algo mais. Ele havia deixado claro que não Estaria me reivindicando, mas ele nunca me fez sentir inútil também. Eu mesmo o ouvi falar com outras pessoas sobre como Harmony e eu éramos mais do que apenas bucetas, mais do que apenas um buraco para foder - que os homens aqui nos amavam e realmente cuidavam de nós.

Agarro minha bolsa na minha mão e atiro-a para o lado. Ela bate na parede com um baque e eu encosto-me à porta do quarto de novo, deslizando para o chão.

Talvez o meu tempo aqui esteja chegando ao fim.


Capítulo 2

 

Quando isso vem de Chelsea, eu perco todo o autocontrole.

Eu tinha passado a última semana fazendo todo o possível para manter a minha distância dela. Eu tinha passado um tempo no clube de strip. Tentei me entreter com Lou Lou - uma das outras prostitutas do clube. Eu mesmo passei algumas noites com minha própria mão maldita, esperando que tudo e qualquer coisa aliviasse a falta dela.

Porra inútil.

Eu estava preso a ela.

E eu não tinha ideia do que diabos eu ia fazer sobre isso.

Em alguns dias Sugar Estaria aqui com Harlyn - meu orgulho e alegria, a minha menina. Eu não tinha certeza de como Chelsea iria reagir a essa surpresa, mas eu sabia que não ia ser bom. Eu não a culpo. Eu nunca tinha prometido a ela qualquer coisa e como nós nunca tivemos uma relação exclusiva, não era desconhecido que eu tinha sentimentos por ela, que foi mais longe do que apenas sexo. Ela era linda, engraçada e todos os tipos de bobagem, mas eu porra adorava isso. Ela me fez sentir bem, ela me fez sorrir. Eu poderia ser eu perto dela, não tinha que ser 'Optimus o presidente do clube’ que não só tinha que se preocupar com si mesmo, mas cada pessoa que fazia parte do MC.

Eu pego a porta do meu escritório aberta e bato-a contra a parede, assim como eu tinha acabado de repreender Chelsea por fazer.

"Tendo um dia ruim, Pres?"

Eu fecho a porta antes de enviar um olhar afiado para o meu vice-presidente, Blizzard.

"Caia fora da minha cadeira, filho da puta."

Ele Estava reclinado na cadeira, seus sapatos de merda apoiado sobre a mesa na frente dele e seus dedos entrelaçados atrás da cabeça como se não tivesse uma preocupação no mundo. Blizzard era um dos mais tranquilos dos caras que eu já conheci - o homem perfeito para ser o meu VP.

Ele me equilibrava.

As pessoas me viam como sério, assustador e intenso.

Era verdade. Eu era todas essas coisas. Mas eu nunca costumava ser.

Eu tinha um inferno que ardia dentro de mim. Era apenas brasas agora. Meu fogo, minha luz - essa merda tinha sido encharcada anos atrás. Eu tinha perdido meu pai, e a garota que eu pensei que iria passar o resto de minha vida, ambos dentro de uma semana. Um, porque eu coloquei o meu amor por uma mulher antes do meu clube, e o outro, porque uma vez que o fogo estava fora, as brasas que queimavam eram apenas o suficiente para alimentar a minha vingança. Não havia mais nada para ninguém.

E para ser honesto, eu não tinha certeza de que havia até agora.

Eu tinha cometido erros na época, e seria um dia negro no inferno antes de repeti-los.

Dou a volta e empurro os pés de Blizzard da minha mesa. Eles pousam com um baque no chão e ele usa o impulso para deslocar o corpo da minha cadeira.

"Então, eu vou tomar isso como um retumbante sim?"

"Vá dar um passeio." Eu murmuro enquanto tomo o meu lugar novamente.

"Você realmente cancelou suas disciplinas da faculdade?" Eu aperto meu punho e olho para cima. Blizzard está em pé no centro da sala, com os braços cruzados sobre o peito. Ele tinha uma expressão extraordinariamente severa no rosto. Eu não lhe respondi, mas ele não precisou. Ele obviamente tinha ouvido tudo. "Chel é diferente, Op. Você sabe disso, eu sei disso, todos os garotos sabem disso, porra. Ela é sexy como o inferno e mais esperta do que sua puta média do clube. O que você está tentando fazer?"

Eu bato meu punho na mesa, mas Blizz nem sequer pestaneja. "Eu estou protegendo-a, assim como eu estou tentando fazer para todos os outros idiotas daqui. Temos a Máfia atrás de nós. Ou todo mundo continua se esquecendo disso?"

"Protegendo-a ou forçando ela a ficar? Você acha que se forçá-la a refazer as disciplinas ela vai estar por perto um pouco mais de tempo."

Eu aperto meus dentes.

Eu quero me levantar e socá-lo no rosto. Mas o que ele diz é a verdade. Mantive dizendo a mim mesmo que fazia isso porque a estava protegendo - que não permitir que ela deixasse o clube estava em seus melhores interesses. Mas eu sabia... Eu sabia que, logo que terminasse a faculdade iria embora, encontrar uma maneira de usar seu diploma e eu sabia que não Estava pronto para deixá-la ir.

Eu não sabia se alguma vez estaria pronto para deixá-la ir. Mas, tanto quanto eu Estava preocupado, estar comigo só iria trazê-la ao perigo e pensando em perder ela também foi o suficiente para me quebrar.

Eu me forcei a ficar longe dela na última semana. Tivemos um intruso no clube. Um dos próprios da Máfia. Target tinha alcançado Harmony e a colocou no pior tipo de problema quando tentou derrubar o clube usando o que chamou de um dos nossos maiores pontos fracos, nossas mulheres.

Enquanto eles valorizavam a família, as mulheres dentro da máfia italiana eram sempre para serem vista e nunca ouvidas. As coisas eram um pouco diferente com as mulheres dentro do clube. Claro que tínhamos as prostitutas do clube, as strippers, e acompanhantes, mas quando nós nos preocupávamos com uma mulher, nós a estimávamos e honrávamos como ela merecia.

O bastardo tinha nos informado de seu plano, incluindo o fato de que ele sabia dos meus sentimentos por Chelsea e que ela era o objetivo original antes de Harmony ficar no caminho de seus planos. Não só isso, mas mesmo que ele não colocasse o plano em pratica, ainda estaria no lugar, mais o bônus deles vindo para vingar sua morte.

Acabei com Target, mas não antes que Harmony tivesse jogado suas frustrações sobre ele com um taco de beisebol.

"Você precisa se aprestar e escolher, Op." Blizzard diz, balançando a cabeça. "Você sabe que ela ficaria no segundo que você apenas admitisse o que sente por ela."

"Ela já está no radar do DePalma. Nós não sabemos quem está nos observando. Eu preciso mantê-la o mais longe possível de mim. É a única maneira que ela poderia possivelmente possa ser deixada em paz."

Ele balança a cabeça novamente e se dirige para a porta. "Legal, eu vou ver se ela quer vir para o meu quarto então. Talvez isso irá confundi-los ainda mais."

Basta ouvi-lo dizendo às palavras que quero vomitar e esmagar sua cabeça. Eu aperto meus lábios e agarro o lado da minha mesa tão forte que penso que realmente podia desmanchar em minhas mãos.

"Você é um babaca."

"E você é um idiota."

Tudo o que eu posso fazer é olhar quando ele fecha a porta atrás dele. Eu sabia que ele não estava indo atrás de Chelsea. Blizzard não era só meu VP, mas ele também era meu melhor amigo. Por mais clichê que parecesse, muitas das vezes ele me conhecia melhor do que eu me conhecia, como tinha acabado de comprovar.

Minha cabeça me disse que eu estava fazendo a coisa certa. Sendo associada comigo deixava ela exposta. Pessoas iriam selecionar ela, para que eles pudessem chegar a mim então eu a afastei, mantendo-a longe. Eu deveria deixá-la sair do clube, mas então meu coração joga na justificativa de que eu não posso suportar a ideia de não tê-la por perto.

Eu estou rasgando-me em dois – uma fenda irregular dividindo-me.

Eu sei que há estou machucando.

Eu estou me machucando também.

Um dia as coisas iram romper completamente, e eu ficarei com uma decisão a tomar. Dizer a ela como me sinto e arriscar que alguém a leve de mim para sempre, ou deixá-la sair e esmagar nós dois, mas mantê-la segura.

Olho à minha esquerda e encontro a foto de meu pai tão orgulhoso do lugar no centro da parede do meu escritório.

"Eu queria que você estivesse aqui." Eu sussurro. "Porra, eu queria que você estivesse aqui."


Capítulo 3


Meus pés batem no pavimento duro, a tensão no meu corpo fazendo o seu caminho para fora através de meus pés. Eu forço minhas pernas a se mover, batendo-lhes de vez em quando para a calçada, empurrando-me para frente.

A música eletrônica toca alto em meus ouvidos e me permite manter um ritmo perfeito, a música me direciona, não me permitindo abrandar. Minhas pernas queimam e meu peito arfava, mas eu pressiono.

Era apenas dor.

A dor pode ser superada. A dor pode ser conquistada.

Eu preciso correr.

Desde que eu era jovem, a corrida tinha sido o que eu sabia. Eu corro para escapar e quando preciso de espaço, eu encontro prazer nele. A única coisa nesse ponto e tempo é que precisava me preocupar era estar forçando um pé na frente do outro e empurrar meu corpo para frente. Sempre em frente. Eu nunca olhar para trás.

A voz de minha mãe ecoa na minha cabeça.

"Não pare de correr. Não importa o que. Nunca pare. Não pare de correr."

"Mas mamãe..." Funguei, segurando seu vestido enquanto ela me levanta e me passa pela janela. Havia vozes altas na outra sala, uma das quais eu reconheci como a do meu pai. Um tiro ecoou alto parecia vir da cozinha.

"Corra Chelsea, corra."

Dei um último olhar em minha mãe, seus olhos me implorando para me mover. Fechei os olhos com força, espremendo para fora as últimas lágrimas e me virei. Eu segui a floresta atrás de nossa casa, passando pela cerca, assim quando eu ouvi o segundo tiro ecoar pela noite escura.

Eu não parei de correr.

Eu nunca parei de correr.

Não me lembro muito sobre minha vida antes daquela noite. Às vezes eu gostaria de ter mais memórias - memórias de uma família que me amava, memórias de pais que estavam dispostos a me dar o mundo. Achei que era a maneira da minha mente proteger-me, bloqueando o bem por isso não me faria fraca, então eu não poderia pensar sobre o que eu poderia ter tido. Pena que não tinha sido capaz de me proteger dos anos da minha vida que se seguiram.

Imagens de meus pais passavam através dos meus olhos, seguido de perto os rostos dos numerosos pais adotivos que vieram depois.

Álcool, drogas, armas, morte.

Apenas fuja deles, eu dizia a mim mesma.

Eu queria entorpecer tudo. A única coisa que eu queria sentir era meu coração batendo e meus músculos queimando.

Avistei o clube à frente e aumento mais o ritmo. Meus pulmões gritam por ar e os todos os músculos do meu corpo gritam para eu parar enquanto eu corro em direção aos portões da frente do complexo. A canção em meus fones de ouvido foi rapidamente esquecida, a única batida agora era o baque dos meus tênis contra a calçada de concreto e a batida irregular do meu coração enquanto batia contra o meu peito.

Eu bato na cerca de arame com um ruído alto e a agarro, meus dedos enlaçando através dos amplos espaços em forma de diamante. Por pelo menos um minuto, eu fico assim. Agarrando sobre o muro maciço com grande esforço enquanto minhas pernas lentamente descansam.

"Você está bem, Chel?"

Pisco através do suor que agora está ardendo meus olhos para encontrar Ham que tinha saído dos portões e está olhando para mim como se eu tivesse perdido a cabeça.

"Bem... apenas... pegando... respiração..." Eu consigo falar. Ele franze o nariz enquanto seus olhos me investigam, mas finalmente concorda e dá um passo atrás para seus deveres de guarda.

Ham era um cara doce, mais velho do que os outros dois prospects com vinte e três anos, um início tardio você poderia dizer. Seu nome completo era Hamlet. Os membros inseridos foram ter um dia de campo com ele desde que ele se juntou. Eu acho que seus pais eram ambos majores ingleses com um amor estranho por Shakespeare, ele também tinha uma irmã chamada Ophelia e um irmão chamado Romeo. Ele sorria e suportava isso embora e até agora ele parecesse um bom rapaz.

Senti meu coração finalmente acalmar e o ar começa a fluir mais livremente em meus pulmões. Eu endireito meu corpo, minhas pernas tremendo e deslizo através da pequena abertura no portão onde Ham está de pé com outro prospect, Neil. Era apenas um espaço suficiente para passar um corpo, mas não um carro ou mesmo uma bicicleta em questão. Eu levanto minha mão apenas para dizer oi e continuo para o clube.

Eu subo para a plataforma e empurro as portas dobráveis ao lado da sala principal. Eu faço uma careta para as garrafas que estão espalhadas ao redor da festa da noite passada. Eu desejava que esses caras aprendessem a recolhê-las ocasionalmente. Tanto quanto eu adorava lá, às vezes, era mais como uma casa de fraternidade cheia de adolescentes, ao invés de um clube cheio de homens adultos.

Eu bufo, forçando minha mente para ignorar isso por agora e verifico a hora no meu relógio. Eu estou no café da manhã. Era pouco depois das seis, e um monte de homens acordavam cedo, mesmo com a quantidade de álcool que consumiam algumas noites.

Eu vou para meu quarto e tomo um banho de dois minutos, apenas o suficiente para lavar o suor que se agarrou ao meu corpo, visto uma calça track de cintura baixa e uma blusa curta mostrando a barriga. Com o verão basicamente desaparecido e o outono mostrando a sua cara, o tempo estava naquela fase estranha as vezes quente, as vezes frio. Ligeiramente irritante quando se está escolhendo o que vestir para o dia. Acho que é mais fácil pegar um moletom e amarrá-lo em minha cintura, para se sentir frio, do que usar shorts e precisar voltar para o meu quarto e colocar algumas calças quentes.

Não apenas uma cara bonita, certo?

As garotas do clube se revezam com as tarefas diárias. Funciona para nós e isso significa que, com tudo dividido uniformemente, tínhamos ainda a maior parte do dia livre.

Café da manhã para mim era fácil, os homens precisavam de opções diferentes por causa de preferências e porque alguns ocasionalmente estavam em dietas de treino rigorosos para manter seu corpo na forma ideal. Não era uma exigência do clube ter um corpo ótimo e ser de boa aparência, mesmo que você pensasse assim só de olhar para eles. Era, no entanto, esperado deles, pelo menos, parecia de acordo com eles mesmo.

Eu rapidamente começo a trabalhar – assando, fritando, misturando e derramando. Ovos, bacon, batatas fritas, salsichas, cereais, torradas, e café – aqueles homens precisavam de café.

Eles encheram a grande sala de jantar de forma constante. Havia uma mesa para as comidas para eles pegarem sua comida e, em seguida, um conjunto de mesas e cadeiras espalhadas ao redor, com a cozinha logo atrás de duas grandes portas giratórias. Por causa da velha instalação do hotel, era perfeito. Eu assumi que essa era onde os hóspedes do hotel vinham para o café da manhã e talvez até mesmo almoço e jantares.

Pego um prato de comida enquanto observo os membros e garotas do clube entrarem e saírem. Um monte de garotos me agradece com um beijo na cabeça, eles podem ser motoqueiros durões, mas mesmo eles sabem não morder a mão que os alimenta. Eu coloco um pedaço de bacon na minha boca quando Optimus atravessa as portas com seu braço firmemente ao redor Lou Lou - outra garota do clube.

Eu quase engasgo. Ambos olham em minha direção, mas pelo menos ela teve a decência de me lançar um piscar de olhos dizendo 'Sinto muito'. Eu não a culpo. Nós não éramos para dizer não aos homens, a menos que nós nos sentíssemos inseguras ou tivéssemos uma boa razão, mas eu tenho certeza que ela não Estava exatamente decepcionada. Optimus era sexy, forte, e sabia o caminho para o quarto.

Enquanto eu estive com o meu quinhão de homens, há um que lentamente começou exigindo meu tempo muito mais do que os outros. Nosso grande presidente.

Optimus é sério e severo e administra o seu clube como ele monta sua Harley – firme e com um propósito. Ele é um líder justo, mas os irmãos sabem não foder ao redor com ele, porque ele pode ser mortal. O Optimus que vi atrás das portas fechadas era meu favorito. Ele poderia ser encantador, doce e engraçado.

E, oh, quando sorri, Jesus!

Infelizmente, algo ou alguém o tinha quebrado e ele me distanciou apenas perto o suficiente para tocar meu coração, mas longe o suficiente para não me deixar ver o que está no seu.

Eu sinto um tapinha nas minhas costas enquanto eu engasgava com o pequeno pedaço de bacon e observo eles pegar comida.

"Você não deve deixar isso incomodá-la." Eu sorrio e olho para Leo. Ele tinha recentemente cortado o cabelo e sua juba espessa agora Estava muito curto como se ele estivesse indo para o exército. Eu tinha que dizer, eu adorei.

"Eu estou bem." Eu forço um largo sorriso e estendo meus braços para pegar a criança que ele segurava. Harmony e eu tínhamos ajudado a criar a menina de Leo, Macy, quando sua esposa morreu no parto. Eu ainda tentava ajudar quando podia, mas a cunhada de Leo a levava por horas durante o dia, então eu não tinha tanto tempo com ela como eu costumava fazer. Ela ainda estava vestindo seu pijama e esfregando os olhos, mas estendeu os braços para mim. Leo riu quando eu a pego e ela aconchegasse ao meu pescoço, chupando o dedo em sua boca.

"Querida, você pode vir para minha cama a qualquer hora. Pres é um idiota que não sabe o que tem quando isso está bem na sua frente." Leo sorri.

Leo era o tipo sexy e bom de cama. Não bom, ótimo. Mas desde que Optimus começou a tomar a maior parte do meu tempo, um monte de outros homens pararam.

Desde que Harmony e Kit foram embora na semana passada, as coisas têm sido diferentes. Optimus estava me evitando. Eu podia sentir isso e com ele aparecendo essa manhã com o braço em torno de Lou Lou, suas intenções eram claras.

Coloco Macy no chão e vejo quando ela rapidamente cambaleia para o irmão mais próximo que não hesita em pegá-la no colo. Aqueles homens sexy, fortes e assustadores tinham um ponto fraco – as crianças deles. Nem todos eles viviam na sede do clube e alguns até tinham emprego fora do clube. Alguns tinham filhos - alguns até mesmo netos em casa. Família tinha um papel importantíssimo na vida do clube.

Viro-me para Leo. "Sua cama está livre essa noite?" Eu mordo meu lábio. Os olhos de Leo arregalam ligeiramente como se não fosse aceitar sua oferta, mas emoção logo brilha neles. Ele estende a mão e engancha seu dedo no cós da minha calça, puxando meus quadris em sua direção.

Roça seus lábios contra meu pescoço eu suspiro, apreciando o toque suave. "Macy vai para a tia em uma hora. Encontre-me no meu quarto." Sua voz era firme e severa, não deixando espaço para argumentos e isso era exatamente como eu adorava. Meu estômago se agita. Não é da mesma forma que faz quando as palavras vinham de Optimus, mas ainda mais do que suficiente para encharcar minha calcinha onde eu estava.

"Sim senhor."


Capítulo 4

 

Eu não tinha vestido muito, era bastante inútil quando você sabe que está indo apenas tirar tudo novamente. Eu tinha vestido uma minissaia jeans sexy com rasgados no tecido e uma blusa decotada verde esmeralda que faz meus seios parecerem impressionantes. Eu também coloco um par de saltos apenas por diversão. Eles são os meus favoritos e custam mais que botas – cowboy estilo ankle boots com algumas pequenas correntes e tachas. Eles ficaram perfeitos com a minha saia e fizeram minhas pernas parecerem fantásticas. Eu mesma verifico no espelho.

Eu iria transar comigo.

Meu corpo está animado com o pensamento de ficar com Leo na cama, mesmo que meu coração estivesse um pouco apertado. Eu puxo meus cabelos para o lado e corro meus dedos por ele.

Eu, como a maioria das meninas lá fora, tinha um amor por contos de fadas. Eu perdi meus pais quando eu era criança, com apenas seis anos, e desde então eu mudei de lar adotivo para lares adotivos, não passando muito tempo no mesmo lugar. Nem todas as casas que eu tinha sido colocada foram tão ruins assim. Mas muitas realmente tinham superado havia até mesmo umas pouco agradáveis. Havia drogas, bebidas, abusos.

O que me salvou de voltar para drogas ou álcool ou apenas desistir de tudo? Eu corria.

Eu gostava de correr. Sentia-me livre, sentia-me como se nada mais importasse exceto colocar um pé na frente do outro, cortando o ar, sentindo meu corpo queimar.

Correndo como uma forma de exercício tinha sido sempre uma parte de mim. Eu acho que estava marcado em meus genes. Minha mãe era uma maratonista na escola e meu pai era zagueiro na equipe de futebol da escola.

Lembro-me de quão competitivo eles foram.

Eu ri, olhando da varanda enquanto minha mãe provoca o meu pai.

"Vamos, David! Eu dei três voltas em você, simplesmente desista!" Ela grita, rindo como se pudesse continuar a correr durante toda a noite. Algo que eu sabia que ela faria se isso fosse preciso para provar que era a melhor.

"Nunca!" Meu pai balbucia. Eu vejo o momento em que a ideia cruza seus pensamentos e ele desvia-se do habitual percurso marcado e dispara cruzando o centro para o lado oposto, onde minha mãe estava desavisada.

Ele segura seu dedo à boca com um sorriso, gesticulando para eu não avisar o que ele estava prestes a fazer. Cubro minha boca com a mão, mas os risos aparecem da mesma forma. Mamãe olha para mim com curiosidade, mas já é tarde demais, meu pai tinha erguido ela do chão, colocando seu braço sob os joelhos dela, o outro em torno de suas costas.

Ela grita, mas rapidamente se transforma em risos. "Ponha-me no chão seu perdedor! Chelsea! Você estava assistindo. Eu venci!"

Meu pai coloca-a no chão e começa a fazer cócegas nela. Eu rio junto com minha mãe enquanto corro pela varanda e desço as escadas, minhas perninhas me levando rapidamente através do quintal. A grama parece fantástica entre os dedos dos pés e a leve brisa de primavera deliciosa contra a minha pele.

Eu mergulho em cima deles, todos nós caímos no chão, um coro de risadas enchendo o ar quente.

Eu tinha que sorrir, mesmo quando as lágrimas queimavam em meus olhos. Meus pais estavam sempre brincando, e não importa quem ganhasse ou quão competitivo era, o amor de um pelo outro era tão forte que nunca importou.

Corrida tinha sido a paixão deles, e agora era a minha. A diferença era que a sensação de liberdade que eu tenho de correr logo se mudou para outras partes da minha vida. Eu comecei a usá-la para escapar das casas ruins e oprimidas que eu fui colocada, e até mesmo algumas das boas. Fugir tornou-se a norma. Minhas famílias adotivas logo ficavam irritados com isso e exigiam que eu fosse transferida para outro lugar. Então, logo que algo de ruim acontecia eu repetia o processo.

Perder os meus pais tinha sido traumático. Tinha me esmagado. Mas eu nunca diria que arruinou a minha vida. Sim, eu venho de um passado bonito de merda e tive um momento ruim. Mas eu tinha feito mais disso, e, no final, tanto quanto eu estava preocupada eu iria sair por cima.

Eu era uma espécie de Cinderela.

Eu me olho mais uma vez no espelho, cabeça aos pés e de novo. Um pequeno sorriso aparece quando eu pego meu reflexo.

Como Cinderela, mas com melhores sapatos.

Deixo meu quarto e subo as escadas. Leo era o Sargento das Armas, então ele tinha um quarto muito grande no andar de cima ao lado dos outros dirigentes de clube. Membros normais do clube tinham quartos muito pequenos e banheiros compartilhados. Bati na porta e esperei, mas não ouvi nada. Eu tinha lhe dado um pouco mais de uma hora, o suficiente para entregar Macy e voltar para o seu quarto. Eu fiz uma careta e bati novamente.

"Ele não está aí."

Eu aperto meus olhos fechados, a voz sozinha enviava arrepios pelo meu corpo, mas eu sabia que uma vez meus olhos caindo sobre ele eu iria desmoronar.

"E como você sabe que ele não está aqui?" Pergunto, sem me preocupar em virar.

"Porque eu o mandei para X-Rated para verificar algumas coisas para mim."

Eu o sinto mover-se atrás de mim, seu corpo tão grande que ofusca meu pequeno corpo. Eu engulo com força. "São 9:00, não há ninguém no X-Rated."

Seu hálito quente atinge a parte de trás do meu pescoço e dois braços fortes me enjaulam contra a parede. "Eu sei."

Desejo aquece minha barriga, mas antes que possa assumir, a raiva cresce em mim. "Então, se você não se importar, eu tenho o trabalho da faculdade para fazer." Eu falo bruscamente.

Um pequeno grunhido retumba no meu ouvido. "Você não estava ocupada demais para ele."

Giro rapidamente, finalmente o encarando. Optimus pode ser intimidante, inferno quem eu estava enganando, ele poderia ser assustador como o inferno. Mas eu também sabia que ele não iria me machucar, pelo menos não fisicamente.

"Ciúme não parece bom em você, Optimus."

Um punho bate na parede ao lado da minha cabeça e eu solto um grito agudo enquanto cubro minha cabeça. Depois de um momento, eu movo meu braço e arrisco um olhar para o motoqueiro com raiva, sexy de pé em cima de mim. Irritado era um eufemismo. Eu poderia basicamente ver o vapor saindo de suas orelhas. Ele tinha apenas seu colete sobre seu torso nu. Seus braços incharam quando ele cerrou os punhos e se inclinou mais perto.

"Não me irrite, Chelsea. Você não vai gostar do resultado." Sua voz era firme e definitiva, mas eu tive o suficiente. Eu abaixo pelo seu braço e me afasto.

Olho para ele. "O que quer dizer em ter o bolo e comê-lo também?" Eu recuo na direção da escada, meus saltos batendo alto no chão de madeira do corredor e quebrando o silêncio. Seu rosto suavizou quando ele me soltou, e uma emoção que eu só poderia descrever como dor atravessou seu rosto.

Puxo meu celular do meu bolso enquanto fujo pelas escadas. Ele toca e toca.

"Ei garota." Rose atende quando estou prestes a desistir dela. Normalmente eu teria ligado para Harmony, mas ela e Kit tinham a mãe dela Helen com eles para o fim de semana e eu sabia que sentia falta dela como uma louca.

E realmente, essa merda não é nada de novo. Optimus e eu estávamos jogando este jogo estúpido por muito tempo. Desde que eu entrei para este clube, ele segurou meu tempo. No começo, ele não se importava que eu fosse ver os outros homens também, mas, eventualmente, ele começou a ficar com raiva se ele descobrisse que eu estava com eles. Eu não me importava, eu estava com Optimus quase todas as noites, a menos que ele estivesse fora em uma corrida. Eu quase nunca passava um tempo no meu próprio quarto.

No começo eu adorei, porque ele era tão calmo e misterioso. Ele exigia muito de mim, seu poder e autoridade me levavam a uma vantagem de prazer sexual que eu nunca tinha experimentado antes. Ele também tinha um corpo como um deus grego do caralho.

Uma vez que tínhamos começado a passar mais tempo juntos, eu aprendi que havia mais dele do que eu pensava. Ele era sarcástico, ele me fazia rir e seu sorris... iluminava o quarto. E inteligente, Deus, ele era tão inteligente. O homem conhecia números como ninguém mais. Ele era como andar e falar com uma calculadora.

Eu sabia que ele não deixava muita gente perto. Seus irmãos olhavam por ele e ele era leal a eles, sem uma falha. Mas não muitos outros conseguiram ver o lado dele que sua família via.

Harmony e eu costumávamos desgasta-lo. Eu não acho que ele esperava que nós duas entrássemos pelas portas do clube. Onde prostitutas do clube são geralmente vistas como cadelas ambiciosas, quem iria empurrar a sua própria mãe de um penhasco para ser chamado de Old Lady. Éramos ferozes, éramos independentes, e enquanto seguíamos as regras bem, nós não levávamos desaforo de ninguém. E isso é exatamente o que eu estava a ponto de lhe recordar.

"Então, você ainda quer sair à noite?" Pergunto a Rose enquanto caminho para o meu quarto e começo a pesquisar através de minhas gavetas por um equipamento assassino para usar.

"Espere, sério?" Ela pergunta. "Quer dizer que você está deixando de lado os pedaços sexys de homens por mim?"

Eu rio. "Querida, eu posso me livrar deles a qualquer momento. Você e eu estamos saindo!"

"Obrigado Senhor. Eu preciso muito disso." Ela suspira baixinho, quase como se não estivesse falando comigo.

Eu aço uma careta. "Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, estou ótima! Apenas um pouco estressada."

"Bem, então vamos começar. Mande-me uma mensagem com seu endereço, estou chegando."


Capítulo 5

 

Observo ela sair pela porta, mochila pendurada no ombro e saltos fazendo barulho no asfalto lá fora. Sexta-feira a noite era geralmente uma grande noite no clube.

Onde diabos ela estaria indo?

"Prospect." Eu grito para ninguém em particular, mas devia haver pelo menos um prospect de merda ao alcance da voz.

"Sim, Pres?" Ham anda na minha direção prontamente. O garoto estava se tornando útil. Ele conseguia ser capaz de se manter observando Chel sem que ela percebesse e com a tempestade de merda vindo, isso era essencial.

"Observe Chelsea. Eu não tenho certeza de onde ela está indo, mas você vai observa-la como um falcão. Qualquer sinal de perigo me ligue imediatamente."

"Sim, senhor!" Ele corre rapidamente sem perguntas. Sim, o garoto se encaixaria bem quando ele terminasse seu tempo.

"Você chamou, Pres?" Outro pergunta, caminhando casualmente.

"Muito lento, idiota. Vá limpar a porra dos sanitários."

"Hum... as garotas do clube geralmente não limpam?" Ele pergunta, olhando para mim sem expressão.

"Então coloque a porra de uma saia, talvez um dos rapazes transe com você mais tarde. Apenas faça isso, porra!" Rosno, estalando meus dedos enquanto ele corre passando por mim.

Ele para na porta do corredor. "Você estava brincando sobre a saia... certo?"

Cerro os punhos e ando em sua direção.

"Deixa pra lá! Eu entendi!" Ele sai correndo.

Idiota do caralho. Era esse o futuro do meu clube? Deus nos ajude.

Puxei meu telefone do meu bolso. Sugar e Harlyn chegariam amanhã de manhã. Sugar tinha enviado mensagens de texto para dizer que elas estavam embaladas e prontas e que Harlyn mal podia esperar para me ver. Eu estava morrendo de vontade de vê-la também. Eu só tenho uma ou duas semanas, por ano para passar com ela, mas tento conectar através de telefonemas e Skype várias vezes possíveis.

O meu relacionamento com Sugar era difícil de explicar. Nós ficamos juntos quando jovens. Ela não era uma garota do clube. Muito pelo contrário, na verdade. Seus pais eram ricos, indo a clube de campo, jogando golfe, dirigindo Mercedes Benz, idiotas. Eu era seu passeio no lado selvagem, e ela foi meu toque de bondade que cada menino mal ansiava para corromper.

Ela era formal, com longos cabelos ruivos e todos na última moda. Seu corpo era magro, talvez muito agora eu penso sobre isso, mas no momento isso tinha me deixado louco. O que não esperávamos era se tornar mais do que uma pequena aventura simples. Sugar não era complicada. Ela não era uma daquelas garotas que usavam sua boa aparência e dinheiro para conseguir lugares, mesmo que tivesse ambos. Ela era gentil e doce e um pouco reservada.

Naquele tempo, eu pensei que fosse o que eu queria. Pensei que precisasse de alguém que me deixaria levar e ser um toque suave para vir para casa à noite. Eu pensei que querendo uma mulher que usava vestidos e maquiagens seria a personificação completa do feminino. Pensei que eu estava apaixonado e eu estava preparado para fazer o que fosse necessário para mantê-la e fazê-la feliz. O que eu não estava preparado eram as consequências que vieram junto com a própria decisão.

Nós tínhamos estado em um dos clubes bar/piscina locais que pertenciam ao clube chamado Sharp Shooters. Uma vez por mês, íamos lá apenas depois de fechar e ter uma conversa com os gestores, para garantir que tudo estava funcionando perfeitamente. Nós escolhemos ser proprietários silenciosos em um monte dos nossos negócios, simplesmente pelo fato de que algumas pessoas ainda nos viam como bandidos inúteis e não apoiaria qualquer coisa que colocássemos as mãos. Era mais lucrativo para nós ficar as escuras.

Durante a reunião Sugar tinha me ligado, e como o bastardo apaixonado que eu era, eu disparei.

Meu pai me disse que estava bem, que eu poderia ir. Mas o fato era que nós estávamos no meio de uma guerra de territórios com outro clube – Highway Hell MC - e eu estava prestes a deixar o meu pai e também meu presidente do clube, completamente sozinho.

Não foi até mais tarde naquela noite, enquanto eu estava escondido com minha mulher, pensando que porra eu tinha depois de ver aquele sinal positivo em um teste de gravidez, que descobri sobre os dois homens do clube rival que tinham entrado no Sharp Shooters e atiraram no meu pai e o gerente do bar, momentos depois que eu tinha saído. Eles estavam observando - à espera de um momento de fraqueza. E eu tinha entregado a eles, porque eu coloquei a minha necessidade de estar com minha mulher antes de meu dever como um irmão e um filho do caralho.

Eu tinha ganhado uma vida e perdido outra, ambas na mesma noite e não havia nenhuma maneira no inferno que eu iria correr o risco de mais uma pessoa que eu amava ser roubada de mim. Por isso, enviei Sugar para longe - sozinha e grávida da minha garotinha.

Eventualmente, eu tive a minha vingança contra o clube que tinha matado meu pai, e apesar das minhas escolhas estúpidas The Brothers by Blood ainda me escolheram como seu próximo presidente, acreditando que isso estava no meu sangue. Aceitei o emblema com orgulho, sabendo que eu faria tudo ao meu alcance para administrar o clube, assim como meu pai tinha - com força, trabalho duro, e respeito.

Sugar via as coisas de forma diferente. Ela viu o clube como perigoso e mortal. Com o meu bebê crescendo em sua barriga, ela se recusou a voltar para casa, delirante como agora eu era presidente, eu e minha família seríamos mais um alvo e as pessoas que vierem depois de nós.

Eu não discuti.

Achei que ela estava certa.

Eu nunca a persegui, eu nunca disse a ninguém exceto meus irmãos sobre ela, e eu fiz visitas muito curtas a minha filha.

Nós tínhamos segurança antes, mas nunca se tivéssemos ameaças que visavam diretamente as mulheres do clube. Eu não tinha certeza se Target tinha ou não informado a sua família sobre Sugar e Harlyn. Blizzard era o meu único irmão, que nunca chegou a visitá-las com a gente, e mesmo assim eu fui muito cuidadoso com quem me viu. E quando era por telefone, eles foram sempre feitos de telefones pré-pagos que eu joguei fora depois e eram virtualmente indetectáveis. Eu me protegi, mas se por algum motivo eu tenha perdido alguma coisa e a família de Target forem procurar por elas, eu sabia que havia uma possibilidade de que nunca as veria novamente.

Trazendo elas para cá e confinando-as ao clube era a única opção.

Chelsea era diferente. Eu não tinha dúvida de que Target lhes havia dito o quanto Chelsea significava para mim. A única maneira de tirar a atenção deles sobre ela agora era se eu pudesse convencê-los de que ela não significava tanto para mim como eles pensavam, e eles iriam deixá-la em paz. Ou era muito inteligente ou simplesmente estúpido. Mas, infelizmente, eu não poderia ter as duas coisas.

Se eu queria provar que ela não era importante para mim, eu tinha que afastá-la, e agora eu estava arriscando observando-a sair por aquela porta, quando ela ficou chateada com o que fiz. Mas se eu a reivindicasse e fizesse dela minha como eu queria fazer há muito tempo, isso iria colocar um alvo definido em suas costas e a dor de pensar que ela poderia ser morta e desaparecer para sempre era demais para suportar.

Tudo mexeu com a minha cabeça. Mas como de costume, eu tinha que esquecer isso e ser o presidente que meus homens e suas famílias esperavam que eu fosse. Eu tinha que ter certeza que eles estavam todos protegidos e seguros. Eles estavam confiando em mim e eu não ia desapontá-los.

Eu nunca deixaria meu clube desapontado novamente.


Capítulo 6

 

"Então, por que a súbita necessidade de escapar da zona de testosterona?" Rose pergunta quando me entrega um copo de vinho.

O pego agradecida, tomando um gole antes de responder: "Eu estou um pouco farta de machos alfa para ser honesta." Nós estávamos sentadas em uma mesa pequena de jantar no meio da sua cozinha. Era uma linda casa de dois quartos, pequena, mas funcional. Era também em uma excelente localização, perto de uma das principais estradas que levava até o centro da cidade de Atenas.

Ela franze o cenho para mim antes de rapidamente virar e revirar seu armário da cozinha.

"Hum, o que você está fazendo?"

"Está aqui em algum lugar." Ela murmura.

"O que?"

"Termômetro. Eu acho que você deve estar doente." Ela continua a procurar no armário e eu não posso deixar de rir.

"Sente-se, mulher. Estou bem."

Ela sorri e senta-se de volta, rodando seu vinho em seu copo. "Ainda no outro dia você estava me dizendo como eu não sabia o que o sexo era até que eu fizesse com algum motoqueiro macho alfa. O que mudou?"

"Nada mudou. Eu estou nisso." Eu rio. "Eu acho que só preciso de algum tempo fora."

"De certo motoqueiro em particular?"

Aperto os lábios e faço uma careta. "Eu acho que sempre soube que eu tinha mais sentimentos por ele do que ele tem por mim. Quer dizer, eu tenho estado perto por três anos agora e ele está sempre me mantendo perto, mas não perto o suficiente."

"Talvez ele esteja com medo. Ele foi ferido antes?" Ela pergunta com uma inclinação de cabeça.

Dei de ombros. "As relações anteriores estão fora das cartas."

"Sexta-feira não é sempre uma grande noite no clube? Como você conseguiu permissão para sair hoje à noite?"

Eu sorrio e tomo o último vinho do meu copo. "Com a única maneira que eu sabia que eu ia ser capaz de sair – não contando a eles."

Ela engole em seco e segue enquanto eu fico de pé e coloco a cadeira em seu lugar debaixo da mesa. "Chelsea, eles não vão vir atrás de você?"

Sinto e meu sorriso lentamente crescer. "Não há dúvida sobre isso, então é melhor ir andando."

"Eu acho que você está brincando com fogo." Ela ri quando abre a porta da frente se fecha atrás de nós.

Dei de ombros. "Eu gosto disso quente."

Rose e eu pegamos um táxi para uma boate local. Eu propositadamente evito as que eu sei que eram afiliadas com os Brothers by Blood. Eu sabia que Optimus iria ficar puto que eu tinha tirado Essa noite sem perguntar primeiro, e eu sabia que ele ia mandar alguém para me pegar. Mas como porra, eu ia tornar isso fácil para eles.

Meu vestido era de uma tonalidade deslumbrante de rosa, uma espécie de vermelho púrpura, escuro e se encaixava perfeitamente ao meu corpo. Strass foram salpicados em todo o tecido apertado que era fronteira com o lado sexy do indecente. Eu sei que as garotas do clube sempre estavam vestidas parecendo umas vagabundas, mal existindo roupas com apenas um toque de autoestima, mas eu não me importava. Eu trabalho duro para manter o corpo que eu tenho. Então, queria mostrá-lo?

Eu não estava saindo para pegar um homem, minha lealdade ainda era com o clube. Mas se eu estava saindo, eu com certeza iria fazer isso parecer bem sobre mim mesma.

"Bebida?" Rose grita, gesticulando com a mão apenas no caso de eu não poder ouvi-la sobre a música que estava agredindo meus tímpanos.

"Uísque!" Eu grito de volta quando aponto sobre meu ombro. "Eu vou conseguir uma mesa." Ela franze a testa com a minha escolha de bebida, mas assente.

Eu caminho entre os clientes e encontro um pequeno estande na beira da pista de dança, mas ainda perto do bar. Era um pouco mais silencioso e nos permitiria conversar sem ter de gritar. O lugar estava lotado. Eu não poderia dizer que já tinha estado lá antes, mas era bom e o local era ótimo.

Se nós conseguíamos sair do clube para a noite, os garotos sempre nos arrastavam para lugares de propriedade do clube. Íamos ter o nosso espaço VIP e os garotos poderiam relaxar sabendo que ninguém iria mexer com eles sob seu próprio teto. Tinha sido um longo tempo desde que eu estive fora para dançar ou em boates sem pelo menos um dos irmãos nas proximidades. Meu estômago revira um pouco. Eu estou nervosa e animada.

"Como consegue beber essas coisas?" Rose pergunta em voz alta quando pega um assento em nossa pequena mesa. Rose está usando uma blusa preta brilhante e uma minissaia jeans apertada. Era uma roupa simples, mas ela tinha combinado botas pretas assassinas de cano alto que amarrava atrás como um espartilho.

Dois homens mais velhos riam enquanto passavam por nós, seus olhos começando em nossas pernas e movendo pelos nossos corpos. Não era o tipo de olhar que fazia você se sentir sexy, embora. Rose e eu estremecemos e fizemos careta fazendo-nos rir.

Tomei um gole do meu uísque.

Perfeito.

"Quatorze anos de idade, sete lares adotivo." Rose levanta uma sobrancelha para mim. "Eu fui tirada do meu lar adotivo anterior porque o meu irmão de criação, que eu era próxima foi baleado em uma festa no lado errado da cidade. Minha nova mãe adotiva era uma bêbada e imediatamente me ensinou a entorpecer a minha dor."

Seus olhos se suavizam. "Oh uau... isso deve ter sido difícil."

Dou de ombros e tomo outro tiro de minha bebida, apreciando o som do tilintar do gelo em torno do copo.

"Você está sempre tão feliz. Tão inabalável com tudo." Diz ela, olhando para mim com curiosidade. "Mas parece que você teve um tempo realmente ruim quando criança."

"Todo mundo passa por problemas em suas vidas. Se isso te faz ou não quebrar é uma escolha que tem que fazer." Explico com um sorriso suave. "Quase me quebrou para ser honesta. Eu nem sempre sou forte, mas eu aprendi muito bem como fingir."

Tudo isso era verdade. Eu descobri como lidar, e eu lidei. Eu cresci em algumas áreas difíceis, em algumas famílias difíceis, mas contanto que colocasse sua cara de valente e ficasse com os pés no chão, não importa como estivesse se sentindo por dentro.

Seja forte agora, desabe mais tarde.

As únicas vezes agora que eu lutava para controlar as minhas emoções era ao redor de Optimus. Ele era minha criptonita. Ele dissolvia as minhas forças em um instante, e naquele instante eu lhe daria tudo. Cada parte de mim queria cair e rezar para ele me pegar. Meu coração me dizia que ele faria, mas minha cabeça não estava disposta a arriscar isso - o pensamento da dor era muito forte para descobrir.

"Eu gostaria de poder ser assim."

Eu balanço minha cabeça, meus pensamentos nublando minha atmosfera. "Ser como o quê?"

Rose sorri, mas não é o sorriso que eu normalmente via, estava cheio de tristeza e pesar. "Eu desejava não pode me importar, mas eu anseio aceitação. Eu sinto que eu preciso ser uma parte de alguma coisa."

"Nós todos sentimos como se precisássemos ser parte de algo. Mas você sabe o que, somos impressionantes apenas por nós mesmos e se as pessoas não podem aceitar isso, então foda-se!" Eu seguro o que resta da bebida no ar e Rose sorri para mim quando bate seu copo com o meu.

Há outro copo contra o nosso, e eu olho para cima para ver um cara lindo de pé ao lado de nossa mesa, um sorriso insolente em sua face.

"É isso aí!" Ele fala.

Rose olha para mim e ergue as sobrancelhas e eu não posso deixar de rir.

"Posso acompanhá-las meninas ou devo apenas continuar aqui de pé com a minha bebida no ar parecendo uma ducha?"

Olho para Rose, que apenas dá de ombros antes que eu afastei um pouco mais em torno do estande para permitir espaço para o sexy Mc Weirdo. Ele tinha cabelos escuros quase negros e sua camisa azul contrastava perfeitamente com sua pele cor morena. Ele estende a mão para mim e eu aperto-a.

"Chelsea e Essa é minha amiga Rose."

"Prazer em conhecê-las, garotas." Diz ele enquanto aperta a mão de Rose também. "Meu nome é Deacon. Desculpe estragar a festa de vocês. Eu tive que parar. Discurso muito inspirador. Já pensou em palestras motivacionais?"

Reviro os olhos, mas não consigo parar de sorrir. "Por que fazer isso quando posso sentar-me em um clube e inspirar estranhos enquanto bebem uísque. Eu, obviamente toquei você."

"Palestras motivacionais provavelmente pagam mais." Ele sorri.

Eu balanço meu copo, sacudindo o gelo. "Compre-me outra bebida e eu não vou lhe enviar uma conta."

"Sim senhora. Uísque e...” Ele olha para Rose, que parecia estar estudando-o.

Ela balança a cabeça e sorri. "Oh, desculpa! Vodka e laranja."

Deacon bate continência e parte em direção ao bar.

"Ele é quente." Diz ela, obviamente, admirando sua bunda enquanto se afasta.

"Não brinca." Eu digo, fazendo exatamente a mesma coisa. O que eu poderia dizer, seu jeans preto apertado se encaixa perfeitamente.

Deacon acabou por ser um cara muito legal, apesar de sua não tão grande entrada. Ele tinha saído com um amigo, mas rapidamente tinha sido abandonado por uma garota. Eu me senti mal por ele, mas ele era ótima companhia, e muito bom para os olhos, então seu amigo perdeu e nós estávamos ganhando realmente.

"O que você faz, Deacon?" Pergunto quando relaxamos na conversa.

"Eu gerencio uma academia no centro e sou um terapeuta esportivo, então, também trabalho alguns fins de semana para algumas das equipes esportivas locais, robustos, massagem e tratamento de lesões."

Meu queixo cai. "Isso é exatamente o que estamos estudando. Isso é o que eu quero fazer!"

Rose assente. "Bem, isso é o que Chel quer fazer, eu quero mais entrar em treinamento de pessoal e nutrição."

Ele sorri. "Devia ter desconfiado, corpos como esses só vêm de garotas dos esportes." Ele insinua que ele estava falando de ambas, mas ele olha diretamente para mim. Eu não era uma que normalmente se esquivava, mas seu olhar me fez corar exageradamente. Era sexy e me disse tudo o que eu precisava saber. Eu tive que abaixar minha cabeça, o calor subindo do meu pescoço e sombreando meu rosto.

Rose ri. "Eu posso fazer uma pergunta para as senhoras."

Eu levanto minha mão em resposta.

"Você se importa se eu levar Chelsea para uma dança. Não vai demorar muito, não gostaria de deixá-la sozinha." Pergunta Deacon.

Eu levanto minha cabeça rapidamente.

Rose sorri para mim antes de olhar para Deacon. "Vá em frente! Ela precisa de um pouco de diversão." Ela pisca drasticamente antes de se virar e praticamente pular fora.

Traidora.

Aceno minhas mãos na minha frente. "Não, não. Eu não danço."

Ele zomba e se levanta para fora da cabine, virando-se e estendendo a mão para mim. "Vamos, eu vou ajudá-la." Ele agarra minha mão e me puxa do assento, apesar de meus protestos. Eu tropeço para fora da cabine, mas as mãos de Deacon vão rapidamente a minha cintura e as minhas vão para o seu peito, segurando-me firme em meus saltos de quinze centímetros. Ele não era alto, de pé apenas alguns centímetros a mais que eu mesmo com saltos. Mas isso não importava. O cara era quente, e pelo que pude sentir sobre sua camisa, tinha músculos definidos.

Ele começa a caminhar de costas para mim, me movendo em direção à pista de dança. Eu não poderia deixar de seguir, meu corpo ia com o fluxo que ele estava criando.

"Eu realmente não posso dançar." Eu anuncio sobre a música alta e corpos esfregando.

Ele para de repente e usa as mãos para girar meu corpo ao redor de modo que as minhas costas fosse pressionada contra seu peito. Elas rapidamente caem para trás em meus quadris e com seu corpo agora moldado contra o meu começamos a nos mover.

No começo nós apenas balançamos – lado a lado. Era simples, lento e sensual.

Ele logo começa a torcer meus quadris. No começo eu resisto. Eu sei que minhas habilidades de dança eram menos do que excelente e de nenhuma maneira eu queria me envergonhar. Ele move sua boca para perto do meu ouvido, sua respiração fazendo cócegas nos meus cabelos e enviando arrepios na coluna. "Apenas deixe-me entrar, deixe-me assumir o controle."

"Por que você está pedindo por controle?" Eu atiro para ele, sorrindo para a ternura que ele estava mostrando que definitivamente não estava acostumada com os irmãos.

Parte de mim queria bater nele e dizer, apenas seja um homem e pegue o que quiser. Isso é o que eu sabia, é o que sempre amei sobre Optimus. Ele sempre foi atrás do que queria e nunca procurou validação. O toque de Deacon era sexy, era suave e isso me fez flutuar. Mas o que ele não fez foi deixar minhas pernas fracas e meu coração disparado. Outra parte de mim pensou que fosse bom, ser finalmente questionada do que eu queria. Para ser respeitada o suficiente como uma mulher para ser tratada com uma mão suave, algo que simplesmente não se consegue com motoqueiros rudes e acessíveis.

Ele ri levemente, seu peito apertando contra as minhas costas. "Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

"Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."


Capítulo 7

 

Eu não conseguia parar de apertar meus punhos enquanto observava seu corpo se mover. Chelsea nunca tinha sido uma dançarina. Apenas não era sua incursão, mas não era minha também, então eu não poderia me importar menos como bom suas habilidades de dança eram. O que me matou foi às mãos dele sobre ela, direcionando-a, controlando seus movimentos como se ela fosse seu boneco.

De jeito nenhum.

Não uma das minhas garotas, e absolutamente não a porra da Chelsea.

Ela era minha.

E eu estava a ponto de lembrá-la de fato.

"Vou pegar a amiga." Blizzard diz, enquanto olha para os banheiros. Eu poderia me importar menos sobre ela agora, mas Blizzard passou os últimos trinta minutos que estávamos lá, observando ela.

Eu ando por trás deles enquanto ela ri. "Por que você está pedindo por controle?"

"Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

Eu enterro meus dentes. "Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."

Chelsea pula e rapidamente se afasta de seu novo amigo. Seus olhos conectam com os meus, ela não parecia surpresa, porém, apreensiva, mas ela mantém a boca fechada.

Bom.

Ela sabe que estou com raiva e que não deveria causar problemas. Ela não iria gostar das consequências. Estou chateado. Não, estou além de chateado, estou furioso.

Chelsea sabe que o que está fazendo é errado. Sabe que é contra as regras. Não tenho certeza que inferno está passando pela sua linda cabecinha, mas eu estou prestes a descobrir.

"Chelsea" Eu digo.

Ela olha para mim, a raiva brilhando em seus olhos, mas se move para o meu lado.

Eu mantenho meus olhos em seu pequeno parceiro de dança e ele nunca se afasta de mim. "Propriedade é algo que você possui, como um carro ou uma casa, não uma pessoa," Ele zomba.

Sorrio e cruzo os braços sobre o peito. "Para você, talvez. Possuo coisas que caras como você apenas sonham. Incluindo ela." Eu ando atrás de Chelsea e envolvo meu braço em volta da sua cintura, puxando-a comigo enquanto saímos da pista.

O idiota segue. Seus olhos seguindo de Chelsea para mim. A maneira como ele olha para mim está cheio de ódio e desprezo. Tenho certeza que ele deve saber do clube, possivelmente o que fazemos. Mas o olhar que ele está me dando não é só porque ele tem ouvido coisas de merda sobre o clube.

Era como se ele nos conhecesse.

Que era mais pessoal.

"Você não tem que ir com ele." Ele fala entre os dentes, seu olhar finalmente direcionando para ela enquanto nos segue.

"Deacon, está tudo bem. Basta deixar isso." Chelsea tenta sair fora dos meus braços, mas eu seguro-a mais apertado.

"Garoto bonito desculpe, não estamos aceitando prostitutos no clube do sexo masculino no momento." Blizzard sorri enquanto caminha ao nosso lado, sua mão agarrada firmemente em torno do pulso da amiga de Chelsea apesar da tristeza dela. "Você vai ter que ficar." Ele continua a arrastá-la nos passando e eu consigo pegar o palavrão estranho seguido por sua profunda risada gutural.

"Vamos." Seguro a mão de Chelsea na minha, mas não perco o olhar simpático que ela joga por cima do meu ombro para seu novo amigo, que realmente tinha feito a coisa certa e não nos seguir.

"Eu vou andando!"

"Como diabos você vai andar." Ouço Blizzard piscar os olhos. "Suba na porra da moto."

Chelsea suspira quando nós caminhamos ao lado deles. "Rose, ele só vai te levar para casa. Eu prometo que você estará segura."

"Eu nunca estive em uma moto antes! Eu nem sequer tenho um casaco."

Blizz rosna profundamente em sua garganta antes de tirar seu colete e a jaqueta de couro que ele tinha debaixo dele. Fico olhando com admiração quando ele força os braços da jovem através das mangas de sua jaqueta antes de vestir seu colete de volta.

"Pronto, agora podemos dar o fora daqui?"

Chelsea olha para ele. "Não toque nela."

Sua cabeça dispara e um pequeno sorriso aparece. "Eu não me preocuparia com o que vou fazer princesa. Você está em apuros o suficiente como está.”

Vi-a vacilar.

É isso mesmo, Blackbird.

"Rose, eu vou ligar para você pela manhã!" Ela fala para a amiga sobre o ronco alto da moto de Blizzard. A garota lhe dá um aceno rápido, os olhos correndo ao redor furiosamente antes da decolagem para a noite.

Eu jogo minha perna sobre a minha moto, jogando para Chelsea meu capacete. Ela coloca-o rapidamente e monta atrás de mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura firmemente.

À medida que afastamos do meio-fio, aviso o cara do clube de pé na porta da frente assistindo. Ham tinha ligado para nos dizer que um cara tinha abordado as garotas, e nisso eu tinha o suficiente. Blizzard e eu tínhamos aparecido pouco tempo depois. A viagem não era longa, uma vez que tínhamos saído para ir a um bar, algumas quadras mais, optando por ignorar parte da noite de sexta na sede do clube. À volta para casa foi curta. Eu podia sentir que Chelsea estava inquieta quando se sentou ligeiramente atrás de mim, em vez de estar firmemente colada em minhas costas como de costume.

Bom.

Ela estava prestes a ter uma verificação da realidade, e dessa vez eu não estaria segurando nada de volta.

O clube ainda Estava bombando como de costume para uma sexta-feira à noite. Algumas strippers tinham vindo e havia algumas pessoas extras preenchendo o espaço. Desde que Harmony tinha ido embora com Kit para Troy, também tinha perdido Dana, uma das outras garotas do clube. Pelo que eu fui informado por Chelsea, a garota tornou-se muito próxima de Shield antes dele morrer e perdê-lo tinha a enviado por um caminho diferente. Nós nunca impedimos as garotas do clube de sair, eles não assinaram um contrato para permanecer por um determinado espaço de tempo. Nós apenas tínhamos as garotas aqui que queriam Estar aqui. Era a escolha delas.

Chelsea seguiu-me através do clube silenciosamente. Fui direto para o seu quarto, abrindo a porta e deixando-a entrar antes que fechasse atrás dela. Ela se encolhe, mas firma-se antes de se sentar na cama.

"Precisamos rever as regras?" Eu pergunto a ela, cruzando os braços sobre o peito.

"Não."

"Talvez devêssemos porque aparentemente você parece ter se esquecido de como as coisas funcionam por aqui." Eu falo.

Ela finalmente olha para mim, mas em vez de pesar eu vejo um lampejo de desafio. Isso era novo. Chelsea não era normalmente uma de questionar ou discutir um ponto. Ela e Harmony eram duas ervilhas em uma vagem, e enquanto todos nós sabíamos o quão forte ambas eram, eles sabiam onde estavam no clube e o que se esperava delas.

"É esperado de você Estar aqui à noite a menos que seja dada a permissão do presidente ou do vice-presidente do clube." Eu digo com firmeza. "Você não pode sair com outros homens, enquanto trabalha para o clube. E de acordo com a nossa conversa ontem, você não está deixando o clube sem um homem com você. Isso lembra alguma coisa?"

"Havia um homem com a gente." Ela murmura.

Não me surpreende que tenha notado Ham, eu não tinha exatamente falado para ele ser furtivo sobre sua presença. "Você tem alguma ideia de quantos problemas você poderia ter entrado? Você tem alguma ideia de quantos perigos poderia estar?"

Ela olha para mim. "Não, eu não tenho. Para eu saber você tem que me dizer o que está acontecendo, e isso não são informação que estou a par."

"E você acha que deveria estar, certo?"

"Às vezes, sim."

"E o que te faz tão especial que, além de meus irmãos, deva ser a única pessoa a ser dito exatamente o que está acontecendo?"

Ela levanta-se bruscamente. "Ok, Optimus. Entendi. Eu não sou especial. Eu vou continuar no clube e espalhar minhas pernas para os homens. Impressionante. Fico feliz que fomos classificadas."

Ela tira a jaqueta e joga-a do outro lado da cômoda pequena no canto de seu quarto antes de virar para a penteadeira e começar a remover suas joias. Com seu longo cabelo caindo sobre um dos ombros, eu podia ver claramente o impressionante pássaro preto que se estende através de seus ombros. Suas asas espalhadas em voo sobre as omoplatas, seus olhos eram ferozes e fortes, olhando diretamente para mim.

A tatuagem era originalmente a razão para o apelido que dei a Chelsea. Mas tornou-se mais do que isso. Melros simbolizam a escuridão e as fases de luz da lua. E para mim, Chelsea tem sido a minha luz quando as coisas estão escuras. Administrar um clube pode ser difícil. Eu tenho que verificar em todos os momentos, saber quem está onde, o que está acontecendo e por quê. Às vezes eu nem tenho certeza onde diabos minha cabeça está.

Mas as coisas são diferentes quando estou com ela. É como uma calma no ar e eu sinto que posso respirar, mesmo por um momento apenas. Ela me dá uma razão para parar e sorrir e me dá a chance de ser apenas eu. Bem, na maioria das vezes de qualquer maneira, porque agora sinto que quero espremer a vida maldita fora dela por ser tão idiota.

Ando e fico trás dela, colocando minhas mãos em cada lado da cômoda na frente dela, tocando levemente nela enquanto remove os brincos que eu nunca gostei realmente nela de qualquer maneira. Eles eram muito extravagantes, muito. Chelsea era bonita, mas simples.

Meu peito pressiona contra suas costas. Seus saltos deram uma altura extra, e mesmo assim não combinava totalmente com a minha estatura, eles colocavam o corpo dela em uma posição muito melhor para mim.

Minha boca encontra seu pescoço nu, ela imediatamente inclina a cabeça para o lado e sinto-a tremer seu corpo contra o meu. Depois de passar a última semana evitando-a como a peste, eu estou prestes a arruinar tudo. Mas eu não me importo. Eu tinha sido estúpido em pensar que era possível manter as mãos longe dela.

"Você está tornando muito difícil para mantê-la longe de problemas." Eu sussurro antes de tomar o lóbulo da sua orelha entre meus dentes. Sua bunda esfrega automaticamente contra mim e um suave suspiro deixa seus lábios. Minhas mãos sobem até seus braços e ombros. "Vou deixar você saber um pequeno segredo, Blackbird. Há uma ameaça para o clube e esses caras não estão brincando. Eu não sei quão perto eles estão, se eles estão nos observando apenas esperando para fazer uma jogada, mas o que eu sei é que eles vão usar qualquer influência que puderem contra mim e meu clube. Incluindo você."

"O quê?" Ela suspira, seu corpo tenso.

"Eu estou tentando o meu melhor para não dar-lhes uma desculpa para usá-la contra mim, mas você precisa me tentar e pressionar minha paciência, certo?" Meu pau está duro e pressiona bem entre as bochechas de seu traseiro.


Capítulo 8

 

Um arrepio percorre minha coluna ao ouvir suas palavras. Optimus era um líder, ele controlava as coisas, ele fazia as regras e as pessoas seguiam. Isso não mudava quando estávamos na cama.

E eu porra adoro isso.

"Tire tudo." Ele diz com firmeza, afastando seu corpo de mim.

Eu quase choramingo com a perda, mas em vez disso faço como me foi dito, tirando o tecido leve do meu corpo e removendo meus saltos. Tiro minha calcinha e sutiã enquanto me dirijo a ele, deixando-os no chão atrás de mim. Eu estou a poucos centímetros de seu corpo, completamente nua, mas tudo o que ele faz é olhar os meus olhos.

A protuberância forçando contra seu jeans era evidente. Eu sabia que o afetava da mesma forma que ele a mim. Ele relaxa os braços, estende uma mão para seu pênis, a outra agarra meus cabelos na base do meu pescoço. Puxa, não forte o suficiente para causar muita dor, mas o suficiente para me fazer suspirar. Minha boca está aberta quando eu sou forçada a olhar para ele. Seus olhos ardem através de mim. Ele está com raiva, mas não é a primeira vez que tínhamos feito essa dança.

Eu o tinha desafiado e agora ele precisava saber que eu Estava pronta para seguir as regras novamente. Eu daria a ele. Eu entregaria o meu poder e permitiria que ele tivesse o controle. Eu sabia que tinha feito errado - eu quebrei as regras do clube. Eu sei agora, que a sua maneira, ele estava apenas tentando me proteger e me mantendo a salvo de qualquer ameaça que havia contra o clube. Agora eu precisava provar a ele que podia confiar em mim novamente.

"Você entende agora? Você entende por que as coisas têm sido dessa maneira?"

Passo a língua sobre meus lábios, tentando umedecê-los quando minha respiração torna-se curta com a emoção construindo dentro de mim. "Sim, senhor." Eu sussurro.

Seus olhos dispararam de prazer com a minha resposta. O aperto em meus cabelos relaxa e seus dedos vão para o meu couro cabeludo, massageando a dor que ele tinha causado. Isso quase me faz querer ronronar como um gato.

"Você vai ser minha boa garota novamente e seguir as regras?"

Eu balanço a cabeça, ansiosa para fazer qualquer coisa para que ele apenas me tocasse.

"Mmm..." Sua outra mão se estende e envolve meu rosto eu me inclino para ela, fechando os olhos. "Pegue meu colete e pendure-o. Eu estou pronto para ver como você está arrependida da sua desobediência."

Eu esfrego sua mão antes de caminhar ao redor de suas costas. Pressiono meu corpo nu contra o couro enquanto alcanço seus ombros para agarrar a frente do colete. Ouço um grunhido suave deixar sua boca enquanto eu me esfrego contra ele, o emblema do clube costurado na parte de trás belisca minha pele com sua aspereza, bordas desgastadas. Eu me afasto relutantemente, deslizando o colete de seus ombros para baixo dos seus braços lentamente.

Ele vai até a cama, senta-se na borda e começa a remover suas grandes e pesadas botas de motoqueiro. Viro-me e penduro o colete na parte de trás da porta do quarto, deixando meus dedos permanecerem no couro. Era bom, macio e suave, mas desgastado e áspero, ao mesmo tempo, da mesma forma como seu proprietário.

"Venha aqui."

Eu vou direto para ele, querendo chegar e tocá-lo - beijá-lo. Optimus e eu tínhamos um grande equilíbrio. Ele nem sempre foi assim, severo e rigoroso quando se tratava de sexo. Muitas vezes ele me incentivava a fazer o que eu queria, o que me fazia bem. Mas Essa não era uma daquelas noites e eu poderia dizer que ele não Estava no clima para que eu tivesse meus avanços.

Ele pega o colarinho da camisa na parte de trás e a puxa sobre a sua cabeça, deixando-a no chão antes de estender suas mãos e agarrar meus quadris. Vou com o movimento quando ele me puxa entre suas pernas, sua boca apenas centímetros dos meus seios. Uma de suas mãos escorrega de meus quadris e eu respiro enquanto seus dedos corre o contorno da minha bunda e mergulha em minha buceta.

Seguro sua cabeça com ambas as mãos, tentando me equilibrar. Meus dedos cravam através de seus cabelos curtos me empurrando de volta para seus dedos, forçando-os mais fundo dentro de mim.

"Sempre tão pronta para mim, Blackbird." Ele sussurra, esfregando o rosto contra meus seios, a barba em seu queixo criando a fricção perfeita contra a minha pele. "Foda meus dedos. Liberte-se."

Eu não preciso ouvir duas vezes. Eu movo meus quadris para cima e para baixo, para frente e para trás até que encontro o movimento que me dá mais prazer. Eu não podia deixar de gemer enquanto cavalgava em sua mão. Minhas unhas arranham suavemente seu couro cabeludo, sinto-me subindo mais e mais, procurando a borda para que eu possa cair no esquecimento do orgasmo.

Sua mão de repente escorrega, assim como a possibilidade de encontrar esse fim, e eu não posso deixar de choramingar. Ele ri suavemente e olha para baixo, encontrando seus olhos nos meus. "Você acha que eu iria deixá-la chegar lá sem ter a minha própria diversão também?"

"Por favor." Eu sussurro suavemente, minha garganta está seca e eu estou desesperada para obter algum tipo de alívio.

"Joelhos."

Eu libero sua cabeça do meu aperto e passo os dedos pelo seu lindo peito tonificado enquanto abaixo-me de joelhos diante dele. Ele puxa seu cinto e desabotoa a calça jeans enquanto eu estou sentada em silêncio e observando - ansiosa e animada. Eu quero agradar esse homem, eu quero fazê-lo feliz.

Optimus foi o primeiro homem a me fazer sentir desse jeito. Eu tive namorados. Normalmente, os garotos que estavam vivendo a mesma vida que eu e gostavam de se rebelar assim como eu. A diferença era que nenhum deles exigiu minha submissão nem nunca pressionaram pelo controle. A maioria do tempo era eu a única a assumir a liderança.

Eu sempre gostei de sexo. Era uma parte natural de quem somos como pessoas. Nós temos o sexo porque gostamos, amamos esse sentimento que nos dá. Mas não foi até que eu conhecesse Optimus para perceber que todos os garotos que eu tinha fodido antes eram apenas isso – garotos.

Optimus era um líder nato. Atenção ordenada, ele fala e porra, ouve-se. Ele era o que eu nunca soube que estava sentindo falta.

Minha atenção bate de volta assim que seu pênis salta de suas calças. Optimus foi presenteado com algo surpreendente naquela região. Era grande, duro e a ponta brilhava na luz, apenas implorando por minha língua para prova-lo.

"Eu adoro ver este olhar em seus olhos. Apenas sabendo que você está morrendo para ter seus lábios em torno do meu pau." Ele se levanta da cama, suas calças caem no chão e eu afasto enquanto ele sai delas. Ele agarra sua dureza em sua mão e puxa-o algumas vezes. Eu mexo meus quadris, tentando encontrar algum tipo de pressão ou fricção no meu clitóris enquanto eu assisto ele brincar com apenas centímetros do meu rosto. Meus mamilos doem, precisando de algum tipo de atenção. Minhas mãos imediatamente levantam-se e eu espalmo meus seios, apertando e beliscando.

"Você quer isso, baby?"

Eu balanço a cabeça. "Sim."

Ele resmunga em apreciação enquanto me observava puxar meus mamilos endurecidos, cada puxão enviando uma sacudida em linha reta através do meu corpo para minha buceta escorregadia.

"Pensei que queria meu pau nessa boca, é óbvio que precisa ser ensinada uma lição de respeito da maneira como você falou comigo essa noite." Diz ele profundamente, tentando manter a compostura, mas eu poderia dizer pela sua voz que ele está tão necessitado quanto eu estou. "Mas eu preciso foder você forte, e sua boca não será capaz de receber o castigo que estou prestes a colocar em você."

Meu coração acelera e eu tenho que me impedir fisicamente de lançar-me para ele em uma necessidade desesperada para ter seu corpo.

"Levante-se e se curve na cômoda." Ordena com um pequeno movimento de sua cabeça.

Levanto e viro para a cômoda onde eu tinha acabado de colocar minhas joias depois de tirá-las. Eu coloco minhas mãos na parte superior e curvo-me ligeiramente, sabendo que ele está recebendo uma vista perfeita de como exatamente está me afetando. Eu podia sentir que minha buceta está completamente encharcada. Eu preciso dele dentro de mim logo antes que decida assumir as coisas com minhas próprias mãos.

Seu corpo logo me aquece, seu comprimento pressionado confortável entre as minhas nádegas. Sua mão corre até as minhas costas, começando na base da minha coluna até que seus dedos entrelaçam em meus cabelos. Movendo seus quadris, e assim quando eu estou prestes a protestar contra a perda, o seu pau empurra em mim e ele puxa meus cabelos simultaneamente. O contraste de dor e prazer fazendo-me gritar seu nome. Ele bate em mim, em seguida, tira lentamente antes de fazer a mesma coisa novamente. A outra mão agarra um peito, apertando firme e lento. Meu corpo é superado com sensações.

"Foda-se!" Ele rosna alto quando bate em mim novamente.

"Sim!" Eu choro quando ele começa a acelerar, mas com tanto poder por trás de sua confiança. "Sim, Optimus!"

"Toque essa buceta." Ele geme entre os dentes. "Eu vou fazer você gozar tão forte que isso vai parecer como um vício em volta do meu pau."

Eu consigo me equilibrar com uma mão trêmula enquanto a outra alcança entre as minhas pernas e esfrega meu clitóris inchado. Meus dedos roçam contra ele enquanto entrava e saía, punindo a minha buceta assim como ele disse que faria. Mas parecia tão bom pra caralho. Uma das atrações do clube eram seus homens. Eu queria um homem forte e poderoso. Eu tinha passado tanto tempo me observando, cuidando de mim mesma, para estar com alguém que não sabia como levantar-se, assumir a liderança e ser um homem do caralho.

Meu corpo começa a doer, mas parece incrível. Era como se estivesse correndo, correndo em direção à linha de chegada. Cada parte de mim grita quando eu vejo o fim chegando, sabendo como seria bom sentir quando eu chegasse a ele.

"Oh meu Deus." Eu solto um gemido profundo quando todo o meu corpo começa a tremer. A onda de êxtase me bate forte.

Optimus levanta-me e aperta minhas costas contra seu peito, soltando meus cabelos e envolvendo o braço em volta da minha cintura para me segurar quando minhas pernas ameaçam a ceder. Eu jogo meus braços para trás e ligo-os atrás de seu pescoço, meus olhos se fechando enquanto ele continua a deslizar dentro e fora, permitindo-me cavalgar a onda ainda mais.

Ele morde meu pescoço, seus dentes afundando em meu ombro enquanto ele dá um último impulso e dispara a sua libertação dentro de mim. Eu vacilo com a dor, cravando minhas unhas na parte de trás de seu pescoço. Ele geme, profundo e animalesco antes de lamber sua marca da mordida e acalmar a dor. Agarro-me a ele, saboreando ter seu corpo tão perto depois de não Estar com ele por tanto tempo. Ele logo sai de mim, a sensação faz meu corpo tremer. Ele ri suavemente, seu rosto ainda escondido na dobra do meu pescoço.

"Chuveiro." Ele resmunga.

Eu sorrio. "Dê-me um minuto, porque nós sabemos que a segunda rodada vai começar assim que estivermos no chuveiro, e eu não estou apenas certa se posso ter um orgasmo quando tenho certeza que esse ainda não terminou." Eu grito enquanto me vejo sendo levantada do chão e embalada em seus braços.

"Eu estou disposto a testar essa teoria."


Capítulo 9

 

Por mais clichê que pareça, era bom estar em seus braços. Eu senti falta da sensação de seu corpo ao longo da última semana. Como ele parecia estendido sobre mim, como seus dedos calejados e mãos pareciam contra a minha pele suave. Eu ri quando o queixo de cerdas encontrou o seu caminho para o meu ombro nu.

"Bom dia." Sua voz estava rouca e cheia de sono.

"Shh."

"Por que estaria em silêncio?"

"Eu tenho essa teoria de que os seus rapazes podem ouvir o som da sua voz a milhas de distância. Como uma espécie de apito de cachorro." Seu corpo treme com o riso e eu não posso deixar de sorrir enquanto o calor me enche. Eu sei que não é muitas vezes que a pessoas podem ver esse Optimus. "Eu só sei que um deles vai te ouvir e te caçar, precisando de você para ajudar com algo que eles poderiam ter feito sozinhos."

"O trabalho do presidente nunca termina." Seus lábios pressionam minha pele e se movia lentamente do meu ombro para o centro das minhas costas. Eu tremo e meus olhos se fecham.

"Bem, senhor Presidente..." Eu respiro.

"Mmm..." Optimus me rola com a barriga para baixo e monta em minhas costas. Suas mãos massageando meus músculos e eu solto um gemido leve em delírio. Esse era Optimus que eu estimava aquele que me tratava como uma rainha. O único que não tinha medo de rir e sorrir por medo de deixar sua guarda baixa. Esse era o homem que eu estava me apaixonando. Não é o homem das cavernas arrogante que tentava controlar cada movimento meu. "Porra, eu poderia adorar este corpo para sempre. É perfeito."

Eu rio e movimento meu corpo enquanto suas mãos espalmam minhas nádegas, massageando-as suavemente. "Você deveria estar massageando, não acariciando com intenções sexuais." Eu rio quando eu bato nele. O tom da sua risada vibra através do meu corpo.

"É meu. Eu vou fazer o que eu quiser com ele." Ele aperta e eu só sei que isso iria deixar marcas.

"Bem..." Eu começo, mas a objeção acaba rapidamente com um tapa ressoando. Eu grito e minha nádega queima. "Optimus!"

Uma língua molhada logo acalma a dor. Escorrega suspeitosamente perto do meu centro e eu resisto à vontade de me empurrar contra seu rosto, enquanto sua língua ataca em toda parte, exceto minha buceta. Eu solto um gemido, excitada e necessitada.

"Precisa de alguma coisa, Blackbird?"

"Mmm... por favor." Seu corpo volta sobre o meu, seu peitoral tonificado me pressiona contra o colchão e eu posso sentir seu pau duro contra a minha bunda. "Op, por favor."

"Eu quero que você me prometa uma coisa." Ele murmura em meu ouvido. Neste ponto, eu estou desesperada para tê-lo. Tudo sobre Optimus era excitante para mim, até mesmo sua maneira de homem das cavernas, às vezes.

"Ok" Eu solto um gemido, empurrando contra ele.

"Prometa que vai sempre falar comigo. As coisas estão ficando loucas, mas eu preciso que você sempre fale comigo antes de fazer qualquer coisa estúpida." Sua voz era suave, quase desesperada.

"Tudo bem...?" Eu digo, um pouco confusa.

Ele ataca meu corpo e venera apenas como ele disse que faria. A conexão entre nós é inegável, embora sejamos tão teimosos como éramos, ao tentar fazer exatamente isso ocasionalmente.

Eu envolvo o lençol em volta do meu corpo enquanto sento e observo ele se mover ao redor do quarto. Meu corpo está tão deliciosamente dolorido. Optimus sempre me empurra para os meus limites e por sua vez chega às alturas e prazeres que eu nunca tinha experimentado com mais ninguém.

Ele sorri enquanto me chama a atenção no espelho. Aquele sorriso era tudo. Era como um diamante raro. Era impressionante, belo e real, e algo que senti como se ele sempre guardasse para mim. Com os rapazes, você veria o sorriso insolente ocasional. Mas um sorriso genuíno - nunca.

Eu abro minha boca para perguntar onde ele estava indo, mas há uma batida na porta.

"Op?" Blizzard chama através da porta.

O rosto de Optimus muda, mesmo enquanto ele mantém contato visual direto comigo. "Sim?"

"Elas estão aqui."

Seus olhos se afastam dos meus e de repente toda sua concentração estava em seus sapatos. "Sim, eu estou indo."

Sento-me, confusa com a súbita mudança de comportamento. Escuto as botas de Blizzard desaparecer pelo corredor. "O que está errado?"

"Nada." Ele murmura enquanto joga seu colete nas costas, deslizando um braço completamente e depois o outro.

"Besteira, você estava bem. Quem está aqui?"

"Eu disse que não é nada." Eu vacilo e puxo o lençol mais apertado em torno de mim. "Chel... Eu sou..."

Ele puxa seus cabelos curtos, as palavras ficam presas em sua língua. Depois de um minuto, tudo que eu consigo é um rosnado alto enquanto ele sai apressado do quarto, batendo a porta atrás dele. Eu estava acostumada a mudanças de humor de Optimus. Quando ele estava no quarto comigo, ele agia muito diferente do que quando estava com seus irmãos. Ele sempre levou seu papel dentro do clube muito sério. Às vezes sério demais. Eu rapidamente visto algumas roupas e me dirijo para a sala principal, onde todos os irmãos parecem estar reunidos.

Apoio-me contra o bar no canto mais distante da porta do corredor, sem saber se era para eu estar lá ou não e precisando ser capaz de fazer uma saída rápida, se necessário. Uma mulher entra pela porta. Ela era bonita. Seus cabelos são de um tom lindo de laranja que brilha a luz do sol de outono. Ela usa um jeans escuro apertado, uma ankle boot pequena, e uma camisa branca simples. Você poderia dizer pelas suas roupas que ela era uma menina sem problemas. Ela não se importava com impressionar ninguém e não precisa vestir-se para chamar a atenção. Sua beleza era tudo natural. Eu poderia ver nós sendo amigas.

Isso foi até que eu vi um sorriso iluminar o rosto e eu segui seus olhos. Eles estavam direcionados para Optimus. Meu sangue ferve quando seu ritmo acelera. Ela para na frente dele, ele passa um braço em volta dos ombros dela e puxa-a com força contra o peito.

Meu coração dispara. Eu não sabia quem era essa mulher, ou o que ela Estava fazendo ali, mas era óbvio que ela e Optimus tiveram algum tipo de ligação, algum tipo de história. O ciúme queima através de mim, consumindo todas as outras emoções. Tecnicamente, Optimus não era meu, mas vê-lo tocar outra mulher tão ternamente faz minha cabeça girar e meu estomago revirar.

Empurro-me ainda mais no canto, se ele percebeu que eu Estava lá ou não, eu não tinha certeza, mas quando ele agarra ambos os lados do rosto dela e toca a testa dela, começo a sentir lágrimas em meus olhos. Ele sussurra baixinho para ela e ela balança a cabeça suavemente, seu sorriso mudando e se tornando um pouco abatido e triste.

Eu balanço minha cabeça, imaginando que Optimus não tinha me convidado para Essa reunião por uma razão e eu começo a recuar e voltar para o meu quarto. A mulher se afasta de Optimus e abraça vários irmãos. Começo a me sentir melhor, ela era, obviamente, alguém que era importante para o clube.

Assim quando eu me viro para voltar para o corredor, ouço um grito animado.

"Papai!"

Eu faço uma careta, eu não tinha conhecimento se alguma Old Lady daqui tinha crianças. "Papai! Tio Blizzard está tentando me fazer cócegas." Eu sigo a menina com cachos vermelhos escuros quando ela corre vindo do pátio. Blizzard está rindo bem atrás dela enquanto ela corre em todo o piso de madeira. Eu conhecia todas as crianças do clube e nunca tinha visto essa menina antes, mas eu também não vi quaisquer outros visitantes na sala além da mulher com os cabelos laranja, que eu supus ser sua mãe.

Quem ela Estava chamando?

Não.

Enquanto eu observava o belo salto da garota nos braços de Optimus, pareceu como se alguém tivesse me chutado no estômago. O ar fugiu dos meus pulmões e eu lutava para respirar. Optimus gira-a ao redor, um largo sorriso em seu rosto. Um sorriso que eu sabia agora que não era só para mim.

"Papai, me salva." Ela fala, rindo enquanto Blizzard tenta chegar ao redor de seu amigo para agarrar seus pés e pernas. Optimus ri e coloca-a de lado em seu colo com um beijo carinhoso na sua bochecha. Olho para a sala. Ninguém parece surpreso; ninguém age como se isso fosse incomum. Todos sorriem enquanto eles olham o reencontro.

Corra, você precisa correr.

Lágrimas nublam a minha visão enquanto eu tento fazer o meu caminho para trás, longe de tudo. Minhas pernas vacilam, obviamente, não aceitando o comando que meu cérebro está tentando enviá-las, e eu tropeço para o lado, caindo em uma mesa e fazendo-a se arrastar pelo chão.

Vários pares de olhos viram na minha direção, mas havia apenas um par daqueles profundos olhos castanhos que fizeram meu interior virar mingau. Eles arregalam momentaneamente antes de recuperar a compostura e seu rosto normalmente rígido retornar. A mãe da garota olha para trás e para frente entre nós, claramente confusa. Não me atrevo a focalizar os outros rostos na sala. Sabendo exatamente que tipo de reação que eu iria encontrar - piedade.

"Papai, você vem brincar comigo?" Pergunta a menina, alheia à tensão que enche a sala. Seus olhos ficam focados em mim quando ele ajusta-a em seu quadril e dá um passo lento, como se estivesse prestes a se mover em direção a mim.

Mas eu já tinha ido.

Corre, continue correndo.


Capítulo 10

 

"Ei, Chel." Harmony atende.

"Você sabia?" Eu grito, tentando segurar meu celular entre minha orelha e meu ombro enquanto jogo minhas roupas em uma bolsa.

Houve silêncio por um minuto. "Oh, Chelsea." Ela sussurra baixinho.

"Você sabia!" Engulo em seco, sentindo lágrimas começar a queimar mais uma vez.

Será que todo mundo sabia, exceto eu?

"Kit só me disse ontem. Ele queria me avisar."

Eu zombo. "Ele queria avisá-la que seu melhor amigo está prestes a perder o enredo." Eu solto uma risada sarcástica. "Obrigado, Kit!"

"Você precisa falar com ele, Chelsea. Deixá-lo explicar." Eu o ouço falar ao fundo. Eu sabia que ele estaria lá.

"Eu preparo um quarto para você." Harmony diz suavemente.

"Harmony! Diga-lhe para falar com ele." Kit rosna.

Engulo em seco. Harmony me conhece bem. Ela tinha sido a única com quem eu realmente falei sobre o que foi para mim crescer. Ela sabia que eu não ia parar para falar com ele, ela sabia que eu ia correr.

"Eu preciso encontrar Blizzard e perguntar se está tudo bem eu sair."

Garotas do clube não eram autorizados a ir embora durante a noite sem ter permissão de Optimus ou Blizzard em primeiro lugar. Era importante que eles soubessem onde estávamos a todos os momentos, apenas no caso de algo acontecer e eles precisarem nos defender rápido.

"Você quer que eu ligue para ele?" Ela oferece.

Eu balanço a cabeça, estúpida, embora eu saiba que ela não podia me ver. "Eu sou uma grande garota. Eu vou fazer isso."

"Ok, eu te amo, Chel. Apenas seja paciente que as coisas iram dar certo e eu vou vê-la em poucas horas."

Suspiro. Eu sinto falta de Harmony mais do que eu pensei que sentiria. Ela se juntou ao clube pouco antes de mim, a atração pelos homens às festas e o estilo de vida perfeito demais para desistir. Nos vinculamos imediatamente e nunca olhamos para trás. Nós viemos de um passado, onde confiar em outras pessoas para Estar lá por você e cuidar de você era demais para pedir. Tínhamos aprendido a nunca esperar nada de ninguém. Éramos independentes e enquanto eu tinha sonhos de um dia me apaixonar, não precisava de um homem para comandar a minha vida. Eu fiz muito bem por mim mesma.

Eu termino de arrumar a mala e vou em busca de Blizzard. Quando ele não está em seu quarto, eu sei que teria de me aventurar a voltar à sala principal e arriscar ver Optimus no caminho. Tomo uma respiração profunda quando entro na sala principal, soltando lentamente quando percebo que está basicamente vazia com Wrench e Ham no bar.

"Blizzard está por aí?" Eu chamo por eles enquanto estão sentados amontoados em uma mesa. Wrench olha por cima e faz um gesto com a cabeça para o corredor oposto.

"Escritório de Op."

Caminhando naquela direção evitando contato com os olhos, eu bato na porta do escritório. Mas quando abre não é Blizzard.

Wrench aquele bastardo.

Dou um passo atrás, mas Optimus rosna, "Pare com isso, Chelsea. Entre aqui."

"Eu quero falar com Blizzard."

"Bem, ele não está aqui, porra." Ele dá um passo para o lado, segurando a porta aberta e me dando espaço para entrar. Meu corpo treme. Cada parte de mim está gritando corra, vai, corra. Cada parte de mim, exceto o meu coração. Meu coração quer desesperadamente que ele explique e de esperanças de que as coisas não eram o que pareciam. "Agora."

Eu pulo, mas obedeço. Eu iria deixá-lo dizer o que queria, então sairia. Fico sem jeito no meio do seu escritório quando ele fecha a porta atrás de mim.

"Para o que você precisa de Blizzard?" Ele pergunta enquanto dando a volta por mim e ficando na minha frente.

"Eu quero ir visitar Harmony. Estou saindo agora." Eu digo bruscamente.

"Não."

Minha cabeça dispara em surpresa. "O que?"

"Eu disse que não." Ele repete calmamente enquanto caminha ao redor de sua mesa. Coloca a mão na parte de trás de sua cadeira, mas não se senta. Cerro os punhos, tentando me lembrar de que preciso manter minhas emoções sobcontrole. "Eu conheço você, Chelsea. Você está assustada. Sua mente está lhe dizendo para sair daqui. Isso é o que você faz. Bem, pare. Pare e fale comigo."

Eu odeio que ele me conheça tão bem, e com os acontecimentos dessa manhã era evidente que eu não sabia quem ele era afinal. Minha mente não funciona e minha boca está seca. "Ela é sua."

Ele assente. "Ela é minha."

"Qual a idade dela?"

Eu vejo um sorriso leve no canto da sua boca. Poderia dizer apenas pelo simples gesto que seu amor por sua filha era forte. "Harlyn tem cinco."

Engulo em seco, tentando molhar a garganta seca. "E sua mãe?"

Seus olhos encontram os meus. "Isso seria Sugar."

Tusso uma risada e agarro a cadeira do escritório que está a minha frente. "Impressionante. Bem, desejo a vocês dois o melhor." Me viro para a porta.

"Sugar e eu não estivemos juntos por um tempo muito longo." Ele tenta explicar. "Meus irmãos são os únicos que sabem sobre elas, e eles nunca foram autorizados a falar uma palavra a ninguém."

Eu suspiro, mas recuso-me a virar. "E você nunca pensou que isso era algo que eu merecia saber?"

"Eu não faço questão de deixar prostitutas do clube saberem as minhas coisas."

Sorrio e me viro para encará-lo, apontando o dedo acusador. "E aí está."

"Não é isso que eu... "

"Não, não retire o que disse agora. Vamos apenas coloca-lo para fora!" Eu sorrio com falso entusiasmo. "Você é um presidente MC e eu sou apenas uma puta."

Ele balança o punho e bate na parede à sua esquerda. "Pare de colocar palavras na porra da minha boca, Chelsea!"

Eu vacilo, mas continuo desafiando. Não havia como parar agora. Eu sabia que estava desrespeitando ele, eu sabia que estava desrespeitando o clube, mas a dor que isso causou foi como uma apunhalada no coração com uma faca venenosa, e lenta mas seguramente a escuridão tomou conta do meu corpo. A lógica do meu cérebro me disse que ele realmente não tinha feito nada de errado.

Ele estava certo - eu era apenas uma prostituta do clube, e prostitutas do clube não tinha nada que fazer exigências ou esperar informações que elas não tinham direito.

Mas a dor no meu coração não parava. O que começou como uma dor fraca agora estava me destruindo completamente.

Eu estou com raiva.

Eu estou magoada.

Eu sinto como se tivesse sido enganada.

"Por que você não pode simplesmente crescer algumas bolas e admitir isso?" Eu grito para ele do outro lado da sala.

"Você está caminhando por uma fronteira tênue, Chelsea." Ele rosna por cima do meu desabafo. Está furioso.

"Apenas admita. Eu não sou boa o suficiente para você!" Agora as lágrimas haviam começado. Elas enchem meus olhos e rapidamente estouram a pequena barragem. Faço uma careta através das lágrimas, tentando esconder a dor no meu coração, por trás da raiva em minha alma. "Tudo o que eu sou para você é outra para transar."

Finja até você conseguir.

Esconda a dor.

Corre.

Eu vejo seu rosto suavizar apenas ligeiramente, e move-se em torno de sua mesa vindo em minha direção. "Chelsea, não é isso."

"Besteira. Eu sou conveniente, nada mais que isso." Eu balanço a cabeça. "Eu acho que eu não estou surpresa. Três anos que estamos fazendo essa dança ridícula."

"O que você quer? Você quer que eu te faça uma Old Lady?" Retruca.

"Eu já lhe pedi para me fazer alguma coisa? Eu já pedi mais do que o que você me dá?"

Ele franze a testa para mim. "Você não é como as outras garotas do clube, eu sei disso."

"Exatamente." Eu digo, minhas pernas tremendo e lágrimas deslizando pelo meu rosto. "Eu nunca lhe pedi nada, Optimus. Nunca lhe pedi para dar uma porcaria sobre mim. Nunca lhe pedi para me mostrar um lado de você que eu sei que seus irmãos não veem, e nunca lhe pedi para passar a noite toda me segurando e me dizendo o quão linda eu sou, mesmo que você poderia ter apenas transado e me deixado. No entanto, você ainda não pode admitir que tem sentimentos reais por mim, porque se apaixonar por uma prostituta é apenas muito abaixo de você."

Ele estende a mão para mim, envolvendo sua mão grande em torno do meu pulso fino e me puxando para perto. O fogo me acalma assim que sinto seu corpo contra o meu. Meu moletom e sua calça jeans grossa não fazem nada para me proteger do calor que eu sempre sinto quando seu corpo está contra o meu. Com uma mão segurando-me perto, a outra agarra meu queixo - quase com muita força – e levanta meu rosto, então eu não tenho escolha, a não ser olhar em seus olhos.

"Você significa mais para mim do que qualquer porra de mulher que eu já conheci." Ele sussurra baixinho. Eu abro minha boca para falar, mas ele me corta. "Não. Você teve a sua opinião, agora você vai fechar essa pequena e linda boca e ouvir." Sua mão se move do meu pulso para o meu quadril e seu dedo aperta meus músculos lá. "Sim, eu sou o presidente deste MC, o que significa que as pessoas fazem coisas loucas, a fim de me machucar. Essa é a razão pela qual Sugar e Harlyn vivem tão longe, e essa é a melhor razão para nós sermos dessa maneira. Mas isso não significa que eu não me importo com você ou penso em você como uma simples prostituta. Porque Blackbird, você é muito mais do que isso." Seu tom é suave e suas palavras me atingem forte.

É nesse ponto que eu sei que, mesmo com toda a merda que eu tinha passado na minha vida, Optimus ia ser o único a me quebrar.

A porta do escritório se abre e eu rapidamente me viro, esfregando a umidade em minhas bochechas e tentando esconder o meu rosto.

"Papai! Esse lugar é impressionante! Você sabia que tem um campo de jogos? Você joga no campo de jogos? Você devia vir jogar nele comigo." A pequena voz fala tão rápido que eu me pergunto onde ela encontrou tempo para respirar.

Eu nem sequer olho para Optimus para saber que ele tem o sorriso mais deslumbrante em seu rosto. É como seu humor pode mudar toda a sensação de uma sala, que é o quão poderoso sua energia é.

"Talvez em breve, Harlyn. Papai está conversando com Chelsea."

Depois de alguns minutos de silêncio, eu sinto um puxão no meu moletom e viro-me para encontrar a menina mais bonita de pé ao meu lado. Cabelos ruivos emoldurando seu rosto em forma de coração que brilha para mim como se eu fosse sua personagem de desenho animado favorito. "Você é, Chelsea?"

Eu não poderia deixar de sorrir quando os olhos azuis de Harlyn brilham. Lanço um olhar interrogativo para Optimus. Um sorriso puxa no canto de sua boca quando ele balança a cabeça, dando-me permissão para falar com a filha.

Eu me abaixo sobre meus joelhos e sento sobre as pernas, colocando minhas mãos no meu colo. "Eu sou. Qual o seu nome?"

Um sorriso atravessa seu rosto, seu sorriso deslumbrante, mesmo com um dente em falta. "Meu nome é Harlyn! É o meu pai, você sabia disso?" Ela aponta por cima do ombro, mas seus olhos ficam fixos em mim.

Engulo em seco e cubro minha boca. "Não, eu não! Isso é legal."

Ela assentiu com entusiasmo e se move um pouco mais perto de mim e sussurra: "Ele é o presidente."

"O que significa isso?" Eu sussurro de volta.

"Isso significa que ele consegue mandar nas pessoas ao redor e eles têm que fazer o que ele diz." Ela revira os olhos e eu seguro uma risada. "Mas eu não. Porque eu sou sua filha. Mamãe diz que eu o tenho envolvido em torno de meu dedo mindinho, mas ele é muito grande."

"Ele é, não é." Eu concordo.

"Você vai vir e jogar com a gente no campo de jogos?"

Eu sorrio para a garota. "Eu gostaria poder, mas eu só estou dizendo adeus. Eu estou indo embora visitar uma amiga por alguns dias. Talvez possamos brincar quando eu voltar?" Evito olhar para Op, sabendo que eu iria conseguir minha fuga agora.

Harlyn levanta a mão. Fecha a mão e aponta seu dedo mindinho. "Você promete de mindinho?" Inclino a cabeça para a menina com curiosidade. "Papai diz que você não pode quebrar uma promessa de mindinho. Quando ele me visita ele sempre faz promessa de mindinho que ele vai voltar e ele sempre volta." Harlyn vira a cabeça e sorri para seu pai. Ela olha para ele como se fosse seu herói - eu não poderia culpá-la, naquele ponto eu me sentia da mesma forma.

"Eu prometo de mindinho." Murmuro, enganchando meu dedo mindinho em torno do dela.

Sorrimos uma para a outra por um minuto antes dela pular e se jogar nos braços de seu pai. Ele a pegou com facilidade. "Para o campo de jogos!"

Eu me levanto do chão enquanto eles caminham para a porta.

"Três dias. Isso é tudo o que você vai ter." Nossos olhos se encontram e eu posso ver o aviso em seu olhar. "Você prometeu de mindinho."

Com isso, ele se foi. Sua voz profunda e o eco de risos de uma criança de cinco anos de idade, seguindo pelo corredor até que eu já não possa ouvi-los.

Então eu corro.


Capítulo 11

 

"Ainda fazendo as prostitutas do clube chorar, eu vejo." Sugar encosta-se no poste do balanço enquanto eu empurro Harlyn gentilmente. Olho por cima do ombro para ver Chelsea colocando sua bolsa em seu carro. Viro-me antes de conter o impulso de correr até ela e pedir-lhe para ficar.

Foi melhor assim. Se estivéssemos sendo observados, então espero que eles fossem pensar que ela não era importante, deixando-a sair sem alguém para cuidar dela.

O que ela e todos os outros não sabiam era que havia alguém observando ela. Kit já tinha enviado um de seus garotos, Lift, para segui-la pelo caminho para Troy. O garoto era bom, e eu sabia que ela estaria segura.

"Elas sabem no que estão se metendo quando elas vêm aqui."

"Isso não é um olhar tipo 'cachorro chutado'. Esse olhar é mais parecido como um filhote de cachorro que você levou para casa brincou com ele, deu um nome, alimentou e, em seguida, o largou em uma ponte uma semana depois." Eu olho para ela, mas ela apenas me olha. Sugar era doce, suave e gentil, mas a garota era forte.

"É complicado." Eu murmuro enquanto empurro suavemente contra as costas de Harlyn.

Eu podia vê-la franzindo a testa para mim através do canto do meu olho. Ela estava me estudando. "Oh, Optimus. De novo não."

Paro de balançar quando Harlyn pula e corre para o trepa-trepa. Sigo atrás dela na esperança de evitar Sugar, mas ela me segue.

"Não faça isso."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "Eu não sei o que você está falando."

"A razão pela qual você nos trouxe aqui. Tem algo grande que vai acontecer não tem?" Ela puxa as mangas de sua camisa sobre suas mãos.

"Você sabe que eu não posso falar com você sobre isso. Mas sim, é muito grande." Eu posso ver as rodas em sua cabeça se movendo enquanto junta peça por peça de exatamente o que Estava acontecendo.

Sinto a mão no meu braço. "Não afaste ela."

Meu corpo fica tenso. "Eu estou fazendo o que tenho que fazer para proteger a minha família."

"E como foi essa experiência para você na última vez, Op?" O golpe foi baixo e ela sabe disso.

Rosno e viro para ela. "Você e Harlyn ainda estão vivas não é?"

Ela zomba e encontra meu olhar. "Sim, parabéns! Por causa do que você fez a nossa relação caiu em pedaços e você vê a sua filha uma vez por ano. Bom trabalho."

"Você nunca quis ser uma parte do clube de qualquer maneira." Eu acuso, apontando o dedo para ela. "Você é a única que queria sair, recusando-se a voltar para casa."

Ela parece magoada por um momento antes de afastar isso. "Você nos empurrou para fora e você nos levou tão longe, doeu. E depois de tudo o que aconteceu com o seu pai, eu era jovem, estava grávida e com medo," ela suspira, "não havia volta depois disso."

"Eu fiz o que tinha que fazer para proteger você e minha filha." Eu murmuro, observando enquanto a minha linda menina escala o quadro de escalada como uma profissional.

"Não." Ela sussurra. "Você cometeu um erro que feriu todos os três de nós."

Eu não conseguia olhar para ela. Mandá-la embora com a minha filha foi uma das decisões mais difíceis que eu já tive que fazer. Ela estava certa. Eu sabia que não teria dado certo entre mim e Sugar, mas eu poderia ter feito mais para lutar por elas, eu poderia ter mantido elas seguras e estado mais envolvido na vida de Harlyn.

Eu tinha cometido um erro.

"E agora você está prestes a fazer tudo de novo." Sugar diz quando olha para a nossa garota. "Só que dessa vez, ela não vai ter uma razão para mantê-lo na vida dela."

"Papai, me pega!" Fui para baixo do trepa-trepa logo que Harlyn se atira de cima para meus braços. A garota não tinha medo. Ela tinha absoluta confiança em mim. Ela sabia que eu iria pegá-la.

"Vamos. Vamos almoçar." Eu digo a ela quando tiro seus cabelos ondulados de seus olhos.

"Papai?"

"Sim, menina."

"Vamos ter um filhote de cachorro?"

Essa criança não perde nada. Eu precisava me lembrar disso.

Passei o dia com Harlyn até por volta de 15:00, quando ela caiu no sono no sofá do meu quarto enquanto estávamos assistindo a um filme.

Harlyn era inteligente.

Eu sabia que teria que ter cuidado com o que dissesse e fizesse perto dela porque ela pegava tudo, até mesmo o humor das pessoas ao seu redor.

Há uma batida forte na porta do meu quarto. Transfiro Harlyn então ela está agora deitada em todo o sofá, em vez de apoiada contra mim, e ando rapidamente para responder antes que comecem a bater novamente e acorda-la.

Ham está de pé lá, seu pé batendo. "Pres, precisamos de você lá fora agora."

Foi a primeira vez que eu o vi parecer nervoso, mesmo com todo o trote e besteiras que os rapazes tinham brincado com ele. "O que está acontecendo?"

"Dois enormes rapazes italianos em ternos estão esperando no portão para falar com você. Blizzard já está indo lá para fora."

Porra.

"Encontre Sugar, diga-lhe para ir para o meu quarto e esperar com Harlyn." Eu digo enquanto passo por ele e corro pelo corredor.

Eu estou curioso para ouvir o que esses caras têm a dizer. Eles não tinham chegado com arma em punho e isso para mim era suspeito para começar.

Blizz me encontra na porta e confiro se tenho a minha pistola enfiada na parte de trás da minha calça.

"Prospect!" Eu chamo para a sala atrás de mim. Neil aparece de trás do bar com garrafas debaixo dos seus braços e mãos, obviamente ajustando o estoque. "Reúna todas as garotas e diga-lhes para irem para seus quartos e ficar lá até que um membro do clube venha para pegá-las."

"Sim, Pres." Ele responde seguido pelo barulho das garrafas e passos pesados.

"Isso pode virar uma merda muito rapidamente" Blizzard diz enquanto nós caminhamos em direção aos portões da frente do clube.

"Honestamente, quanto mais poderia as coisas chegarem a este ponto?" Eu digo secamente.

"Porra de uma bala entre os olhos?"

"Você enviou uma mensagem para Kev?"

"Sim, ele está a caminho lá pra cima."

Havia alguns grandes edifícios industriais que eram vistos em torno das bordas do clube. Tínhamos sensores neles então nós saberíamos se alguém estava nos observando de lá, mas desde que o ponto de vista perfeito para os nossos homens, se nada parecido com isso vier a acontecer.

Eu atravesso a pequena abertura do portão.

Slider e Wrench ficam impassíveis do outro lado, olhando para os homens bem-vestidos que estão ao lado de um grande Mercedes. Nosso terceiro prospect ficou logo atrás deles, tentando imitar a posição deles, mas era bastante claro que suas mãos tremiam.

"O que posso fazer por você?" Eu pergunto bruscamente quando dou um passo na frente dos meus homens, Blizzard exatamente ao meu lado como sempre.

Um dos homens dá um passo adiante, mas não responde. Seus cabelos são escuros e penteado para trás e seus óculos escuros escondiam seus olhos. Ele olha para mim por um momento antes de estender a mão para a maçaneta da porta do carro. O homem que sai é tão clichê que se eu não soubesse como era mortal, eu quase iria rir. Ele tem uma camisa de gola alta preta debaixo de um terno cinza-escuro que foi perfeitamente vincado. A uma leve sombra negra de sua mandíbula ao redor de sua boca eram partículas de cinza que combinava com a cor de seus cabelos.

Ele toma uma profunda tragada do charuto que pendia entre os dedos antes de jogá-lo para meus pés enquanto exala. Eu observo o charuto saltar sobre o asfalto, o fumo logo alcançando o meu nariz e levando-me a fazer uma careta.

"Você é Optimus?" Seu sotaque italiano é grosso para notar onde me pergunto se ele realmente falava fluentemente Inglês.

Eu amplio minha posição ligeiramente e cruzo os braços sobre o peito. "Eu sou, e você é?"

Ele assente. "Anthony DePalma."

"O que posso fazer por você?"

Ele me lança um sorriso sombrio. "Eu estou procurando pelo meu filho, Kenneth DePalma."

Eu coço o queixo com a mão. "Desculpe, não conheço ninguém com o nome de Kenneth."

"Não há um cara que trabalha na loja de ferragens na cidade chamado Kenneth?" Blizzard oferece com um estalar de dedos.

O sorriso de Anthony não vacila. "Acredito que ele se juntou a seu clube, você pode conhecê-lo como Target." Continua ele, seus olhos se recusando a sequer reconhecer meu irmão, mas sim ficar colado em mim.

"Não é possível ajudá-lo. Target não esteve por perto por um tempo agora." Eu digo a ele com um encolher de ombros.

Seus olhos me examinam, eu não tinha certeza de que ele estava piscando, mas não desisti. Eu não estava com medo desse idiota.

Ele resmunga e puxa os punhos do seu paletó. "Bem, isso é uma vergonha."

"Se você diz. Eu não estou realmente muito decepcionado. Ele era uma espécie insuportável de qualquer maneira."

"Sim, ele me lembra um daqueles animais." Blizzard bate na cabeça como se estivesse lutando para se lembrar, "O que é chamado de novo?"

Eu olho diretamente nos olhos de Anthony DePalma. "Um rato."

"É isso aí!"

O sorriso cai de seu rosto instantaneamente e encontra um olhar duro. Esse homem estava acostumado a ter pessoas encolhidas em seus pés. Ele praticamente era dono da costa leste e parecia que estava procurando expandir, e os Brothers by Blood estavam no topo de sua lista de acertos.

A família DePalma tinham seus dedos em quase todo tipo de crime organizado que você poderia pensar. Drogas, armas, prostituição, assassinato – se isso era ilegal então eles estavam de alguma forma envolvidos. Eles tinham muita concorrência de outros, os Russos, os Irlandeses e outras gangues de rua, mas por alguma razão eles tinham escolhido vir atrás do meu clube. Se isso não fosse uma declaração de guerra, então eu não sabia o que era.

"Eu acredito que você entendeu mal. É uma pena para você que eu vou ter que considera o seu clube responsável pelo meu filho desaparecido."

"Talvez Kenneth tenha ficado enjoado de seu pai estar no rabo dele o tempo todo e decidiu que precisava de uma pausa."

"Você sabe quem eu sou?"

Eu não falo, mas ele sabe a resposta - claro, que eu sabia.

"Eu tenho um monte de recursos à minha disposição. Meu alcance é muito mais amplo do que a de seu clube."

"No entanto, você ainda escolheu vir atrás de nós, bem antes de seu precioso filho ter desaparecido."

Ele zomba de mim, sua compostura caindo. "Você feriu minha família, e de onde eu venho só há uma maneira de corrigir isso. Sangue por sangue." Ele ajeita o paletó, o rosto relaxado quando dá um passo para trás em direção ao seu carro. Seu pequeno servo rapidamente abre a porta para ele. "Eu vou estar em contato em breve. Você pode contar com isso."

Eu não falo, mas nós assistimos em silêncio enquanto o carro se afasta do meio-fio.

"Bem, isso foi esclarecedor." Wrench zomba.

"Ligue para Church." Eu peço bruscamente. "Precisamos de informação e um plano. Target deve ter deixado uma pista em algum lugar."

Meus homens rapidamente se dispersam e eu puxo o meu telefone do meu bolso de trás, disco um número e seguro-o no meu ouvido.

"E aí irmão?" Kit responde.

"Ela está aí?"

Ele ri. "Sim cara, ela está aqui. Ela e Harms não deixaram o quarto desde que ela chegou."

Eu suspiro aliviado e puxo meus cabelos em frustração. "Boa. Eu acabei de ter uma visita de Anthony DePalma."

"Alguma pista sobre o que está acontecendo?" Pergunta Kit, seu tom rapidamente se transformando para sério.

"Não, mas até que nós sabemos de algo, você a observa como um falcão." Eu digo a ele severamente.

"Eu vou, irmão."

Eu desligo. Tinha plena fé no meu irmão.

Kit e eu nos conhecíamos por um tempo muito longo e, embora nós viéssemos de fraternidades separadas, nós fomos basicamente criados juntos.

Eu sabia que ele faria o que fosse necessário ser feito a fim de manter Chelsea segura, mas até que ela estivesse de volta aqui comigo e nos meus braços, meus níveis de ansiedade estaria nas alturas.

Deus ajude qualquer um que tente se meter comigo.


Capítulo 12

 

Eu vou até os portões da frente do clube da fraternidade de Troy. Um prospect abaixa a cabeça na minha janela e me olha antes de apontar para o outro membro para abrir os portões.

Eu estou cansada e meus olhos estão inchados, mas eu tinha feito isso. Estacionando meu carro ao lado do grande edifício, sento nele por alguns minutos, necessitando de tempo para ajudar-me a voltar ao normal novamente. Eu tinha conduzido até aqui no piloto automático, o meu navegador me dizendo para onde ir. Foi uma viagem lenta, mas eu não estava com pressa. Salto quando a minha porta se abre, eu agarro meu coração.

"Ei linda." A voz alegre me cumprimenta. Eu abaixo minha cabeça e olho por cima, a luz brilhante do sol ardendo meus olhos antes de finalmente focar na figura. Ele está olhando para mim com um sorriso estampado em seu rosto.

"Oi."

Ele estende a mão para mim e a pego, meu corpo realmente grato por algum apoio enquanto saio do meu carro. Consigo um olhar melhor para ele agora que o brilho do sol não está mais sombreando seu rosto. Eu o reconheço de quando os homens de Troy visitaram o norte, mas meu cérebro luta para colocar um nome ao rosto.

"Obrigada." Eu digo com um sorriso suave.

"Chelsea, não é?" Ele confirma, ainda segurando minha mão na sua.

Eu balanço a cabeça. "Sim, hum..."

"Mix."

"Desculpe Mix. Meu cérebro está um pouco lento no momento."

Ele apenas sorri antes de caminhar em volta do carro e puxar minhas malas do porta-malas. "Vamos, Harmony está esperando por você."

Eu estava animada para ver minha amiga. Tinha sido estranho vê-la todos os dias e depois não vê-la mais.

"Eu achei que ela faria parte do comitê de boas-vindas." Eu digo enquanto o sigo em direção ao enorme edifício de estilo industrial.

Ele ri. "Ela faria, mas Kit não iria deixá-la faltar sua aula."

Eu faço uma careta. "Aula?"

Ele apenas ri não me dizendo qualquer outra coisa enquanto deixa cair as minhas malas na frente das portas e em vez de me levar para dentro, faz um gesto para eu segui-lo ao redor do prédio.

Nós atravessamos uma porta de correr, onde os homens se apressam em torno dos carros. Seus macacões estão sujos com graxa e entre os sons de instrumentos barulhentos havia música alta tocando. A placa acima das portas dizia Auto Shop do Oz.

Mix para em duas portas duplas um pouco mais abaixo do edifício e as abre, apontando a mão para eu entrar em sua frente. Olho para ele com ceticismo, mas entro na sala.

"Agora me bata!" Uma voz masculina solicita.

"Não. E se machucar você?"

"Você não vai me machucar, garota bonita."

Meus olhos levam um momento para se adaptarem à mudança de luz, mas eu logo percebo duas figuras em pé no meio de um ringue de boxe improvisado. A sala não é grande, mas tem tetos muito altos, juntamente com vários sacos de boxe, esteiras e pesos espalhados ao redor.

"Se eu lhe der um olho roxo, eu vou ter que olhar para isso por dias." Harmony geme quando fica frente a frente com Kit no meio do ringue.

Eu sorrio.

"Vamos, Harm. Você é a única que queria aprender essa merda de autodefesa."

Eu coloco minhas mãos em volta da minha boca. "Vamos! Acerte-o!"

A cabeça de Harmony vira abruptamente para mim, um sorriso se espalha em seu rosto. Ela começa a caminhar em minha direção, mas Kit agarra-a pela cintura. "Nós ainda não terminamos."

Harmony rapidamente levanta o braço e acerta seu cotovelo na barriga de Kit. Ele a solta, curvando-se e gemendo de dor. Mix e eu começamos a rir enquanto Harmony desce do ringue, sorrindo triunfante. Ela corre para mim, jogando os braços em volta do meu pescoço. Nós dois rimos enquanto nos abraçamos, balançando para frente e para trás.

"É tão bom ver você." Harmony murmura em meu ouvido.

"Claro que sim." Eu digo a ela, não sendo capaz de tirar o sorriso de meu rosto.

Ela se afasta, segurando as mãos nos meus ombros e seu rosto refletindo o meu.

"Eu teria convidado você, mais cedo se soubesse que isso seria necessário para ela finalmente me bater." Diz Kit quando se aproxima de nós, ainda segurando seu estômago, mas com um sorriso lindo no rosto.

"Se eu soubesse disso, eu teria chegado mais cedo também." Eu respondo.

Ele ri, envolvendo seu outro braço em volta do meu ombro e me dando um aperto. "É bom te ver."

Harmony agarra minha mão e me puxa para longe, arrastando-me pelas portas. "Nós temos que colocar a conversa em dia. Nós vamos nos juntar a vocês mais tarde." ela fala por cima do ombro enquanto saímos.

Noto que minhas malas foram levadas de onde Mix as tinha deixado, mas Harmony não para. Ela me puxa através das portas que eu assumo ser o clube dos irmãos. Eu tenho uma visão rápida de um bar e algumas mesas de bilhar antes de subirmos uma escadaria para a esquerda.

Ela finalmente desacelera quando chegamos ao próximo andar, as portas tinham nomes em cada uma delas, algumas com classificações oficiais, e outras não. O quarto no final era marcado Presidente e Harmony empurra as portas, batendo-as fechadas atrás de nós e trancando rapidamente.

O quarto é grande, muito maior do que os quartos que os irmãos tinham em Atenas, mesmo Optimus. Tinha espaço para uma área de sofá e televisão, bem como uma mesa de tamanho razoável, uma cama king size e um pequeno banheiro ao lado.

"Uau, isso é incrível." Digo, vagando quando Harmony entra no banheiro.

"Sim, é muito grande, né?" Harmony fala. Ela sai um momento depois, suas roupas de treino trocadas por um apertado jeans e camisa rosa.

Harmony se senta no sofá e pega sua guitarra. "Então, como você está se sentindo?" Ela toca as cordas suavemente mesmo quando está olhando para mim. Eu estou acostumada com isso agora. Para ela, é uma coisa inconsciente. Harmony se sentia mais confortável quando tinha sua guitarra em suas mãos. Era apenas parte de quem ela era como uma extensão do seu corpo.

Eu suspiro, sentando-me ao seu lado e deixando minha cabeça cair para trás contra o encosto do sofá. "Eu não sei."

"Você falou com ele?"

Eu me encolho. "Mais ou menos."

Ela revira os olhos. "Você pirou, não é?"

"Talvez."

Ela balança a cabeça e eu sei que a merda está prestes a ficar séria quando coloca sua guitarra de volta em seu estande e se vira para mim totalmente. "Chelsea, Optimus se preocupa com você." Eu abro minha boca para falar, mas ela me corta com a mão. "Não. Ouça. Ele a está mantendo afastada, e eu entendo, isso é frustrante. Mas você não pensa em seu coração que por ele vale a pena lutar?"

Olho para as minhas mãos. "Eu não sei. E se eu lutar e, no final, ele ainda se virar e dizer que não quer que eu seja sua?"

"Mas e se você for embora sem saber? Você está disposta a passar o resto de sua vida se perguntando o que poderia ter acontecido?"

Eu levanto do sofá e começo a andar. "Estou com medo, Harm. Estou com medo de me jogar e receber nada de volta. Estou com medo de que ele tenha o poder de me destruir. E isso não é algo que eu já dei a qualquer pessoa."

Ela assente em entendimento, os olhos à deriva para a mesa de cabeceira, onde havia uma foto dela e Kit apoiada. "Chel, não seria amor, se ele não tivesse o poder de fazer com que o mundo inteiro venha para um fim completo. Mas às vezes vale a pena o risco."

Ficamos em silêncio por um longo tempo.

Talvez ela estivesse certa.

Talvez fosse hora de dizer a Optimus o que eu realmente queria e para de deixa-lo ditar minhas emoções com sua merda de ida e volta.

Eu estava pronta para jogar tudo na mesa e arriscar meu coração a ser rasgado em pedaços?

Eu não tinha certeza. Mas o que eu sabia era a dor que Estava me drenando e eventualmente alguma coisa ia ter para ceder. Eu só esperava que, quando isso acontecesse, eu seria capaz de me levantar e seguir em frente, porque eu tinha passado por muita dor em minha vida para deixar isso me parar agora.


Capítulo 13

 

"Tudo bem, onde nós estamos?" Eu pergunto quando bato meu martelo de madeira contra a mesa da igreja.

Todos os meus irmãos estão presentes exceto os prospects que não são autorizados a se unir à igreja até que eles ganham seus emblemas.

Wrench desliza uma pasta sobre a mesa quando começa a falar. "Anthony DePalma, cinquenta e oito anos, assumiu os negócios da família quando seu pai faleceu cerca de dez anos atrás. Dois irmãos, um mais velho, um mais novo... "

"Espere" Kev interrompe. Kev tinha sido um policial, ele conhecia os prós e os contras do crime organizado. Ele se juntou a policia quando jovem, pensando que seria uma unidade forte que poderia confiar, mas optou por sair devido à quantidade de corrupção que viu. Ele encontrou o que precisava com a gente, e enquanto isso tinha tomado um pouco mais de tempo para ser aceito nas classes, nós não julgamos seu passado. Ele tinha feito mais do que suficiente para nos provar ao longo dos últimos oito anos ou mais que ele era leal para uma falha. "A máfia é como a família real, a coroa é sempre passada para o filho mais velho. Como ele acabou com isso?"

Wrench dá de ombros, folheando algumas páginas e visualizando o papel. "Marco, o irmão mais velho ainda está envolvido no negócio da família."

"Estranho." Kev murmura com uma careta.

"Você acha que isso é importante?" Pergunto, inclinando-me para trás na cadeira.

Ele coça o rosto com a mão, tomando um momento para pensar sobre isso. "Eu lidei com os italianos antes, não o DePalma, mas não há uma escassez de famílias do crime da Sicília lá fora. O primogênito é sempre o único a ter o trono quando o pai morre. Se não houver um macho na família, nesse momento, é passado para o próximo irmão mais velho, ou sobrinho."

"Você já ouviu isso antes?" Questiono.

"Sim, o irmão mais velho caiu em desgraça da família. Ele era um viciado em álcool e drogas. Ele não poderia ser confiável para administrar o negócio da família, por isso ele foi expulso. Não voltando depois disso. Estou curioso para saber por que este irmão não está no comando, mas ainda é mantido dentro da família."

Eu balanço a cabeça, também estou muito curioso sobre isso. Talvez DePalma tivesse uma fraqueza em suas graduações que poderíamos usar.

"Wrench, quando nós terminarmos leve Kev com você para fazer mais algumas pesquisas. Eu quero saber se há algo que podemos usar."

Os meninos assentem e Wrench continua a explicar o que tinha, dando-nos uma pequena aula de história da máfia italiana, enquanto estava com isso.

"Ele disse que tinha machucado a família, mas eles foram os únicos a enviar Target em primeiro lugar. Tem que haver mais aí?"

"Muito possivelmente, mas eu estou lutando para ver o que." Meu cérebro está girando tão rápido, tentando descobrir todos esses enigmas estúpidos. "Nós esvaziamos seu quarto. Tinha alguma coisa lá?"

Blizzard sacode a cabeça. "Nós não encontramos nada excessivamente suspeito. Mas não passamos exatamente com um pente fino."

"Faça."

Ele assente.

"Eu quero segurança extra nas portas, três guardas em todos os momentos, um membro sempre." Eu vejo alguns dos meus homens enrugarem seus rostos, mas não discutem. Normalmente, proteger o portão era um trabalho dos prospects, porque vamos encarar isso, não era tão difícil. Mas eu não confiava em um prospect para deixar naquilo que eles não sabiam exatamente porque eles sabiam as coisas certas para dizer.

"Temos outros assuntos para discutir?" Eu olho para os meus homens. Essa igreja tinha sido chamada especialmente então deixaríamos as discussões de negócios normais para o nosso tempo regular da igreja.

Camo levanta a mão. Camo tinha se juntado ao clube recém-saído do exército. Ele foi dispensado devido a estilhaços em tantas partes de seu corpo que tinha perdido a conta após a sua tripulação ter sido atingida por uma bomba de beira de estrada. Como a maioria dos homens do exército, ele desejava a fraternidade que o clube ofereceu. Ele nunca foi encontrado em outra coisa senão calças do exército e poderia integrar em qualquer área ou situação.

Dei-lhe um aceno rápido.

"As meninas do clube estão caindo como malditas moscas. Alguma chance de podermos obter um pouco mais por aqui?"

Reviro os olhos, mas vejo alguns outros membros acenar em acordo.

"Quando as coisas se acalmarem um pouco, vamos abrir as noites de sexta-feira para as meninas da cidade e acompanhantes. Pode haver algum interesse."

"E sobre aquele pedaço quente amiga de Chelsea saída da faculdade?" Ele sorri.

"Deixe Rose em paz seu maldito." Blizzard rosna de seu assento ao meu lado, olhando para Camo sobre a mesa.

Camo ergue as mãos com a explosão de Blizzard e eu não posso evitar, de sorrir.

"Liberados."

Meus irmãos saem todos, mas Blizzard ainda fica olhando para o outro homem, mesmo quando as portas fecham-se.

"Você tem uma coisa por ela?" Pergunto.

"Ela não é uma das prostitutas do clube." Diz ele, evitando o meu olhar.

Eu rio. "Isso não foi o que perguntei."

Ele vira-se em seu assento e olha para mim. "Não sei. Ela não quer ter nada comigo ou com o clube de qualquer maneira. Ela deixou isso bem claro."

"E quando ela fez isso bem claro?" Pergunto, divertindo-me com o rumo dos acontecimentos.

"Quando tentei convidar-me para seu apartamento na outra noite, e ela me disse que não." Ele murmura.

Eu rio. Blizzard era um homem das senhoras. Um grande homem das senhoras. Ele era tranquilo, engraçado e encantador. O fato de que tinha sido rejeitado foi um choque maciço para o seu sistema. Mas eu sabia que ele não iria deixá-lo de lado. Como todo homem de sangue quente, nós queríamos tudo o que não poderíamos ter.

"Talvez ela esteja apenas jogando duro para conseguir. Como você disse a menina não é uma das prostitutas do clube."

Ele faz uma careta ao ouvir a palavra 'prostituta.' "Não, é mais do que isso. Quando eu a puxei para fora daquele clube, você devia ter visto o jeito que ela olhou para a minha moto e meu colete. Não era medo, mas havia algo ali que transformou-a."

"Há um monte de pessoas ao redor que não gostam de motoqueiros. Nossa reputação nos precede."

Ele olha para a grande mesa, o logotipo do clube desenhado no meio. "Talvez."

"Chelsea terá suas bolas se você mexer com ela."

Eu pego o brilho insolente em seu olhar antes mesmo que ele fale: "Por que ela precisaria das minhas quando ela tem seus bolsos cheios com as suas?"

"Foda-se," Rosno, chegando a bater nele, mas ele se esquiva, saltando para fora do assento com seu sorriso habitual agora firmemente de volta no lugar. "Vá buscar-me algumas respostas, idiota."

Ele me dá uma saudação antes de se dirigir para a porta. Indo para o meu quarto não muito tempo depois, dou ordens para um prospect correr e dizer que as meninas podiam sair. Abro a porta só para encontrar Suga e Harlyn enfiadas em minha cama, lendo uma história.

Harlyn vê meu movimento em primeiro lugar. "Papai!" Ela chama, desembaraçando-se dos braços de sua mãe, saltando para fora da cama e correndo os poucos passos para mim.

Eu a pego com facilidade, descansando-a no meu quadril, sinto falta dessa garota como um louco. Mata-me que ela esteja tão longe e minhas visitas sejam tão poucas. Ela é minha filha e eu tinha perdido seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seu primeiro corte de cabelo, sua primeira visita ao Papai Noel. Eu queria vê-la crescer e ser uma influência positiva em sua vida, e não o pai ruim que envia dinheiro e presentes na esperança de que seja suficiente por minha ausência.

Sugar está certa. Mandá-las embora tinha sido um erro - um que eu sempre me arrependo.

Mas as coisas seriam diferentes agora.

Eu não faria o mesmo erro outra vez, e quando isso tudo tiver terminado, Sugar e eu íamos sentar e ter uma conversa muito séria sobre o futuro. Nós não podemos ter um futuro juntos, eu acho que nós dois percebemos isso há muito tempo, mas o meu futuro com Harlyn ia ser forte.

Disso, eu tinha certeza.


Capítulo 14

 

"Você quer outra bebida?!" Harmony pergunta sobre a música.

Eu balanço a cabeça em afirmação antes de beber o restante em meu copo. Nós tínhamos decidido por uma noite fora. Primeiro nós tínhamos chamado isso de noite das garotas, mas isso tinha mudado rapidamente e Kit protestou contra deixar-nos sair sozinhas. Foi assim que terminamos na Glow, o clube de strip da fraternidade de Troy na cidade local.

Esse foi o acordo que tinha sido dado. Não é realmente um acordo por parte dos homens, mas nós aceitamos o que poderíamos conseguir.

Missy, a mulher que comandava o clube, era uma piada. Ela se juntou a nós, logo que entramos. Eu tinha a sensação de que ela tinha um motivo para se juntar a nós, porém, ela e Tally, VP de Kit estiveram se olhando a cada dois minutos desde que entramos.

Com algumas vodcas em meu sistema, eu a cutuco. Ela se vira para mim com o sorriso mais bonito. Missy era impressionante. Usava apenas a quantidade certa de maquiagem para acentuar suas feições sem se parecer com uma prostituta, e seu corpo era estilo ampulheta – cintura fina, bunda grande.

"Tem algo acontecendo entre você e Tally?" Eu pergunto maliciosamente com um levantar das minhas sobrancelhas.

Eu pego o rubor em seu rosto antes que ela tivesse tempo de virar o rosto e balançar a cabeça. "Por que você diria isso?"

Olho e pego ele olhando para ela pela centésima vez nas últimas horas. "Porque aquele garoto tem estado de olho em você desde que teve você a vista."

Ela escova os cabelos para trás de seu rosto e ri suavemente, mas não responde.

Eu suspiro dramaticamente. "Vamos... Eu preciso de um pouco de emoção. Vocês dois estão fazendo isso ou o quê?"

Assim que eu termino, percebo que a sala se tornou tranquila quando o DJ anuncia a próxima garota no palco. Todos na mesa olham para mim com rostos divertidos. Mesmo Missy ri com a situação estranha e Tally sorri para mim do outro lado da mesa, dando-me uma piscadela tortuosa que só me deixa mais frustrada em não sabia a resposta à minha pergunta.

Eu me pergunto por que Harmony Estava demorando tanto com a minha bebida, então vou em busca dela. Encontro-a no bar com Kit tentando arrastá-la para longe, apontando para o corredor que levava aos quartos privados. Ela está rindo e se afastando, mas eu posso ver que ele está quebrando suas defesas. Eu vou até lá e jogo meus braços ao redor de seus ombros, mostrando minha língua para Kit como uma criança mimada.

"Ela é minha Essa noite, amigo!" Eu sorrio. "Leve o seu... ding-dong1, e use sua mão se você está desesperado."

Harmony e Kit riem, mas ele solta sua mão. "É chamado de pênis, Chelsea. P-ê-n-i-s, pênis!" Ele provoca, sabendo que a palavra me fez estremecer. Eu não sei por que ele faz, era apenas uma daquelas palavras que eu não gostava. Tipo como algumas pessoas odeiam a palavra, úmido, ou latejante.

Eu enrugo meu nariz, apenas para fazê-los rir ainda mais. Agarrando minha bebida do bar, eu puxo a mão de Harmony. "Tanto faz! Ela é minha."

Harmony lhe dá um rápido beijo no rosto quando eu a puxo. Aqueles dois tinham uma conexão intensa, mesmo apenas conhecendo um ao outro por um tempo curto. Por mais que Harmony tinha lutado contra ele, eu admirava a persistência de Kit. Ele sabia que o queria e não estava prestes a desistir dela por nada.

Eu penso sobre Optimus. Ele não era assim comigo. Claro que ele me perseguiu e tinha-me em sua cama mais vezes do que as outras garotas, mas eu estava começando a pensar que era mais fora da conveniência e prazer do que qualquer outra coisa. Nós dois sabemos que a química que tínhamos juntos era explosiva - algo que eu, pessoalmente, nunca experimentei com ninguém exceto ele. Mas ele nunca lutou por mim como Kit lutou por Harmony.

Ela me cutuca quando nós nos sentamos de volta na grande mesa que nos reunimos. "Você está bem?" Ela obviamente percebe a rápida mudança no meu humor, mas eu não estava prestes a deixar Optimus destruir uma noite com minha melhor amiga. Eu Estampo um sorriso e me inclino para ela. "Missy e Tally estão juntos?"

Ela me olha por um segundo, eu tenho certeza que estava curiosa para saber o que estava acontecendo na minha cabeça. Mas uma das coisas que eu amava sobre Harmony era que ela não se intrometia. Ela sabia que eu viria para ela quando precisasse dela e estava bem com isso. Entendia que era apenas quem eu era. E ela aceitou.

Seus olhos se movem, olhando para Missy e Tally, que tinham de modo suspeito aproximado um do outro e estavam sentados muito perto tendo uma conversa tranquila.

"Eu não sei. Você acha? Tally realmente não toca nas meninas no clube. Quero dizer, ele gosta de flertar, mas eu nunca o vi realmente fazer alguma coisa. Você acha que é por isso?"

Missy olha em nossa direção e nos vê olhando. Ela rapidamente se senta ereta, arrastando seu corpo um pouco para longe de Tally, que franze a testa quando ela faz.

Definitivamente uma história aí.

"Harmony! Vem dançar com a gente." Eu ouço alguém chamar atrás de nós.

Reconheço a garota como uma das strippers que eu tinha visto no palco no início da noite. Harmony tinha me dito na noite anterior que ela se tornou próxima de algumas garotas que trabalham no Glow.

Ela explicou que as garotas do clube que viviam na fraternidade de Troy eram diferentes das meninas que tínhamos em casa. Elas eram sorrateiras e desonestas, o tipo de esfaquear você em seu sono se elas quisessem seu homem. Desde que ela tinha estado aqui em Troy, tinha tido mais de um desentendimento com prostitutas do clube, mas eles tinham terminado muito rapidamente quando Kit as expulsou. Harmony era uma Old Lady e não apenas qualquer Old Lady, ela pertencia ao Presidente do clube. Não havia nenhuma maneira de Kit deixar alguma garota enlouquecida do clube escapar tratando sua mulher como uma porcaria.

Se você não pode mostrar respeito pelo clube, você não merecia a ajuda deles ou proteção - fim da história.

Enquanto tínhamos garotas em casa que poderiam ser um pouco loucas e possessivas pelos rapazes, a maioria de nós parecia Estar se entendendo muito bem. A atração pelos homens nos clubes não poderia ser evitada na verdade. Enquanto eles eram fora da lei, e todos nós sabíamos que eles tinham negócios que eram mantidos no escuro, os homens também eram, em sua maior parte, sinceros e cuidavam de nós. Nós respeitávamos suas regras e eles nos tratavam como seres humanos.

Infelizmente, algumas mulheres eram apenas cadelas - isso era a vida.

"Hoje não, querida. Minha amiga está aqui." Diz ela apontando para mim. A garota me dá um grande sorriso, parece doce.

"Ela pode se juntar a nós. Quanto mais, melhor!" Ela diz, radiante.

"Chelsea não dança." Explica Harmony, rindo. Dou de ombros. Eu não me importo que as pessoas saibam que eu não sabia dançar. Era um fato. Eu só não tinha ritmo quando se tratava de música e eu não era confiante sobre como mover meu corpo e fazer isso parecer bom.

"O que quer dizer com ela não dança?" Missy salta, claramente chocada.

"Eu não posso. Este corpo incrível não sabe se mover."

Missy franze a testa. "Eu pensei ter ouvido que era uma maratonista?"

Eu balanço a cabeça. "E sou."

"E você gosta de sexo não é verdade."

Reviro os olhos. "Duh."

Missy empurra a cadeira para trás e dá a volta na mesa. "Se você corre, então você sabe ritmos e movimentos. Você só tem que aprender querida." Ela estende a mão para mim. "Venha, eu vou te ensinar."

Eu balanço minha cabeça. "Confie em mim, muitos já tentaram."

"Vamos, Chel. Por favor!" Harmony me dá um olhar implorando por isso que me fez rir, mas logo toda a mesa está aplaudindo, me dizendo para ir dançar.

Suspiro. "Bem! Mas ninguém está autorizado a rir."

Pego a mão de Missy e ela sorri triunfante. "Querida, eu prometo, se esses bastardos rirem, eu vou bani-los do Glow por um mês."

A mesa geme em uníssono.

"Você pode fazer isso? Glow não pertence ao clube?" Pergunto ceticamente enquanto ela me puxa para o palco agora vazio que estava mais próximo de onde estávamos sentadas.

Ela sorri. "Eles podem possuí-lo, mas este lugar é meu. E sem mim, eles não teriam qualquer garota para fazer strip."

Uma música lenta começa enquanto subíamos os degraus e instantaneamente eu vejo quando Harmony e a stripper, Honey, começam a balançar com o som. Harmony está impressionante, seus longos cabelos loiros caindo pelas costas e balançando para frente e para trás.

Eu sabia que quando nós terminássemos não havia nenhuma maneira no inferno que eu ia ser capaz de impedir Kit de arrastá-la para algum quarto e ter seu caminho com ela. Mas eu não me importava. Minha melhor amiga era feliz, e isso era tudo que me importava.

"Ok, eu quero que você pense sobre correr." Missy diz quando fica em minha frente.

"Confie em mim, isso é tudo que eu estou pensando agora." Eu murmuro.

Ela revira os olhos, mas moveu-se para frente e agarra meus quadris. "Feche os olhos." Eu suspiro, mas faço o que ela pede. "Ok, então em primeiro lugar você vai começar devagar, como uma caminhada. Mas em vez de seus pés, eu quero que você ponha este movimento em seus quadris."

Ela empurra meus quadris e os movimenta de um lado para outro, pensando na minha cabeça sobre a batida que eu iria caminhar enquanto eu estava aquecendo.

"Em vez de simplesmente jogá-los de um lado para outro, eu quero que você gire seus quadris um pouco, e use sua cintura também. Dançar não é apenas nos quadris, está em todo o seu corpo."

Tento ouvir e fazer o que ela me diz, tentando manter meus movimentos em algum tipo de tempo com os toques graves da música, tanto como eu faria quando eu estava correndo. Eu frequentemente uso o toque do baixo de uma canção para manter um ritmo constante com os meus pés, isso me ajuda a correr mais e mais rápido.

"Ótimo" Ela exclama. "Agora acelere um pouco, você está ficando um pouco mais rápida."

Nós praticamos por um tempo antes da música mudar e Missy começa a falar comigo sobre como usar meus braços.

"É como ter relações sexuais com você mesma." Explica ela provocando risadas em Harmony, Honey e em mim. "Você vai mover suas mãos sobre seu corpo como que imaginando seu homem fazendo."

Eu suspiro, mas respiro fundo. Eu tinha ido tão longe já, por que não imaginar que estava fazendo sexo comigo mesma em um palco cheio de pessoas. Não era como se estivesse envergonhada com isso, não era como se eu não tivesse tido relações sexuais na frente das pessoas antes.

Meus quadris balançam de um lado para outro enquanto eu lentamente movo minhas mãos sobre eles subindo para minha cintura. Eu envolvo meus seios apenas rapidamente, correndo os dedos em torno deles levemente como uma pena antes de continuar a levantar as mãos para o ar. Um braço fica levantado e o outro desce, fazendo cócegas sobre a pele quando vem para baixo ao redor do meu rosto.

"Abra seus olhos, Chelsea." Eu ouço Missy dizer animadamente.

Meus olhos se abrem e estou olhando para a parte de trás do palco, mas o que eu vejo sou eu mesma. Meu corpo flui e se move com a música, que era lenta e não havia uma enorme quantidade de movimento, mas o que eu via era sexy e sensual. Engulo em seco, mas não paro, desfrutando por assistir a oscilação do meu corpo e balanço enquanto minhas mãos o percorriam apenas como amantes.

É fascinante.

Eu estou dançando.

A canção para muito cedo. Meu corpo hesita com isso. Mas então veio o estrondo de aplausos e assobios das pessoas atrás de mim. Harmony joga os braços em minha volta e aperta antes de recuar. Seu rosto parece estar prestes a dividir, ela está com um sorriso acentuado.

"Isso foi incrível. Você estava dançando."

Eu não pude deixar de rir.

Eu estava dançando.

Olho para Missy, que está ao lado do palco com um sorriso no rosto. A mulher era boa. Muito mais que boa, ela era incrível. Os gritos continuam e eu me viro na direção deles e dou uma pequena reverência - não tão confortável com minha roupa curta.

Harmony engancha seu braço no meu e nós caminhamos para fora do palco. "Sorte que eu disse a todos os meninos que tinham que manter suas mãos longe de você. Caso contrário, você estaria sendo atacada no momento."

Eu rio, um pouco aliviada. Infelizmente, só há um homem que eu queria que me atacasse, e ele Estava em casa.

"Outra bebida?" Harmony diz radiante.

Eu engulo com força e assenti. "Claro que sim, outra bebida."


Capítulo 15

 

Eu solto um gemido quando rolo na cama. Minha cabeça lateja e há uma trilha de baba deslizando de minha boca e descendo pelo meu rosto. Limpo-a com a palma da mão.

Porra, eu estava sexy.

Mesmo que minha cabeça esteja doendo e eu me sentindo um pouco como se estivesse doente, eu sabia que não estava no meu próprio quarto instantaneamente. A cama parecia que estava dormindo em uma pedra e os lençóis cheiravam a lençóis guardados em um armário da minha avó ao lado da naftalina por cerca de dez anos. Apenas aquele cheiro era suficiente para me fazer vomitar.

Felizmente havia um copo de água e uma aspirina ao lado da cama, como de costume. Agradeço silenciosamente a minha embriaguez enquanto eu jogo dois comprimidos na minha boca e bebo a água, forçando-a pela minha garganta. Eu sou uma daquelas pessoas que tem ressacas apenas pelo cheiro de álcool. Eu não sei o que acontece comigo, mas tinha sido sempre o mesmo. Você pensaria que isso me impediria de beber, mas eu tinha aprendido a deixar o que eu precisava ao lado da cama na noite anterior.

Em meu cérebro, parecia lógico.

O quarto que eu estava era pequeno, mas era privado. Harmony tinha conseguido me arranjar um quarto com um pequeno banheiro e chuveiro. No começo me perguntei qual irmão eu tinha expulsado por algumas noites enquanto estava lá porque, vamos concordar, eu sabia que não era o quarto de uma garota do clube. Mas enquanto entrava no chuveiro fiquei grata por não ter que me arrastar para fora e ver as pessoas enquanto sairia em busca dos banheiros comuns.

Assim que o jato quente bate no meu corpo nu deixo escapar um suspiro. Era bom, calmante. Eu tomo meu tempo me ensaboando e lavando os cabelos.

Optimus tinha me dado três dias para ter uma pausa e me colocar em ordem, mas eu já estou me sentindo um pouco nostálgica. Era uma sensação estranha, que nunca tinha sentido antes. Crescendo eu tinha mudado de lar adotivo para lar adotivo – a necessidade de fugir era tão forte. Sentia-me como se alguém estivesse me perseguindo e eu tinha que me manter em movimento, a fim de sobreviver. Mas não havia ninguém me perseguindo. Não havia fantasmas do meu passado voltando para me assombrar.

Um dos lares que eu fugi não tinha sido horrível. Um casal, em algum momento, até tive vontade de ficar e que eu poderia ser feliz lá. Mas não demorou muito ante que eu não conseguisse lutar contra o desejo por mais tempo, as palavras de minha mãe fazia eco mais e mais em minha cabeça.

Corre.

Continue correndo.

Não pare de correr.

O clube foi o único lugar que fiquei por mais de um ano. No começo eu pensei que fosse por Harmony. Tínhamos feito amizade imediatamente e éramos inseparáveis desde então. Mas eu tive amigos antes e eu tinha os deixados sem sequer olhar para trás.

Eu sabia que era por causa de Optimus.

Ele tinha enchido um vazio que nunca percebi que tinha. Claro, eu tinha tido namorados quando jovem, comecei a ter relações sexuais mais cedo do que deveria. Mas havia um ar sobre Op que apenas me atraiu para ele. Talvez tenha sido a sua força ou sua personalidade autoritária. Talvez fosse porque me deu algo que eu não tinha desde que era pequena – uma família. Eu não tinha certeza.

O chuveiro, finalmente, começa a ficar frio, então eu desligo e saio. Após me secar e vestir estava quase pronta para ir procurar por Harmony, e ver se poderíamos encontrar algum alimento extremamente gorduroso que iria satisfazer o meu estômago revirado, mas antes que eu pudesse sair, houve uma batida na porta.

Levanto-me e destranco esperando encontrar minha melhor amiga por trás dela, mas ao invés disso eu encontro sua outra metade.

Kit me dá um sorriso lindo. "Bom dia. Como está a cabeça?"

Dou um passo para trás, deixando-o entrar. "Está doendo um pouco. Eu estava prestes a encontrar Harmony para ver se ela queria vir comer alguma coisa comigo."

"Sim, ela teve que sair. Está fazendo aulas de guitarra e um de seus alunos ligou essa manhã dizendo que não poderia fazer a aula de manhã assim eles poderiam trocar hoje." Explica.

"Oh, tudo bem." Eu digo um pouco decepcionada.

"Sim. Você a conhece. Se a música está envolvida, é sempre urgente." Ele sorri.

Eu balanço a cabeça em entendimento. Harmony era dedicada. Amava a música e qualquer coisa a ver com isso. Às vezes eu me perguntava se isso vinha primeiro em sua vida antes de Kit.

"Eu gostaria de ter uma conversa com você, então, que tal levá-la para tomar café da manhã?"

Eu levanto uma sobrancelha. "Você sabe a diferença entre uma conversa e uma palestra?"

Ele sorri enquanto se dirige para a porta. "Vamos, eu vou pagar."

Eu suspiro, não sei aonde essa pequena conversa vai. Mas eu sabia que Kit se preocupa com Optimus e eu. Pegamos seu carro para ir à cidade e eu o ouço queixar-se em voz baixa enquanto subimos, mas ambos sabíamos que a parte traseira de sua moto agora estava reservada para sua Old Lady. Nós encontramos um pequeno restaurante agradável que segundo ele servia surpreendentes cafés da manhã e pegamos uma cabine no canto da sala. A garçonete olha Kit descaradamente enquanto fazemos nossos pedidos, algo que eu estava acostumada indo aos lugares com os irmãos, mas que ainda me incomodava. Eu olho para ela enquanto se afasta com um movimento intencional de seus cabelos e balançando seus quadris. Quando eu olho para Kit, ele apenas sorri.

"Você precisa de alguma prostituta no clube? Deveria convidá-la, ela parece disposta." Eu brinco.

"Sim, como se eu precisasse de mais problemas no clube do que há no momento. Honestamente, vocês mulheres... "

"Eu te desafio a terminar a frase."

Ele ri, mas mantém a boca fechada. Quando a comida chega, eu sinto o cheiro, sabendo que me sentiria melhor assim que estivesse em meu estômago. "Então, diga-me." Eu digo a ele antes de encher a boca com o lanche.

Ele coloca a faca e o garfo na mesa. "Op está preocupado com você."

Eu zombo. Uma coisa muito inadequada de fazer, especialmente com a boca cheia de comida.

"Ouça Chelsea. Essa vida que temos, pode ser muito perigosa, você sabe disso." Explica ele, inclinando-se para trás na cadeira. "Eu conheço um monte de irmãos que optam por ficar sozinho e afastar-se de qualquer um que eles poderiam se preocupar, porque estão com medo deles se machucarem. É uma das razões que temos garotas do clube. Os homens tem o que necessitam sem a conexão. Bem, é assim que geralmente funciona."

"Você não tem que explicar isso para mim, Kit. Eu vivo isso, lembra?" Eu digo a ele, empurrando um pouco de comida em torno do meu prato com o garfo.

"Não, você é diferente. Optimus se preocupa com você, e me mataria se me ouvisse dizer isso, mas isso o assusta muito."

Eu faço uma careta. "É difícil de acreditar quando às vezes está me puxando e outra quando está me afastando. É como se eu estivesse em alguma louca montanha-russa, mas estou com muito medo de sair porque nunca posso ser capaz de sentir essa mesma emoção em qualquer outro lugar."

Ele olha para mim com simpatia. "Optimus é um homem difícil de entender também. Mas não foi sempre assim. Seus pais eram ótimos. Costumávamos reunir a família todos os meses. Op e eu éramos as únicas crianças, assim tê-lo por perto era como ter um irmão." Ele suspira e olha para a mesa. "Sua mãe morreu quando ele era adolescente. Alguns estúpidos de uma gangue de rua pensaram que eram fortes e passaram pelo clube um dia, quando havia famílias reunidas para dar as boas vindas a um irmão que estava sendo inserido ao clube. Eles tinham algumas metralhadoras."

Eu não pude evitar o suspiro que saiu da minha boca. Optimus só tinha me contado que sua mãe foi morta, nunca os detalhes de como. Nenhum de nós tinha sido intrusivo na vida um do outro. Embora você possa pensar que era importante, nunca parecia ter importância. Foi no passado e nós estávamos vivendo no presente.

"Os garotos estavam na igreja na hora que os tiros começaram, eles estavam muito longe e não podiam chegar lá rápido o suficiente. Os bastardos estiveram lá por menos de vinte segundos antes de ir embora. Uma série de feridos, seis mortos. "

"Há uma cerca, para que você não possa ver a área de churrasco e onde as crianças brincam da estrada."

Kit assente. "Foi colocada depois."

Eu estava triste, eu podia sentir a emoção presa em minha garganta. Isso devia ter sido um dia horrível para o clube.

"E a mãe de Op?" Pergunto, me questionando se realmente queria ouvir.

"Ela estava sentada em uma mesa comendo." Ele balança a cabeça. "Optimus deveria estar lá também, mas ele estava naquela idade em que todos nós pensamos que éramos muito legais para se sentar com nossos pais. Ele queria estar lá dentro com os homens, já estava sonhando com prospecção."

Eu tinha conseguido comer alguma coisa, mas empurro meu prato ainda meio cheio longe. Eu não tinha certeza de como reagir. "Ele... ele não fala sobre ela como fala de seu pai."

"Sim, é uma pena realmente. Ela era uma mulher incrível." Ele pega a sua comida, também sentindo um pouco fora, eu acho. "Eu acho que ele é um pouco envergonhado. Ele sente que deveria estar lá para protegê-la. Talvez se estivesse teria sido o único a levar os tiros em vez dela."

Eu engulo duramente. Optimus nutria de muita culpa, isso era triste porque ele era um homem incrível. Cada irmão olhava por ele.

Kit limpa a garganta. "Desculpa. Eu não tive a intenção de fazer isso tudo deprimente e ruim. Eu só queria que você soubesse, Op tem passado por coisas ruins. Eu acho que, no fundo, ele se sente como se fosse responsável tanto por sua mãe como por seu pai a propósito. Então ele sente que precisa manter aqueles com quem se preocupa longe, de modo que o mesmo não aconteça com eles."

Eu balanço a cabeça.

Faz sentido.

Tudo em mim grita para ir para ele.

"Vá para casa, Chelsea."

Olho para cima, sentindo como se Kit tivesse lido minha mente.

"Você está me expulsando?"

Ele sorri. "Claro, se essa é a desculpa que você deseja usar, mas nós dois sabemos que você quer voltar. Eu sei que você sente falta de Harm, mas ela sempre estará aqui, você pode visitá-la a qualquer momento."

Eu sorrio. "Ok, mas é melhor esperar até Harmony conseguir voltar ou ela vai ficar louca com nós dois."


Capítulo 16

 

Harmony não ficou feliz por eu estar saindo tão cedo, mas eu coloco toda a culpa em Kit, rio e o deixo lidar com a sua mulher louca.

Como a ressaca se foi e meu estômago não parece mais doente, faço uma longa jornada para casa. Kit tinha me avisado que tinha dois homens me vigiando, mas o que não percebeu era que eu tinha visto aquele que tinha me seguido até lá também.

Não apenas uma cara bonita.

O clube está bastante vazio quando faço meu caminho para o meu quarto. A moto de Optimus não está lá fora, então penso em dormir um pouco antes de juntar coragem para falar com ele mais tarde.

Nenhuma sorte aí.

Houve uma leve batida na minha porta. Eu estava tentada a não responder, mas a realidade era, eu ainda era uma garota do clube e eu ainda estava disponível quando me chamassem. Meu coração não estava nisso por mais tempo. Eu queria sexo, mas havia apenas um homem que eu queria isso a partir de agora. Tomei uma respiração profunda enquanto me arrasto para fora da cama e vou até a porta do quarto, relutantemente, abrindo-a. A pessoa de pé do outro lado era definitivamente inesperada.

"Andie, oi."

Ela me dá um sorriso suave. "Ei, Chelsea. Posso falar com você por um minuto?"

Eu balanço a cabeça e a deixo entrar fechando a porta atrás dela, eu vejo quando olha pelo meu quarto, curiosamente, a cabeça balançando ao redor. Sentando-me na beira da minha mesa de estudos e lhe dou um minuto.

Andie é diferente. Ela só se juntou ao clube recentemente, quando os rapazes a tinha salvado de um cara louco que tinha sequestrado Harmony. Aparentemente, ele tinha usado Andie como seu saco de pancadas pessoal, entre outras coisas. Se não falasse com ela nunca saberia, afinal. Ela era calma, mas aparentemente confiante e muito doce. Eu acho que vários dos rapazes tinham se sentido atraídos por ela, alguns se tornando muito protetores.

"Hum, Andie? Você está bem?" Minha voz a tira de seus pensamentos e ela balança a cabeça, seus cabelos pretos longos fluindo ao redor antes de pousar em seus ombros.

Ela cora. "Sim, desculpe-me. Eu uh... só queria perguntar-lhe algumas coisas."

Seguro minhas mãos para cima. "Pode perguntar, eu sou um livro aberto."

"Como é ser uma garota do clube?"

Minhas sobrancelhas se erguem e sou incapaz de esconder a surpresa em meu rosto. "Hum... bem... está tudo bem."

Ela começa a rir. "Chelsea, eu não sou uma puritana. Eu sei o que as garotas fazem aqui." Ela diz, apontando para o quarto.

Eu não posso deixar de sorrir. "Você está certa, você sabe?"

"Será que eles te tratam bem?" Ela pergunta quando se senta na beira da minha cama e alisa o edredom.

"O clube ou os próprios homens?"

Ela encolhe os ombros. "Ambos?"

"O clube tem regras muito rígidas para nós - nós as seguimos, fazendo-as agradável." Eu desço da mesa e ando até me juntar a ela na cama. "A resposta simples é se os tratá-los com respeito, eles iram nos respeitar também."

Andie assente, puxando fios invisíveis na borda de sua camiseta. "E você gosta?"

"O que você realmente quer saber é se eu gosto de transar com mais de um cara?"

"Talvez."

Eu sorrio. "Não é para todas, eu sei disso. Mas isso nunca foi realmente um problema para mim," Até agora. "Esses caras significam mais para mim do que apenas caras que eu vou para a cama. Eles cuidam de mim, e eu não posso falar por todos eles, mas, tanto quanto eu sei, eles realmente se preocupam comigo também."

"Isso deve ser bom, ter um clube cheio de homens que faria qualquer coisa para proteger e cuidar de você." Seu rosto está triste, e é a primeira vez que vejo seu olhar derrotado, mesmo depois de toda a porcaria que ela deve ter passado quando foi mantida prisioneiro por Daniel Ashley - o psicopata.

"Andie, esses caras aceitaram você aqui e prometeram protegê-la. Eles fizeram isso porque queriam, não porque esperava que você desse a eles algo em troca." Eu tenho a sensação de que sabia exatamente por que ela estava aqui. Eu tinha sido abordado por mulheres antes que queriam tentar a sorte para ser uma garota The Brothers by Blood, mas eu sabia no meu intimo que Andie definitivamente não era esse tipo de garota.

"Eles têm sido tão bons para mim. Slider e Leo, especialmente." Eu vejo um pequeno rubor cobrir seu rosto, mesmo quando ela sorri. "Eu não quero ir para casa. Não havia na verdade nada para mim lá quando fui levada. Mas eu sei que minha estadia aqui em breve vai terminar."

"Eu acho que é algo que você precisa discutir com Optimus. Ele não vai expulsar você, eu prometo." Eu pego sua mão na minha e dou-lhe um aperto reconfortante. "Olhe para as suas opções antes de decidir fazer algo que você pode se arrepender."

"Você se arrepende?" Ela pergunta com uma careta.

Eu balanço minha cabeça. "Eu nunca vou me arrepender. Eles me deram algo aqui que não encontraria em qualquer outro lugar. Eu amo o clube."

"Você é diferente das outras garotas." Ela ri. "Elas ficam com raiva quando um dos caras as dispensam para passar um tempo comigo."

"Algumas das garotas estão aqui pelas razões erradas. Eles são cadelas preguiçosas que não querem fazer nada para si, mas querem o poder e a autoridade que vem sendo reivindicada e rotulada de Old Lady." Eu sorrio. "Mas a realidade é, não é isso que esses caras estão procurando, não de uma prostituta do clube de qualquer maneira."

Ela sorri. "Ah sim, então o que você chama você e Optimus? Ouvi Lou Lou dizendo para Sammy que ele a levou para o seu quarto na outra noite e nem sequer a tocou."

Eu tentei esconder a minha surpresa.

Então foi apenas fingimento.

Ela me cutuca no lado e sorri. "Ela disse que isso foi por sua causa."

"Honestamente, há algumas coisas sobre esses homens que eu nunca vou entender." Eu bufo, caindo de costas na cama de forma dramática.

Seu riso enche o quarto, o som tão viciante que eu não posso deixar de rir com ela.

"Então, qual é o negócio com você, Slider, e Leo?" Pergunto quando dou-lhe um empurrão amigável.

Ela suspira e cai de costas na cama ao meu lado. "Eles são ótimos. Slider me faz rir tanto que sinto que vou fazer xixi nas calças. E Leo, ele é apenas..."

"Sexy, bonitão, forte, doce?" Ofereço.

"Isso, isso, isso e isso." Diz ela, apontando no ar as opções com seu dedo. "E aquela garotinha dele. Nossa, meu coração derrete."

"Parece que alguém está sofrendo." Digo em uma voz cantante.

"Você não sabe da missa a metade." Ela geme.

Olho por cima do meu ombro, verificando a hora no relógio. "Bem, olhe, já passa do meio-dia. Isso significa que podemos ter uma bebida." Eu me jogo para fora da cama, agarrando a mão de Andie e puxando-a comigo.

Ela ri. "São apenas 3 da tarde."

"Aposto que não seremos as primeiras no bar." Digo puxando-a do quarto para o corredor. Eu não sei por que, mas os irmãos tinham uma política muito rigorosa de sem álcool até as doze, a menos que fosse uma ocasião especial ou estivesse realmente desesperado. Eu acho que os garotos tinham que ser mantidos sóbrios por pelo menos algumas horas do dia. Ergo minhas sobrancelhas para Andie quando chegamos ao bar e encontro Wrench já lá com Kev ao seu lado e Sammy no colo. Todos eles tinham uma garrafa de cerveja em suas mãos e alguma música tocava suavemente no fundo.

"Eu disse." Digo a ela antes de gritar com o prospect atendendo no bar. "Neil! Preciso de uma bebida!"

"Uh, com certeza. O que você quer?"

Kev zomba e eu viro para ele. "Há quanto tempo ele está aqui e ainda não sabe o que eu bebo?"

Kev estende a mão e passa o braço em volta do meu pescoço, me puxando para seu lado. Ele balança a cabeça como se estivesse severamente decepcionado. "O garoto é um pouco idiota. Ele nunca vai acertar."

"Uísque." A voz profunda envia vibrações através de mim que vai direto para minhas partes femininas. O braço de Kev me libera tão rápido que eu quase perco o equilíbrio.

"Claro, Pres." Neil tropeça, correndo para pegar um copo e a garrafa para seu presidente.

"Não é para mim seu imbecil. Isso é o que ela bebe. Aprenda. Rápido."

Neil assente profusamente, derramando o líquido âmbar enquanto serve e desliza o copo para mim. "Aí está, Chel."

Eu bebo tudo antes de virar, para dar uma boa olhada no homem de pé atrás de mim, o homem que a mera presença deixa meu mundo completamente fora de forma - ou isso era o álcool? Agora, eu não poderia dizer. Ele me olha, seus olhos perfurando minhas defesas.

"Você está de volta." Foram as únicas palavras que proferiu.

Andie entra na conversa com os outros rapidamente, movendo-se para fora da atmosfera tensa que havíamos criado.

"Sim, eu cheguei há uma hora atrás."

Ele sacode a cabeça, gesticulando para segui-lo antes que ele se afaste eu o sigo. Eu tinha sentido falta dele pelos dois dias que eu passei com Harmony e cada parte de mim ansiava por estar perto dele. Ele se senta em uma mesa do outro lado da sala, eu puxo uma cadeira para me sentar ao lado dele, mas sua mão dispara, envolvendo-a em torno de meu pulso e me puxando para o seu colo.

Eu não luto.

A raiva e dor dentro de mim não tinha ido, mas foi simplesmente deixada de lado pela necessidade. A necessidade de senti-lo, de tocá-lo, de ouvir sua voz. Caio rigidamente bem em cima dele, felizmente a outra mão me pega antes que eu caia diretamente no chão. Ele envolve ambos os braços em volta da minha cintura e esfrega seu rosto nos meus cabelos.

"Quanto você bebeu, Blackbird?" Ele ri contra mim.

"Apenas uma." Eu respondo, apontando para o bar.

"Peso-leve."

"Idiota."

"Princesa."

"Desgraçado."

Seu corpo treme com o riso silencioso e eu não posso deixar de sorrir enquanto eu mexo contra ele, tentando o meu melhor para ficar ainda mais perto de seu corpo, como se fosse mesmo possível.

"Eu dei-lhe três dias."

Eu suspiro. "Eu voltei em dois."

"Eu sei. Estou feliz."

"Kit me expulsou."

Optimus ri o som chamando a atenção de seus irmãos e as garotas no bar que olham para nós com olhares confusos em seus rostos. "Eu sei, eu disse para ele."

"Eu não estou nem um pouco surpresa." Digo revirando os olhos.

"Nós precisamos conversar." Diz enquanto escova meus cabelos para trás do meu ombro e seus lábios encontram meu pescoço. Apenas aquele simples gesto me faz esquecer tudo e afundar minha bunda contra ele. "Eu... "

Virando a cabeça rapidamente, pressiono meus lábios nos dele. Meu corpo automaticamente excitado do gosto familiar de sua boca e o esfregar da barba por fazer contra meu rosto. "Ainda não. Deixe-me só ter cinco minutos antes que o mundo desabe em volta de mim novamente." Eu me afasto infinitamente, meus lábios ainda perto o suficiente para esfregar nos seus enquanto eu falo.

Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, Optimus engancha o braço sob meus joelhos e com o outro braço apoia minhas costas quando ele me leva para fora da sala seguindo para o corredor. "Cinco minutos pode não ser tempo suficiente."

"Talvez não, mas agora eu vou levar o tempo que eu puder conseguir."


Capítulo 17

 

Eu chuto a porta fechada atrás de mim antes de jogar Chelsea na cama. Ela deixa escapar um pequeno grito seguido de um riso enquanto salta no centro.

"Você nunca vai dar a rotina de homem das cavernas um descanso?" Ela pergunta divertida.

Eu deixo meu colete escorregar pelos meus ombros, pegando-o quando sai de minhas mãos e virando-me para pendurá-lo na parte de trás da porta de Chelsea. Nós tínhamos orgulho de nossas cores do clube. Ela mostrava a todos quem nós éramos. Quando usava as cores, as vestia com a porra da cabeça erguida porque não só estava representando a si mesmo, estava representando seu clube - sua família. Que se tornou um de nós, então é melhor estar pronto para afastar a porra das suas ações de seus irmãos. Você nunca entrega seu colete para alguém, lava-o, assiste por cima do ombro quando alguém costura seus emblemas. Protege isso com sua vida. Porque isso é exatamente o que ele é.

"Não sei sobre o que você está falando, Blackbird." Digo a ela, puxando a gola da minha camisa, arrastando-a sobre a cabeça e jogando-o para o canto do quarto. Ela revira os olhos, mas seus olhos logo voltam para mim, examinando meu corpo. Eu tinha minha cota de tatuagens que começava nos braços e seguia por toda parte superior do meu tórax. Eu também tinha o emblema do clube em uma tatuagem em toda as minhas costas, bem como muitos dos meus irmãos. Aqueles de nós que escolheu fazê-lo sabia que o clube estaria em nossas vidas para sempre, não havia nenhuma partida e não havia volta. Eu gostaria de viver e morrer como um irmão. Isso era um fato.

Eu sabia que Chelsea gostava de traçar minhas tatuagens. Às vezes eu acordava para encontrar seus dedos arrastando preguiçosamente nas minhas costas ou braços. Eu nunca disse a ela, mas porra, eu adorava.

"Você vai ficar aí?" Ela pergunta, sua voz suave, mas cheia de expectativa.

"Você é a única me fodendo com os olhos daí. Estava apenas lhe dando uma boa visão." Digo a ela, segurando meus braços abertos. "Você gostaria que eu desse uma volta ou algo assim?"

Ela sorri. "Você poderia abaixar suas calças em primeiro lugar? Sua bunda é incrível, mas o jeans simplesmente não o faz justiça."

Eu rio e dou três passos para a cama. Estendo a mão e agarro seu tornozelo e ela ri quando a puxo, arrastando-a para a borda da cama. Eu estou entre suas pernas e inclino para frente, colocando minhas mãos em ambos os lados de seus ombros. Esfrego meu nariz contra o dela e ela levanta a cabeça, forçando os lábios contra os meus.

Se tivesse que escolher um cheiro ou sabor favorito, seria ela. Mesmo no período da manhã, quando a maioria das pessoas tem o hálito mais horrível de manhã, ela sempre tinha um sabor incrível. Eu não sei como ou por que e não me importava. Forço-a de volta a cama, a minha língua se aprofunda em sua boca duelando com a dela. Nunca foi uma luta pelo poder com ela, era mais divertido do que qualquer coisa. Chelsea sempre a deu para mim.

"Senti falta dessa boca, baby." Murmuro contra seus lábios.

"Essa boca ou apenas uma boca em geral?" Ela pergunta, lambendo meus lábios e tentando me atrair novamente.

"Essa boca." Sussurro, tomando seu lábio entre meus dentes e puxando-o. "Sempre essa porra de boca."

Sinto suas mãos alcançar meu jeans, desafivelando meu cinto e lutando com os botões. Normalmente, eu gosto de tomar o controle. Sobre fazê-la esperar e contorcer conforme eu esperava dela. Era sexy como o inferno vê-la se submeter a mim e confiar em mim para fazê-la se sentir bem.

Chelsea poderia ser uma cabeça quente, sem dúvida crescendo do jeito que cresceu tendo que lidar com mais do que seu quinhão de babacas arrogantes e pessoas tentando lhe dizer o que fazer. Não acharia que a vida do clube serviria para ela, que se rebelaria contra as regras, mas nós tínhamos dado há ela muito mais. Aqui tinha pessoas que se importavam com ela. Pode ser prostituta, mas é parte da nossa família e ninguém fodia com a nossa família. Neste momento, tudo que eu quero fazer é coloca-la de joelhos e foder com sua pequena boca. Mas outra parte de mim me diz para deixá-la assumir a liderança.

"Eu quero seu pau." Ela choraminga, puxando os lábios dos meus.

Eu afasto da cama e fico de pé. Ela rapidamente senta mais próximo da borda da cama e olha para mim com expectativa.

Eu sorrio. "Fique à vontade, baby. Você quer isso? Pegue."

Seus olhos se arregalam de surpresa. Eu não estou dando a ela o controle, mas estou deixando em sua liderança. Ela não perde tempo em deixar cair às calças no chão e envolve as mãos delicadas em torno de meu pau. Eu solto um gemido, no instante em que ela me toca é como voltar para casa. Ela sabe que, mesmo sem minhas ordens ou comandos, exatamente o que eu preciso e como me agradar. Envolve-me com as duas mãos, puxando meu comprimento enquanto sua língua aponta para fora e faz cócegas na ponta.

"Foda-se." Eu gemi.

"Eu ouvi alguma coisa hoje." Ela diz fracamente, continuando o boquete em mim. "Eu ouvi que você levou Lou Lou para o seu quarto, mas não transou com ela." Ela abaixa a cabeça e toma uma das minhas bolas em sua boca. Todo o meu corpo fica tenso e minhas mãos se enrolam em seus cabelos.

"Você conseguiu ser algo importante, baby?" Eu resmungo.

Ela solta minha bola antes de fazer a mesma coisa com a outra. "Por quê?"

Ela deixa cair as mãos e me leva em sua boca, a cabeça balançando para cima e para baixo, às vezes forçando o máximo possível de mim em sua boca e fazendo-me apertar os dentes. "Você está usando isso como alguma técnica de tortura estranha para contar-lhe meus segredos?"

Ela ri suavemente. "Está funcionando?"

Seguro sua cabeça e empurro meu pau dentro e fora de sua boca. "Eu teria mantido muito mais segredos se soubesse que era assim que você planejava consegui-los de mim."

Saliva escorre do lado de sua boca enquanto ela engasga e eu a seguro ali por um segundo mais antes de liberar meu aperto e deixá-la recuar. Ela limpa a boca com as costas da mão e fica de pé.

"Você não transou com ela." Afirma, puxando sua camisa sobre a cabeça e tirando seu jeans apertado.

Eu ando em torno dela, sentando na borda da cama. Não demora muito para que ela me siga, subindo no meu colo e envolvendo minhas pernas. Eu posso sentir o calor irradiando de sua buceta e tenho que me impedir de empurrar meu pau para cima dentro dela. Seus seios ficam bem na minha cara, pedindo-me para puxar um em minha boca.

"Você não transou com ela?" Ela repete, sua umidade ainda pairando.

"Ela não era você." Rosno, frustrado.

Ela imediatamente deixa-se cair, sua buceta engolindo todo o meu pau e nos fazendo gritar. Nós dois ficamos lá por um minuto, respirando com dificuldade e olhando diretamente nos olhos de cada um. Lentamente, ela começa a se mover, levantando-se e se esfregando em mim. Parecia incrível, mas eu queria mais e sei que ela também queria.

"É a minha vez." Apoio meus braços sob suas pernas e levanto. Eu a solto de volta na cama e caio em cima dela, meu pênis nunca deixando sua buceta molhada. Eu tinha lhe dado tempo para se divertir. Às vezes era divertido ver o que ela sentiria quando fosse dada a oportunidade de me mostrar o que ela gostava. Mas a realidade era, nós funcionamos porque sabíamos o que gostávamos. E a única coisa que iria levá-la ao clímax, a cada momento, era quando eu fazia o que eu sabia de melhor.

Eu me apoio sobre ela. "Pegue esses mamilos em seus dedos, Chelsea. Eu quero ver você apertá-los." Ela faz isso instantaneamente, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás quando isso dá a ela um pouco de prazer extra.

"Boa garota. Você sabe que eu vou fazer você se sentir bem, não é."

Ela assente com a cabeça. "Por favor. Mais Op."

Eu impulsiono de volta para ela, sua respiração aumenta com cada impulso poderoso. Eu jogo suas pernas sobre meus ombros e inclino ela de uma forma que parece doer, mas isso me dá acesso a esse pequeno botão dentro dela.

"Oh! Op!"

Batendo mais e mais, empurro meus quadris, descanso minha testa contra a dela. Um brilho pegajoso de suor entre elas. Eu podia sentir seu corpo apertando em antecipação. Ela estava pronta para explodir como fogos de artifício no quatro de julho. O sentimento era mútuo, mas eu estava tentando o meu melhor para segurar. Eu não tinha terminado com ela ainda. Sentei-me e usei a minha mão para esfregar seu clitóris enquanto eu acalmava, mas foi mais do que suficiente. Suas paredes apertaram em torno de mim e eu tive que sair antes que eu entrasse em erupção dentro dela antes que eu tivesse a minha satisfação.

"Op! Oh meu Deus." Ela grita, jogando a cabeça para trás na cama e agarrando o cobertor enquanto seu corpo se retorce.

Eu envolvo minhas mãos em volta da sua cintura e a levanto para minha boca, lambendo os sucos que vazou. Essa merda era doce, tão fodidamente doce. Ela mexe os quadris enquanto eu uso minha língua para provocar seu clitóris sensível antes de mergulhar de volta para deslizar minha língua em volta de seu pequeno traseiro apertado.

"Oh Deus!" Ela geme, a posição desconfortável não lhe permitindo muito movimento, mas obrigando-a a se recostar e fazer isso como uma boa garota.

Eu seguro-a com força para mim enquanto eu pressiono minha língua dentro e fora de seu pequeno rabo apertado, cada vez pressionando um pouco mais. Quando está bom e molhado, eu trouxe uma de minhas mãos em torno dela e empurro contra seu traseiro com o meu dedo.

"Oh, sim, mais. Por favor."

Eu sorrio, minha garota gosta um pouco de jogo sujo. Começo a colocar seu corpo de volta na cama e ela faz beicinho para mim. Porra faz beicinho com aqueles lábios cheios e sensuais.

"Vire-se." Eu peço. Ela arrasta-se para fazer o que eu digo, torcendo-se nos lençóis e levantando a bunda para mim enquanto mantém o corpo levantado sobre a cama.

Eu alinho meu pau com sua buceta ainda molhada, deslizando-o lentamente. Ela esconde o rosto nos lençóis e empurra de volta contra mim, enchendo-se. Eu deixo ela se mover, ordenhando meu pau dentro e fora enquanto eu lambo dois dos meus dedos e pressiono-os em sua bunda.

"Você gosta de meus dedos aqui não gosta, Baby."

"Mmm" Ela geme quando empurra para trás de novo, sugando meus dedos mais profundo.

"Cavalgue-me." Rosno, espancando sua bunda com a mão livre. Sua velocidade acelera enquanto ela bate contra mim, nossos gemidos enchendo o ar do quarto. "É isso aí. Mais forte!"

Ela se apoia em suas mãos, dando-lhe mais força para empurrar para trás. Eu fodia seus buracos, sabendo que não iria demorar muito antes de gozarmos.

"Oh Deus, eu vou gozar." Todo o seu corpo começa a tremer e eu puxo os meus dois dedos de seu rabo apertado e agarro seus quadris enquanto bato a vontade.

"Foda-se!" Eu digo, meu gozo vindo enquanto sua buceta convulsiona em torno dele, arrastando minha libertação por mais tempo do que eu esperava. Respirando pesadamente, eu caio para o lado, puxando-a comigo.

"Puta... merda." Ela sussurra entre suspiros profundos.

Eu sorrio, envolvendo o meu braço em torno dela e puxando-a confortável contra o meu peito. "Porra, senti sua falta." Rosno, aninhando na parte de trás do seu pescoço. "Senti tanto sua falta."

"Preciso ir embora com mais frequência, se essa for a recepção de boas vindas quando eu chegar." Ela diz, rindo e balançando seu perfeito traseiro contra mim.

"De jeito nenhum." Puxo-a mais apertado, não me importando se ela não conseguia nem respirar.


Capítulo 18

 

Kev me chama para fora cedo, me arrastando para longe da bela mulher que estava aconchegada satisfeita no meu lado. Chelsea gostava de ficar abraçada o tempo todo. Eu não era bom em demonstrações de afeto, mas havia algo nela que me fazia querer tê-la enrolada em mim e nunca deixá-la sair. Eu tinha me acostumado a acordar com ela ao meu lado. Era algo ao longo dos últimos anos que tinha se tornado normal para nós.

Claro, eu tinha estado com outras garotas do clube em algumas ocasiões. Às vezes, na estrada a necessidade de um corpo quente durante a noite torna-se muito. Mas o que eu passara a odiar, era a culpa que ficava dentro de mim depois de cada encontro. Chelsea tinha se enterrado sob minha pele - seu toque, sua voz e seu sorriso estavam todos na parte mais importante da minha mente.

Então, eventualmente, eu simplesmente parei. Eu já não dividia a minha cama com outra mulher. Sim, parecia estúpido. Na minha cabeça, essa mulher era minha. Eu não queria outra. Mas eu não iria reivindicá-la como minha.

Eu era um idiota.

Eu não sabia que outra forma explicar isso.

Visto meu jeans e jogo meu colete encima do meu corpo nu antes de responder a porta. Eu dou a Kev um pequeno aceno com meu queixo. "E aí?"

"Blizzard está esperando na igreja. Ele tem alguma merda para mostrar a você." Ele explica enquanto anda ao meu lado no corredor.

"Essa merda é urgente ou tenho tempo para pegar um café?" Resmungo.

Kev ri. "Você pode precisar de algo um pouco mais forte do que isso."

Esfrego meu rosto com a mão. "Café. Preciso da porra de um café. "

Sigo rapidamente para a cozinha, onde Sammy está preparando café da manhã e consigo que ela me sirva um café – preto. Eu tinha a sensação de que este ia ser um daqueles dias.

Sento-me na minha cadeira na cabeceira da mesa. Mesmo depois de todos esses anos, ainda era surreal estar sentado aqui na frente de meus homens como meu pai tinha antes de mim. Eles olham para mim por orientação e apoio e eu seguro a minha cabeça erguida. O fato de que eu tenho a sorte de ter tantos homens pronto para me apoiar sem nenhum motivo aparente não é esquecido por mim.

Ao contrário de alguns presidentes de MC, eu nunca tive como certo ter o poder de criar meus homens ou completamente destruí-los.

"Então, qual é o problema?" Eu resmungo antes de tomar um gole de meu café.

Blizzard senta-se à minha direita, alguns papéis espalhados sobre a mesa. Kev, Leo, e Wrench se juntam a nós também, todos olhando para Blizzard com expressões variadas. Alguma preocupação, alguma raiva.

"Primeira coisa..."

Eu solto um gemido. "Há mais de uma coisa?"

Ele me dá um olhar sério que diz para calar a boca. Eu olho de volta, mas ele continua. "Nós encontramos alguma merda nas coisas de Target que são um pouco... preocupante."

Eu fiz uma careta. "Quanto preocupante?"

Ele pega uma pasta de cor marrom e empurra-a sobre a mesa para mim. Bato minha mão em cima dela, parando para não deslizar para o chão. Olho para ele por um minuto, querendo abrir a primeira página, mas o sentimento nauseante de medo congela meu corpo, com medo do que iria encontrar.

Abro-a.

Havia páginas de documentos, que eu tinha visto antes e não eram de grande e real surpresa. Olho rapidamente todas as páginas. "Essas são a verificação de antecedentes de Chelsea?"

Ele assente. "Eu não tenho certeza se ele estava à procura de alguma coisa, ou se ele encontrou o que queria na pilha de papéis, mas eles são cópias das que temos guardado no cofre do escritório."

"Como diabos aquele bastardo entrou no cofre?" Eu questiono.

Blizzard não se afeta com o meu tom e continua a folhear os papéis diante dele. "Eu não tenho uma pista. Mas isso não é a única coisa que nós encontramos."

Blizzard e eu éramos os únicos que tinha a combinação do cofre que estava localizado dentro do meu escritório. Não só isso, mas era uma combinação que nós trocávamos mensalmente e nunca a escrevemos em lugar algum. Isso nunca teve qualquer importância a qualquer um de nós - aniversários, idades, endereços - era sempre escolhido aleatoriamente. Como aquele filho da puta tinha descoberto, eu não tinha nenhuma ideia.

A informação que era mantida no cofre era privada, mas não incriminadora. Tínhamos outras formas de armazenar esse tipo de coisa. No cofre, principalmente, guardávamos documentos pessoais para os membros do clube. Eram todos os tipos de informações, como verificações de antecedentes para novos prospects – nome das pessoas da família e endereços, informações de conta para pagamentos do clube, e qualquer informação legal.

"O que é o resto dessa merda?" Pergunto, apontando para os outros papéis espalhados sobre a mesa.

"Papelada de Chelsea é a mesma que a original. Target tinha acabado de tirar uma cópia e colocou de volta. Mas tudo isso, foi alterado." Wrench explica, pegando um dos papeis soltos. "Essa merda diz o que fui preso quando eu tinha vinte e três. Eu não estava preso naquele ano."

"O mesmo com a minha." Diz Leo apontando para a pilha de papéis. "Diz que eu estava na prisão naquele ano, mas não só isso que está errado, aqui também diz que era numa prisão fora do Estado."

Eu fiz uma careta. "Isso faz sentido para alguém?"

Todos eles balançam a cabeça.

"A única coisa que sabemos com certeza é que Target estava focado em Chelsea." Blizzard explica. "Ele tinha toda a sua informação - informação que não foi fácil para nós conseguir em primeiro lugar. Sem nomes dos seus pais, apenas dos pais adotivos. O resto é bastante sem graça, nada suspeito."

"Ele passou por um monte de dificuldades para fazer isso." Digo, pegando uma das outras páginas e olhando-a com cuidado. "Essa merda parece legítima."

Meus irmãos concordam com a cabeça.

"Não brinca. Isso não é Photoshop2. Este é um documento que foi alterado por alguém dentro do Estado que tem acesso a este tipo de coisa." Explica Wrench. "Eu liguei para a prisão pedindo informações de Leo. Disseram que não tinham nenhum registro dele ter sido preso lá, então, obviamente, eles mudaram isso de volta quando tiveram a prova de que precisavam."

"Filhos da puta." Eu murmuro sob a minha respiração. "Há um jogo acontecendo aqui que não temos conhecimento. Precisamos resolver isso e agora." Minha voz se levanta lentamente, minha raiva claramente evidente para os meus irmãos.

"Esse não é o único problema." Blizzard diz solenemente.

Eu coço meu queixo. "Foda-me! O que é?"

Ele levanta da cadeira e tira algo do bolso de trás de sua calça jeans, segurando-o para eu ver. Havia fotos. A primeira era minha arrastando Chelsea possessivamente do clube depois de sua noite com Rose. Estendo a mão e tiro-a de sua mão, examinando-a mais de perto. Folheando as outras três fotos, todas elas foram tiradas poucos minutos, até segundos uma da outra, mas o olhar nos meus olhos era inconfundível. Mesmo um idiota poderia ver que eu estava basicamente reclamando um direito, e se eles possivelmente estavam observando de dentro, eles poderiam ter até mesmo visto ou ouvido o que fiz quando a vi se esfregando sobre aquele filho da puta.

"Onde essas foram encontradas?" Eu exijo.

"Estavam sobre uma das mesas no X-Rated." Leo rosna. "Eu Estava lá na noite passada, não notei nada errado. Uma das garotas pegou. Ela pensou que poderia ser importante então me deu quando saiu de lá."

"Você verificou as filmagens de dentro?" Pergunto, ainda sem tirar os olhos da foto. Deve ter sido tirada com uma câmera razoavelmente boa, porque eu podia ver e ler nossas expressões e corpo de forma muito bem.

O aperto que eu tinha sobre ela gritava homem das cavernas - era dominante, forte e cheio de propriedade.

"As câmeras só mostraram um cara parecendo comum. Terno cinza, cabelos curtos, trinta e poucos anos. Nada o distingue de qualquer outro homem de negócios que entra no clube. Inferno, ele poderia ter sido apenas outro cara que tinha sido pago para deixar uma mensagem." Descreve Leo. "Ele entrou, observou algumas garotas dançar e, em seguida enquanto ia embora ele puxou isso de seus bolsos e deixou cair sobre a mesa."

"Ele queria mostrar-nos que não importa aonde ela vá. Ele tem os olhos nela." Eu digo mais para mim do que os meus irmãos enquanto tento encaixar as peças de um quebra-cabeça completamente fodido. "Ele queria provar que a conexão entre nós é inegável. E que eu era protetor com ela."

"Ele está tentando assustá-lo." Wrench observa enquanto reclina para trás na cadeira, rolando a tensão de seus ombros. "Em vez de tirar essa foto, ele poderia estar olhando através de uma lente de uma arma e atingir Chelsea em um segundo. Mas em vez disso, ele está relaxado, provocando e apertando botões. É um jogo maldito."

"E temos certeza de que é de Anthony DePalma que estamos falando?" Pergunta Blizzard.

"Quem mais?"

Ele encolhe os ombros. "O cara tem bolas de aço. Ele aparece aqui no clube com apenas um enorme guarda-costas feio, sabendo que estaria de dez a quinze homens aqui que poderiam enchê-los de chumbo em milissegundos." Ele cruza os braços sobre o peito. "Ele não parece ser o tipo de jogar."

A observação de Blizzard espelha meus próprios pensamentos. Anthony DePalma não tinha se tornado um dos homens mais temidos na costa leste por fazer ameaças suaves. Ele nunca esperou por perto para brincar com sua presa, ele foi direto para a jugular.

"Isso só prova que Chelsea é o seu alvo principal. Ele mostrou que está disposto a usá-la para chegar até você." Wrench diz apontando para a foto. "Ela precisa de mais proteção."

"Proteção de mim." Todos meus garotos franzem a testa e suspiram. "Ela não estaria nessa posição se eu tivesse sido capaz de ficar longe dela."

Eu vejo Blizzard sacudir a cabeça. "Não seja idiota, Op."

"Eu estou sendo realista."

"Não, você está sendo estúpido." Ele rosna, batendo as mãos sobre a mesa com um baque forte. "Você vai ferir a garota, e mais cedo ou mais tarde ela vai ficar cansada de sua merda."

Eu aponto para ele com raiva. "Cuidado com a sua porra de boca, VP."

Ele balança a cabeça, mas olha para mim.

Eu sei que ele está certo.

Eu penso sobre a noite passada. Nós ainda não tínhamos falado sobre o que estava acontecendo, mas nós compartilhamos uma noite cheia de paixão e sexo e nesse momento eu sei que nós dois sentimos que as coisas mudaram.

Mas com essa informação fresca em minha mente - as imagens provam – eu precisava me manter longe dela se quisesse que ela vivesse. Não importa o quanto isso iria nos afetar.

Eu não iria perder outra pessoa que eu amava por causa do meu próprio egoísmo e estupidez.


Capítulo 19

 

Acordo para descobrir que Optimus tinha ido, não foi surpresa, mas foi decepcionante. Havia coisas que ambos tínhamos a dizer, mas nenhum de nós estava fazendo um bom trabalho de dizê-las. Eu me perguntei se nós dois estávamos pensando a mesma coisa.

Uma vez que isso saísse, não haveria nenhuma parada. Não pegaria as coisas de volta. Então, ao invés disso, nós apenas evitamos a conversa que ambos sabíamos que estava chegando e trocamos isso por uma maneira que poderia mostrar nossas emoções. A única coisa que parecia mais confortável.

Sexo.

Nossa química sempre esteve além das expectativas. Desde a primeira vez que nos conhecemos, em pé no bar dentro do clube. Foi como se eu fosse um diamante e seu corpo fosse o jogo. Toda vez que ele me tocava me deixava em chamas. Não havia outra maneira de descrever o calor que ardia dentro de mim, apenas por tê-lo próximo.

Ontem à noite tinha sido diferente dos outros. Ele me entregou o controle, mesmo que apenas por um momento. Era algo que Optimus nunca fazia. Optimus gostava de controlar, e se estamos sendo honesto, eu gostava de da-lo a ele. Havia poder em submeter-se a alguém e permitir-lhes ditar seus movimentos e ações. Era sobre confiança e respeito. Na noite passada, ele tinha me mostrado que o sentimento era mútuo e quando nós não tínhamos falado sobre isso, eu tinha esperado que significasse que estávamos seguindo em frente.

O pensamento me faz sorrir.

Eu decido que tenho passado tempo suficiente deprimida nos últimos dias. Meu corpo doe, precisava correr. Só de pensar em passar os últimos dias sem correr estava fazendo meu corpo sentir-se ansioso. Visto meus shorts de corrida, sutiã esportivo, e uma camisa Adidas solta. Pego meus tênis e levo-os para fora da sala principal em busca de um irmão ou prospect. Ham está reforçando o estoque do bar e há um par de irmãos jogando bilhar.

"Ei Ham. Você viu Op?" Pergunto, levantando-me na banqueta e apoiando meu pé na do lado para que eu possa calçar meu tênis e amarrar meus cadarços.

"Ele está na igreja com Blizzard, Leo, e Wrench. Parece importante."

Eu balanço a cabeça. Eu estou acostumada com Op sendo chamado em qualquer momento e estar afastado em reuniões com os garotos. Eu sabia não perturbá-lo. "Você acha que pode me levar para a academia? Op mencionou no outro dia que ele não quer que eu corra nas ruas mais."

Ham parece um pouco apreensivo. "Tudo bem se eu apenas verificar com um irmão em primeiro lugar?"

Eu sorrio, a criança era boa. Ele ia ser um irmão impressionante. "Certo."

Eu continuo a arrumar meus tênis antes de saltar da banqueta e esticar as pernas e ombros. Se eu alongasse agora, isso significava que eu poderia saltar sobre a esteira logo que chegasse a academia. Eu não costumava ir à academia muitas vezes, optando por correr na rua. Isso fazia coisas muito mais interessantes e gostava da sensação do vento e os elementos contra a minha pele enquanto aquecia.

"Ei, Chel."

Olho para cima para encontrar Slider de pé ao lado de Ham, ambos sorrindo para mim enquanto eu abro minhas pernas e estendo a mão para agarrar meus dedos do pé. Eu libero lentamente do alongamento, cuidando para não fazê-lo muito rapidamente.

"Ei Slide, estamos bem?"

Ele assente. "Op está em uma reunião com alguns dos caras, mas, tanto quanto eu sei você não está confinada ao complexo e só precisa de uma escolta."

"Legal! Está tudo bem seu eu roubar Ham um pouco?"

Slider dá de ombros. "Vá em frente." Ele passa por mim, mas não perde a oportunidade de conseguir um tapa sonoro na minha bunda. Eu grito e viro para olhar para ele. Ele vai embora rindo. Os meninos não se atreviam a fazer esse tipo de coisa enquanto Optimus estivesse por perto, enquanto eu não era tecnicamente dele, todos sabiam como ele era possessivo comigo. Slider era um dos que faz a maior parte em sua ausência.

Ham me segue para a cidade, sua moto fazendo barulho atrás de mim o tempo todo. Quando eu empurro às portas da academia a emoção que eu sinto toda a viagem para lá logo acaba.

Como é que eu não pensei nisso?

Deacon, o cara da minha tentativa de uma noite fora com Rose, estava de pé ao lado da academia conversando com dois homens em ternos escuros. Suas expressões pareciam significativas. Deacon assente, mas uma expressão séria surge em seu rosto. Antes que eu possa virar e voltar para fora, seu olhar encontra o meu. Seus olhos se arregalam e ele se apressa em se desculpar com os homens sérios e rígidos. Eu estava certa quando tinha imaginado que ele tinha músculos bem definidos sob a camisa que usava na noite que nos conhecemos. Sua parte superior do corpo nu brilhava com o suor que parecia acentuar a definição no seu abdômen.

"Ei" Ele diz suavemente, vindo na minha direção parando poucos centímetros a minha frente.

"Sinto muito." Eu digo torcendo minha toalha de treino em minhas mãos. Eu aponto sobre meu ombro. "Estou saindo."

Ele agarra meu braço quando começo a virar meu corpo para sair. "Ei, não, está tudo bem." Ele aponta para a recepção que exigia o cartão de membro da academia para entrar. Eu sempre tinha mantido a minha adesão atualizada, apenas no caso de coisas como essa acontecer, mas eu realmente não tinha vindo a academia por meses. Em vez disso apreciando correr no ar frio era muito convidativo.

"Sinto muito sobre a outra noite." Ele diz enquanto caminha ao meu lado. Escaneo meu cartão nós passamos pela pequena entrada para a área da academia.

"Você não deveria ser o único se desculpando, deveria ser eu." Coloco minha toalha e chaves em um banco ao lado de uma esteira vazia. "Optimus pode ser..."

"Arrogante, controlador, autoritário?" Ele oferece, zombando.

Eu não posso deixar de sorrir. "Tudo isso mencionado. Mas eu queria dizer que ele pode ser muito protetor e possessivo."

"Eu acho que todos os namorados podem ser assim. Eu provavelmente seria muito se você fosse minha." Ele cruza os braços sobre o peito e sorri.

Eu rio enquanto flexiono meus tornozelos, preparando-os para minha corrida. "Op, não é meu namorado."

O sorriso rapidamente muda para uma careta. "Por que ele estava falando toda aquela baboseira sobre você ser dele então?"

Eu suspiro, explicando o que eu era para o clube, por vezes, era muito para as pessoas. Alguns aceitavam isso bem, como Rose, que não me julgava pelas minhas escolhas. Mas a maioria das pessoas gostava de me fazer sentir como um lixo. Eu rolei a tensão em meus ombros.

"Eu pertenço ao clube." Eu digo simplesmente com um encolher de ombros. "Eu sou uma garota do clube. Eles fornecem para mim, eu forneço para eles."

"Você é uma prostituta do clube?" Ele rosna, o barulho tão profundo e tão cheio de raiva que eu quase dou um passo para trás.

Eu faço uma careta para ele. "Sim, eu sou." Eu não iria agir como se tivesse vergonha das minhas escolhas, porque ele não aprovava.

"Por quê?"

Eu levanto minha mão. "Você não me conhece. Você não sabe como minha vida foi ou é. E você não tem ideia do que se passa no clube. Eles cuidam de mim e me tratam bem, isso é tudo que você precisa saber."

Ele arrasta os dedos pelos cabelos curtos, a frustração em seu rosto. "Sinto muito, eu não tive a intenção de julgar. Jesus estou fodendo com isso."

Cruzo os braços sobre o peito. "Olha Deacon. Sinto muito sobre Optimus. Ele realmente não liga para o que as pessoas pensam dele, mas ele não tinha que falar com você do jeito que ele fez. Mas qualquer rancor que você tenha contra o clube, eu sugiro que você esqueça-o."

Ele franze a testa por um momento, mas logo levanta as mãos em sinal de rendição. "Minha culpa. Eu não queria incomodá-la."

"Eu sei."

Ele sorri suavemente, obviamente aliviado pela tensão ter desaparecido. "Eu estou realmente satisfeito que você veio. Eu acabei de ficar sem um treinador e estou procurando alguém para fazer algum trabalho em tempo parcial por aqui."

Eu estou surpresa. "Sério?"

Seu sorriso cresce. "Sim. Não é muito, mas com a sua experiência eu sei que sabe o que está fazendo. Isso iria salvar-me dos classificados e de passar por entrevistas de emprego."

Parte de mim queria estar animada. Era uma pequena, mas excelente oportunidade, um passo na direção do que eu queria fazer. Mas, infelizmente, como eu ainda estava com o clube, isso era uma impossibilidade.

"Eu realmente gostaria de poder. Por enquanto, eu ainda estou vinculada ao clube. Empregos fora não é realmente uma opção agora." Mesmo eu ouvindo a decepção na minha voz.

Eu vejo sua mandíbula apertar, mas ele consegue manter um sorriso amável em sua cara. "Bem, a oferta está de pé. Eu tenho outra semana antes de precisar encontrar alguém permanente. Mantenha isso em mente?"

Eu sabia que não iria acontecer, mas eu balanço a cabeça e sorrio de qualquer maneira. "Certo."

"É melhor eu ir, eu vou deixa-la começar seu treino." Ele dá um pequeno aceno. "Espero ver você em breve."

Eu observo quando ele faz o seu caminho para os sacos de pancada e aperta as mãos com um homem antes de ajuda-lo a amarrar as mãos.

Deacon era um mistério para mim. Havia algo sobre ele que eu simplesmente não conseguia entender. Sua raiva contra o clube era surpreendente para alguém que tinha acabado de se mudar para a cidade. Eu sabia que notícias sobre os irmãos corriam rápido, mas para alguém ter muito veneno e desgosto em relação a eles em um tempo tão curto era estranho.

Eu começo a alongar mais uma vez, a necessidade de liberar um pouco da tensão que tinha encontrado seu caminho de volta para o meu corpo antes que eu comece a minha corrida.


Capítulo 20

 

"Chelsea!" Eu ouço uma voz brilhante me chamar quando saio do meu carro. Vejo Harlyn de pé na porta acenando. Neil está logo atrás dela, olhando-a com cuidado.

Eu não poderia deixar de sorrir e acenar de volta enquanto caminho em direção a eles. "Oi, Harlyn."

"Você vem brincar comigo? Mamãe saiu e papai está ocupado." Ela pergunta animadamente. "Você disse que quando voltasse poderíamos brincar."

Pergunto-me onde Sugar poderia ter ido que não teria levado Harlyn com ela.

Eu me agacho na frente da menina impressionante. Ela está praticamente pulando. "Eu disse que não? Vamos!"

Eu estendo minha mão para ela e ela animadamente toma-a, saltando comigo para o campo de jogos. Neil nos segue como um bom prospect. A área dos brinquedos e churrasqueira era bem escondida da estrada por um grande muro, então eu sabia que seria muito seguro. Noto Sammy e Caity, as meninas do clube, descansando em algumas cadeiras, cigarros pendurado em seus dedos. Elas mal nos notam quando passamos por elas, Harlyn me contando sobre o que ela fez naquela manhã. Havia alguns membros espalhados ao redor da área, alguns falando, outros mexendo com suas motos.

"Eu acho os balanços os melhores, qual parte você gosta?" Harlyn pergunta quando entramos na área acolchoada macia. O parque infantil é razoavelmente novo, talvez uns dois anos. Não há nenhuma outra razão em particular do que os Brothers by Blood serem muito ligados à família. Isso era que os mantinha de pé e vivendo. Fosse isso sua família de sangue ou seus irmãos. Eles se apoiavam enquanto um e incluíam apoiar as Old Ladies, crianças e até mesmo as garotas do clube.

O clube era uma unidade e nós fazíamos o possível para apoiar os nossos homens. Cada uma de nós tinha um papel a desempenhar, e embora o clube pudesse estar do outro lado da lei ocasionalmente, alguns viam esses caras como um bando de desajustados e criminosos, a lealdade e o amor que se encontra dentro deste grupo é inigualável.

"Eu amo os balanços, mas acho que o escorregador é provavelmente o meu favorito."

Ela assente com os cachos suaves em seus cabelos balançando. "Boa escolha." Ela elogia, dando-me um polegar para cima.

Eu rio. Harlyn era uma garota incrível. Ela choca e surpreende-me tanto, apenas no pouco tempo que estivemos brincando. Ela é de raciocínio rápido e à frente do jogo. Às vezes isso pode colocar um monte de pressão sobre uma criança quando eles estão tão conscientes dos sentimentos e emoções das pessoas ao seu redor. Mas Harlyn parecia não se incomodar e permite soltar sua juventude. Ela ri, ela se diverte, mas ela não fica chateada.

Ela é filha de Optimus, não há nenhuma dúvida sobre isso.

Neil nos observa de uma mesa de piquenique. Eu poderia dizer que ele detesta ser colocado em serviço de babá pelo olhar entediado e a expressão de desapontamento que se notava.

Harlyn e eu pegamos um balanço cada uma.

"Você gosta do meu pai?" Ela pergunta enquanto balança.

Eu congelo por um minuto, mas Harlyn continua a balançar casualmente como se não tivesse acabado de me surpreender. "Sim, eu gosto do seu pai."

"Não, eu quero dizer você gosta, gosta do meu pai." Diz ela, enfatizando o segundo gosta.

Eu rio. "Um pouco."

"Está tudo bem se você fizer."

"Bem, obrigada, eu vou manter isso em mente." Digo a ela, divertindo-me com sua atitude direta e insensível.

"Harlyn!" Eu me viro para ver Sugar andando pelo terreno em nossa direção vindo do clube. Ela tem um sorriso suave no rosto, mas parece um pouco forçado.

"Olá, mamãe!" Harlyn chama antes de se jogar para fora do balanço, uma vez que voa para frente. Minha respiração fica presa em minha garganta e eu quase me jogo atrás dela, esperando lágrimas quando ela tropeça e rola pelo chão. Não havia lágrimas e Sugar nem sequer vacilou na ação exagerada da filha. Harlyn salta para ficar de pé, limpando a sujeira e corre para abraçar sua mãe. "Chelsea está brincando comigo, não é legal?!" Ela exclama.

Sugar me olha por cima da cabeça da pequena menina. "Isso é ótimo querida. Você sabe, eu vi o tio Blizzard lá dentro atacando o sorvete. É melhor você ir encontrá-lo antes que ele coma tudo."

Harlyn engasga. "Oh não, ele não está fazendo isso!" Ela começa a correr na direção do clube, uma menina em uma missão com Neil a seguindo.

Eu diminuo meu balanço até que pare e desço. Eu estou nervosa como o inferno. Sugar, essencialmente, tinha um monte de poder aqui e eu não sabia o que ia fazer com ele. "Ela é uma criança inteligente."

Sugar olha para mim, uma vez que Harlyn está a salvo no interior do edifício. Ela assente com a cabeça. "Ela é. Eu não posso esconder nada dela. É como se tivesse um radar para o engano." Ela se aproxima. "Você deve ser Chelsea. É bom finalmente conhecê-la. Optimus e Blizzard tem falado muito bem de você ao longo dos anos."

"Eu gostaria de poder dizer o mesmo. Eu só descobri que vocês duas existiam agora." Digo, infelizmente, dando um suspiro de alívio.

Ela sorri e faz um gesto para a mesa de piquenique que Neil tinha desocupado. Sigo-a pegando um assento. "Deve ter sido uma surpresa para você. Lembro-me de ter visto o seu rosto no dia em que chegamos. Eu sempre soube que vir aqui iria irritar algumas garotas do clube. Não é um segredo que muitas delas são muito... digamos ... territorial com os homens. Mas o olhar em seu rosto era de pura tristeza."

Olho para a mesa, pegando em um pedaço quebrado de madeira. "Foi um choque."

"Sinto muito que a nossa presença causou essa brecha entre você e Op."

Meus olhos erguem rapidamente. Era à última coisa que eu estava esperando ela dizer e suas palavras eram tão genuínas. Eu balanço minha cabeça. "Você e Harlyn absolutamente não são culpadas, eu odiaria por você pensar isso." Eu engulo. "Estou feliz em estar aqui, e Optimus consiga passar um tempo com Harlyn. Ele e eu, isso é algo que eu realmente não posso explicar, mas sabendo que ele tem esse grande segredo só me faz perceber que talvez não estivéssemos tão perto quanto eu pensava."

Ela suspira. "Infelizmente isso é Optimus com precisão. É um protetor. Tem o peso do mundo sobre seus ombros, mas se recusa a compartilhar a sua carga com os outros. Ele mantém isso trancado e longe de seus irmãos, todos são mantidos a uma distância segura."

Parece ser difícil, conhecendo Sugar, a mulher que Optimus tinha sido profundamente apaixonado. Mas era estranhamente reconfortante.

"É estranho isso." Faço um gesto entre nós. "Não é estranho?"

Ela sorri, é leve e suave, e eu não posso deixar de sorrir. "Optimus e eu sabemos exatamente onde nossos sentimentos estão. Eu o amo porque ele é o pai da minha filha. Não houve rompimento sujo ou maldade entre nós, nós só percebemos que não fomos feitos para ser." Ela me olha diretamente nos olhos, ainda sorrindo. "E agora eu acho que sei por que nunca funcionou."

Eu coro. "Eu não sei sobre isso. Apenas existe muita rejeição que uma garota pode aceitar antes que chegue ao ponto."

"Bastardo teimoso." Ela murmura, revirando os olhos.

"Como foi a visita?" Eu quase caio do meu assento quando ouço a voz grossa de Wrench atrás de mim.

"Jesus Cristo!" Engulo em seco, cobrindo meu coração acelerado com a minha mão.

Wrench coloca as duas mãos sobre a mesa e inclina-se. Eu pego Sugar olhando para ele com um sorriso tímido antes de colocar sua atenção de volta na mesa à sua frente.

"Como seria de se esperar. As palavras 'nojento', 'vergonhoso' e 'lixo de motoqueiro’ foram usados, como eu acreditaria." Seus ombros caem como se ela tivesse sido totalmente derrotada. "Eu não sei por que eu pensei que dizer a eles que tinham uma neta teria feito com que se sentissem diferentes."

A mandíbula de Wrench contrai, obviamente tentando não dizer nada.

"Sinto muito, são seus pais?" Eu pergunto em reverência.

Sugar assente, seu olhar me encontrando, mas claramente tentando evitar o homem corpulento que estava sobre nós. Você pode sentir a raiva saindo dele enquanto fica ali, olhando para ela.

"Meus pais queriam que eu me casasse com um advogado ou um médico, algo que seria bom para a nossa família." Ela brinca com seus cabelos cor de vinho, colocando-o atrás de sua orelha enquanto o vento sopra ao redor de seu rosto. "Eu não pensava ser melhor do que os outros porque eu era rica. Eu aprendi rapidamente que as pessoas são atraídas pela minha posição, ao invés de minha personalidade. Então Optimus veio e me apresentou para o clube e tudo parecia real. Esses caras, eles não são falsos. Eles não sentem que precisam impressioná-la. Eles são o que são e foda-se se você não gostar disso."

Eu rio e até mesmo pego um leve levantar do canto da boca de Wrench enquanto eu observo os dois. Eu estou tentando descobrir qual sentimento estava provocando o ar em torno de nós.

Limpo a garganta e rio levemente. "Não é que é verdade?"

"Então eles não querem mesmo conhecer Harlyn?" Wrench fala, claramente não impressionado.

Eu ouço uma risada estridente e nós olhamos para ver Blizzard transportando Harlyn de cabeça para baixo por cima do ombro. "Diga-me, onde escondeu o sorvete." Blizzard exige, os dedos pairando sobre ela, ameaçando um ataque de cócegas se não lhe desse a informação que queria.

"Nunca!" Ela grita entre ataques de riso.

Todos nós rimos quando ele começa a 'tortura' pelo local do sorvete.

"Harlyn tem tudo o que precisa. Não importa se eles querem conhecê-la ou não. Ela está feliz." Sugar murmura quando se levanta da mesa. Wrench coloca uma mão no ombro dela enquanto ela passa por ele. Ela para brevemente, e eles compartilham um olhar que dura apenas um segundo, mas diz tudo o que precisa ser dito antes que ela se afaste.

"Eu vou te salvar, Harlyn." Ela grita em voz dramática enquanto corre na direção deles, sorrindo.

Wrench fica em silêncio e observando-a ir.

"Você sabe que Optimus iria matá-lo, certo?" Eu aviso suavemente.

Ele nem sequer pestaneja. "Algumas coisas valem a pena o risco." Ele murmura antes de se afastar.

Não pense que vou estar mencionando isso para alguém tão cedo.


Capítulo 21

 

Eu vejo quando Blizzard persegue Harlyn ao redor do parque. Blizzard era como uma criança adulta. Ele poderia ser sério, por vezes quase assustador, mas, na maioria das vezes, ele gostava de brincar, paquerar e se divertir.

O tempo estava começando a ficar mais quente, apesar de o outono ainda estar em pleno andamento. Eu quase tive vontade de tirar minha camisa que tinha vestido sobre minha roupa de treino. Assim quando eu estou prestes a puxá-la sobre a minha cabeça, há uma explosão intensa. Meu corpo instantaneamente cai no chão e os meus ouvidos começam a zumbir. Eu não sei o que está acontecendo. Há caos ao meu redor.

Ainda estou deitada, observando quando Blizzard lança Harlyn chorando por cima do ombro e corre para as portas do clube – Sugar logo atrás dele. Ele joga-a para dentro antes de conduzir Sugar rapidamente atrás dela. Seu rosto está desesperado quando ele gira ao redor. Eu posso ver que sua boca está se movendo, mas o zumbido nos meus ouvidos está bloqueando qualquer outro ruído. Eu só olho para ele em choque e confusão até que eu sinto meu corpo sendo levantado do chão. Eu reconheço brevemente o rosto de Neil enquanto corre comigo para as portas clube, meu corpo empurrando e saltando a cada passo de suas pernas.

Havia homens em todos os lugares, testas franzidas e ordens sendo dadas por todos os lados. Eu estou atordoada, meu corpo em choque completo. Optimus aparece momentaneamente. Coloca a mão em meu rosto e eu pego um segundo do que eu pensei que fosse o medo em seu rosto antes dele sair, mais uma vez se foi. Neil me leva para o meu quarto. Nessa fase, a minha audição está começando a voltar e o choro de Harlyn enche meu coração de dor. Neil me larga na cama e eu tento levantar, precisando garantir que todos estejam bem.

"Fique aí, Chelsea." Neil rosna, apontando para a cama. "Optimus precisa de você no seu quarto até descobrir o que diabos está acontecendo."

Eu balanço a cabeça, tanto quanto eu queria correr lá fora e ajudar, ele precisava de mim fora do caminho para que pudesse se concentrar no que estava fazendo. Ele não precisa de mim correndo lamentando.

Neil bate a porta fechada e eu me levanto até a cabeceira da cama, entrando debaixo das cobertas e envolvendo-as em torno de mim, precisando de algum tipo de conforto.

Alguma coisa séria tinha acabado de acontecer e eu tinha que admitir - estava com medo.

Demora mais de uma hora antes de ouvir uma batida suave na porta. Limpo a garganta antes de anunciar para quem quer que fosse para entrar. Optimus entra e fecha a porta silenciosamente atrás dele. Seu rosto parece pálido e quase derrotado, enquanto olha para mim. Eu quero me levantar e ir para ele. Eu quero que ele me abrace e acalme os medos que me atormentam. Mas ao invés disso eu só o observo enquanto se aproxima.

"Seu carro," disse ele suavemente. "se foi."

Saio dos cobertores. Meu carro era velho, não era nada interessante. Por que alguém iria querer roubá-lo, eu não entendia. " Podemos consegui-lo de volta?" Eu pergunto, minha voz rouca.

"Chelsea. Se foi. Ele explodiu."

Eu levanto abruptamente em seguida lutando para encontrar as palavras com toda a 'Que porra' de sentimentos acontecendo na minha cabeça.

Aquilo foi um grande estrondo. Aquele foi o barulho que tinha feito o meu ouvido zunir. Alguém tinha feito meu carro explodir.

Significava que isso era para mim? Para me machucar? Ou foi apenas um ataque contra o clube?

"Havia algumas fotos deixadas no clube na noite passada." Ele cruza os braços sobre o peito, mas sua postura curvada. "Elas eram de nós."

"Ok... Então, o que isso quer dizer?" Pergunto não certa se queria saber a resposta.

"Foi um aviso, eles estão mostrando que sabem que você é importante para mim." Seus olhos encontram os meus e ele segura meu olhar antes que continue. "Você poderia estar naquele carro, Chelsea."

Eu balanço a cabeça e dou dois passos rápidos para ele. Estendo a mão e toco seu rosto com minha mão, meus olhos nunca deixando os dele. "Eu não estava. Estou aqui. Estou bem."

Seus olhos brilham. "Por quanto tempo? Dessa vez, eles não acertaram. Mas, confie em mim, eles vão tentar novamente se eles acharem que você é a chave para me destruir."

Eu balanço a cabeça, estávamos de volta a isso novamente. "Não diga isso. Não me afaste novamente." Eu tento manter minha voz firme, mas vacilo.

"Você quer ser morta, porra?" Ele explode. "Isso não é um jogo. Isso é vida ou morte."

"Eu não me importo. Você está me afastando quando penso que as coisas estão prestes a mudar entre nós. Eu quero você! Eu quero estar com você, e eu sei que isso é o que você quer também."

"Então, eu deveria apenas arriscar sua vida porque eu te quero? Você quer que eu ignore sua segurança para que possamos formar um casal feliz?" Ele se afasta e caminha em volta de mim. "Eu assisto a pessoas pelas quais me preocupo, pessoas que eu amo ser ferida porque escolhi o que queria mais do que o certo. Sabe o que isso faz para mim todos os dias? Sabendo que eles não estão aqui porque eu tomei uma rota egoísta e pensei em mim primeiro."

Meu coração se parte por ele. Ele havia perdido ambos os pais e se culpava por suas mortes, pensando que poderia ter feito algo para impedi-lo.

"Você não pode mudar o passado, Op," Eu digo a ele suavemente, seguindo seus movimentos enquanto ele anda.

"Não, mas eu posso fazer o que é certo agora. E se isso significa colocar uma barreira entre nós, a fim de mantê-la viva, porra, eu vou fazer exatamente isso."

Lágrimas ameaçam em meus olhos. Apenas quando senti que as coisas começam a mudar, aqui estamos, de volta ao mesmo lugar mais uma vez.

"Eu passei minha vida inteira correndo quando as coisas ficavam difíceis e pela primeira vez eu tive uma razão para parar. Você me deu uma razão para ficar."

"Eu não estou pedindo para você sair." Ele diz, confusão fazendo suas sobrancelhas unirem.

"Diga-me que você se importa comigo. Diga que você me quer. Estou farta de ser aquela garota que se senta e espera o cara perceber o que ele tem." Eu imploro para ele, incapaz de parar as lágrimas que estão agora escorrendo pelo meu rosto. "Mostre-me que você precisa de mim."

"Eu preciso de você!" Ele rosna, segurando meus ombros firmes e me puxando para perto. "Eu preciso tanto de você que não consigo respirar quando você não está por perto."

"Então pare de me afastar." Eu choro, jogando minhas mãos em seu peito em frustração. "Pare de me afastar!"

"Chelsea! Há alguém nos observando. Eles nos observam a cada interação e isso só mostra a eles exatamente o que querem - que eles podem usá-la para destruir a mim e ao clube. Eles estão dizendo que é Anthony DePalma, e se eles ficarem sabendo do quão forte nossa ligação é, eles vão te machucar." Ele engasga. Suas mãos se movem dos meus ombros para pescoço e segue para minhas bochechas. Seus polegares roçam as lágrimas que continuam a fluir de forma constante.

Eu rio, o ruído soando estranho em minha garganta. "Então, até um momento futuro eu apenas tenho que ser uma boa garota do clube, acompanhar alguém por aí, ver você se esfregar contra outras garotas e fingir que não estou sufocando."

Ele franze a testa. "Eu preciso ser capaz de proteger você"

"Eu não quero que você me proteja!"

"Isso não é a sua escolha a fazer." Ele retruca.

"Bem, eu sinto muito, mas pela primeira vez eu quero fazer uma escolha." Eu me afasto dele, dando um passo para trás, para dar algum espaço entre nossos corpos. Eu suspiro enquanto tento reunir coragem suficiente para dizer o que eu preciso dizer. "Meus pais escolheram me proteger. Um homem louco entrou em nossa casa com uma arma. Ele disse que tudo que queria era roubar coisas que poderia vender para que pudesse conseguir sua próxima dose. Quando meu pai tentou impedi-lo, levou um tiro. Morto. Direto no coração. Então o homem veio atrás de mim e minha mãe."

Optimus estende a mão para mim, mas eu me movo, colocando ainda mais espaço entre nós.

"Minha mãe escolheu me colocar para fora por uma janela e me fez correr. Minha mãe decidiu por mim naquele dia que eu ia viver, e ela ia morrer. Ela escolheu esse caminho para mim. Eu não tive uma porra para dizer disso!" Raiva queima em mim, floresce como uma flor mortal.

Eu tinha terminado.

Eu não iria deixar ninguém controlar minha vida.

Ia ser minha escolha.

"Blackbird... pare." Optimus pede silêncio, com o rosto cheio de angústia ao ouvir a história que eu nunca tinha compartilhado.

"Não! Talvez eu não quisesse viver! Talvez, apenas talvez, teria preferido morrer com eles a passar o resto da minha vida me mudando de lar adotivo para lar adotivo, inferno, sem eles." Pego um livro da minha mesa e jogo do outro lado do quarto. "Eu nunca tive uma escolha!"

Eu respiro fundo, tentando, sem sucesso, acalmar minhas emoções, para controlar a mim mesma, mas tudo isso só continuou.

"Eu não tive histórias lidas para mim durante a noite. Ninguém me levou para a escola no período da manhã ou me pegou depois. Ninguém me ensinou a andar de bicicleta, ninguém aplaudiu quando eu terminei o ensino médio, ninguém estava lá para mim quando o meu primeiro namorado quebrou meu coração. Ninguém!" Eu grito, meu corpo tremendo incontrolavelmente.

"Baby, está tudo bem." Optimus sussurra. Tento fugir quando ele vem para mim, mas não há nenhuma maneira de escapar. Ele passa os braços em minha volta e me envolve em seu domínio.

Eu luto contra ele, batendo com os punhos em seu peito. "Eles nunca me deixaram escolher!"

"Shh." Ele aceita os golpes, seu tom calmante nunca mudando. "Baby, pare. Você está me matando, por favor."

Eu luto por vários minutos antes de finalmente ceder, permitindo-lhe me confortar enquanto eu desabo. Nós caímos no chão juntos e ele me puxa para o seu colo, minhas pernas montando as suas, meu rosto enfiado em seu pescoço enquanto ele corre as mãos pelas minhas costas.

Eu lambo meus lábios, provando o salgado de minhas lágrimas. É estranhamente refrescante.

"Por favor." Eu sussurro, agarrando seu colete em minhas mãos como se fosse a minha última linha de vida. "Por favor, deixe-me escolher."

Ele fica sentado imóvel e silencioso, com as mãos ainda se movendo acariciando minhas costas. "Eu não posso." Diz ele com cuidado. "Eu preciso que você esteja segura. E se isso significa estar sem mim, então que assim seja."

Afasto-me dele para que eu possa vê-lo. "Eu não quero que você me proteja. Quero que você me ame."

Ele engole duramente. "Blackbird..."

"Não me deixe fora. Deixe-me entrar. Deixe-me estar lá para você. Deixe-me ser sua."

Ele balança sua cabeça. "Não posso. Não agora, não enquanto isso é tão perigoso."

As lágrimas começam a cair novamente.

Meu coração doe.

Ele está gritando de dor.

Ele está quebrando.

"Então me deixe ir." Minha voz se quebra, mas eu endureço minhas costas, sabendo que isso é o que preciso. Eu preciso tomar o controle da minha vida e não deixar que outras pessoas a governe. "Não posso fazer isso, Op. Não posso sentar e fingir que tudo está bem. Não posso fingir que estou bem em vê-lo todos os dias e saber que não posso te tocar. Dói, Op. Dói demais."

"Eu não posso... "

"Deixe-me ir."

"Eu não posso... "

Eu empurro seu peito, forçando para sair do seu abraço e me levanto. Ele rapidamente segue. "Por favor! Se você não pode me dar isso, então me deixe ir." Meus punhos estão cerrados ao meu lado e me esforço para me afastar dele, mas sei no meu coração que isso é algo que eu preciso fazer.

Ele suspira e esfrega a barba que cobre sua mandíbula. "Vou dizer aos garotos que você não é mais uma garota do clube, mas que você ainda está sob a proteção do clube. Vou ficar longe, você não vai ter que me ver e não vou usar as outras garotas. Então, quando toda essa merda tiver acabado... "

Eu balanço minha cabeça. "Não."

Ele franze a testa. "Chel, só posso fazer isso."

"Você não pode fazer isso."

"Fazer o que?"

"Você precisa me deixar ir. Deixe-me sair."

Seu rosto se transforma em confusão a surpresa. Nós dois ficamos aqui pelo que pareceu uma eternidade. Apenas olhando um para o outro.

"Não."

"Não posso fazer isso, Op. Eu preciso ir."

Ele dá um passo em minha direção, com o rosto sério. "Não. Nada mais de correr."

"Isso não é a sua escolha a fazer." Eu digo, jogando as suas palavras de volta para ele.

Viro-me e vou em direção ao meu armário. Abaixo no chão de joelhos, puxando uma bolsa grande e começo a enchê-la com as roupas que poderia encontrar.

Eu não estou mais com raiva.

Eu não estou chateada, com medo, ou triste.

Eu estou entorpecida.

Garotas do clube não são obrigadas a ficar. Poderíamos ir embora sempre que quisermos, mas no momento em que fazemos é quando o clube deixa de pagar e nos apoiar.

Seria difícil — provavelmente doeria como o inferno deixar as pessoas que tinham sido meu mundo por tanto tempo. Mas eu estava decidida. Se ele não pudesse me mostrar que estava disposto a colocar tudo na linha e provar que ele me queria, então eu não estava disposta a sentar e esperar mais.

"O que você vai fazer quando a máfia localizá-la, Chelsea?" Ele dispara sarcasticamente. "O clube não pode protegê-la se sabe Deus onde você está."

Eu continuo a embalar, sapatos, jeans, camisas, roupas de baixo. "Você mesmo disse. Para eu estar segura, é melhor nós fingirmos que não tem alguma coisa acontecendo." Fecho a bolsa e levanto do chão. "Bem, agora não temos que fingir."

As palavras me atingem.

"Isso é ridículo. Onde você está indo?" Ele se mexe, seu corpo balançando para frente e para trás como se ele quisesse vir para mim e me amarrar à cama para que não pudesse sair.

"Não importa." Murmuro enquanto calço os sapatos. "Eu não pertenço ao clube agora."

Dessa vez, seu corpo cede e ele corre para mim, segurando meu rosto com as mãos antes que eu tivesse a chance de desviar o olhar. "Não faça isso. Você pode ficar o clube irá mantê-la segura."

Eu coloco minha mão sobre a dele quando segura meu rosto, inclinando-me para ele e desfrutando da sensação áspera contra meu rosto. "Op, estou apaixonada por você." Digo-lhe suavemente antes de fechar meus olhos. "Eu tenho estado por um longo tempo. Não posso ser uma garota do clube mais com os sentimentos que tenho, e se você não vai me reivindicar, então meu tempo aqui está terminado. É hora de seguir em frente."

Sinto sua barba contra o meu rosto e um par macio de lábios encontram os meus brevemente. "Um dia, você vai ter que parar de correr e perceber que isso não resolve todos os seus problemas."

"E um dia você vai ter que perceber que afastar as pessoas que você ama não é protegê-las, é isolá-las." Dou-lhe um beijo suave na bochecha, em seguida, dou um passo atrás. "Se está tudo bem, voltarei para pegar o resto das minhas coisas em breve."

Ele assente, mas sua mente parece muito distante, enquanto olha sobre a minha cabeça. Eu me pergunto se é o que eu tinha dito, ou se ele tinha escolhido aquele momento em particular para cortar suas emoções completamente.

Tento engolir, mas minha garganta está completamente seca. Meu estômago vira.

Era isso.

Eu estava indo embora e ele não ia me impedir.

Limpo a garganta, finalmente, jogando minha bolsa sobre meu ombro e caminhando para a porta. Optimus não se mexe. Eu queria desesperadamente que ele me chamasse, para me dizer que não podia me deixar ir.

"Chelsea."

Aperto a maçaneta da porta na minha mão, minha respiração presa em minha garganta. "Sim?"

"Cuidado com as costas lá fora." Eu pensei ter ouvido um pedaço de emoção na voz, mas eu não podia ver o rosto dele para confirmá-la, então esqueço isso para apenas minha mente ouvir o que queria ouvir.

"Sim."

Eu fecho a porta atrás de mim, deixando Optimus em pé silenciosamente dentro do meu quarto. Eu consigo segurar as lágrimas até chegar ao espaço onde meu carro normalmente estava. Mas em seu lugar só estão os restos carbonizados.

As lágrimas derramam então.

Não há retenção.

"Op disse que você poderia precisar de uma carona." A voz de Ham não fez nada para me acalmar enquanto ele balança as chaves em seus dedos e me guia até a caminhonete de Optimus. "Rose?"

Eu balanço a cabeça, nem mesmo capaz de dizer uma palavra. Choro e choro todo o caminho até o apartamento de Rose, esperando como o inferno que esteja em casa. Eu não tinha mais para onde ir. Eu poderia ir e ficar com Harmony, mas sabia que isso iria causar tensão.

Eu preciso dar um passo atrás do clube. Era meu plano para fazê-lo, eventualmente – se Optimus não tivesse prestado atenção ao que estava acontecendo com a gente, quando eu terminasse a faculdade – então eu poderia muito bem começar a desconexão agora.

Ham não tenta falar comigo, ele apenas dirige em silêncio enquanto eu inclino minha cabeça contra o vidro da janela fria e deixo meu coração quebrar em pedaços.

"Se cuida, Chel." Diz ele vagamente quando salto da caminhonete, nem mesmo me virando para cumprimentá-lo ou dizer obrigada.

A chuva começa a descer em baldes. Corro até a escada que leva até o lado do edifício para o pequeno apartamento de Rose e bato na porta. A água escorre dos meus cabelos e pelo meu rosto, apenas para disfarçar as minhas lágrimas, mas não escondendo meus olhos inchados e a coriza. Rose abre a porta, fica me olhando confusa por um segundo antes de entender minha aparência.

"Oh, Chelsea." Ela diz com tristeza, abrindo os braços e me permitindo cair neles, os soluços começam mais uma vez.

"Eu saí." Suspiro.

Ela passa as mãos pelas minhas costas, não se importando que eu esteja ensopando ela completamente.

"Entre."


Capítulo 22

 

Sento-me no quarto dela por quem sabe quanto tempo. Eu sou um idiota. Chelsea era meu par. Ela pode ser uma garota do clube, mas tinha o coração de uma Old Lady. Ela amava o clube e me apoiava quando eu precisava dela.

Ela me amava.

Idiota do caralho.

Sentei-me em sua cama, segurando minha cabeça em minhas mãos. Eu já tinha chamado Ham e lhe dado ordens. Para levá-la para onde quisesse ir e, em seguida, observá-la como um falcão até que soubéssemos o que estava acontecendo. Eu tinha alguns dos rapazes já passando um pente fino em seu carro. Alguém queria causar algum dano. O carro dela tinha sido deixado sem vigilância na academia hoje, que tinha que ser o lugar onde plantaram a bomba.

Isso significava que era para explodir enquanto estivesse no carro? Ou isso era para danificar o clube?

Eu não sabia. Mas ia descobrir.

Esses bastardos iam afundar. Chelsea pode ter ido embora e eu deixá-la. Mas o caralho que eu iria deixar alguma coisa acontecer com ela, só porque eu não poderia mantê-la em minhas calças quando estava por perto.

Era melhor assim.

Isso é o que eu continuo dizendo a mim mesmo de qualquer maneira.

Houve uma batida leve na porta.

"Sim" Eu respondo. Minha garganta parecendo obstruída com emoção pela primeira vez em anos. A porta range aberta e Sugar coloca a cabeça na abertura antes de entrar e fechá-la atrás dela.

"Como está Harlyn?" Pergunto. Meu estômago vira sabendo que a minha menina tinha sido submetida a algo tão violento e assustador. Apenas outra razão para acabar com esses idiotas.

Sugar olha para a porta do banheiro fechada com curiosidade. "Ela está dormindo finalmente. Neil está sentado no quarto com ela no caso dela acordar."

Eu arrasto meus dedos pelos meus cabelos curtos. "Isso é bom."

"Chelsea está no banheiro?" Ela pergunta, parecendo confusa. "Eu queria ver se ela está bem. Mas eu posso voltar..."

"Ela se foi." Eu murmuro.

Seus olhos se arregalam. "Diga isso de novo?"

"Ela se foi, porra." Eu grito fazendo Sugar saltar levemente. "Eles explodiram a porra de seu carro! Eu disse a ela que precisávamos manter a nossa distância. Ela disse que não poderia fazer isso. Que me amava demais para estar por perto e não poder ficar comigo."

Eu levanto da cama e começo a andar. Sugar move-se rapidamente para fora do caminho da minha ansiedade e senta-se na cama.

"Op, não faça isso. De novo não." Ela implora, me olhando com olhos tristes.

Eu paro e olho para ela. "Isso não é o mesmo, Sugar."

"Como isso não é o mesmo, Op? Mais uma vez, afastando as pessoas que você gosta. Forçando-os para longe." Ela responde, quase com raiva.

"Eu não a forcei para longe." Eu grito. "Ela saiu! Ela caminhou para fora daquela porta."

"E você não a impediu." Ela resmunga, apontando para mim com um dedo acusador. "Ela divide seu coração com você. Ela lhe diz que ama você. Ela é completamente honesta e você a deixa ir sem se importar, apesar do fato de que podemos chamá-lo como o vemos. Todos nós vemos como você se sente sobre ela." Cada ponto que ela joga em mim é como um tiro em meu coração. Cada um mais doloroso do que o último.

Tudo isso é verdade.

Meu corpo está tenso. Eu sinto como se precisasse bater em alguma coisa. Eu estou com raiva, mas não dela – de mim mesmo. Eu simplesmente não podia me fazer ir atrás dela. Meus medos me seguram.

"Você a ama?"

Meu estômago afunda por um segundo, tudo o que eu quero fazer é desmoronar para o chão.

Será que eu a amo?

"Ela é tudo que eu posso ver. Não houve qualquer outra pessoa por um longo tempo." Eu respondo, caminhando até a mesa de estudos de Chelsea e apoiando-me na borda. "Chel... é diferente. Ela nunca teve qualquer expectativa vindo para essa vida, eu acho que isso é o que me atraiu para ela. Nunca foi interessada em ser uma Old Lady, nunca quis nada. Tomou o pouco que eu dei a ela e ficou feliz com isso, ela me deu espaço para respirar e ser quem eu queria ser."

Olho para cima e vejo Sugar me observando atentamente.

Eu não poderia falar sobre essa merda com os meus irmãos. Eu os amo, eles são a minha família e eu tenho certeza que alguns deles entenderiam. Mas Sugar conhecia meu coração, porque em um certo momento ela havia sido consumida por ele. Ela tinha me visto desabar a portas fechadas quando meu pai morreu, ela teve de lidar com essa merda, enquanto do lado de fora eu tinha forçado a aparência de raiva e vingança para meus homens.

Eu era o líder deles. Sem um líder forte, a merda cairia aos pedaços, os erros são feitos, e nessa vida... pessoas são mortas. Se eles vissem a angústia e tortura que eu tinha passado, a autoculpa e como eu tinha questionado sobre ser digno de usar o emblema do presidente que estava no colete que vestia, eu nunca teria ganhado o respeito deles.

"Não foi culpa sua." Ela sussurra. As lágrimas brilham em seus olhos e eu sei que ela pode sentir a dor no meu peito. "A morte de Dealer não foi sua culpa."

Ao ouvir o nome do meu pai envia um frio em minhas veias. Eu posso ter tido a minha vingança, corrigido os erros que ocorreram naquela noite, mas meu coração ainda estava pesado com a culpa. "Eu deveria ter ficado com ele. Eu sabia que era errado deixar mas... "

"Mas você me colocou em primeiro lugar antes de sua família. Você não acha que o peso está sobre os meus ombros também? Eu amava Dealer. Eu não deveria ter pedido a você para deixá-lo sozinho." Seu lábio inferior treme e eu me movo agachando-me em sua frente. Essa não foi a primeira vez que tivemos essa conversa, mas essa foi a primeira vez que ela disse algo sobre se sentir responsável.

Pego seu rosto em minhas mãos. "Não seja estúpida, Sugar. Eles estavam atirando nele."

"Exatamente. E se eu não tivesse pedido para você ir comigo possivelmente ambos estariam mortos e Harlyn iria crescer sem um pai."

Eu zombo, afastando-me dela mais uma vez. "Ela ficou bem nos últimos cinco anos sem mim."

"Oh, uau! Você está realmente me pressionando com uma desculpa fingida? Isso é patético." Ela fala.

Giro, segurando-me para ficar perto dela. "Eu vou esquecer esse deslize dessa vez. Quem diabos você pensa que está falando?" Apesar de Sugar ser diferente, ter alguém falando comigo com desrespeito me coloca diretamente na zona defensiva.

Ela se arrasta para fora da cama e caminha para frente, de pé frente a frente comigo. "Eu penso que eu estou falando com um homem que protegia o que era dele? Penso que estou falando com um homem que tinha aprendido com seus erros? Penso que eu estou falando com um homem que enfrentou seus problemas de cabeça erguida em vez de afastá-los e esperar que se corrigisse eventualmente?"

"Que porra, Sugar?" Rosno, suas palavras me enrolando firmemente.

"Controle-se, Op." Ela me cutuca no peito com o dedo. "Essa garota, está pronta para dar-lhe tudo. Ela não se importa que estando envolvida com você pode colocar sua vida e futuro em perigo. Ela teria arriscado tudo para dar-lhe tudo. Por que para ela, ela preferiu passar o tempo que for para se sentir amada por você do que passar o resto de sua vida se perguntando por que ou o que ela poderia ter feito diferente."

Meus punhos cerram ao meu lado e eu olho para Sugar, na esperança de que ela vá se esconder e fugir, mas ela simplesmente não era assim. Sugar não tinha medo de mim, não que eu queria que ela tivesse. Não tinha medo de me dizer o que pensava, ela nunca teve.

Ela olhou direto para mim. "O que você faria se ela morresse agora? E se fosse atingida por um carro? E se caísse morta agora? Você se arrependeria então? Você se arrependeria por ter deixado ela sair por aquela porta?"

Apenas o pensamento de algo acontecendo com ela faz meu coração acelerar e o conteúdo do meu estômago ameaça voltar e derramar por todo o chão do quarto.

"Não me diga que o seu coração não está gritando com você para sair desse quarto, ir atrás de Chelsea e pedir-lhe para voltar." ela desafia.

"É claro que está, porra. Você não acabou de me ouvir? Não posso respirar sem ela."

Sugar nem sequer pestanejou. Você teria pensado que seria até mesmo um lampejo de ciúme, mas não era. Sugar queria o melhor para mim, assim como eu queria para ela. Eu a amava, ela criou minha filha em sua maioria por conta própria, mesmo que eu garantisse a ajuda financeira, ela nunca lutou. Ela queria que eu fosse feliz, e viu isso com Chelsea. Isso só mostrou que tipo de pessoa ela era, a quantidade de amor que ela tinha em seu coração.

"Então acorde!"

"E arriscar sua vida, porque eu não pude colocar meu próprio egoísmo de lado." Eu balanço a cabeça. "Não, de novo não."

Eu tinha forçado Sugar a ir embora e ela ainda estava aqui. Tanto ela como Harlyn estavam a salvo, porque durante os últimos cinco anos eu consegui manter uma distância razoável delas. Em minha mente, era lógico. Eu tinha feito isso uma vez para proteger as pessoas que eu amava. Eu poderia fazê-lo novamente. Mesmo se isso significava nunca ter Chelsea novamente. Pelo menos eu saberia que ela estava viva e podia viver sua vida. Meu coração discorda, mas eu ignoro.

"Oh, pelo amor de Deus. Você é um babaca teimoso, sabe disso, certo?"

A coisa estúpida foi que eu a ouvi. Eu sabia o que estava dizendo fazia sentido. Eu sabia que minha teimosia poderia me levar a um grande erro.

Vou apenas acrescentar à lista.


Capítulo 23

 

Rose me fez tomar um longo banho quente. Não ajudou. Meu corpo estava entorpecido – gelado até o osso.

Eu sempre planejei ir embora em algum momento. Eu sabia que a vida de garota do clube não era a melhor ou a mais importante para mim. Queria fazer algo por mim mesma. Queria ajudar as pessoas e usar as minhas paixões para fazer a diferença, fazer uma vida para mim. Eu não tinha certeza de como isso ia ser. Nunca planejei na minha cabeça, as palavras que eu diria quando eu finalmente deixasse o clube, mas o que posso dizer é que nunca imaginei que seria dessa forma. O clube tinha se tornado tão enraizado no meu coração.

Os homens - embora meu trabalho não fosse diferente e não ortodoxo – eu ainda me importava com eles. Eu os amava. Eles tinham me dado um lugar para pertencer quando pensei que não tinha nenhum. Quando estava perdida e querendo saber o que o meu objetivo era, por que o mundo tinha me amaldiçoado com a solidão, eles haviam me dado uma casa.

Crescer no sistema não foi fácil. Algumas das crianças que eu conheci em casas tinha estado lá desde que eram bebês. Eles não conheciam nada diferente. Tudo o que sabiam eram lutar e como lutar para sobreviver.

Mas eu não.

Eu não me lembro muito sobre quando eu era pequena, mas a única coisa que eu sentia mais forte sobre minha infância antes dos meus pais serem mortos foi o amor. Lembro-me de como era bom ter alguém para me colocar na cama à noite. De como meu coração disparava quando meu pai me chamava de seu anjinho. Lembro-me o quanto eu costumava rir e sorrir, e como era ter alguém beijando seus joelhos esfolados quando caia. E lembro-me o quão doloroso era ter tudo arrancado.

O sentimento ameniza com o tempo. As coisas tornaram-se menos visíveis em minha mente e as memórias tornaram-se luzes que se apagam no final de um túnel, lentamente escorregando até que eu pense que elas iriam embora para sempre. Eu não tinha percebido o quão escuro meu mundo havia se tornado porque estava perdendo os lembretes de como brilhante isso poderia ser.

Optimus me devolveu a luz. Ele me fez sentir novamente. Ele fez meu coração lembrar-se de como vencer e subir e lentamente começou a encher novamente.

E agora, aqui estou eu. De volta ao túnel que conhecia tão bem. Observando a luz desaparecer lentamente na linha.

Rose coloca uma xícara de café em minhas mãos. Aqueço-as do frio, mas o resto do meu corpo permanece dormente. Ela me emprestou um robe macio e alguns outros itens essenciais, enquanto jogou minhas roupas na secadora.

Sentou-se ao meu lado, suas mãos descendo para descansar em meu braço. "Fale, isso vai ajudar."

Eu balanço minha cabeça. "Eu nem sei o que dizer."

"Diga o que diabos você quiser. Fique com raiva, fica chateada, chore, grite. Qualquer coisa que faça você se sentir melhor." Diz ela com força.

Suas palavras inflam minha alma perfurada. "Eu simplesmente não posso suportar o afastar e aproximar, não mais. Minha cabeça está girando tão rápido que eu quero vomitar. Como ele pode ser tão suave e gentil? Mostrando-me pedaços que mantém escondido, mas não vai me reivindicar, não vai nos fazer oficial."

"Qual é o raciocínio dele?" Ela pergunta, curiosa.

Eu suspiro, não tenho certeza quanto devo compartilhar. Eu poderia não fazer mais parte do clube, mas não significa que iria desrespeita-lo ou partilhar os seus segredos. "Há um monte de merda atingindo o clube no momento. Optimus sente como se as pessoas souberem que estou com ele, não estarei segura."

Para colocar isso suavemente.

Rose não parece surpresa, mesmo balançando a cabeça suavemente. "Você não concorda com ele?"

"Não é isso." Eu sei que essa merda é séria, Op não teria tomado essa abordagem de qualquer maneira. "Eu só estou cansada disso, sabe? Eu... Eu me importo com ele. Assim, muito mesmo. Ser uma garota do clube foi muito bom, excelente, enquanto não havia enormes sentimentos envolvidos. Você é solteira, se diverte, transa com os caras e ninguém se machuca. As pessoas fazem isso todos os dias, eu só passei a fazê-lo com um monte de motoqueiros assustadores."

Rose ri. "Um grupo de motoqueiros assustadores mais sexy do que a maioria dos homens."

Eu sorrio sentindo quase um alívio. "Exatamente. Eu não sei quando, com certeza isso me atingiu, mas uma vez eu percebi que sentia mais por ele do que apenas um corpo quente para aquecer minha cama à noite, as coisas começaram a ficar muito complicadas."

"Você não gostava de vê-lo com outras garotas?" Ela pergunta, traçando a borda da xícara de café enquanto fala.

Eu balanço minha cabeça. "Ele nunca está com outras garotas. Eu sei que ele não está, não havia uma noite que nós não dividíamos a cama e que inclui noites que nem sequer teve sexo! Algumas semanas atrás, Blizzard tentou transar comigo, mas antes de qualquer coisa acontecer Op apareceu e me arrastou para fora como um homem das cavernas."

Vi seu nariz enrugar. Blizzard era um homem difícil de decifrar. Ele era legal, calmo e controlado a maior parte do tempo, mas Rose tinha de alguma forma conseguido irrita-lo.

"Então, realmente, você não será uma garota do clube por um longo tempo."

Eu me levanto da minha cadeira. "Eu não sei, Rose. Eu não sei o que eu sou, ou o que eu era. Esse era o problema. As coisas se tornaram muito turvas. Eu não estava pedindo para ser uma Old Lady, eu sou independente, tenho me cuidado por um longo tempo. Eu estava apenas pedindo-lhe para me deixar entrar."

"Tudo ou nada." Diz ela calmamente. "Eu entendo o conceito."

"Ele escolheu nada." Digo secamente, sentindo outra pontada no meu coração e lágrimas ameaçam transbordar depois de eu ter lutado tanto para contê-las.

"Ele tinha suas razões e, francamente, elas são justificadas. Você sabe que ele se preocupa com você."

Eu engulo o caroço que se forma em minha garganta, determinada a não deixar isso me quebrar. "Eu acho que isso é o que torna ainda mais difícil, saber que ele se preocupa e que ainda me deixa ir embora de qualquer maneira."

"Você é uma pessoa incrível. Pode machucar agora, mas vai reconstruir e tornar-se muito mais forte." Rose me encoraja com um sorriso e um aperto no meu braço.

Eu balanço a cabeça. "Fiz isso antes, eu posso fazê-lo novamente."

"Exatamente!" Ela sorri.

Meu celular começa a vibrar sobre a mesa, assustando nós duas por um segundo. Suspiro quando olho para a tela, sabendo que tinha que atendê-lo. Rose me dá outro aperto em meu braço, em seguida, desaparece, dando-me um pouco de espaço.

"Oi Harm." Eu digo com uma voz mais forte que pensei que tinha.

"Você está bem? Onde você está? Kit recebeu uma mensagem do Op. Chel você precisa voltar para o clube." Diz ela soando frenética.

"Harm, estou bem, ok? E não posso voltar para o clube." Corro a mão pelos meus cabelos castanhos longos, meu dedo capturando emaranhados.

"Não é seguro, Chel." Sua voz tinha se acalmado e tinha rapidamente se transformado em uma loucura emocional.

"Eu vou ficar bem. Eu vou encontrar um lugar para ficar, fora do caminho de todo o drama acontecendo. Ele disse isso ele mesmo, estou mais segura se essas pessoas pensam que não estamos juntos." Esfrego minhas têmporas, tentando aliviar o começo do que eu imaginava ser uma dor de cabeça horrível.

"Ele se preocupa com você, Chel." Diz ela.

"Eu sei que ele se preocupa. Mas você mesma disse, talvez seja a hora de colocar tudo sobre a mesa. Eu coloquei... "

Ouço-a se movimentar ao redor. "Estou indo para lá. Isso é besteira."

Voltando para minha amiga forte que eu amava. "Com diabos você está. Você vai ficar bem aí aonde sei que você está segura."

Ela zomba. "Optimus, aparentemente, precisa de alguém para chutar sua bunda. Eu posso fazer isso agora você sabe. Old Lady número um com regalias."

Eu rio. "Apesar de adorar ver isso, eu estou bem - honestamente. Vou descobrir as coisas."

"Eu não acredito em você."

Eu sorrio. Harmony sempre tinha sido protetora comigo. É uma das muitas razões que a amava como se ela fosse minha irmã. Depois de passar tanto tempo ter que me levantar por mim mesma era bom ter alguém a mais lutando por mim. "Tanto quanto eu te amo sendo chutadora de traseiro, essa é minha luta e se eu vou fazer isso através desse ponto, eu preciso lutar por mim mesma."

Ouço-a suspirar. "Você vai me manter no circulo?"

"Sem você, eu não teria sequer um circulo." Digo, tentando tranquilizá-la.

"Eu vou deixar essa merda sentimental me pacificar por agora, mas não esqueci sobre isso." Ela resmunga e eu tenho que rir. "Espero que Op esteja preparado para o telefonema que ele está prestes a receber de mim."

"Motoqueira cadela cai bem em você."

Ela ri. "Amo você, Chel."

"Amo você também."

Eu coloco meu telefone de volta na mesa, incapaz de tirar os olhos dele. Eu sabia que ele não iria ligar, ou mesmo enviar mensagens por esse assunto. Isso só não era o estilo de Op. Mas uma garota poderia sonhar, talvez até mesmo ter esperanças.


Capítulo 24

 

"Parece que você precisa de uma bebida," Eu ouço Lou Lou anunciar de trás do bar. Há alguns irmãos por ali, mas desde minha conversa com Sugar eu tinha plantado aqui e até agora não me preocupei em se mover, nem mesmo para pegar uma bebida.

"Sim, pegue um uísque para mim." Eu murmuro.

Lou Lou olha para mim estranhamente, mas viro-me para pegar minha bebida. "Você precisa de mais alguma coisa, Op?" Eu não perco a sugestão sutil em sua voz, embora ela tente fazê-lo soar casual.

"Não." Eu tomo minha dose, batendo o copo sobre o bar de madeira com um pouco mais de força do que o necessário. Lou Lou salta, mas me dá um breve sorriso antes de se apressar em sair para os garotos que a acolheram de braços abertos e pau duro.

Eu gosto de Lou Lou, ela é difícil de decifrar. Ela não é forte e confiante em si mesma e sua vida era como Harmony e Chelsea. Ela poderia ser uma cadela e passava muito tempo tentando impressionar as pessoas com seus peitos para fora. Mas ela também não estava no trem para ‘aqui apenas para ser uma Old Lady e conseguir o que eu estou em dívida’. Quando lhe foi dito para calar a boca, ela ouviu e passou um tempo longe do clube com sua família.

"Interessado em um passeio?" Pergunta Blizzard, deslizando para o banco ao meu lado e olhando para o meu copo vazio. "Talvez não."

"Só tive um."

"Bom, vamos lá. Da uma volta na X-Rated e verificar algumas coisas." Ele me deu um tapinha nas costas e afasta-se do bar.

"Só porque ela se foi, não significa que eu precise de outra cama mais quente." Eu respondo, estreitando os olhos para ele e desafiando-o a dizer algo estúpido.

As garotas da X-Rated estavam fora dos limites para os garotos. Simplesmente porque, algumas vezes, os meus homens não sabiam o significado de irritar a ajuda contratada. Idiotas não poderiam manter seus paus sobcontrole e eu tinha mais do que uma garota saindo do clube porque elas achavam que um dos irmãos ia ser o seu cavaleiro de armadura brilhante, apenas para ser severamente decepcionada.

"Eu disse isso seu bastardo mal humorado?" Ele responde, revirando os olhos. "Connor ligou e disse que uma das garotas veio parecendo alta e tropeçando."

"Cadela estúpida." Desço do meu assento e o sigo para nossas motos lá fora. Eu gostava de manter X-Rated elegante. Isso significa sem drogas, de alta segurança e discrição.

Nossas meninas viviam sob-regras estritas – não transar com a clientela ou os irmãos, testes de drogas mensalmente, sem álcool no trabalho, e não comentar sobre quem ou o que visse acontecendo.

Empresários vinham ao nosso local para escapar. Eles não queriam que as pessoas os julgassem ou os vissem saindo em público. Eles queriam ter um bom tempo sem interferência externa. X-Rated tinha isso e eles pagavam um bom dinheiro por ele. Eu não estava a ponto de ter alguma cadela drogada arruinando a reputação do meu estabelecimento.

A viagem para a cidade não demora muito. Eu estou totalmente pronto para rasgar alguém novo. Eu estou cheio de raiva e frustração. Não foi muitas as vezes que eu senti essa bagunça em minha cabeça. Entre Chelsea saindo e a conversa com Sugar, eu estava me sentindo bem.

Há muito tempo atrás eu teria acabado com minha merda no ringue e derrotado algum pobre idiota desavisado à morte. Isso não era eu mais. Eu fiquei longe de lutar ou usar meus punhos a menos que fosse para proteger a mim ou minha família. Eu não gostava de quem me tornava quando pisava no ringue. Ele não era uma parte de mim por mais tempo e eu não estava prestes a deixar este contratempo mudar isso. Eu só precisava colocar minha cabeça no lugar.

Eu não tinha terminado com Chelsea. Mas, por agora, eu só tinha a esperança de que estivesse fazendo a coisa certa e quando chegasse a hora de trazê-la de volta, não fosse tarde demais.

Dois homens em roupas escuras estavam parados na porta. Seguranças contratados. Eles observavam quem ia ou vinha, enquanto meus irmãos observavam lá dentro. Nós possuímos uma empresa de segurança e cada um desses homens era verificado cuidadosamente, mas as garotas no interior deste edifício pertenciam ao clube, observava todas elas, cuidávamos delas, protegíamos elas e isso era uma responsabilidade que só confiava nas mãos dos meus irmãos.

Os garotos reforçando a frente apenas balançam a cabeça quando passamos.

Mesmo para um dia de semana, X-Rated estava lotada. Estávamos abertos sete dias por semana e não havia outro clube de strip na cidade, eu tinha certeza disso.

Kat estava no palco fazendo a sua apresentação. Ela era uma garota impressionante e uma das nossas maiores atrações. Os homens que vinham aqui a amava e eu não tinha dúvidas de que ela era a razão para muitos sonhos molhados, uma vez que eles iam embora. A multidão enchia o espaço, mas o tipo de homens não variava. Alguns vestiam ternos, alguns com mancha de graxa, sem dúvida, apenas querendo um pouco de safadeza antes de ir para casa.

Camo estava encostado do lado direito do palco, seus olhos no meio da multidão e não sobre Kat. Wrench estava do outro lado, conversando com uma das garçonetes. Ela parecia estar flertando, mas ele estava olhando em todos os lugares, exceto nela, balançando a cabeça ocasionalmente.

Blizzard e eu pegamos um assento no pequeno bar, assistindo Connor enquanto ele mistura algumas bebidas e, em seguida, coloca-as em uma bandeja para uma das garotas. Seus olhos nos pega quando passa a bandeja e limpa as mãos sobre a toalha que está enfiada na cintura da calça jeans.

"Vocês querem uma bebida?"

Blizz e eu balançamos a cabeça e Connor puxa uma garrafa de uísque debaixo do balcão.

"Foda-se essa merda me dê uma cerveja." Blizzard resmunga, ele não tinha o gosto pelo uísque como eu tinha. De certo modo, isso só tinha sido quando Chelsea apareceu que eu comecei a beber uísque. O gosto que sua boca tinha depois que bebia era incrível. Eu balanço a cabeça e bebo um gole do copo que Connor tinha colocado na minha frente.

"Como vão as coisas?" Pergunto-lhe quando ele inclina seu quadril casualmente contra o bar e cruza os braços sobre o peito.

"Sim, tudo bem. Sem grandes problemas, exceto por Hayley, que entrou ou devo dizer tropeçou, atrasada para o trabalho essa tarde." Ele balança a cabeça. Estava claramente desapontado.

Connor não era um membro do clube, ele não era um irmão, mas eu confiava nele como um. Ele tinha recebido a oportunidade há alguns anos atrás para entrar como prospect, mas tinha desistido. Ele tinha a cabeça e coração fixado em ser um advogado e, infelizmente, ser um membro dos Brothers by Blood poderia afetar o seu futuro nessa linha de trabalho. Eu o respeitava por isso. Ele sabia o que queria e eu admirava sua dedicação. Connor queria mudar o mundo, proteger as pessoas que tinham feito algo errado.

Uma das principais coisas que pressionava ele era o fato de que ele era gay. O clube não tinha nada contra preferência sexual. Enquanto alguns dos rapazes tinham ficado distante com ele para começar, eles logo souberam que ele não estava lá para entrar em suas calças ou tentar convertê-los.

Um monte de pessoas tiveram esses estereótipos sobre o que um cara gay deve ser semelhante ou parecer. Eu tenho que admitir que até conhecer Connor eu era uma dessas pessoas. Você pensa que eles são extravagantes e femininos, que usam roupas elegantes e falam em um tom mais alto do que o habitual. Isso não era ele. Ele tinha ombros largos e musculosos, tinha uma barba curta e tatuagens que cobria toda a sua parte superior do corpo de seu pescoço aos quadris para os pulsos. Eu não me importo se ele gosta de pau ou buceta, tudo o que eu sei é que ele cuida de minhas garotas e os meus homens e administra o negócio melhor do que eu jamais poderia.

"Não consigo me lembrar de Hayley." Eu digo a ele, quebrando a cabeça tentando colocar um nome para o rosto. Eu conhecia a maioria das garotas bem, muitas delas visitavam o clube na sexta à noite se não fossem trabalhar.

Ele se serve de uma dose de uísque e a bebe. "Sim, bastante nova, talvez alguns meses. Toda a verificação do seu passado estava bem. Nunca teve em problemas com a lei. Tem um filho em casa. Tentando terminar a escola."

"Escola?" Pergunta Blizz.

Connor sacode a cabeça. "Ela é jovem. Dezenove anos. Teve sua filha quando tinha quinze anos e teve que abandonar. Quer conseguir um diploma do colégio."

"E o pai da criança?" Nós sempre certificamos se há crianças envolvidas, o que existe um punhado de nossas garotas, que não tenha pais irritados lá fora, procurando prejudicá-las. Nos oferecemos para ajudá-las, encontrar babás adequadas e confiáveis para quando elas precisem trabalhar e ajudá-las a entrar em uma boa casa.

"Nenhum pai. Retirou seus direitos quando a criança nasceu." Explica Connor. "Ela está lá atrás. Provavelmente teve tempo de ficar sóbria agora e não está esperando sua visita."

"Eu também não estaria. O nosso líder destemido aqui está cuidando de um coração quebrado agora que Chelsea se foi. Aposto que ele está ansioso para rasgar alguém." Blizzard joga a cabeça para trás e ri, me dando tapinhas no ombro assim que olho para ele.

"Vamos, idiota." Eu rosno, batendo na cabeça de Blizzard. Ele esfrega ela, mas sorri e me segue pelo corredor até a sala dos fundos. Eu empurro a porta do escritório aberta. A jovem está sentada no pequeno sofá de couro de lado, com a cabeça enterrada em suas mãos e seus cabelos chocolate caindo sobre os ombros. Eram ondulados e grossos como os de Chelsea, mas a garota não tinha o tom de pele de Chelsea.

Ela parecia tão pequena – quebrada, mas eu queria saber se era apenas a maneira como ela se mantinha. Eu definitivamente não me lembro dela, mas nenhuma das garotas nunca foram forçadas a vir em festas com a gente no clube por isso era uma possibilidade completa que ela nunca tinha estado.

Ninguém tinha sido colocado do lado de fora da sua porta para se certificar de que ela estava presa para essa pequena conversa e ainda assim ela não tinha fugido.

Eu sabia então que essa não era apenas uma cadela que estava à procura de sua próxima dose, fodendo traficantes de drogas para conseguir o que queria como eu tinha visto tantas vezes antes. Se fosse esse o caso, ela teria fugido no minuto em que teve a chance.

"Hayley?" Eu digo rispidamente. Seus olhos disparam imediatamente. Ela não parece muito mal, tudo o que ela tinha tomado provavelmente já tinha acabado o efeito e agora ela apenas parecia cansada - cansada e com medo. "Eu sou Optimus, presidente dos Brothers by Blood, este é o meu VP, Blizzard."

"É bom conhecer você... eu acho." Ela murmura.

"Você percebe, quando assinou o contrato para trabalhar aqui, você nos deu sua palavra de que não usaria drogas. Connor parece pensar com a maneira que você veio essa tarde – atrasada para seu turno – que você possivelmente estava usando alguma coisa. Ele está certo?" Eu tento não levantar a voz para ela. É jovem e tinha feito algo estúpido, mas todos nós tínhamos estado lá em algum momento de nossas vidas, às vezes nós apenas precisávamos de um pequeno empurrão na direção certa. Eu não ia começar acusando-a de qualquer coisa antes de saber os detalhes. Eu vejo lágrimas começarem a brotar em seus olhos, mas eu não vacilo na minha posição. Ela precisava saber que essa merda era grave e que, se tivesse feito algo errado não iria fugir com ele.

"Eu sinto muito. Eu... realmente não sabia o que era. Eu tenho exames finais na semana que vem no colégio e minha garota está realmente doente, então eu não tive muito tempo para estudar." Ela funga e sacode a cabeça. "Eu sinto muito, você não quer desculpas."

"Não, continue." Blizzard diz a ela com um sorriso encorajador. "Queremos saber o que está acontecendo."

Ela assente com a cabeça, as mãos puxa a alça de sua bolsa, torcendo nervosamente. "Eu só precisava ficar acordada por algumas horas extras enquanto Jayla dormia. A garota que vive do outro lado do corredor me deu algumas pílulas, disse que iria me manter acordada, me manter focada. Tomei-as e então eu comecei a me sentir muito estranha. Minha mente começou a correr e eu não poderia parar, foi realmente assustador."

"Parece que ela lhe deu BZP." Eu digo, franzindo a testa.

Quem diabos faz isso? Dá para uma jovem pílula de festa e diz a ela que vai ajudá-la a se concentrar.

"O que é isso?" Ela pergunta nervosamente.

"São pílulas que são projetadas para imitar os efeitos de outras drogas ilegais mais viciantes. Pessoas tomam quando eles estão indo para raves." Explica Blizzard.

"Eu sinto muito. Eu realmente não sabia. Eu estava tão desesperada para conseguir terminar os estudos. Eu preciso passar nisso antes que eles deixem me candidatar para a faculdade." Ela busca por ar desesperadamente enquanto tenta acalmar as lágrimas. Eram lágrimas reais. Não colocadas de modo a que ela não perdesse o emprego ou por estar tentando escapar do problema.

Eu não era insensível. Essa garota estava tentando fazer algo de si mesma e simplesmente cometeu um erro. The Brothers by Blood não apenas possuíam X-Rated, nós nos preocupávamos com as nossas garotas. Era por isso que as pessoas queriam trabalhar para nós.

Blizzard chama minha atenção e eu assento.

"Olha, Hayley," ele era melhor para essa merda do que eu, "você se intoxicou. Agora temos que fazer um plano para que você possa seguir em frente."

Seus olhos se arregalam de surpresa e olhando para nós dois. "Você não vai me demitir?"

Blizzard sacudiu a cabeça. "Que tal você tirar alguns dias de folga, termine seus estudos. Nós vamos lhe pagar por isso, então quando os testes mostrar que está tudo bem você pode começar a fazer as horas aqui e ali sempre que tiver tempo."

"Oh meu Deus, sério?" Ela engasga e olha para mim e eu aceno. "Oh wow! Muito obrigado. Eu prometo que não vou fazer isso de novo." Ela levanta-se rapidamente e dá um passo para o lado, puxando a porta aberta para ela enquanto continua a agradecer-nos mais e mais.

Quando ela desaparece no corredor, eu olho para Blizzard. "Bom garoto."

Ele corre os dedos pelos cabelos. "Eu juro, elas estão ficando cada vez mais jovens."

Dou de ombros. "A vida, às vezes não acontece conforme o esperado."

Ele balança a cabeça, nós dois aliviados que dessa vez isso foi uma simples correção. Eu senti meu celular vibrar no bolso da frente e puxo-o para fora para verificar a tela.

Eu solto um gemido. "Harmony."

Blizzard ri e se dirige para a porta. "Divirta-se com isso."

Eu me encolho. Tinha enviado para Kit uma mensagem rápida para deixá-lo saber o que estava acontecendo assim Harmony poderia estar lá para a amiga. Eu estava esperando sua ligação.

"Harmony."

"Você a deixou sair?" Ela basicamente grita comigo do outro lado da linha.

Reviro os olhos. "Nós não mantemos prostitutas do clube acorrentadas às paredes hoje em dia, Harm. Você deveria saber disso."

"O fato de que você ainda a chame assim é uma prova da sua inteligência." Ela zomba.

Sento-me no sofá que Hayley tinha desocupado, pensando que provavelmente iria precisar dele para essa conversa. "Então o que, de repente você achou este termo ofensivo?"

"Não, eu não acho ofensivo. Não jogue essa merda de volta pra mim. Eu acho que você chamá-la assim é ofensivo. Os homens não chamam a mulher que eles amam de prostitutas. Apenas dizendo." Harmony está com raiva. Eu a tinha visto com raiva antes, a diferença era que naquela época ela não era uma Old Lady e se controlava. Eu estava pagando por isso agora.

"Seu Old Man sabe que você está no telefone gritando com um irmão?"

Eu praticamente podia vê-la sorrindo. "Você diz isso como se ele tivesse algo a dizer sobre o assunto."

"Que loucura isso." Eu murmuro.

"Vá e a pegue, Optimus." Sua voz muda de repente, seu tom agora suave e suplicante.

Esfrego o meu rosto. "Não é tão simples, Harm."

Ela suspira. "Eu sei que você acha que o que está fazendo é certo. Na sua cabeça, parece lógico, mas não é. Chelsea está magoada. Quando ela está magoada, ela corre. E quando ela decide correr... E se você nunca encontrá-la?" A voz dela quebra e eu sinto uma pontada no meu peito. "Eu queria estar lá para falar com ela, Op. Eu sei que ela tem Rose, e eu sou grata por isso. Mas ela não me quer, ela não quer Rose, ela quer você. Você tem que mostrar que precisa que ela fique."

Eu a ouvia continuar e continuar por uns bons cinco minutos. Eu não podia lidar com o material sentimental. Eu preferia que ela gritasse. Eu sei que Harmony era protetora da sua amiga, mas Chelsea era mais forte do que as pessoas pensavam. Ela tinha passado por algumas coisas ruins e saiu disso não completamente ilesa. Ela só tende a levar as coisas muito mais a sério do que Harm. Eu queria dizer alguma coisa, mas não podia. Minha garganta estava fechando e eu não poderia decidir se queria bater em alguma coisa ou chorar. Eu odeio essa merda emocional.

Eu abro minha boca para falar logo que um grito ensurdecedor encheu o ar.

Harmony engasga. "O que é que foi isso?"

Eu saio da sala e vou para a direção de onde pensei que tinha vindo. "Harm, tenho que ir. Vou ligar para você de volta." Eu não espero ela responder. Paro de repente, a porta de suprimento do clube está aberta e Lucy, uma das strippers que estava conosco há anos estava na porta, olhando para mim, seus olhos arregalados.

"Lucy? Você está bem?" Pergunto, dando um passo em direção a ela com cautela.

Ouço passos atrás de mim, Blizzard, Camo, e Connor todos atrás de mim.

"Eu... Eu só estava levando o lixo para fora." Ela gagueja suas mãos tremendo visivelmente. Dou um passo para fora das portas e olho para a esquerda, onde o lixo do clube era jogado. Caindo abaixado, minhas mãos vão diretamente para minha cabeça. "Porra. Porra!"

Os cabelos de Hayley ainda estavam ondulados e macios, como tinha sido quando eu a vi menos de dez minutos atrás. Mas seus olhos, apenas olhavam para mim, seu corpo contorcido contra o contêiner de metal. Uma faca enfiada em seu coração. Não havia nenhuma maneira dela ter sobrevivido.

"Oh cara, Hayley." Connor se move em minha volta enquanto eu me equilibro ali, olhando para ela. Ele segura-lhe a mão e segura-a na bochecha. Sua voz é crua e com raiva. "Ela não merecia isso. Queria uma vida. Queria algo melhor para aquela garota. Ela não merecia isso."

Eu me levanto, voltando-me para os meus garotos. Camo tinha seus braços em volta de Lucy e ela estava chorando em seu peito, mas ele endireitou seus ombros como se estivesse pronto para a batalha. Blizzard parecia igual. Nós sabíamos que as coisas tinham apenas subido para um outro nível.

Essa garota era nossa. Ela pertencia ao clube.

Connor estava certo.

Ela não merecia isso.

"Passe a informação. Quero olhos em todas as garotas em todos os momentos, garotas do clube, strippers, Old Ladies." Camo e Blizzard assentem. Dou um último olhar para Hayley enquanto ela foi embalada delicadamente nos braços de Connor.

Nossos olhos se encontram.

"Ela merece justiça." Diz ele por entre os dentes.

"Sem problemas."


Capítulo 25

 

Eu percebi o quão sortuda eu era de ter uma amiga como Rose. Seu apartamento tinha dois quartos e ela me convidou para ficar durante o tempo que eu precisasse. Isso tornaria as coisas muito mais fáceis, pois eu não estava esperando mais dinheiro do clube, e precisava encontrar rapidamente um emprego para que eu pudesse pagar o que restava das minhas aulas na faculdade. Eu tinha uma pequena economia, mas não demoraria muito tempo para acabar.

Felizmente Rose já tinha uma cama extra no quarto ao lado, de modo que era uma coisa a menos que eu teria que pensar.

Olho para cima quando a porta do meu novo quarto abre. Eu ainda tinha que ir dormir e agora era 9:00. Eu só não podia desligar meu cérebro. Meus olhos doíam, minha cabeça latejava e meu coração estava ferido. Não havia nenhuma maneira mais dramática para descrever como estava me sentindo. Era simples assim.

Meu coração estava ferido.

Rose aparece no quarto, um sorriso suave no rosto. "Suponho que você não vá para a aula hoje?" Ela tinha sua mochila jogada sobre um ombro e estava vestida com um jeans ocasional e uma camiseta azul marinho. Eu tento sorrir de volta para ela, mas tenho certeza que mais parecia uma careta.

"Eu acho que vou faltar hoje. Fui ao banheiro pouco antes e me olhei no espelho. Parece que eu tive dois rounds com Ali Muhammad3." Eu digo a ela, apontando para os meus olhos inchados.

Seu sorriso fica, mas lentamente se transforma não em um encorajamento, mas um de pena. "Você está linda, Chelsea." Ela diz em voz baixa.

Eu deixo escapar uma risada silenciosa. "Obrigado, Rose. Está bem. Eu vou vê-la mais tarde. Eu duvido que esteja deixando o edifício hoje."

Ela assente com a cabeça. "Eu vou deixar o motoqueiro lá fora saber." Ela pisca antes de virar e sair rebolando.

Eu tenho que rir. Rose era imprevisível. Num momento ela era doce e suave e você pensaria que talvez ela tivesse sido magoada antes, era algo que eu ainda pensava. Mas então ela afasta essa atitude e se transforma em uma pessoa totalmente diferente.

Então Optimus ainda tinha um homem cuidando de mim.

Eu tento não dar muita atenção para isso.

Eu sei que ele me queria segura e isso era um trabalho de um prospect fazer todas as tarefas sujas. Não era nenhuma preocupação para Op ter um homem em serviço de guarda o tempo todo. Optimus nunca negou seus sentimentos por mim. Na verdade, ele tinha até admitido na noite passada. Disse que não podia respirar quando eu não estava por perto.

Bom, espero que ele sufoque.

O pensamento me faz sorrir. Eu estava sem lágrimas. A barragem tinha secado, mas isso não significava que não havia milhares de pensamentos e memórias que rodavam em torno do meu cérebro. Eu decido tentar levantar-me e estudar um pouco. Não posso deixar esse sentimento me consumir, porque eu sei que se eu deixá-lo levar-me mais, eu vou acabar rastejando de volta para ele, e essa de ser toda forte e ir embora seria por nada.

Eu não posso deixar a dor que estou sentindo ser por nada.

Eu jogo as cobertas de cima de mim e vou em busca da minha mochila que tinha meu laptop e livros da faculdade nela, encontro-a perto da porta da frente. Há uma pequena janela ao lado da porta, puxo a cortina de forma sutil e dou uma olhada lá fora. A moto está estacionada na calçada do lado de fora e um membro do clube sentado no fundo da nossa escada, cigarro pendurado em seus dedos. Como eu pensei, havia apenas um emblema de prospect no seu colete, eles não conseguiam seu emblema completo até que fossem escolhidos como membro pleno.

Eu não poderia dizer quem é como eles têm um capuz puxado sobre a sua cabeça e eu sabia que tanto Ham quanto Neil fumavam. Eu suspiro e deixo a cortina cair de volta no lugar. Conheço os pros e os contra do clube como se eu tivesse nascido naquela vida. Às vezes eu me pergunto se tudo na vida tinha a sua finalidade. Estávamos realmente no controle de nossos destinos, ou era algo que era controlado pelo destino?

Eu amo meus pais e sentia falta deles todos os dias, porra, e se eles nunca tivessem morrido? E se eu nunca tivesse encontrado o clube?

Eu sei que senti como se o clube preenchesse o vazio que eu tinha perdido por não ter uma família estável, enquanto eu estava crescendo, mas se fosse mais do que isso? E se o clube estivesse onde eu estava destinada a ser? E se o destino quisesse que encontrasse os irmãos?

Eu balanço minha cabeça.

O destino deve ser uma cadela cruel se me fez passar toda a merda na minha vida, matando a minha mãe e meu pai, me jogando em lares adotivos onde eu tinha 'pais' que só se preocupavam com o salário que eu trazia toda semana, apenas para me trazer aqui, onde sabia que eu ia ter meu coração partido.

Eu me sinto enjoada.

Eu nunca quis vir aqui e me apaixonar. Foi à última coisa em minha mente na noite que eu entrei no clube dos Brothers by Blood. Eu estava procurando por homens quentes e sexo. A abundância de sem amarras, não me importo se não vê-lo novamente. O que ganhei foi uma casa, uma melhor amiga, um homem que roubou meu coração e um clube cheio de caras que põem suas vidas para proteger a minha.

Minhas costas batem na porta enquanto eu luto contra as emoções, lutando contra elas, tentando tão forte para não deixá-las me consumir. Eu escorrego para o chão com um baque, um choque de dor disparando em minha coluna.

De repente isso me atingi.

Me afastar me leva a perder mais do que apenas o homem que eu amava - eu perdi uma família que eu nunca pensei que teria novamente. Mais uma vez, eu senti como se tivesse perdido tudo e que o túnel de escuridão fosse lentamente me alcançando, ameaçando me puxar para dentro.

É por isso que eu passei a minha vida correndo.

Se eu não me apegasse, então nada poderia me machucar.

Corro porque estou com medo.

Eu estou com medo de ser feliz – finalmente ser feliz – e em seguida, ter tudo tirado de mim outra vez.

Corra, não para de correr.

A voz ecoa em minha cabeça como tinha muitas vezes antes. Minhas mãos puxam meus cabelos em frustração. Eu deveria correr. Eu não deveria ter ficado. Eu deveria correr. Eu deveria ter escutado.

Deixei Optimus entrar. Deixei ele e o clube me permitir sentir segura e feliz. Eu lutei contra o impulso de correr porque eu tinha encontrado um lugar onde podia sentir bem novamente. Eu tinha encontrado pessoas que me aceitaram, que me apoiaram me amaram sem expectativas ou qualquer motivo.

Assim como uma família normal faria.

Eu encontrei o que eu sabia que era o meu lugar no mundo.

E agora? Agora, eu tinha acabado de jogar tudo fora porque não conseguia manter meus sentimentos distantes. Pego o item mais próximo, um par de sapatos de salto alto que está ao lado da porta, e jogo do outro lado da sala. Eles atingem uma luminária ao lado do sofá e ela cai ao chão.

Levanto-me, meu corpo precisa de algum tipo de liberação. Eu preciso deixar tudo para fora parei de chorar. Eu parei de me sentir fraca, sentada aqui, esperando por ele admitir como se sentia.

Não era culpa dele.

Era minha.

Eu deveria correr.

Jogo minha mochila do outro lado da sala, o conteúdo espalhando quando bate no chão. A queda do meu notebook contra o chão de madeira quase foi satisfatório. Eu bato minha mão contra a parede e grito, as vibrações profundas o suficiente para causar dor na minha garganta. Parecia uma lixa, mas parecia bom.

"Chelsea?" Há uma batida na porta, mas eu ignoro, continuando a atacar qualquer coisa que eu poderia encontrar.

Eu tinha perdido.

Eu estava quebrando.

Tento gritar novamente, mas em vez disso, sai como um soluço quando eu pego uma das cadeiras da mesa de jantar e jogo-a no chão. Há um estrondo alto e eu pulo como se eu tivesse sido agredida com um marcador de gado. Botas batem contra o chão e Ham aparece olhando ao redor freneticamente para a fonte de todo o barulho.

"Porra, Chel. Pensei que alguém estava aqui batendo em você." Diz ele, finalmente, quando seus olhos se encontram me verificando se estou ferida.

Seguro a mesa da cozinha com as duas mãos. Minhas pernas estavam ameaçando desistir, cada parte do meu corpo estava me dizendo para desistir. Tudo estava me atingindo uma vez e isso era quase demais. Olho para Ham, incapaz até mesmo de falar. Eu coloco a mão sobre minha boca, tentando forçar as lágrimas que achava estar prontas.

Ham me olha com cuidado, dando alguns pequenos passos em minha direção. "Ei, está tudo bem."

Eu respiro fundo e é aí que eu sinto.

Meu coração se parte.

Eu posso sentir isso no meu peito, quebrando em pedaços.

Alguns poderiam dizer que era impossível. Mas eu sabia.

As mãos de Ham se estendem e me pegam quando meu corpo desaba. Ele me puxa para o seu peito e me embala como um bebê, me balançando para frente e para trás e fazendo barulhos calmantes. "Chel, está tudo bem. Eu estou com você."

Eu aceito. Deixo ele me confortar, mesmo quando todas as outras partes em mim protestam, minha mente gritando para eu correr.

Mas eu estou cansada.

Eu não queria correr mais.

Eu queria ser feliz.

Eu poderia ter sido feliz.

Mas agora, eu só estava quebrada.


Capítulo 26

 

Eu consigo ocultar qualquer dano que havia criado na casa de Rose. Ela não estava mesmo ciente disso quando saiu naquele dia, que eu tinha tido um colapso do século.

Ham tinha me acalmado. Ele era um cara doce, eu até me perguntei por que ele se juntou ao clube desde que ele parecia tão puritano e de uma família tão adequada.

Desde esse dia, as minhas emoções tinham acalmado. Só um pouco, mas elas tinham se acalmado. Eu até assisti aula dois dias da semana. Rose praticamente obrigou-me a sair. Mas isso era o que eu precisava, alguém me dizendo para acordar e seguir em frente com a minha vida.

Sentei-me à mesa da cozinha, percorrendo um artigo sobre os benefícios nutricionais de certas plantas e legumes. Não era realmente minha coisa, mais de Rose, mas era obrigatória aprender durante a minha graduação.

Eu ouço o barulho de saltos no chão de madeira e olho para cima, assim quando Rose chega ao final do corredor. Ela está deslumbrante. Seus cabelos estão presos em um rabo apertado, e ela tinha uma leve maquiagem, apenas o suficiente para acentuar suas características impressionantes. Seu vestido é simples, preto com um brilho de purpurina que ia até o meio da coxa e tinha alças grossas que passavam sobre seus ombros.

"Uau, você parece fabulosa!" Eu digo a ela, meu queixo caído. Rose sorri e gira. Podia apreciar o corpo feminino tão bem como qualquer homem, e essa menina tinha conseguido. Fecho a tela do meu notebook - tinha conseguido sobreviver a minha explosão - começo a recolher a bagunça de livros e papéis que eu tinha deixado espalhados sobre a mesa. "Eu estou indo vestir meu pijama e terminar isso na cama."

Ela segura outro vestido em um cabide. Era uma cor púrpura com detalhes em azul. "Eu não acho que seja permitido as pessoas irem a casas noturnas de pijama." Diz ela com um sorriso suave, quase inseguro. Olho para ela confusa. "Eu acho que a nossa noite, na outra noite, foi curta. Nós realmente não conseguimos ter muita diversão. Keen tem outra chance?" Ela passa de uma perna para outra, eu poderia dizer que ela estava nervosa e insegura do que a minha resposta seria.

Eu sorrio. "Tem certeza que é uma boa ideia?"

"Oh, me desculpe, pensei que fosse uma garota que gostava de se divertir. Deve ter sido outra Chelsea que eu tinha aqui na última sexta-feira." Ela se vira para ir embora e eu não posso deixar de rir.

"Bem..." Ela para, mas não se vira. "Eu poderia sair para uma bebida ou dez agora."

Ela vira-se e joga o vestido para mim. "Eu vou chamar um táxi, você tem quinze minutos."

 

A música atinge meu corpo, batendo no meu peito e cabeça. Meu cérebro protesta, a quantidade de choro e lastima que tive nos últimos dois dias tinha deixado nebulosa e cheia. Mas eu consegui passar por isso. Rose estava certa, eu precisava fazer algo para tirar Optimus da minha mente ou eu ainda estaria sentada em seu apartamento, perguntando o que ele estava fazendo e se eu deveria voltar.

Rose puxa a minha mão, me arrastando em direção ao bar e me empurrando em um banquinho livre. Seus olhos estão investigando o clube, mesmo quando nos pede bebidas para a garota loira que parecia formal cuidando do bar.

"Quem você está procurando?" Pergunto, falando perto de seu ouvido, para que ela pudesse me ouvir sobre a música.

Ela ri. "Ninguém. Apenas verificando para garantir que não há grandes motoqueiros assustadores nos seguindo, prestes a arrastá-la de novo."

Eu não menciono que já tinha visualizado Ham, logo que ele entrou antes que desaparecesse na multidão. Ham tornou-se um elemento permanente. Eu sabia que Op tinha alguém cuidando de mim constantemente, mais frequentemente do que não era Ham. Eu me senti mal por ele, tendo que me observar noite e dia. Mas ele não pareceu se importar. Nós tínhamos caído numa rotina confortável.

Eu balanço minha cabeça. "Não, eu deixei lembra?"

Rose ficava nervosa em torno dos irmãos, Blizzard em particular. Eu não tinha certeza do por quê. Sei que às vezes eles pegaram uma má reputação, mas eles nunca iriam machucá-la. Nós sentamos e aproveitamos nossas bebidas por um tempo, o álcool acalmando meu corpo, mas só um pouco. Minha mente ainda estava descontrolada. Rose parecia estar se divertindo, eu não tinha certeza de quanto ela tinha bebido quando parecia estar falando muito mais do que o normal, e realmente sobre nada. Eu sorrio e balanço a cabeça, perguntando-me se essa noite era realmente para mim ou se ela só precisava de uma desculpa para sair. De qualquer maneira, eu não estava incomodada. Rose tinha sido uma grande amiga para mim desde que Harmony tinha ido embora para Troy, e eu estava disposta a fazer tudo o que podia para tirar um pouco do estresse que eu sabia que ela carregava em seus ombros.

"Posso te pagar uma bebida?"

Viro a cabeça para ver um cara bonito, de pé ao meu lado. Ele está bem vestido, camisa cara calça jeans, e seu sorriso era largo, mas foi o olhar predatório em seus olhos que eu não gostei.

Ergo meu copo ainda cheio. "Eu estou bem por agora, obrigado." Eu digo-lhe educadamente.

Ouço Rose rir e me viro para ver um outro homem que parecia igual de pé ao lado dela, lambendo os lábios como se tivesse encontrado a sua próxima refeição. Não demora muito para adivinhar que esses caras estavam aqui juntos e tinha nos escolhido no meio da multidão.

"Vamos querida, apenas uma bebida? Nós poderíamos encontrar um lugar e ter uma conversa se você quiser?" Volto minha atenção para o homem ao meu lado que ainda está sorrindo para mim apesar do fato de seu corpo estar tenso e rígido.

"Estou bem. Mas obrigada." Eu digo minha voz um pouco mais firme dessa vez. Uma coisa que eu não era, era frouxa. Eu não tinha chegado onde estava hoje, permitindo que qualquer pessoa, especialmente os homens, me forçasse a fazer coisas que eu não queria.

Estendo a mão e toco a mão de Rose, chamando sua atenção para longe do estranho que estava basicamente em cima dela, ele estava tão perto.

"Você quer ir para outro lugar?" Pergunto, ciente de que o homem ao meu lado não se moveu uma polegada, mesmo pela minha rejeição a sua companhia.

Seus olhos piscam para ele antes que ela olha para mim. "Grant nos convidou para ir a uma festa com eles." Diz ela apontando por cima do ombro, "devemos ir!"

O estranho me olha com uma intensidade que faz meu estomago afundar.

"Eu realmente não acho que é uma boa ideia." Digo, tentando usar meus olhos para retratar a ela que precisávamos ficar longe desses caras e rápido.

"Vamos, Chel. Por favor?" Ela diz segurando minha mão na dela.

Quanto ela tinha bebido?

Não havia nenhuma maneira que eu estivesse indo em qualquer lugar com esses dois. Eu sabia confiar em meu instinto quando algo não parecia bem. Mas nenhuma maneira no inferno que eu ia deixá-la ir com eles sozinha.

Eu decido tentar uma tática diferente.

Sorrindo, esperando ser genuíno e não como uma careta. "Eu vim para ter algum divertimento lembra-se, limpar minha mente de certo macho alfa estúpido. Que tal nós dançarmos primeiro, soltar nossos cabelos, e então se esses encantadores senhores ficarem felizes de esperar, podemos ir para a festa com eles?"

"Você não dança." Ela diz com uma sobrancelha levantada.

Eu me encolho, mas me forço a dar de ombros como se não fosse grande coisa. "Minha vida só tomou um rumo épico. Talvez isso seja um sinal de que eu precise começar a fazer as coisas de forma diferente."

Ela sorri para mim. "Está tudo bem?" Ela pergunta, virando-se para o estranho.

Ele olhou para o amigo, que eu ignorei dando as costas para ele antes que concordasse. "Sim, nós podemos esperar."

Eu imediatamente pulo da banqueta, arrancando Rose comigo enquanto me dirijo para a pista de dança. Rose tropeça um pouco, mas consegue manter-se em pé. Seu corpo começa a se mover com a música quando eu faço meu caminho através das pessoas para chegar ao meio da pista de dança, tentando colocar a maior distância entre nós e eles quanto possível.

Eu não estou com medo de não conseguir me defender, poderia dar um soco tão bem como qualquer cara. A necessidade de provar isso tinha surgido mais do que algumas vezes enquanto crescia. Mas eu também sabia quando estava em desvantagem e precisava sair de uma situação antes que as coisas ficassem pior. Havia uma aura saindo daqueles dois homens que eu não gostava, e eu não estava prestes a me sentar por perto e descobrir se meus instintos estavam corretos.

A discoteca estava cheia e eu consigo nos esconder no meio da multidão. Rose move seu corpo, fechando os olhos e balançando enquanto ela canta junto com a música que o DJ tocava. Eu danço enquanto estou ao seu lado, nem mesmo na tentativa de dançar muito, mas para pesquisar a sala por Ham. Nós dançamos algumas músicas, de vez em quando eu gritava que estava tendo um grande momento e ela sorria e acenava. Arrependo-me de não ter trazido meu celular comigo, teria apenas enviado uma mensagem para Ham nos encontrar em algum lugar. Mesmo como um prospect, Ham era alto e forte e com um colete do Brothers by Blood sobre seus ombros, as pessoas instantaneamente se afastavam.

"Droga" Eu murmuro quando em outra varredura pelo clube não encontro Ham, mas os dois homens que eu estava tentando evitar, estavam fazendo o caminho através das pessoas e indo direto para nós. Obviamente eles cansaram de esperar.

Sinto um corpo vir atrás de mim. Eu estava pronta para virar, socar quem quer que fosse, agarrar Rose e correr até que reconheço o murmúrio em meu ouvido. "Bom ver você aqui."

"Deacon" Eu exclamo, uma sensação de alívio inundando-me enquanto eu giro e o agarro.

Rose fica do lado, as sobrancelhas vincando quando olha para ele. Agarro sua camiseta e puxo-o para mais perto, sem perder o olhar de surpresa em seu rosto enquanto eu aproximo meu corpo ao dele e na ponta dos pés então minha boca está ao lado de sua orelha. "Há alguns caras vindo querendo que fossemos a uma festa com eles. Eles me dão arrepios, mas Rose está realmente bêbada e quer ir. Socorro!"

Sinto seu braço envolver minha cintura, me segurando firme contra ele e eu não posso dizer que odiei. Com o meu coração e minha cabeça correndo cem milhas por hora, aprecio a sensação reconfortante de proteção.

"Vamos." Eu ouço a voz profunda atrás de mim. Me viro, mas Deacon me segura firme contra ele, com a cabeça apoiada no meu ombro.

"Desculpe rapazes. Parece que as garotas tiveram uma mudança de planos." Deacon anuncia, dando um passo para trás e me puxando com ele.

O estranho que lidera atira um olhar zangado para Rose, que está parada ali, parecendo um pouco chocada, seus olhos seguindo de um lado para o outro entre nós.

Ele cerra os punhos e mostra os dentes. "Nós as encontramos primeiro. Elas estão vindo com a gente."

Deacon ri suavemente. "Não é sobre quem as encontrou primeiro. É sobre quem elas querem. E Chelsea aqui estava me dizendo o quanto ela me queria, certo querida?"

Eu sinto seus lábios no meu pescoço e meu corpo formiga instantaneamente. Parece estranho, mas bom ao mesmo tempo. Eu balanço a cabeça e murmuro um sim, embora sabendo que eles não podiam me ouvir sobre a música.

Rose parece dividida e quando Deacon começa a me afastar mais para longe, agarro a mão dela e puxo-a comigo. Deacon não estava parecendo um cara intimidante, por isso fiquei surpresa que eles simplesmente nos deixaram ir embora. Isso foi até que estávamos cercadas por três grandes homens que o ajudou a nos conduzir para a porta da frente do clube.

O ar fresco me bateu forte, não estava frio, mas estar no meio daqueles corpos dançando me fez suar. Rose cruza os braços sobre o peito, claramente chateada com a mudança de eventos. Nós caminhamos pela calçada um pouco, longe da multidão, antes de finalmente chegar a uma parada. O braço de Deacon nunca saiu da minha cintura, assim como seus amigos descansavam contra o edifício, dois deles acendendo cigarros.

"Que diabos, Chelsea!" Rose finalmente rosna, jogando os braços no ar.

"Não havia nenhuma maneira no inferno do caralho que estivéssemos indo a algum lugar com aqueles caras, Rose. Eles são perigosos, eu podia sentir isso." Retruco.

Seu temperamento parece acalmar um pouco. "Ele era quente! Nós poderíamos ter saído com eles, olhado aonde as coisas iam."

"De onde eu venho, aonde as coisas vão com caras como aquele é um lugar que eu visitei, e deixe-me dizer-lhe que não é agradável." Estava ficando com raiva - estive perto de homens assim antes. No começo eu tinha amado a atenção e limpado os maus sentimentos, mas eu aprendi logo a seguir meus instintos e eles estavam sempre certos.

O rosto dela muda. "Eu apenas pensei que seria bom você sabe, conhecer pessoas novas. Eu pensei que era o que você queria agora que deixou o clube?"

O braço de Deacon aperta em torno de mim, ele e seus amigos tinham ficado em silêncio, deixando-nos discutir até agora. "Você deixou o clube?"

"Sim" Eu murmuro grata que ele ainda estava atrás de mim, então eu não tinha que olhar para ele.

Rose parecia que estava completamente descarregada, os ombros caíram enquanto arranha o concreto. Tanto pela noite da segunda rodada. Essa noite foi quase pior do que a primeira.

"Vocês querem uma carona para casa?" Pergunta Deacon, o queixo apoiado no meu ombro.

"Sim" Eu murmuro.

Eu sinto como se devesse estar afastada ele, eu não sei por que eu não estava. Talvez depois da rejeição de Optimus eu só precisava de algum tipo de conforto. Fosse o que fosse, era bom tê-lo lá.


Capítulo 27

 

"Então..." Deacon diz sem jeito quando se senta na nossa sala de estar com uma xícara de café.

Reviro os olhos. "Basta dizer, Deacon." Eu tomo um lugar na nossa mesa da cozinha, o apartamento é tão pequeno que nós ainda poderíamos ter uma conversa informal entre os espaços.

"Você deixou o clube!" Ele diz isso como se fosse algum grande marco, algum grande feito que eu tivesse superado. O que ele não sabe é como apenas o pensamento disso está corroendo minhas entranhas.

Em vez de deixá-lo saber disso, eu dou de ombros. "Eu nunca quis estar com o clube para sempre. Eu teria ido embora, eventualmente, eu suponho. Foi apenas fácil - uma maneira de conseguir fazer faculdade como qualquer outro estudante faria."

Ele faz uma careta como se tivesse um gosto ruim na boca. "Eu não tenho certeza de ter conhecido um monte de garotas que transaram para conseguir fazer faculdade."

Eu sorrio. "Você ficaria surpreso."

Ele ergue a xícara aos lábios, mas eu pego o vislumbre de um sorriso antes dele provar o líquido em chamas.

Ouço Rose atirando e batendo em seu quarto e nós dois olhamos na direção do corredor. Eu inalo profundamente pelo meu nariz. Ela veio e entrou rapidamente antes de voar para o quarto, sem sequer uma palavra.

"Ela parece um pouco frustrada." Deacon medita. Seus amigos tinham saído não muito tempo depois que chegamos. Eles vieram em carros separados e tinham voltado em outro veículo, deixando o carro de Deacon para que ele pudesse voltar para casa desde que se recusou a nos deixar ainda. Eu não estava realmente certa do por quê.

"Eu não podia deixá-la fazer isso." Eu digo, suspirando com tristeza. "Homens como aquele, ‘não’ são caras amáveis."

"Parece que você tem experiência nesse campo." Ele se encosta, aninhado no sofá e segurando sua caneca com ambas as mãos.

Eu suspiro. "Muita experiência, infelizmente." Eu brinco com minha própria xícara, torcendo e girando-a sobre a superfície lisa da mesa de madeira e agarrando-a com a mão até que não possa lidar com o calor por mais tempo.

Deacon se senta em silêncio, como se estivesse esperando que eu continuasse com algum tipo de história épica. Ele estava errado. Eu não compartilhava minhas histórias. Enquanto eu tinha muitos que poderia torcer seu estômago e quebrar seu coração, elas não significavam nada. Não mais. Eu tinha estado lá, eu tinha feito isso e não havia nenhuma maneira que eu iria voltar. No minuto em que fiz dezoito anos tinha deixado aquele lugar sem sequer um segundo olhar. Claro, eu tinha deixado para trás o que eu chamaria de amigos. Mas não aqueles que importavam ou que eu via como parte do meu futuro e assim eu os mantive onde eles deveriam estar, no passado.

"Você não compartilha muito não é?"

Olho para cima para vê-lo olhando para mim com um olhar curioso no rosto. "Eu tento não enfatizar. Isso não vai me levar para qualquer lugar, não vai me ajudar na vida, olhar para trás e lembrar-me dessa porcaria."

Ele encolhe os ombros. "Explicação justa."

Ficamos em silêncio por um tempo. Mas não foi estranho. Deacon ainda era difícil para eu ler. Ele tinha muitos extremos. Um minuto ele estava com raiva, julgando minhas escolhas de vida, o próximo ele sorria e agia como se nada o incomodasse. Ele agia curioso, mas quando eu o calava ele apenas desistia daquilo como se não se importasse de saber.

"Não creio que você esteja procurando um emprego agora?" Ele diz, brincando, mexendo as sobrancelhas para mim. Eu tenho que rir. O cara não perdia o momento.

"Eu tenho um pouco de dinheiro guardado, mas sim, em breve eu vou ter de conseguir algum tipo de trabalho para ajudar a pagar minhas despesas." Eu olho de volta para o corredor, à luz debaixo da porta de Rose ainda está acesa. "Isso é, se ela não me chutar para fora depois que eu acabei com a festa dela hoje à noite."

Deacon se inclina para frente, descansando os braços sobre os joelhos e ainda segurando a xícara com as duas mãos. "Eu ainda tenho uma vaga aberta. Eu poderia usar alguém com algum tipo de experiência."

Torço minha boca, pela oferta ainda estar lá e o trabalho que seria tão perfeito, eu tive que lutar para manter meus lábios fechados e me impedir de gritar ‘Sim! Eu vou aceitar!’ Havia outras coisas que eu precisava considerar.

Eu poderia trabalhar com Deacon sabendo que havia alguma vibração estranha agitando o ar entre nós?

"Chelsea, você não tem ideia do tipo de pessoas que tive que entrevistar essa semana." Ele faz beicinho para mim. "Essa garota estava mais preocupada com qual espelho era o melhor para tirar fotos de treino do que realmente trabalhar. Ela disse, e cito... 'manchas de suor não são tão atraentes’."

Eu quase cuspi meu café do outro lado da mesa, tendo que bater no meu peito várias vezes para que eu pudesse respirar novamente. Eu podia ver em seu rosto que ele queria rir, mas conseguiu segurar suas feições sérias.

"Eu não estou brincando. Salve-me. Salve-me de ter que falar com mais algum esquisito."

Eu sorrio incapaz de manter uma cara séria quando ele me olha com olhos ridículos, que eu assumi que era para ser os olhos de cachorrinho, saiu mais como um perseguidor assustador. O tempo que levei para responder, quanto maior o sorriso em seu rosto tornou-se. Ele sabia que a parede estava desmoronando. Esse era o trabalho que eu queria e isso estava sendo entregue a mim. Era como flutuar um jantar assado debaixo do nariz de uma pessoa sem-teto.

Eu precisava de um emprego.

Eu solto um gemido. "Está bem, está bem. Estou dentro."

Deacon ergue o punho, saltando enquanto isso o faz derramar o café quente em seu colo. Eu rio de sua situação e discutimos planos para eu ir no dia seguinte, apenas para observar e uma sensação para o espaço e o que eu estaria fazendo. Eu estou animada.

 

Aceno para Deacon quando ele entra no carro e sai em disparada antes de fechar e trancar a porta do apartamento. Voltando, eu respiro fundo enquanto olho aquela luz que ainda brilha debaixo da porta do quarto de Rose. Eu sabia que precisava falar com ela agora ou mais tarde e espero que ela entenda onde eu estava vindo. Bato na porta, mas não há resposta.

"Rose, eu só quero falar com você." Faço uma pausa. "Por favor."

Eu seguro minha orelha contra a porta e poço ouvir sua voz falando em voz baixa.

"Eu sei papai." Houve uma fungada em suas palavras e eu me sinto horrível que a tenha deixado tão chateada. "Eu estou tentando, eu prometo. Foi apenas uma vez, da próxima vou me concentrar melhor. Vou me esforçar mais."

Meu coração doe por essa garota. Pelo que eu sei sobre sua família, havia muita pressão sobre ela para ir bem na faculdade. Eu entendo que os pais pressionem suas crianças, porque uma grande quantidade de tempo eles precisavam disso. Mas o nível de estresse que seu pai estava colocando nela para ter sucesso era completamente ridículo.

"Ok, eu vou ver você em breve." Diz ela tristemente. "Eu amo... " Ela não termina a frase, ao invés suspira em derrota.

Eu decido apenas ir adiante, lentamente, abro sua porta, enfiando minha cabeça por ela. Ela está sentada no centro da cama, com os joelhos puxados para o peito e os braços apertados em torno deles, uma mão ainda segurando firmemente seu telefone. Essa não era a garota, que apenas algumas horas atrás, tinha saído do seu quarto vestindo uma roupa de matar e me pressionado para sair.

"Rose?"

Sua cabeça se levanta como se ela fosse surpreendida e não me ouviu bater ou abrir a porta, mesmo que eu não tivesse sido exatamente silenciosa sobre o assunto. Ela puxa a mão para cima e passa as costas dela através de seu nariz antes de limpar a garganta, no que eu descubro que foi uma tentativa de endireitar-se e afastar a emoção.

"Ei" Ela diz suavemente, movendo as pernas para cruzá-las encostando-se à cabeceira da cama.

Encaro isso como um convite e entro, sentando na beira da cama e alisando as mãos sobre o cobertor macio dobrado lá. "Eu não queria estragar sua noite. Desculpe-me." Eu digo, finalmente, encontrando as palavras. "Eu espero que você entenda que estava apenas cuidando de você."

Ela senta-se em silêncio e me pergunto se ela estava mesmo reconhecendo o meu pedido de desculpas. Seus olhos ficam abatidos, mesmo quando ela fala. "Eu sei.” Ela sussurra baixinho. "Eu não estou acostumada a ter alguém cuidando de mim."

Eu dou um sorriso triste. Sabia como isso era, não ter ninguém para estar lá por você e lhe dizer "não" quando tomar decisões ruins. Quando não há ninguém que de um passo à frente para protegê-la quando alguém está maltratando você. Eu tinha estado lá uma vez. Foi muito que aprendi da maneira mais difícil até que eu tivesse bolas suficientes para me defender. E mesmo assim, eu ainda lutava às vezes. Isso é onde os amigos entram. Harmony ainda sentia a necessidade até mesmo com milhas de distância de ficar e ser a minha voz, minha protetora. É para o que os amigos são. Mas era óbvio agora que Rose não tinha nesse departamento também.

"Quais são os amigos que não interceptar quando você está prestes a fazer um grande erro." Eu digo com um sorriso, mesmo que ela ainda estivesse evitando meus olhos.

Vi-a tomar uma respiração profunda quando finalmente olhou para mim, com lágrimas e fazendo seus olhos brilharem. "Aqueles caras eram bastante estranho, né?" Brinca ela, mesmo enquanto as lágrimas descem por suas bochechas e ela estampa um sorriso falso.

Eu sorri. "Querida, precisamos ter melhor gosto para homens."

Ela ri, um soluço atingindo-a, ao mesmo tempo. Penso em fazer algumas perguntas sobre Blizzard, mas eu sei que isso definitivamente não era o momento certo para essa conversa, então eu desisto deixando essa ideia para mais tarde.

"Então, eu aceitei o trabalho que Deacon tinha oferecido." Eu digo a ela, revirando os olhos.

"Você vai aceitar o convite para a festa em suas calças que ele continua sutilmente jogando em seu caminho também?" Minha boca se abre e eu olho para ela, observando quando o sorriso em seu rosto fica mais amplo e mais abrangente até que ela começa a rir.

"Isso não é engraçado." Eu exclamo quando ela cai de costas na cama.

"Oh, por favor!" Ela bufa. "Esse cara tem um tesão por você do tamanho do Texas."

Eu sorrio. "Você sabe quem mais tem um do tamanho de um pequeno país?" Ela olha para mim e eu mexo minhas sobrancelhas. "Um certo motoqueiro fora da lei cujo nome começa com B e termina com lizzard."

Eu vejo o profundo rubor que cobre suas bochechas antes que ela puxe o travesseiro detrás de sua cabeça e atira-o para mim. A menina tinha um bom arremesso.

Com isso, eu sabia que estávamos bem.


Capítulo 28

 

Deacon joga duas caixas de pizza nas esteiras de treino ao lado de onde eu estou alongando.

"Pizza?" Eu sorrio. "Sério?"

Ele encolhe os ombros. "Às vezes o alimento saudável simplesmente não é desejável. Eu também tenho cerveja na geladeira se você gostar de uma?" Ele sorri e eu não posso deixar de rir.

"Não, obrigado." Eu levanto minha garrafa de água. "Eu vou ficar com isso por enquanto."

"Estraga prazeres." Ele murmura, tomando um assento na esteira ao meu lado e abrindo a tampa de uma das caixas escolhendo um pedaço.

O cheiro me atinge diretamente e eu não consigo esconder o gemido que escapa da minha boca. "Oh Deus. Isso é tão bom."

Deacon se engasga com a mordida que ele tinha acabado de tomar e eu rapidamente estendo a mão e dou um tapinha nas costas dele. "Você não deve fazer esses tipos de ruídos fora do quarto."

Eu rio, esmagando a minha determinação e roubando um pedaço para mim. "Sinto muito." Eu respondo incoerente com a boca cheia de delícias. "Uau, isso é incrível!"

Comemos em silêncio por um tempo, Deacon devora pelo menos uma pizza inteira.

"Então... você tem vivido aqui há muito tempo? Eu nunca vi você por aqui antes e conhecemos a cidade muito bem." Eu pergunto enquanto sacudo minhas mãos na caixa e cruzo as pernas.

Ele balança sua cabeça. "Um mês, talvez? O treinador da equipe de futebol da faculdade local me recrutou. Eu trabalhei com ele quando estava na faculdade. Quando digo trabalhei, quero dizer que ofereci meus serviços gratuitamente apenas para conseguir algum tipo de experiência. Ele assumiu a equipe no ano passado e eu finalmente decidi arriscar."

"Onde você morava antes?"

"Nova Iorque na maior parte."

"Isso é uma grande mudança por um trabalho." Eu observo, bebendo minha água.

Ele move o foco para as caixas agora quase vazias perto dos nossos pés, arrastando-as perto. "Sim, eu acho. Ter que fazer o que você tem a fazer e tudo isso." Ele limpa a garganta e recupera a compostura com um sorriso. "E você? Qual a sua história?"

Eu rio. "Minha história é muito longa. Precisaríamos de pelo menos um dia e, provavelmente, algumas doses para passar isso."

Ele sorri, é suave e carinhoso. "Que tal, como é que você veio parar em Atenas? Você não tem sotaque do Alabama então eu sei que você não é nativa."

"Não, eu sou realmente uma garota de Idaho." Eu brinco com a tampa da minha garrafa de água. "Eu cresci no sistema, então tão logo que fiz dezoito anos eu fui embora. Tantas lembranças ruins, eu odeio mesmo pensar sobre o lugar."

"Desculpe."

Eu balanço a cabeça e estampo um sorriso - exatamente como sempre, sorrir e aguentar. "Está tudo bem. O dia em que completei dezoito anos praticamente puxei um mapa na biblioteca, girei ao redor, fechei os olhos e apontei. E aqui estou eu."

O rosto de Deacon lentamente se transforma de triste em um sorriso radiante. "E é tudo o que você queria que fosse?"

"Não."

"Oh? Por quê."

"Eu definitivamente pensei que haveria mais caubóis." Eu não posso evitar o sorriso insolente em meus lábios. A risada de Deacon enche o espaço, ecoando alta na academia vazia.

"Talvez você deva escrever uma carta para o Estado ou algo alegando propaganda enganosa." Diz ele através de pequenos tremores.

Eu aponto minha garrafa para ele, meu rosto completamente sério. "Você sabe o que, isso é uma grande ideia!"

"Eu simplesmente não posso competir com isso, vaqueiros parecem estar na lista de fantasias de cada garota." Diz ele com um enorme suspiro.

Eu zombo. "Sim, como as damas aqui não desmaiam sobre o sotaque de Boston você continuou."

Ele quase pareceu ofendido. "Eu não tenho um sotaque de Boston!"

Eu rio. "Sim, você tem."

"Retire isso."

"Ooh, o que você vai fazer, rapaz de Boston?" Eu provoco, balançando os dedos para ele. Sua mão dispara e agarra meu tornozelo. Eu grito, minha garrafa voa para o tapete macio quando ele me arrasta para ele. Seu corpo está subitamente sobre mim, meus pulsos apertados em suas mãos e presos firmemente no chão.

"Retire isso." Ele dz com um sorriso arrogante.

"Ha! Isso não vai acontecer." Eu tento me mexer debaixo dele, mas eu posso ter subestimado o quão forte ele é. Ele pode não ser tão grande quanto alguns dos rapazes no clube, mas eu sabia que debaixo de sua roupa havia um corpo praticamente feito de pedra. Mesmo enquanto eu luto ele consegue mudar ambos os pulsos em uma de suas mãos, liberando a outra.

"Como delicada você é?"

Eu congelo. "Não se atreva!"

Um olhar que só poderia ser descrito como puro deleite maligno formado em seu rosto e eu sinto sua mão deslizar para o meu lado. Luto mais forte, mais rio.

"Pare!" Eu grito, minha barriga doendo.

"Retire isso!"

Mordo o lábio e tento lutar contra ele, mas ele move os dedos por todo o meu estômago, batendo cada ponto delicado que eu tinha. "Ok! Ok!" Eu grito através do riso. "Eu retiro isso!"

"Diga, Deacon é incrível." Ele ri desonesto.

Eu me contorço e levanto meus quadris, tentando jogá-lo fora. "Deacon é incrível!"

Sua mão para instantaneamente, descansando na minha cintura e eu finalmente consigo tomar uma respiração profunda, o riso cedendo. É só então que eu percebo o quão perto ele está, o rosto apenas polegadas do meu quando ele se inclina sobre mim, ainda segurando meus pulsos em sua mão. O riso cessa, e tudo o que posso ouvir no ar é a respiração pesada. Seus olhos são intensos e não estão olhando diretamente para mim, eles Estão assistindo a minha boca. Seu corpo está pressionado entre minhas coxas e minhas pernas automaticamente o envolvem na minha luta, segurando-o no lugar.

Eu não sei o que fazer.

"Deacon" Eu sussurro, finalmente capaz de encontrar a minha voz, mesmo através da minha garganta seca. Era como se o movimento dos meus lábios tirasse ele do seu transe e ele lentamente começa a me libertar, com alguma relutância. Ele se arrasta para trás, dando-me algum espaço enquanto eu luto para me sentar.

Ele sorri para mim, quase timidamente. "Eu venci."

Limpo a garganta com uma risada nervosa. "Isso foi trapaça."

"Ah com certeza!"

Nós ficamos sem jeito, pegando minha garrafa no chão e Deacon pega as caixas de pizza descartadas.

"Eu preciso ir para casa antes que Rose comece a surtar." Eu digo a ele enquanto caminho até a recepção e começo a desligar o computador.

"Não se preocupe com isso, eu tenho algumas coisas para fazer aqui antes de ir embora. Pode ir."

Eu balanço a cabeça. "Obrigado pelo jantar."

Ele sorri, com destaque para a covinha que eu só recentemente notei recuada em sua bochecha. "Sem problemas. Vejo você amanhã?"

"Com certeza!" Eu dou um pequeno aceno e um sorriso enquanto eu me dirijo para a porta da frente, muito consciente do fato de que ele me observava até que subi no carro de Rose que estava estacionado na rua logo à frente. Era apenas sorte que ela me emprestou o seu para quando eu pudesse trabalhar até fechar. Normalmente, gostaria apenas de correr algumas milhas. Estava começando a ficar escuro enquanto eu dirigia para casa.

Casa.

Era uma sensação estranha chamar outro lugar de casa. O clube tinha sido minha casa por tanto tempo agora que eu quase tive que lutar contra o desejo de mudar de direção e seguir para ele. Era como se tivesse uma pressão em mim que não importa onde eu vá, eu simplesmente não consigo escapar.

Eu tinha saído embora tivesse uma semana, mas isso Estava me assombrando. Toda vez que eu ouvia uma moto me encontrava virando e olhando ao redor. Eu não tenho certeza se parte de mim estava esperando que Optimus viesse para mim, me arrastaria de volta e me diria que ele tinha cometido um erro. Eu acho que desejava que isso acontecesse, mas no meu coração eu sabia que não iria.

Ele me deixou ir embora.

Ele não tinha lutado por mim.

Arrepios cobrem minha pele quando volto a pensar sobre Deacon. Sentindo o seu corpo sobre o meu, pressionado contra mim. Eu sinto que deveria ter sentido algo mais. Quando seus olhos observaram meus lábios, eu silenciosamente não implorei para ele me beijar como uma garota normal faria quando tem um homem atraente dando-lhe esse tipo de atenção.

Deacon era belíssimo - forte, doce, engraçado. Tudo o que uma garota como eu deveria estar procurando na busca de seu final de conto de fadas.

Mas não, ele não era meu.

Ele não era quem eu queria.

Ele não era Optimus.

E esse pensamento me esmagou.


Capítulo 29

 

"Querida, eu estou em casa." Eu anuncio enquanto entro pela porta da frente, rindo um pouco enquanto isso. Cheiro, meu nariz enrugando. Há um cheiro estranho no ar, não é queimado, mas algo definitivamente não está certo.

"Ei, o jantar está no forno." Rose avisa do seu quarto.

"O que é isso? Cheira... diferente."

"É apenas lasanha." Eu ouço uma leve trepidação em sua voz e franzo a testa. Mesmo apenas a pequena mudança em seu tom me alerta para o fato de que há algo errado. Eu me torno muito boa em ler as emoções de Rose. Ela geralmente é forte e feliz, mas há certas coisas que colocam um amortecedor sobre suas emoções - sendo a principal delas a sua família.

Embora eu ainda não a conhecesse, ela disse que seus pais eram arrogantes e controladores. No começo eu ri disso, comparando-os com o que eu tinha que lidar no clube. Mas, em seguida, houve pequenas coisas que eu comecei a pegar. Como ela falando sobre tentar se encaixar e ser aceita. Como ela sempre tentava, mas nunca importava, eles nunca estavam feliz.

Eu sentia por ela, mas era algo que eu raramente experimentei. Crescendo eu nunca senti que queria me encaixar, eu nunca precisei lutar para impressionar ninguém, eu nunca tive pessoas que se preocupassem com o que eu fizesse. Eu acho que eles só queriam que ela fosse o melhor que poderia ser. Mas a execução deles era uma merda. Afasto-me da cozinha e vou para o quarto dela, que é em frente ao meu.

Bato suavemente. "Rose? Posso entrar?" Há um silêncio por uns bons dez ou mais segundos, eu levanto a minha mão para bater novamente.

"Sim, entre!" Eu empurro a porta. Rose está sentada em sua cama com as pernas cruzadas, livros da faculdade espalhados ao redor dela. Ela olha para baixo, os cabelos caindo em seu rosto. "Apenas tentando terminar de estudar. Nós temos algumas atribuições chegando."

Suspiro e sento em sua cama. "Não me lembre. Estou temendo a aula de amanhã. Eu só não sei se tenho a atenção necessária no momento. Você pegou sua nota ontem do ultimo teste do período?"

Sua cabeça balança, mas ela não olha para cima. "Sim, eu consegui um B."

"Isso é bom! Peguei o meu antes do trabalho, eu consegui um B+." Ela não diz nada, apenas balança a cabeça. "Você está bem?" Eu, inconscientemente, estendo a mão para tocar sua mão, tentando chamar sua atenção. Um grito agudo sai de sua boca e ela rapidamente retira a mão, segurando-a contra o peito.

Eu vacilo para trás. "Rose?"

"Desculpe-me" Sua voz treme e sua respiração é pesada. "Desculpe-me, está apenas um pouco dolorida." Ela finalmente ergue o rosto para olhar para mim e eu noto como vermelhos e inchados seus olhos estão. Isso não foi causado por um resfriado isso foi de um explicito ataque de fúria. Eu sabia.

Eu rastejo sobre a cama para ela, não me importando que estou amassando seus livros e papéis, mas sentindo a necessidade desesperada de consolar minha amiga. Fico do seu lado, estendendo-lhe a mão. "Deixa-me ver."

Ela fica relutante, mas lentamente, puxa-a de onde tinha escondido perto de seu peito. Viro-a e não posso evitar o nó na garganta que vem da minha boca. A palma de sua mão está completamente queimada e com bolhas. Isso provoca lágrimas em meus olhos só de pensar quanta dor ela deve estar. Já estava começando a descascar e inchar.

"Oh meu Deus, Rose. Precisamos levá-la ao hospital!"

"Está... está tudo bem. Eu tenho certeza que isso vai ficar bem."

Desço da cama e olho para ela como se fosse louca. "Sabe quantas nervos existem em suas mãos? Isso não são apenas queimaduras leves. Isso é muito ruim, possivelmente terceiro grau!"

Ela balança a cabeça, puxando a mão de volta para seu corpo e a segurando perto.

"Rose, como isso aconteceu?" Pergunto, tentando acalmar o meu tom como se estivesse falando com um animal assustado ou criança pequena.

"Minha mão sobre o queimador no fogão." Ela murmura.

Agora faz sentido. Aquele cheiro na casa não era a lasanha que ela tinha cozinhado. Era o cheiro de carne queimada.

"Você não estava prestando atenção?" Sua cabeça pende, mas eu não perco as lágrimas que começam a cair e espirrar em suas pernas nuas. "Rose? Por favor."

"Meu pai." Ela sussurra.

Aperto os olhos. "Seu pai? O que?"

Um riso sombrio explode de seus lábios e ela finalmente olha para cima. "Ele colocou a mão sobre o fogo."

"Que porra é essa! Por que diabos ele faria isso?" Eu grito, fazendo-a recuar. Mas eu não me importo, que tipo de pessoa faz isso?

Ela olha ao redor do quarto, evitando o contato visual comigo como se estivesse envergonhada. "Eu acho que ele hum... pensa que eu não estou fazendo o suficiente."

"Isso é psicótico! Rose, você não devia ter que lidar com isso."

Ela encolhe os ombros. "Ele sempre foi um pouco mão pesada. Geralmente são pequenas coisas, mas sim, ele ficou furioso."

"Nós iremos para o hospital." Eu digo com firmeza.

Eu tinha visto abuso suficiente em minha vida, eu não estava prestes a ver alguém que me importava passar por isso. Rose era bonita e inteligente e tinha um coração incrível. Ela não merecia ser tratada como merda de cachorro.

"Chelsea!" Ela chama me seguindo para fora de seu quarto. "Por favor, não conte a ninguém."

Eu sufoco uma risada. "Rose, ele deveria ser preso por fazer isso com você."

Seus olhos brilham com lágrimas, brilhando na luz. "Por favor, ele é meu pai. Eu já me esforço bastante para mantê-lo feliz e longe de mim. Por favor, apenas deixa isso em paz. Quando tudo isso acabar, eu sei que algo precisará mudar e eu estou esperando que isso aconteça. Nós estávamos apenas estressados, ele está tentando construir uma vida para a nossa família e eu não tenho feito o que eu preciso fazer para ajudar."

Eu olho para ela, mas minha raiva não está dirigida a ela, mas para seu pai. Não me importa quanto esforço ele tem com seu negócio de família ou qualquer coisa que seja. Rose está conseguindo ótimas notas e está tentando o seu melhor.

"Por favor!" Ela implora.

Rosno. "É melhor esperar como o inferno que eu não o encontre, porque se eu encontrar eu não vou me segurar."

Ela balança a cabeça, o movimento causando sua dor óbvia. "Eu espero que você não o encontre. Ele é um idiota."

Eu rio. "Eu ainda vou te levar para o hospital."

Ela suspira. "Sim, eu acho que está muito ruim. Isso doe muito."

"Coloque um pouco de água fria por um momento. Vou correr e tomar um banho rápido. Não estou indo encontrar qualquer médico sexy na sala de emergência suada."

Ela ri. "Você acha que pode solicitar um?"

"Por que não? Qual é aquele ditado? 'Você não sabe até que você peça." Eu puxo meu celular do bolso da minha calça e vou para o banheiro garantindo ligar o chuveiro antes de discar.

"Princesa." A voz de Blizzard vem do outro lado da linha. Havia barulho no fundo - vozes, risadas, música. Todos os sinais de uma noite ocasional na sede do clube.

"Ei Blizzard." Eu digo calmamente.

"Como você está aí fora no grande mundo?" Ele brinca. "Está meio vazio aqui sem você."

"Não, você sente minha falta!" Eu rio.

"Como é que eu vou desorientar Op agora?" Brinca. Eu sabia que Blizzard gostava de me usar para enrolar Optimus. Aqueles dois estavam tão próximos como irmãos de verdade. Eu não me importava. Às vezes era divertido ver Op ficar com ciúme. "Pelo que eu devo o prazer?"

"Eu preciso de um favor."

Ele ri. "Agora princesa, você esquece que saiu? Você percebe que perde um bocado do seu direito de pedir ao clube esse tipo de coisa?"

Sinto a tristeza agitar meu estômago, mas eu empurro. "Eu não estou pedindo ao clube. Estou pedindo a você."

O barulho começa lentamente a diminuir à medida que eu ouço seus passos pesados. "Você tem algo que precisa me dizer?"

Suspiro. "Eu preciso de você mantenha um olho em Rose."

"Ela está bem?" Sua voz de repente soa tensa e preocupada.

"Olha, eu não posso dizer muito. Eu só quero ter certeza que ela está bem."

"Você tem que me dar mais do que isso, Chel." Diz rispidamente.

Há uma batida suave na porta. "Ei Chelsea, eu liguei para hospital. Eles não têm nenhum médico quente, mas disseram que não estão muito ocupados. Então, quanto mais cedo chegarmos lá mais rápido podemos chegar em casa."

Eu seguro o meu telefone para o meu peito. "Ok! Eu estarei fora em um minuto."

Ouço contra a porta seus passos desaparecerem antes de levantar o telefone de volta ao meu ouvido. "Desculpe-me."

"Você quer me dizer por que está indo para o hospital?" Blizzard pergunta.

Eu me encolho, eu queria que Blizzard mantivesse um olho nela apenas para a paz de espírito, mas se eu deixá-lo a par do que está acontecendo, eu sei que ele iria ter um acesso de raiva e Rose iria pirar.

"Sim... um... Rose simplesmente se queimou. Eu só quero levá-la para verificar se está tudo bem."

"Quão ruim?"

"Muito ruim." Eu murmuro.

"Eu vou encontrá-la lá." Diz ele bruscamente.

"Eu realmente não acho que isso seja..." Eu começo.

"Eu te encontro lá."

A linha fica muda, eu recosto-me contra a pia. Bem, isso só ia de mal a pior.

Rose iria me matar.

 

 

"Onde você está indo?" Pergunto a Blizzard quando ele passa rapidamente por mim com um olhar sério de agitação no rosto.

"Para o hospital, porra."

Eu levanto minhas sobrancelhas e o sigo para fora da porta da frente até sua moto. Agarrando seu ombro, ele para, eu digo, "Você quer explicar isso?"

"Chelsea ligou..."

"O que? Por quê?" Eu questiono temeroso.

Ele esfrega seu rosto, me olhando com cuidado. "Não é ela. Rose se queimou se é ruim o suficiente para levá-la ao hospital, eu quero verificar as coisas."

Eu sorrio. "Cara, você está apaixonado por essa garota."

Ele revira os olhos. "Olhe, irmão, Chelsea ligou e perguntou se eu poderia ficar de olho nela. Desde que eu posso resumir ela tem problemas familiares. Chel parecia muito preocupada. Agora elas estão indo para o hospital por causa de alguma queimadura? As coisas simplesmente não estão somando."

Ele pega o capacete e coloca-o sobre a cabeça, prendendo a correia.

"Você acha que ela está em algum tipo de problema?" Pergunto, cruzando os braços.

"Eu não sei, mas eu vou tentar descobrir."

"Você pode ouvir isso?" Eu grito sobre o som de sua moto quando ele liga. Suas sobrancelhas sulcam mostrando que ele não tinha ideia do que eu estava falando. "Eu acho que é o som de um chicote!"

Ele olha, levantando a mão e me mostrando o dedo médio antes de arrancar a toda velocidade. Eu não podia deixar de sorrir. Blizzard sentia algo por Rose. Ela era uma garota doce, bonita, inteligente, e pelo que eu ouvi de Chel, um pouco sobre o lado sujo. O problema era que ela não tinha certeza do clube e do registro de Blizzard – o clube iria sempre vir em primeiro lugar, mesmo sobre uma garota.

Olho para a minha moto, meu corpo louco para subir nela e seguir Blizzard para o hospital apenas para que eu tivesse uma desculpa para verificar Chelsea. Eu aperto minhas mãos em punhos, lutando contra a sensação e forçando-me a caminhar de volta para dentro do clube e ir para o bar. Eu tinha acabado de tomar minha primeira dose quando sinto um leve toque nas minhas costas.

Sugar toma o assento ao meu lado. "Harlyn está prestes a ir dormir, mas ela quer que você leia uma história."

Balanço a cabeça, nem mesmo pensando sobre isso. Eu faria tudo e mais por essa menina. Mesmo com cinco anos de idade ela era inteligente, forte e independente. Posso não ser capaz de levar o crédito por isso – Sugar tinha feito um trabalho incrível criando nossa filha na minha ausência - mas eu estava fodidamente com orgulho de ser capaz dela me chamar de pai.

Sugar fica no bar, pede uma cerveja enquanto eu vou para o quarto delas. Eu tinha colocado elas no mesmo corredor do meu quarto, mantivemos um quarto livre especialmente para a família. Os garotos sabiam que quando havia alguém ficando lá, eles iam para outro lugar ou para o quarto de uma das garotas do clube para que ninguém tivesse que ouvir. Eu abro a porta e sorrio, visualizando Harlyn sentada, seu corpo minúsculo ofuscado pela cama king size que está compartilhando com Sugar.

"Papai!" Ela sorri quando olha para cima do iPad que está atualmente jogando.

"Ei, menina." Tiro minhas botas na porta e subo na cama, acomodando-me ao lado dela. Ela não perde um momento e logo está contorcendo-se no meu lado. Eu gosto muito do momento, enfiando sua cabeça debaixo do meu queixo e acariciando seus cabelos. Ele cheira bem, como chiclete de morango.

"Você acabou de tomar banho, garota?"

Sua cabeça balança mesmo quando continua a deslizar os dedos na tela do iPad, conectando algum tipo de pontos juntos. "Sim, mamãe disse que eu tinha que fazer."

Eu rio. "Você não gosta de tomar banho?"

Ela suspira dramaticamente. "Não é que eu não goste. O banho significa hora de ir para cama, e eu realmente não quero ir para a cama." Eu coloco meu dedo no jogo que ela está jogando e conecto alguns pontos que ela tinha perdido. Ela ri e acaricia minha mão. "Bom trabalho, papai!"

"O que você não gosta na hora de dormir?" Pergunto.

"Eu sinto sua falta quando estou dormindo." Diz ela com delicadeza.

"Você sente?"

"Mmm hmm, eu não sei por quanto tempo estaremos aqui ou quando teremos de ir para casa, então eu quero passar tanto tempo com você quanto eu posso." Ela fecha o jogo e coloca-o sobre a cama. Quando ela se vira para olhar para mim, eu vejo o brilho em seus olhos e sei que ela está tentando conter as lágrimas. Minha menina valente.

"Harlyn, eu posso te dizer uma coisa com certeza. Eu não sei o que vai acontecer, mas sei que, não importa onde você esteja ou o que estiver fazendo, eu te amo. Eu prometo que vou arrumar mais tempo para vê-la. Se eu pudesse, seria o dia todo." Eu tiro os cabelos cacheados de seu rosto e vejo quando seu rosto se ilumina.

"É isso que você quer dizer?"

"Eu já deixei você desapontada até agora?"

Ela estende seu dedo mindinho e eu não posso deixar de rir. Tinha sido algo que eu tinha feito uma vez para tentar impedi-la de chorar quando tive que deixá-la e Sugar voltar para casa. Isso tinha se tornado um hábito. Ligo seu dedo mindinho com o meu e aperto. "Promessa de mindinho?"

"Promessa de mindinho, baby."

Ela assente com a cabeça bruscamente como se fosse um negócio feito. Virando-se, ela mexe-se para trás debaixo do meu braço como tinha ficado antes. "Você e Mamãe vão voltar a ficar juntos?"

Meu coração acelera. "Por que você pergunta isso?" Ela dá de ombros, mas eu sei que está querendo dizer alguma coisa. "Você quer isso?"

"Não." Sua resposta era definitiva e segura.

"Por que não?"

"Porque você gosta de Chelsea." Meus olhos se arregalam, claro que eu havia subestimado o quanto Harlyn viu e ouviu em torno do clube. "Eu gosto dela também."

"Harlyn... isso não é realmente algo que você precise se preocupar." Eu digo a ela calmamente.

"Eu não estou preocupada." Diz ela casualmente, quando pega o iPad de volta e abre o aplicativo de leitura, folheando livros infantis diferentes com o dedo até que escolhe um que goste – Cinderela.

Essa garota.


Capítulo 30

 

Eu nos levo ao hospital no carro de Rose. Eu poderia dizer que ela está com dor, não apenas por causa de sua mão, mas por seu pai, em geral, mas ela tenta deixar a situação leve.

"Eu acho que poderia ter sido pior." Ela força uma risada.

"Rose." Eu aviso, não querendo ouvi-la brincar sobre algo que era, na verdade, extremamente grave. Esse homem tinha propositadamente a machucado. Ele deveria ser seu pai, alguém que se preocupasse com ela e a amasse incondicionalmente. Estava errado. Em tantos níveis, isso estava errado.

"Oh, vamos lá Chel." Eu poderia dizer mesmo sem olhar para ela que estava revirando os olhos. Ela estava tentando esquecer isso, fazendo como se não fosse grande coisa.

Nós entramos no estacionamento do hospital e eu achei um local perto das portas da frente.

Ouço-a respirar fundo. "O que ele está fazendo aqui, Chelsea?" Ela se vira para mim com os olhos arregalados. Eu não tinha que adivinhar de quem ela está falando. O clube era mais perto do hospital do que a nossa casa, e eu não tinha dúvida de que ele teria dirigido rapidamente para chegar aqui.

"Ele se importa." É tudo o que eu digo, enquanto abro a porta e saio.

Blizzard está de pé nas portas que levam para a sala de emergência, a sua posição larga e os braços cruzados sobre o peito. Com a luz atrás dele eu não podia ver seu rosto, mas sua sombra era intimidadora o suficiente.

"Você ligou para ele." Ela sussurra em tom acusador, enquanto caminhamos para frente.

"Ele se importa." Eu repito, rosnando baixinho quando chegamos mais perto.

Ela não diz nada e ele apenas ficou lá, nos observando e esperando. Paramos na frente dele, o ar está ligeiramente frio ao nosso redor, mas eu não tinha certeza se era o tempo ou a maneira como ele olha para Rose que me faz tremer.

"Deixe-me ver." Ele pergunta. Rose segura a mão ao seu corpo, colocando-a contra ela com proteção. "Deixe. Me. Ver."

Os ombros de Rose caem enquanto ela cede e estende a mão, palma para cima. Ele dá um passo para o lado para que a luz de dentro da sala de emergência nos ilumine e permita-lhe ver melhor. Ele coloca a mão debaixo da dela, levantando-a ligeiramente, seu toque eu posso dizer que é leve e delicado, quase protetor.

Ele estuda-a em silêncio por um minuto. "O que aconteceu?"

Os olhos de Rose vão para mim, ela não sabia o que dizer.

"Eu... uh... deixei o queimador do fogão ligado e ela se inclinou sobre ele. Minha culpa realmente. Momento loira." Eu tento disfarçar, assim como eu tinha repreendido Rose por fazer momentos antes. Ela não iria dizer a ele o que aconteceu. Não queria que ele soubesse, e agora eu gostaria de manter seu segredo.

Por agora.

Blizzard olha para mim, seus olhos digitalizando meu rosto. Ele sabe que eu estou mentindo. Eu esperava que ele me chamasse.

"Vamos olhar isso." Ele murmura enquanto seus olhos ainda me observam. Havia uma promessa lá. A promessa de que ele iria chegar à verdade. Coloca a mão na parte inferior das costas de Rose e gentilmente a guia através das portas. Ela olha para mim por cima do ombro, com o rosto cheio de preocupação, mas eu tentei dar-lhe o meu melhor sorriso tranquilizador. Ele a empurra para a recepção e tomo um assento na sala de espera, permitindo Blizzard assumir a liderança em um presente. Folheio uma revista, olhando para cima quando sinto a cadeira afundar perto de mim. Blizzard estava sozinho.

"Onde está Rose?" Pergunto, olhando em volta, nervosamente.

"Eu os fiz levá-la imediatamente." Ele murmura.

Olho em volta. A sala está cheia de pessoas doentes e feridas, todos estão esperando mais tempo do que nós. Blizzard parece ler meus pensamentos. Ele se inclina para trás na cadeira e cruza os braços sobre o peito largo.

"Entrei antes de você chegar. O dinheiro fala, você deveria saber disso."

Eu balanço a cabeça, eu sabia disso. Estar com o clube tinha suas vantagens, você tem o melhor serviço, os melhores lugares, o melhor de tudo porque eles pagavam por isso.

"Você vai me dizer o que realmente aconteceu?" Ele pergunta em voz baixa, ciente das pessoas ao nosso redor olhando-o. Eu não tinha certeza se eles estavam intimidados por causa do colete de MC ou apenas curiosos. Os rapazes eram observados e julgados onde quer que fossem. Era normal.

"Ela vai dizer-lhe quando estiver pronta." Digo, simplesmente, esperando que isso fosse acalma-lo por enquanto.

Ele zomba. "Você me ligou, Chelsea. Pedindo-me para ficar de olho nela. Para fazer isso, eu preciso saber o que está acontecendo."

Suspiro. "Olha, ela não está em nenhum perigo imediato se é isso que você está preocupado. Eu sei, eu te liguei, eu só... me importo com Rose. Quero protegê-la, mas ela não está pronta para isso ainda."

Eu vi sua mandíbula apertar, mas ele continua olhando para frente. "Então, alguém fez isso."

"Blizzard."

Sua cabeça vira de repente para mim. "Alguém machucou ela." Ele rosna, agora, obviamente, não se importando se as pessoas ouvissem ou olhassem. Que eles fizessem. Meus olhos direcionando para suas mãos e eu as vejo apertarem e flexionarem em agitação e raiva.

"Não pressione essa merda sobre ela." Eu rebato, tentando manter minha voz baixa. "Se você for todo homem das cavernas sobre ela e ela irá fugir. Vai correr diretamente de volta para eles."

Ele rosna, seu lábio curvando. Ele sabia que estou certa.

Eu coloco minha mão sobre a dele. "Ela precisa confiar em nós e saber que vamos estar lá para ela. Mas agora, ela está apenas com medo. E as pessoas assustadas fazem coisas malucas." Minhas palavras não o agradam, mas eu sei que por agora ele entendeu.

"Eu não vou deixá-los machucá-la." Ele sussurra sua voz rouca.

Eu balanço a cabeça. "Eu também não vou."

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Eu ponderei sobre Blizzard e Rose. Qual era a conexão que eles tinham? Por que ele queria tanto mantê-la do perigo? Era apenas porque ele sente alguma coisa por ela? Ou havia mais? Eu sempre soube que Blizzard era para ser um homem de uma Lady. Ele nunca falou sobre ter uma Old Lady, mas, novamente, nenhum dos irmãos falavam. Do que eu aprendi todos eles eram contentes em ser livres até alguém certo aparecer e isso era como um tapa na cara.

Talvez Rose tivesse batido na cara de Blizzard?

Rose tinha recuado ao longo das ultimas semanas. Ela não era mais a garota glamorosa e insolente que eu conheci. Claro, eu tenho vislumbres do outro lado dela ocasionalmente, mas eu Estava realmente começando a me preocupar. Eu pensei que talvez pedindo a Blizzard que cuidasse dela isso iria aproximá-los. Talvez eles fossem encontrar algo que eles estivessem sentindo falta um no outro. Talvez ele fosse fazê-la feliz novamente e ela veria que não merecia ser tratada como merda, que não teria que aturar isso porque tinha outras pessoas que se preocupava com ela também. Nós.

Blizzard fica de pé antes que eu soubesse o que estava acontecendo. Olho para cima e encontro Rose de pé ao lado da recepção falando com o médico. Blizzard está ao seu lado rapidamente. O médico olha para ele com cautela, mas continua a falar com Rose como se ele não estivesse lá. Eu não queria multidão sobre ela. Blizzard estava fazendo um bom trabalho disso, para nós dois.

Quando o médico foi embora, eu me aproximo. Rose me dá um leve sorriso. "Não é tão ruim quanto pensávamos. Apenas segundo grau." Sua mão não está enfaixada ou qualquer coisa. "O médico passou analgésicos e creme antibiótico deve fazer o necessário."

Eu me sinto um pouco melhor e deixo meu corpo relaxar. "Isso é bom. Estou tão feliz."

"Podemos ir para casa agora?" Ela pergunta, seus olhos implorando para mim.

"Sim, vamos..."

"Eu preciso falar com ela primeiro." Blizzard diz rapidamente, segurando o cotovelo dela e levando-a para longe.

"Hum ... tudo bem. Vou esperar no carro." Eu faço uma careta. Esperava que ele não mencionasse nada com ela sobre o que tínhamos discutido. Rose era tudo que eu tinha no momento. Com Harmony tão longe Rose era a minha rocha, e eu realmente não queria fazer ou dizer qualquer coisa que lhe fizesse mal.

Eu podia ver seus contornos quando estavam do lado das portas do departamento de emergência. Blizzard estende a mão para tocá-la e ela se afasta. Eu poderia até ver o seu corpo ficar rígido quando ela faz. Foi apenas um par de minutos antes deles estarem caminhando em minha direção, Rose parecendo triste e ainda um pouco nervosa na presença de Blizzard e Blizzard parecendo frustrado.

Talvez eu tivesse errado.

Talvez ela não fosse o seu tapa na cara.

Talvez ela fosse mais como um pontapé nas bolas.


Capítulo 31

 

A última semana ou desde que Chelsea saiu tinha sido calma e louca tudo de uma vez. Nós não estávamos mais perto de descobrir o que diabos estava acontecendo com DePalma. Leo tinha mantido vigilância sobre Anthony com um de nossos rapazes sentados fora de seu hotel em todos os momentos do dia e da noite. Na esperança, de que, se tentasse outra coisa, isso não iria nos fazer ser pegos com as calças curtas como fomos com a bomba que foi plantada sob o carro de Chelsea.

Kev tinha analisado o que restava do dispositivo, e chegara à conclusão de que ele foi definido com um temporizador. Assim, o mistério permanece, era Chelsea o alvo ou foi a bomba destinada a explodir a atingir o clube e alguns de seus membros.

Felizmente para nós, Chelsea estaciona seu carro sob a sombra de uma árvore, que delimita a linha da cerca do clube, e não perto do edifício em si, como fazemos com nossas motos. Então, havia muito pouco dano feito a qualquer coisa, exceto o carro dela.

Leo me diz que Anthony tinha saído do hotel e se encontrado com alguns homens para almoços ou bebidas casuais. Pelo que podemos entender eles são empresários ricos, mas nada até agora que pareça ser uma ameaça para o clube. É tudo muito estranho e, finalmente confuso. Mas, por agora, o calor do fogo não estava muito quente, e eu estava esperando que fosse ficar desse jeito.

Sentei-me em uma mesa de piquenique do lado de fora, observando Harlyn enquanto corria ao redor do parque. A garota parecia nunca se cansar. Quando Sugar não estava forçando-a a sentar e fazer seu dever de escola, ela estava constantemente no parque infantil. Era como se todos os dias ela olhasse para ele como se fosse um novo brinquedo para brincar, mas era apenas a mesma coisa que ela passava horas brincando no dia anterior. Eu acho que era imaginação de uma criança para você. Você poderia inventar qualquer coisa e transformá-lo em algo surpreendente.

Eu ouço os portões da frente ranger ao abrir. Deixo a mesa e caminho até a grande cerca que tínhamos construído para proteger a visão de nossa área ao ar livre da estrada. A razão para isso estar lá sempre me fez sentir uma onda de emoção. Minha mãe tinha sido baleada exatamente onde eu estava sentado durante um tiroteio. Uma gangue que se achava merda, querendo se vangloriar atirando no clube local de MC.

Minha mãe foi morta naquele dia e eu deveria ter estado ali sentado ao lado dela, talvez até mesmo na frente dela assim as balas teria atingido meu corpo ao invés do dela. Mas aos dezesseis anos eu estava muito mais preocupado em deixar claro minha intenção para ser prospect do clube. Seriam dois anos até que eu tivesse permissão para mesmo dar o primeiro passo e defender minha causa, mas eu tinha visto esses homens toda a minha vida. Eu sabia que era onde eu queria estar.

Assim ao em vez de estar lá fora com as mulheres e crianças, enquanto os homens estavam na igreja, eu estava lá dentro, sentado fora daquela sala, esperando eles saírem. Oferecendo-me para fazer trabalhos e querer passar tempo com eles.

Pensando em mim mesmo, em vez de cuidar da minha mãe.

Sacudo os pensamentos da minha cabeça enquanto entro no espaço onde o caminho ao lado do clube leva para frente e para trás do clube. Uma caminhonete Chevy azul escura entra pelos portões indo para o estacionamento, parando a minha direita. Connor sai do banco do motorista e levanta o queixo para mim em saudação. Sua porta do passageiro abre e fecha, mas eu não poderia dizer quem era pelas janelas coloridas. Ouço outro barulho de porta fechada antes que Lucy contorne o veículo carregando uma criança pequena em seu quadril.

Lucy me dá um sorriso quando se aproxima, esse não era o seu habitual sorriso largo, embora. "Ei, Op."

"Ei, Luc." Meus olhos vão entre os dois. "O que está acontecendo?"

Era incomum eles visitarem, especialmente desde que eu poderia contar com as duas mãos a quantidade de vezes que Connor tinha vindo ao clube, e as meninas do X-Rated não tinham permissão para estarem aqui a menos que houvesse uma festa e elas tivessem sido convidadas.

"Desculpe vir assim sem avisar, mas vi Blizzard na cidade e ele pensou que seria uma boa ideia a gente vir conversar com você sobre essa pequena." Connor explica, apontando para a menina com cabelos escuros que tinha um aperto de morte no pescoço de Lucy.

Eu levo um tempo para descobrir o que isso tinha a ver com a gente, mas faz sentido quando ela finalmente levanta o rosto e olha diretamente para mim. "Ela é de Hayley, hein?"

Connor concorda.

Suspiro. "Leve ela para o parque infantil, Lucy. Harlyn está lá com Neil. Tenho certeza que ela gostaria de uma nova amiga para brincar."

"Claro." Lucy sorri. "Vamos fazer uma nova amiga, Jay?" Ela coloca a menina no chão e dão as mãos antes de desaparecer atrás da cerca.

Eu inclino minha cabeça para o clube. "Vamos conversar."

Connor me segue enquanto nós caminhamos através da sala principal e pelo corredor até o meu escritório. Eu fecho a porta atrás dele e sento atrás da minha mesa. Ele se senta em frente, inclinando-se para frente e descansando os braços sobre os joelhos.

"X-Rated volta a funcionar hoje à noite. Deve ficar lotado." Ele disse casualmente.

Nós tínhamos fechado o clube por duas noites, para que a polícia pudesse investigar o assassinato de Hayley. Eu sabia que não iriam encontrar nada e eles nos fizeram as portas apenas para ser idiotas. Mas eu não discuti. Hayley merecia mais do que nós apenas escondendo seu corpo em algum lugar como se nada tivesse acontecido. Havia uma garota em quem pensar, que eu assumi ser a razão para essa visita.

"Eles encontraram alguém da família da garota?" Pergunto, não querendo perder tempo.

Connor olha para mim e balança a cabeça. "Os pais são cristãos incondicionais. Não querem nada a ver com um filho ilegítimo. Jogou-a para fora quando ela descobriu que estava grávida e foi morar com uma velha senhora que costumava tomar conta dela." Ele parecia cansado e frustrado. Eu sabia que se sentia inteiramente responsável pelas garotas da X-Rated. Elas podem pertencer ao clube, mas ele era como a mãe da casa e as protegia ferozmente. "Jayla a chama de Gran. Ela vive em Montgomery, mas tem oitenta anos de idade e não pode sequer fazer muito por si mesma hoje em dia. Ela não pode cuidar de uma criança de quatro anos de idade."

"Então, quais são as outras opções aqui? Obviamente, nunca houve um pai e se ele mesmo sabe que tem um filho, é quase nulo, e faço uma aposta que ela nunca disse a ninguém quem ele era." Cruzo os braços e recosto-me.

"Por enquanto, a polícia permitiu-nos cuidar dela. Ela está ficando com Lucy, Kat e Summer no apartamento no centro da cidade, e eu coloquei as garotas em turnos rotativos para que pelo menos uma delas esteja em casa com ela o tempo todo." Ele empurra a cadeira e caminha em torno dela, olhando para o chão. "Eles não vão deixar-nos mantê-la por muito tempo. Eventualmente, eles vão ter que vir e levá-la e depois? Eu não quero isso para ela. Ela tem quatro anos e acabou de perder basicamente a única família que conhece."

Minha mente instantaneamente pisca de volta para Chelsea. Era como se o passado se repetisse.

"Olhe, deixe-me ver o que posso fazer. Tente adiar a entrega dela por mais algum tempo."

Ele assente, mas sua cabeça ainda está baixa. Ele está sentindo essa perda difícil. Foi à associação dela ao clube que a tinha matado, então eu faria o possível para me certificar de que sua filha seria cuidada. O silêncio paira no ar e eu sei que há algo que ele precisa dizer.

"Eu quero justiça para ela." Ele fala em voz baixa, mas eu o ouço alto e claro.

"Isso é exatamente o que ela vai ter." Eu confirmo devagar, pensando que nós já tínhamos chegado a um acordo.

"Eu gostaria de ter conhecido mais sobre ela. Tivemos merda em comum." Ele tenta rir, mas foi estrangulado. "Conheço bem toda a merda da família cristã. Eu cresci em uma. Todos os meus amigos eram de famílias cristãs."

Começo a entender o seu investimento na vida de Hayley. Ele sentia essa conexão, ele sabia o que ela tinha passado e a ideia de tentar fazer sua vida melhor quando as pessoas que deveriam se preocupar com você, era totalmente severo. Eu fico em silêncio, permitindo-lhe tempo para continuar se quisesse. Eu não iria forçá-lo, mas às vezes só precisamos de alguém para ouvir a nossa história, para validar o que somos e que temos lutado para chegar onde estamos.

"Meu melhor amigo ficou viciado em metanfetamina em nosso último ano na escola. Quando seus pais descobriram, eles o apoiaram enquanto ele lutou da sua maneira para sair do vicio. Eu estava lá para ele. Eu o empurrei para ser melhor e com todo o amor incondicional atrás dele, ele conseguiu sair." Ele ri de novo, mas dessa vez foi mais sombrio, cheio de raiva e desgosto. "Eu vi o que ele passou e como todo mundo tinha apoiado ele naquele ano, eu decidi sair. Eu sabia que eu era gay desde que comecei a transar com doze anos. Mas você sabe o que eu recebi de retorno? Ser rejeitado."

Eu vejo quando ele cerra os punhos com força, os músculos dos braços se tornando definido. Eu poderia entender julgamento e ridicularização. Sendo filho de um presidente do MC não exatamente me fez o garoto mais popular da quadra. Os pais não iriam nunca deixar seus filhos sair comigo. Eu era zombado por todos os dias na escola. Mas tinha outras crianças como eu na sede do clube. Eu não poderia me importar com o que os outros pensavam.

O que eu também tinha era dois pais amorosos que não deram a mínima.

Connor não teve.

Levou um momento para ele relaxar, mas, eventualmente, se acalmou e levantou a cabeça, em vez de deixá-la cair em derrota. Ele endireita os ombros e se torna um homem diferente. Não com medo, como o adolescente ferido que tinha acabado de ver sair dele.

"Eu quero justiça para Hayley. Eu não pude ter as pessoas me apoiando quando eu precisava, mas eu vou ser amaldiçoado se deixar alguma dessas garotas, incluindo Jayla, ir sem ter alguém que esteja lá para elas."

"Hayley irá ter a justiça dela, e de alguma forma nós vamos encontrar uma maneira para que Jayla tenha tudo o que precisa e mais. O clube não vai decepcioná-la." Eu prometo a ele.

Eu era fiel à minha palavra.

Eu gostaria de encontrar uma maneira para que aquela garotinha tivesse todo o amor e apoio que precisasse.

Eu não tenho muita certeza como ainda, mas eu gostaria de encontrar uma maneira.


Capítulo 32

 

Assim que abro a porta de casa da minha aula da manhã, meu telefone começa a tocar. Jogo minha mochila no chão e me abaixo ao lado dela, procurando entre meus livros da faculdade, tentando seguir o som. Minha mão agarra-o e eu mentalmente me dou um ‘toca aqui’ quando puxo para fora, reconhecendo brevemente o nome de Deacon quando atendo.

"Ei!" Eu digo alegremente.

"Então, eu sei que você não está escalada para trabalhar hoje, mas Annabelle acabou de ligar e está tendo problemas com o carro e não pode chegar aqui, estou desesperado sei que você tem estudo para fazer mas..."

Eu rio. "Quando você precisa de mim?"

"Oh graças a Deus." Diz ele soando completamente exasperado. "Quanto antes melhor!"

Eu sorrio. "Verei o que posso fazer. Te vejo em breve."

"Obrigado Chelsea."

Eu jogo meu telefone no sofá e vou para o meu quarto encontrar o meu equipamento de academia. A porta de Rose estava aberta e ela estava apoiada em sua cama folheando um dos nossos livros atribuídos.

Devo ter chamado sua atenção, ela olha para cima e sorri. "Ei, você quer estudar comigo. Eu poderia realmente ter alguma ajuda."

"Eu queria poder. Deacon acabou de me ligar e está desesperado por alguém para ajudar, tipo agora."

O rosto dela fica triste. "Tem certeza de que ele não pode encontrar alguém? Quero dizer, nós temos tantas atribuições para ser entregues e elas são tão grandes. Você realmente devia estar trabalhando nelas."

Eu entro no seu quarto, seu tom de pânico me preocupa. "Eu sei. Vou fazer um pouco essa noite." Eu levanto minha sobrancelha. "Você está bem?"

Ela engole duramente. "Sim, desculpe-me. Apenas estressada."

Aperto os olhos. "Rose... fale comigo. Seu pai não está planejando outra visita, está?" Penso que ela está com medo que ele venha novamente se ela estiver sozinha.

Ela ri nervosamente. "Eu não penso assim. Eu acho que ele fez bastante dano e ficará longe por um tempo."

"Então o que está acontecendo?" Eu pressiono, sentando na beira da sua cama.

Ela parece pensar por um tempo, balançando a cabeça. Quando finalmente fala, tudo o que ela diz é: "Blizzard."

Eu faço uma careta, sem entender.

"Ele... hum... disse alguma coisa sobre vir e me verificar hoje. Eu só... Eu só não quero vê-lo. Não por mim mesma." Ela olha para o livro no colo, virando as páginas em seus dedos. Eu estendo a mão e toco sua perna, ela está tremendo ligeiramente.

"Blizzard só quer cuidar de você, assim como eu." Tento tranquilizá-la. "Eu não tenho certeza qual é o problema com vocês, mas ele se preocupa. Eu posso dizer."

Ela estremece. "Ele não deveria." Ela murmura.

"Por quê?" Pergunto.

Ela levanta a cabeça como se não tivesse esperado que eu ouvisse seu último comentário.

"Ele está tentando se envolver. Eu só quero que ele fique fora disso, mas ele continua pressionando." Sua testa franzida como se fosse raiva.

"Por causa de seu pai?" Pergunto.

"Ele só vai se machucar." O comentário me deixa curiosa. Blizzard poderia ser muito assustador às vezes e com o clube em sua volta eu duvidava que alguém se atrevesse a mexer com ele.

Eu bato em sua perna. "Blizzard é um garoto grande. Confie em mim quando digo que ele pode cuidar de si mesmo."

Ela pensa por um momento antes de sua cabeça balançar. "Sim. Sim, eu acho que ele pode."

"Se isso faz você se sentir melhor eu vou ligar para ele, dizer-lhe para esperar até eu chegar em casa."

Seu rosto ilumina um pouco. "Isso me faria sentir melhor."

Dou-lhe um sorriso suave. "Ok, eu preciso ir. Deacon parecia estar prestes a explodir uma válvula."

Eu aprecio seu sorriso, mesmo sabendo que ele era forçado. Visto-me rapidamente e calço meus tênis de corrida. Correr para o trabalho parecia incrível. No momento em que eu chegar lá, meu corpo estará alongado e ágil e minha cabeça estará clara. Prendo meu telefone em meu braço e conecto meus fones de ouvido, começando uma música de ritmo rápido para correr.

"Tchau" Eu falo quando puxo a porta aberta e corro escada abaixo.

Olho em volta do lado de fora, esperando ver um dos garotos na área. Alguns deles são melhores em ser furtivo do que outros. Quando eu não vi ninguém essa manhã no caminho para a aula, e agora com as ruas ainda vazias, eu me pergunto se Optimus tinha descartado seu detalhe de proteção.

Isso significava que a ameaça foi embora? Ou ele estava apenas cansado de perder tempo de seus homens me cuidando.

Eu tento ultrapassar isso, mesmo sabendo que iria ficar na parte de trás do meu cérebro, queimando um buraco até que eu tivesse respostas. Meus pés batendo no pavimento no tempo da batida da música. Era assim que eu gostava de correr. Eu tinha uma lista de reprodução especificamente para isso, músicas que me empurrava e fazia meu corpo continuar. Assim que eu cheguei no meio do caminho, vi algumas das meninas da X-Rated saindo de uma loja de conveniência na esquina. Eu chequei a hora no meu relógio e decidi que tinha alguns minutos para correr mais e alcançá-las. Eu não tinha muitas amigas no clube. Além de Harmony, as outras garotas do clube eram boas, mas nós nunca combinamos bem. Eu consegui, no entanto, dar-se bem com várias strippers da X-Rated. Elas eram diferentes, mais acessíveis e amigáveis. Para a maioria delas trabalhar como stripper era uma forma de apoiar a família ou como eu, conseguir fazer faculdade. Elas não estavam lá apenas para pegar os homens.

Lucy olha para cima quando ouve os meus passos se aproximando e seu rosto se ilumina imediatamente, "Chelsea!" Ela caminha na minha direção e me encontra com um abraço apertado.

"Ei! Como você está?" Pergunto, dando um passo para trás e devolvendo o sorriso largo.

"Ei, Chel." Kat dá a volta no carro e noto a pequena menina segurando a mão dela e se escondendo atrás de suas pernas. Eu fico confusa por um segundo. Kat tinha um menino em casa, não uma menina.

"Estou perdendo alguma coisa?" Eu brinco, sorrindo para a menina com cabelos escuros. Eu sinto a mudança no ar Kat e Lucy olham uma para a outra com olhos tristes. "O que está acontecendo?"

"Vamos levá-la para o carro, Jay." Ela me da um leve sorriso antes de levar a menina de volta para o carro.

Olho para Lucy e ela suspira. "Perdemos uma das garotas."

Eu inalo bruscamente. "Quem?"

"Hayley. Ela era muito nova, eu não tenho certeza se você a conhecesse."

Forço meu cérebro, tentando colocar um rosto ao nome. "Ela era jovem, doce. Eu acho que a conheci quando ela começou." Eu lembrava vagamente do encontro com a jovem no banheiro uma noite no clube alguns meses atrás. Ela estava nervosa sobre ir ao palco, não tão confiante como as outras garotas. Comecei a ligar os pontos.

"A menina era dela?" Eu aponto para o carro.

A cabeça de Lucy balança. "Aquela é Jayla. Ela vai ficar comigo até Op conseguir ajeitar as coisas."

"Por que Op está envolvido?" Pergunto, confusa.

Eu vi como os olhos de Lucy se encherem de lágrimas eu a puxei para perto, passando os braços em torno dela e segurando-a firmemente. Todas as garotas na X-Rated eram próximas, como irmãs. Perder alguém que se considera a família é difícil, mesmo se elas fossem razoavelmente nova.

Eu me afasto, mas seguro minhas mãos em seus ombros, seus olhos encontram os meus. "Alguém a matou, bem atrás da porta dos fundos na X-Rated." Ela funga. "Encontrei-a, lá deitada ao lado do lixo."

Meu coração dispara e, no momento, eu sabia que a ameaça não tinha sido eliminada. Era exatamente o oposto. A ameaça de violência foi embora. Alguém havia sido morto e não havia nenhuma dúvida em minha mente que isso estava relacionado, e era por isso que Op estava tomando controle do futuro de Jayla. Eu me senti mal e de repente um pouco paranoica.

"Jayla não tem família?"

Lucy limpa as lágrimas enquanto balança a cabeça de um lado para o outro. "Ninguém quer ela de qualquer maneira. Hayley foi expulsa de casa quando seus pais descobriram que estava grávida. E, tanto quanto eu sei, ela nunca disse a ninguém quem era o pai."

Meu coração afunda. "Eles vão colocá-la em um orfanato."

Lucy estende a mão e aperta meu braço. "Op e Connor disseram que não vão deixar isso acontecer."

Apenas ouvir isso me faz sentir um pouco melhor. Eu acreditava em Optimus e na quantidade de carinho e amor que está dentro dele. As pessoas olhavam para ele e viam um motoqueiro assustador, mas isso era porque ele usava uma casca dura. Não sente a necessidade de impressionar as pessoas, era quem ele era e foda-se se você não gosta.

Eu senti meu celular vibrando contra meu braço e puxo-o para ver que Deacon está tentando me chamar. Eu dou a Lucy outro abraço rápido e abaixo a cabeça pela janela para dizer adeus a Kat que estava entretendo uma Jayla rindo. Jayla ficaria bem. Ela tinha tantas pessoas que se preocupava com ela, e o clube apoiando ela. Ela faria isso. Eu sabia.

Meu telefone começa a tocar de novo quando volto a correr. Não me incomodo em responder. Eu estaria na academia em menos de cinco minutos, se eu pegasse meu ritmo e o manter-se até lá. Eu poderia fazer isso. Nasci para isso.

Eu voo através das portas da academia, respirando pesadamente. Inclino-me, segurando meus joelhos e tentando diminuir minha respiração. Meus pulmões queimam em protesto.

"Oh, você está aqui. Eu vou ligar e cancelar aquele grupo de busca."

Eu não olho, para cima, levantando minha mão e apontando para Deacon meu dedo do meio. O ouço rir e ele agarra meu braço e começa a me puxar para a parte de trás da academia, onde há dez ou mais mulheres sentadas nas bicicletas de rotação. Eu ainda estou tentando recuperar o fôlego quando percebo o que está acontecendo. Há uma turma de bicicleta aqui esperando por um instrutor. Deacon sorri e eu geme, dobrando meu corpo outra vez.

"Senhoras, Chelsea aqui vai instruir vocês hoje. Boa aula." Ele me dá um tapinha nas costas, mas antes que ele pudesse sair, pego seu cotovelo.

"Eu vou matar você por isso." Eu sussurro antes de empurra-lo para longe. Tudo o que eu ouço é sua risada ecoando no espaço aberto da academia, mesmo acima dos grunhidos e gemidos de pessoas que malhavam.

Eu olho para a bicicleta de rotação.

Talvez correr para o trabalho não fosse uma boa ideia.


Capítulo 33

 

"Eu... desisto..." falo entre suspiros de ar. "Você é... um... filho da puta."

Deacon apenas sorri para mim por trás da recepção quando eu agarro nela. Minhas pernas pareciam gelatina. Aulas de bicicleta são bastante difíceis, e fazer isso logo depois de correr para o trabalho era como o inferno. Meu corpo estava encharcado de suor, e tropeçando até onde ele estava sentado tinha me feito sentir como Bambi tentando andar pela primeira vez.

"Pensei que você fosse uma maratonista?" Ele retruca com sarcasmo. "Onde está a sua resistência?"

"Foda-se." Mostro minha língua de uma forma totalmente infantil, mas eu não me importo.

Ele se afasta do computador e caminha ao redor da recepção, seu sorriso espertinho voltando-se para em um sorriso genuíno. "Você foi muito bem. Estou impressionado." O elogio foi afetuoso. Parecia bom.

"Posso sentar agora?" Eu pergunto com uma risada.

"Certo! Nós temos outra aula começando em vinte minutos. Como você se sente sobre aeróbica?" Ele balança as sobrancelhas e eu solto um gemido.

"Ótimo. Eu me sinto ótima sobre isso." Eu murmuro enquanto ando, com as pernas ainda tremendo debaixo de mim.

Felizmente para mim, um dos trabalhos da faculdade que eu peguei foi instruir. Variou de exercícios para duas pessoas para grupos com aptidão. Algumas pessoas da minha turma não tinham gostado da atenção, mas eu realmente não me importei. Eu meio que amava o sentimento de unidade à medida que todos se moviam juntos com a música. Pego uma garrafa de água da grande geladeira que está ao lado da recepção, enquanto caminho eu bebo a metade. Eu amo a sensação do líquido frio enquanto desce pela minha garganta e se estabelece no meu estômago.

Há uma pequena área de descanso perto da porta da frente com alguns sofás, uma mesa de café, e algumas revistas, então eu sento nas almofadas macias, com um suspiro satisfeito. Os músculos em minhas pernas gritam 'obrigado, porra, por isso.' Folheio uma revista por um tempo, não realmente lendo nada, mas apenas olhando as páginas. Quando vejo Deacon caminhando na minha direção, eu solto um gemido.

"Ainda não. Você disse vinte minutos." Eu anuncio, segurando a revista na frente do meu rosto. O ouço rir e olho por cima. Ele ainda está vindo em minha direção, mas isso quando o mundo começa a abrandar. Eu juro que foi como assistir a um filme de ação em câmera lenta.

O sorriso arrogante derrete do rosto de Deacon e suas mãos estendem para mim. De repente, ele parece petrificado e mesmo quando chama meu nome minha mente ainda não pode calcular o que está acontecendo e por que ele se tornou tão frenético.

Isso foi até que há uma explosão atrás de mim e vidro começam a cair em torno de mim como uma chuva espumante impressionante. Brilhava ao sol da tarde e se espalham por todo o chão. A revista cai de minhas mãos. Sou puxada para os braços de Deacon e ele nos joga ao chão. Eu não consigo respirar. Eu não tenho certeza se é pelo o corpo de Deacon estar grudado em cima do meu, me cobrindo quase que totalmente, ou se é pelo meu estado de choque. Eu posso ouvir gritos, e com o meu corpo pressionado contra o chão eu posso sentir as batidas dos passos correndo. Eles estão fugindo.

Eram tiros.

Meu cérebro finalmente entende isso.

Houve uma torrencial descarga de tiros quebrando as grandes janelas de vidro que cobriam a frente da academia e atingiam o equipamento. Alguém estava atirando em nós. A chuva de balas parou momentaneamente e Deacon não perde tempo em levantar e me empurrar pelo chão. Tento lutar para ficar de joelhos, mas estou em pânico e meu corpo não faz o que eu tento dizer a ele.

"Os vestiários! Precisamos chegar aos vestiários." Deacon vibra em meu ouvido quando me da outro empurrão, me deslizando pelo chão de madeira. Subo em minhas mãos e joelhos com ele diretamente atrás de mim. Outra onda de balas começa e eu grito, curvando-me em uma bola e cobrindo a cabeça. Eu sinto um gancho de braço em volta da minha cintura e estou sendo puxada pelo chão, vidro e pedaços de madeira atingindo contra a minha pele.

"Leve-a," Eu ouço Deacon gritar, e tento levantar do chão.

Eu salto enquanto alguém corre comigo no corredor. A porta para o vestiário se abre e sou colocada suavemente sobre um dos bancos de madeira. Eu não tenho uma boa olhada no cara que me jogou lá porque assim que sou largada ele corre de volta para onde viemos. Meu corpo treme. Foi tudo muito real, mas ao mesmo tempo tudo que eu consigo pensar é que este devia ser um pesadelo.

Viver com os Irmãos me fez ver muitas brigas de bar, esfaqueamentos e as armas sendo apontadas. Mas eu sempre soube que estava segura, eu sabia que elas não eram para mim.

Isso... isso era para mim.

Eu posso sentir isso no meu interior, e assim que a descoberta me atingi eu corro para o banheiro e esvazio o conteúdo do meu estômago na tigela branca brilhante.

Eles estavam vindo para me pegar.

Não havia ninguém aqui para me proteger.

Eu não tenho certeza quanto tempo fico sentada lá, enrolada no chão frio, mas parece uma eternidade. Esperando alguém entrar e acabar com a minha vida. A porta do vestiário bate de novo e eu movo meu corpo mais perto do vaso sanitário, pensando por algum motivo estúpido que eu poderia estar escondida.

"Chelsea." Ouço a voz de Deacon e me levanto. Salto sobre ele assim que aparece à vista. "Oh, graças a Deus." Ele passa os braços em volta de mim e me segura com força, que era o que eu precisava no momento.

"Oh meu Deus, Deacon. Precisamos sair daqui!" Meus dedos apertam seu braço, mas ele nem sequer pestaneja. "Eles já foram? Alguém chamou a polícia."

Seus braços lentamente me soltam e dou um passo atrás. Seu rosto é de pedra, quase frio.

"Deacon..."

"Eles estão aqui."

Meus olhos se arregalaram. "Quem está aqui?"

"A polícia."

Eu sinto a tensão no meu corpo lentamente começar a se dissipar e o ar sibilando fora de mim em alivio. Embora eu não fosse uma grande fã da polícia, vivendo com os Brothers by Blood nós éramos sempre vistos com um olhar negativo. Eles muitas vezes nos prendiam sem razão ou apenas faziam comentários lascivos. Eu sabia que eles tinham suas razões para desconfiar, mas alguns levavam isso para outro nível.

"Ok" Eu digo, minha cabeça balançando. "Eles estão lá fora?"

Ele balança a cabeça, os olhos em mim. Eu estou com medo pela intensidade súbita dele.

"Eles estão aqui." Sua voz resmunga. "Eu sou um."

"Você é o quê?" Engasgo.

"Um policial."

Eu me afasto dele. "Não, você não é."

Ele estende a mão e eu vacilo. "Chelsea, vamos lá. Sou só eu."

"Não! Não é apenas você" Retruco, apontando o dedo acusador. "Eu nem sei quem você é."

Outro homem que eu tinha visto algumas vezes na academia e durante a minha segunda noite de diversão que falhou com Rose entra no vestiário e olha ao redor freneticamente. "Temos que ir. Eles ainda estão lá fora, mas podemos sair pelos fundos."

"Que diabos está acontecendo, Deacon?" Eu exijo, olhando para ele e para o outro cara. Ele anda e agarra a minha mão, me puxando com ele para fora do vestiário indo para o corredor. Tento voltar, mas ele continua a me arrastar com ele, nem mesmo olhando para trás. Eu pego um vislumbre da destruição que está na frente da academia antes de ser puxada para o lado oposto.

"Oh Deus. A academia está cheia de pessoas, há alguém..." Meus lábios tremem.

"Noventa por cento era meu pessoal." Diz ele, incapaz de me olhar. "Há alguns arranhões e contusões, nada grave, estávamos preparados." Minha boca está aberta enquanto eu continuo a deixar que ele me puxe junto com ele. "Eles estão nos esperando lá atrás?" Ele pergunta a seu amigo que corre do nosso lado.

"Sim." Ele empurra as portas duplas e elas se abrem, batendo contra a lateral do prédio e fazendo-me saltar.

Havia um BMW preto estacionado em frente com o seu motor funcionando. "Entre" Deacon grita para mim quando abre a porta de trás do carro.

Eu congelo por um segundo. Ele era a polícia. Penso que ele tinha sido meu amigo, mas ele tinha mentido. Eu estou com raiva, e com medo. Pensando sobre os tiros e a forma como as janelas da academia tinham quebrado, e agora eu estou correndo pela minha vida - de novo.

Sinto meu corpo ser levantado do chão e enfiado no banco de trás do carro, mas minha mente está em uma névoa. Eu não luto. Eu apenas deixo Deacon me manobrar para que ele possa entrar também e fechar a porta.

O passeio é rápido, Deacon mantém uma mão na minha cabeça, segurando-a para baixo e fora da vista. Eu finalmente coloco meus pensamentos em ordem e estou pronta para virar e atacar-lhe verbalmente quando paramos. Olho para cima, nós estávamos do lado de fora do meu apartamento e de Rose.

"Ninguém nos seguiu. Vamos entrar." Diz ele, liberando seu aperto sobre mim e deslizando para fora do carro. Eu sento lá. "Vamos lá, Chelsea. Temos que ir para dentro antes que eles apareçam. Nós somos alvos fáceis."

"Eu não vou a lugar nenhum com você," Zombo, pressionando minhas costas contra a porta como um animal enjaulado. "Leve-me para o clube." Eu exijo, não sabendo onde mais eu poderia ir, mas sabendo que estaria segura lá com os irmãos.

"Não há dúvida de que eles já estão a caminho, nós temos coisas para discutir antes deles se intrometerem." Ele me diz com sinceridade, apoiando-se na porta. Eu tento me empurrar ainda mais para longe dele, mas a porta atrás de mim se abre de repente e eu caio para trás. Alguém coloca as mãos debaixo dos meus braços e me levanta do veículo. Eu me contorço, tentando me libertar, mas eles seguram firme, me puxando em direção à escada que leva até a porta da frente. Deacon segui o rosto sério e severo.

Eu finalmente fico de pé no topo das escadas. "Abra a porta, Chelsea."

"Foda-se, Deacon." Eu cuspo, cruzando os braços sobre o peito.

Ele suspira. "Gavin, abra a porta."

Ouço chaves farfalhando atrás de mim antes que a porta se abra e Deacon me conduza para dentro.

"Você tem as chaves do meu apartamento?" Engulo em seco.

Ele dá de ombros, fechando a porta atrás de nós e passando por mim em nossa pequena cozinha. "Eu tenho um trabalho a fazer, é necessário."

Gavin move-se para ficar na frente da porta, bloqueando qualquer saída que eu pensasse em ter. Olho para ele. Ele é um cara de boa aparência, ombros largos, cintura em boa forma, tatuagens que giram os braços e contradizem sua camisa extravagante. Tudo o que ele faz é sorrir para mim como se estivesse apreciando essa merda.

"Chelsea, nós precisamos conversar."

Eu ando apressadamente pela cozinha, abrindo um armário, encontrando um grande copo e enchendo com água. "Eu não tenho nada a dizer a você." Eu digo a ele quando tomo a água praticamente em um só gole. "É por isso que você está aqui? Você acha que eu vou te dizer alguma coisa sobre o clube só porque você me ajudou a sair." Eu zombo.

Ele planta as duas mãos sobre a mesa e se inclina. "Neste momento, eu não dou a mínima sobre o clube. Eu dou a mínima por você e para o fato de que precisa estar segura."

Eu rio. "Isso é uma piada. Leve-me para o clube. Eu estarei segura lá."

"Estou feliz que você ache isso tão engraçado. Sair com o mesmo clube que matou seus pais."

Meu coração para e o copo cai da minha mão, fazendo barulho na pia.

"O que diabos você acabou de dizer?"

Ele corre os dedos pelos cabelos e suspira profundamente. "Este não é o jeito que eu queria ter essa conversa."

"Essa não é uma conversa. Isso aqui é besteira, porque você está errado." Eu digo apontando e balançando um dedo irritado para ele.

Ele balança sua cabeça. "Você sabe, eu gostaria de estar. Mas a evidência aponta para exatamente isso."

Eu olho para ele. Não acreditando nisso por um minuto. Meus pais não eram pessoas más e o clube nunca foi atrás de qualquer um a menos que eles fossem uma ameaça à sua família. "Quem é você?"

"Sente-se, Chelsea." Ele murmura, sua postura agora completamente começando a ceder quando ele abaixa a cabeça.

"Eu não..."

Sua mão bate na mesa. Eu vacilo e recuo. Mesmo que a mesa da cozinha esteja entre nós. Deacon não era o homem que eu pensei que fosse. Eu não tinha certeza do que ele era capaz.

"Sente-se... por favor." Eu engulo e puxo uma das cadeiras e me arrasto para ela. Ele fez o mesmo, mantendo os olhos em mim o tempo todo. "Gav, vai lá para fora."

"Claro!" Ouço a porta abrir e fechar e a tranca fechar novamente.

"Fale" Eu digo com firmeza, tentando juntar algum tipo de força.

Ele aperta suas mãos juntas na frente dele. "Você se lembra muito sobre seus pais?"

Eu sinto a reviravolta familiar dentro de mim, trazendo à tona memórias antigas não é algo que eu goste de fazer. Claro que havia algumas coisas, pequenos fragmentos do que a minha vida tinha sido assim antes deles morrerem, mas nunca o suficiente para realmente colocar qualquer coisa junto. "Lembro-me de algumas coisas. A minha mãe na cozinha, eles correndo no quintal, à noite em que foram mortos. Fora isso, não, não realmente."

"Eu os conhecia." Ele limpa a garganta. "Eu conhecia você."

Eu fiz uma careta. "Isso não é possível."

"Nossos pais trabalhavam juntos. Eles eram amigos." Ele revira os ombros como se estivesse tentando liberar algum tipo de tensão. "Nós nos encontramos um par de vezes, mas meus pais eram separados, então eu estava mais com a minha mãe do que com meu pai."

"Por que você está me dizendo isso, Deacon? Eu não entendo onde você está indo com essa conversa louca." Minhas pernas balançam debaixo da mesa. Ouvindo-o falar de meus pais era estranho. Eu nunca conheci ninguém que os tenha conhecido. Minha mãe era apenas uma criança e seus pais tinham falecido. A família do meu pai, do que eu sei, não tinham um ótimo relacionamento com ele e não me queria.

Ele não disse nada até que eu olhe para cima novamente e nossos olhos se encontram. "Seu pai estava com o DEA4. Assim como o meu. Assim como eu estou agora."

Minha boca fica completamente seca. "Ele era... Eu não... Eu não me lembro." Lágrimas começam a brotar nos meus olhos. Falar sobre meus pais era bastante difícil, mas ter alguém sentado aqui e dizer-me coisas sobre eles que eu nem sabia, estava deixando minha cabeça bagunçada.

Isso era real? Ele estava dizendo a verdade?

"Nossos pais eram muito parecidos. Eles optaram por não levar o trabalho deles para casa. Seus trabalhos eram perigosos e eles tentaram o melhor para não deixar isso nos afetar."

Eu queria desesperadamente lembrar. Só uma coisa, um pequeno lampejo que me dissesse que ele estava dizendo a verdade. Agarro a borda da mesa. "Como eu sei? Como eu sei que você está me dizendo à verdade, e isso não é apenas uma manobra para afetar o clube?"

Vejo um lampejo de raiva em seu rosto e seus punhos apertam. "Meu pai teve que viver com a lembrança de um de seus melhores amigos serem assassinados. Seu pai e sua mãe morreram por causa dessa porra de clube." Ele bate com o punho na mesa. "O mesmo clube que você foi se prostituir pelos últimos anos!"

Eu me afasto da mesa e fico de pé bruscamente. "Não é verdade! Eu os conheço! Você não tem ideia de quem são ou o que eles representam. Eles não fariam isso!"

Ele ri, mas não é preenchido com diversão. É sombrio. "Você está tão envolvida com o presidente deles que não pode ver além do fato de que eles são criminosos – fodidos assassinos! Como seus pais se sentiriam, sabendo que você está dormindo com os homens que os levaram para longe de você?"

"Cale-se! Apenas cale a boca! Você não tem direito de falar por eles." Eu grito.

"Se você concorda comigo ou não, as evidências não mentem. Eu vou te provar isso e vou destruí-los." Ele zomba, seus lábios curvados em desgosto. "Você vai me agradecer quando descobrir a verdade."

Os barulhos das motos descendo a rua enchem o apartamento. Meu corpo enche de alívio e eu não me importo o que ele tem a dizer. Agarro os meus cabelos em minhas mãos.

Eu conheço aqueles homens.

Eu sei que isso não é deles.


Capítulo 34

 

Bang! Bang! Bang!

Eu sabia que não teria tomado muito tempo para a noticia chegar a Optimus sobre os tiros na academia. Olho para Deacon, que está de pé, braços cruzados no meio da nossa pequena cozinha. Eu suspiro e esfrego as têmporas enquanto caminho para a porta.

Eu mal destranco quando a porta se abre, quase me atingindo. Meus pés estão fora do chão antes que eu tenha tempo para falar. Um braço em volta da minha cintura e uma mão pressionada contra a parte de trás da minha cabeça.

"Eu tenho você, Blackbird." Ele diz calmamente no meu ouvido. "Eu tenho você."

Agarro-me ao seu colete, o meu corpo desejando seu cheiro, seu toque, e sua voz.

"Op, eu estou bem." Eu murmuro em seu peito, mas ao mesmo tempo eu tento puxá-lo ainda mais perto.

Ele levanta-me do chão, minhas pernas inconscientemente envolvendo em torno de sua cintura e meus braços ao redor de seu pescoço enquanto ele me leva mais para dentro do apartamento. O som pesado de botas nos segue e eu olho por cima do ombro de Op para ver Leo, Blizzard, Slider e Ham preencher o espaço pequeno. A sala fica em silêncio por alguns minutos até que Optimus começa lentamente a me colocar de pé.

Não demora muito antes dele virar para Deacon. "Que tipo de merda você está metido para que tenha pessoas atirando na frente de sua loja?" Ele grita.

Obviamente, ele não tem ideia de quem tinha atirado na loja e que eles estavam realmente lá por minha causa. "Op, isso não é ..."

"Isso é um engano considerando que foram atrás dela, não de mim." Deacon atira de volta. "Quer me explicar porque a máfia italiana está atrás de Chelsea?"

Optimus avança para ele, mas Deacon se mantém firme. Tento chegar até eles, mas Leo me segura com as duas mãos sobre meus ombros.

"E como diabos você saberia qualquer coisa sobre a máfia italiana." Optimus rosna, apontando para Deacon acusador.

Deacon olha por cima do ombro de Op com um sorriso espertinho no rosto. "Ele realmente não percebeu isso."

Optimus agarra a frente da camisa de Deacon em seus punhos, levanta-o do chão e bate-o contra a porta da minha geladeira. "Eu estou a cinco segundos de colocar uma bala em você por mim mesmo se você não começar a falar..."

"Optimus, pare!" Eu grito, tentando ficar longe de Leo, sem sucesso.

"Cinco."

Vejo o sorriso presunçoso de Deacon quando Op o solta e enfia a mão na cintura na parte de trás de sua calça jeans para retirar sua arma. Deacon está apenas procurando uma desculpa para prender Optimus e os garotos. Eu não tinha certeza qual era sua vingança, mas ele estava prestes a conseguir o seu desejo.

"Quatro."

"Optimus, não... por favor!" Eu imploro.

"Três."

"Ele é um policial." Eu grito e Optimus congela instantaneamente, voltando sua atenção do homem na frente dele para mim. Meu corpo cai, mas o alívio é de curta duração. "Ele é um policial pelo amor de Deus."

Deacon parecia um pouco decepcionado.

"Por que diabos você está saindo com um policial, Chelsea?" Ele rosna.

"Eu não sabia até pouco antes na academia." Eu digo, meu corpo completamente esgotado e pronto a desmoronar.

Optimus se afasta de Deacon, mas mantém sua arma enfiada na mão. Ele observa-o com apenas os olhos, assim como seu corpo se move em diferentes ângulos.

"Saia." Ele rosna, apontando para Deacon usar a porta.

"Não." Deacon mantém sua posição, aparentemente perturbado pelo ar de autoridade de Optimus que enche a sala.

"Isso não tem nada a ver com você." Optimus diz a ele, não deixando suas emoções controlar a situação. Ele está de volta ao rosto sério e inflexível. "Você precisa ir embora."

"Chelsea trabalha para mim, e quer você gosta ou não, ela é minha amiga." Deacon move-se para caminhar ao redor da mesa, mas eu me jogo entre eles, empurrando contra seu peito até que ele esteja de volta na cozinha.

Ouço um ronco alto atrás de mim. "Sim, claro." Blizzard zomba. "Você teve um tesão por Chelsea desde antes dela deixar o clube. E você convenientemente tinha um trabalho disponível praticamente no dia em que ela saiu do clube."

"Eu sabia que havia algo errado acontecendo. Ela precisava estar em algum lugar que eu pudesse manter um olho nela desde que todos vocês pareciam ter deixado ela ir, sabendo que ela estava em apuros."

Optimus encara-o, mas Deacon não vacila. A sala fica em silêncio por um longo tempo até Optimus finalmente quebrar a tensão, as palavras dele são para mim, mas seus olhos ainda em Deacon.

"Chelsea. Moto. Agora."

Eu engulo com força, mas concordo. Eu sabia que precisava ir com ele. Quando eu dou um passo para frente, sinto uma mão segurar meu cotovelo. Suspiro. "Deacon, está tudo bem. Eu preciso ir com eles."

"Não, você não precisa. Há outras opções, eu posso colocá-la na proteção até descobrirmos o que está acontecendo." Seu rosto está cheio de preocupação, a preocupação por mim e por minha segurança.

Eu balanço minha cabeça. "Este não é o seu problema. É meu. Eles irão me proteger, me manter a salvo."

Ele tosse uma risada. "Sim, exatamente como eles fizeram na semana passada, quando você saiu e eles te deixaram sozinha e com um alvo em sua cabeça."

"Ela nunca esteve sozinha." Optimus rosna. "Chelsea, agora."

Eu me solto do aperto de Deacon. Vejo a dor em seu rosto, mas eu não tenho certeza se era porque estava preocupado com a minha segurança ou se era porque havia sentimentos lá que corriam mais profundo do que apenas amizade e eu tinha acabado de cortar os laços. Eu nem sequer se importei se o estava deixando dentro da minha casa vazia. Só Deus sabe onde Rose estava.

Pego minha bolsa e sapatos na porta. Leo e Ham saem na nossa frente e Optimus me guia para fora com uma mão pressionada na parte inferior das minhas costas. Qualquer outra vez o gesto teria parecido romântico ou doce, mas eu sabia que ele não era um desses. Era um impulso vigoroso de alguém que não era mais um amigo, mas possivelmente uma ameaça.

Conversar com policiais era contra o regulamento interno do clube, mesmo para as garotas do clube. E, embora eu já não fosse classificada como uma parte do clube, havia coisas que eu sabia sobre o clube que se fosse contado à polícia poderia levar a uma tempestade de proporções épicas.

Sinto a mão de Optimus deixar minhas costas. "Blizzard leve ela."

Giro, mas Blizz rapidamente me pega com um braço em volta dos meus ombros e continua a me levar em direção a sua moto. Eu pego um vislumbre de Optimus voltando para a casa.

"Não!" Eu tento sair do aperto de Blizzard, mas o outro braço vem ao meu peito e me segura firme.

"Acalme-se princesa." Ele sussurra em meu ouvido.

"Ele vai fazer algo estúpido, você tem que pará-lo." Argumento quando me puxa para trás.

Blizz estala no meu ouvido. "Pensei que o conhecia muito melhor do que isso." Eu ouço as outras motos ligarem assim que um capacete é preso em minha cabeça. "Você tem outra merda que se preocupar. Optimus é o nosso presidente por uma razão, tenha um pouco de fé nele."

Eu luto contra o impulso de correr.

Mas dessa vez, eu não estava fugindo do problema, eu queria correr em direção a ele.

"Suba." Blizzard me solicita com um tapinha na minha bunda.

Olho para a casa por um minuto. Não há mais nada que eu possa fazer agora. Eu rapidamente afivelo o capacete debaixo do meu queixo e seguro seu ombro enquanto jogo minha perna por cima da moto.

Eu esperava que Blizzard estivesse certo.


Capítulo 35

 

Eu fecho a porta atrás de mim, mas espero até ouvir todos as motos dos meus irmãos ligarem e descerem a rua antes de entrar no pequeno apartamento.

O policial está sentado na pequena mesa de Chelsea no centro da sua cozinha, batendo os dedos impaciente na superfície de madeira. "Eu achei que você não tinha terminado ainda."

"Fique longe dela e não teremos nenhum problema." Eu digo com firmeza.

O canto de sua boca vira, mesmo com a minha advertência. "Ela é única não é?"

"Ela é minha, é o que ela é."

Ele finalmente olha para mim. "Isso é engraçado porque eu não vi você atirando-se sobre ela quando uma chuva de balas estilhaçou as janelas da academia."

"Você está tentando protegê-la ou entrar em suas malditas calças?" Seus punhos apertam e eu sei que bati em um nervo. Eu sorri. "É isso aí, não é? Você está chateado que ela não escolheu você."

"Ela não é, obviamente, tão inteligente quanto eu pensei se prefere andar com alguns motoqueiros mal criados do que ter a proteção adequada." Ele fala.

"Por que você está aqui?" Pergunto, cruzando os braços sobre o peito, doente da porra dessa dança em torno da questão. "O que você quer?"

"Eu quero saber quais são seus laços com a máfia italiana." Ele se levanta de seu assento, a cadeira debaixo dele raspa pelo chão. "Eu tenho acompanhado a família DePalma por um longo tempo. Eles nunca sequer pensaram em deixar à costa leste. Agora, de repente, Anthony DePalma decidiu visitar o Alabama, aparecendo em seu clube e visitando um estabelecimento dos Brothers by Blood."

Eu fiz uma careta. "Você não é apenas um policial."

Ele ri. "Não, não, eu não sou. Estou com a DEA."

Eu tento não agir surpreso. Uma coisa era um policial em algum momento estar farejando, fazendo perguntas, mas outra coisa era ter uma agência de aplicação da lei federal, jogando seu peso em torno de onde não era desejado.

"Seus amigos sabem sobre você ter um tesão por um de seus focos?" Provoco, apreciando vê-lo se contorcer. "Os Irmãos não têm nada a ver com a sua pequena investigação, então deixe isso em paz antes de encontrar mais problemas do que possa manipular."

"Não é assim tão simples, Bryce." Eu enterro meus dentes ao uso do meu nome verdadeiro, algo que ninguém exceto o banco, o coletor de impostos, e meu pai havia me chamado em anos. "Como eu disse, estão falando por aí que Chelsea tem um alvo em sua cabeça. Então, se você não está trabalhando com eles, o que diabos você fez para irritá-los?"

Dou de ombros e seguro minhas mãos para o lado. "As pessoas simplesmente parecem não gostar de mim. Eu não sei por que. Eu posso ser um cara muito legal quando está do meu lado bom."

"Este é o único aviso que você vai ter," diz ele enquanto caminha ao redor da mesa e se dirigi para a porta da frente, "se eu encontrá-la sozinha, eu vou levá-la, e confie em mim quando digo que vou colocá-la em custódia protetora, você nunca mais vai encontrá-la." Ele torce a maçaneta da porta e abre-a.

"Policial" Ele não vira o rosto para mim, mas para. "Essa é a minha advertência. Você tenta tirá-la de mim e eu te mato."

"As ameaças não vão bem com a aplicação da lei."

"Apenas um aviso justo."

Ele não responde, mas fecha a porta atrás de si. Assim que ouço o carro afastar-se do apartamento, eu puxo meu celular do bolso e disco.

Wrench responde após o primeiro toque. "Sim!"

"Eu preciso que você venha para a casa de Chelsea e Rose o mais rápido possível. O lugar precisa de um exterminador. Livrar-se de todos os insetos que você possa encontrar." Eu digo a ele.

O bastardo tinha tido uns bons minutos para plantar alguma coisa, e eu sabia pelo fato que ele tinha estado lá antes.

Não que Chelsea estaria vindo para cá.

Eu desisti disso.

Ao ouvir que a frente do seu trabalho tinha sido destruída, e não saber se ela estava viva ou morta, foi como a verificação da realidade do século. Não importa o que eu fiz, a única maneira de ter certeza que ela estaria segura era tê-la comigo. A única coisa que eu deveria ter visto em primeiro lugar.

Não importa se ela está no clube ou na porra da China, nós ainda tínhamos uma conexão e matá-la iria me destruir.

Eu foi estúpido em pensar que os meus inimigos já não soubesse disso, e que eu os estava enganando afastando-a para longe. A única pessoa que eu estava enganando era eu mesmo.

E isso acabou agora.

Assim que Estacionei minha moto ao lado do clube e coloquei meu capacete no assento, Blizzard sai pelas portas rapidamente, parecendo que estava pronto para matar.

"Onde você vai?" Pergunto quando ele passa por mim.

"A cadela não vai me ouvir."

Eu faço uma careta. "Chelsea?"

Ele prende seu capacete em sua cabeça com raiva. "Não, a porra da sua amiga."

Eu tive que rir, amiga de Chelsea, Rose, tinha deixado Blizzard muito nervoso desde que ele a deixou em casa do clube naquela noite. "Você vai trazê-la?"

"Se eles sabem onde Chel trabalha, eles vão saber onde ela vive." Ele monta sua moto e chuta o suporte para cima. "Mulher estúpida vai conseguir ser morta se ficar lá."

Eu balanço a cabeça em concordância. "Traga-a, mas ela vai ficar com você."

Ele me olha por cima em silêncio quando liga sua moto. Eu rio quando o vejo sair pelos portões, sua extremidade traseira deslizando para fora quando ele faz a curva e quase atropelando um dos prospects no processo.

A sala principal está cheia com os meus irmãos quando volto, muitos acolhendo Chelsea de volta com os braços abertos. Eu estou de lado e observo quando meus irmãos e as garotas do clube mostram a ela o quanto ela fez falta. Eu dou-lhes um momento antes de bater meu punho bem alto na mesa mais próxima, ganhando a atenção de todos. Eu preciso que todos ouçam o que estou prestes a dizer.

"Eu quero que todos ouçam com muita atenção." eu falo para o outro lado da sala, mas meus olhos estão apenas em Chelsea enquanto falo. Eu aponto para ela e seus olhos se arregalam. "Aquela mulher ali... ela é minha. Deveria ter feito isso há muito tempo, mas eu acho que sou um idiota. Então, agora todos sabem, eu estou a reivindicando, então é melhor todos vocês tratá-la com o respeito que uma Old Lady merece. "

Eu faço a varredura pela sala, certificando-me que cada um deles entendesse o que eu estava dizendo. Não havia rostos surpresos ou chocados, apenas sorrisos - todos, exceto um.

O meu olhar finalmente volta para Chelsea, que está de pé imóvel e quieta. Eu penso por um segundo que teria que persegui-la, que ela iria fugir. Mas eu acho que a minha garota finalmente entendeu isso.

Ela começa a andar em minha direção, passos rápidos, que logo se transforma em uma corrida quando salta direto em meus braços, nossas bocas se unindo como se fossem puxadas por um imã. Minhas mãos encontram sua bunda e suas pernas enrolam-se em torno dos meus quadris.

É um momento que eu nunca quis fim, finalmente tê-la completamente. Ela se afasta, mas rapidamente enfia a cabeça em meu pescoço.

"Leve-me para seu quarto." Eu a ouço sussurrar baixinho.

Ignoro os aplausos e vaias enquanto eu a levo para fora e subo as escadas para o meu quarto – nosso quarto. Eu nem estava na porta quando ela estende a mão para a bainha de sua camisa e puxa-a sobre sua cabeça. Rosno, pressionando meus quadris contra ela quando entro e fecho a porta com o pé. Eu a jogo na cama e ela cai com um salto. Rapidamente se inclina para frente e pega meu cinto, mas eu agarro em sua mão. Ela olha para mim com curiosidade.

"Espere." Eu digo suavemente.

"Eu não quero esperar, eu quero você." Ela diz, impaciente, sua outra mão estendendo para mim. Pego essa também e puxo-a da cama então ela está em pé na minha frente.

Eu aperto suas mãos na minha e seguro elas presas. "Eu disse espere."

Ela olha para mim, com a cabeça inclinada para o lado em curiosidade. Limpo a garganta. Eu não tinha certeza do que eu queria dizer, então eu paro de pensar e deixo apenas as palavras saírem. "Eu sinto muito. Fui estúpido em pensar que poderia afastá-la e isso iria resolver todos os nossos problemas. Aquele policial estava certo, se ele não tivesse lá cuidando você, eu poderia tê-la perdido. Tudo porque eu fui muito teimoso para ver meus erros." Eu balanço a cabeça, tentando limpar todo o ruído. "Eu mandei Sugar e Harlyn para longe e elas ficaram a salvo. Pensei que, ao fazer a mesma coisa... não importa. Isso foi um erro. Um que eu estou tentando corrigir agora."

Seus olhos começam a brilhar e eu solto um gemido. "Eu estou tentando fazer o certo e você está chorando."

Um riso suave escapa de seus lábios. "Você fez isso muito melhor do que certo, Op. Não me interprete mal, eu provavelmente irei trazer isso em um futuro próximo, apenas para mantê-lo humilde - é o que as mulheres fazem. Mas agora estou aqui, com você. Isso é tudo que importa."

Eu solto suas mãos e empurro meus dedos pelos seus cabelos. "Porra! O que diabos eu estava pensando antes?"

"Há uma coisa que você pode fazer por mim." Ela diz com delicadeza, olhando para mim através daqueles belos cílios longos.

"Diga, é seu." Eu estou determinado a fazer essa mulher feliz, não importa a que custo.

"Foda-me." Eu assisto seus lábios moverem-se e formar as palavras foda-se se não fosse a coisa mais sexy que eu já vi.

"Fodo sim, Baby."


Capítulo 36

 

"Para onde estamos indo?" Eu resmungo enquanto Optimus me puxa pelo corredor.

"Igreja."

Eu suspiro. "Então, por que eu não posso apenas deitar na cama e esperar por você?"

"Porque hoje, você está junto comigo."

Paro de repente, fazendo-o parar. "Você é o que agora? Isso é mesmo permitido?"

"Notícias novas, Blackbird. Eu sou a porra do presidente. E eu digo por hoje, é permitido." Ele revira os olhos enquanto continuo a olhar para ele. As mulheres não eram permitidas na igreja nunca. "Vamos foder mais tarde."

Eu o deixo continuar me arrastando pelo corredor, através da sala principal e no interior das portas duplas que continham a sala onde se realizava as reuniões deles. Todos os irmãos inseridos estavam lá. Todos olharam para mim, mas nenhum deles parecia surpreso. Eu assumi que Optimus já tinha avisado a eles. Optimus senta-se à cabeceira da mesa, na cadeira de um grande rei, me puxando para o seu colo e me ajustando até que eu estivesse confortável antes de bater o martelo sobre a grande mesa de madeira.

Sua voz ressoa na pequena sala. "Obviamente, as coisas ficaram ruins e precisamos começar a nos aproximar porque estamos perdendo algo enorme aqui." Eu sempre fui fascinada pela maneira que Optimus manteve-se a frente de seus irmãos. A forma como eles olhavam para ele como um rei. Ele era o líder e cada um destes homens respeitava isso. "Blizzard, você quer começar?"

Blizzard assente. "Assim, o nosso cara da academia é uma parte do DEA. Diz que está seguindo DePalma e que isso o trouxe para nós."

A sala resmunga, a aversão óbvia por um policial aparente.

"Portanto, agora temos não apenas a Máfia atrás de nós, mas os policiais também?" Slider geme.

"Há mais do que isso," Sinto-me dizer antes de cobrir minha boca. Eu não sabia qual era o protocolo para eu poder falar. Dou a Op um olhar de desculpas, mas ele apenas olha para mim com curiosidade.

"O que você quer dizer?"

"Ele disse que conhecia meus pais." Eu digo calmamente, ignorando os murmúrios da sala e mantendo meus olhos conectados com o meu homem.

"Como?" Blizzard pergunta do lado esquerdo de Op. Ele se inclina para frente, ansioso para ouvir a minha explicação.

Eu digo a eles o que ele tinha dito, sobre meu pai ser um membro do DEA, sobre o clube ser responsável pela morte dos meus pais.

"Não é possível." Wrench diz imediatamente quando eu termino. Os outros membros todos assentem. Eu conheço aqueles homens. Eu não tinha dúvida de que eles não eram diretamente responsáveis. Mas o pensamento me ocorreu que ele não quis dizer este clube, em particular, mas sim outra fraternidade.

"Como exatamente ele acha que sabe disso? Se eles tivessem qualquer tipo de prova, alguém teria sido preso por isso há muito tempo." Blizzard declara, abrindo a pasta que ele tinha na sua frente e folheia as páginas.

Dou de ombros. "Ele disse que as evidências não mentem."

A sala ri.

"Eu amo como eles dizem isso, como se não tivessem evidencias falsas a fim de conseguir prender um grande criminoso." Diz Leo, sacudindo a cabeça com um sorriso.

"Sempre achei isso estranho." Blizzard murmura enquanto puxa uma única página e coloca-a sobre a mesa. "Os nomes dos seus pais nunca foram listados em seus registros adotivos. Tudo o que isso dizia era que sua mãe e pai foram mortos. Chelsea Weston, cinco anos de idade, sem endereço conhecido, nenhuma outra família. Nada veio quando tentamos procurar por seus pais. É como se eles não existissem."

"Meus pais não eram casados."

Blizzard fez uma careta. "Eles não eram casados?"

Eu balanço minha cabeça. "Eu tenho o nome da minha mãe. Não do meu pai. Lembro-me de perguntar por que, eles disseram que isso soava mais bonito. Eu estava feliz, isso foi bom o suficiente para mim."

"Foda-me, é verdade." Op murmura.

Wrench começa a digitar em seu computador. "Você se lembra do nome de seu pai?" Ele pergunta enquanto continua a escrever.

"David. Eu não sei o sobrenome dele. Ou eu não me lembro deles me dizendo." Eu suspiro e Optimus me aperta um pouco mais firme. Tinha sido um longo tempo desde que eu tive que ter uma conversa tão profunda sobre os meus pais. Meu peito estar começando a doer.

"David Blackwell, DEA falecido 1998." Minha mão vai direto para a minha boca enquanto ouço Wrench ler em voz alta seus resultados de busca. "Nada dizendo que ele tinha uma filha."

"Isso não iria aparecer." Blizzard diz olhando para mim. "Eles esconderam ela, então quem matasse os pais não seriam capazes de encontrá-la."

Eu olho para ele em choque, minha mente lutando para encontrar uma maneira de contornar o que eu estava ouvindo. "Você quer dizer que havia possivelmente pessoas lá fora, pessoas que poderiam ter me levado e cuidado de mim? Mas o governo decidiu me colocar no sistema para que eles pudessem me esconder?"

"Foi uma escolha inteligente realmente." Diz Leo, olhando para mim com olhos tristes. "As crianças se perdem no sistema. Mudando de lar adotivo para lar adotivo. Se eles irão desaparecer? Ninguém se importa."

"O que aconteceu com coisas como proteção a testemunhas?" Eu estou com raiva, eu queria gritar. E se há pessoas lá fora? Família, amigos, pessoas que poderiam ter me criado. Mas ao em vez disso, eles me jogaram no sistema, esperando o melhor, mas esperando o pior, o pior é que eu iria simplesmente desaparecer.

"O que eu quero saber é porque eles acham que foi o MC? O que eles têm que constitui uma prova, mas isso não é suficiente para atingir o clube?" Wrench pergunta curiosamente enquanto ele parece se perder na tela de seu computador, seus dedos voam sobre o teclado.

Eu me enrolo mais perto de Optimus e ele coloca o rosto no meu ombro. "Sinto muito, Blackbird."

"Acha que eles estão nos enquadrando?" Slide pergunta curioso.

"Há possibilidade." Blizzard concorda. "Mas quem? A DEA ou quem os matou?"

Optimus limpa a garganta. "Leo, ligue para Kit e veja se você pode falar com Oz. Vê se ele sabe alguma coisa sobre uma batida em um agente da DEA, e se alguém foi preso naquele ano? Qualquer coisa que possa ser útil. Se alguém souber... sei que vai ser ele. O velho bastardo é como a porra de um elefante, ele nunca se esquece."

Leo balança a cabeça, puxando o seu telefone enquanto sai da sala.

"Vamos fazer uma pausa, tentar recolher mais algumas informações antes de se sentar novamente e discutir." Optimus bate o martelo sobre a mesa e me bate na bunda duas vezes, me dizendo que ele queria que eu ficasse de pé.

Os garotos se dispersaram, mas Blizzard nos segue quando Op pega minha mão e me leva para a sala de jantar. Nós enchemos nossos pratos com o café da manhã e sentamos em uma mesa.

"Qual é a sua visão, cara? Para mim, essa é uma grande situação fodida." Optimus pergunta para Blizz quando ele se senta ao nosso lado.

Tento me concentrar na minha comida e colocar algo no meu estômago. Mas com toda essa informação rodando em torno na minha cabeça eu estava achando difícil comer alguma coisa.

Blizzard ataca sua comida. "Tem que ser a DEA, eu não sei de que outra forma explicar isso. De que outra forma alguém seria capaz de editar documentos do tribunal e os detalhes da prisão, em seguida, limpa-los assim? Não faz sentido."

"O policial disse que estava aqui seguindo DePalma. Mas ele já sabia disso e onde Chelsea estava ou foi apenas uma coincidência?"

"Minha cabeça dói." Eu murmuro com a boca cheia de comida que estava lutando para engolir.

Os olhos de Op suavizam quando olha para mim. "Sinto muito, baby. Mas precisamos resolver isso e rápido."

Eu suspiro, inclinando a cabeça em seu ombro. "Eu sei. É apenas uma responsabilidade muito grande. Eu estive desconectada dos meus pais desde que eu tinha cinco anos. Ninguém os conhecia. Ninguém falou sobre eles. E agora, de repente as pessoas estão aqui, me dizendo coisas que eu nem sabia sobre eles." Eu estremeço. "É estranho."

"Podemos falar sobre isso mais tarde, quando os garotos tiverem conseguido algo e teremos uma imagem melhor." Ele coloca seu braço em minha volta e me puxa para seu lado. Eu me sinto segura lá. Ele olha sobre minha cabeça para Blizzard. "Você não saiu ontem à noite para pegar Rose? Onde ela está?"

Blizzard sacode a cabeça e enfia alguns ovos em sua boca antes de falar. "Tentei encontrá-la, mas acho que está se escondendo de mim. Liguei para ela, e ela disse que estava bem, que estava hospedada com a família. Isso é tudo o que tive, e ela desligou."

Eu imediatamente endureço. Eu não gosto da ideia dela estar perto do seu pai. Embora, eu ainda tenha que conhecer o homem, ele parece um idiota completo.

Op me aperta. "O que está errado? Você acha que ela está em apuros?"

Blizzard fica instantaneamente em alerta, sua comida esquecida.

"Eu só não gosto do seu pai."

"Por quê?" Os dois me perguntam curiosamente.

Eu me mexo desconfortavelmente. Prometi a Rose que não iria contar a ninguém o que estava acontecendo com sua família e seu pai. Mas nós poderíamos protegê-la, o clube poderia cuidar e ajudá-la.

"Seu pai é um pouco... severo." Digo, tentando encontrar as palavras certas então isso não iria enviar Blizzard ao fundo do poço.

"Chelsea." Ele rosna, suas sobrancelhas vincando. "O que isso significa?"

Eu mordo meu lábio. "Ele quer que ela seja a melhor. Talvez espere um pouco demais dela e pega um pouco pesado."

Eu me encolho, enterrando-me mais profundo nos braços de Op quando o comportamento normalmente tranquilo de Blizzard tornou-se raiva. "Ele está batendo nela?"

"Às vezes eu penso que sim. Outras vezes ele fica mais criativo." Eu enrugo meu nariz enquanto lembro de ter visto a mão dela toda empolada e queimada.

"O hospital?"

Eu balanço a cabeça. "Ele forçou sua mão sobre a chama do fogão."

"Filho da puta!" Ele bate as mãos sobre a mesa, fazendo todos os nossos pratos saltarem e talheres dispersarem. "Por que você não me disse alguma coisa?"

"Calma, irmão." Optimus rosna.

"Porque eu prometi que não contaria. Eu lhe disse que iria ajudá-la quando chegasse a hora, mas ela tem que fazer essa escolha por si mesma." Digo a ele com tristeza. Eu me sinto horrível. Mas sei que se eu tivesse tentado tirá-la ou deixar o clube envolvido, ela teria apenas se afastado e começado a esconder as coisas de mim e eu nunca seria capaz de ajudá-la.

Blizzard se afasta da mesa. "Eu tenho que encontrá-la."

"Blizzard, por favor. Basta deixá-la! Vou ligar mais tarde e ver como ela está." Eu imploro para ele, esperando que ele não vá interferir. Não sabendo o que seu pai faria a ela se ele fizesse. Seus punhos apertam antes de soltar um grunhido forte e sair.

Op me deu um aperto. "Então, acho que ele gosta dela, não é?"

Eu tenho que sorrir. Blizzard é um bom rapaz, um pouco mulherengo, mas um bom rapaz. Talvez este fosse o seu momento de mudança. "Eu acho que ele gosta."


Capítulo 37

 

"Eu estou indo ajudar com a louça." Eu digo para Op, tentando me desembaraçar de seus braços, mas ele continua a me segurar com força.

"O termo 'Old Lady' significa algo para você?"

Eu sorrio. "Eu não tenho certeza, você pode usá-lo em uma frase, por favor?"

"Você não tem que lavar porque você é uma Old Lady." Diz ele sarcasticamente.

"Você sabe, alguns podem achar essa frase ofensiva." Eu sinto uma beliscada na minha bunda e pulo. "Ai!"

Eu olho para ele, mas ele apenas sorri. "Isso é o que você ganha por ser uma espertinha."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "O que acha sobre essa frase. Agora eu sou sua Old Lady e eu não tenho medo de lhe bater na frente de seus irmãos."

Eu ouço uma meio-risada em choque vindo de Slider, que está sentado na mesa ao lado. Ele bate o punho em seu peito para limpá-la antes de sorrir para nós. "Bro, é por isso que eu não tenho uma delas."

"É só esperar." Op resmunga baixinho. "Tudo bem, vá ajudar."

Eu me inclino e beijo sua bochecha. "Eu vou encontrá-lo quando terminar e podemos voltar para a cama."

Seu rosto azedo se transforma em um sorriso e ele me bate na bunda enquanto me afasto. Eu não poderia deixar de sorrir enquanto ando para a cozinha.

Eu era uma Old Lady.

Não era só isso, porém, eu era a Old Lady de Optimus. Eu era sua mulher. No entanto, eu não tinha vindo aqui em busca de pertencer a alguém, a sensação de que eu tinha naquele momento era esmagadora. Meu coração está se juntando de volta. Eu finalmente tenho o homem que eu amo, finalmente encontrei o lugar que eu pertencia.

E depois de todo o sofrimento e dor que eu tinha passado em minha vida, eu poderia finalmente dizer que valeu a pena. Valeu a pena lutar por outro dia, semanas, meses, anos. Valeu a pena tudo isso.

Eu cantarolo para mim mesma enquanto empilho os pratos e começo a esfrega-los na água quente. Eu não me importo de ajudar. Eu tinha feito isso por tanto tempo agora, que eu senti que era apenas uma parte da minha rotina. Só porque Op tinha me tomado e me reivindicado como dele, não me faz sentir como se eu fosse melhor do que as outras garotas que ficaram aqui.

Eu não sinto que tenha subido de nível e ser digna de mais do que elas eram. Eu sabia o que parecia ao ser desprezada por causa do que eu fiz para o clube, e eu me recusei a ganhar essa mentalidade. Todos nós tomamos medidas na vida para melhorar a nós mesmas, para algumas garotas assim era e assim estava bem.

Eu estava no meio da enorme pilha de pratos quando sinto meu celular vibrar no bolso, o som de uma banda de rock popular Ashes and Embers ecoando na sala. Harmony tinha me apresentado à música da banda quando sua mãe era agente deles. Eu me apaixonei por eles. Esperançosamente, um dia eu seria capaz de encontrá-los também. Limpo as mãos em um pano de prato e tiro o telefone do meu jeans apertado, esperando que pudesse tirá-lo antes que parasse.

Eu vejo o nome de Rose na tela e freneticamente aperto o botão de resposta. "Oh meu Deus, Rose. Eu estava preocupada com você! Onde você está?"

"Ei, Chel. Eu sinto muito. Eu só... Eu tinha que ir ver minha família." Sua voz era suave e desconexa.

"Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, hum... eu estou na verdade do lado de fora do clube. Eu preciso falar com você, você pode sair?"

"Eu vou ligar para os guardas, eles podem deixá-la entrar," eu digo a ela, tentando me lembrar de quem estava de plantão hoje.

"Não. Eu... eu não posso vê-lo. Eu preciso ver você. Por favor, Chelsea." Ela implora. Eu posso ouvir a tensão e as lágrimas.

Eu jogo o pano de prato sobre o balcão e vou para a porta. "Está bem, está bem. Eu estarei ai em um minuto."

Eu ouço um suspiro de alivio. "Ok, eu estou sentada sob as árvores, perto da estrada."

"Ok, eu vou estar ai em breve."

Olho ao redor da sala principal enquanto passo, Ham está no bar, mas não há outros irmãos ao redor. "Ei Ham, eu estou saindo do lado de fora do portão."

Ele levanta uma sobrancelha, parecia quase cômico. "Por quê?"

"Rose está lá, eu vou tentar convencê-la a entrar, mas ela não quer ver Blizzard." Reviro os olhos. Aqueles dois precisam arrumar essa merda, é óbvio que algo está acontecido entre eles, mas ela não quer me dizer o que é sempre que eu peço.

Ham ri. "Nossa, sempre muito drama com vocês, mulheres."

Eu aponto para ele e sorrio. "Vou me lembrar disso."

Ele apenas pisca e volta aos seus deveres, preenchendo os frigoríficos com álcool. Desde que Ham tinha me tirado fora da loucura naquela manhã no apartamento, ficamos mais próximos. Ham é descontraído e divertido, mas eu só tenho essa sensação de que ele sabe o que é sentir-se como se estivesse quebrado e perdido tudo.

Talvez um dia eu vá descobrir o por quê.

Eu passeio pelas motos que estão alinhadas lá fora. Não tenho certeza de onde Optimus tinha ido, provavelmente se sentar com seus irmãos enquanto descobrem toda essa merda. Optimus não era o tipo de líder para delegar e esperar não ser envolvido. Ele não fazia seus homens fazerem todo o trabalho sujo, ele estava sempre ali com eles fazendo o que podia para ajudar. Eu acho que é apenas mais uma razão pela qual eles o respeitam muito.

Eu sorrio enquanto caminho até o portão e encontro Neil e Kev. Gostaria de saber quem estava de plantão com Harlyn. Neil costumava tomar conta de Harlyn como se ele fosse sua sombra. Mas então, eu não tinha voltado por uma semana então as coisas poderiam ter mudado.

Kev me dá um sorriso amável. "O que há Chel?"

"Eu só preciso sair e falar com minha amiga Rose." Seu rosto muda rapidamente, então eu tento explicar antes dele me fazer calar. "Olha, ela precisa vir para que possamos cuidar dela, mas ela está um pouco distante por causa de Blizzard. Eu só preciso de alguns minutos para convencê-la a entrar."

"Onde ela está?" Pergunta Kev, ainda um pouco suspeito. Ele torce a alça do rifle automático que tem pendurado ao seu lado.

Nós dois saímos pela pequena fenda entre os portões e aponto na mesma rua onde eu podia ver a figura pequena de Rose sentada sob uma árvore abraçando os joelhos. Ela está perto o suficiente se os meninos precisassem correr, eles poderiam chegar até nós em menos de cinco segundos. Kev parece preocupado. Ele ergue o rifle e olha para a área.

"Você vai assustá-la, apontando essa coisa para ela."

Ele zomba. "Ela não está nem mesmo olhando nessa direção." Ele examina por um momento. "Ok, eu deveria ter uma visão clara, se algo acontecer, mas eu vou ficar aqui e observar."

"Obrigado, Kev!" Eu grito, correndo pela calçada para onde minha amigo está. Começo a falar quando chego mais perto, "Ei Rose, entra. Os garotos estão um pouco nervosos sobre nós estarmos - oh meu Deus!"

Atiro-me de joelhos na grama quando ela vira a cabeça para me encarar. Um de seus olhos está inchado e completamente fechado, e está virando um tom desagradável de roxo. Suas bochechas também estão inchadas e o centro de seu lábio cortados tão ruim que eu penso que poderia precisar de pontos. Há sangue em seus cabelos no lado do seu pescoço e rosto.

Sinto as lágrimas acumularem em meus olhos. "Oh, Rose. Querida, vamos lá. Vamos levá-la para dentro."

Eu estendo minha mão para ela quando eu me ajoelho no chão, rezando que ela vá aceitar. Foda Blizzard e o que ela sentia sobre o clube. Ela precisa de ajuda.

Ela balança a cabeça e mantém seus joelhos puxado com força. Um braço está aninhado ao peito – o que ela tinha queimado - mas dessa vez eu sabia que não era uma queimadura. Você poderia dizer claramente que ele foi quebrado pois um nódulo se projetava abaixo de seu pulso.

"Quem fez isso com você?" Eu sussurro, lágrimas entupindo minha garganta.

Um pequeno barulho vem da sua boca como se ele fosse concebido para ser uma risada. "Eu merecia. Eu não fiz bem o suficiente." Ela resmunga, soando como um fumante de dois maços por dia.

"Rose, você não merece isso. Eu não me importo se ele é seu pai. Ele devia se preocupar com você, ele devia amar você, não importa o quê." Eu tento aproximar-me, sentindo a necessidade de envolver meus braços em torno dela e levar toda a sua dor.

Esse foi o ponto em que meu mundo parou.

Tudo o que eu podia ouvir na minha cabeça era a palavra, não. Não, não, não, não, não.

A arma brilha na pequena quantidade de luz solar que passa através da sombra da árvore quando ela levanta-a do lado dela. Estava escondida ao seu corpo. Seu dedo está pressionado no gatilho e o cano está apontando diretamente para mim. Fico olhando para aquele buraco escuro, hipnotizada.

Era isso?

Eu pondero o que sentirei quando a bala me atingir.

Será que dói?

Mil pensamentos correm em minha cabeça até que seus soluços finalmente me puxam desse transe. Lágrimas escorrem do seu olho bom e ela tenta piscar como um lado estava ocupado visando a arma em minha cabeça e o outro eu assumi estava doloroso demais para se mover.

"Rose" Eu murmuro, não querendo assustá-la. "Rose, o que você está fazendo?" Meu coração está disparado, mas eu luto para manter a calma.

"Eu sinto muito." Ela chora baixinho. "Ele está me obrigando, eu não tenho uma escolha."

Eu queria olhar por cima do ombro e de alguma forma sinalizar para Kev. Eu duvido que ele possa ver o que está acontecendo quando meu corpo está bem na sua linha de visão, bloqueando Rose de seu ponto de vista.

"Quem? Seu pai?" Ela balança a cabeça lentamente. "Por quê?"

"Para me fazer provar a ele que eu sou digna de nossa família. Você tem que ser digno de usar o nome, DePalma."

Meu coração para.

Não. Não Rose.

Ela não era um deles. Ela não podia ser.

Rose era minha amiga. Ela me ajudou. Ela tinha me apoiado.

Ela funga. "Se eu não fizer isso, eles vão me jogar para fora e eu não tenho outro lugar para ir. Eu não tenho mais ninguém."

"Você tem a mim." Eu digo a ela, segurando a minha mão no meu peito e lutando para manter a náusea sobre controle. "Você tem a mim. Você tem o clube. Nós podemos protegê-la, nós podemos dar-lhe uma família. Por favor, Rose. Não faça isso."

Um olhar furioso veio em seu rosto. "Não." Ela retruca. "O clube é mau! O clube matou o meu avô. Eles mataram a minha família."

"Eles o quê?" Eu pergunto confusa, pronta para defendê-los, mas de repente ouço o guincho de pneus de carro.

"Chelsea!" Kev chama, ouço botas pesadas contra o pavimento.

"Pare! Ou eu vou atirar nela!" Rose grita enquanto se levanta, apontando a arma diretamente para mim, mas olhando por cima da minha cabeça. Um carro escuro para no meio-fio e a porta traseira se abre. "Ande Chelsea!"

Eu lentamente me levanto, verificando por cima do meu ombro para ver Kev de pé a poucos metros de distância, o rifle levantado e pronto para atirar. Eu não tinha dúvida de que Neil já estava correndo de volta para o clube para obter ajuda. Eu podia ver dois homens no banco da frente do carro, armas levantadas e apontando para Kev através do para-brisas.

Eu tinha que ir, ou isso iria se transformar em um banho de sangue.

Rose me segue com sua arma enquanto eu escorrego no banco de trás do carro. Atira-se atrás de mim e eu sou empurrada para trás no banco quando saímos do meio-fio.

O clube ficou para trás e eu estremeço.

Eu finalmente encontrei o meu lugar e isso está prestes a ser arrancado de mim outra vez.


Capítulo 38

 

"Eu acho que o quebra-cabeça está lentamente começando a fazer sentido." Blizzard observa, reclinado na cadeira do meu escritório.

"Sim, está tudo fazendo sentido, mas não está fazendo uma imagem muito foda." Leo resmunga enquanto anda pela sala. Blizzard, Leo, Wrench e eu nos reunimos para tentar chegar a um plano, ou pelo menos tentar entender o que diabos está acontecendo.

"Vamos acabar com isso tudo." Eu digo a meus garotos, inclinando-me com as palmas das mãos sobre a mesa na minha frente. Eu não posso sentar-me, meu corpo está muito ansioso. Leo tinha falado com o pai de Kit, Oz e ele foi capaz de clarear algumas coisas, incluindo o significado das datas e locais que tinham sido alterados sobre os registros de Leo e Wrench. Oz tinha estado em torno de quase todos os contatos do nosso presidente nacional - um bunda dura chamado Huntsman - e tinha ganho respeito. Se alguém grande no mundo do crime foi assassinado, eles sabiam sobre isso. Eles tinham isso porque, com mais um nome fora do jogo, isso significava que não havia dinheiro a ser feito.

"Romano DePalma foi preso em 1997. Não é sempre que um chefe da máfia é pego com a mão em evidência, mas, aparentemente, não havia suspeitas de um dedo duro dentro da família." Leo explica, recordando o que tinha ouvido falar de Oz. "Eles se arrumaram por um tempo, Marco, o irmão mais velho não tinha ideia do que estava fazendo. Durante a confusão, os Brothers by Blood acabaram pegando alguns de seus compradores – de armas e drogas eu acho."

"Então, como Anthony se tornou responsável?" Wrench pergunta, finalmente tendo um intervalo da digitalização de seu computador.

"Quando Romano viu que seu filho mais velho não poderia controlar suas coisas, ele tomou as rédeas e administrou as empresas familiares de dentro de sua cela na prisão. Não é uma tarefa fácil, mas não é a primeira vez que tem sido feito." Leo para de andar e se encosta na porta do meu escritório, esfregando a mão pelos cabelos curtos agora, um olhar que eu ainda estava para me acostumar. "2005 é onde isso começa a ficar fodido."

Blizzard assente. "Então Romano finalmente decidiu entregar o negócio da família, mas surpresa, surpresa, ele dá a seu segundo mais velho Anthony em vez de Marco."

"Ai," Wrench faz careta. "Aposto que feriu o ego."

"Não brinca. Você está pronto para administrar uma das mais poderosas redes criminosas nos EUA e papai diz que não?" Eu balanço minha cabeça. "Marco teria ficado chateado."

"Certo. Assim, um par de meses mais tarde - bam, Romano é morto em um pequeno tumulto dentro da prisão." Blizzard balança a cabeça. "Apenas na época que nossos garotos aqui estavam aparentemente lá dentro."

Eu fiz uma careta. "Então o que diabos isso significa? Alguém está tentando nos enquadrar, dizendo que foi o clube que o matou?"

Leo bufa. "Parece dessa maneira. E eles passaram por algum problema para fornecer esse tipo de prova."

"Essa não pode ser a DEA." Digo, pegando os papéis falsificados e olhando neles. "Seria muito fácil para nós provar que você não estava na prisão naquele momento. O governo pode ser estúpido, mas não é tão estúpido."

"Então, qual foi o motivo de Target?" Pergunta Wrench, fechando seu laptop.

"Alguém na família queria Romano morto e acho que eles nos usaram como bode expiatório." Eu bato os papéis em cima da mesa. Essa merda está ficando suja. Eles não só estavam atrás da minha mulher, mas agora descobrimos que eles estavam tentando colocar alguma merda em nós que nem mesmo tínhamos feito.

Blizz bate os dedos na minha mesa. "O que foi que Harmony disse naquele dia? Target era o cavalo de Tróia. Ele foi enviado para nos destruir de dentro para fora."

"Essa merda aconteceu dez malditos anos atrás. Target mal estava perto da metade disso. Por que esperaram?" Leo pensa, mas eu sabia a resposta. Tudo estava fazendo sentido agora, as peças finalmente clara e encaixando-se no lugar.

"Ele era muito jovem. Marco não tinha filhos e Target era o filho mais velho de Anthony. Ele veio a nós quando completou dezoito anos. Eles só esperaram seu tempo até que ele tivesse idade suficiente para ser prospect." Rosno. "Essa merda é fodido em tantos níveis."

"Mas espere, tem mais," Blizzard diz brincando, mas seu rosto conta uma história totalmente diferente quando seus olhos se conectam com o meu. "Eu encontrei um artigo de jornal on-line sobre a prisão de Romano em 1997. Por que você não lê e compartilha com a classe quem estava no comando da operação que o prendeu?" Ele me entrega e eu tenho que forçar meus olhos para baixo para lê-lo.

Eu sabia que isso não ia ser bom, eu poderia dizer só de olhar em seu rosto. Olho para o artigo. "Foda-me." Eu olho para Blizzard. "Essa é uma porra de brincadeira né?"

Ele cai para trás na cadeira. "Desejava que fosse."

"Quem é?" Leo pergunta curiosamente, afastando-se da porta e ficando ereto.

"David Blackwell, DEA." Eu solto um gemido.

"O pai de Chelsea?" Diz Wrench em reverência completa. "Bem, isso só passa de um pouco fodido para ser fodido diretamente na bunda."

"Optimus!"

Eu pulo quando ouço alguém gritar meu nome. Olhamos um para o outro por um minuto antes que Leo abra a porta e saia correndo, nós três seguindo ele.

"Optimus!" Eu sigo para a sala principal, assim quando Neil grita meu nome novamente enquanto corre para fora do corredor das garotas do clube, obviamente, à minha procura. Ele está respirando com dificuldade, mas consegui empurrar para fora as palavras que eu desesperadamente não queria ouvir. "Chelsea... Rose tinha uma arma... forçou-a em um carro." Eu aponto o dedo na direção dos portões da frente e nem sequer me preocupo em ficar por aqui e fazer mais perguntas.

Eu ouço um motor acelerando quando um Mercedes preto passa a toda velocidade pela rua normalmente tranquila. Até agora mais de meus irmãos se reuniram, incluindo um par de Old Ladies e Sugar segurando Harley de olhos arregalados.

"Blizzard, Camo, Wrench, pegue suas motos, tente alcançá-los" Eu grito enquanto corro em direção aos portões da frente. Kev os abre, segurando o rifle na mão.

"O que aconteceu?" Eu rugo.

Um coro de motos ligam atrás de mim e Kev espera até que eles passem pelos portões, pneus cantando, antes de falar. "Foda, cara. Ela estava lá." Ele aponta para uma árvore que sombreia o pavimento a cinquenta pés de distância. "Rose estava sentada debaixo da árvore, Chelsea se agachou na frente dela. Eu não podia ver a arma, até que fosse tarde demais e havia um carro vindo. Porra. Eu deveria ter apenas atirado naquela cadela traidora." O fato de que eles tinham a deixado sair do portão não era a minha maior preocupação no momento. E eu sabia até que eu encontrasse Chelsea, Kev iria se bater o suficiente por nós dois. Ele iria conseguir por ser tão estúpido, mas agora, tudo o que eu queria era encontrar a minha mulher.

Eu volto para o clube apressadamente, os meus irmãos – minha família - apenas olhando no temor do que acabou de acontecer.

"Papai!" Eu observo Harlyn contorcer-se dos braços de sua mãe e correr com força total para mim, lançando seu pequeno corpo em meus braços. Eu a pego, segurando-a firmemente ao meu alcance e enterrando meu rosto em seus cabelos. Minha raiva lentamente se dissipa e de repente eu estou tomado pela emoção. Eu senti a pequena mão de Harlyn acariciar minhas costas como se ela soubesse exatamente como eu estava me sentindo e o que eu precisava.

"Está tudo bem, papai." ela sussurra baixinho. "Está tudo bem."

Eu quase quebro. Eu queria gritar, quebrar alguma coisa ou alguém. Mas não o fiz. A menina em meus braços me deu força.

"Sim, garota." Eu digo fechando os olhos e respirando fundo. "Tudo vai ficar bem."

Ela olha direto em meus olhos e ergue a mão, o dedo mindinho apontado. "Promessa de mindinho?"

Forço um sorriso, pela inocência dessa garota. "Eu prometo de mindinho." Minha voz se quebra. Sinto uma mão suave no meu braço e depois de um momento eu finalmente retiro meu rosto do conforto do abraço de Harlyn. Sugar olha para mim, um sorriso triste atravessa seu rosto.

"Vamos Harlyn." Ela diz suavemente, erguendo seus braços para fora. "Papai precisa trabalhar agora."

Harlyn concorda e eu passo-a para Sugar, que levanta a nossa garota em seu quadril. Elas vão para dentro seguidas por um punhado de Old Ladies e garotas do clube que tinham saído durante o tumulto. Olho para os meus irmãos, seus rostos todos me dizendo a mesma coisa.

Eles estavam prontos para se levantar e lutar.

Eles não estavam indo deitar e deixar essa merda acontecer.

Chelsea era uma de nós.

Ela era família, e ninguém se mete com a família e vai embora.

De maneira nenhuma.

Meus homens queriam sangue, e isso é exatamente o que eles iriam conseguir.


Capítulo 39

 

Não demorou muito antes de ouvirmos o ronco das motos descerem a estrada e entrar no clube. Eu sabia que era um longo trecho, enviando meus homens atrás do carro em alta velocidade, mas se eu não tentasse, eu não saberia. Eles pararam na nossa frente e Blizzard foi o primeiro a desligar o motor e descer. Eu poderia dizer que meu irmão estava lutando para entender isso. Rose tinha acabado de mostrar-nos suas verdadeiras cores e a realidade disso o atingiu com força.

Blizzard lutou com confiança. Ele tinha suas razões e eu não tinha dúvida de que isso tinha apenas reafirmado-as para ele. Ele tinha se importado por essa garota e ela tinha acabado de se virar e dar a ele e todos nós um grande foda-se.

"Eles tiveram muito vantagem no começo." Ele rosna.

Eu balanço a cabeça. "Igreja. Agora!" Eu jogo as portas abertas e todos meus irmãos me seguem para dentro. Aqueles que não estavam lá já tinham sido chamados e estaria a caminho. Eu bato meu martelo sobre a mesa quando meus homens tomam seus assentos. Sinto-me como um sargento do exército pronto para levar os meus homens para a batalha. Eu iria lutar para conseguir Chelsea de volta e esses homens, meus irmãos, meus soldados estavam prontos para me seguir. Não houve olhares apreensivos, ninguém estava correndo com medo ou se levantaram para me questionar. Éramos uma família. Essa era a linha de fundo e família ficava junta, não importa o que.

"Eu estava fodido quando pensei que poderia proteger Chelsea, afastando-a," eu digo a eles, meus olhos focalizando a sala. "Chelsea pode ter vindo a nós como uma garota do clube. Mas para mim ela sempre foi material para Old Lady, eu fui muito porra teimoso para admitir isso."

Meus irmãos ficam em silêncio enquanto me mostrava a eles. Estes homens me viam por quem eu era. Quando meu pai foi morto eles votaram para eu estar em seu lugar, a crença deles em mim completamente surpreendente. Eles acreditavam em mim e eu não estava prestes a desapontá-los.

"Ela é tudo para mim, rapazes." Digo a eles, em pé e colocando ambas as palmas das mãos sobre a mesa. Minha cabeça pendurada. "Eu passei esse tempo todo afastando ela para tentar mantê-la fora de perigo quando eu poderia ter passado esse tempo com ela."

"Ela está voltando, Op." Diz Leo, de pé e batendo as mãos para baixo sobre a superfície de madeira. "Nós vamos trazê-la de volta."

Eu ouço um coro de acordo em torno da sala quando cada um dos meus irmãos fica de pé.

Isso era família.

O meu clube estava me apoiando em todos os momentos. Eles iriam dirigir para o inferno comigo e eu faria o mesmo por eles. A irmandade que tínhamos era algo difícil de explicar para os forasteiros. Alguns nos viam como gangues ou delinquentes em uma viagem de poder. Mas nós éramos mais do que isso. Éramos uma família - uma família mais forte do que parentes de sangue.

Foi a nossa lealdade um para com o outro que nos fez tão forte. Esses homens não tinha que me seguir, eles não tinham que aceitar minhas ordens ou colocar suas vidas em risco, porque eu lhes falava para fazer.

Eles escolheram me apoiar – isso era a escolha deles.

E todos os dias eu estava grato pela confiança e respeito que eles tinham por mim.

Podemos ser foras da lei - criminosos, podemos discutir com cada um de tempos em tempos, podemos lutar e brigar, e em algum momento, podemos quebrar. Mas eu sabia que quando isso era importante o impulso vinha pressionar um por um de nós que estava em crise - ficamos juntos.

Nós ficamos como um.

Nós éramos fortes - inquebrável.

"Então vamos trazê-la de volta."

Desde a visita de Anthony no clube, eu tinha a certeza que nós tínhamos algum tipo de vigilância nele. Melhor estar na ofensiva do que na defensiva. Ele estava hospedado em Huntsville, uma cidade não muito longe de Atenas. Ele tinha um hotel ostentoso, mas de acordo com Wrench seu pessoal vinha e ia, mas ele mesmo não tinha saído muito.

Isso me deixou curioso. Ele tinha chegado naquele dia, fazendo ameaças sutis para o clube por causa de seu filho desaparecido, mas ele estava aqui por duas semanas e ainda tinha de fazer uma jogada.

"Talvez ele realmente acredite que seu filho esteja desaparecido." Slider sugere depois que entra e entende o que está acontecendo.

"Ele não pode ser tão estúpido." diz Camo revirando os olhos.

"Ele não é estúpido, ele está sendo inteligente." Diz Kev, falando pela primeira vez. "Ele não quer começar uma guerra. Ele sabe que uma vez que ele fez um movimento, poderia trazer uma tempestade de merda completa sobre ele. The Brothers By Blood não é apenas um pequeno clube que ele pode empurrar ao redor. Temos uma quantidade sólida de apoio por trás de nós, e não apenas de nossos irmãos, mas de outros clubes que estarão do nosso lado. Ele está sendo inteligente, conseguindo os fatos em primeiro lugar. Descobrindo quem somos, o que temos atrás de nós."

"Então, por que todos os ataques contra o nosso povo? Por que explodir o carro de Chelsea e matar uma garota inocente só porque ela trabalha para nós." Blizzard responde.

Kev concorda com a cabeça. "Essa é a parte que não faz sentido. Isso não é ele, não é quem ele é."

"Só há uma maneira de descobrir o que está realmente acontecendo." Eu digo, ficando de pé. "Eu acho que é hora de fazer uma visita por nossa conta."

Os rostos ao meu redor estão endurecidos e sérios, mas todos nós sabíamos o que precisava ser feito. Levo alguns irmãos comigo para Huntsville, o resto ficou para trás, à espera de novas ordens. Eu não sabia para onde eles tinham levado Chelsea, e se ela ainda estivesse em Atenas, eu queria um grupo dos meus homens por perto para o caso. Isso nos espalhou um pouco mais do que eu teria gostado, mas isso era mais do que apenas uma demonstração de poder. Estávamos ficando sem tempo e se ela ainda estivesse na área eles seriam capazes de chegar lá muito mais rápido.

Eu quase ri com a falta de segurança que Anthony DePalma tinha. Não havia homens estacionados no átrio do hotel e fomos capazes de caminhar em frente sem causar uma confusão. Ou ele era incrivelmente arrogante e não pensou que nós íamos caminhar diretamente para sua toca, ou ele estava deixando-nos entrar e nós estávamos entrando em uma luta que poderia nos custar nossas vidas.

Eu bato minhas mãos no balcão de mármore, a jovem por trás dele quase salta de sua pele. "Quarto de Anthony DePalma, qual é o número?" Rosno. Ela olha em volta freneticamente e eu sei que preciso conseguir terminar isso rápido, porque eu não tenho dúvidas de que alguém já tinha chamado a polícia.

"Eu... uh... eu não posso..."

Slider escorrega ao redor da mesa e mostra a mulher seu sorriso marca registrada. "Olá, querida. Eu só vou afastar você para o lado aqui por um minuto." Ele puxa sua cadeira e rola lentamente para longe da mesa. Ela nem sequer luta contra isso, sua boca está aberta enquanto assiste Slider bater nas teclas do computador.

Ele zomba e empurra a menina atordoada de volta ao seu lugar atrás do computador. "Cobertura, é claro. Onde mais ele ficaria?"

Eu nem sequer faço uma pausa, indo direto para o elevador. Blizzard, Wrench, Slider, Ham e Leo todos sobem ao meu lado. Foi um aperto, quase cômico.

"Indo para cima." Slider anuncia, seu sorriso largo, mas eu posso ver a tensão no rosto do meu irmão. Estávamos nos preparando para uma luta. O elevador apita e as portas se abrem, Leo tira a arma do coldre dentro de seu colete e inclina-se para fora da porta.

"Dois guardas no final do corredor fora das portas duplas. Eles estão descansando." Eu balanço a cabeça e meus irmãos todos pegam suas armas. Leo levanta três dedos, depois dois, e um, e todos nós saímos do elevador juntos, uma parede de força. Demora um segundo para os dois homens olharem para nós, ambos saltando para trás de surpresa e suas mãos se movendo para as armas que eu pude ver enfiadas em suas cinturas.

"Não toque nisso." Leo resmunga, dá um passo em nossa frente. Esse é o seu trabalho, ele era o homem que garantia que em todas as situações estávamos a salvo, que estávamos cobertos. Eu o deixo assumir a liderança, sabendo que a sua experiência com isso superava a minha, e ter fé completa que ele saberia qual abordagem seria a certa. Os dois homens se entreolham antes de levantar lentamente as mãos no ar.

"Abra as portas." Eu falo quando chego mais perto, a minha arma ainda levantada e voltada diretamente para uma das suas cabeças. Não haveria nenhum ferido, havia apenas atirar para matar. Esses caras eram implacáveis, treinados para fazer exatamente o mesmo.

Uma mão no bolso lentamente e puxa um cartão de acesso. Ele passa o cartão na fechadura da porta e quando apita também introduz um código no painel ao lado dele. Obviamente, Anthony não era tão estúpido como eu pensei quando se tratava de medidas de segurança. Vi os números que ele colocou, os gravei na parte de trás da minha mente para referência futura.

As portas foram empurradas abertas e aceno com a minha arma para eles entrarem na frente. A grande suíte em que entramos era aberta. Havia várias pessoas no espaço e isso não me levou muito tempo para ver Anthony DePalma sentado à mesa de jantar, um jornal em suas mãos e óculos de leitura apoiado em seu nariz.

"Querida, estamos em casa." Slider grita, o barulho ecoando no vasto espaço aberto.

Há de repente uma onda de movimento. Homens gritando, a segurança sendo clicada nas armas. Eu observo o rosto de Anthony ir de relaxado para enfurecido em menos de dois segundos. Ele empurra sua cadeira para trás e lentamente se levanta. Eu não estava intimidado, mesmo quando mais de seus homens inunda o espaço. Eu faria qualquer coisa para conseguir Chelsea de volta e isso inclui olhar a morte nos olhos e gritar foda-se. Que parecia agora ser exatamente o que eu estava fazendo.

Nós ficamos de pé dentro da sala em um impasse completo. Anthony e eu olhamos um para o outro, esperando o outro falar ou fazer uma jogada. As armas estavam apontadas, a ameaça de violência preenchendo o espaço rapidamente.

"Eu quero ela de volta, agora." Eu peço, dando um passo para frente e apontando mais do que uma arma para mim enquanto me aproximo do chefe deles.

"Você não entrou em minha casa para começar a me dar ordens." Anthony diz com firmeza.

Eu quase grito. "Mas você pode vir a minha casa e pegar a minha mulher?!"

Vejo a raiva em sua face, e se converte à confusão. "Eu não fiz isso."

"Besteira." Eu respondo, puxando minha arma do coldre e apontando-a diretamente para ele. "Você é o único idiota corajoso o suficiente para ir até aos meus portões para uma reunião e então ir embora. Ninguém é mais estúpido pra caralho como você."

Ele dá um passo para frente. "Meça suas palavras."

"Oh, espere, você não poderia mesmo vir e fazer isso sozinho. Você tinha que ser indireto e sorrateiro e enviar uma jovem para fazer seu trabalho sujo." Eu falo lentamente, tentando controlar minha raiva.

"Se você tivesse feito sua pesquisa corretamente você saberia que eu tenho uma filha, e eu sei exatamente onde ela está e que ela está fazendo agora." Ele zomba, andando mais perto, mas escolhendo sentar em uma poltrona parecendo o cara em sua pequena sala de estar. Era para ser um insulto, me dizendo que eu não merecia ser acolhido por não ser educado. "Portanto, antes de entrar aqui, fazendo acusações... "

"Então quem diabos é Rose?" Blizzard exige, ficando do meu lado.

Eu pego a surpresa em seu rosto antes que ele a esconda. Mas não foi só a dele. Eu reconheço dois dos outros homens na sala, eles eram seus filhos, e seus olhos estavam fixos em seu pai, cheio de curiosidade e perguntas.

"Rosalie?" Um deles pergunta, dando um passo mais perto de seu pai.

"E quem é Rosalie?" Rosno, imitando a maneira elegante que seu filho tinha dito o nome dela.

Ele me dá um olhar afiado antes de encontrar a compostura novamente.

"Rosalie é minha sobrinha."


Capítulo 40

 

"Bem, a porra da sua sobrinha apareceu em frente do meu clube, apontou uma arma para a minha Old Lady e forçou-a em um carro. Depois de passar os últimos meses fingindo ser sua amiga." Eu digo, apontando o dedo para ele.

"Não é possível." Diz, batendo com os dedos no braço da cadeira de couro. "Minha sobrinha está do outro lado do país na faculdade na Califórnia."

"Então quem diabos estava sentada do lado de fora do meu clube apontando uma arma para a minha Old Lady algumas horas atrás?" Eu pergunto. "Ela gritou que o clube tinha matado sua família. E, tanto quanto sei, você é a única pessoa com esse tipo de vingança contra nós."

Seus lábios se apertam enquanto ele olha para o outro lado da sala. Eu penso que ele está prestes a se soltar, mas em vez disso, ele grita. "Grant!"

Olho ao redor da sala, parando quando um de seus homens se aproxima. Ele é um cara desajeitado, cabelos penteados para trás com muito gel e arrogância escorrendo de seus poros.

"Senhor." Diz ele, com os olhos focados em meus homens enquanto ele se aproxima.

Anthony não olha para ele. "Onde está Rosalie?"

Eu vejo o canto do lábio se contorcer como se quisesse sorrir. "Cali, senhor."

"Isso é uma mentira." Ham move-se rapidamente para o meu lado. Viro a cabeça para ele, curioso.

"Grant é o namorado de Rosalie. Seria de supor que ele saiba onde a sua mulher está." Seus olhos encontram os meus. Ele estava jogando essa merda na minha cara. Eu mantive minha raiva sobcontrole, lutando contra a vontade de socar o filho da puta na garganta. Havia muitas armas apontadas e uma vez que algo começasse, as pessoas iriam morrer. Eu sabia disso com certeza.

"Oh, ele sabe exatamente onde ela está? Na semana passada, quando eu segui as garotas em uma noite fora, ele e outro rapaz se aproximaram delas." Ham explica, veneno em suas palavras. Eu vi os olhos de Anthony se estreitar. Era um pequeno movimento, mas um que me disse que estava ouvindo e contemplando a lealdade de seus homens.

"Quando eles tentaram levar Chelsea e Rose para casa com eles, alguém entrou em cena." Ele olha para mim. "Deacon."

Ham tinha me informado sobre isso, mas durante o tempo isso tinha me deixado com raiva ao saber que ele estava passando um tempo com Chelsea e cuidando dela quando esse era o meu trabalho. Eu não percebi o significado de tudo isso até agora.

Eu podia sentir Blizzard ao meu lado. Seu corpo estava praticamente irradiando e tremendo de raiva. Eu não tinha certeza se era porque esse tolo estúpido tinha acabado de admitir ser o namorado de Rose. Ou se era a situação em geral. Eu só rezava para que ele conseguisse conter sua raiva um pouco mais de tempo assim todos nós poderíamos sair de lá vivos.

Os olhos de Grant vão passando rapidamente ao redor da sala. Eu soube então que ele era culpado. Ele estava nervoso. Eu também estaria se eu tivesse acabado de mentir para um dos maiores Don da Máfia nos Estados Unidos.

Eu cruzo os braços sobre o peito e espero pelo show. Anthony não estava disposto a deixar ninguém fugir por fazer dele um tolo. Especialmente na nossa frente, as pessoas que ele considerava a oposição.

"Gio" Anthony rosna.

Giovanni, o filho mais velho de Anthony agora, está mais próximo do homem. Sua arma é levantada em um segundo e colocada contra a tempora de Grant. O cara balança, tropeçando quando Gio o obriga a caminhar ao redor do sofá para ficar diante de seu pai. Gio coloca uma mão em seu ombro e aperta. Grant faz uma careta de dor quando ele é forçado a ficar de joelhos.

Anthony se inclina para frente. "Vamos tentar isso novamente. Grant, onde está Rosalie?"

Grant baixa a cabeça em derrota, sabendo que não existia nenhuma maneira que ele pudesse mentir. "Em Atenas, com Marco."

A cabeça de Anthony recua, ele foi surpreendido por essa informação. Ele leva um momento para se recompor antes que pudesse se mover mais para perto outra vez, sentado na beirada da cadeira. "Fale agora."

"Senhor..."

"Não" Anthony cospe, "você fala agora ou eu entrego você para este clube e eles podem torturar você pelos fatos por tudo que me importa. Fala!"

Eu queria esfregar minhas mãos juntas. Gostaria muito dar um soco neste bastardo, mas tanto quanto eu odiava admitir, Anthony estava fazendo a coisa certa. Isso ia ser uma maneira muito mais rápida para conseguir as informações de que precisamos.

"Marco está atrás da garota." Ele admiti em voz baixa, longe do bastardo arrogante nele.

"Por quê?" Pergunta Gio, pressionando a arma com força na parte de trás do pescoço do homem.

"Porque o pai dela colocou seu pai na prisão." Eu digo. Todos os olhos se voltam para mim, então eu continuo, "Romano foi preso pelo pai de Chelsea, que era um membro da DEA. Marco foi lá e pegou sua vingança, mas Chelsea conseguiu escapar por uma janela. Quando a polícia a encontrou, eles sabiam que alguém estaria vindo atrás dela, como a peça que faltava, então eles esconderam ela onde ninguém iria procurar... em um orfanato."

Anthony me observa preso por minhas palavras. Seus filhos olham claramente surpreendido com a notícia. Ninguém falou ou tentou argumentar que eu estava errado, então eu continuo. "Ele tentou enquadrar The Brothers By Blood. Eu acho que ele estava um pouco chateado que quando Romano foi repudiado e ele foi colocado no banco do motorista e nós ainda conseguimos atrapalhar alguns de seus negócios."

Eu podia ver Anthony cerrando os punhos quando ele sentou-se sobre suas calças perfeitamente passadas. O dedo de Gio se contrai no gatilho da arma e rezo para que ele não dispare até que eu soubesse exatamente onde Chelsea está e como conseguir leva-la para casa inteira.

"Seu irmão é maluco." Blizzard estala, sua determinação finalmente quebrando. "Você sabe o que ele está fazendo com aquela menina? Eu a vi mais de uma vez com hematomas e queimaduras, pelo amor de Deus. Ela deveria ser a sua família, mas que porra você está fazendo para protegê-la?"

Eu jogo minha mão para o lado, minha palma pousando no peito de Blizzard quando eu o sinto avançar. Não era comum as pessoas verem esse lado dele. Ele é brincalhão – relaxado, calmo - um cara que você gosta de estar por perto. Mas ele também é ferozmente protetor daqueles que ele se preocupa.

"Gio, Rico... vocês vão ficar." Anthony fala em voz baixa, mas com firmeza. "Optimus, eu acredito que nós precisamos ter algumas palavras."

Abaixo meu queixo.

"Por favor, sinta-se livre para ter alguns de seus homens cuidando de Grant aqui. Eu gostaria de um pouco de privacidade para essa conversa."

Eu não espero um segundo mais. "Ham, pegue o idiota." Eu precisava disso terminado. Quanto mais tempo eu deixar Chelsea, mais eu arriscava sua vida.

Ham, Wrench, e Slider deram um passo à frente e agarraram a pequena cobra deitando-o, arrastando-o para fora da porta em direção ao saguão. Gio e Rico ficaram ao lado do pai. Blizzard e Leo ficaram comigo, fazendo a mesma coisa.

"Parece haver alguns mal-entendidos entre nós," Anthony diz claramente, uma vez que a sala tinha esvaziado.

"Alguém tentou enquadrar-nos pela morte do seu pai. Não fomos nós e eu posso provar essa merda." Eu digo a ele.

Ele balança a cabeça e cruza as mãos de volta em seu colo. "Sim, eu tenho certeza que você pode." Ele limpa a garganta. "Meu irmão não ficou feliz que o meu pai passou o seu legado para mim."

Eu ouço Blizzard zombar atrás de mim. Anthony lança-lhe um olhar, seus olhos se estreitam.

"Quero a minha mulher de volta." Eu digo simplesmente. "Se ele a machucar, eu vou matá-lo." Eu não estava prestes a bater em torno do arbusto. Marco DePalma era um homem morto. Anthony poderia tentar me parar agora, mas de uma forma ou de outra eu ia matá-lo.

Ele levanta a mão e coça o queixo. "Você diz que ele está machucando minha sobrinha?" A pergunta foi destinada para meu VP.

Blizzard não hesita em responder. "Em mais de uma ocasião. Nosso homem disse quando ela puxou a arma e mandou Chelsea entrar no carro que ela estava com algumas feridas da batalha bastante desagradável." Ele fala com os dentes cerrados, o pensamento, obviamente circulando em sua mente.

"Ela é uma filha ilegítima. Ela veio de um caso com uma de suas empregadas domésticas." Eu olho para cada um de seus garotos e eu podia ver o orgulho em seus olhos. "Para ele, ela precisava ganhar o direito de ser parte dessa família. Sua mãe foi embora antes dela nascer. Nós não sabíamos nada dela até que ela apareceu em torno de um ano ou mais atrás, fazendo reivindicações. Marco estava desgostoso. Mas para nós, assim que ela provou seu DNA, era da família. Ela tem o meu sangue em suas veias, não importa o que foi misturado. Eu deveria ter parado antes de chegar a esse ponto."

Este homem forte sentado na minha frente, com a cabeça pendurada como se estivesse envergonhado de suas ações. Ele podia olhar um homem nos olhos antes de atirar nele e matá-lo, mas quando se tratava de família, não havia nada mais importante.

Talvez não fossemos tão diferentes.

"Grant vai lhe dar a informação para encontrar Marco e conseguir sua... mulher... de volta. Eu acredito que você vai fazer o que achar melhor e vou considerar o que você me disse aqui hoje."

Com isso, fomos dispensados. Não houve derramamento de sangue e eu tinha uma maneira de recuperar o que era meu. Eu estava satisfeito. Eu apenas balanço a cabeça e me viro, meus irmãos me seguem para fora.

Nosso amigo Grant estava ostentando um lábio cortado e estava pressionado contra a parede. Wrench estava sorrindo e Ham olhando para ele com desgosto. O tempo estava acabando e a única coisa que me preocupava era em conseguir a informação que precisava para acabar com Marco e salvar a minha garota.

"Leo, ligue para os rapazes, mande-os pegarem suas motos." Eu peço. Wrench pega o pedaço de lixo pelo braço e arrasta-o enquanto descemos o arrumado e apropriado saguão do hotel.

"Vamos pegar nossa garota de volta."


Capítulo 41

 

"Dê-me seu celular." Diz Rose, com a voz trêmula.

Eu olho, mas puxo meu telefone de onde eu tinha enfiado no lado do meu sutiã. Ela toma-o de minha mão e desliga-o antes de colocá-lo no bolso de sua calça jeans. Eu me empurro contra a porta do carro, tentando me impedir de ser jogada de um lado para outro enquanto o motorista manobra as ruas laterais, tecendo dentro e fora do tráfego. Ele é bom, eu tenho que concordar com isso.

Eu sabia que ninguém iria encontrar-nos agora. Se eles estavam perseguindo, eles teriam perdido a visão de nós há um tempo atrás. Rose me observa, a arma em sua mão apoiada em seu colo.

"Eu sinto muito." Ela sussurra baixinho. O carro era grande, mas ainda estávamos perto do motorista e seu ajudante. Eu não tinha certeza se eles poderiam nos ouvir.

"Por quê?" Pergunto tristemente.

"Eu precisei. Me obrigaram." Seu olho bom se enche de lágrimas, o outro está tão inchado que me pergunto se haveria dano permanente. Mas por que eu deveria me importar.

"Eu disse que o clube poderia ajudar. Poderíamos ter protegido você."

"Cala a boca, puta." Eu pulo quando o passageiro da frente vira-se para me agarrar. Eu o reconheço. Ele era um dos homens assustadores que Rose tentou me fazer acompanhar até a casa deles. Meus olhos se arregalam e um sorriso lento cresce em seu rosto. Era nojento e me faz sentir suja.

"Você..." Eu gaguejo, olhando para trás e para frente entre Rose e meu captor. "Foi uma armadilha. É por isso que você ficou tão perturbada, tão ansiosa para ir com eles." Digo para ela acusadora. Eu sinto a raiva acumular-se no meu estômago, substituindo o medo.

Eu tinha sido capturada.

"Ah, então a cadela finalmente entendeu." Ele ri, voltando-se para encarar o para-brisa.

Olho para Rose e ela abaixa a cabeça. Estava claro que ela tinha vergonha de suas ações.

"Como você pôde?" Eu zombo. "Eu era sua amiga. Eu me preocupei com você, porra eu me importei com você!"

O corpo dela se encolhe com cada palavra.

Boa. Eu esperava que elas estivessem batendo nela onde doía.

"Não é você!" Ela chora. "É o clube. Eles machucaram minha família. Eles levaram o meu primo e meu avô e nosso negócio."

"Besteira!" Eu choro. Eu queria estender a mão e dar um tapa nela.

Essa amiga que eu tinha chegado a amar, me traiu e agora o meu destino estava nas mãos de homens loucos que estavam prestes a fazer quem sabe o que comigo.

Nós entrado em uma área degradada. As casas eram velhas, caindo aos pedaços e em necessidade desesperada de um trabalho de pintura. Eu sabia que não estávamos dirigindo por muito tempo por isso devíamos estar ainda na área de Atenas, mas eu nunca tinha estado desse lado da cidade. Isso provoca um arrepio na minha coluna. Eu não tinha ideia do que estava prestes a acontecer, mas eu sabia no meu intimo que não era bom.

Eu ia me machucar.

Nós seguimos até uma casa grande. Não era como o resto, era mais nova e não se encaixava.

"Cuide dela." O cara assustador do bar ordena, dando a Rose um olhar mau. Ela balança a cabeça em afirmativo, reconhecendo a ordem, mas sem olhar para ele.

Ambos os homens pulam para fora do carro e caminham até a porta da frente. Se eu tivesse qualquer chance de sair dessa situação, era agora.

"Rose, por favor." Imploro, lágrimas enchendo meus olhos. "Nós somos amigas. Eu te amo. Eu me preocupo com você. Por favor, não faça isso."

Ela olha para cima de onde segurava a arma no colo. "Eu tentei orientá-los longe de você. Tentei fazer isso sem você se machucar. Eu defini o temporizador na bomba errando assim ela iria explodir depois que você estivesse fora. Eu tentei impedi-la de ir para o trabalho naquele dia que eles atiraram na academia. Eles não deveriam fazer isso! Eles deveriam apenas pegar você!"

Eu assisto a ansiedade crescendo dentro dela. Suas mãos tremem e ela está jogando a cabeça para trás e para frente como se tivesse alguma grande luta interna. Olho por cima do banco e percebo que o motorista idiota tinha deixado às chaves na ignição. Eu vejo quando eles estão na porta da frente da casa, provavelmente à espera de alguém vir abri-la. Sem dúvida, me segurando na mira de um revolver em campo aberto, possivelmente, chamaria atenção, mesmo neste tipo de área.

Olho para Rose. "Podemos sair dessa. Nós podemos ir para o clube. Eles vão protegê-la. Você estará segura lá e seu pai não será capaz de encontrá-la." eu falo calmamente e rapidamente. Eu vejo seus olhos direcionarem para onde os homens estão parados. Ela estava considerando. Eu podia ver isso. "Você não tem que fazer isso, eu sei que você pensa que precisa, mas não precisa. Eu posso provar-lhe que o clube não fez o que você acha que eles fizeram. Eu posso provar."

Vejo que a porta da frente da casa está agora aberta e os homens estão caminhando de volta para o carro, rindo e brincando como se minha vida não estivesse em perigo. Era uma grande piada para eles.

Estendo a mão para ela, minha mão se movendo lentamente na minha necessidade desesperada de afastar a arma dela. Eu sinto o metal frio sob a minha mão, mas antes que eu possa fechar os dedos em torno dela, a porta do carro se abre atrás de mim e eu sou arrancada para fora do carro.

Eu grito, esperando que alguém me ouça. "Fiquem longe de mim! Coloque-me no chão!"

Vejo Rose atrapalhar com a maçaneta e sair pelo outro lado. "Pare com isso!" Ela grita. "Você vai machucá-la!"

Senhor Assustador ri, observando enquanto o outro homem me segura com força enquanto eu chuto e luto. Ele pega a arma da mão de Rose. Ela tenta agarrá-la de volta, mas ele a empurra no peito fazendo-a cair na calçada de concreto.

"Isso é o que você queria, prostituta?" Ele pergunta, apontando a arma para mim. Meu corpo instantaneamente congela.

Pessoas mentiram quando disseram que sua vida passava diante de seus olhos antes de morrer. Minha vida não passou diante de meus olhos. Não houve pensamentos profundos e significativos que corresse pela minha mente. Eu não questionei as escolhas que eu tinha feito ou se eu gostaria de ter mais uma chance de fazer as coisas de forma diferente. Tudo o que eu pensava era, eu me pergunto o quanto isso vai doer. Vejo o dedo pressionar o gatilho, é lento e proposital. O sorriso em seu rosto ficando cada vez mais amplo.

Rose grita. "Não!" Arrastando pelo concreto, segurando seu braço quebrado ao seu corpo e estendendo a outra mão. Deixo escapar um sopro de ar, aceitando meu destino quando o gatilho foi forçado.

Clique.

Não houve grande estrondo. Sem lampejo de luz antes que a escuridão me consumisse.

O que houve embora foram risos.

Senhor Assustador está histérico, quase dobrou e com respiração ofegante. O homem que me segurava não pode suprimir as risadas também.

"Você pensou que..." Ele tenta falar, mas tem de ter um momento para se acalmar. "Você pensou que daríamos a você, sua traidora uma arma carregada?"

Rose parece que tinha levado um tapa.

Eu mostro os dentes e me jogo para frente, apenas para ser contida.

Ele ri novamente. "Ela estava te enrolando todo este tempo e você acha que nós confiamos nela? Você não acha que sabíamos que iria jogar a carta da pena e tentar puxa-la para seu lado? Quase fez isso também. Eu vi isso em seus olhos." Ele ri novamente. "Ou eu deveria dizer olho."

O homem por trás força-me a caminhar, empurrando-me e fazendo-me tropeçar e cair. Meus joelhos arranham no concreto e as palmas das mãos estão arranhadas e ardem. Eu quero chorar, mas eu não tenho tempo, eu sou arrastada pelos degraus da frente. Eu posso ouvir Rose atrás de mim, soluçando. Senhor Assustador diz a ela para calar a boca e eu queria virar e gritar com ele. Ela estava sofrendo, ela foi quebrada. Sim, ela tinha me traído, mas eu não podia evitar, ainda me sentia protetora com ela.

Ela tinha sido enganada também. Eu só sabia disso.

Andando pela porta eu pude sentir o sangue escorrendo pelo meu pé dos arranhões nos joelhos. O tapete no interior da porta era uma cor creme claro.

Boa. Espero que isso manche você filho da puta.

Eu sinto a gota de sangue da minha perna pingar no chão. Foi um pouco satisfatório.

Nós andamos por um longo corredor, a casa era boa. Arrumada. Quase como se ninguém realmente vivesse ali. No fim do corredor havia uma porta. Eu não queria abrir a porta. Eu sabia onde ela iria. Diretamente para um porão.

"Muito clichê cara mau." Eu digo com desdém, fazendo o homem atrás de mim rir.

Ele chega perto de mim, virando a maçaneta da porta e empurrando a porta aberta para revelar algumas escadas. O peito dele se esfrega contra minhas costas e eu posso sentir sua respiração no meu ouvido. Estremeço. Apenas um simples toque faz-me sentir suja. Respirando fundo, eu seguro minha cabeça erguida enquanto desço os degraus. Toda vez que eu coloco meu pé no chão eu digo a mim mesma 'você é forte, eles não vão quebrar você.' Eu espero que possa me convencer de que essas palavras são verdadeiras, porque eu não tenho ideia do que estou se metendo.

A temperatura muda drasticamente quando chego ao fundo da longa escadaria. Estava frio e apenas com uma camiseta leve e calças de academia e tênis, parecia que eu estava dentro de um congelador. O local era sujo, não como no andar de cima. Havia caixas cobertas de poeira e ferramentas antigas espalhadas por toda parte. Um sofá foi empurrado contra a parede e outros itens domésticos estavam por toda parte.

"Chelsea! Estou tão feliz que você possa se juntar a nós. Rosalie me falou muito sobre você." O homem apareceu por trás de uma pilha de caixas. Eu sabia que era o pai de Rose.

Eu não respondo, apenas olho para ele que só o faz rir. Ele se aproxima. Estava de terno risca de giz cinza e gravata e seus cabelos foram cortados. Eu não perdi o sotaque italiano também. Ficou destacado o suficiente para eu saber que o inglês era a sua segunda língua.

"Espero que os meus meninos tenham a tratado bem." Ele diz, apontando para os dois homens.

"Eles não me forçaram a segurar minha mão em qualquer chama de fogão, de modo que é sempre um bônus." Eu zombo.

A minha observação inteligente só faz seu sorriso crescer mais amplo. "Sim, você é tudo o que eu estava esperando que seria."

"E o que exatamente você estava esperando que eu seria?"

"Forte." Seu riso se transforma em um sorriso e eu posso sentir a promessa de dor em seus olhos. "Os mais fortes são os mais divertidos para quebrar."


Capítulo 42

 

Cordas foram amarradas em torno de meus pulsos e tornozelos e eu fui forçada a sentar-me no chão de concreto frio contra a parede. Marco desaparece no andar de cima com o Senhor Assustador, deixando o outro homem com a gente. Eu posso ouvi-lo voltando e descendo as escadas agora, mas ele estava sozinho. Eu não sabia quanto tempo eles tinham ido embora, mas minha bunda estava amortecida há muito tempo e meu corpo tão congelado que eu nem estava tremendo mais - eu fiquei dormente.

Meu estômago em nós e eu senti como se pudesse vomitar. Minha boca se enche de saliva, mas eu forço a engolir, não querendo mostrar a estes homens como eu estava realmente me sentindo, apesar de meus olhares de morte e língua afiada.

Eu estou assustada. Com tanto medo.

Ouço a respiração de Rose em um soluço assim que Marco volta para a sala fria.

"Vá limpar-se, Rosalie." O tom de seu pai não é carinhoso e gentil, e sim de nojo.

Rose olha para mim como se debatendo consigo mesma se me deixaria sozinha com esses homens. Não importa. Tenho a sensação que se Marco era o tipo de homem que tratava seu próprio sangue da maneira como ele tratou Rose, ele não se importaria se ela estivesse na sala enquanto me machucasse. Ela se levanta com as pernas trêmulas e começa a andar para as escadas, parando na frente de seu pai e olhando para ele.

"Por favor, papai... " Ela nem sequer tem tempo de terminar a frase antes que seja enviada para o chão gritando de dor.

"Eu disse a você, ainda não ganhou o direito de me tratar assim." Ele grita, o som crescendo no espaço fechado e ferindo meus ouvidos. Ele fica sobre seu corpo choramingando.

"Deixe-a em paz." Eu grito, lutando em minhas restrições.

Ele olha para cima, surpreso com minha explosão. Inclinando-se, ele agarra um punhado dos cabelos dela. "Essa garota mentiu para você, ela atraiu você para lugares e tentou feri-la e você está defendendo ela?" Ele a balança e ela grita novamente.

"Alguém precisa defende-la. Obviamente, a desculpa patética dela por uma família não vai." eu cuspo.

Ele ri, o som mais como bruxas cacarejando. Ele empurra Rose para longe. Ela se levanta e me dá uma última olhada antes de desaparecer subindo as escadas. Eu ouço a porta se fechar atrás dela e estou sozinha.

Marco anda para frente. "Você sabe, para uma prostituta, eu achava que você seria mais submissa." Ele pondera como se estivesse falando seus pensamentos em voz alta. "Mas, novamente, perdendo ambos os pais tão jovem deve ter sido muito traumático para você. Fez você crescer muito mais rápido."

"Eu não os perdi." Eu rebato, minha voz embargada. "Eles foram assassinados!"

Ele revira os olhos. "Eu sei, eu estava lá."

"Então você está aqui para finalmente terminar o serviço comigo também. Aquela que escapou."

Ele encolhe os ombros. "Na verdade, era apenas conveniente. O clube tomou alguma coisa de mim anos atrás. Quando meu pai foi preso, eu esperava que eu fosse assumir. Mas The Brothers By Blood veio antes que eu tivesse a chance e arrebatar diversos negócios diretamente debaixo de mim." Sua voz é baixa, mas cheia de veneno e ódio.

"Você cochila, você perde." Eu murmuro sarcasticamente.

Marco vem em minha direção rapidamente, seus sapatos brilhantes batendo no chão. Ele estende a mão e envolve ao redor da minha garganta, me puxando para cima e tornando difícil a respiração. Eu posso sentir seus dedos cravando em meu pescoço, suas unhas perfurando minha pele.

"Matar o seu pai, o homem que colocou meu pai na prisão devia ter me feito feliz. Mas isso não aconteceu." Ele me segura contra a parede e fica bem na minha cara. "É por causa desses motoqueiros repugnantes que meu pai entregou tudo para o meu irmão mais novo. A prisão deles era para destruí-los, uma forma de ganhar o nosso negócio de volta, mas quando isso não funcionou, eu não tive nada. Deveria ter sido meu. Eu deveria estar administrando as coisas, não Anthony!"

Eu podia sentir pequenas gotículas de saliva no meu rosto. As coisas começaram a se confundir e minha cabeça parecia pesada. Ele me jogou no chão e eu saltei, batendo a cabeça no concreto. Eu fico atordoada e solto um gemido quando rolo sobre minhas costas, tentando aliviar um pouco da pressão que sinto na minha cabeça. Eu sabia que estava sangrando, sentindo o sangue pingar ao lado da minha cabeça e em meu ouvido.

Ele pressiona seu pé sobre o meu estômago e lentamente começa a aplicar pressão. Engulo em seco por ar e meu estômago torce quando ouço um estalo. Eu sinto como se tivesse sido esfaqueada. Eu não consigo respirar corretamente e estou começando a entrar em pânico. Eu sei que ele tinha quebrado uma das minhas costelas e provavelmente tinha perfurado o meu pulmão. Eu grito, a dor é insuportável.

"Meu pai não viu o potencial que eu tinha! Ele disse que eu era muito irritado, não sangue-frio suficiente." Um sorriso sádico aparece em seu rosto. "Mas eu fui sangue-frio suficiente para organizar a sua morte."

Eu ouço um suspiro.

A sala fica em silêncio além da minha respiração irregular.

"Você me disse que o clube matou meu avô." Rose sussurra. "Você disse que isso era o motivo para isso tudo. Conseguir vingança contra o clube por ferir a minha família."

Ouço Marco zombar alto. "Se o teste de DNA não tivesse provado isso, eu nunca teria acreditado que você é minha filha. Você definitivamente não tem cérebro."

Lágrimas escorre pelo meu rosto, eu só queria que isso acabasse agora. Eu queria que tivesse acabado. Eu estou começando a desejar que ele apenas atire em mim.

Sinto o corpo dela junto ao meu, mas com a falta de ar em meus pulmões, as coisas estão começando a desaparecer dentro e fora. "Oh meu Deus, o que eu fiz?"

Sinto sua mão fria no meu rosto.

É reconfortante.

Rose pode ter feito algumas escolhas erradas, mas apenas como eu tinha, ela tinha sido enganada por alguém que estava destinado amá-la.

Eu queria estar com raiva, mas isso não é culpa dela.

"Perdê-la será suficiente para deixar Optimus louco. E sem um líder forte, o clube vai cair aos pedaços." Eu ouço a risada de novo, mas parece tão distante agora.

"Aguente Chelsea." Ela sussurra. "Por favor, aguente."

Consigo forçar os olhos para limpar então eu posso ver a sala. Marco está de costa para mim, mas eu posso ver o homem ficar de pé atrás dele, seus olhos estão arregalados quando eles olham para mim.

Eu estou confusa.

Isso é até que eu vejo a arma que está pairando acima de mim. A mão de Rose está tremendo, mas ela está apontando-a sobre mim, diretamente para seu pai.

"Passei mais de um ano, tentando agradá-lo."

Meu peito arde com o esforço que tomo para puxar cada respiração, mas tudo o que eu quero fazer é gritar... Sim. Finalmente.

Marco vira para nos enfrentar, estreitando os olhos para a filha.

Ela continua: "Você mentiu para mim. Você me bateu. Você me fez sentir como se eu nunca fosse digna de sequer estar em sua presença. Tio Anthony e meus primos nunca me trataram assim. Ele ama seus filhos, ele está orgulhoso deles. Isso é tudo que eu sempre quis, era para você olhar para mim e se orgulhar."

Seus lábios se curvam em desgosto. "E o que você já fez para me fazer querer me orgulhar? Você foi um erro, você foi um lapso de julgamento."

Eu sabia que cada palavra iria atingir Rose como uma faca afiada no coração, mas ela segura a arma para ele através de suas palavras humilhantes.

"Acontece que consegui algo de você, então. Eu tive um sério lapso em julgamento, quando concordei em ajudá-lo a ferir Chelsea, e quando eu pensei que poderia te fazer feliz ... fazer você me amar," sua voz nunca vacila. Rose finalmente teve sua força e sua ousadia de volta. "Mas eu posso ver claramente agora. Isso me deixa doente a pensar que eu tenho o seu sangue fluindo pelas minhas veias, porque eu não sou nada como você."

O homem de Marco está agora de pé ao lado dele, segurando uma arma.

Marco encolhe os ombros, ele não se importa se Rose o odeia. Ela é apenas um peão em seu jogo e ele tinha jogado tão bem que fez meu coração doer por ela. Tudo o que ela queria era uma família e fazer seu pai orgulhoso, como muitos de nós, também.

"Atire nas duas." diz ele casualmente, virando-se e indo para a escada.

Sinto a mão de Rose na minha bochecha. "Eu sinto muito."

Eu tento sorrir e tranquilizá-la, mas meu corpo está formigando e tudo ao meu redor está ficando preto, simplesmente não há ar suficiente.

Quando eu estou prestes a fechar os olhos, ouço um grito e alguém vem batendo e rolando escada abaixo, acertando Marco, fazendo-o cair ao chão.

"Querida, estou em casa!"

Isso foi quando eu deixei ir e meu mundo parou.

Eles estavam aqui.

Ele estava aqui.


Capítulo 43

 

Chelsea ainda estava em Atenas. Ela estava perto, mas a viagem ainda parecia uma eternidade. Eu não tinha certeza do que esperava encontrar.

Ela estava ferida? Ela ainda estava viva?

Eu fiquei convencido de que ela estava bem. Claro que em mim, eu saberia se ela se foi. Chelsea estava enterrada tão profundamente dentro do meu coração e na minha alma que apenas sabia que se algo acontecesse com ela meu mundo ia desabar em torno de mim.

Wrench e Ham seguem à nossa frente com o homem de Anthony no carro. Liderando o caminho para onde levaram Chelsea. Nós dirigimos algumas milhas fora de Atenas, viramos em uma estrada antiga de cascalho antes de chegar a uma casa de fazenda. Estaciono minha moto e desço.

A porta do SUV de Wrench se abre e Grant literalmente cai. Seu rosto está mais maltratado do que tinha sido quando ele foi jogado no carro. Ham e Wrench ambos vieram ao redor. Wrench estava rindo e Ham estava limpando os nós dos dedos com a parte inferior de sua camisa.

"Irmão." Wrench diz com uma risada leve. "Ham aqui tem alguns problemas de raiva ocultos."

Ham não reconheceu sua observação inteligente. Ele tinha ficado calmo desde que Chelsea tinha ido embora, os dois ficaram próximos e ele estava afetado por tudo isso.

Eu conhecia o sentimento.

Eu olho para a casa degradada. Não parecia que alguém estivesse vivendo lá em um longo tempo. As persianas estavam caindo e eu pude ver as tabuas faltando na plataforma do lado de fora.

"Onde eles estão?" Rosno quando Grant levanta-se, limpando o sangue de seu nariz.

"Dentro."

Eu começo a andar para frente, pronto para pegar minha mulher e matar o bastardo que tinha pensado que poderia levá-la de mim.

Meu telefone começa a tocar.

Na parte de trás da minha mente, eu quero ignorá-lo, mas meu instinto me faz parar e retirá-lo do meu bolso. Eu faço uma careta vendo o nome de Kit na tela.

"Eu estou um pouco ocupado..."

"Não vá nessa porra de casa. Ela vai explodir." Ele grita no meu ouvido.

Viro-me para olhar os meus homens. "Que diabos você está falando?"

Vejo quando Grant se move nervosamente em seus pés.

"Rose ligou para Harmony do telefone de Chelsea. É uma armadilha. Na porta..." Kit diz, obviamente aliviado por ter me avisado a tempo.

Eu ando rapidamente, agarrando Grant pela garganta e batendo-o contra o carro de Wrench.

"Ela me deu um endereço. Vou mandar em mensagem para você agora."

"Obrigado, irmão." Jogo meu telefone no chão e bato meu punho no rosto do bastardo mentiroso. Ele grita de dor como a cadela que ele era e cai no chão, contorcendo-se.

"Esse era o plano, não é?" Eu grito. "Fazer-nos passar pela porta e explodir tudo."

Meus irmãos ficam atordoados.

O merdinha ainda teve a coragem de sorrir. "Foi Rosalie não foi? Ela não teve coragem de ir até o fim?" Ele bufa. "Cadela estúpida."

Eu puxo minha arma do coldre. "Parece que ela é muito mais esperta do que você."

Ele balança a cabeça e eu vejo seus olhos procurando, sorrindo quando ele encontra meu VP.

"Toda vez que transei com ela eu sabia que ela estava pensando em você." Ele se inclina para o lado e cospe um bocado de sangue na grama. "Fez isso muito mais doce do caralho sabendo que um lixo de motoqueiro a queria e era meu pau dentro..."

O estrondo ecoa no espaço aberto largo e o corpo de Grant cai mole.

Blizzard ainda está apontando a arma para o idiota mesmo que ele esteja morto. Sua respiração é pesada e eu sei que se não fosse agora ele ia perdê-lo. Eu coloco minha pistola para longe e pego meu telefone vendo uma mensagem de Kit.

Jogo meu telefone para Wrench. "Coloque este endereço no seu GPS e vai rápido. Já perdemos muito tempo."

Eu nem sequer tenho que explicar aos meus irmãos o que está acontecendo. Eles pulam em suas motos e nós seguimos Wrench que sai de lá rapidamente. Não demora muito para que entramos no subúrbio de Atenas, que era o que se pode chamar o lado errado das trilhas. Eu vejo um grupo de motos estacionadas, descendo a rua. O resto dos meus irmãos. Wrench estaciona atrás deles.

"É ao virar da esquina. Acho que devemos ir a pé assim eles não vão nos ouvir chegando." explica Wrench.

Eu balanço a cabeça. A última coisa que eu precisava era eles perceberem e sair correndo.

Eu vejo as pessoas olhando para fora através de suas cortinas enquanto caminhamos apressados. É difícil para um grupo de catorze motoqueiros não chamar a atenção para si mesmos. Nesse ponto, porém, eu não dou à mínima. Tudo o que eu posso ver é o rosto de Chelsea.

"Ali está." Kev murmura, apontando para um Mercedes preto que está estacionado na entrada da garagem de uma casa. Assim quando nós chegamos à escada da frente um homem sai, ele está olhando para baixo puxando um cigarro de seu maço. Eu levanto minha arma, destravando-a e isso alerta a nossa presença. O maço de cigarros bate ao chão e ele tropeça para trás no batente da porta.

"Não se mova filho da puta." Eu digo, tentando manter minha voz baixa e meus passos leves enquanto subo as escadas.

"Ele estava com Grant no bar." Ham me informa.

O homem olha para mim e para Ham confuso.

"Onde eles estão?" Eu exijo.

"Em uh..." ele gagueja, "no porão." Eu aponto para trás e vejo uma marca vermelha no tapete intocado.

Era sangue.

Ela estava sangrando.

"Slider, amarra ele." Eu digo, seguindo e andando pelo corredor até encontrar uma porta aberta com uma escada. Eu posso ouvir vozes, era uma garota, não Chelsea, apesar de tudo.

"Atire nas duas." Diz uma voz profunda, seguida de passos pesados. Meus irmãos lotaram a pequena sala, de armas em punho. Slider tinha o filho da puta desprezível pela garganta. Eu inclino minha cabeça em direção à escadaria e o rosto de Slider ilumina. Com um grande impulso, ele joga o bastardo escadaria abaixo, rolando e batendo e gritando como um bebê.

Slider leva as mãos ao redor de sua boca. "Querida, estou em casa!"

Com isso, eu desço as escadas, de dois ou três degraus de cada vez. Meus homens não estão muito atrás. O cara que jogamos pela escada estava fora da contagem. O homem debaixo dele, que eu assumi ser Marco DePalma geme quando joga o corpo para cima e fica de pé. Leo tem uma arma apontada para sua cabeça e rapidamente suas costas ficam eretas. A arma cai no chão e Kev tem outro homem preso à parede.

É quando eu a encontro.

Eu quase caio de joelhos.

Rose está caída sobre seu corpo, uma arma em sua mão, acenando ao redor como uma louca.

"Rose" Blizzard dá um passo à frente, colocando a arma de volta dentro de seu colete e segurando as mãos para cima. "Querida, abaixe a arma."

"Eu não sabia que eles iriam fazer isso. Eu não queria que eles a machucassem. Liguei para Harmony e lhe disse." Rose se engasga com suas lágrimas.

"Puta, você não é minha filha." O pai grita atrás de mim. Seguido pelos sons de carne batendo carne.

Mas eu não posso virar. Eu confio em meus irmãos para assistir minhas costas, porque tudo o que eu tenho é olhos para Chelsea.

"Rose, eu sei. Está bem. Você fez a coisa certa. Mas querida, eu não posso dizer se ela está bem e Optimus aqui está perto de ficar louco se não verificar a sua garota."

Eu admiro a capacidade de Blizzard manter a sua voz suave, embora eu saiba que ele está pensando exatamente o que eu penso. Eu não posso sentir sua respiração.

Rose olha para Chelsea grita: "Não!"

Blizzard atravessa a sala, pega-a pela cintura e puxa-a para longe. Ham move-se e toma a arma de sua mão e todo mundo dá um suspiro de alívio.

Mas eu não.

Eu caio de joelhos e me arrasto pelo chão de concreto. Ela parece tão pequena, tão delicada. Estendo a mão devagar e toco seu rosto. Está frio e seus lábios estão tingidos de azul.

Minha respiração fica presa na minha garganta.

Não.

Eu iria saber se ela tivesse ido embora.

Não.

Eu solto um rugido que enche o pequeno espaço, "Não!" Debruço-me sobre ela e pressiono minha testa contra a dela. Eu tinha perdido tanto tempo de brincadeira, pensando que estava mantendo-a a salvo, quando na verdade eu deveria ter ficado com ela ao meu lado. "Você não pode ir." Eu sussurro. "Eu disse a Harlyn que tudo ficaria bem. Eu fiz promessa de mindinho."

Quanto tempo eu tinha desperdiçado afastando-a em vez de segurá-la perto? Eu era um idiota. Eu tinha perdido outra pessoa que amava. E era a minha própria culpa maldita, meu Deus.

Foi nesse ponto que eu fiz algo que nunca tinha antes. Porra eu orei. Orei por uma chance de vê-la sorrir novamente. Orei por uma chance de sentir seu corpo quente e suave contra mim. Orei por uma chance de dizer a ela que a amava e que ela era para mim.

Ela era o meu dirija ou morra.

Orei para a porra de um Deus que eu nem sequer acreditava para trazê-la de volta para mim.

Ele não tinha tomado o suficiente de mim já? Eu não tinha passado por dor suficiente – ela não tinha?

Eu ouço sirenes à distância.

Eu não me importo. Eu ia matar esse idiota e eles poderiam me prender. Dá-me a porra da vida para todos que eu me importava. Sem ela, não importava de qualquer maneira. Assim quando eu viro minha cabeça para olhar por cima do meu ombro, eu sinto.

Era pequeno, mas eu senti.

Uma leve respiração na minha bochecha.


Capítulo 44

 

Ignoro os passos batendo que eu podia ouvir na minha cabeça. Homens gritam, informando-nos que a polícia havia de fato chegado.

Eu pego Chelsea em meus braços, realmente sentindo alívio quando um gemido doloroso deixa seus lábios.

"Ela está viva." Eu digo a meus irmãos enquanto saio correndo até a escada.

A cena que me encontra no topo não me surpreende. Havia SWAT enchendo o corredor, armas carregada apontado diretamente para mim.

"Você trouxe uma ambulância com você?" Eu questiono em voz alta. Eles olham um para o outro, eu não posso ver seus rostos, mas eu sei que eles estão confusos.

"Coloque Chelsea para baixo, Optimus, e afaste-se." Deacon abre caminho através da multidão de homens. Ele está usando um colete, vestuário e porcaria que dizia DEA.

"Traga-me a porra de uma ambulância ou ela vai morrer, e você sabe o quê," eu zombei. "Eu vou acusar você pessoalmente de ser responsável."

Ele se aproxima, levantando seus óculos escuros e olhando para Chelsea que está mole em meus braços. "Quem fez isso com ela?"

"O mesmo filho da puta que matou seus pais, agora dê o fora do meu caminho."

Eu vejo quando ele procura meu rosto, talvez à procura de alguma indicação de que eu estivesse mentindo. Eu estou prestes a partir ele ao meio antes dele se virar e gritar para os homens que enchem a pequena sala. "Movam-se." Todos eles se afastam e ele faz um gesto com a cabeça para que eu siga enquanto corro para a porta. Eu não hesito, reajustando o meu domínio sobre seu corpo pequeno e saio correndo atrás dele. Procuro ao redor por uma ambulância ou médico, mas a rua está cheia com veículos da SWAT e carros de polícia.

"Ela precisa de um hospital." Eu grito atrás dele.

Ele abre a porta de um grande carro preto com vidros enfumaçados. "Entre! Será mais rápido se eu apenas dirigir."

Rosno no fundo da minha garganta, não feliz em deixar meus homens aqui para cuidar de si mesmos. Mas eu tinha que ter fé neles, e eu sabia que eles não queriam que eu perdesse tempo e arriscasse Chelsea não fazendo isso. Atiro-me na parte de trás do carro, fechando a porta bem na hora que ele afasta do meio-fio, luzes, sirenes e tudo.

O hospital não está longe, talvez cinco minutos, se tivéssemos uma boa viagem. Eu só espero que ela possa aguentar por muito tempo.

Eu passo meus dedos pelo seu rosto. "Vamos, Blackbird. Lute. Fique comigo." Sinto-me sufocando, mas forço isso longe. Eu não serei fraco. Iria ser forte por ela. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Pergunto, tentando manter o meu foco.

Seus olhos encontram os meus no espelho retrovisor. "Depende do que estava acontecendo naquele porão."

"Marco DePalma, ele esteve por trás de toda essa merda."

"O irmão?" Ele pergunta, aparentemente surpreso.

Eu balanço a cabeça, nem mesmo certo se ele ainda estava olhando para mim. Fomos jogados para os lados enquanto ele desvia através do tráfego e aciona luzes vermelhas.

"Nós não matamos os pais de Chelsea." Eu não me importo se ele não acredita em mim. Se ele tivesse alguma prova, alguém teria sido preso anos atrás. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Eu repito, mais duro dessa vez.

"Se todo mundo que sair daquele lugar estiver vivo – nada."

Eu balanço a cabeça, esperando em minha mente que Blizzard não tivesse perdido o enredo e matado Marco. Eu podia ver a dor em seus olhos. Sentiu-se traído. Ele finalmente deixou-se sentir alguma coisa por uma mulher e ela acabou por ser o inimigo.

Não ia ser fácil para puxá-lo de volta disso.

Não dessa vez.

Nós finalmente paramos nas portas da frente da sala de emergência. Havia médicos lá esperando com uma maca.

"Meus garotos ligaram antes." Eu me jogo para fora e Chelsea foi rapidamente retirada do meu alcance. Eu quero abraçá-la, estar com ela. Eu tive que lutar comigo mesmo para não gritar com eles.

Esse era o trabalho deles.

Deixei-os fazer isso.

Eu persigo atrás deles, enquanto passam rapidamente pelas portas, correndo com Chelsea por um longo corredor.

"Eu não tenho um pulso!" Um dos médicos grita.

"Não!" Eu grito, a ponto de me lançar para eles, mas dois braços em volta de meu peito e me segura. Eu luto para chegar até ela enquanto correm para longe.

"Deixe-os fazer o seu trabalho." Deacon grita no meu ouvido. "Você não pode fazer nada agora, apenas deixá-los fazer o seu trabalho."

Empurro os braços de cima de mim, respirando difícil quando me viro para encará-lo. Ele me olha, não são muitos os que têm a coragem de fazer isso, mas ele faz. Meu respeito por ele levanta um pouco. Eu passo por ele, batendo com o punho na parede enquanto passo de volta através das portas na sala de espera. Os pais conduzem seus filhos para longe de mim e os homens e mulheres se afastam enquanto eu ando. Deacon me segue, sentando em uma cadeira e tirando o boné da cabeça.

"Isso é fodido." Ele murmura.

Eu o ignoro, eu não tenho tempo para pensar sobre o que diabos ele está sentindo. Não importa para mim. Chelsea é minha, eu estou destinado a protegê-la e eu a tinha deixado se machucar.

Deacon puxa o telefone do bolso, disca um número e encosta-o no ouvido.

"Sim" Diz ele, esfregando a cabeça. "Sem pulso, eles estão trabalhando nela agora." Sua cabeça balança enquanto ouve a pessoa na outra linha.

"Viva? Sim..." Ele olha para mim. "Não foram eles. Leve-os para interrogatório e os deixe ir." Ele fala um pouco mais de tempo antes de desligar. Seu corpo está tenso e ele segura a cabeça entre as mãos.

"O que vai acontecer com Rose?" Pergunto, curioso. Eu sabia que, embora ela tivesse sacaneado com o clube e Chelsea, que a minha garota ainda iria defendê-la. Ela tinha sido manipulada e enganada pelo seu próprio pai. Ela tinha alguma coisa séria acontecendo em sua cabeça, merda que seria necessário um longo tempo em terapia para resolver. Mas ela iria chegar lá. Eu queria estrangulá-la, gritar por colocar Chelsea nessa posição, mas ela foi apenas um peão em um grande jogo de xadrez.

"Ela vai ser interrogada. Descobrir qual foi seu envolvimento." Ele dá de ombros. "Há algo que eu preciso saber?"

"Seu pai era um babaca."

Ele assente. "Anotado."

O tempo parece lento. Eu finalmente me canso de andar pela pequena sala de espera e pego uma cadeira. Minha perna salta nervosamente e eu não posso manter as minhas mãos também. É difícil para eu dizer a mim mesmo que ela pode sobreviver a isso. Até eu sei o prognóstico é fraco na melhor das hipóteses. Meu peito doe e eu quero estar doente.

Ela merecia mais do que isso. Ela quer ser alguma coisa. Ela tem sonhos e aspirações, e está determinada a fazer algo de si mesma, apesar das decepções constantes e dor de cabeça que a a vida tinha lhe entregue. Incluindo-me.

Como eu iria viver quando ela tem o ar que eu respiro? O pensamento de estar sem ela me faz sentir como se eu estivesse sufocando.

As portas que dão para o corredor onde a tinham levado se abrem e eu estou de pé instantaneamente. Os olhos dos médicos encontram os meus e eu posso ver nos olhos deles que não é bom. Eu sinto como se estivesse flutuando enquanto meu corpo se move para frente.

Mas não era isso.

Eu gostaria de saber, gostaria de saber se ela tinha ido embora.

Ele coloca sua prancheta debaixo do braço e respira fundo. "Ela teve uma costela fraturada e um pulmão perfurado. Teve parada cardíaca mais de uma vez e conseguimos trazê-la de volta, mas ela foi levada às pressas para a cirurgia. Nós podemos esperar o melhor, há uma chance de que ela vá sobreviver a isso. Mas a realidade é ela ficou sem oxigênio por um tempo. Se isso afetou seu cérebro não temos certeza."

Tudo começa a girar. "Ela... ela pode ter morte cerebral?"

Seus lábios franzem. "Há uma possibilidade, sim. Melhor caso, seu cérebro é afetado e ela pode ter alguma perda de memória ou precisar de fisioterapia, se isso afetou sua capacidade de mover seu corpo."

Eu tento acenar mas tudo está virando e meu corpo se sente fora de ordem. Minhas pernas cedem, mas eu não caio no chão, alguém pega e me arrasta para um assento. Eu estou lutando para respirar e eu ouço o médico perguntar se eles precisam me ajudar.

"Ele está bem. Está tudo bem." Eu ouço a voz de Harmony e ela aparece ajoelhada no chão na minha frente. "Grandes motoqueiros ruins não desmaiam, Op. Tenho certeza de que está escrito nos Estatutos em algum lugar." Ela tenta sorrir, mas eu posso ver a tristeza em seus olhos. Ela tinha ouvido tudo.

"Sim cara. Você vai estragar a nossa reputação." Eu ouço Kit brincar. Sua mão agarra meu ombro e ele aperta.

"Ela pode estar clinicamente morta." Eu falo.

"O médico disse que ela estará em cirurgia, por pelo menos algumas horas." Harmony diz, com a mão na minha perna.

"Optimus." Eu olho para cima. Deacon de pé atrás de Harmony, o boné na cabeça e uma expressão dura no rosto. "Eu vou precisar que você venha e faça uma declaração e também pegue seus garotos."

"Sim." Eu rosno. Olhando para Harmony e Kit.

Ela estende a mão para tocar o braço de seu Old Man. "Vá com ele. Vou esperar por notícias de Chelsea."

Ele a puxa para perto e pressiona seus lábios nos dela. Eu tenho que desviar o olhar, a dor no meu peito começando a se elevar.

Levanto-me e os meus olhos e encontro com de Deacon. Podemos estar em lados diferentes, mas temos uma coisa em comum que nos uni - queremos vingança por Chelsea.

"Eu vou encontrar uma maneira de dar-lhe um tempo com Marco. Mas você não pode matá-lo." Diz ele enquanto caminhamos para fora.

Havia algumas motos estacionadas lá fora – homens de Kit. Eles balançam suas cabeças e eu reconheço a demonstração deles de apoio. Limpo a garganta, estes podem não serem meus garotos, mas eles eram meus irmãos e tê-los me apoiando me enche de força.

"Não, mas eu vou fazê-lo desejar estar morto."


Capítulo 45

 

Bip.

Argh, aquele barulho.

Bip.

Pare com isso, Deus. Alguém desligue isso!

Bip.

Meus olhos estão pesados e minha boca parece estar cheia de bolas de algodão. Enfio a língua para fora, tentando me livrar do mau gosto na minha língua.

Engasgo.

Por que não vai embora? Eu preciso de uma bebida. De repente, o desejo de água.

"Chelsea?" A voz soa familiar. Ela é importante. Minha mente está alerta. Eu quero abrir meus olhos, eu quero vê-la. "Chelsea está tudo bem. Vou chamar o médico."

Harmony, é Harmony.

Tento dizer o nome dela, mas minha boca não forma o som.

Eu luto contra o peso que paira sobre as minhas pálpebras, mantendo-as fechadas.

Luz lentamente brilha e eu pisco furiosamente, tentando ajustar-me ao brilho. Tudo é tão branco, mas está tudo embaçado, eu só posso ver as formas.

"Ha..." Eu tento falar o nome de Harmony novamente, mas ele simplesmente não sai.

Por que eu não posso dizê-lo? O que está errado com a minha boca?

Sinto uma mão suave na minha testa e eu posso ver um rosto acima de mim. "Shh. Está tudo bem, o médico está vindo."

Doc está aqui? Por que Doc está aqui? Será que eu me machuquei?

O borrão começa a clarear e eu posso finalmente ver o rosto de Harmony enquanto ela está acima de mim. Rímel riscado de lágrimas em suas bochechas. Eu quero perguntar por que ela está chorando, mas não importa o quão duro eu tente eu simplesmente não posso.

Um homem aparece ao lado de Harmony, ele está usando um casaco branco e tem um estetoscópio pendurado frouxamente ao redor de seu pescoço.

Esse não era Doc.

"Oi Chelsea, bem-vinda de volta." Ele sorri para mim.

Onde eu tinha ido?

"Não se preocupe, não tente falar. Eu só vou verificar algumas coisas. Eu quero que você siga a luz com seus olhos." Ele segura uma pequena luz para cima. Eu me encolho longe dela no começo, mas lentamente sou capaz de vê-la quando ele move para trás e para frente. "Isso é ótimo, realmente ótimo."

Viro a cabeça, Harmony está logo atrás dele, seu rosto se ilumina enquanto ela segura um telefone em seu ouvido.

"Eu..." Eu tento falar novamente, mas é apenas ruído. Eu posso ouvi-lo e isso não faz sentido. "Ha..."

O médico limpa a garganta e chama a minha atenção de volta para ele. "Basta dar-lhe tempo, eu sei que é difícil agora, mas deve voltar para você eventualmente."

"O que quer dizer?" Pergunta Harmony, empurrando meu lado e colocando a mão em minha cabeça. Era bom.

"Seu cérebro foi severamente afetado. Parece que ela está lutando um pouco com suas palavras que pode significar que há alguns danos lá." Explica, fazendo anotações em sua prancheta. "Eu vou fazer mais alguns testes se estiver tudo bem? Eu só quero que você balance ou agita sua cabeça quando eu lhe fizer uma pergunta."

Eu balanço a cabeça e ele sorri.

Ele segue os movimentos, testando a sensação em meus braços, pernas e pés. Luto para mover algumas coisas, mas ele diz que o pequeno movimento que eu tenho é promissor. Ele me pergunta sobre os nomes das pessoas e se me lembro de como eu tinha chegado lá.

Eu não lembro. Por mais que eu quebre a cabeça eu simplesmente não consigo lembrar.

Depois de alguns minutos, ele me diz que vai voltar mais tarde e ver se as coisas tinham melhorado.

Harmony puxa uma cadeira ao lado de minha cama e pega a minha mão na dela, eu aperto e ela sorri. "Op estará aqui em breve. Ele teve que estar na igreja essa manhã. Caso contrário, ele não teria ido embora."

Optimus.

Sim, Optimus. Eu preciso dele.

Eu suspiro, sentindo lágrimas em meus olhos.

"Ficamos tão preocupados, Chel." Sua expressão reflete a minha. "Eles disseram que você poderia não voltar, que tinha sido privada de oxigênio por muito tempo."

Eu não sabia o que tinha acontecido, mas, aparentemente, eu tenho a sorte de estar viva.

"Acon-te-ceu." Levo um momento, mas eu finalmente consigo falar a palavra. É difícil e tanto o meu corpo e mente estão se tornando rapidamente esgotado.

Ela olha para mim com olhos tristes. "Rose. Ela era um deles. Ela levou você para o pai dela, Marco DePalma. Ele te machucou."

Eu balanço minha cabeça. Não. Rose era minha amiga. Lembro-me de levá-la ao hospital porque seu pai a tinha machucado.

Blizzard estava lá. Eu podia vê-lo do lado de fora.

"Sinto muito, querida. Eu sei que você tentou ajudá-la, mas ela estava por trás de tudo. Seu carro, a academia."

Doía respirar, mas a dor é nada comparada com o esfaqueamento no meu coração. Ela tinha sido minha amiga.

"Shh," Harmony me acalma, sentindo minha angústia. "Isso não importa agora."

A porta do quarto se abre e eu pulo. Uma dor aguda atravessa meu tronco e eu grito, apertando os olhos bem fechados e tentando respirar.

Sinto suas mãos no meu rosto, uma de cada lado. Ela faz cócegas no meu nariz quando ele toca-o com o seu e o cheiro de couro bate meus sentidos.

Isso era algo que eu me lembrava.

Lembro-me dele, seu toque, seu cheiro, sua aura. Tudo enche meu corpo, fazendo-me sentir quente.

"Pensei que tinha perdido você." A dor em sua voz envia calafrios através de mim, e eu empurro minha cabeça para cima. Meu estômago doe, mas eu preciso dele, eu preciso fazer nós dois sentir alívio.

Eu toco meus lábios nos dele. Eles são macios contra os meus, que estavam duros e rachados. Ele usa as mãos para apoiar minha cabeça enquanto nos beijamos. É leve, quase apenas um toque, mas é tudo, tudo que ambos precisamos ali mesmo.

Eu não tenho certeza do que aconteceu para me colocar aqui, mas eu sei que Optimus tinha passado o inferno por causa disso e eu odiava isso. Eu queria tranquilizá-lo e agora, sem a minha fala, essa é a única maneira que sou capaz de fazer isso.

Eu posso sentir a tensão deixar seu corpo. Ele se afasta. "Pensei que tinha perdido você." Ele sussurra novamente, agonia e emoção grossa em suas palavras. Ele baixa-me de volta no travesseiro.

Abro os olhos novamente. Eu não tenho que vê-lo para me fazer sentir melhor, apenas senti-lo ali é suficiente. Mas sou gananciosa. Quando meus olhos finalmente focam, eu percebo que ele é exatamente como eu me lembrava. Um sorriso suave no rosto. Ele usa seus polegares para afastar a umidade nas minhas bochechas. Olhamos um para o outro, mesmo quando Harmony explica que o médico tinha acabado de nos dizer. Seu rosto parece triste enquanto ela explica sobre a minha fala e movimento limitado.

"Eu... eu... estou o...k."

Ele suaviza. "Sim, Blackbird. Você está."

O médico vem algumas horas depois, seus olhos um pouco arregalados dessa vez quando ele pega o quarto cheio dos membros The Brothers By Blood. Ele realiza os testes novamente, tudo enquanto Optimus está ao meu lado e segurando minha mão. Também verifica a ferida no meu lado, onde um tubo no peito tinha sido colocado para reparar o meu pulmão.

"As coisas estão parecendo melhor. Você vai ter que se esforçar para conseguir seu movimento e fala de volta como era antes, e sua memória provavelmente será nebulosa por um tempo, mas eu posso ver que você tem bastante apoio." Ele olha ao redor e sorri. "Então, eu tenho fé completa."

Optimus sacode a mão quando ele sai da sala e eu sinto um suspiro coletivo de alívio de todos. Eu tenho um longo caminho pela frente, mas eu vou fazer isso.

Eu sorrio para Optimus. "A-mo vo-cê."

Ele parece surpreso por um momento e meu coração acelera. Talvez eu estivesse errada. Poderia lembrar-me de Op e eu transando após o ataque na academia, mas os detalhes ainda estavam distorcidos em minha mente.

Sua mão estende e agarra seu peito, sobre o coração. "Foda-se baby. Nunca pensei que iria ouvi-la dizer essas palavras novamente." Ele se agacha ao lado da minha cama e coloca a palma da mão contra sua bochecha. "Amo você. Pra caralho."

Meu coração incha e naquele momento eu sei que tudo ficara bem. Olho ao redor do quarto, todos os garotos sorriem e Harmony solta um suspiro, apesar de seu sorriso. Kit passa os braços em volta dela e coloca o rosto em seu pescoço.

As coisas estavam prestes a ficar difícil. Haveria terapia e visitas ao médico e sem dúvida lagrimas e um monte disso.

Mas eu tinha Optimus. E eu tinha os Irmãos.

Essa era a minha casa. Eu sabia que esse era o que o destino tinha reservado para mim. Eu posso ter perdido meus pais, mas eu tinha ganhado uma família inteirinha.

"Bem," Slider anuncia em voz alta. "Optimus e Kit entregaram suas bolas. Quem é o próximo?"

Enrolo minha mão em um punho e aponto meu dedo médio.

Risadas preenche o espaço pequeno.

Os olhos de Harmony encontram os meus. "E... ela está de volta."


Capítulo 46

 

"Você vai me colocar para baixo homem das cavernas!" Chelsea reclama enquanto eu a levo estilo de noiva para a porta da frente do clube.

"Mulher, cale-se." Eu rosno.

Olho para ela, sorrindo enquanto ela fica de boca aberta com as minhas palavras grosseiras. "Eu sei que você não acabou de me chamar de mulher."

"Você continua dizendo que eu sou um homem das cavernas, isso é como eles falam." Eu respondo, parando na porta quando Ham apressa-se em abri-la.

"Ok. Retiro o que eu disse. A partir de agora só vou usar palavras como, idiota, bastardo..."

Uma alegria enorme a interrompe enquanto eu entro e ela salta. Meus irmãos e nossos amigos todos aplaudem quando eu ando e coloco-a em uma banqueta. Ela olha ao redor da sala completamente atordoada.

Duas semanas.

Isso é quanto tempo tinha sido desde que Chelsea tinha acordado no hospital. Sua fala havia retornado muito rapidamente após cerca de uma semana de terapia da fala. Mas mesmo agora havia momentos em que era mais perceptível, como quando ela estava cansada ou triste, que seria necessário um pouco mais de tempo para as palavras chegar a ela.

Nós tínhamos passado por um par de intensas sessões de fisioterapia. Foi difícil para eu sentar e assistir a sua luta tão difícil de fazer tais tarefas simples como dar um passo ou captar algo em sua mão. Ela estava retardando chegar lá, mas nós ainda tínhamos um longo caminho pela frente.

Mas foi exatamente isso.

À nossa frente.

Porque eu estaria ali ao lado dela a cada passo do caminho.

Eu observo enquanto as lágrimas brotam em seus olhos. "O-obrigada," Ela murmura baixinho.

Não demora muito para a música aparecer e bebidas começarem a fluir. Essa foi uma celebração de dois tipos. Não apenas pelo regresso de Chelsea para casa, mas também uma celebração dela finalmente ter se tornado minha Old Lady. Digo finalmente, porque, na realidade, todos nós sabíamos que isso é como as coisas deveriam ter sido há muito tempo. Não ia ser qualquer outra pessoa.

Chelsea é onde meu coração está. Ela me faz feliz. Eu poderia ser quem eu queria ao seu redor, e mais ainda agora em torno dos outros. Ela me fez perceber que a vida era muito curta para estar vivendo no passado. Se eu tivesse a perdido, eu teria passado o resto da minha vida lamentando por afasta-la e não passar cada minuto com ela enquanto eu ainda tinha a chance.

Eu tinha cometido erros - erros que mesmo que as pessoas me dissessem várias vezes que não era minha culpa, que eu ainda insistia em cada dia. Mas eu não ia deixar o passado ditar minhas ações por mais tempo.

Chelsea é o principal exemplo disso. Nenhum de nós sabia realmente o que ela passou ao crescer, mas isso é porque ela não sentia que isso era relevante. Ela não deixou que a porcaria e o inferno que tinha sobrevivido tivesse efeito em quem é hoje. Minha garota é forte. Quando foi para o inferno, e sua vida estava desmoronando ela tomou aqueles tijolos e apenas começou a construir algo novo.

"Chelsea!" Eu ouço uma voz suave chamar. Harlyn passa por mim e enrola-se em torno de uma das pernas de Chelsea, outro corpo pequeno sai do nada e fez o mesmo - Jayla. Chelsea ri e coloca uma mão em cada uma das suas cabeças enquanto sorrem para ela.

Jayla tornou-se um elemento permanente em todas as nossas vidas. Seu tempo era compartilhado entre o clube e o apartamento que Lucy compartilha com algumas garotas da X-Rated. Nós ainda não tínhamos certeza de seu futuro, mas havia uma coisa certa, ela tinha roubado todos os nossos corações. E embora não tivesse sido oficial ainda, nós não vamos deixá-la ir sem uma luta. A garota tinha os meus homens envolvidos tão firmemente em torno de seu dedo mindinho, eu estava prestes a começar a chamá-los de minhas irmãs em vez de irmãos. Era ridículo.

Sugar tinha voltado para a casa dela e de Harlyn. Ela estaria embalando as suas coisas e voltando em poucos dias. Eu não tinha certeza o que era que tinha finalmente convencido a ficar, mas eu não me importava. Nós já tínhamos encontrado a casa perfeita para elas em Atenas, e eu estava animado para ter a oportunidade de ver minha filha crescer.

Tirando tijolos quebrados e construindo algo novo.

Eu observo enquanto minha família se aproxima de minha Old Lady e parabeniza por ela ter voltado para casa. Harmony tinha ficado com a gente pelas últimas semanas, apoiando sua amiga através de tudo. Ela quase nunca deixou seu lado e eu estava grato.

Chelsea se mostrava forte, mas eu sabia que por dentro ela ainda estava doendo. Junto com quase perder sua vida, ela tinha perdido uma amiga e honestamente penso que a machucou muito mais do que a dor de seus ferimentos ou terapia. Ela precisava agora, mais do que nunca, ter as pessoas apoiando-a, assim poderia confiar e contar, as pessoas que ela sabia que não iriam se virar contra ela.

Eu observo enquanto o rosto de Chelsea fica imóvel, sua expressão mudando de alegria à tristeza. Eu odeio ver aquele olhar em seu rosto.

Sigo sua linha de visão.

Blizzard, pelo amor de Deus.

Ele estava fazendo a mesma coisa que vinha fazendo nas últimas semanas, deprimido no canto com uma garrafa de qualquer coisa que pudesse colocar as mãos.

Rose não só tinha ferido a minha mulher, mas também o meu irmão. Ele Estava quebrado. Todo mundo sabia que, de todos nós, Blizzard teve dificuldade de aceitar a traição. Era um tema que ele conhecia muito bem. Blizzard era um dos homens mais fortes que eu conhecia. O primeiro a lançar um foda-se ao vento e ficar ao seu lado em uma luta. Não tendo medo de puxar o gatilho quando chegasse a hora. Mas ele também tinha o maior coração e sempre deixava exposto, incentivando a alguém rasgá-lo em pedaços.

Chego mais perto de Chelsea e envolvo meu braço em volta dos seus ombros. Ela se aninha no meu lado. "Você acha que ele vai ficar bem?"

"Eu não sei, Blackbird." Eu digo a ela honestamente.

"Eu acho que há mais acontecendo entre eles do que eu percebi. Eu me sinto tão horrível."

Coloco meu dedo sob seu queixo, fazendo-a olhar para mim. "Se qualquer coisa, eu tenho certeza que você estava mais ferida do que era pelo que ela fez. Não é sua culpa que ela acabe por ser uma cadela mentirosa."

"Sim, mas amigos vêm e vão o tempo todo. Às vezes a vida só lhe dá um tapa na cara ou pontapé nas bolas. E se esse era o seu?"

Eu levanto uma sobrancelha e não posso deixar de sorrir. "Eu não tenho ideia do que significa essa porra."

Ela ri e coloca os braços em volta da minha cintura, abraçando-me um pouco mais apertado. "Eu acho que fui o seu tapa na cara."

Eu rio. "Tudo o que você está falando, tenho certeza de que foi mais como um pontapé nas bolas."

Ela me belisca, cortando o meu riso. "Mulher" eu rosno em advertência.

"Idiota?" Ela diz, batendo os cílios quando olha para mim.

Eu sinto um zumbido no meu bolso e tiro meu telefone. "Salvo pelo gongo."

Ela revira os olhos e se solta de mim. "Claro." Eu beijo sua bochecha antes de precipitadamente sair pela porta mais próxima segurando o telefone na minha orelha.

"Sim" Eu respondo. O identificador de chamadas dizia ligação privada, mas eu sabia quem era. Eu estava esperando a chamada deles.

"Você tem dez minutos para chegar aqui." Isso era tudo o que foi dito antes que a linha ficasse muda.

Fui direto para dentro, tecendo meu caminho através das pessoas. Eu acho Kit e Tally na mesa de bilhar. Harmony está indo para casa com eles amanhã. Eu não tinha dúvidas de que Kit estava louco para tê-la de volta em Troy, mesmo que ele tivesse compreendido sobre as razões dela para ficar por muito tempo. Blizzard ficou sentando em silêncio, mas sua cabeça se anima quando me aproximo deles.

Coloco minhas mãos em cima da mesa, parando o jogo deles. "Vocês estão sóbrios o suficiente para um passeio?"

Kit inclina a cabeça para mim com curiosidade. "Sim."

Tally me dá um aceno de cabeça e Blizzard se aproxima. "Estou indo."

Eu faço uma careta para ele, acenando para a garrafa em suas mãos. "Quanto disso, você teve?"

"Quase nada. Gosto de merda." Ele bufa, colocando a garrafa sobre a mesa de bilhar. Eu olho para ele com suspeitas, mas finalmente concordo.

Olho para Chelsea quando eles me seguem para fora. Ela está rindo, ainda no bar com Harmony, Cam e Slider.

"Você disse a Chel que estávamos saindo?" Blizzard pergunta quando nós jogamos nossas pernas sobre nossas motos.

"Isso não vai demorar muito."

Acelero meu motor e arranco do clube, mal esperando Camo abrir os portões.

Não demora muito tempo para chegar lá. Nós estacionamos em frente ao edifício. Kit olha para mim com agitação. "Bro, um pequeno aviso teria sido bom."

Eu desço e caminho para o beco ao lado do prédio, meus irmãos seguindo de perto, mas nervosamente para trás. Eu estalo meus dedos.

"Estamos prestes a entrar em uma briga? Porque eu tenho um encontro com malditas gêmeas amanhã à noite." Tally geme.

"As mulheres adoram essa merda. Elas podem cuidar das suas feridas." Kit ri.

"Sim! Bom ponto."

"Nós não vamos brigar." Eu digo a eles quando chegamos a uma porta de correr grande. Bato nela.

"Droga." Ele resmunga. Era apenas o final da tarde, mas o ar em torno do lugar era silencioso. "Você acha que poderia apenas me bater uma vez? Talvez me dar um olho roxo?"

Eu ouço um tapa e Tally murmura 'ai' assim que a porta começa a abrir.

A pessoa por trás dela não era exatamente alguém que eu queria ver, mas tinha organizado isso para mim, então eu tinha que dar isso a ele. Deacon fica na minha frente com os braços cruzados no peito. Ele não fala, apenas inclina a cabeça indicando para segui-lo. Não precisamos ir muito longe para encontrar a porta da cela que estávamos procurando.

"Você tem cinco minutos. Então precisa desaparecer." Deacon vira e vai embora novamente.

Tudo bem por mim.

"Isso é quem eu penso que é?" Pergunta Blizzard, de repente animado.

Eu balanço a cabeça. "Eles estão levando-o embora amanhã. Essa é a nossa única chance."

"Foda-se, sim." Blizzard salta sobre seus pés e rola seu pescoço.

Aperto o botão para desbloquear a porta da cela, e Kit e Tally ficam do lado de fora, enquanto Blizz e eu entramos. O bastardo olha para mim e mesmo que tente segurar um olhar vazio, eu posso ver o pânico atingir seu rosto.

"Marco DePalma." Eu cuspo. Ele levanta-se lentamente, sua altura nem de longe da minha. "Você sabe, eu não gosto muito de homens que batem em mulheres."

Dou um passo mais perto, Blizzard, bem do meu lado.

"Minha Old Lady quase morreu por sua causa." Eu rosno, sentindo o impacto de minhas palavras. Ela tinha quase morrido. Quase desaparecido para sempre. Eu Estalo meus dedos novamente. "Eu penso que é justo retribuir o favor."


Epílogo

 

Eu ando até os portões do clube. Se eles me deixassem vê-la seria um sucesso ou tentativa em vão, mas eu tinha que tentar.

Os dois prospects adiantam-se quando penso que iam me interromper. Um está em seu telefone celular, falando baixinho enquanto olha e se aproxima de mim.

"Oi... Eu estava pensando... se posso hum... falar com Chelsea?" Meus pés arrastam no pavimento. Eu tinha traído essas pessoas e colocado todas as suas vidas em perigo.

Eles estavam dentro dos seus direitos para me mandar ir me foder e eu esperava isso totalmente. Mas eu lhes devia um pedido de desculpas e eu estava determinada a fazer isso, não importa o que fizessem para mim.

Eu não tinha certeza de que eu sabia o que dizer para essas pessoas.

Sinto muito, meu pai assassinou seus pais e colocou a culpa no clube? Desculpe-me, eu tentei atrair você para o seu desaparecimento?

De qualquer forma, eu colocar isso, seria inútil. Eles me odeiam e eu não os culpo nem um pouco.

Os portões rangem abertos momentos mais tarde e meu coração salta quando ele sai.

Blizzard.

Seus olhos estão cheios de ódio, mas mesmo assim eu não posso deixar de admirar o homem que ele é. Alto, cabelos claros, queixo e mandíbula quadrada e coberta com uma leve barba.

"Já não fez bastante dano? Voltou para mais?" Ele cospe, suas palavras completamente cheias de desgosto.

Eu me encolho e respiro fundo. Eu só precisava conseguir as palavras. Bastava dizer o que tinha para dizer e então poderia ir embora.

"Sinto muito." Eu sussurro, pendurando minha cabeça. Minha mão balançando, esfrego-a inconscientemente. Era um lembrete dos erros que eu tinha feito. "Eu... Eu só vim aqui para pedir desculpas."

"Porque isso torna tudo bem, certo?" Ele rosna. "Chelsea apenas acabou de sair do hospital, porra. Nós quase a perdemos. Ela nem consegue andar ou falar direito. Pode levar meses para ela voltar a ser como antes."

Eu me sinto doente. Ninguém tinha sido capaz de me dizer como ela estava, e meus primos, Gio, e Rico, não me deixaram ir até o hospital para vê-la. Engulo as lágrimas. Se ela não podia andar ou correr, então isso pode afetar sua carreira? Eu tinha feito mais do que apenas machucá-la. Eu poderia ter fodido toda a sua vida.

O vento sopra em torno de mim e tremo.

"Eu não deveria ter vindo." Eu sussurro, virando-me.

Blizzard ri, mas não é divertido. Não. É sombrio e condescendente. "Você interpreta a vítima também. Todos nós acreditamos. Chelsea estava pronta para lutar por você... eu também estava. Mas foi tudo besteira."

Giro para encará-lo, a raiva dentro de mim queimando. "Eu fui uma vítima! Não fique aí e pense que por causa disso tudo você sabe o que eu passei a merda que eu tenho lutado. Você tem sua família, Blizzard! Você tem um clube cheio de irmãos e pessoas que estão a seu lado em um piscar de olhos. Eu não tinha um... "

"Você tinha a mim." Ele grita, dando um passo para frente e batendo no peito com o punho. "Eu estava lá, Chelsea estava lá. Estávamos lá para te apoiar, e você ainda se virou e fodeu conosco."

"Eu não tive escolha." Eu choro, meu corpo dói e eu quero desmoronar no chão e chorar.

"Todos nós temos uma escolha." Ele diz com firmeza, sua voz agora fria e desprovida de qualquer emoção. "Você fez a sua." Ele cospe no chão. Era como se a minha presença deixasse um gosto nojento na sua boca.

Eu choro. Eu estava na frente dele e vociferei maldito seja com meus olhos, e tudo o que ele fez foi olhar para mim. Como isso não afetasse o mínimo a ele.

Ele estava tão frio.

Foi-se o homem que abriu caminho para a minha vida, me fazendo sonhar com algo melhor. Foi-se o brilho brincalhão que eu tinha visto uma vez em seus olhos quando ele me disse que não iria desistir até que eu fosse dele.

Eu tinha feito ele dessa maneira.

E foda se isso não doe.

Doe, mais do que eu jamais poderia ter imaginado.

Eu o observo quando um carro para no meio-fio atrás de mim. Eu sabia que eram meus primos, Gio e Rico, filhos do tio Anthony.

Eu estava voltando para a Costa Leste com eles.

Meu pai tinha me convencido de que ninguém da minha família me dava à mínima. Ele me manteve escondida deles, enviando-me para um colégio no outro lado do país até que tivesse um uso para mim. Eu sabia para que agora. Ele não queria que eu soubesse que eu tinha família que se preocupava comigo. Meu tio não deu a mínima que eu nasci de um caso com uma dona de casa humilde.

Eu sempre me perguntei por que minha mãe tinha escolhido me levar embora. Levou um longo tempo de busca depois que ela havia falecido para encontrar detalhes sobre meu pai.

Agora eu sabia por quê.

Ela estava me protegendo.

Sempre foi apenas eu e ela, mas eu tinha o sonho de uma grande família. Quando eu descobri sobre os DePalmas, eu estava pronta para fazer qualquer coisa para ser uma parte de uma família tão grande com tanta história.

Marco tinha me dito que eu precisava provar o meu valor, porque meu sangue estava contaminado.

Apenas outra mentira.

Uma maneira de manter-me torcida em torno de seu dedo mindinho.

Olho por cima do meu ombro enquanto ouço os rapazes saírem do carro. Giovanni, o mais velho dos irmãos, franze o cenho quando vê as lágrimas em meu rosto.

"Rosalie, entre no carro." Ele ordena.

Volto-me para Blizzard, ele está observando-os cuidadosamente, com o corpo em alerta máximo.

Eu deveria escutar. Eu deveria entrar no carro e deixá-los me levar embora. Eu não era bem-vinda aqui e tanto quanto eu queria estar lá e pedir desculpas até o meu rosto ficar azul, eu sabia que seria um desperdício de ar. Blizzard nunca iria aceitá-lo. Eu o tinha quebrado e era algo que eu teria que conviver para o resto da minha vida.

Gio e Rico pega o espaço em ambos meus lados. "Entre no carro, Rosalie." Gio repete resmungando.

Meus olhos, em seguida, pega o lampejo do metal brilhante que ele tinha na mão. Meu coração afunda, não. Isso não é como iria acabar.

"Está bem, está bem. Vamos." Eu coloco a mão em seu peito e tentando empurrá-lo, mas ele não se mexe. Seus olhos estão sobre Blizzard e eu poço ver a fúria que está atrás deles. "Gio, não faça isso." Eu sussurro suplicante.

"Só mais um truque, hein?" Blizzard anuncia, segurando seus braços bem abertos. "Quando é que vocês, rapazes vão parar de usar as mulheres para fazer o seu trabalho sujo?"

"Não" Eu rebato. "Nós estamos saindo."

Coloco-me na frente de Gio, minha mão em seu peito. Eu posso ver a promessa de violência em seus olhos quando ele me ignora e continua a encarar Blizzard sobre minha cabeça. Olho para Rico, que está fazendo o mesmo.

Não, não é assim que as coisas iriam acabar. Eu tinha feito o suficiente para danificar este clube como ele é.

"Você levou nosso irmão." Gio zomba. Kenneth tinha sido o mais velho dos filhos de Anthony. Eu não tinha certeza de toda a história, mas pelo que me disseram o clube o havia matado. Mas pelo que eu sabia, isso era apenas mais uma mentira.

"Ele era um babaca. Você deveria me agradecer, agora ele está fora do caminho, você é o próximo na fila para tomar o trono." Blizzard atira de volta. Sua voz agora de volta ao normal quando ele anuncia a morte de meu primo.

"Ele era meu irmão." Gio grita, erguendo a arma.

"Ele tinha um comércio de escravas conhecido para pegar uma das nossas Old Ladies e vendê-la pelo maior lance." Blizzard atira de volta, fazendo-me ofegar. Chelsea não falou muito sobre o que aconteceu com Harmony, mas eu sabia que essa referência era sobre ela.

"Seu clube teve um da minha família." Gio fala devagar, raiva irradiando dele. "Agora eu vou tomar um deles. Sangue por sangue."

"Não!" Eu grito, me jogando sobre Gio e agarrando seu braço quando ele puxa o gatilho.

O tiro sai e eu ouço um corpo cair no chão.

Meus ouvidos começam a zunir. Rico me pega pela cintura e puxa-me para o carro, tudo isso enquanto eu chuto e grito, gritando o nome de Blizzard.

"Não!"

Eu sou empurrada para o banco traseiro do carro, Rico entra depois de mim e Gio atira-se no assento do motorista. Eu posso ver a boca de Rico em movimento, mas eu não consigo distinguir as palavras. Meu ouvido estava perto da arma quando disparou e tudo que eu posso ouvir são zumbidos e estáticas. Mas continuo a gritar.

Pego um vislumbre pela janela enquanto Gio decola em alta velocidade.

A visão faz o meu estômago revirar e minha respiração fica presa em um soluço. "Não" Eu sussurro.

O corpo de Blizzard ficou na calçada.

Todos nós temos um momento em que nosso mundo quebra completamente.

Eu tinha sobrevivido sendo derrotada.

Eu tinha feito isso por meio, apesar de ser dito que eu era inútil e um desperdício de ar.

Eu ainda consegui aguentar isso quando eu pensava que Chelsea - a pessoa que me ensinou o verdadeiro significado da amizade estivesse morta.

Mas, vendo seu corpo deitado ali, foi quando eu soube.

Meu coração tinha sido arrancado do meu peito e ficou exatamente lá com ele, encontrando-se sem vida na calçada.

Meu mundo tinha quebrado. Eu estava quebrada.

E, dessa vez, eu estava além do reparo.narcóticos.

Chelsea passou a maior parte de sua vida correndo.
Era jovem quando seus pais foram mortos e ela foi jogada no sistema como apenas outra estatística. Um lar adotivo após outro, inferno após inferno. Quando as coisas ficaram muito difíceis, seu primeiro instinto foi sair e rápido.
Ela não se importava de ser uma garota do clube.
Quem não quer um grupo de machos alfas possessivos ao seu lado e na sua cama? A liberdade e o estilo de vida lhe permitiram espalhar as suas asas enquanto as regras e os estatutos mantinham todos na fila. Era confortável - seguro.
Mas enquanto a cabeça lhe dizia que estava feliz, seu coração a fazia lembrar constantemente do que realmente queria – O Presidente do The Brothers by Blood MC, Optimus. Ele era um idiota sexy, leal e empurrou os limites de seu corpo e de sua mente. Ele nunca a deixou ultrapassar os limites, mas ela ainda não podia ficar longe dele — ele era viciante.
Optimus tinha apenas uma regra — a família vem em primeiro lugar.
Ele sabia que, às vezes, sacrifícios precisavam ser feitos para manter seguros aqueles que amava. Ele tinha feito isso antes e faria novamente.
Ser Presidente do The Brothers by Blood MC significava que não podia mostrar qualquer fraqueza. Seus sentimentos por Chelsea estavam fora de cogitação, mas até agora ele conseguiu escondê-los e mantê-la ao longo do caminho pensando que a estava protegendo. Bonita, atlética e atrevida, ela não era apenas outra garota do clube, ela era sua garota.
O perigo está se aproximando rapidamente e Chelsea está em sua mira.
É tarde demais para Optimus mostrar a Chelsea como realmente se sente? E quando os segredos são revelados, Chelsea ficará de pé ao lado do homem que quer ou o desejo de correr será mais forte?

 


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Capítulo 1

 

Eu sou uma prostituta do clube.

Nunca faço rodeios ou invento desculpas. Sou o que sou. É o meu momento de maior orgulho? Na verdade não, mas não posso dizer que odeio também.

O trabalho de uma garota do clube é manter os membros felizes. Em outras palavras, estamos lá principalmente para o sexo. Nós também cozinhamos e limpamos, mas se você perguntar para um membro em que uma garota do clube era boa, não tenha dúvidas que receberá uma observação grosseira sobre a vagina ou sobre seus seios.

Eu era propriedade do The Brothers by Blood MC. Algumas pessoas tendem a se ofender com o termo 'propriedade', mas eu nunca vi isso como algo negativo. Sendo propriedade do clube significa que sou importante. Isso significa que o clube precisa de você e irá se esforçar para certificar de que você seja cuidada.

Claro, o que fiz para o clube, muitas vezes fariam outros se encolherem. Eu estou à disposição daqueles homens. Limpo a bagunça deles, cozinho para eles e quando estão com tesão, estou lá para transar com eles.

Não vou tentar fazer isso parecer como se fosse algum tipo de trabalho fascinante.

Alguns nos veem como vadias, prostitutas, e alguns outros nomes. Cada um com seu significado eu suponho, já fui chamada de coisa muito pior. Eu tive que lidar com mais de uma mulher crítica e homens machistas - porque vamos combinar, cadelas e idiotas não estão apenas em clubes de motoqueiros.

Eu prefiro pensar que sou uma mulher solteira, e posso sair todas as noites e foder homens aleatórios que encontro em um bar ou clube, eu tenho um clube cheio de homens que estão dispostos a se preocupar, a me proteger, e pagar a minha mensalidade da faculdade, e o que eu tenho que fazer? Ter relações sexuais e fazer a faxina.

Soa como benefício mútuo para mim.

Eu adoro sexo.

A limpeza – nem tanto.

Eu não me sinto como se fosse negócio de alguém como me conduzo sexualmente. Eu não faço isso na frente de qualquer um que não faça parte do clube, eu não faço com quem não pertence ao clube, e com certeza não falo sobre isso para quem não era do clube.

Quando cheguei aos The Brothers by Blood, aprendi rápido que manter a boca fechada era essencial.

Controle sua boca, mantenha sua vida.

Até agora, eu não tinha reclamações.

"Ei, Chelsea!"

Ouvindo meu nome, viro-me para encontrar Rose correndo atrás de mim. Rose é uma colega de classe - Estamos estudando para a mesma graduação. Ela veio transferida do norte, há algumas semanas, quando seus pais compraram um negócio aqui. Nós tínhamos sido colocadas juntas em um trabalho recentemente e sem Harmony por perto, e o fato de que eu não tinha um ótimo relacionamento com algumas das outras garotas do clube, eu me vi sendo puxada em direção a ela. Foi também um bônus. Ela era incrível, divertida e ótima para conversar.

Ela era a única garota que tinha tentado fazer amizade comigo e não Estava à procura de um caminho para o clube. Muitas garotas tentaram se intrometer da sua maneira, agindo como se fosse minha melhor amiga, mas todas elas queriam era dormir com os irmãos do MC. Bom para eles. Vá em frente. Mas eu não preciso e nem quero falsas amigas.

Eu sorrio enquanto ela corre até mim. "E ai, como vai?"

Ela para ao meu lado e começa a andar quando caminhamos em direção a nossa primeira aula da manhã. "Estava apenas querendo saber o que você pretende fazer Essa noite?"

Eu levanto minhas sobrancelhas para ela, o olhar muito sarcástico.

Ela não segura seu rosto sério por muito tempo, uma risadinha logo escapa. "Está bem, está bem. Pergunta estúpida." Revira os olhos. "Você vai passar a noite com algum motoqueiro macho alfa extremamente atraente que vai adorar o seu corpo como se o mundo fosse acabar amanhã."

Eu rio. "Garota, você devia escrever romances, eu acho que eu acabei de gozar."

Ela zomba. "Não me admira que os homens te amem, eles não tem que colocar qualquer esforço. Bastardos preguiçosos."

Dou de ombros. "Honestamente, você nunca teve relações sexuais até que tenha fodido um grande motoqueiro com uma boca suja."

Isso era outra coisa que eu gostava sobre Rose, ela pode não Estar lutando para entrar no clube e dormir com os homens, mas ela não é tímida sobre sua sexualidade.

"Existem dias ou noites que você Estará livre dos homens sexy com grandes pau e boca suja. Minha família é do tipo bastardos reais e eu não tenho outras boas amigas por perto para ter uma noite com elas." Ela arrasta seus pés suavemente contra o caminho de concreto quando paramos do lado de fora da sala de aula.

Eu não posso deixar de sorrir. Isso é o que eu preciso. Um amigo fora do clube.

Não me interpretem mal. Eu amo o clube com todo meu coração. Mas a realidade da situação é, eu não pretendia ser uma garota do clube para o resto da minha vida. Eu considero isso como apenas uma maneira de me divertir e conseguir passar pela faculdade. Eu Estaria me formando em alguns meses, uma vez que o semestre fosse concluído e, em seguida, eu gostaria de encontrar um emprego - iniciar uma carreira.

Minha ambição era terapia esportiva. Mas eu tenho o conhecimento e experiência para fazer outras coisas com base na aptidão como o treinamento de pessoal.

"Vou ver se posso conseguir uma noite de folga nesse fim de semana?" Eu ofereço, suplicando dentro da minha cabeça que Optimus ou Blizzard estivessem generosos.

O sorriso de Rose se ilumina. "Obrigado! Adoraria. Honestamente, eu preciso sair."

"Sua família realmente é tão ruim assim?" Pergunto enquanto empurro as portas da sala de aula.

Ela suspira. "Exigente, controladores, bastardos autoritários."

"Eu entendi isso!" Soa exatamente com o que eu tenho que lidar no clube.

"Chelsea, eu não Estava esperando você hoje." O nosso professor, o Sr. Davis diz enquanto se aproxima de sua mesa.

Eu faço uma careta. "Desculpe-me. O que?"

Ele baixa os olhos e examina o pedaço de papel que tem em suas mãos. "Eu recebi uma carta da administração, essa manhã dizendo que tinha se retirado dessa disciplina este semestre. Não é esse o caso?"

Olho para Rose, que apenas olha para mim com os olhos arregalados. "Não, isso não está absolutamente certo. Eu nunca..." Faço uma pausa. Há apenas outra pessoa que tem autoridade sobre meu arquivo para fazer isso porque ele pagava minhas taxas. Ranjo os dentes e subo minha mochila um pouco mais no meu ombro. "Eu vou resolver isso hoje e Estar de volta amanhã."

"Eu vou tomar notas para você." Rose me avisa. Dou-lhe um aceno rápido antes de sair rapidamente da sala de aula e ir para o Estacionamento, meus pés batendo contra o caminho com raiva, pensamentos violentos nublando minha cabeça.

Idiota.

Estúpido.

Filho da puta.

Eu ia castrá-lo!

A viagem de volta para o clube foi rápida e bastante instável. Eu aciono minha buzina em mais de uma ocasião, e quase derrubei uma velhinha em uma motoneta.

Eu entro apressada no corredor, em direção ao escritório de Optimus. Eu sei que ele está lá, e ele está prestes a ouvir o quanto eu estou com raiva.

Optimus era o presidente da fraternidade de Atenas do Clube de Motoqueiros the Brothers by Blood MC. O clube era de bandidos do tipo mais sexy. Eles dirigiam Harley, possuíam clubes e bar de strip e eram machos alfas. The Brothers by Blood MC viviam por seu próprio conjunto de regras com liderança e ordem entre eles. Eles eram perigosos, intimidante, e completamente imorais, mas acima de tudo eles se preocupavam com a família e a fraternidade deles.

Eu empurro a porta do escritório aberta com força suficiente que as fotos na parede sacudissem e ameaçassem cair. Optimus pode ser reservado, pensativo e difícil de entender, mas uma coisa todo mundo sabe sobre ele é que ele sempre foi orgulhoso de sua família - sangue e irmãos da mesma forma. E por causa disso, seu escritório Estava cheio de fotos emolduradas. Era como uma galeria de sua vida.

"Quem diabos você pensa que é?!" Eu falo com raiva no pequeno espaço.

Sua cabeça está baixa enquanto ele estuda algum tipo de documento, mas ele levanta apenas os olhos para olhar para mim, seu olhar tão intenso que uma mulher mais fraca teria desintegrado.

"Eu estou prestes a perguntar a mesma coisa, vindo aqui e gritando comigo." Diz ele lentamente, ameaçadoramente. “Posso ter tido meu pau em você, mas não se esqueça com que você está falando."

Eu forço meus pés para ficar colado ao chão e não recuar como Estava lutando desesperadamente para fazer. Eu me preocupava com Optimus e eu respeitava sua posição no clube, mas eu não ia deixá-lo fugir com isso. Era injusto e desnecessário.

Endireito meus ombros. "Você cancelou as minhas disciplinas na faculdade?"

Ele senta-se ereto, tomando seu tempo enquanto dobra seus braços sensuais sobre o peito e estreita os olhos cor de chocolate para mim. "Desde que eu pago por elas, acredito que está bem dentro dos meus direitos." Sua voz era suave e calma como se estivesse me pedindo para desistir — me desafiando.

"Um semestre, Optimus! Nem seis meses e vou Estar no final. Que diabos?"

"Temos problemas fervilhando. Caso você tenha esquecido - é o meu trabalho proteger este clube e as pessoas nele. Eu tenho homens em todos os lugares, e Caleb se foi, sou um homem desanimado. Eu não posso ter alguém com você." Sua voz suaviza um pouco, mas ainda não deixa espaço para discussão.

Nós tivemos algum drama com o clube ao longo das últimas semanas. Minha melhor amiga e ex-garota do clube, Harmony, tinha sido reivindicada por Kit — presidente de outra fraternidade Brothers by Blood MC do Sul. Ela tinha sido levada - a longa história com os comerciantes de escravos e pais abusivos há muito perdidos. Quando os irmãos foram recuperá-la, um dos nossos meninos, Caleb - que foi carinhosamente chamado de Shield – protegeu Kit e perdeu sua vida no processo.

Eu tinha pensado que o drama havia terminado, mas nunca um momento de tédio e tudo isso.

"Optimus, você não pode fazer isso. Estou quase terminando e se você cancelar minhas disciplinas para este semestre, eu vou ter de repetir no próximo ano." Sinto as lágrimas transbordando nos meus olhos. A faculdade significa muito para mim. Eu queria Estar lá. O estilo de vida de garota do clube não era tudo para mim como era para algumas das outras garotas. Elas pretendiam permanecer por perto por um longo tempo, algumas com ambições de ser Old Lady. Outras, apenas com preguiça de sair e procurar um emprego de verdade. Beber álcool de outra pessoa e transar com um monte de homens bonitos e malvados era muito fácil.

Para mim, foi uma forma de preencher o tempo e me divertir, uma maneira de se virar por enquanto que eu Estava me formando. Mas um dia eu queria algo mais.

Eu esperava que o clube ainda fosse uma parte da minha vida, eles haviam se tornado importante para mim. Mas eu não seria uma garota do clube para sempre.

"Já está feito." Diz ele, pegando uma pilha de papéis de sua mesa e concentrando sobre eles.

Bastardo teimoso. Vamos ver como você gosta disso.

"Você paga as minhas taxas em troca do que eu faço aqui no clube." Fiz uma pausa por um minuto, permitindo ficar claro a situação.

Sua testa franze e ele olha de volta para mim com um grunhido. "Chelsea... não estou brincando."

"Você não irá pagar minhas taxas, tudo bem. Vou pegar minhas coisas. Eu preciso encontrar um emprego assim eu posso pagá-las." Eu puxo a porta atrás de mim quando deixo a sala rapidamente.

"Chelsea!"

Ignoro o seu bramido e vou direto para o meu quarto. Havia seis garotas do clube que viviam aqui permanentemente. Onde morávamos era um antigo hotel que os homens tinham reformado a parte de cima. Nós, garotas do clube, cada uma tinha seu próprio quarto no primeiro andar - acesso fácil para os homens. Cada um deles tinha um quarto privado no andar de cima. Às vezes isso parece como um dormitório de faculdade e estou vivendo o sonho molhado de uma garota da faculdade. Consigo uma educação gratuita e transar com um grupo de motoqueiros muito foda com tatuagens.

Infelizmente para mim, existe um motoqueiro em particular, que deixa tanto o meu corpo e minha mente loucos.

Bang! Bang! Bang!

Eu sorrio para mim quando abro a porta do meu quarto para ver, o tal motoqueiro, segurando meu batente da porta e carrancudo.

"Essa merda não é engraçada, Chel."

"Quem está rindo, porra? Desde que você não esteja pagando minhas despesas, eu preciso encontrar uma maneira de fazer exatamente isso. Então, estou saindo para encontrar um emprego." Eu jogo minha bolsa sobre meu ombro e movo para passar por ele, mas seu corpo grande bloqueia a porta totalmente. "Com licença."

Ele vem em minha direção, os olhos queimando através da minha pele, mantendo todos os tipos de promessas por trás deles. Dou um passo para trás enquanto ele continua a vir para mim, me perseguindo. Seu colete de couro do clube encaixado confortavelmente sobre seus ombros e, com apenas uma camiseta sem mangas branca por baixo, mostra claramente as tatuagens complexas que decoram seus bíceps e antebraços com pouco espaço de sobra.

A parte de trás dos meus joelhos bate na cama e eu reajo, minhas mãos estendendo e agarrando em sua cintura para me equilibrar.

Optimus era o rei de intimidação. Ele era tão grande e assustador e ele sabia exatamente como usar essas duas características para conseguir o que queria.

"Você tem alguma ideia em que tipo de perigo você Estaria por sair sozinha, sem escolta?" Ele rosna.

"Eu saí Essa manhã sem uma escolta." Eu protesto, mas assim que as palavras saem de minha boca, eu sei que elas estão erradas. Se as coisas fossem tão ruins quanto parecia, ele não me deixaria sair sem alguém me seguindo. Suspiro. "Quem era?"

"Ham."

Ham era um prospect, um prospect que só t se juntou ao clube a um mês atrás. Prospects tem os empregos de baixa categoria, os que mais ninguém quer e porque eles querem seu emblema tão desesperadamente – nenhum questionamento ou reclamações. Não há um determinado período de tempo que você tem que ser um prospect, é tudo sobre provar a si mesmo e provar sua lealdade ao clube.

"Droga, aquele garoto é bom. Como a porra de um ninja." Eu murmuro. Estar com os Irmãos pelos últimos anos eu aprendi a dizer quando alguém está me seguindo. Apenas mais uma das lições que se aprende quando se é parte do clube, mas se sabe que não vai ter qualquer utilidade para quando sair.

"Nenhum outro trabalho."

E lá Estamos nós novamente.

"Por quê? Você quase não me notou desde que Harmony foi embora. Que importa se eu sair?" Eu o desafio e ele odeia isso.

Ele me vira, controlando meus movimentos e me obriga a andar para trás. A porta bate atrás de mim e eu sou rapidamente forçada contra ela, o corpo de Optimus pressiona firmemente contra o meu. "Não significa que quero que você morra. Você entende os termos perigo e confusão, garota da faculdade? Eu não estou fazendo essa merda para me divertir. Estou fazendo isso para manter a sua bundinha sexy segura."

Sua barba suave fazendo cócegas no meu pescoço enquanto ele acaricia com seus lábios. Apenas com esse movimento, eu quero ceder e ele sabe disso. Esse era meu Optimus. Este era o homem que eu consegui ver que ninguém mais fez. O homem por quem eu tinha uma queda. Eu queria muito relaxar e Estar com ele depois que passou a última semana me empurrando de lado. Mas as negociações tinham apenas começado e eu não Estava prestes a desistir de algo que eu queria e precisava tanto.

"Eu vou fazer algumas aulas on-line, mas há uma que eu não posso. Eu tenho que Estar na aula duas vezes por semana." Eu negocio, respirando pesadamente e deslizando minha mão sob sua camisa. Sigo o rasto leve dos cabelos até seu umbigo, minha mão bem abertas, cobrindo seu abdômen trincado.

Optimus malhava - muito. Ele costumava lutar as vezes antes de seu pai morrer e ele assumir o clube. Agora, ele quase nunca entra no ringue.

Ele belisca minha garganta. "Você não deixa o clube sem um homem. Se a pessoa não estiver disponível, você não vai para a aula."

Estico minha cabeça para o lado, levando-o a continuar. Suas mãos deslizam para o cós da minha calça, me provocando e forçando-nos ainda mais perto. "Está bem, está bem. Combinado."

Ele prova a minha pele uma última vez com um beijo macio e, em seguida, dá um passo atrás. "Bom." Eu estou chocada com a frieza súbita e me afasto do caminho quando ele estende a mão para a maçaneta da porta. "E Chelsea, não se esqueça de quem administra este clube. Eu não vou permitir você falar assim comigo, ou qualquer outra prostituta do clube."

Ele fecha a porta. O estrondo soa quase como um tiro. Poderia ter sido com a maneira que suas palavras cortaram meu coração. Doe e eu quero chorar.

Optimus sempre me fez sentir como algo mais. Ele havia deixado claro que não Estaria me reivindicando, mas ele nunca me fez sentir inútil também. Eu mesmo o ouvi falar com outras pessoas sobre como Harmony e eu éramos mais do que apenas bucetas, mais do que apenas um buraco para foder - que os homens aqui nos amavam e realmente cuidavam de nós.

Agarro minha bolsa na minha mão e atiro-a para o lado. Ela bate na parede com um baque e eu encosto-me à porta do quarto de novo, deslizando para o chão.

Talvez o meu tempo aqui esteja chegando ao fim.


Capítulo 2

 

Quando isso vem de Chelsea, eu perco todo o autocontrole.

Eu tinha passado a última semana fazendo todo o possível para manter a minha distância dela. Eu tinha passado um tempo no clube de strip. Tentei me entreter com Lou Lou - uma das outras prostitutas do clube. Eu mesmo passei algumas noites com minha própria mão maldita, esperando que tudo e qualquer coisa aliviasse a falta dela.

Porra inútil.

Eu estava preso a ela.

E eu não tinha ideia do que diabos eu ia fazer sobre isso.

Em alguns dias Sugar Estaria aqui com Harlyn - meu orgulho e alegria, a minha menina. Eu não tinha certeza de como Chelsea iria reagir a essa surpresa, mas eu sabia que não ia ser bom. Eu não a culpo. Eu nunca tinha prometido a ela qualquer coisa e como nós nunca tivemos uma relação exclusiva, não era desconhecido que eu tinha sentimentos por ela, que foi mais longe do que apenas sexo. Ela era linda, engraçada e todos os tipos de bobagem, mas eu porra adorava isso. Ela me fez sentir bem, ela me fez sorrir. Eu poderia ser eu perto dela, não tinha que ser 'Optimus o presidente do clube’ que não só tinha que se preocupar com si mesmo, mas cada pessoa que fazia parte do MC.

Eu pego a porta do meu escritório aberta e bato-a contra a parede, assim como eu tinha acabado de repreender Chelsea por fazer.

"Tendo um dia ruim, Pres?"

Eu fecho a porta antes de enviar um olhar afiado para o meu vice-presidente, Blizzard.

"Caia fora da minha cadeira, filho da puta."

Ele Estava reclinado na cadeira, seus sapatos de merda apoiado sobre a mesa na frente dele e seus dedos entrelaçados atrás da cabeça como se não tivesse uma preocupação no mundo. Blizzard era um dos mais tranquilos dos caras que eu já conheci - o homem perfeito para ser o meu VP.

Ele me equilibrava.

As pessoas me viam como sério, assustador e intenso.

Era verdade. Eu era todas essas coisas. Mas eu nunca costumava ser.

Eu tinha um inferno que ardia dentro de mim. Era apenas brasas agora. Meu fogo, minha luz - essa merda tinha sido encharcada anos atrás. Eu tinha perdido meu pai, e a garota que eu pensei que iria passar o resto de minha vida, ambos dentro de uma semana. Um, porque eu coloquei o meu amor por uma mulher antes do meu clube, e o outro, porque uma vez que o fogo estava fora, as brasas que queimavam eram apenas o suficiente para alimentar a minha vingança. Não havia mais nada para ninguém.

E para ser honesto, eu não tinha certeza de que havia até agora.

Eu tinha cometido erros na época, e seria um dia negro no inferno antes de repeti-los.

Dou a volta e empurro os pés de Blizzard da minha mesa. Eles pousam com um baque no chão e ele usa o impulso para deslocar o corpo da minha cadeira.

"Então, eu vou tomar isso como um retumbante sim?"

"Vá dar um passeio." Eu murmuro enquanto tomo o meu lugar novamente.

"Você realmente cancelou suas disciplinas da faculdade?" Eu aperto meu punho e olho para cima. Blizzard está em pé no centro da sala, com os braços cruzados sobre o peito. Ele tinha uma expressão extraordinariamente severa no rosto. Eu não lhe respondi, mas ele não precisou. Ele obviamente tinha ouvido tudo. "Chel é diferente, Op. Você sabe disso, eu sei disso, todos os garotos sabem disso, porra. Ela é sexy como o inferno e mais esperta do que sua puta média do clube. O que você está tentando fazer?"

Eu bato meu punho na mesa, mas Blizz nem sequer pestaneja. "Eu estou protegendo-a, assim como eu estou tentando fazer para todos os outros idiotas daqui. Temos a Máfia atrás de nós. Ou todo mundo continua se esquecendo disso?"

"Protegendo-a ou forçando ela a ficar? Você acha que se forçá-la a refazer as disciplinas ela vai estar por perto um pouco mais de tempo."

Eu aperto meus dentes.

Eu quero me levantar e socá-lo no rosto. Mas o que ele diz é a verdade. Mantive dizendo a mim mesmo que fazia isso porque a estava protegendo - que não permitir que ela deixasse o clube estava em seus melhores interesses. Mas eu sabia... Eu sabia que, logo que terminasse a faculdade iria embora, encontrar uma maneira de usar seu diploma e eu sabia que não Estava pronto para deixá-la ir.

Eu não sabia se alguma vez estaria pronto para deixá-la ir. Mas, tanto quanto eu Estava preocupado, estar comigo só iria trazê-la ao perigo e pensando em perder ela também foi o suficiente para me quebrar.

Eu me forcei a ficar longe dela na última semana. Tivemos um intruso no clube. Um dos próprios da Máfia. Target tinha alcançado Harmony e a colocou no pior tipo de problema quando tentou derrubar o clube usando o que chamou de um dos nossos maiores pontos fracos, nossas mulheres.

Enquanto eles valorizavam a família, as mulheres dentro da máfia italiana eram sempre para serem vista e nunca ouvidas. As coisas eram um pouco diferente com as mulheres dentro do clube. Claro que tínhamos as prostitutas do clube, as strippers, e acompanhantes, mas quando nós nos preocupávamos com uma mulher, nós a estimávamos e honrávamos como ela merecia.

O bastardo tinha nos informado de seu plano, incluindo o fato de que ele sabia dos meus sentimentos por Chelsea e que ela era o objetivo original antes de Harmony ficar no caminho de seus planos. Não só isso, mas mesmo que ele não colocasse o plano em pratica, ainda estaria no lugar, mais o bônus deles vindo para vingar sua morte.

Acabei com Target, mas não antes que Harmony tivesse jogado suas frustrações sobre ele com um taco de beisebol.

"Você precisa se aprestar e escolher, Op." Blizzard diz, balançando a cabeça. "Você sabe que ela ficaria no segundo que você apenas admitisse o que sente por ela."

"Ela já está no radar do DePalma. Nós não sabemos quem está nos observando. Eu preciso mantê-la o mais longe possível de mim. É a única maneira que ela poderia possivelmente possa ser deixada em paz."

Ele balança a cabeça novamente e se dirige para a porta. "Legal, eu vou ver se ela quer vir para o meu quarto então. Talvez isso irá confundi-los ainda mais."

Basta ouvi-lo dizendo às palavras que quero vomitar e esmagar sua cabeça. Eu aperto meus lábios e agarro o lado da minha mesa tão forte que penso que realmente podia desmanchar em minhas mãos.

"Você é um babaca."

"E você é um idiota."

Tudo o que eu posso fazer é olhar quando ele fecha a porta atrás dele. Eu sabia que ele não estava indo atrás de Chelsea. Blizzard não era só meu VP, mas ele também era meu melhor amigo. Por mais clichê que parecesse, muitas das vezes ele me conhecia melhor do que eu me conhecia, como tinha acabado de comprovar.

Minha cabeça me disse que eu estava fazendo a coisa certa. Sendo associada comigo deixava ela exposta. Pessoas iriam selecionar ela, para que eles pudessem chegar a mim então eu a afastei, mantendo-a longe. Eu deveria deixá-la sair do clube, mas então meu coração joga na justificativa de que eu não posso suportar a ideia de não tê-la por perto.

Eu estou rasgando-me em dois – uma fenda irregular dividindo-me.

Eu sei que há estou machucando.

Eu estou me machucando também.

Um dia as coisas iram romper completamente, e eu ficarei com uma decisão a tomar. Dizer a ela como me sinto e arriscar que alguém a leve de mim para sempre, ou deixá-la sair e esmagar nós dois, mas mantê-la segura.

Olho à minha esquerda e encontro a foto de meu pai tão orgulhoso do lugar no centro da parede do meu escritório.

"Eu queria que você estivesse aqui." Eu sussurro. "Porra, eu queria que você estivesse aqui."


Capítulo 3


Meus pés batem no pavimento duro, a tensão no meu corpo fazendo o seu caminho para fora através de meus pés. Eu forço minhas pernas a se mover, batendo-lhes de vez em quando para a calçada, empurrando-me para frente.

A música eletrônica toca alto em meus ouvidos e me permite manter um ritmo perfeito, a música me direciona, não me permitindo abrandar. Minhas pernas queimam e meu peito arfava, mas eu pressiono.

Era apenas dor.

A dor pode ser superada. A dor pode ser conquistada.

Eu preciso correr.

Desde que eu era jovem, a corrida tinha sido o que eu sabia. Eu corro para escapar e quando preciso de espaço, eu encontro prazer nele. A única coisa nesse ponto e tempo é que precisava me preocupar era estar forçando um pé na frente do outro e empurrar meu corpo para frente. Sempre em frente. Eu nunca olhar para trás.

A voz de minha mãe ecoa na minha cabeça.

"Não pare de correr. Não importa o que. Nunca pare. Não pare de correr."

"Mas mamãe..." Funguei, segurando seu vestido enquanto ela me levanta e me passa pela janela. Havia vozes altas na outra sala, uma das quais eu reconheci como a do meu pai. Um tiro ecoou alto parecia vir da cozinha.

"Corra Chelsea, corra."

Dei um último olhar em minha mãe, seus olhos me implorando para me mover. Fechei os olhos com força, espremendo para fora as últimas lágrimas e me virei. Eu segui a floresta atrás de nossa casa, passando pela cerca, assim quando eu ouvi o segundo tiro ecoar pela noite escura.

Eu não parei de correr.

Eu nunca parei de correr.

Não me lembro muito sobre minha vida antes daquela noite. Às vezes eu gostaria de ter mais memórias - memórias de uma família que me amava, memórias de pais que estavam dispostos a me dar o mundo. Achei que era a maneira da minha mente proteger-me, bloqueando o bem por isso não me faria fraca, então eu não poderia pensar sobre o que eu poderia ter tido. Pena que não tinha sido capaz de me proteger dos anos da minha vida que se seguiram.

Imagens de meus pais passavam através dos meus olhos, seguido de perto os rostos dos numerosos pais adotivos que vieram depois.

Álcool, drogas, armas, morte.

Apenas fuja deles, eu dizia a mim mesma.

Eu queria entorpecer tudo. A única coisa que eu queria sentir era meu coração batendo e meus músculos queimando.

Avistei o clube à frente e aumento mais o ritmo. Meus pulmões gritam por ar e os todos os músculos do meu corpo gritam para eu parar enquanto eu corro em direção aos portões da frente do complexo. A canção em meus fones de ouvido foi rapidamente esquecida, a única batida agora era o baque dos meus tênis contra a calçada de concreto e a batida irregular do meu coração enquanto batia contra o meu peito.

Eu bato na cerca de arame com um ruído alto e a agarro, meus dedos enlaçando através dos amplos espaços em forma de diamante. Por pelo menos um minuto, eu fico assim. Agarrando sobre o muro maciço com grande esforço enquanto minhas pernas lentamente descansam.

"Você está bem, Chel?"

Pisco através do suor que agora está ardendo meus olhos para encontrar Ham que tinha saído dos portões e está olhando para mim como se eu tivesse perdido a cabeça.

"Bem... apenas... pegando... respiração..." Eu consigo falar. Ele franze o nariz enquanto seus olhos me investigam, mas finalmente concorda e dá um passo atrás para seus deveres de guarda.

Ham era um cara doce, mais velho do que os outros dois prospects com vinte e três anos, um início tardio você poderia dizer. Seu nome completo era Hamlet. Os membros inseridos foram ter um dia de campo com ele desde que ele se juntou. Eu acho que seus pais eram ambos majores ingleses com um amor estranho por Shakespeare, ele também tinha uma irmã chamada Ophelia e um irmão chamado Romeo. Ele sorria e suportava isso embora e até agora ele parecesse um bom rapaz.

Senti meu coração finalmente acalmar e o ar começa a fluir mais livremente em meus pulmões. Eu endireito meu corpo, minhas pernas tremendo e deslizo através da pequena abertura no portão onde Ham está de pé com outro prospect, Neil. Era apenas um espaço suficiente para passar um corpo, mas não um carro ou mesmo uma bicicleta em questão. Eu levanto minha mão apenas para dizer oi e continuo para o clube.

Eu subo para a plataforma e empurro as portas dobráveis ao lado da sala principal. Eu faço uma careta para as garrafas que estão espalhadas ao redor da festa da noite passada. Eu desejava que esses caras aprendessem a recolhê-las ocasionalmente. Tanto quanto eu adorava lá, às vezes, era mais como uma casa de fraternidade cheia de adolescentes, ao invés de um clube cheio de homens adultos.

Eu bufo, forçando minha mente para ignorar isso por agora e verifico a hora no meu relógio. Eu estou no café da manhã. Era pouco depois das seis, e um monte de homens acordavam cedo, mesmo com a quantidade de álcool que consumiam algumas noites.

Eu vou para meu quarto e tomo um banho de dois minutos, apenas o suficiente para lavar o suor que se agarrou ao meu corpo, visto uma calça track de cintura baixa e uma blusa curta mostrando a barriga. Com o verão basicamente desaparecido e o outono mostrando a sua cara, o tempo estava naquela fase estranha as vezes quente, as vezes frio. Ligeiramente irritante quando se está escolhendo o que vestir para o dia. Acho que é mais fácil pegar um moletom e amarrá-lo em minha cintura, para se sentir frio, do que usar shorts e precisar voltar para o meu quarto e colocar algumas calças quentes.

Não apenas uma cara bonita, certo?

As garotas do clube se revezam com as tarefas diárias. Funciona para nós e isso significa que, com tudo dividido uniformemente, tínhamos ainda a maior parte do dia livre.

Café da manhã para mim era fácil, os homens precisavam de opções diferentes por causa de preferências e porque alguns ocasionalmente estavam em dietas de treino rigorosos para manter seu corpo na forma ideal. Não era uma exigência do clube ter um corpo ótimo e ser de boa aparência, mesmo que você pensasse assim só de olhar para eles. Era, no entanto, esperado deles, pelo menos, parecia de acordo com eles mesmo.

Eu rapidamente começo a trabalhar – assando, fritando, misturando e derramando. Ovos, bacon, batatas fritas, salsichas, cereais, torradas, e café – aqueles homens precisavam de café.

Eles encheram a grande sala de jantar de forma constante. Havia uma mesa para as comidas para eles pegarem sua comida e, em seguida, um conjunto de mesas e cadeiras espalhadas ao redor, com a cozinha logo atrás de duas grandes portas giratórias. Por causa da velha instalação do hotel, era perfeito. Eu assumi que essa era onde os hóspedes do hotel vinham para o café da manhã e talvez até mesmo almoço e jantares.

Pego um prato de comida enquanto observo os membros e garotas do clube entrarem e saírem. Um monte de garotos me agradece com um beijo na cabeça, eles podem ser motoqueiros durões, mas mesmo eles sabem não morder a mão que os alimenta. Eu coloco um pedaço de bacon na minha boca quando Optimus atravessa as portas com seu braço firmemente ao redor Lou Lou - outra garota do clube.

Eu quase engasgo. Ambos olham em minha direção, mas pelo menos ela teve a decência de me lançar um piscar de olhos dizendo 'Sinto muito'. Eu não a culpo. Nós não éramos para dizer não aos homens, a menos que nós nos sentíssemos inseguras ou tivéssemos uma boa razão, mas eu tenho certeza que ela não Estava exatamente decepcionada. Optimus era sexy, forte, e sabia o caminho para o quarto.

Enquanto eu estive com o meu quinhão de homens, há um que lentamente começou exigindo meu tempo muito mais do que os outros. Nosso grande presidente.

Optimus é sério e severo e administra o seu clube como ele monta sua Harley – firme e com um propósito. Ele é um líder justo, mas os irmãos sabem não foder ao redor com ele, porque ele pode ser mortal. O Optimus que vi atrás das portas fechadas era meu favorito. Ele poderia ser encantador, doce e engraçado.

E, oh, quando sorri, Jesus!

Infelizmente, algo ou alguém o tinha quebrado e ele me distanciou apenas perto o suficiente para tocar meu coração, mas longe o suficiente para não me deixar ver o que está no seu.

Eu sinto um tapinha nas minhas costas enquanto eu engasgava com o pequeno pedaço de bacon e observo eles pegar comida.

"Você não deve deixar isso incomodá-la." Eu sorrio e olho para Leo. Ele tinha recentemente cortado o cabelo e sua juba espessa agora Estava muito curto como se ele estivesse indo para o exército. Eu tinha que dizer, eu adorei.

"Eu estou bem." Eu forço um largo sorriso e estendo meus braços para pegar a criança que ele segurava. Harmony e eu tínhamos ajudado a criar a menina de Leo, Macy, quando sua esposa morreu no parto. Eu ainda tentava ajudar quando podia, mas a cunhada de Leo a levava por horas durante o dia, então eu não tinha tanto tempo com ela como eu costumava fazer. Ela ainda estava vestindo seu pijama e esfregando os olhos, mas estendeu os braços para mim. Leo riu quando eu a pego e ela aconchegasse ao meu pescoço, chupando o dedo em sua boca.

"Querida, você pode vir para minha cama a qualquer hora. Pres é um idiota que não sabe o que tem quando isso está bem na sua frente." Leo sorri.

Leo era o tipo sexy e bom de cama. Não bom, ótimo. Mas desde que Optimus começou a tomar a maior parte do meu tempo, um monte de outros homens pararam.

Desde que Harmony e Kit foram embora na semana passada, as coisas têm sido diferentes. Optimus estava me evitando. Eu podia sentir isso e com ele aparecendo essa manhã com o braço em torno de Lou Lou, suas intenções eram claras.

Coloco Macy no chão e vejo quando ela rapidamente cambaleia para o irmão mais próximo que não hesita em pegá-la no colo. Aqueles homens sexy, fortes e assustadores tinham um ponto fraco – as crianças deles. Nem todos eles viviam na sede do clube e alguns até tinham emprego fora do clube. Alguns tinham filhos - alguns até mesmo netos em casa. Família tinha um papel importantíssimo na vida do clube.

Viro-me para Leo. "Sua cama está livre essa noite?" Eu mordo meu lábio. Os olhos de Leo arregalam ligeiramente como se não fosse aceitar sua oferta, mas emoção logo brilha neles. Ele estende a mão e engancha seu dedo no cós da minha calça, puxando meus quadris em sua direção.

Roça seus lábios contra meu pescoço eu suspiro, apreciando o toque suave. "Macy vai para a tia em uma hora. Encontre-me no meu quarto." Sua voz era firme e severa, não deixando espaço para argumentos e isso era exatamente como eu adorava. Meu estômago se agita. Não é da mesma forma que faz quando as palavras vinham de Optimus, mas ainda mais do que suficiente para encharcar minha calcinha onde eu estava.

"Sim senhor."


Capítulo 4

 

Eu não tinha vestido muito, era bastante inútil quando você sabe que está indo apenas tirar tudo novamente. Eu tinha vestido uma minissaia jeans sexy com rasgados no tecido e uma blusa decotada verde esmeralda que faz meus seios parecerem impressionantes. Eu também coloco um par de saltos apenas por diversão. Eles são os meus favoritos e custam mais que botas – cowboy estilo ankle boots com algumas pequenas correntes e tachas. Eles ficaram perfeitos com a minha saia e fizeram minhas pernas parecerem fantásticas. Eu mesma verifico no espelho.

Eu iria transar comigo.

Meu corpo está animado com o pensamento de ficar com Leo na cama, mesmo que meu coração estivesse um pouco apertado. Eu puxo meus cabelos para o lado e corro meus dedos por ele.

Eu, como a maioria das meninas lá fora, tinha um amor por contos de fadas. Eu perdi meus pais quando eu era criança, com apenas seis anos, e desde então eu mudei de lar adotivo para lares adotivos, não passando muito tempo no mesmo lugar. Nem todas as casas que eu tinha sido colocada foram tão ruins assim. Mas muitas realmente tinham superado havia até mesmo umas pouco agradáveis. Havia drogas, bebidas, abusos.

O que me salvou de voltar para drogas ou álcool ou apenas desistir de tudo? Eu corria.

Eu gostava de correr. Sentia-me livre, sentia-me como se nada mais importasse exceto colocar um pé na frente do outro, cortando o ar, sentindo meu corpo queimar.

Correndo como uma forma de exercício tinha sido sempre uma parte de mim. Eu acho que estava marcado em meus genes. Minha mãe era uma maratonista na escola e meu pai era zagueiro na equipe de futebol da escola.

Lembro-me de quão competitivo eles foram.

Eu ri, olhando da varanda enquanto minha mãe provoca o meu pai.

"Vamos, David! Eu dei três voltas em você, simplesmente desista!" Ela grita, rindo como se pudesse continuar a correr durante toda a noite. Algo que eu sabia que ela faria se isso fosse preciso para provar que era a melhor.

"Nunca!" Meu pai balbucia. Eu vejo o momento em que a ideia cruza seus pensamentos e ele desvia-se do habitual percurso marcado e dispara cruzando o centro para o lado oposto, onde minha mãe estava desavisada.

Ele segura seu dedo à boca com um sorriso, gesticulando para eu não avisar o que ele estava prestes a fazer. Cubro minha boca com a mão, mas os risos aparecem da mesma forma. Mamãe olha para mim com curiosidade, mas já é tarde demais, meu pai tinha erguido ela do chão, colocando seu braço sob os joelhos dela, o outro em torno de suas costas.

Ela grita, mas rapidamente se transforma em risos. "Ponha-me no chão seu perdedor! Chelsea! Você estava assistindo. Eu venci!"

Meu pai coloca-a no chão e começa a fazer cócegas nela. Eu rio junto com minha mãe enquanto corro pela varanda e desço as escadas, minhas perninhas me levando rapidamente através do quintal. A grama parece fantástica entre os dedos dos pés e a leve brisa de primavera deliciosa contra a minha pele.

Eu mergulho em cima deles, todos nós caímos no chão, um coro de risadas enchendo o ar quente.

Eu tinha que sorrir, mesmo quando as lágrimas queimavam em meus olhos. Meus pais estavam sempre brincando, e não importa quem ganhasse ou quão competitivo era, o amor de um pelo outro era tão forte que nunca importou.

Corrida tinha sido a paixão deles, e agora era a minha. A diferença era que a sensação de liberdade que eu tenho de correr logo se mudou para outras partes da minha vida. Eu comecei a usá-la para escapar das casas ruins e oprimidas que eu fui colocada, e até mesmo algumas das boas. Fugir tornou-se a norma. Minhas famílias adotivas logo ficavam irritados com isso e exigiam que eu fosse transferida para outro lugar. Então, logo que algo de ruim acontecia eu repetia o processo.

Perder os meus pais tinha sido traumático. Tinha me esmagado. Mas eu nunca diria que arruinou a minha vida. Sim, eu venho de um passado bonito de merda e tive um momento ruim. Mas eu tinha feito mais disso, e, no final, tanto quanto eu estava preocupada eu iria sair por cima.

Eu era uma espécie de Cinderela.

Eu me olho mais uma vez no espelho, cabeça aos pés e de novo. Um pequeno sorriso aparece quando eu pego meu reflexo.

Como Cinderela, mas com melhores sapatos.

Deixo meu quarto e subo as escadas. Leo era o Sargento das Armas, então ele tinha um quarto muito grande no andar de cima ao lado dos outros dirigentes de clube. Membros normais do clube tinham quartos muito pequenos e banheiros compartilhados. Bati na porta e esperei, mas não ouvi nada. Eu tinha lhe dado um pouco mais de uma hora, o suficiente para entregar Macy e voltar para o seu quarto. Eu fiz uma careta e bati novamente.

"Ele não está aí."

Eu aperto meus olhos fechados, a voz sozinha enviava arrepios pelo meu corpo, mas eu sabia que uma vez meus olhos caindo sobre ele eu iria desmoronar.

"E como você sabe que ele não está aqui?" Pergunto, sem me preocupar em virar.

"Porque eu o mandei para X-Rated para verificar algumas coisas para mim."

Eu o sinto mover-se atrás de mim, seu corpo tão grande que ofusca meu pequeno corpo. Eu engulo com força. "São 9:00, não há ninguém no X-Rated."

Seu hálito quente atinge a parte de trás do meu pescoço e dois braços fortes me enjaulam contra a parede. "Eu sei."

Desejo aquece minha barriga, mas antes que possa assumir, a raiva cresce em mim. "Então, se você não se importar, eu tenho o trabalho da faculdade para fazer." Eu falo bruscamente.

Um pequeno grunhido retumba no meu ouvido. "Você não estava ocupada demais para ele."

Giro rapidamente, finalmente o encarando. Optimus pode ser intimidante, inferno quem eu estava enganando, ele poderia ser assustador como o inferno. Mas eu também sabia que ele não iria me machucar, pelo menos não fisicamente.

"Ciúme não parece bom em você, Optimus."

Um punho bate na parede ao lado da minha cabeça e eu solto um grito agudo enquanto cubro minha cabeça. Depois de um momento, eu movo meu braço e arrisco um olhar para o motoqueiro com raiva, sexy de pé em cima de mim. Irritado era um eufemismo. Eu poderia basicamente ver o vapor saindo de suas orelhas. Ele tinha apenas seu colete sobre seu torso nu. Seus braços incharam quando ele cerrou os punhos e se inclinou mais perto.

"Não me irrite, Chelsea. Você não vai gostar do resultado." Sua voz era firme e definitiva, mas eu tive o suficiente. Eu abaixo pelo seu braço e me afasto.

Olho para ele. "O que quer dizer em ter o bolo e comê-lo também?" Eu recuo na direção da escada, meus saltos batendo alto no chão de madeira do corredor e quebrando o silêncio. Seu rosto suavizou quando ele me soltou, e uma emoção que eu só poderia descrever como dor atravessou seu rosto.

Puxo meu celular do meu bolso enquanto fujo pelas escadas. Ele toca e toca.

"Ei garota." Rose atende quando estou prestes a desistir dela. Normalmente eu teria ligado para Harmony, mas ela e Kit tinham a mãe dela Helen com eles para o fim de semana e eu sabia que sentia falta dela como uma louca.

E realmente, essa merda não é nada de novo. Optimus e eu estávamos jogando este jogo estúpido por muito tempo. Desde que eu entrei para este clube, ele segurou meu tempo. No começo, ele não se importava que eu fosse ver os outros homens também, mas, eventualmente, ele começou a ficar com raiva se ele descobrisse que eu estava com eles. Eu não me importava, eu estava com Optimus quase todas as noites, a menos que ele estivesse fora em uma corrida. Eu quase nunca passava um tempo no meu próprio quarto.

No começo eu adorei, porque ele era tão calmo e misterioso. Ele exigia muito de mim, seu poder e autoridade me levavam a uma vantagem de prazer sexual que eu nunca tinha experimentado antes. Ele também tinha um corpo como um deus grego do caralho.

Uma vez que tínhamos começado a passar mais tempo juntos, eu aprendi que havia mais dele do que eu pensava. Ele era sarcástico, ele me fazia rir e seu sorris... iluminava o quarto. E inteligente, Deus, ele era tão inteligente. O homem conhecia números como ninguém mais. Ele era como andar e falar com uma calculadora.

Eu sabia que ele não deixava muita gente perto. Seus irmãos olhavam por ele e ele era leal a eles, sem uma falha. Mas não muitos outros conseguiram ver o lado dele que sua família via.

Harmony e eu costumávamos desgasta-lo. Eu não acho que ele esperava que nós duas entrássemos pelas portas do clube. Onde prostitutas do clube são geralmente vistas como cadelas ambiciosas, quem iria empurrar a sua própria mãe de um penhasco para ser chamado de Old Lady. Éramos ferozes, éramos independentes, e enquanto seguíamos as regras bem, nós não levávamos desaforo de ninguém. E isso é exatamente o que eu estava a ponto de lhe recordar.

"Então, você ainda quer sair à noite?" Pergunto a Rose enquanto caminho para o meu quarto e começo a pesquisar através de minhas gavetas por um equipamento assassino para usar.

"Espere, sério?" Ela pergunta. "Quer dizer que você está deixando de lado os pedaços sexys de homens por mim?"

Eu rio. "Querida, eu posso me livrar deles a qualquer momento. Você e eu estamos saindo!"

"Obrigado Senhor. Eu preciso muito disso." Ela suspira baixinho, quase como se não estivesse falando comigo.

Eu aço uma careta. "Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, estou ótima! Apenas um pouco estressada."

"Bem, então vamos começar. Mande-me uma mensagem com seu endereço, estou chegando."


Capítulo 5

 

Observo ela sair pela porta, mochila pendurada no ombro e saltos fazendo barulho no asfalto lá fora. Sexta-feira a noite era geralmente uma grande noite no clube.

Onde diabos ela estaria indo?

"Prospect." Eu grito para ninguém em particular, mas devia haver pelo menos um prospect de merda ao alcance da voz.

"Sim, Pres?" Ham anda na minha direção prontamente. O garoto estava se tornando útil. Ele conseguia ser capaz de se manter observando Chel sem que ela percebesse e com a tempestade de merda vindo, isso era essencial.

"Observe Chelsea. Eu não tenho certeza de onde ela está indo, mas você vai observa-la como um falcão. Qualquer sinal de perigo me ligue imediatamente."

"Sim, senhor!" Ele corre rapidamente sem perguntas. Sim, o garoto se encaixaria bem quando ele terminasse seu tempo.

"Você chamou, Pres?" Outro pergunta, caminhando casualmente.

"Muito lento, idiota. Vá limpar a porra dos sanitários."

"Hum... as garotas do clube geralmente não limpam?" Ele pergunta, olhando para mim sem expressão.

"Então coloque a porra de uma saia, talvez um dos rapazes transe com você mais tarde. Apenas faça isso, porra!" Rosno, estalando meus dedos enquanto ele corre passando por mim.

Ele para na porta do corredor. "Você estava brincando sobre a saia... certo?"

Cerro os punhos e ando em sua direção.

"Deixa pra lá! Eu entendi!" Ele sai correndo.

Idiota do caralho. Era esse o futuro do meu clube? Deus nos ajude.

Puxei meu telefone do meu bolso. Sugar e Harlyn chegariam amanhã de manhã. Sugar tinha enviado mensagens de texto para dizer que elas estavam embaladas e prontas e que Harlyn mal podia esperar para me ver. Eu estava morrendo de vontade de vê-la também. Eu só tenho uma ou duas semanas, por ano para passar com ela, mas tento conectar através de telefonemas e Skype várias vezes possíveis.

O meu relacionamento com Sugar era difícil de explicar. Nós ficamos juntos quando jovens. Ela não era uma garota do clube. Muito pelo contrário, na verdade. Seus pais eram ricos, indo a clube de campo, jogando golfe, dirigindo Mercedes Benz, idiotas. Eu era seu passeio no lado selvagem, e ela foi meu toque de bondade que cada menino mal ansiava para corromper.

Ela era formal, com longos cabelos ruivos e todos na última moda. Seu corpo era magro, talvez muito agora eu penso sobre isso, mas no momento isso tinha me deixado louco. O que não esperávamos era se tornar mais do que uma pequena aventura simples. Sugar não era complicada. Ela não era uma daquelas garotas que usavam sua boa aparência e dinheiro para conseguir lugares, mesmo que tivesse ambos. Ela era gentil e doce e um pouco reservada.

Naquele tempo, eu pensei que fosse o que eu queria. Pensei que precisasse de alguém que me deixaria levar e ser um toque suave para vir para casa à noite. Eu pensei que querendo uma mulher que usava vestidos e maquiagens seria a personificação completa do feminino. Pensei que eu estava apaixonado e eu estava preparado para fazer o que fosse necessário para mantê-la e fazê-la feliz. O que eu não estava preparado eram as consequências que vieram junto com a própria decisão.

Nós tínhamos estado em um dos clubes bar/piscina locais que pertenciam ao clube chamado Sharp Shooters. Uma vez por mês, íamos lá apenas depois de fechar e ter uma conversa com os gestores, para garantir que tudo estava funcionando perfeitamente. Nós escolhemos ser proprietários silenciosos em um monte dos nossos negócios, simplesmente pelo fato de que algumas pessoas ainda nos viam como bandidos inúteis e não apoiaria qualquer coisa que colocássemos as mãos. Era mais lucrativo para nós ficar as escuras.

Durante a reunião Sugar tinha me ligado, e como o bastardo apaixonado que eu era, eu disparei.

Meu pai me disse que estava bem, que eu poderia ir. Mas o fato era que nós estávamos no meio de uma guerra de territórios com outro clube – Highway Hell MC - e eu estava prestes a deixar o meu pai e também meu presidente do clube, completamente sozinho.

Não foi até mais tarde naquela noite, enquanto eu estava escondido com minha mulher, pensando que porra eu tinha depois de ver aquele sinal positivo em um teste de gravidez, que descobri sobre os dois homens do clube rival que tinham entrado no Sharp Shooters e atiraram no meu pai e o gerente do bar, momentos depois que eu tinha saído. Eles estavam observando - à espera de um momento de fraqueza. E eu tinha entregado a eles, porque eu coloquei a minha necessidade de estar com minha mulher antes de meu dever como um irmão e um filho do caralho.

Eu tinha ganhado uma vida e perdido outra, ambas na mesma noite e não havia nenhuma maneira no inferno que eu iria correr o risco de mais uma pessoa que eu amava ser roubada de mim. Por isso, enviei Sugar para longe - sozinha e grávida da minha garotinha.

Eventualmente, eu tive a minha vingança contra o clube que tinha matado meu pai, e apesar das minhas escolhas estúpidas The Brothers by Blood ainda me escolheram como seu próximo presidente, acreditando que isso estava no meu sangue. Aceitei o emblema com orgulho, sabendo que eu faria tudo ao meu alcance para administrar o clube, assim como meu pai tinha - com força, trabalho duro, e respeito.

Sugar via as coisas de forma diferente. Ela viu o clube como perigoso e mortal. Com o meu bebê crescendo em sua barriga, ela se recusou a voltar para casa, delirante como agora eu era presidente, eu e minha família seríamos mais um alvo e as pessoas que vierem depois de nós.

Eu não discuti.

Achei que ela estava certa.

Eu nunca a persegui, eu nunca disse a ninguém exceto meus irmãos sobre ela, e eu fiz visitas muito curtas a minha filha.

Nós tínhamos segurança antes, mas nunca se tivéssemos ameaças que visavam diretamente as mulheres do clube. Eu não tinha certeza se Target tinha ou não informado a sua família sobre Sugar e Harlyn. Blizzard era o meu único irmão, que nunca chegou a visitá-las com a gente, e mesmo assim eu fui muito cuidadoso com quem me viu. E quando era por telefone, eles foram sempre feitos de telefones pré-pagos que eu joguei fora depois e eram virtualmente indetectáveis. Eu me protegi, mas se por algum motivo eu tenha perdido alguma coisa e a família de Target forem procurar por elas, eu sabia que havia uma possibilidade de que nunca as veria novamente.

Trazendo elas para cá e confinando-as ao clube era a única opção.

Chelsea era diferente. Eu não tinha dúvida de que Target lhes havia dito o quanto Chelsea significava para mim. A única maneira de tirar a atenção deles sobre ela agora era se eu pudesse convencê-los de que ela não significava tanto para mim como eles pensavam, e eles iriam deixá-la em paz. Ou era muito inteligente ou simplesmente estúpido. Mas, infelizmente, eu não poderia ter as duas coisas.

Se eu queria provar que ela não era importante para mim, eu tinha que afastá-la, e agora eu estava arriscando observando-a sair por aquela porta, quando ela ficou chateada com o que fiz. Mas se eu a reivindicasse e fizesse dela minha como eu queria fazer há muito tempo, isso iria colocar um alvo definido em suas costas e a dor de pensar que ela poderia ser morta e desaparecer para sempre era demais para suportar.

Tudo mexeu com a minha cabeça. Mas como de costume, eu tinha que esquecer isso e ser o presidente que meus homens e suas famílias esperavam que eu fosse. Eu tinha que ter certeza que eles estavam todos protegidos e seguros. Eles estavam confiando em mim e eu não ia desapontá-los.

Eu nunca deixaria meu clube desapontado novamente.


Capítulo 6

 

"Então, por que a súbita necessidade de escapar da zona de testosterona?" Rose pergunta quando me entrega um copo de vinho.

O pego agradecida, tomando um gole antes de responder: "Eu estou um pouco farta de machos alfa para ser honesta." Nós estávamos sentadas em uma mesa pequena de jantar no meio da sua cozinha. Era uma linda casa de dois quartos, pequena, mas funcional. Era também em uma excelente localização, perto de uma das principais estradas que levava até o centro da cidade de Atenas.

Ela franze o cenho para mim antes de rapidamente virar e revirar seu armário da cozinha.

"Hum, o que você está fazendo?"

"Está aqui em algum lugar." Ela murmura.

"O que?"

"Termômetro. Eu acho que você deve estar doente." Ela continua a procurar no armário e eu não posso deixar de rir.

"Sente-se, mulher. Estou bem."

Ela sorri e senta-se de volta, rodando seu vinho em seu copo. "Ainda no outro dia você estava me dizendo como eu não sabia o que o sexo era até que eu fizesse com algum motoqueiro macho alfa. O que mudou?"

"Nada mudou. Eu estou nisso." Eu rio. "Eu acho que só preciso de algum tempo fora."

"De certo motoqueiro em particular?"

Aperto os lábios e faço uma careta. "Eu acho que sempre soube que eu tinha mais sentimentos por ele do que ele tem por mim. Quer dizer, eu tenho estado perto por três anos agora e ele está sempre me mantendo perto, mas não perto o suficiente."

"Talvez ele esteja com medo. Ele foi ferido antes?" Ela pergunta com uma inclinação de cabeça.

Dei de ombros. "As relações anteriores estão fora das cartas."

"Sexta-feira não é sempre uma grande noite no clube? Como você conseguiu permissão para sair hoje à noite?"

Eu sorrio e tomo o último vinho do meu copo. "Com a única maneira que eu sabia que eu ia ser capaz de sair – não contando a eles."

Ela engole em seco e segue enquanto eu fico de pé e coloco a cadeira em seu lugar debaixo da mesa. "Chelsea, eles não vão vir atrás de você?"

Sinto e meu sorriso lentamente crescer. "Não há dúvida sobre isso, então é melhor ir andando."

"Eu acho que você está brincando com fogo." Ela ri quando abre a porta da frente se fecha atrás de nós.

Dei de ombros. "Eu gosto disso quente."

Rose e eu pegamos um táxi para uma boate local. Eu propositadamente evito as que eu sei que eram afiliadas com os Brothers by Blood. Eu sabia que Optimus iria ficar puto que eu tinha tirado Essa noite sem perguntar primeiro, e eu sabia que ele ia mandar alguém para me pegar. Mas como porra, eu ia tornar isso fácil para eles.

Meu vestido era de uma tonalidade deslumbrante de rosa, uma espécie de vermelho púrpura, escuro e se encaixava perfeitamente ao meu corpo. Strass foram salpicados em todo o tecido apertado que era fronteira com o lado sexy do indecente. Eu sei que as garotas do clube sempre estavam vestidas parecendo umas vagabundas, mal existindo roupas com apenas um toque de autoestima, mas eu não me importava. Eu trabalho duro para manter o corpo que eu tenho. Então, queria mostrá-lo?

Eu não estava saindo para pegar um homem, minha lealdade ainda era com o clube. Mas se eu estava saindo, eu com certeza iria fazer isso parecer bem sobre mim mesma.

"Bebida?" Rose grita, gesticulando com a mão apenas no caso de eu não poder ouvi-la sobre a música que estava agredindo meus tímpanos.

"Uísque!" Eu grito de volta quando aponto sobre meu ombro. "Eu vou conseguir uma mesa." Ela franze a testa com a minha escolha de bebida, mas assente.

Eu caminho entre os clientes e encontro um pequeno estande na beira da pista de dança, mas ainda perto do bar. Era um pouco mais silencioso e nos permitiria conversar sem ter de gritar. O lugar estava lotado. Eu não poderia dizer que já tinha estado lá antes, mas era bom e o local era ótimo.

Se nós conseguíamos sair do clube para a noite, os garotos sempre nos arrastavam para lugares de propriedade do clube. Íamos ter o nosso espaço VIP e os garotos poderiam relaxar sabendo que ninguém iria mexer com eles sob seu próprio teto. Tinha sido um longo tempo desde que eu estive fora para dançar ou em boates sem pelo menos um dos irmãos nas proximidades. Meu estômago revira um pouco. Eu estou nervosa e animada.

"Como consegue beber essas coisas?" Rose pergunta em voz alta quando pega um assento em nossa pequena mesa. Rose está usando uma blusa preta brilhante e uma minissaia jeans apertada. Era uma roupa simples, mas ela tinha combinado botas pretas assassinas de cano alto que amarrava atrás como um espartilho.

Dois homens mais velhos riam enquanto passavam por nós, seus olhos começando em nossas pernas e movendo pelos nossos corpos. Não era o tipo de olhar que fazia você se sentir sexy, embora. Rose e eu estremecemos e fizemos careta fazendo-nos rir.

Tomei um gole do meu uísque.

Perfeito.

"Quatorze anos de idade, sete lares adotivo." Rose levanta uma sobrancelha para mim. "Eu fui tirada do meu lar adotivo anterior porque o meu irmão de criação, que eu era próxima foi baleado em uma festa no lado errado da cidade. Minha nova mãe adotiva era uma bêbada e imediatamente me ensinou a entorpecer a minha dor."

Seus olhos se suavizam. "Oh uau... isso deve ter sido difícil."

Dou de ombros e tomo outro tiro de minha bebida, apreciando o som do tilintar do gelo em torno do copo.

"Você está sempre tão feliz. Tão inabalável com tudo." Diz ela, olhando para mim com curiosidade. "Mas parece que você teve um tempo realmente ruim quando criança."

"Todo mundo passa por problemas em suas vidas. Se isso te faz ou não quebrar é uma escolha que tem que fazer." Explico com um sorriso suave. "Quase me quebrou para ser honesta. Eu nem sempre sou forte, mas eu aprendi muito bem como fingir."

Tudo isso era verdade. Eu descobri como lidar, e eu lidei. Eu cresci em algumas áreas difíceis, em algumas famílias difíceis, mas contanto que colocasse sua cara de valente e ficasse com os pés no chão, não importa como estivesse se sentindo por dentro.

Seja forte agora, desabe mais tarde.

As únicas vezes agora que eu lutava para controlar as minhas emoções era ao redor de Optimus. Ele era minha criptonita. Ele dissolvia as minhas forças em um instante, e naquele instante eu lhe daria tudo. Cada parte de mim queria cair e rezar para ele me pegar. Meu coração me dizia que ele faria, mas minha cabeça não estava disposta a arriscar isso - o pensamento da dor era muito forte para descobrir.

"Eu gostaria de poder ser assim."

Eu balanço minha cabeça, meus pensamentos nublando minha atmosfera. "Ser como o quê?"

Rose sorri, mas não é o sorriso que eu normalmente via, estava cheio de tristeza e pesar. "Eu desejava não pode me importar, mas eu anseio aceitação. Eu sinto que eu preciso ser uma parte de alguma coisa."

"Nós todos sentimos como se precisássemos ser parte de algo. Mas você sabe o que, somos impressionantes apenas por nós mesmos e se as pessoas não podem aceitar isso, então foda-se!" Eu seguro o que resta da bebida no ar e Rose sorri para mim quando bate seu copo com o meu.

Há outro copo contra o nosso, e eu olho para cima para ver um cara lindo de pé ao lado de nossa mesa, um sorriso insolente em sua face.

"É isso aí!" Ele fala.

Rose olha para mim e ergue as sobrancelhas e eu não posso deixar de rir.

"Posso acompanhá-las meninas ou devo apenas continuar aqui de pé com a minha bebida no ar parecendo uma ducha?"

Olho para Rose, que apenas dá de ombros antes que eu afastei um pouco mais em torno do estande para permitir espaço para o sexy Mc Weirdo. Ele tinha cabelos escuros quase negros e sua camisa azul contrastava perfeitamente com sua pele cor morena. Ele estende a mão para mim e eu aperto-a.

"Chelsea e Essa é minha amiga Rose."

"Prazer em conhecê-las, garotas." Diz ele enquanto aperta a mão de Rose também. "Meu nome é Deacon. Desculpe estragar a festa de vocês. Eu tive que parar. Discurso muito inspirador. Já pensou em palestras motivacionais?"

Reviro os olhos, mas não consigo parar de sorrir. "Por que fazer isso quando posso sentar-me em um clube e inspirar estranhos enquanto bebem uísque. Eu, obviamente toquei você."

"Palestras motivacionais provavelmente pagam mais." Ele sorri.

Eu balanço meu copo, sacudindo o gelo. "Compre-me outra bebida e eu não vou lhe enviar uma conta."

"Sim senhora. Uísque e...” Ele olha para Rose, que parecia estar estudando-o.

Ela balança a cabeça e sorri. "Oh, desculpa! Vodka e laranja."

Deacon bate continência e parte em direção ao bar.

"Ele é quente." Diz ela, obviamente, admirando sua bunda enquanto se afasta.

"Não brinca." Eu digo, fazendo exatamente a mesma coisa. O que eu poderia dizer, seu jeans preto apertado se encaixa perfeitamente.

Deacon acabou por ser um cara muito legal, apesar de sua não tão grande entrada. Ele tinha saído com um amigo, mas rapidamente tinha sido abandonado por uma garota. Eu me senti mal por ele, mas ele era ótima companhia, e muito bom para os olhos, então seu amigo perdeu e nós estávamos ganhando realmente.

"O que você faz, Deacon?" Pergunto quando relaxamos na conversa.

"Eu gerencio uma academia no centro e sou um terapeuta esportivo, então, também trabalho alguns fins de semana para algumas das equipes esportivas locais, robustos, massagem e tratamento de lesões."

Meu queixo cai. "Isso é exatamente o que estamos estudando. Isso é o que eu quero fazer!"

Rose assente. "Bem, isso é o que Chel quer fazer, eu quero mais entrar em treinamento de pessoal e nutrição."

Ele sorri. "Devia ter desconfiado, corpos como esses só vêm de garotas dos esportes." Ele insinua que ele estava falando de ambas, mas ele olha diretamente para mim. Eu não era uma que normalmente se esquivava, mas seu olhar me fez corar exageradamente. Era sexy e me disse tudo o que eu precisava saber. Eu tive que abaixar minha cabeça, o calor subindo do meu pescoço e sombreando meu rosto.

Rose ri. "Eu posso fazer uma pergunta para as senhoras."

Eu levanto minha mão em resposta.

"Você se importa se eu levar Chelsea para uma dança. Não vai demorar muito, não gostaria de deixá-la sozinha." Pergunta Deacon.

Eu levanto minha cabeça rapidamente.

Rose sorri para mim antes de olhar para Deacon. "Vá em frente! Ela precisa de um pouco de diversão." Ela pisca drasticamente antes de se virar e praticamente pular fora.

Traidora.

Aceno minhas mãos na minha frente. "Não, não. Eu não danço."

Ele zomba e se levanta para fora da cabine, virando-se e estendendo a mão para mim. "Vamos, eu vou ajudá-la." Ele agarra minha mão e me puxa do assento, apesar de meus protestos. Eu tropeço para fora da cabine, mas as mãos de Deacon vão rapidamente a minha cintura e as minhas vão para o seu peito, segurando-me firme em meus saltos de quinze centímetros. Ele não era alto, de pé apenas alguns centímetros a mais que eu mesmo com saltos. Mas isso não importava. O cara era quente, e pelo que pude sentir sobre sua camisa, tinha músculos definidos.

Ele começa a caminhar de costas para mim, me movendo em direção à pista de dança. Eu não poderia deixar de seguir, meu corpo ia com o fluxo que ele estava criando.

"Eu realmente não posso dançar." Eu anuncio sobre a música alta e corpos esfregando.

Ele para de repente e usa as mãos para girar meu corpo ao redor de modo que as minhas costas fosse pressionada contra seu peito. Elas rapidamente caem para trás em meus quadris e com seu corpo agora moldado contra o meu começamos a nos mover.

No começo nós apenas balançamos – lado a lado. Era simples, lento e sensual.

Ele logo começa a torcer meus quadris. No começo eu resisto. Eu sei que minhas habilidades de dança eram menos do que excelente e de nenhuma maneira eu queria me envergonhar. Ele move sua boca para perto do meu ouvido, sua respiração fazendo cócegas nos meus cabelos e enviando arrepios na coluna. "Apenas deixe-me entrar, deixe-me assumir o controle."

"Por que você está pedindo por controle?" Eu atiro para ele, sorrindo para a ternura que ele estava mostrando que definitivamente não estava acostumada com os irmãos.

Parte de mim queria bater nele e dizer, apenas seja um homem e pegue o que quiser. Isso é o que eu sabia, é o que sempre amei sobre Optimus. Ele sempre foi atrás do que queria e nunca procurou validação. O toque de Deacon era sexy, era suave e isso me fez flutuar. Mas o que ele não fez foi deixar minhas pernas fracas e meu coração disparado. Outra parte de mim pensou que fosse bom, ser finalmente questionada do que eu queria. Para ser respeitada o suficiente como uma mulher para ser tratada com uma mão suave, algo que simplesmente não se consegue com motoqueiros rudes e acessíveis.

Ele ri levemente, seu peito apertando contra as minhas costas. "Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

"Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."


Capítulo 7

 

Eu não conseguia parar de apertar meus punhos enquanto observava seu corpo se mover. Chelsea nunca tinha sido uma dançarina. Apenas não era sua incursão, mas não era minha também, então eu não poderia me importar menos como bom suas habilidades de dança eram. O que me matou foi às mãos dele sobre ela, direcionando-a, controlando seus movimentos como se ela fosse seu boneco.

De jeito nenhum.

Não uma das minhas garotas, e absolutamente não a porra da Chelsea.

Ela era minha.

E eu estava a ponto de lembrá-la de fato.

"Vou pegar a amiga." Blizzard diz, enquanto olha para os banheiros. Eu poderia me importar menos sobre ela agora, mas Blizzard passou os últimos trinta minutos que estávamos lá, observando ela.

Eu ando por trás deles enquanto ela ri. "Por que você está pedindo por controle?"

"Eu acredito ser chamado cavalheirismo."

Eu enterro meus dentes. "Chama-se uma maldita bichinha. Agora, tire suas mãos da minha propriedade."

Chelsea pula e rapidamente se afasta de seu novo amigo. Seus olhos conectam com os meus, ela não parecia surpresa, porém, apreensiva, mas ela mantém a boca fechada.

Bom.

Ela sabe que estou com raiva e que não deveria causar problemas. Ela não iria gostar das consequências. Estou chateado. Não, estou além de chateado, estou furioso.

Chelsea sabe que o que está fazendo é errado. Sabe que é contra as regras. Não tenho certeza que inferno está passando pela sua linda cabecinha, mas eu estou prestes a descobrir.

"Chelsea" Eu digo.

Ela olha para mim, a raiva brilhando em seus olhos, mas se move para o meu lado.

Eu mantenho meus olhos em seu pequeno parceiro de dança e ele nunca se afasta de mim. "Propriedade é algo que você possui, como um carro ou uma casa, não uma pessoa," Ele zomba.

Sorrio e cruzo os braços sobre o peito. "Para você, talvez. Possuo coisas que caras como você apenas sonham. Incluindo ela." Eu ando atrás de Chelsea e envolvo meu braço em volta da sua cintura, puxando-a comigo enquanto saímos da pista.

O idiota segue. Seus olhos seguindo de Chelsea para mim. A maneira como ele olha para mim está cheio de ódio e desprezo. Tenho certeza que ele deve saber do clube, possivelmente o que fazemos. Mas o olhar que ele está me dando não é só porque ele tem ouvido coisas de merda sobre o clube.

Era como se ele nos conhecesse.

Que era mais pessoal.

"Você não tem que ir com ele." Ele fala entre os dentes, seu olhar finalmente direcionando para ela enquanto nos segue.

"Deacon, está tudo bem. Basta deixar isso." Chelsea tenta sair fora dos meus braços, mas eu seguro-a mais apertado.

"Garoto bonito desculpe, não estamos aceitando prostitutos no clube do sexo masculino no momento." Blizzard sorri enquanto caminha ao nosso lado, sua mão agarrada firmemente em torno do pulso da amiga de Chelsea apesar da tristeza dela. "Você vai ter que ficar." Ele continua a arrastá-la nos passando e eu consigo pegar o palavrão estranho seguido por sua profunda risada gutural.

"Vamos." Seguro a mão de Chelsea na minha, mas não perco o olhar simpático que ela joga por cima do meu ombro para seu novo amigo, que realmente tinha feito a coisa certa e não nos seguir.

"Eu vou andando!"

"Como diabos você vai andar." Ouço Blizzard piscar os olhos. "Suba na porra da moto."

Chelsea suspira quando nós caminhamos ao lado deles. "Rose, ele só vai te levar para casa. Eu prometo que você estará segura."

"Eu nunca estive em uma moto antes! Eu nem sequer tenho um casaco."

Blizz rosna profundamente em sua garganta antes de tirar seu colete e a jaqueta de couro que ele tinha debaixo dele. Fico olhando com admiração quando ele força os braços da jovem através das mangas de sua jaqueta antes de vestir seu colete de volta.

"Pronto, agora podemos dar o fora daqui?"

Chelsea olha para ele. "Não toque nela."

Sua cabeça dispara e um pequeno sorriso aparece. "Eu não me preocuparia com o que vou fazer princesa. Você está em apuros o suficiente como está.”

Vi-a vacilar.

É isso mesmo, Blackbird.

"Rose, eu vou ligar para você pela manhã!" Ela fala para a amiga sobre o ronco alto da moto de Blizzard. A garota lhe dá um aceno rápido, os olhos correndo ao redor furiosamente antes da decolagem para a noite.

Eu jogo minha perna sobre a minha moto, jogando para Chelsea meu capacete. Ela coloca-o rapidamente e monta atrás de mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura firmemente.

À medida que afastamos do meio-fio, aviso o cara do clube de pé na porta da frente assistindo. Ham tinha ligado para nos dizer que um cara tinha abordado as garotas, e nisso eu tinha o suficiente. Blizzard e eu tínhamos aparecido pouco tempo depois. A viagem não era longa, uma vez que tínhamos saído para ir a um bar, algumas quadras mais, optando por ignorar parte da noite de sexta na sede do clube. À volta para casa foi curta. Eu podia sentir que Chelsea estava inquieta quando se sentou ligeiramente atrás de mim, em vez de estar firmemente colada em minhas costas como de costume.

Bom.

Ela estava prestes a ter uma verificação da realidade, e dessa vez eu não estaria segurando nada de volta.

O clube ainda Estava bombando como de costume para uma sexta-feira à noite. Algumas strippers tinham vindo e havia algumas pessoas extras preenchendo o espaço. Desde que Harmony tinha ido embora com Kit para Troy, também tinha perdido Dana, uma das outras garotas do clube. Pelo que eu fui informado por Chelsea, a garota tornou-se muito próxima de Shield antes dele morrer e perdê-lo tinha a enviado por um caminho diferente. Nós nunca impedimos as garotas do clube de sair, eles não assinaram um contrato para permanecer por um determinado espaço de tempo. Nós apenas tínhamos as garotas aqui que queriam Estar aqui. Era a escolha delas.

Chelsea seguiu-me através do clube silenciosamente. Fui direto para o seu quarto, abrindo a porta e deixando-a entrar antes que fechasse atrás dela. Ela se encolhe, mas firma-se antes de se sentar na cama.

"Precisamos rever as regras?" Eu pergunto a ela, cruzando os braços sobre o peito.

"Não."

"Talvez devêssemos porque aparentemente você parece ter se esquecido de como as coisas funcionam por aqui." Eu falo.

Ela finalmente olha para mim, mas em vez de pesar eu vejo um lampejo de desafio. Isso era novo. Chelsea não era normalmente uma de questionar ou discutir um ponto. Ela e Harmony eram duas ervilhas em uma vagem, e enquanto todos nós sabíamos o quão forte ambas eram, eles sabiam onde estavam no clube e o que se esperava delas.

"É esperado de você Estar aqui à noite a menos que seja dada a permissão do presidente ou do vice-presidente do clube." Eu digo com firmeza. "Você não pode sair com outros homens, enquanto trabalha para o clube. E de acordo com a nossa conversa ontem, você não está deixando o clube sem um homem com você. Isso lembra alguma coisa?"

"Havia um homem com a gente." Ela murmura.

Não me surpreende que tenha notado Ham, eu não tinha exatamente falado para ele ser furtivo sobre sua presença. "Você tem alguma ideia de quantos problemas você poderia ter entrado? Você tem alguma ideia de quantos perigos poderia estar?"

Ela olha para mim. "Não, eu não tenho. Para eu saber você tem que me dizer o que está acontecendo, e isso não são informação que estou a par."

"E você acha que deveria estar, certo?"

"Às vezes, sim."

"E o que te faz tão especial que, além de meus irmãos, deva ser a única pessoa a ser dito exatamente o que está acontecendo?"

Ela levanta-se bruscamente. "Ok, Optimus. Entendi. Eu não sou especial. Eu vou continuar no clube e espalhar minhas pernas para os homens. Impressionante. Fico feliz que fomos classificadas."

Ela tira a jaqueta e joga-a do outro lado da cômoda pequena no canto de seu quarto antes de virar para a penteadeira e começar a remover suas joias. Com seu longo cabelo caindo sobre um dos ombros, eu podia ver claramente o impressionante pássaro preto que se estende através de seus ombros. Suas asas espalhadas em voo sobre as omoplatas, seus olhos eram ferozes e fortes, olhando diretamente para mim.

A tatuagem era originalmente a razão para o apelido que dei a Chelsea. Mas tornou-se mais do que isso. Melros simbolizam a escuridão e as fases de luz da lua. E para mim, Chelsea tem sido a minha luz quando as coisas estão escuras. Administrar um clube pode ser difícil. Eu tenho que verificar em todos os momentos, saber quem está onde, o que está acontecendo e por quê. Às vezes eu nem tenho certeza onde diabos minha cabeça está.

Mas as coisas são diferentes quando estou com ela. É como uma calma no ar e eu sinto que posso respirar, mesmo por um momento apenas. Ela me dá uma razão para parar e sorrir e me dá a chance de ser apenas eu. Bem, na maioria das vezes de qualquer maneira, porque agora sinto que quero espremer a vida maldita fora dela por ser tão idiota.

Ando e fico trás dela, colocando minhas mãos em cada lado da cômoda na frente dela, tocando levemente nela enquanto remove os brincos que eu nunca gostei realmente nela de qualquer maneira. Eles eram muito extravagantes, muito. Chelsea era bonita, mas simples.

Meu peito pressiona contra suas costas. Seus saltos deram uma altura extra, e mesmo assim não combinava totalmente com a minha estatura, eles colocavam o corpo dela em uma posição muito melhor para mim.

Minha boca encontra seu pescoço nu, ela imediatamente inclina a cabeça para o lado e sinto-a tremer seu corpo contra o meu. Depois de passar a última semana evitando-a como a peste, eu estou prestes a arruinar tudo. Mas eu não me importo. Eu tinha sido estúpido em pensar que era possível manter as mãos longe dela.

"Você está tornando muito difícil para mantê-la longe de problemas." Eu sussurro antes de tomar o lóbulo da sua orelha entre meus dentes. Sua bunda esfrega automaticamente contra mim e um suave suspiro deixa seus lábios. Minhas mãos sobem até seus braços e ombros. "Vou deixar você saber um pequeno segredo, Blackbird. Há uma ameaça para o clube e esses caras não estão brincando. Eu não sei quão perto eles estão, se eles estão nos observando apenas esperando para fazer uma jogada, mas o que eu sei é que eles vão usar qualquer influência que puderem contra mim e meu clube. Incluindo você."

"O quê?" Ela suspira, seu corpo tenso.

"Eu estou tentando o meu melhor para não dar-lhes uma desculpa para usá-la contra mim, mas você precisa me tentar e pressionar minha paciência, certo?" Meu pau está duro e pressiona bem entre as bochechas de seu traseiro.


Capítulo 8

 

Um arrepio percorre minha coluna ao ouvir suas palavras. Optimus era um líder, ele controlava as coisas, ele fazia as regras e as pessoas seguiam. Isso não mudava quando estávamos na cama.

E eu porra adoro isso.

"Tire tudo." Ele diz com firmeza, afastando seu corpo de mim.

Eu quase choramingo com a perda, mas em vez disso faço como me foi dito, tirando o tecido leve do meu corpo e removendo meus saltos. Tiro minha calcinha e sutiã enquanto me dirijo a ele, deixando-os no chão atrás de mim. Eu estou a poucos centímetros de seu corpo, completamente nua, mas tudo o que ele faz é olhar os meus olhos.

A protuberância forçando contra seu jeans era evidente. Eu sabia que o afetava da mesma forma que ele a mim. Ele relaxa os braços, estende uma mão para seu pênis, a outra agarra meus cabelos na base do meu pescoço. Puxa, não forte o suficiente para causar muita dor, mas o suficiente para me fazer suspirar. Minha boca está aberta quando eu sou forçada a olhar para ele. Seus olhos ardem através de mim. Ele está com raiva, mas não é a primeira vez que tínhamos feito essa dança.

Eu o tinha desafiado e agora ele precisava saber que eu Estava pronta para seguir as regras novamente. Eu daria a ele. Eu entregaria o meu poder e permitiria que ele tivesse o controle. Eu sabia que tinha feito errado - eu quebrei as regras do clube. Eu sei agora, que a sua maneira, ele estava apenas tentando me proteger e me mantendo a salvo de qualquer ameaça que havia contra o clube. Agora eu precisava provar a ele que podia confiar em mim novamente.

"Você entende agora? Você entende por que as coisas têm sido dessa maneira?"

Passo a língua sobre meus lábios, tentando umedecê-los quando minha respiração torna-se curta com a emoção construindo dentro de mim. "Sim, senhor." Eu sussurro.

Seus olhos dispararam de prazer com a minha resposta. O aperto em meus cabelos relaxa e seus dedos vão para o meu couro cabeludo, massageando a dor que ele tinha causado. Isso quase me faz querer ronronar como um gato.

"Você vai ser minha boa garota novamente e seguir as regras?"

Eu balanço a cabeça, ansiosa para fazer qualquer coisa para que ele apenas me tocasse.

"Mmm..." Sua outra mão se estende e envolve meu rosto eu me inclino para ela, fechando os olhos. "Pegue meu colete e pendure-o. Eu estou pronto para ver como você está arrependida da sua desobediência."

Eu esfrego sua mão antes de caminhar ao redor de suas costas. Pressiono meu corpo nu contra o couro enquanto alcanço seus ombros para agarrar a frente do colete. Ouço um grunhido suave deixar sua boca enquanto eu me esfrego contra ele, o emblema do clube costurado na parte de trás belisca minha pele com sua aspereza, bordas desgastadas. Eu me afasto relutantemente, deslizando o colete de seus ombros para baixo dos seus braços lentamente.

Ele vai até a cama, senta-se na borda e começa a remover suas grandes e pesadas botas de motoqueiro. Viro-me e penduro o colete na parte de trás da porta do quarto, deixando meus dedos permanecerem no couro. Era bom, macio e suave, mas desgastado e áspero, ao mesmo tempo, da mesma forma como seu proprietário.

"Venha aqui."

Eu vou direto para ele, querendo chegar e tocá-lo - beijá-lo. Optimus e eu tínhamos um grande equilíbrio. Ele nem sempre foi assim, severo e rigoroso quando se tratava de sexo. Muitas vezes ele me incentivava a fazer o que eu queria, o que me fazia bem. Mas Essa não era uma daquelas noites e eu poderia dizer que ele não Estava no clima para que eu tivesse meus avanços.

Ele pega o colarinho da camisa na parte de trás e a puxa sobre a sua cabeça, deixando-a no chão antes de estender suas mãos e agarrar meus quadris. Vou com o movimento quando ele me puxa entre suas pernas, sua boca apenas centímetros dos meus seios. Uma de suas mãos escorrega de meus quadris e eu respiro enquanto seus dedos corre o contorno da minha bunda e mergulha em minha buceta.

Seguro sua cabeça com ambas as mãos, tentando me equilibrar. Meus dedos cravam através de seus cabelos curtos me empurrando de volta para seus dedos, forçando-os mais fundo dentro de mim.

"Sempre tão pronta para mim, Blackbird." Ele sussurra, esfregando o rosto contra meus seios, a barba em seu queixo criando a fricção perfeita contra a minha pele. "Foda meus dedos. Liberte-se."

Eu não preciso ouvir duas vezes. Eu movo meus quadris para cima e para baixo, para frente e para trás até que encontro o movimento que me dá mais prazer. Eu não podia deixar de gemer enquanto cavalgava em sua mão. Minhas unhas arranham suavemente seu couro cabeludo, sinto-me subindo mais e mais, procurando a borda para que eu possa cair no esquecimento do orgasmo.

Sua mão de repente escorrega, assim como a possibilidade de encontrar esse fim, e eu não posso deixar de choramingar. Ele ri suavemente e olha para baixo, encontrando seus olhos nos meus. "Você acha que eu iria deixá-la chegar lá sem ter a minha própria diversão também?"

"Por favor." Eu sussurro suavemente, minha garganta está seca e eu estou desesperada para obter algum tipo de alívio.

"Joelhos."

Eu libero sua cabeça do meu aperto e passo os dedos pelo seu lindo peito tonificado enquanto abaixo-me de joelhos diante dele. Ele puxa seu cinto e desabotoa a calça jeans enquanto eu estou sentada em silêncio e observando - ansiosa e animada. Eu quero agradar esse homem, eu quero fazê-lo feliz.

Optimus foi o primeiro homem a me fazer sentir desse jeito. Eu tive namorados. Normalmente, os garotos que estavam vivendo a mesma vida que eu e gostavam de se rebelar assim como eu. A diferença era que nenhum deles exigiu minha submissão nem nunca pressionaram pelo controle. A maioria do tempo era eu a única a assumir a liderança.

Eu sempre gostei de sexo. Era uma parte natural de quem somos como pessoas. Nós temos o sexo porque gostamos, amamos esse sentimento que nos dá. Mas não foi até que eu conhecesse Optimus para perceber que todos os garotos que eu tinha fodido antes eram apenas isso – garotos.

Optimus era um líder nato. Atenção ordenada, ele fala e porra, ouve-se. Ele era o que eu nunca soube que estava sentindo falta.

Minha atenção bate de volta assim que seu pênis salta de suas calças. Optimus foi presenteado com algo surpreendente naquela região. Era grande, duro e a ponta brilhava na luz, apenas implorando por minha língua para prova-lo.

"Eu adoro ver este olhar em seus olhos. Apenas sabendo que você está morrendo para ter seus lábios em torno do meu pau." Ele se levanta da cama, suas calças caem no chão e eu afasto enquanto ele sai delas. Ele agarra sua dureza em sua mão e puxa-o algumas vezes. Eu mexo meus quadris, tentando encontrar algum tipo de pressão ou fricção no meu clitóris enquanto eu assisto ele brincar com apenas centímetros do meu rosto. Meus mamilos doem, precisando de algum tipo de atenção. Minhas mãos imediatamente levantam-se e eu espalmo meus seios, apertando e beliscando.

"Você quer isso, baby?"

Eu balanço a cabeça. "Sim."

Ele resmunga em apreciação enquanto me observava puxar meus mamilos endurecidos, cada puxão enviando uma sacudida em linha reta através do meu corpo para minha buceta escorregadia.

"Pensei que queria meu pau nessa boca, é óbvio que precisa ser ensinada uma lição de respeito da maneira como você falou comigo essa noite." Diz ele profundamente, tentando manter a compostura, mas eu poderia dizer pela sua voz que ele está tão necessitado quanto eu estou. "Mas eu preciso foder você forte, e sua boca não será capaz de receber o castigo que estou prestes a colocar em você."

Meu coração acelera e eu tenho que me impedir fisicamente de lançar-me para ele em uma necessidade desesperada para ter seu corpo.

"Levante-se e se curve na cômoda." Ordena com um pequeno movimento de sua cabeça.

Levanto e viro para a cômoda onde eu tinha acabado de colocar minhas joias depois de tirá-las. Eu coloco minhas mãos na parte superior e curvo-me ligeiramente, sabendo que ele está recebendo uma vista perfeita de como exatamente está me afetando. Eu podia sentir que minha buceta está completamente encharcada. Eu preciso dele dentro de mim logo antes que decida assumir as coisas com minhas próprias mãos.

Seu corpo logo me aquece, seu comprimento pressionado confortável entre as minhas nádegas. Sua mão corre até as minhas costas, começando na base da minha coluna até que seus dedos entrelaçam em meus cabelos. Movendo seus quadris, e assim quando eu estou prestes a protestar contra a perda, o seu pau empurra em mim e ele puxa meus cabelos simultaneamente. O contraste de dor e prazer fazendo-me gritar seu nome. Ele bate em mim, em seguida, tira lentamente antes de fazer a mesma coisa novamente. A outra mão agarra um peito, apertando firme e lento. Meu corpo é superado com sensações.

"Foda-se!" Ele rosna alto quando bate em mim novamente.

"Sim!" Eu choro quando ele começa a acelerar, mas com tanto poder por trás de sua confiança. "Sim, Optimus!"

"Toque essa buceta." Ele geme entre os dentes. "Eu vou fazer você gozar tão forte que isso vai parecer como um vício em volta do meu pau."

Eu consigo me equilibrar com uma mão trêmula enquanto a outra alcança entre as minhas pernas e esfrega meu clitóris inchado. Meus dedos roçam contra ele enquanto entrava e saía, punindo a minha buceta assim como ele disse que faria. Mas parecia tão bom pra caralho. Uma das atrações do clube eram seus homens. Eu queria um homem forte e poderoso. Eu tinha passado tanto tempo me observando, cuidando de mim mesma, para estar com alguém que não sabia como levantar-se, assumir a liderança e ser um homem do caralho.

Meu corpo começa a doer, mas parece incrível. Era como se estivesse correndo, correndo em direção à linha de chegada. Cada parte de mim grita quando eu vejo o fim chegando, sabendo como seria bom sentir quando eu chegasse a ele.

"Oh meu Deus." Eu solto um gemido profundo quando todo o meu corpo começa a tremer. A onda de êxtase me bate forte.

Optimus levanta-me e aperta minhas costas contra seu peito, soltando meus cabelos e envolvendo o braço em volta da minha cintura para me segurar quando minhas pernas ameaçam a ceder. Eu jogo meus braços para trás e ligo-os atrás de seu pescoço, meus olhos se fechando enquanto ele continua a deslizar dentro e fora, permitindo-me cavalgar a onda ainda mais.

Ele morde meu pescoço, seus dentes afundando em meu ombro enquanto ele dá um último impulso e dispara a sua libertação dentro de mim. Eu vacilo com a dor, cravando minhas unhas na parte de trás de seu pescoço. Ele geme, profundo e animalesco antes de lamber sua marca da mordida e acalmar a dor. Agarro-me a ele, saboreando ter seu corpo tão perto depois de não Estar com ele por tanto tempo. Ele logo sai de mim, a sensação faz meu corpo tremer. Ele ri suavemente, seu rosto ainda escondido na dobra do meu pescoço.

"Chuveiro." Ele resmunga.

Eu sorrio. "Dê-me um minuto, porque nós sabemos que a segunda rodada vai começar assim que estivermos no chuveiro, e eu não estou apenas certa se posso ter um orgasmo quando tenho certeza que esse ainda não terminou." Eu grito enquanto me vejo sendo levantada do chão e embalada em seus braços.

"Eu estou disposto a testar essa teoria."


Capítulo 9

 

Por mais clichê que pareça, era bom estar em seus braços. Eu senti falta da sensação de seu corpo ao longo da última semana. Como ele parecia estendido sobre mim, como seus dedos calejados e mãos pareciam contra a minha pele suave. Eu ri quando o queixo de cerdas encontrou o seu caminho para o meu ombro nu.

"Bom dia." Sua voz estava rouca e cheia de sono.

"Shh."

"Por que estaria em silêncio?"

"Eu tenho essa teoria de que os seus rapazes podem ouvir o som da sua voz a milhas de distância. Como uma espécie de apito de cachorro." Seu corpo treme com o riso e eu não posso deixar de sorrir enquanto o calor me enche. Eu sei que não é muitas vezes que a pessoas podem ver esse Optimus. "Eu só sei que um deles vai te ouvir e te caçar, precisando de você para ajudar com algo que eles poderiam ter feito sozinhos."

"O trabalho do presidente nunca termina." Seus lábios pressionam minha pele e se movia lentamente do meu ombro para o centro das minhas costas. Eu tremo e meus olhos se fecham.

"Bem, senhor Presidente..." Eu respiro.

"Mmm..." Optimus me rola com a barriga para baixo e monta em minhas costas. Suas mãos massageando meus músculos e eu solto um gemido leve em delírio. Esse era Optimus que eu estimava aquele que me tratava como uma rainha. O único que não tinha medo de rir e sorrir por medo de deixar sua guarda baixa. Esse era o homem que eu estava me apaixonando. Não é o homem das cavernas arrogante que tentava controlar cada movimento meu. "Porra, eu poderia adorar este corpo para sempre. É perfeito."

Eu rio e movimento meu corpo enquanto suas mãos espalmam minhas nádegas, massageando-as suavemente. "Você deveria estar massageando, não acariciando com intenções sexuais." Eu rio quando eu bato nele. O tom da sua risada vibra através do meu corpo.

"É meu. Eu vou fazer o que eu quiser com ele." Ele aperta e eu só sei que isso iria deixar marcas.

"Bem..." Eu começo, mas a objeção acaba rapidamente com um tapa ressoando. Eu grito e minha nádega queima. "Optimus!"

Uma língua molhada logo acalma a dor. Escorrega suspeitosamente perto do meu centro e eu resisto à vontade de me empurrar contra seu rosto, enquanto sua língua ataca em toda parte, exceto minha buceta. Eu solto um gemido, excitada e necessitada.

"Precisa de alguma coisa, Blackbird?"

"Mmm... por favor." Seu corpo volta sobre o meu, seu peitoral tonificado me pressiona contra o colchão e eu posso sentir seu pau duro contra a minha bunda. "Op, por favor."

"Eu quero que você me prometa uma coisa." Ele murmura em meu ouvido. Neste ponto, eu estou desesperada para tê-lo. Tudo sobre Optimus era excitante para mim, até mesmo sua maneira de homem das cavernas, às vezes.

"Ok" Eu solto um gemido, empurrando contra ele.

"Prometa que vai sempre falar comigo. As coisas estão ficando loucas, mas eu preciso que você sempre fale comigo antes de fazer qualquer coisa estúpida." Sua voz era suave, quase desesperada.

"Tudo bem...?" Eu digo, um pouco confusa.

Ele ataca meu corpo e venera apenas como ele disse que faria. A conexão entre nós é inegável, embora sejamos tão teimosos como éramos, ao tentar fazer exatamente isso ocasionalmente.

Eu envolvo o lençol em volta do meu corpo enquanto sento e observo ele se mover ao redor do quarto. Meu corpo está tão deliciosamente dolorido. Optimus sempre me empurra para os meus limites e por sua vez chega às alturas e prazeres que eu nunca tinha experimentado com mais ninguém.

Ele sorri enquanto me chama a atenção no espelho. Aquele sorriso era tudo. Era como um diamante raro. Era impressionante, belo e real, e algo que senti como se ele sempre guardasse para mim. Com os rapazes, você veria o sorriso insolente ocasional. Mas um sorriso genuíno - nunca.

Eu abro minha boca para perguntar onde ele estava indo, mas há uma batida na porta.

"Op?" Blizzard chama através da porta.

O rosto de Optimus muda, mesmo enquanto ele mantém contato visual direto comigo. "Sim?"

"Elas estão aqui."

Seus olhos se afastam dos meus e de repente toda sua concentração estava em seus sapatos. "Sim, eu estou indo."

Sento-me, confusa com a súbita mudança de comportamento. Escuto as botas de Blizzard desaparecer pelo corredor. "O que está errado?"

"Nada." Ele murmura enquanto joga seu colete nas costas, deslizando um braço completamente e depois o outro.

"Besteira, você estava bem. Quem está aqui?"

"Eu disse que não é nada." Eu vacilo e puxo o lençol mais apertado em torno de mim. "Chel... Eu sou..."

Ele puxa seus cabelos curtos, as palavras ficam presas em sua língua. Depois de um minuto, tudo que eu consigo é um rosnado alto enquanto ele sai apressado do quarto, batendo a porta atrás dele. Eu estava acostumada a mudanças de humor de Optimus. Quando ele estava no quarto comigo, ele agia muito diferente do que quando estava com seus irmãos. Ele sempre levou seu papel dentro do clube muito sério. Às vezes sério demais. Eu rapidamente visto algumas roupas e me dirijo para a sala principal, onde todos os irmãos parecem estar reunidos.

Apoio-me contra o bar no canto mais distante da porta do corredor, sem saber se era para eu estar lá ou não e precisando ser capaz de fazer uma saída rápida, se necessário. Uma mulher entra pela porta. Ela era bonita. Seus cabelos são de um tom lindo de laranja que brilha a luz do sol de outono. Ela usa um jeans escuro apertado, uma ankle boot pequena, e uma camisa branca simples. Você poderia dizer pelas suas roupas que ela era uma menina sem problemas. Ela não se importava com impressionar ninguém e não precisa vestir-se para chamar a atenção. Sua beleza era tudo natural. Eu poderia ver nós sendo amigas.

Isso foi até que eu vi um sorriso iluminar o rosto e eu segui seus olhos. Eles estavam direcionados para Optimus. Meu sangue ferve quando seu ritmo acelera. Ela para na frente dele, ele passa um braço em volta dos ombros dela e puxa-a com força contra o peito.

Meu coração dispara. Eu não sabia quem era essa mulher, ou o que ela Estava fazendo ali, mas era óbvio que ela e Optimus tiveram algum tipo de ligação, algum tipo de história. O ciúme queima através de mim, consumindo todas as outras emoções. Tecnicamente, Optimus não era meu, mas vê-lo tocar outra mulher tão ternamente faz minha cabeça girar e meu estomago revirar.

Empurro-me ainda mais no canto, se ele percebeu que eu Estava lá ou não, eu não tinha certeza, mas quando ele agarra ambos os lados do rosto dela e toca a testa dela, começo a sentir lágrimas em meus olhos. Ele sussurra baixinho para ela e ela balança a cabeça suavemente, seu sorriso mudando e se tornando um pouco abatido e triste.

Eu balanço minha cabeça, imaginando que Optimus não tinha me convidado para Essa reunião por uma razão e eu começo a recuar e voltar para o meu quarto. A mulher se afasta de Optimus e abraça vários irmãos. Começo a me sentir melhor, ela era, obviamente, alguém que era importante para o clube.

Assim quando eu me viro para voltar para o corredor, ouço um grito animado.

"Papai!"

Eu faço uma careta, eu não tinha conhecimento se alguma Old Lady daqui tinha crianças. "Papai! Tio Blizzard está tentando me fazer cócegas." Eu sigo a menina com cachos vermelhos escuros quando ela corre vindo do pátio. Blizzard está rindo bem atrás dela enquanto ela corre em todo o piso de madeira. Eu conhecia todas as crianças do clube e nunca tinha visto essa menina antes, mas eu também não vi quaisquer outros visitantes na sala além da mulher com os cabelos laranja, que eu supus ser sua mãe.

Quem ela Estava chamando?

Não.

Enquanto eu observava o belo salto da garota nos braços de Optimus, pareceu como se alguém tivesse me chutado no estômago. O ar fugiu dos meus pulmões e eu lutava para respirar. Optimus gira-a ao redor, um largo sorriso em seu rosto. Um sorriso que eu sabia agora que não era só para mim.

"Papai, me salva." Ela fala, rindo enquanto Blizzard tenta chegar ao redor de seu amigo para agarrar seus pés e pernas. Optimus ri e coloca-a de lado em seu colo com um beijo carinhoso na sua bochecha. Olho para a sala. Ninguém parece surpreso; ninguém age como se isso fosse incomum. Todos sorriem enquanto eles olham o reencontro.

Corra, você precisa correr.

Lágrimas nublam a minha visão enquanto eu tento fazer o meu caminho para trás, longe de tudo. Minhas pernas vacilam, obviamente, não aceitando o comando que meu cérebro está tentando enviá-las, e eu tropeço para o lado, caindo em uma mesa e fazendo-a se arrastar pelo chão.

Vários pares de olhos viram na minha direção, mas havia apenas um par daqueles profundos olhos castanhos que fizeram meu interior virar mingau. Eles arregalam momentaneamente antes de recuperar a compostura e seu rosto normalmente rígido retornar. A mãe da garota olha para trás e para frente entre nós, claramente confusa. Não me atrevo a focalizar os outros rostos na sala. Sabendo exatamente que tipo de reação que eu iria encontrar - piedade.

"Papai, você vem brincar comigo?" Pergunta a menina, alheia à tensão que enche a sala. Seus olhos ficam focados em mim quando ele ajusta-a em seu quadril e dá um passo lento, como se estivesse prestes a se mover em direção a mim.

Mas eu já tinha ido.

Corre, continue correndo.


Capítulo 10

 

"Ei, Chel." Harmony atende.

"Você sabia?" Eu grito, tentando segurar meu celular entre minha orelha e meu ombro enquanto jogo minhas roupas em uma bolsa.

Houve silêncio por um minuto. "Oh, Chelsea." Ela sussurra baixinho.

"Você sabia!" Engulo em seco, sentindo lágrimas começar a queimar mais uma vez.

Será que todo mundo sabia, exceto eu?

"Kit só me disse ontem. Ele queria me avisar."

Eu zombo. "Ele queria avisá-la que seu melhor amigo está prestes a perder o enredo." Eu solto uma risada sarcástica. "Obrigado, Kit!"

"Você precisa falar com ele, Chelsea. Deixá-lo explicar." Eu o ouço falar ao fundo. Eu sabia que ele estaria lá.

"Eu preparo um quarto para você." Harmony diz suavemente.

"Harmony! Diga-lhe para falar com ele." Kit rosna.

Engulo em seco. Harmony me conhece bem. Ela tinha sido a única com quem eu realmente falei sobre o que foi para mim crescer. Ela sabia que eu não ia parar para falar com ele, ela sabia que eu ia correr.

"Eu preciso encontrar Blizzard e perguntar se está tudo bem eu sair."

Garotas do clube não eram autorizados a ir embora durante a noite sem ter permissão de Optimus ou Blizzard em primeiro lugar. Era importante que eles soubessem onde estávamos a todos os momentos, apenas no caso de algo acontecer e eles precisarem nos defender rápido.

"Você quer que eu ligue para ele?" Ela oferece.

Eu balanço a cabeça, estúpida, embora eu saiba que ela não podia me ver. "Eu sou uma grande garota. Eu vou fazer isso."

"Ok, eu te amo, Chel. Apenas seja paciente que as coisas iram dar certo e eu vou vê-la em poucas horas."

Suspiro. Eu sinto falta de Harmony mais do que eu pensei que sentiria. Ela se juntou ao clube pouco antes de mim, a atração pelos homens às festas e o estilo de vida perfeito demais para desistir. Nos vinculamos imediatamente e nunca olhamos para trás. Nós viemos de um passado, onde confiar em outras pessoas para Estar lá por você e cuidar de você era demais para pedir. Tínhamos aprendido a nunca esperar nada de ninguém. Éramos independentes e enquanto eu tinha sonhos de um dia me apaixonar, não precisava de um homem para comandar a minha vida. Eu fiz muito bem por mim mesma.

Eu termino de arrumar a mala e vou em busca de Blizzard. Quando ele não está em seu quarto, eu sei que teria de me aventurar a voltar à sala principal e arriscar ver Optimus no caminho. Tomo uma respiração profunda quando entro na sala principal, soltando lentamente quando percebo que está basicamente vazia com Wrench e Ham no bar.

"Blizzard está por aí?" Eu chamo por eles enquanto estão sentados amontoados em uma mesa. Wrench olha por cima e faz um gesto com a cabeça para o corredor oposto.

"Escritório de Op."

Caminhando naquela direção evitando contato com os olhos, eu bato na porta do escritório. Mas quando abre não é Blizzard.

Wrench aquele bastardo.

Dou um passo atrás, mas Optimus rosna, "Pare com isso, Chelsea. Entre aqui."

"Eu quero falar com Blizzard."

"Bem, ele não está aqui, porra." Ele dá um passo para o lado, segurando a porta aberta e me dando espaço para entrar. Meu corpo treme. Cada parte de mim está gritando corra, vai, corra. Cada parte de mim, exceto o meu coração. Meu coração quer desesperadamente que ele explique e de esperanças de que as coisas não eram o que pareciam. "Agora."

Eu pulo, mas obedeço. Eu iria deixá-lo dizer o que queria, então sairia. Fico sem jeito no meio do seu escritório quando ele fecha a porta atrás de mim.

"Para o que você precisa de Blizzard?" Ele pergunta enquanto dando a volta por mim e ficando na minha frente.

"Eu quero ir visitar Harmony. Estou saindo agora." Eu digo bruscamente.

"Não."

Minha cabeça dispara em surpresa. "O que?"

"Eu disse que não." Ele repete calmamente enquanto caminha ao redor de sua mesa. Coloca a mão na parte de trás de sua cadeira, mas não se senta. Cerro os punhos, tentando me lembrar de que preciso manter minhas emoções sobcontrole. "Eu conheço você, Chelsea. Você está assustada. Sua mente está lhe dizendo para sair daqui. Isso é o que você faz. Bem, pare. Pare e fale comigo."

Eu odeio que ele me conheça tão bem, e com os acontecimentos dessa manhã era evidente que eu não sabia quem ele era afinal. Minha mente não funciona e minha boca está seca. "Ela é sua."

Ele assente. "Ela é minha."

"Qual a idade dela?"

Eu vejo um sorriso leve no canto da sua boca. Poderia dizer apenas pelo simples gesto que seu amor por sua filha era forte. "Harlyn tem cinco."

Engulo em seco, tentando molhar a garganta seca. "E sua mãe?"

Seus olhos encontram os meus. "Isso seria Sugar."

Tusso uma risada e agarro a cadeira do escritório que está a minha frente. "Impressionante. Bem, desejo a vocês dois o melhor." Me viro para a porta.

"Sugar e eu não estivemos juntos por um tempo muito longo." Ele tenta explicar. "Meus irmãos são os únicos que sabem sobre elas, e eles nunca foram autorizados a falar uma palavra a ninguém."

Eu suspiro, mas recuso-me a virar. "E você nunca pensou que isso era algo que eu merecia saber?"

"Eu não faço questão de deixar prostitutas do clube saberem as minhas coisas."

Sorrio e me viro para encará-lo, apontando o dedo acusador. "E aí está."

"Não é isso que eu... "

"Não, não retire o que disse agora. Vamos apenas coloca-lo para fora!" Eu sorrio com falso entusiasmo. "Você é um presidente MC e eu sou apenas uma puta."

Ele balança o punho e bate na parede à sua esquerda. "Pare de colocar palavras na porra da minha boca, Chelsea!"

Eu vacilo, mas continuo desafiando. Não havia como parar agora. Eu sabia que estava desrespeitando ele, eu sabia que estava desrespeitando o clube, mas a dor que isso causou foi como uma apunhalada no coração com uma faca venenosa, e lenta mas seguramente a escuridão tomou conta do meu corpo. A lógica do meu cérebro me disse que ele realmente não tinha feito nada de errado.

Ele estava certo - eu era apenas uma prostituta do clube, e prostitutas do clube não tinha nada que fazer exigências ou esperar informações que elas não tinham direito.

Mas a dor no meu coração não parava. O que começou como uma dor fraca agora estava me destruindo completamente.

Eu estou com raiva.

Eu estou magoada.

Eu sinto como se tivesse sido enganada.

"Por que você não pode simplesmente crescer algumas bolas e admitir isso?" Eu grito para ele do outro lado da sala.

"Você está caminhando por uma fronteira tênue, Chelsea." Ele rosna por cima do meu desabafo. Está furioso.

"Apenas admita. Eu não sou boa o suficiente para você!" Agora as lágrimas haviam começado. Elas enchem meus olhos e rapidamente estouram a pequena barragem. Faço uma careta através das lágrimas, tentando esconder a dor no meu coração, por trás da raiva em minha alma. "Tudo o que eu sou para você é outra para transar."

Finja até você conseguir.

Esconda a dor.

Corre.

Eu vejo seu rosto suavizar apenas ligeiramente, e move-se em torno de sua mesa vindo em minha direção. "Chelsea, não é isso."

"Besteira. Eu sou conveniente, nada mais que isso." Eu balanço a cabeça. "Eu acho que eu não estou surpresa. Três anos que estamos fazendo essa dança ridícula."

"O que você quer? Você quer que eu te faça uma Old Lady?" Retruca.

"Eu já lhe pedi para me fazer alguma coisa? Eu já pedi mais do que o que você me dá?"

Ele franze a testa para mim. "Você não é como as outras garotas do clube, eu sei disso."

"Exatamente." Eu digo, minhas pernas tremendo e lágrimas deslizando pelo meu rosto. "Eu nunca lhe pedi nada, Optimus. Nunca lhe pedi para dar uma porcaria sobre mim. Nunca lhe pedi para me mostrar um lado de você que eu sei que seus irmãos não veem, e nunca lhe pedi para passar a noite toda me segurando e me dizendo o quão linda eu sou, mesmo que você poderia ter apenas transado e me deixado. No entanto, você ainda não pode admitir que tem sentimentos reais por mim, porque se apaixonar por uma prostituta é apenas muito abaixo de você."

Ele estende a mão para mim, envolvendo sua mão grande em torno do meu pulso fino e me puxando para perto. O fogo me acalma assim que sinto seu corpo contra o meu. Meu moletom e sua calça jeans grossa não fazem nada para me proteger do calor que eu sempre sinto quando seu corpo está contra o meu. Com uma mão segurando-me perto, a outra agarra meu queixo - quase com muita força – e levanta meu rosto, então eu não tenho escolha, a não ser olhar em seus olhos.

"Você significa mais para mim do que qualquer porra de mulher que eu já conheci." Ele sussurra baixinho. Eu abro minha boca para falar, mas ele me corta. "Não. Você teve a sua opinião, agora você vai fechar essa pequena e linda boca e ouvir." Sua mão se move do meu pulso para o meu quadril e seu dedo aperta meus músculos lá. "Sim, eu sou o presidente deste MC, o que significa que as pessoas fazem coisas loucas, a fim de me machucar. Essa é a razão pela qual Sugar e Harlyn vivem tão longe, e essa é a melhor razão para nós sermos dessa maneira. Mas isso não significa que eu não me importo com você ou penso em você como uma simples prostituta. Porque Blackbird, você é muito mais do que isso." Seu tom é suave e suas palavras me atingem forte.

É nesse ponto que eu sei que, mesmo com toda a merda que eu tinha passado na minha vida, Optimus ia ser o único a me quebrar.

A porta do escritório se abre e eu rapidamente me viro, esfregando a umidade em minhas bochechas e tentando esconder o meu rosto.

"Papai! Esse lugar é impressionante! Você sabia que tem um campo de jogos? Você joga no campo de jogos? Você devia vir jogar nele comigo." A pequena voz fala tão rápido que eu me pergunto onde ela encontrou tempo para respirar.

Eu nem sequer olho para Optimus para saber que ele tem o sorriso mais deslumbrante em seu rosto. É como seu humor pode mudar toda a sensação de uma sala, que é o quão poderoso sua energia é.

"Talvez em breve, Harlyn. Papai está conversando com Chelsea."

Depois de alguns minutos de silêncio, eu sinto um puxão no meu moletom e viro-me para encontrar a menina mais bonita de pé ao meu lado. Cabelos ruivos emoldurando seu rosto em forma de coração que brilha para mim como se eu fosse sua personagem de desenho animado favorito. "Você é, Chelsea?"

Eu não poderia deixar de sorrir quando os olhos azuis de Harlyn brilham. Lanço um olhar interrogativo para Optimus. Um sorriso puxa no canto de sua boca quando ele balança a cabeça, dando-me permissão para falar com a filha.

Eu me abaixo sobre meus joelhos e sento sobre as pernas, colocando minhas mãos no meu colo. "Eu sou. Qual o seu nome?"

Um sorriso atravessa seu rosto, seu sorriso deslumbrante, mesmo com um dente em falta. "Meu nome é Harlyn! É o meu pai, você sabia disso?" Ela aponta por cima do ombro, mas seus olhos ficam fixos em mim.

Engulo em seco e cubro minha boca. "Não, eu não! Isso é legal."

Ela assentiu com entusiasmo e se move um pouco mais perto de mim e sussurra: "Ele é o presidente."

"O que significa isso?" Eu sussurro de volta.

"Isso significa que ele consegue mandar nas pessoas ao redor e eles têm que fazer o que ele diz." Ela revira os olhos e eu seguro uma risada. "Mas eu não. Porque eu sou sua filha. Mamãe diz que eu o tenho envolvido em torno de meu dedo mindinho, mas ele é muito grande."

"Ele é, não é." Eu concordo.

"Você vai vir e jogar com a gente no campo de jogos?"

Eu sorrio para a garota. "Eu gostaria poder, mas eu só estou dizendo adeus. Eu estou indo embora visitar uma amiga por alguns dias. Talvez possamos brincar quando eu voltar?" Evito olhar para Op, sabendo que eu iria conseguir minha fuga agora.

Harlyn levanta a mão. Fecha a mão e aponta seu dedo mindinho. "Você promete de mindinho?" Inclino a cabeça para a menina com curiosidade. "Papai diz que você não pode quebrar uma promessa de mindinho. Quando ele me visita ele sempre faz promessa de mindinho que ele vai voltar e ele sempre volta." Harlyn vira a cabeça e sorri para seu pai. Ela olha para ele como se fosse seu herói - eu não poderia culpá-la, naquele ponto eu me sentia da mesma forma.

"Eu prometo de mindinho." Murmuro, enganchando meu dedo mindinho em torno do dela.

Sorrimos uma para a outra por um minuto antes dela pular e se jogar nos braços de seu pai. Ele a pegou com facilidade. "Para o campo de jogos!"

Eu me levanto do chão enquanto eles caminham para a porta.

"Três dias. Isso é tudo o que você vai ter." Nossos olhos se encontram e eu posso ver o aviso em seu olhar. "Você prometeu de mindinho."

Com isso, ele se foi. Sua voz profunda e o eco de risos de uma criança de cinco anos de idade, seguindo pelo corredor até que eu já não possa ouvi-los.

Então eu corro.


Capítulo 11

 

"Ainda fazendo as prostitutas do clube chorar, eu vejo." Sugar encosta-se no poste do balanço enquanto eu empurro Harlyn gentilmente. Olho por cima do ombro para ver Chelsea colocando sua bolsa em seu carro. Viro-me antes de conter o impulso de correr até ela e pedir-lhe para ficar.

Foi melhor assim. Se estivéssemos sendo observados, então espero que eles fossem pensar que ela não era importante, deixando-a sair sem alguém para cuidar dela.

O que ela e todos os outros não sabiam era que havia alguém observando ela. Kit já tinha enviado um de seus garotos, Lift, para segui-la pelo caminho para Troy. O garoto era bom, e eu sabia que ela estaria segura.

"Elas sabem no que estão se metendo quando elas vêm aqui."

"Isso não é um olhar tipo 'cachorro chutado'. Esse olhar é mais parecido como um filhote de cachorro que você levou para casa brincou com ele, deu um nome, alimentou e, em seguida, o largou em uma ponte uma semana depois." Eu olho para ela, mas ela apenas me olha. Sugar era doce, suave e gentil, mas a garota era forte.

"É complicado." Eu murmuro enquanto empurro suavemente contra as costas de Harlyn.

Eu podia vê-la franzindo a testa para mim através do canto do meu olho. Ela estava me estudando. "Oh, Optimus. De novo não."

Paro de balançar quando Harlyn pula e corre para o trepa-trepa. Sigo atrás dela na esperança de evitar Sugar, mas ela me segue.

"Não faça isso."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "Eu não sei o que você está falando."

"A razão pela qual você nos trouxe aqui. Tem algo grande que vai acontecer não tem?" Ela puxa as mangas de sua camisa sobre suas mãos.

"Você sabe que eu não posso falar com você sobre isso. Mas sim, é muito grande." Eu posso ver as rodas em sua cabeça se movendo enquanto junta peça por peça de exatamente o que Estava acontecendo.

Sinto a mão no meu braço. "Não afaste ela."

Meu corpo fica tenso. "Eu estou fazendo o que tenho que fazer para proteger a minha família."

"E como foi essa experiência para você na última vez, Op?" O golpe foi baixo e ela sabe disso.

Rosno e viro para ela. "Você e Harlyn ainda estão vivas não é?"

Ela zomba e encontra meu olhar. "Sim, parabéns! Por causa do que você fez a nossa relação caiu em pedaços e você vê a sua filha uma vez por ano. Bom trabalho."

"Você nunca quis ser uma parte do clube de qualquer maneira." Eu acuso, apontando o dedo para ela. "Você é a única que queria sair, recusando-se a voltar para casa."

Ela parece magoada por um momento antes de afastar isso. "Você nos empurrou para fora e você nos levou tão longe, doeu. E depois de tudo o que aconteceu com o seu pai, eu era jovem, estava grávida e com medo," ela suspira, "não havia volta depois disso."

"Eu fiz o que tinha que fazer para proteger você e minha filha." Eu murmuro, observando enquanto a minha linda menina escala o quadro de escalada como uma profissional.

"Não." Ela sussurra. "Você cometeu um erro que feriu todos os três de nós."

Eu não conseguia olhar para ela. Mandá-la embora com a minha filha foi uma das decisões mais difíceis que eu já tive que fazer. Ela estava certa. Eu sabia que não teria dado certo entre mim e Sugar, mas eu poderia ter feito mais para lutar por elas, eu poderia ter mantido elas seguras e estado mais envolvido na vida de Harlyn.

Eu tinha cometido um erro.

"E agora você está prestes a fazer tudo de novo." Sugar diz quando olha para a nossa garota. "Só que dessa vez, ela não vai ter uma razão para mantê-lo na vida dela."

"Papai, me pega!" Fui para baixo do trepa-trepa logo que Harlyn se atira de cima para meus braços. A garota não tinha medo. Ela tinha absoluta confiança em mim. Ela sabia que eu iria pegá-la.

"Vamos. Vamos almoçar." Eu digo a ela quando tiro seus cabelos ondulados de seus olhos.

"Papai?"

"Sim, menina."

"Vamos ter um filhote de cachorro?"

Essa criança não perde nada. Eu precisava me lembrar disso.

Passei o dia com Harlyn até por volta de 15:00, quando ela caiu no sono no sofá do meu quarto enquanto estávamos assistindo a um filme.

Harlyn era inteligente.

Eu sabia que teria que ter cuidado com o que dissesse e fizesse perto dela porque ela pegava tudo, até mesmo o humor das pessoas ao seu redor.

Há uma batida forte na porta do meu quarto. Transfiro Harlyn então ela está agora deitada em todo o sofá, em vez de apoiada contra mim, e ando rapidamente para responder antes que comecem a bater novamente e acorda-la.

Ham está de pé lá, seu pé batendo. "Pres, precisamos de você lá fora agora."

Foi a primeira vez que eu o vi parecer nervoso, mesmo com todo o trote e besteiras que os rapazes tinham brincado com ele. "O que está acontecendo?"

"Dois enormes rapazes italianos em ternos estão esperando no portão para falar com você. Blizzard já está indo lá para fora."

Porra.

"Encontre Sugar, diga-lhe para ir para o meu quarto e esperar com Harlyn." Eu digo enquanto passo por ele e corro pelo corredor.

Eu estou curioso para ouvir o que esses caras têm a dizer. Eles não tinham chegado com arma em punho e isso para mim era suspeito para começar.

Blizz me encontra na porta e confiro se tenho a minha pistola enfiada na parte de trás da minha calça.

"Prospect!" Eu chamo para a sala atrás de mim. Neil aparece de trás do bar com garrafas debaixo dos seus braços e mãos, obviamente ajustando o estoque. "Reúna todas as garotas e diga-lhes para irem para seus quartos e ficar lá até que um membro do clube venha para pegá-las."

"Sim, Pres." Ele responde seguido pelo barulho das garrafas e passos pesados.

"Isso pode virar uma merda muito rapidamente" Blizzard diz enquanto nós caminhamos em direção aos portões da frente do clube.

"Honestamente, quanto mais poderia as coisas chegarem a este ponto?" Eu digo secamente.

"Porra de uma bala entre os olhos?"

"Você enviou uma mensagem para Kev?"

"Sim, ele está a caminho lá pra cima."

Havia alguns grandes edifícios industriais que eram vistos em torno das bordas do clube. Tínhamos sensores neles então nós saberíamos se alguém estava nos observando de lá, mas desde que o ponto de vista perfeito para os nossos homens, se nada parecido com isso vier a acontecer.

Eu atravesso a pequena abertura do portão.

Slider e Wrench ficam impassíveis do outro lado, olhando para os homens bem-vestidos que estão ao lado de um grande Mercedes. Nosso terceiro prospect ficou logo atrás deles, tentando imitar a posição deles, mas era bastante claro que suas mãos tremiam.

"O que posso fazer por você?" Eu pergunto bruscamente quando dou um passo na frente dos meus homens, Blizzard exatamente ao meu lado como sempre.

Um dos homens dá um passo adiante, mas não responde. Seus cabelos são escuros e penteado para trás e seus óculos escuros escondiam seus olhos. Ele olha para mim por um momento antes de estender a mão para a maçaneta da porta do carro. O homem que sai é tão clichê que se eu não soubesse como era mortal, eu quase iria rir. Ele tem uma camisa de gola alta preta debaixo de um terno cinza-escuro que foi perfeitamente vincado. A uma leve sombra negra de sua mandíbula ao redor de sua boca eram partículas de cinza que combinava com a cor de seus cabelos.

Ele toma uma profunda tragada do charuto que pendia entre os dedos antes de jogá-lo para meus pés enquanto exala. Eu observo o charuto saltar sobre o asfalto, o fumo logo alcançando o meu nariz e levando-me a fazer uma careta.

"Você é Optimus?" Seu sotaque italiano é grosso para notar onde me pergunto se ele realmente falava fluentemente Inglês.

Eu amplio minha posição ligeiramente e cruzo os braços sobre o peito. "Eu sou, e você é?"

Ele assente. "Anthony DePalma."

"O que posso fazer por você?"

Ele me lança um sorriso sombrio. "Eu estou procurando pelo meu filho, Kenneth DePalma."

Eu coço o queixo com a mão. "Desculpe, não conheço ninguém com o nome de Kenneth."

"Não há um cara que trabalha na loja de ferragens na cidade chamado Kenneth?" Blizzard oferece com um estalar de dedos.

O sorriso de Anthony não vacila. "Acredito que ele se juntou a seu clube, você pode conhecê-lo como Target." Continua ele, seus olhos se recusando a sequer reconhecer meu irmão, mas sim ficar colado em mim.

"Não é possível ajudá-lo. Target não esteve por perto por um tempo agora." Eu digo a ele com um encolher de ombros.

Seus olhos me examinam, eu não tinha certeza de que ele estava piscando, mas não desisti. Eu não estava com medo desse idiota.

Ele resmunga e puxa os punhos do seu paletó. "Bem, isso é uma vergonha."

"Se você diz. Eu não estou realmente muito decepcionado. Ele era uma espécie insuportável de qualquer maneira."

"Sim, ele me lembra um daqueles animais." Blizzard bate na cabeça como se estivesse lutando para se lembrar, "O que é chamado de novo?"

Eu olho diretamente nos olhos de Anthony DePalma. "Um rato."

"É isso aí!"

O sorriso cai de seu rosto instantaneamente e encontra um olhar duro. Esse homem estava acostumado a ter pessoas encolhidas em seus pés. Ele praticamente era dono da costa leste e parecia que estava procurando expandir, e os Brothers by Blood estavam no topo de sua lista de acertos.

A família DePalma tinham seus dedos em quase todo tipo de crime organizado que você poderia pensar. Drogas, armas, prostituição, assassinato – se isso era ilegal então eles estavam de alguma forma envolvidos. Eles tinham muita concorrência de outros, os Russos, os Irlandeses e outras gangues de rua, mas por alguma razão eles tinham escolhido vir atrás do meu clube. Se isso não fosse uma declaração de guerra, então eu não sabia o que era.

"Eu acredito que você entendeu mal. É uma pena para você que eu vou ter que considera o seu clube responsável pelo meu filho desaparecido."

"Talvez Kenneth tenha ficado enjoado de seu pai estar no rabo dele o tempo todo e decidiu que precisava de uma pausa."

"Você sabe quem eu sou?"

Eu não falo, mas ele sabe a resposta - claro, que eu sabia.

"Eu tenho um monte de recursos à minha disposição. Meu alcance é muito mais amplo do que a de seu clube."

"No entanto, você ainda escolheu vir atrás de nós, bem antes de seu precioso filho ter desaparecido."

Ele zomba de mim, sua compostura caindo. "Você feriu minha família, e de onde eu venho só há uma maneira de corrigir isso. Sangue por sangue." Ele ajeita o paletó, o rosto relaxado quando dá um passo para trás em direção ao seu carro. Seu pequeno servo rapidamente abre a porta para ele. "Eu vou estar em contato em breve. Você pode contar com isso."

Eu não falo, mas nós assistimos em silêncio enquanto o carro se afasta do meio-fio.

"Bem, isso foi esclarecedor." Wrench zomba.

"Ligue para Church." Eu peço bruscamente. "Precisamos de informação e um plano. Target deve ter deixado uma pista em algum lugar."

Meus homens rapidamente se dispersam e eu puxo o meu telefone do meu bolso de trás, disco um número e seguro-o no meu ouvido.

"E aí irmão?" Kit responde.

"Ela está aí?"

Ele ri. "Sim cara, ela está aqui. Ela e Harms não deixaram o quarto desde que ela chegou."

Eu suspiro aliviado e puxo meus cabelos em frustração. "Boa. Eu acabei de ter uma visita de Anthony DePalma."

"Alguma pista sobre o que está acontecendo?" Pergunta Kit, seu tom rapidamente se transformando para sério.

"Não, mas até que nós sabemos de algo, você a observa como um falcão." Eu digo a ele severamente.

"Eu vou, irmão."

Eu desligo. Tinha plena fé no meu irmão.

Kit e eu nos conhecíamos por um tempo muito longo e, embora nós viéssemos de fraternidades separadas, nós fomos basicamente criados juntos.

Eu sabia que ele faria o que fosse necessário ser feito a fim de manter Chelsea segura, mas até que ela estivesse de volta aqui comigo e nos meus braços, meus níveis de ansiedade estaria nas alturas.

Deus ajude qualquer um que tente se meter comigo.


Capítulo 12

 

Eu vou até os portões da frente do clube da fraternidade de Troy. Um prospect abaixa a cabeça na minha janela e me olha antes de apontar para o outro membro para abrir os portões.

Eu estou cansada e meus olhos estão inchados, mas eu tinha feito isso. Estacionando meu carro ao lado do grande edifício, sento nele por alguns minutos, necessitando de tempo para ajudar-me a voltar ao normal novamente. Eu tinha conduzido até aqui no piloto automático, o meu navegador me dizendo para onde ir. Foi uma viagem lenta, mas eu não estava com pressa. Salto quando a minha porta se abre, eu agarro meu coração.

"Ei linda." A voz alegre me cumprimenta. Eu abaixo minha cabeça e olho por cima, a luz brilhante do sol ardendo meus olhos antes de finalmente focar na figura. Ele está olhando para mim com um sorriso estampado em seu rosto.

"Oi."

Ele estende a mão para mim e a pego, meu corpo realmente grato por algum apoio enquanto saio do meu carro. Consigo um olhar melhor para ele agora que o brilho do sol não está mais sombreando seu rosto. Eu o reconheço de quando os homens de Troy visitaram o norte, mas meu cérebro luta para colocar um nome ao rosto.

"Obrigada." Eu digo com um sorriso suave.

"Chelsea, não é?" Ele confirma, ainda segurando minha mão na sua.

Eu balanço a cabeça. "Sim, hum..."

"Mix."

"Desculpe Mix. Meu cérebro está um pouco lento no momento."

Ele apenas sorri antes de caminhar em volta do carro e puxar minhas malas do porta-malas. "Vamos, Harmony está esperando por você."

Eu estava animada para ver minha amiga. Tinha sido estranho vê-la todos os dias e depois não vê-la mais.

"Eu achei que ela faria parte do comitê de boas-vindas." Eu digo enquanto o sigo em direção ao enorme edifício de estilo industrial.

Ele ri. "Ela faria, mas Kit não iria deixá-la faltar sua aula."

Eu faço uma careta. "Aula?"

Ele apenas ri não me dizendo qualquer outra coisa enquanto deixa cair as minhas malas na frente das portas e em vez de me levar para dentro, faz um gesto para eu segui-lo ao redor do prédio.

Nós atravessamos uma porta de correr, onde os homens se apressam em torno dos carros. Seus macacões estão sujos com graxa e entre os sons de instrumentos barulhentos havia música alta tocando. A placa acima das portas dizia Auto Shop do Oz.

Mix para em duas portas duplas um pouco mais abaixo do edifício e as abre, apontando a mão para eu entrar em sua frente. Olho para ele com ceticismo, mas entro na sala.

"Agora me bata!" Uma voz masculina solicita.

"Não. E se machucar você?"

"Você não vai me machucar, garota bonita."

Meus olhos levam um momento para se adaptarem à mudança de luz, mas eu logo percebo duas figuras em pé no meio de um ringue de boxe improvisado. A sala não é grande, mas tem tetos muito altos, juntamente com vários sacos de boxe, esteiras e pesos espalhados ao redor.

"Se eu lhe der um olho roxo, eu vou ter que olhar para isso por dias." Harmony geme quando fica frente a frente com Kit no meio do ringue.

Eu sorrio.

"Vamos, Harm. Você é a única que queria aprender essa merda de autodefesa."

Eu coloco minhas mãos em volta da minha boca. "Vamos! Acerte-o!"

A cabeça de Harmony vira abruptamente para mim, um sorriso se espalha em seu rosto. Ela começa a caminhar em minha direção, mas Kit agarra-a pela cintura. "Nós ainda não terminamos."

Harmony rapidamente levanta o braço e acerta seu cotovelo na barriga de Kit. Ele a solta, curvando-se e gemendo de dor. Mix e eu começamos a rir enquanto Harmony desce do ringue, sorrindo triunfante. Ela corre para mim, jogando os braços em volta do meu pescoço. Nós dois rimos enquanto nos abraçamos, balançando para frente e para trás.

"É tão bom ver você." Harmony murmura em meu ouvido.

"Claro que sim." Eu digo a ela, não sendo capaz de tirar o sorriso de meu rosto.

Ela se afasta, segurando as mãos nos meus ombros e seu rosto refletindo o meu.

"Eu teria convidado você, mais cedo se soubesse que isso seria necessário para ela finalmente me bater." Diz Kit quando se aproxima de nós, ainda segurando seu estômago, mas com um sorriso lindo no rosto.

"Se eu soubesse disso, eu teria chegado mais cedo também." Eu respondo.

Ele ri, envolvendo seu outro braço em volta do meu ombro e me dando um aperto. "É bom te ver."

Harmony agarra minha mão e me puxa para longe, arrastando-me pelas portas. "Nós temos que colocar a conversa em dia. Nós vamos nos juntar a vocês mais tarde." ela fala por cima do ombro enquanto saímos.

Noto que minhas malas foram levadas de onde Mix as tinha deixado, mas Harmony não para. Ela me puxa através das portas que eu assumo ser o clube dos irmãos. Eu tenho uma visão rápida de um bar e algumas mesas de bilhar antes de subirmos uma escadaria para a esquerda.

Ela finalmente desacelera quando chegamos ao próximo andar, as portas tinham nomes em cada uma delas, algumas com classificações oficiais, e outras não. O quarto no final era marcado Presidente e Harmony empurra as portas, batendo-as fechadas atrás de nós e trancando rapidamente.

O quarto é grande, muito maior do que os quartos que os irmãos tinham em Atenas, mesmo Optimus. Tinha espaço para uma área de sofá e televisão, bem como uma mesa de tamanho razoável, uma cama king size e um pequeno banheiro ao lado.

"Uau, isso é incrível." Digo, vagando quando Harmony entra no banheiro.

"Sim, é muito grande, né?" Harmony fala. Ela sai um momento depois, suas roupas de treino trocadas por um apertado jeans e camisa rosa.

Harmony se senta no sofá e pega sua guitarra. "Então, como você está se sentindo?" Ela toca as cordas suavemente mesmo quando está olhando para mim. Eu estou acostumada com isso agora. Para ela, é uma coisa inconsciente. Harmony se sentia mais confortável quando tinha sua guitarra em suas mãos. Era apenas parte de quem ela era como uma extensão do seu corpo.

Eu suspiro, sentando-me ao seu lado e deixando minha cabeça cair para trás contra o encosto do sofá. "Eu não sei."

"Você falou com ele?"

Eu me encolho. "Mais ou menos."

Ela revira os olhos. "Você pirou, não é?"

"Talvez."

Ela balança a cabeça e eu sei que a merda está prestes a ficar séria quando coloca sua guitarra de volta em seu estande e se vira para mim totalmente. "Chelsea, Optimus se preocupa com você." Eu abro minha boca para falar, mas ela me corta com a mão. "Não. Ouça. Ele a está mantendo afastada, e eu entendo, isso é frustrante. Mas você não pensa em seu coração que por ele vale a pena lutar?"

Olho para as minhas mãos. "Eu não sei. E se eu lutar e, no final, ele ainda se virar e dizer que não quer que eu seja sua?"

"Mas e se você for embora sem saber? Você está disposta a passar o resto de sua vida se perguntando o que poderia ter acontecido?"

Eu levanto do sofá e começo a andar. "Estou com medo, Harm. Estou com medo de me jogar e receber nada de volta. Estou com medo de que ele tenha o poder de me destruir. E isso não é algo que eu já dei a qualquer pessoa."

Ela assente em entendimento, os olhos à deriva para a mesa de cabeceira, onde havia uma foto dela e Kit apoiada. "Chel, não seria amor, se ele não tivesse o poder de fazer com que o mundo inteiro venha para um fim completo. Mas às vezes vale a pena o risco."

Ficamos em silêncio por um longo tempo.

Talvez ela estivesse certa.

Talvez fosse hora de dizer a Optimus o que eu realmente queria e para de deixa-lo ditar minhas emoções com sua merda de ida e volta.

Eu estava pronta para jogar tudo na mesa e arriscar meu coração a ser rasgado em pedaços?

Eu não tinha certeza. Mas o que eu sabia era a dor que Estava me drenando e eventualmente alguma coisa ia ter para ceder. Eu só esperava que, quando isso acontecesse, eu seria capaz de me levantar e seguir em frente, porque eu tinha passado por muita dor em minha vida para deixar isso me parar agora.


Capítulo 13

 

"Tudo bem, onde nós estamos?" Eu pergunto quando bato meu martelo de madeira contra a mesa da igreja.

Todos os meus irmãos estão presentes exceto os prospects que não são autorizados a se unir à igreja até que eles ganham seus emblemas.

Wrench desliza uma pasta sobre a mesa quando começa a falar. "Anthony DePalma, cinquenta e oito anos, assumiu os negócios da família quando seu pai faleceu cerca de dez anos atrás. Dois irmãos, um mais velho, um mais novo... "

"Espere" Kev interrompe. Kev tinha sido um policial, ele conhecia os prós e os contras do crime organizado. Ele se juntou a policia quando jovem, pensando que seria uma unidade forte que poderia confiar, mas optou por sair devido à quantidade de corrupção que viu. Ele encontrou o que precisava com a gente, e enquanto isso tinha tomado um pouco mais de tempo para ser aceito nas classes, nós não julgamos seu passado. Ele tinha feito mais do que suficiente para nos provar ao longo dos últimos oito anos ou mais que ele era leal para uma falha. "A máfia é como a família real, a coroa é sempre passada para o filho mais velho. Como ele acabou com isso?"

Wrench dá de ombros, folheando algumas páginas e visualizando o papel. "Marco, o irmão mais velho ainda está envolvido no negócio da família."

"Estranho." Kev murmura com uma careta.

"Você acha que isso é importante?" Pergunto, inclinando-me para trás na cadeira.

Ele coça o rosto com a mão, tomando um momento para pensar sobre isso. "Eu lidei com os italianos antes, não o DePalma, mas não há uma escassez de famílias do crime da Sicília lá fora. O primogênito é sempre o único a ter o trono quando o pai morre. Se não houver um macho na família, nesse momento, é passado para o próximo irmão mais velho, ou sobrinho."

"Você já ouviu isso antes?" Questiono.

"Sim, o irmão mais velho caiu em desgraça da família. Ele era um viciado em álcool e drogas. Ele não poderia ser confiável para administrar o negócio da família, por isso ele foi expulso. Não voltando depois disso. Estou curioso para saber por que este irmão não está no comando, mas ainda é mantido dentro da família."

Eu balanço a cabeça, também estou muito curioso sobre isso. Talvez DePalma tivesse uma fraqueza em suas graduações que poderíamos usar.

"Wrench, quando nós terminarmos leve Kev com você para fazer mais algumas pesquisas. Eu quero saber se há algo que podemos usar."

Os meninos assentem e Wrench continua a explicar o que tinha, dando-nos uma pequena aula de história da máfia italiana, enquanto estava com isso.

"Ele disse que tinha machucado a família, mas eles foram os únicos a enviar Target em primeiro lugar. Tem que haver mais aí?"

"Muito possivelmente, mas eu estou lutando para ver o que." Meu cérebro está girando tão rápido, tentando descobrir todos esses enigmas estúpidos. "Nós esvaziamos seu quarto. Tinha alguma coisa lá?"

Blizzard sacode a cabeça. "Nós não encontramos nada excessivamente suspeito. Mas não passamos exatamente com um pente fino."

"Faça."

Ele assente.

"Eu quero segurança extra nas portas, três guardas em todos os momentos, um membro sempre." Eu vejo alguns dos meus homens enrugarem seus rostos, mas não discutem. Normalmente, proteger o portão era um trabalho dos prospects, porque vamos encarar isso, não era tão difícil. Mas eu não confiava em um prospect para deixar naquilo que eles não sabiam exatamente porque eles sabiam as coisas certas para dizer.

"Temos outros assuntos para discutir?" Eu olho para os meus homens. Essa igreja tinha sido chamada especialmente então deixaríamos as discussões de negócios normais para o nosso tempo regular da igreja.

Camo levanta a mão. Camo tinha se juntado ao clube recém-saído do exército. Ele foi dispensado devido a estilhaços em tantas partes de seu corpo que tinha perdido a conta após a sua tripulação ter sido atingida por uma bomba de beira de estrada. Como a maioria dos homens do exército, ele desejava a fraternidade que o clube ofereceu. Ele nunca foi encontrado em outra coisa senão calças do exército e poderia integrar em qualquer área ou situação.

Dei-lhe um aceno rápido.

"As meninas do clube estão caindo como malditas moscas. Alguma chance de podermos obter um pouco mais por aqui?"

Reviro os olhos, mas vejo alguns outros membros acenar em acordo.

"Quando as coisas se acalmarem um pouco, vamos abrir as noites de sexta-feira para as meninas da cidade e acompanhantes. Pode haver algum interesse."

"E sobre aquele pedaço quente amiga de Chelsea saída da faculdade?" Ele sorri.

"Deixe Rose em paz seu maldito." Blizzard rosna de seu assento ao meu lado, olhando para Camo sobre a mesa.

Camo ergue as mãos com a explosão de Blizzard e eu não posso evitar, de sorrir.

"Liberados."

Meus irmãos saem todos, mas Blizzard ainda fica olhando para o outro homem, mesmo quando as portas fecham-se.

"Você tem uma coisa por ela?" Pergunto.

"Ela não é uma das prostitutas do clube." Diz ele, evitando o meu olhar.

Eu rio. "Isso não foi o que perguntei."

Ele vira-se em seu assento e olha para mim. "Não sei. Ela não quer ter nada comigo ou com o clube de qualquer maneira. Ela deixou isso bem claro."

"E quando ela fez isso bem claro?" Pergunto, divertindo-me com o rumo dos acontecimentos.

"Quando tentei convidar-me para seu apartamento na outra noite, e ela me disse que não." Ele murmura.

Eu rio. Blizzard era um homem das senhoras. Um grande homem das senhoras. Ele era tranquilo, engraçado e encantador. O fato de que tinha sido rejeitado foi um choque maciço para o seu sistema. Mas eu sabia que ele não iria deixá-lo de lado. Como todo homem de sangue quente, nós queríamos tudo o que não poderíamos ter.

"Talvez ela esteja apenas jogando duro para conseguir. Como você disse a menina não é uma das prostitutas do clube."

Ele faz uma careta ao ouvir a palavra 'prostituta.' "Não, é mais do que isso. Quando eu a puxei para fora daquele clube, você devia ter visto o jeito que ela olhou para a minha moto e meu colete. Não era medo, mas havia algo ali que transformou-a."

"Há um monte de pessoas ao redor que não gostam de motoqueiros. Nossa reputação nos precede."

Ele olha para a grande mesa, o logotipo do clube desenhado no meio. "Talvez."

"Chelsea terá suas bolas se você mexer com ela."

Eu pego o brilho insolente em seu olhar antes mesmo que ele fale: "Por que ela precisaria das minhas quando ela tem seus bolsos cheios com as suas?"

"Foda-se," Rosno, chegando a bater nele, mas ele se esquiva, saltando para fora do assento com seu sorriso habitual agora firmemente de volta no lugar. "Vá buscar-me algumas respostas, idiota."

Ele me dá uma saudação antes de se dirigir para a porta. Indo para o meu quarto não muito tempo depois, dou ordens para um prospect correr e dizer que as meninas podiam sair. Abro a porta só para encontrar Suga e Harlyn enfiadas em minha cama, lendo uma história.

Harlyn vê meu movimento em primeiro lugar. "Papai!" Ela chama, desembaraçando-se dos braços de sua mãe, saltando para fora da cama e correndo os poucos passos para mim.

Eu a pego com facilidade, descansando-a no meu quadril, sinto falta dessa garota como um louco. Mata-me que ela esteja tão longe e minhas visitas sejam tão poucas. Ela é minha filha e eu tinha perdido seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seu primeiro corte de cabelo, sua primeira visita ao Papai Noel. Eu queria vê-la crescer e ser uma influência positiva em sua vida, e não o pai ruim que envia dinheiro e presentes na esperança de que seja suficiente por minha ausência.

Sugar está certa. Mandá-las embora tinha sido um erro - um que eu sempre me arrependo.

Mas as coisas seriam diferentes agora.

Eu não faria o mesmo erro outra vez, e quando isso tudo tiver terminado, Sugar e eu íamos sentar e ter uma conversa muito séria sobre o futuro. Nós não podemos ter um futuro juntos, eu acho que nós dois percebemos isso há muito tempo, mas o meu futuro com Harlyn ia ser forte.

Disso, eu tinha certeza.


Capítulo 14

 

"Você quer outra bebida?!" Harmony pergunta sobre a música.

Eu balanço a cabeça em afirmação antes de beber o restante em meu copo. Nós tínhamos decidido por uma noite fora. Primeiro nós tínhamos chamado isso de noite das garotas, mas isso tinha mudado rapidamente e Kit protestou contra deixar-nos sair sozinhas. Foi assim que terminamos na Glow, o clube de strip da fraternidade de Troy na cidade local.

Esse foi o acordo que tinha sido dado. Não é realmente um acordo por parte dos homens, mas nós aceitamos o que poderíamos conseguir.

Missy, a mulher que comandava o clube, era uma piada. Ela se juntou a nós, logo que entramos. Eu tinha a sensação de que ela tinha um motivo para se juntar a nós, porém, ela e Tally, VP de Kit estiveram se olhando a cada dois minutos desde que entramos.

Com algumas vodcas em meu sistema, eu a cutuco. Ela se vira para mim com o sorriso mais bonito. Missy era impressionante. Usava apenas a quantidade certa de maquiagem para acentuar suas feições sem se parecer com uma prostituta, e seu corpo era estilo ampulheta – cintura fina, bunda grande.

"Tem algo acontecendo entre você e Tally?" Eu pergunto maliciosamente com um levantar das minhas sobrancelhas.

Eu pego o rubor em seu rosto antes que ela tivesse tempo de virar o rosto e balançar a cabeça. "Por que você diria isso?"

Olho e pego ele olhando para ela pela centésima vez nas últimas horas. "Porque aquele garoto tem estado de olho em você desde que teve você a vista."

Ela escova os cabelos para trás de seu rosto e ri suavemente, mas não responde.

Eu suspiro dramaticamente. "Vamos... Eu preciso de um pouco de emoção. Vocês dois estão fazendo isso ou o quê?"

Assim que eu termino, percebo que a sala se tornou tranquila quando o DJ anuncia a próxima garota no palco. Todos na mesa olham para mim com rostos divertidos. Mesmo Missy ri com a situação estranha e Tally sorri para mim do outro lado da mesa, dando-me uma piscadela tortuosa que só me deixa mais frustrada em não sabia a resposta à minha pergunta.

Eu me pergunto por que Harmony Estava demorando tanto com a minha bebida, então vou em busca dela. Encontro-a no bar com Kit tentando arrastá-la para longe, apontando para o corredor que levava aos quartos privados. Ela está rindo e se afastando, mas eu posso ver que ele está quebrando suas defesas. Eu vou até lá e jogo meus braços ao redor de seus ombros, mostrando minha língua para Kit como uma criança mimada.

"Ela é minha Essa noite, amigo!" Eu sorrio. "Leve o seu... ding-dong1, e use sua mão se você está desesperado."

Harmony e Kit riem, mas ele solta sua mão. "É chamado de pênis, Chelsea. P-ê-n-i-s, pênis!" Ele provoca, sabendo que a palavra me fez estremecer. Eu não sei por que ele faz, era apenas uma daquelas palavras que eu não gostava. Tipo como algumas pessoas odeiam a palavra, úmido, ou latejante.

Eu enrugo meu nariz, apenas para fazê-los rir ainda mais. Agarrando minha bebida do bar, eu puxo a mão de Harmony. "Tanto faz! Ela é minha."

Harmony lhe dá um rápido beijo no rosto quando eu a puxo. Aqueles dois tinham uma conexão intensa, mesmo apenas conhecendo um ao outro por um tempo curto. Por mais que Harmony tinha lutado contra ele, eu admirava a persistência de Kit. Ele sabia que o queria e não estava prestes a desistir dela por nada.

Eu penso sobre Optimus. Ele não era assim comigo. Claro que ele me perseguiu e tinha-me em sua cama mais vezes do que as outras garotas, mas eu estava começando a pensar que era mais fora da conveniência e prazer do que qualquer outra coisa. Nós dois sabemos que a química que tínhamos juntos era explosiva - algo que eu, pessoalmente, nunca experimentei com ninguém exceto ele. Mas ele nunca lutou por mim como Kit lutou por Harmony.

Ela me cutuca quando nós nos sentamos de volta na grande mesa que nos reunimos. "Você está bem?" Ela obviamente percebe a rápida mudança no meu humor, mas eu não estava prestes a deixar Optimus destruir uma noite com minha melhor amiga. Eu Estampo um sorriso e me inclino para ela. "Missy e Tally estão juntos?"

Ela me olha por um segundo, eu tenho certeza que estava curiosa para saber o que estava acontecendo na minha cabeça. Mas uma das coisas que eu amava sobre Harmony era que ela não se intrometia. Ela sabia que eu viria para ela quando precisasse dela e estava bem com isso. Entendia que era apenas quem eu era. E ela aceitou.

Seus olhos se movem, olhando para Missy e Tally, que tinham de modo suspeito aproximado um do outro e estavam sentados muito perto tendo uma conversa tranquila.

"Eu não sei. Você acha? Tally realmente não toca nas meninas no clube. Quero dizer, ele gosta de flertar, mas eu nunca o vi realmente fazer alguma coisa. Você acha que é por isso?"

Missy olha em nossa direção e nos vê olhando. Ela rapidamente se senta ereta, arrastando seu corpo um pouco para longe de Tally, que franze a testa quando ela faz.

Definitivamente uma história aí.

"Harmony! Vem dançar com a gente." Eu ouço alguém chamar atrás de nós.

Reconheço a garota como uma das strippers que eu tinha visto no palco no início da noite. Harmony tinha me dito na noite anterior que ela se tornou próxima de algumas garotas que trabalham no Glow.

Ela explicou que as garotas do clube que viviam na fraternidade de Troy eram diferentes das meninas que tínhamos em casa. Elas eram sorrateiras e desonestas, o tipo de esfaquear você em seu sono se elas quisessem seu homem. Desde que ela tinha estado aqui em Troy, tinha tido mais de um desentendimento com prostitutas do clube, mas eles tinham terminado muito rapidamente quando Kit as expulsou. Harmony era uma Old Lady e não apenas qualquer Old Lady, ela pertencia ao Presidente do clube. Não havia nenhuma maneira de Kit deixar alguma garota enlouquecida do clube escapar tratando sua mulher como uma porcaria.

Se você não pode mostrar respeito pelo clube, você não merecia a ajuda deles ou proteção - fim da história.

Enquanto tínhamos garotas em casa que poderiam ser um pouco loucas e possessivas pelos rapazes, a maioria de nós parecia Estar se entendendo muito bem. A atração pelos homens nos clubes não poderia ser evitada na verdade. Enquanto eles eram fora da lei, e todos nós sabíamos que eles tinham negócios que eram mantidos no escuro, os homens também eram, em sua maior parte, sinceros e cuidavam de nós. Nós respeitávamos suas regras e eles nos tratavam como seres humanos.

Infelizmente, algumas mulheres eram apenas cadelas - isso era a vida.

"Hoje não, querida. Minha amiga está aqui." Diz ela apontando para mim. A garota me dá um grande sorriso, parece doce.

"Ela pode se juntar a nós. Quanto mais, melhor!" Ela diz, radiante.

"Chelsea não dança." Explica Harmony, rindo. Dou de ombros. Eu não me importo que as pessoas saibam que eu não sabia dançar. Era um fato. Eu só não tinha ritmo quando se tratava de música e eu não era confiante sobre como mover meu corpo e fazer isso parecer bom.

"O que quer dizer com ela não dança?" Missy salta, claramente chocada.

"Eu não posso. Este corpo incrível não sabe se mover."

Missy franze a testa. "Eu pensei ter ouvido que era uma maratonista?"

Eu balanço a cabeça. "E sou."

"E você gosta de sexo não é verdade."

Reviro os olhos. "Duh."

Missy empurra a cadeira para trás e dá a volta na mesa. "Se você corre, então você sabe ritmos e movimentos. Você só tem que aprender querida." Ela estende a mão para mim. "Venha, eu vou te ensinar."

Eu balanço minha cabeça. "Confie em mim, muitos já tentaram."

"Vamos, Chel. Por favor!" Harmony me dá um olhar implorando por isso que me fez rir, mas logo toda a mesa está aplaudindo, me dizendo para ir dançar.

Suspiro. "Bem! Mas ninguém está autorizado a rir."

Pego a mão de Missy e ela sorri triunfante. "Querida, eu prometo, se esses bastardos rirem, eu vou bani-los do Glow por um mês."

A mesa geme em uníssono.

"Você pode fazer isso? Glow não pertence ao clube?" Pergunto ceticamente enquanto ela me puxa para o palco agora vazio que estava mais próximo de onde estávamos sentadas.

Ela sorri. "Eles podem possuí-lo, mas este lugar é meu. E sem mim, eles não teriam qualquer garota para fazer strip."

Uma música lenta começa enquanto subíamos os degraus e instantaneamente eu vejo quando Harmony e a stripper, Honey, começam a balançar com o som. Harmony está impressionante, seus longos cabelos loiros caindo pelas costas e balançando para frente e para trás.

Eu sabia que quando nós terminássemos não havia nenhuma maneira no inferno que eu ia ser capaz de impedir Kit de arrastá-la para algum quarto e ter seu caminho com ela. Mas eu não me importava. Minha melhor amiga era feliz, e isso era tudo que me importava.

"Ok, eu quero que você pense sobre correr." Missy diz quando fica em minha frente.

"Confie em mim, isso é tudo que eu estou pensando agora." Eu murmuro.

Ela revira os olhos, mas moveu-se para frente e agarra meus quadris. "Feche os olhos." Eu suspiro, mas faço o que ela pede. "Ok, então em primeiro lugar você vai começar devagar, como uma caminhada. Mas em vez de seus pés, eu quero que você ponha este movimento em seus quadris."

Ela empurra meus quadris e os movimenta de um lado para outro, pensando na minha cabeça sobre a batida que eu iria caminhar enquanto eu estava aquecendo.

"Em vez de simplesmente jogá-los de um lado para outro, eu quero que você gire seus quadris um pouco, e use sua cintura também. Dançar não é apenas nos quadris, está em todo o seu corpo."

Tento ouvir e fazer o que ela me diz, tentando manter meus movimentos em algum tipo de tempo com os toques graves da música, tanto como eu faria quando eu estava correndo. Eu frequentemente uso o toque do baixo de uma canção para manter um ritmo constante com os meus pés, isso me ajuda a correr mais e mais rápido.

"Ótimo" Ela exclama. "Agora acelere um pouco, você está ficando um pouco mais rápida."

Nós praticamos por um tempo antes da música mudar e Missy começa a falar comigo sobre como usar meus braços.

"É como ter relações sexuais com você mesma." Explica ela provocando risadas em Harmony, Honey e em mim. "Você vai mover suas mãos sobre seu corpo como que imaginando seu homem fazendo."

Eu suspiro, mas respiro fundo. Eu tinha ido tão longe já, por que não imaginar que estava fazendo sexo comigo mesma em um palco cheio de pessoas. Não era como se estivesse envergonhada com isso, não era como se eu não tivesse tido relações sexuais na frente das pessoas antes.

Meus quadris balançam de um lado para outro enquanto eu lentamente movo minhas mãos sobre eles subindo para minha cintura. Eu envolvo meus seios apenas rapidamente, correndo os dedos em torno deles levemente como uma pena antes de continuar a levantar as mãos para o ar. Um braço fica levantado e o outro desce, fazendo cócegas sobre a pele quando vem para baixo ao redor do meu rosto.

"Abra seus olhos, Chelsea." Eu ouço Missy dizer animadamente.

Meus olhos se abrem e estou olhando para a parte de trás do palco, mas o que eu vejo sou eu mesma. Meu corpo flui e se move com a música, que era lenta e não havia uma enorme quantidade de movimento, mas o que eu via era sexy e sensual. Engulo em seco, mas não paro, desfrutando por assistir a oscilação do meu corpo e balanço enquanto minhas mãos o percorriam apenas como amantes.

É fascinante.

Eu estou dançando.

A canção para muito cedo. Meu corpo hesita com isso. Mas então veio o estrondo de aplausos e assobios das pessoas atrás de mim. Harmony joga os braços em minha volta e aperta antes de recuar. Seu rosto parece estar prestes a dividir, ela está com um sorriso acentuado.

"Isso foi incrível. Você estava dançando."

Eu não pude deixar de rir.

Eu estava dançando.

Olho para Missy, que está ao lado do palco com um sorriso no rosto. A mulher era boa. Muito mais que boa, ela era incrível. Os gritos continuam e eu me viro na direção deles e dou uma pequena reverência - não tão confortável com minha roupa curta.

Harmony engancha seu braço no meu e nós caminhamos para fora do palco. "Sorte que eu disse a todos os meninos que tinham que manter suas mãos longe de você. Caso contrário, você estaria sendo atacada no momento."

Eu rio, um pouco aliviada. Infelizmente, só há um homem que eu queria que me atacasse, e ele Estava em casa.

"Outra bebida?" Harmony diz radiante.

Eu engulo com força e assenti. "Claro que sim, outra bebida."


Capítulo 15

 

Eu solto um gemido quando rolo na cama. Minha cabeça lateja e há uma trilha de baba deslizando de minha boca e descendo pelo meu rosto. Limpo-a com a palma da mão.

Porra, eu estava sexy.

Mesmo que minha cabeça esteja doendo e eu me sentindo um pouco como se estivesse doente, eu sabia que não estava no meu próprio quarto instantaneamente. A cama parecia que estava dormindo em uma pedra e os lençóis cheiravam a lençóis guardados em um armário da minha avó ao lado da naftalina por cerca de dez anos. Apenas aquele cheiro era suficiente para me fazer vomitar.

Felizmente havia um copo de água e uma aspirina ao lado da cama, como de costume. Agradeço silenciosamente a minha embriaguez enquanto eu jogo dois comprimidos na minha boca e bebo a água, forçando-a pela minha garganta. Eu sou uma daquelas pessoas que tem ressacas apenas pelo cheiro de álcool. Eu não sei o que acontece comigo, mas tinha sido sempre o mesmo. Você pensaria que isso me impediria de beber, mas eu tinha aprendido a deixar o que eu precisava ao lado da cama na noite anterior.

Em meu cérebro, parecia lógico.

O quarto que eu estava era pequeno, mas era privado. Harmony tinha conseguido me arranjar um quarto com um pequeno banheiro e chuveiro. No começo me perguntei qual irmão eu tinha expulsado por algumas noites enquanto estava lá porque, vamos concordar, eu sabia que não era o quarto de uma garota do clube. Mas enquanto entrava no chuveiro fiquei grata por não ter que me arrastar para fora e ver as pessoas enquanto sairia em busca dos banheiros comuns.

Assim que o jato quente bate no meu corpo nu deixo escapar um suspiro. Era bom, calmante. Eu tomo meu tempo me ensaboando e lavando os cabelos.

Optimus tinha me dado três dias para ter uma pausa e me colocar em ordem, mas eu já estou me sentindo um pouco nostálgica. Era uma sensação estranha, que nunca tinha sentido antes. Crescendo eu tinha mudado de lar adotivo para lar adotivo – a necessidade de fugir era tão forte. Sentia-me como se alguém estivesse me perseguindo e eu tinha que me manter em movimento, a fim de sobreviver. Mas não havia ninguém me perseguindo. Não havia fantasmas do meu passado voltando para me assombrar.

Um dos lares que eu fugi não tinha sido horrível. Um casal, em algum momento, até tive vontade de ficar e que eu poderia ser feliz lá. Mas não demorou muito ante que eu não conseguisse lutar contra o desejo por mais tempo, as palavras de minha mãe fazia eco mais e mais em minha cabeça.

Corre.

Continue correndo.

Não pare de correr.

O clube foi o único lugar que fiquei por mais de um ano. No começo eu pensei que fosse por Harmony. Tínhamos feito amizade imediatamente e éramos inseparáveis desde então. Mas eu tive amigos antes e eu tinha os deixados sem sequer olhar para trás.

Eu sabia que era por causa de Optimus.

Ele tinha enchido um vazio que nunca percebi que tinha. Claro, eu tinha tido namorados quando jovem, comecei a ter relações sexuais mais cedo do que deveria. Mas havia um ar sobre Op que apenas me atraiu para ele. Talvez tenha sido a sua força ou sua personalidade autoritária. Talvez fosse porque me deu algo que eu não tinha desde que era pequena – uma família. Eu não tinha certeza.

O chuveiro, finalmente, começa a ficar frio, então eu desligo e saio. Após me secar e vestir estava quase pronta para ir procurar por Harmony, e ver se poderíamos encontrar algum alimento extremamente gorduroso que iria satisfazer o meu estômago revirado, mas antes que eu pudesse sair, houve uma batida na porta.

Levanto-me e destranco esperando encontrar minha melhor amiga por trás dela, mas ao invés disso eu encontro sua outra metade.

Kit me dá um sorriso lindo. "Bom dia. Como está a cabeça?"

Dou um passo para trás, deixando-o entrar. "Está doendo um pouco. Eu estava prestes a encontrar Harmony para ver se ela queria vir comer alguma coisa comigo."

"Sim, ela teve que sair. Está fazendo aulas de guitarra e um de seus alunos ligou essa manhã dizendo que não poderia fazer a aula de manhã assim eles poderiam trocar hoje." Explica.

"Oh, tudo bem." Eu digo um pouco decepcionada.

"Sim. Você a conhece. Se a música está envolvida, é sempre urgente." Ele sorri.

Eu balanço a cabeça em entendimento. Harmony era dedicada. Amava a música e qualquer coisa a ver com isso. Às vezes eu me perguntava se isso vinha primeiro em sua vida antes de Kit.

"Eu gostaria de ter uma conversa com você, então, que tal levá-la para tomar café da manhã?"

Eu levanto uma sobrancelha. "Você sabe a diferença entre uma conversa e uma palestra?"

Ele sorri enquanto se dirige para a porta. "Vamos, eu vou pagar."

Eu suspiro, não sei aonde essa pequena conversa vai. Mas eu sabia que Kit se preocupa com Optimus e eu. Pegamos seu carro para ir à cidade e eu o ouço queixar-se em voz baixa enquanto subimos, mas ambos sabíamos que a parte traseira de sua moto agora estava reservada para sua Old Lady. Nós encontramos um pequeno restaurante agradável que segundo ele servia surpreendentes cafés da manhã e pegamos uma cabine no canto da sala. A garçonete olha Kit descaradamente enquanto fazemos nossos pedidos, algo que eu estava acostumada indo aos lugares com os irmãos, mas que ainda me incomodava. Eu olho para ela enquanto se afasta com um movimento intencional de seus cabelos e balançando seus quadris. Quando eu olho para Kit, ele apenas sorri.

"Você precisa de alguma prostituta no clube? Deveria convidá-la, ela parece disposta." Eu brinco.

"Sim, como se eu precisasse de mais problemas no clube do que há no momento. Honestamente, vocês mulheres... "

"Eu te desafio a terminar a frase."

Ele ri, mas mantém a boca fechada. Quando a comida chega, eu sinto o cheiro, sabendo que me sentiria melhor assim que estivesse em meu estômago. "Então, diga-me." Eu digo a ele antes de encher a boca com o lanche.

Ele coloca a faca e o garfo na mesa. "Op está preocupado com você."

Eu zombo. Uma coisa muito inadequada de fazer, especialmente com a boca cheia de comida.

"Ouça Chelsea. Essa vida que temos, pode ser muito perigosa, você sabe disso." Explica ele, inclinando-se para trás na cadeira. "Eu conheço um monte de irmãos que optam por ficar sozinho e afastar-se de qualquer um que eles poderiam se preocupar, porque estão com medo deles se machucarem. É uma das razões que temos garotas do clube. Os homens tem o que necessitam sem a conexão. Bem, é assim que geralmente funciona."

"Você não tem que explicar isso para mim, Kit. Eu vivo isso, lembra?" Eu digo a ele, empurrando um pouco de comida em torno do meu prato com o garfo.

"Não, você é diferente. Optimus se preocupa com você, e me mataria se me ouvisse dizer isso, mas isso o assusta muito."

Eu faço uma careta. "É difícil de acreditar quando às vezes está me puxando e outra quando está me afastando. É como se eu estivesse em alguma louca montanha-russa, mas estou com muito medo de sair porque nunca posso ser capaz de sentir essa mesma emoção em qualquer outro lugar."

Ele olha para mim com simpatia. "Optimus é um homem difícil de entender também. Mas não foi sempre assim. Seus pais eram ótimos. Costumávamos reunir a família todos os meses. Op e eu éramos as únicas crianças, assim tê-lo por perto era como ter um irmão." Ele suspira e olha para a mesa. "Sua mãe morreu quando ele era adolescente. Alguns estúpidos de uma gangue de rua pensaram que eram fortes e passaram pelo clube um dia, quando havia famílias reunidas para dar as boas vindas a um irmão que estava sendo inserido ao clube. Eles tinham algumas metralhadoras."

Eu não pude evitar o suspiro que saiu da minha boca. Optimus só tinha me contado que sua mãe foi morta, nunca os detalhes de como. Nenhum de nós tinha sido intrusivo na vida um do outro. Embora você possa pensar que era importante, nunca parecia ter importância. Foi no passado e nós estávamos vivendo no presente.

"Os garotos estavam na igreja na hora que os tiros começaram, eles estavam muito longe e não podiam chegar lá rápido o suficiente. Os bastardos estiveram lá por menos de vinte segundos antes de ir embora. Uma série de feridos, seis mortos. "

"Há uma cerca, para que você não possa ver a área de churrasco e onde as crianças brincam da estrada."

Kit assente. "Foi colocada depois."

Eu estava triste, eu podia sentir a emoção presa em minha garganta. Isso devia ter sido um dia horrível para o clube.

"E a mãe de Op?" Pergunto, me questionando se realmente queria ouvir.

"Ela estava sentada em uma mesa comendo." Ele balança a cabeça. "Optimus deveria estar lá também, mas ele estava naquela idade em que todos nós pensamos que éramos muito legais para se sentar com nossos pais. Ele queria estar lá dentro com os homens, já estava sonhando com prospecção."

Eu tinha conseguido comer alguma coisa, mas empurro meu prato ainda meio cheio longe. Eu não tinha certeza de como reagir. "Ele... ele não fala sobre ela como fala de seu pai."

"Sim, é uma pena realmente. Ela era uma mulher incrível." Ele pega a sua comida, também sentindo um pouco fora, eu acho. "Eu acho que ele é um pouco envergonhado. Ele sente que deveria estar lá para protegê-la. Talvez se estivesse teria sido o único a levar os tiros em vez dela."

Eu engulo duramente. Optimus nutria de muita culpa, isso era triste porque ele era um homem incrível. Cada irmão olhava por ele.

Kit limpa a garganta. "Desculpa. Eu não tive a intenção de fazer isso tudo deprimente e ruim. Eu só queria que você soubesse, Op tem passado por coisas ruins. Eu acho que, no fundo, ele se sente como se fosse responsável tanto por sua mãe como por seu pai a propósito. Então ele sente que precisa manter aqueles com quem se preocupa longe, de modo que o mesmo não aconteça com eles."

Eu balanço a cabeça.

Faz sentido.

Tudo em mim grita para ir para ele.

"Vá para casa, Chelsea."

Olho para cima, sentindo como se Kit tivesse lido minha mente.

"Você está me expulsando?"

Ele sorri. "Claro, se essa é a desculpa que você deseja usar, mas nós dois sabemos que você quer voltar. Eu sei que você sente falta de Harm, mas ela sempre estará aqui, você pode visitá-la a qualquer momento."

Eu sorrio. "Ok, mas é melhor esperar até Harmony conseguir voltar ou ela vai ficar louca com nós dois."


Capítulo 16

 

Harmony não ficou feliz por eu estar saindo tão cedo, mas eu coloco toda a culpa em Kit, rio e o deixo lidar com a sua mulher louca.

Como a ressaca se foi e meu estômago não parece mais doente, faço uma longa jornada para casa. Kit tinha me avisado que tinha dois homens me vigiando, mas o que não percebeu era que eu tinha visto aquele que tinha me seguido até lá também.

Não apenas uma cara bonita.

O clube está bastante vazio quando faço meu caminho para o meu quarto. A moto de Optimus não está lá fora, então penso em dormir um pouco antes de juntar coragem para falar com ele mais tarde.

Nenhuma sorte aí.

Houve uma leve batida na minha porta. Eu estava tentada a não responder, mas a realidade era, eu ainda era uma garota do clube e eu ainda estava disponível quando me chamassem. Meu coração não estava nisso por mais tempo. Eu queria sexo, mas havia apenas um homem que eu queria isso a partir de agora. Tomei uma respiração profunda enquanto me arrasto para fora da cama e vou até a porta do quarto, relutantemente, abrindo-a. A pessoa de pé do outro lado era definitivamente inesperada.

"Andie, oi."

Ela me dá um sorriso suave. "Ei, Chelsea. Posso falar com você por um minuto?"

Eu balanço a cabeça e a deixo entrar fechando a porta atrás dela, eu vejo quando olha pelo meu quarto, curiosamente, a cabeça balançando ao redor. Sentando-me na beira da minha mesa de estudos e lhe dou um minuto.

Andie é diferente. Ela só se juntou ao clube recentemente, quando os rapazes a tinha salvado de um cara louco que tinha sequestrado Harmony. Aparentemente, ele tinha usado Andie como seu saco de pancadas pessoal, entre outras coisas. Se não falasse com ela nunca saberia, afinal. Ela era calma, mas aparentemente confiante e muito doce. Eu acho que vários dos rapazes tinham se sentido atraídos por ela, alguns se tornando muito protetores.

"Hum, Andie? Você está bem?" Minha voz a tira de seus pensamentos e ela balança a cabeça, seus cabelos pretos longos fluindo ao redor antes de pousar em seus ombros.

Ela cora. "Sim, desculpe-me. Eu uh... só queria perguntar-lhe algumas coisas."

Seguro minhas mãos para cima. "Pode perguntar, eu sou um livro aberto."

"Como é ser uma garota do clube?"

Minhas sobrancelhas se erguem e sou incapaz de esconder a surpresa em meu rosto. "Hum... bem... está tudo bem."

Ela começa a rir. "Chelsea, eu não sou uma puritana. Eu sei o que as garotas fazem aqui." Ela diz, apontando para o quarto.

Eu não posso deixar de sorrir. "Você está certa, você sabe?"

"Será que eles te tratam bem?" Ela pergunta quando se senta na beira da minha cama e alisa o edredom.

"O clube ou os próprios homens?"

Ela encolhe os ombros. "Ambos?"

"O clube tem regras muito rígidas para nós - nós as seguimos, fazendo-as agradável." Eu desço da mesa e ando até me juntar a ela na cama. "A resposta simples é se os tratá-los com respeito, eles iram nos respeitar também."

Andie assente, puxando fios invisíveis na borda de sua camiseta. "E você gosta?"

"O que você realmente quer saber é se eu gosto de transar com mais de um cara?"

"Talvez."

Eu sorrio. "Não é para todas, eu sei disso. Mas isso nunca foi realmente um problema para mim," Até agora. "Esses caras significam mais para mim do que apenas caras que eu vou para a cama. Eles cuidam de mim, e eu não posso falar por todos eles, mas, tanto quanto eu sei, eles realmente se preocupam comigo também."

"Isso deve ser bom, ter um clube cheio de homens que faria qualquer coisa para proteger e cuidar de você." Seu rosto está triste, e é a primeira vez que vejo seu olhar derrotado, mesmo depois de toda a porcaria que ela deve ter passado quando foi mantida prisioneiro por Daniel Ashley - o psicopata.

"Andie, esses caras aceitaram você aqui e prometeram protegê-la. Eles fizeram isso porque queriam, não porque esperava que você desse a eles algo em troca." Eu tenho a sensação de que sabia exatamente por que ela estava aqui. Eu tinha sido abordado por mulheres antes que queriam tentar a sorte para ser uma garota The Brothers by Blood, mas eu sabia no meu intimo que Andie definitivamente não era esse tipo de garota.

"Eles têm sido tão bons para mim. Slider e Leo, especialmente." Eu vejo um pequeno rubor cobrir seu rosto, mesmo quando ela sorri. "Eu não quero ir para casa. Não havia na verdade nada para mim lá quando fui levada. Mas eu sei que minha estadia aqui em breve vai terminar."

"Eu acho que é algo que você precisa discutir com Optimus. Ele não vai expulsar você, eu prometo." Eu pego sua mão na minha e dou-lhe um aperto reconfortante. "Olhe para as suas opções antes de decidir fazer algo que você pode se arrepender."

"Você se arrepende?" Ela pergunta com uma careta.

Eu balanço minha cabeça. "Eu nunca vou me arrepender. Eles me deram algo aqui que não encontraria em qualquer outro lugar. Eu amo o clube."

"Você é diferente das outras garotas." Ela ri. "Elas ficam com raiva quando um dos caras as dispensam para passar um tempo comigo."

"Algumas das garotas estão aqui pelas razões erradas. Eles são cadelas preguiçosas que não querem fazer nada para si, mas querem o poder e a autoridade que vem sendo reivindicada e rotulada de Old Lady." Eu sorrio. "Mas a realidade é, não é isso que esses caras estão procurando, não de uma prostituta do clube de qualquer maneira."

Ela sorri. "Ah sim, então o que você chama você e Optimus? Ouvi Lou Lou dizendo para Sammy que ele a levou para o seu quarto na outra noite e nem sequer a tocou."

Eu tentei esconder a minha surpresa.

Então foi apenas fingimento.

Ela me cutuca no lado e sorri. "Ela disse que isso foi por sua causa."

"Honestamente, há algumas coisas sobre esses homens que eu nunca vou entender." Eu bufo, caindo de costas na cama de forma dramática.

Seu riso enche o quarto, o som tão viciante que eu não posso deixar de rir com ela.

"Então, qual é o negócio com você, Slider, e Leo?" Pergunto quando dou-lhe um empurrão amigável.

Ela suspira e cai de costas na cama ao meu lado. "Eles são ótimos. Slider me faz rir tanto que sinto que vou fazer xixi nas calças. E Leo, ele é apenas..."

"Sexy, bonitão, forte, doce?" Ofereço.

"Isso, isso, isso e isso." Diz ela, apontando no ar as opções com seu dedo. "E aquela garotinha dele. Nossa, meu coração derrete."

"Parece que alguém está sofrendo." Digo em uma voz cantante.

"Você não sabe da missa a metade." Ela geme.

Olho por cima do meu ombro, verificando a hora no relógio. "Bem, olhe, já passa do meio-dia. Isso significa que podemos ter uma bebida." Eu me jogo para fora da cama, agarrando a mão de Andie e puxando-a comigo.

Ela ri. "São apenas 3 da tarde."

"Aposto que não seremos as primeiras no bar." Digo puxando-a do quarto para o corredor. Eu não sei por que, mas os irmãos tinham uma política muito rigorosa de sem álcool até as doze, a menos que fosse uma ocasião especial ou estivesse realmente desesperado. Eu acho que os garotos tinham que ser mantidos sóbrios por pelo menos algumas horas do dia. Ergo minhas sobrancelhas para Andie quando chegamos ao bar e encontro Wrench já lá com Kev ao seu lado e Sammy no colo. Todos eles tinham uma garrafa de cerveja em suas mãos e alguma música tocava suavemente no fundo.

"Eu disse." Digo a ela antes de gritar com o prospect atendendo no bar. "Neil! Preciso de uma bebida!"

"Uh, com certeza. O que você quer?"

Kev zomba e eu viro para ele. "Há quanto tempo ele está aqui e ainda não sabe o que eu bebo?"

Kev estende a mão e passa o braço em volta do meu pescoço, me puxando para seu lado. Ele balança a cabeça como se estivesse severamente decepcionado. "O garoto é um pouco idiota. Ele nunca vai acertar."

"Uísque." A voz profunda envia vibrações através de mim que vai direto para minhas partes femininas. O braço de Kev me libera tão rápido que eu quase perco o equilíbrio.

"Claro, Pres." Neil tropeça, correndo para pegar um copo e a garrafa para seu presidente.

"Não é para mim seu imbecil. Isso é o que ela bebe. Aprenda. Rápido."

Neil assente profusamente, derramando o líquido âmbar enquanto serve e desliza o copo para mim. "Aí está, Chel."

Eu bebo tudo antes de virar, para dar uma boa olhada no homem de pé atrás de mim, o homem que a mera presença deixa meu mundo completamente fora de forma - ou isso era o álcool? Agora, eu não poderia dizer. Ele me olha, seus olhos perfurando minhas defesas.

"Você está de volta." Foram as únicas palavras que proferiu.

Andie entra na conversa com os outros rapidamente, movendo-se para fora da atmosfera tensa que havíamos criado.

"Sim, eu cheguei há uma hora atrás."

Ele sacode a cabeça, gesticulando para segui-lo antes que ele se afaste eu o sigo. Eu tinha sentido falta dele pelos dois dias que eu passei com Harmony e cada parte de mim ansiava por estar perto dele. Ele se senta em uma mesa do outro lado da sala, eu puxo uma cadeira para me sentar ao lado dele, mas sua mão dispara, envolvendo-a em torno de meu pulso e me puxando para o seu colo.

Eu não luto.

A raiva e dor dentro de mim não tinha ido, mas foi simplesmente deixada de lado pela necessidade. A necessidade de senti-lo, de tocá-lo, de ouvir sua voz. Caio rigidamente bem em cima dele, felizmente a outra mão me pega antes que eu caia diretamente no chão. Ele envolve ambos os braços em volta da minha cintura e esfrega seu rosto nos meus cabelos.

"Quanto você bebeu, Blackbird?" Ele ri contra mim.

"Apenas uma." Eu respondo, apontando para o bar.

"Peso-leve."

"Idiota."

"Princesa."

"Desgraçado."

Seu corpo treme com o riso silencioso e eu não posso deixar de sorrir enquanto eu mexo contra ele, tentando o meu melhor para ficar ainda mais perto de seu corpo, como se fosse mesmo possível.

"Eu dei-lhe três dias."

Eu suspiro. "Eu voltei em dois."

"Eu sei. Estou feliz."

"Kit me expulsou."

Optimus ri o som chamando a atenção de seus irmãos e as garotas no bar que olham para nós com olhares confusos em seus rostos. "Eu sei, eu disse para ele."

"Eu não estou nem um pouco surpresa." Digo revirando os olhos.

"Nós precisamos conversar." Diz enquanto escova meus cabelos para trás do meu ombro e seus lábios encontram meu pescoço. Apenas aquele simples gesto me faz esquecer tudo e afundar minha bunda contra ele. "Eu... "

Virando a cabeça rapidamente, pressiono meus lábios nos dele. Meu corpo automaticamente excitado do gosto familiar de sua boca e o esfregar da barba por fazer contra meu rosto. "Ainda não. Deixe-me só ter cinco minutos antes que o mundo desabe em volta de mim novamente." Eu me afasto infinitamente, meus lábios ainda perto o suficiente para esfregar nos seus enquanto eu falo.

Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, Optimus engancha o braço sob meus joelhos e com o outro braço apoia minhas costas quando ele me leva para fora da sala seguindo para o corredor. "Cinco minutos pode não ser tempo suficiente."

"Talvez não, mas agora eu vou levar o tempo que eu puder conseguir."


Capítulo 17

 

Eu chuto a porta fechada atrás de mim antes de jogar Chelsea na cama. Ela deixa escapar um pequeno grito seguido de um riso enquanto salta no centro.

"Você nunca vai dar a rotina de homem das cavernas um descanso?" Ela pergunta divertida.

Eu deixo meu colete escorregar pelos meus ombros, pegando-o quando sai de minhas mãos e virando-me para pendurá-lo na parte de trás da porta de Chelsea. Nós tínhamos orgulho de nossas cores do clube. Ela mostrava a todos quem nós éramos. Quando usava as cores, as vestia com a porra da cabeça erguida porque não só estava representando a si mesmo, estava representando seu clube - sua família. Que se tornou um de nós, então é melhor estar pronto para afastar a porra das suas ações de seus irmãos. Você nunca entrega seu colete para alguém, lava-o, assiste por cima do ombro quando alguém costura seus emblemas. Protege isso com sua vida. Porque isso é exatamente o que ele é.

"Não sei sobre o que você está falando, Blackbird." Digo a ela, puxando a gola da minha camisa, arrastando-a sobre a cabeça e jogando-o para o canto do quarto. Ela revira os olhos, mas seus olhos logo voltam para mim, examinando meu corpo. Eu tinha minha cota de tatuagens que começava nos braços e seguia por toda parte superior do meu tórax. Eu também tinha o emblema do clube em uma tatuagem em toda as minhas costas, bem como muitos dos meus irmãos. Aqueles de nós que escolheu fazê-lo sabia que o clube estaria em nossas vidas para sempre, não havia nenhuma partida e não havia volta. Eu gostaria de viver e morrer como um irmão. Isso era um fato.

Eu sabia que Chelsea gostava de traçar minhas tatuagens. Às vezes eu acordava para encontrar seus dedos arrastando preguiçosamente nas minhas costas ou braços. Eu nunca disse a ela, mas porra, eu adorava.

"Você vai ficar aí?" Ela pergunta, sua voz suave, mas cheia de expectativa.

"Você é a única me fodendo com os olhos daí. Estava apenas lhe dando uma boa visão." Digo a ela, segurando meus braços abertos. "Você gostaria que eu desse uma volta ou algo assim?"

Ela sorri. "Você poderia abaixar suas calças em primeiro lugar? Sua bunda é incrível, mas o jeans simplesmente não o faz justiça."

Eu rio e dou três passos para a cama. Estendo a mão e agarro seu tornozelo e ela ri quando a puxo, arrastando-a para a borda da cama. Eu estou entre suas pernas e inclino para frente, colocando minhas mãos em ambos os lados de seus ombros. Esfrego meu nariz contra o dela e ela levanta a cabeça, forçando os lábios contra os meus.

Se tivesse que escolher um cheiro ou sabor favorito, seria ela. Mesmo no período da manhã, quando a maioria das pessoas tem o hálito mais horrível de manhã, ela sempre tinha um sabor incrível. Eu não sei como ou por que e não me importava. Forço-a de volta a cama, a minha língua se aprofunda em sua boca duelando com a dela. Nunca foi uma luta pelo poder com ela, era mais divertido do que qualquer coisa. Chelsea sempre a deu para mim.

"Senti falta dessa boca, baby." Murmuro contra seus lábios.

"Essa boca ou apenas uma boca em geral?" Ela pergunta, lambendo meus lábios e tentando me atrair novamente.

"Essa boca." Sussurro, tomando seu lábio entre meus dentes e puxando-o. "Sempre essa porra de boca."

Sinto suas mãos alcançar meu jeans, desafivelando meu cinto e lutando com os botões. Normalmente, eu gosto de tomar o controle. Sobre fazê-la esperar e contorcer conforme eu esperava dela. Era sexy como o inferno vê-la se submeter a mim e confiar em mim para fazê-la se sentir bem.

Chelsea poderia ser uma cabeça quente, sem dúvida crescendo do jeito que cresceu tendo que lidar com mais do que seu quinhão de babacas arrogantes e pessoas tentando lhe dizer o que fazer. Não acharia que a vida do clube serviria para ela, que se rebelaria contra as regras, mas nós tínhamos dado há ela muito mais. Aqui tinha pessoas que se importavam com ela. Pode ser prostituta, mas é parte da nossa família e ninguém fodia com a nossa família. Neste momento, tudo que eu quero fazer é coloca-la de joelhos e foder com sua pequena boca. Mas outra parte de mim me diz para deixá-la assumir a liderança.

"Eu quero seu pau." Ela choraminga, puxando os lábios dos meus.

Eu afasto da cama e fico de pé. Ela rapidamente senta mais próximo da borda da cama e olha para mim com expectativa.

Eu sorrio. "Fique à vontade, baby. Você quer isso? Pegue."

Seus olhos se arregalam de surpresa. Eu não estou dando a ela o controle, mas estou deixando em sua liderança. Ela não perde tempo em deixar cair às calças no chão e envolve as mãos delicadas em torno de meu pau. Eu solto um gemido, no instante em que ela me toca é como voltar para casa. Ela sabe que, mesmo sem minhas ordens ou comandos, exatamente o que eu preciso e como me agradar. Envolve-me com as duas mãos, puxando meu comprimento enquanto sua língua aponta para fora e faz cócegas na ponta.

"Foda-se." Eu gemi.

"Eu ouvi alguma coisa hoje." Ela diz fracamente, continuando o boquete em mim. "Eu ouvi que você levou Lou Lou para o seu quarto, mas não transou com ela." Ela abaixa a cabeça e toma uma das minhas bolas em sua boca. Todo o meu corpo fica tenso e minhas mãos se enrolam em seus cabelos.

"Você conseguiu ser algo importante, baby?" Eu resmungo.

Ela solta minha bola antes de fazer a mesma coisa com a outra. "Por quê?"

Ela deixa cair as mãos e me leva em sua boca, a cabeça balançando para cima e para baixo, às vezes forçando o máximo possível de mim em sua boca e fazendo-me apertar os dentes. "Você está usando isso como alguma técnica de tortura estranha para contar-lhe meus segredos?"

Ela ri suavemente. "Está funcionando?"

Seguro sua cabeça e empurro meu pau dentro e fora de sua boca. "Eu teria mantido muito mais segredos se soubesse que era assim que você planejava consegui-los de mim."

Saliva escorre do lado de sua boca enquanto ela engasga e eu a seguro ali por um segundo mais antes de liberar meu aperto e deixá-la recuar. Ela limpa a boca com as costas da mão e fica de pé.

"Você não transou com ela." Afirma, puxando sua camisa sobre a cabeça e tirando seu jeans apertado.

Eu ando em torno dela, sentando na borda da cama. Não demora muito para que ela me siga, subindo no meu colo e envolvendo minhas pernas. Eu posso sentir o calor irradiando de sua buceta e tenho que me impedir de empurrar meu pau para cima dentro dela. Seus seios ficam bem na minha cara, pedindo-me para puxar um em minha boca.

"Você não transou com ela?" Ela repete, sua umidade ainda pairando.

"Ela não era você." Rosno, frustrado.

Ela imediatamente deixa-se cair, sua buceta engolindo todo o meu pau e nos fazendo gritar. Nós dois ficamos lá por um minuto, respirando com dificuldade e olhando diretamente nos olhos de cada um. Lentamente, ela começa a se mover, levantando-se e se esfregando em mim. Parecia incrível, mas eu queria mais e sei que ela também queria.

"É a minha vez." Apoio meus braços sob suas pernas e levanto. Eu a solto de volta na cama e caio em cima dela, meu pênis nunca deixando sua buceta molhada. Eu tinha lhe dado tempo para se divertir. Às vezes era divertido ver o que ela sentiria quando fosse dada a oportunidade de me mostrar o que ela gostava. Mas a realidade era, nós funcionamos porque sabíamos o que gostávamos. E a única coisa que iria levá-la ao clímax, a cada momento, era quando eu fazia o que eu sabia de melhor.

Eu me apoio sobre ela. "Pegue esses mamilos em seus dedos, Chelsea. Eu quero ver você apertá-los." Ela faz isso instantaneamente, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás quando isso dá a ela um pouco de prazer extra.

"Boa garota. Você sabe que eu vou fazer você se sentir bem, não é."

Ela assente com a cabeça. "Por favor. Mais Op."

Eu impulsiono de volta para ela, sua respiração aumenta com cada impulso poderoso. Eu jogo suas pernas sobre meus ombros e inclino ela de uma forma que parece doer, mas isso me dá acesso a esse pequeno botão dentro dela.

"Oh! Op!"

Batendo mais e mais, empurro meus quadris, descanso minha testa contra a dela. Um brilho pegajoso de suor entre elas. Eu podia sentir seu corpo apertando em antecipação. Ela estava pronta para explodir como fogos de artifício no quatro de julho. O sentimento era mútuo, mas eu estava tentando o meu melhor para segurar. Eu não tinha terminado com ela ainda. Sentei-me e usei a minha mão para esfregar seu clitóris enquanto eu acalmava, mas foi mais do que suficiente. Suas paredes apertaram em torno de mim e eu tive que sair antes que eu entrasse em erupção dentro dela antes que eu tivesse a minha satisfação.

"Op! Oh meu Deus." Ela grita, jogando a cabeça para trás na cama e agarrando o cobertor enquanto seu corpo se retorce.

Eu envolvo minhas mãos em volta da sua cintura e a levanto para minha boca, lambendo os sucos que vazou. Essa merda era doce, tão fodidamente doce. Ela mexe os quadris enquanto eu uso minha língua para provocar seu clitóris sensível antes de mergulhar de volta para deslizar minha língua em volta de seu pequeno traseiro apertado.

"Oh Deus!" Ela geme, a posição desconfortável não lhe permitindo muito movimento, mas obrigando-a a se recostar e fazer isso como uma boa garota.

Eu seguro-a com força para mim enquanto eu pressiono minha língua dentro e fora de seu pequeno rabo apertado, cada vez pressionando um pouco mais. Quando está bom e molhado, eu trouxe uma de minhas mãos em torno dela e empurro contra seu traseiro com o meu dedo.

"Oh, sim, mais. Por favor."

Eu sorrio, minha garota gosta um pouco de jogo sujo. Começo a colocar seu corpo de volta na cama e ela faz beicinho para mim. Porra faz beicinho com aqueles lábios cheios e sensuais.

"Vire-se." Eu peço. Ela arrasta-se para fazer o que eu digo, torcendo-se nos lençóis e levantando a bunda para mim enquanto mantém o corpo levantado sobre a cama.

Eu alinho meu pau com sua buceta ainda molhada, deslizando-o lentamente. Ela esconde o rosto nos lençóis e empurra de volta contra mim, enchendo-se. Eu deixo ela se mover, ordenhando meu pau dentro e fora enquanto eu lambo dois dos meus dedos e pressiono-os em sua bunda.

"Você gosta de meus dedos aqui não gosta, Baby."

"Mmm" Ela geme quando empurra para trás de novo, sugando meus dedos mais profundo.

"Cavalgue-me." Rosno, espancando sua bunda com a mão livre. Sua velocidade acelera enquanto ela bate contra mim, nossos gemidos enchendo o ar do quarto. "É isso aí. Mais forte!"

Ela se apoia em suas mãos, dando-lhe mais força para empurrar para trás. Eu fodia seus buracos, sabendo que não iria demorar muito antes de gozarmos.

"Oh Deus, eu vou gozar." Todo o seu corpo começa a tremer e eu puxo os meus dois dedos de seu rabo apertado e agarro seus quadris enquanto bato a vontade.

"Foda-se!" Eu digo, meu gozo vindo enquanto sua buceta convulsiona em torno dele, arrastando minha libertação por mais tempo do que eu esperava. Respirando pesadamente, eu caio para o lado, puxando-a comigo.

"Puta... merda." Ela sussurra entre suspiros profundos.

Eu sorrio, envolvendo o meu braço em torno dela e puxando-a confortável contra o meu peito. "Porra, senti sua falta." Rosno, aninhando na parte de trás do seu pescoço. "Senti tanto sua falta."

"Preciso ir embora com mais frequência, se essa for a recepção de boas vindas quando eu chegar." Ela diz, rindo e balançando seu perfeito traseiro contra mim.

"De jeito nenhum." Puxo-a mais apertado, não me importando se ela não conseguia nem respirar.


Capítulo 18

 

Kev me chama para fora cedo, me arrastando para longe da bela mulher que estava aconchegada satisfeita no meu lado. Chelsea gostava de ficar abraçada o tempo todo. Eu não era bom em demonstrações de afeto, mas havia algo nela que me fazia querer tê-la enrolada em mim e nunca deixá-la sair. Eu tinha me acostumado a acordar com ela ao meu lado. Era algo ao longo dos últimos anos que tinha se tornado normal para nós.

Claro, eu tinha estado com outras garotas do clube em algumas ocasiões. Às vezes, na estrada a necessidade de um corpo quente durante a noite torna-se muito. Mas o que eu passara a odiar, era a culpa que ficava dentro de mim depois de cada encontro. Chelsea tinha se enterrado sob minha pele - seu toque, sua voz e seu sorriso estavam todos na parte mais importante da minha mente.

Então, eventualmente, eu simplesmente parei. Eu já não dividia a minha cama com outra mulher. Sim, parecia estúpido. Na minha cabeça, essa mulher era minha. Eu não queria outra. Mas eu não iria reivindicá-la como minha.

Eu era um idiota.

Eu não sabia que outra forma explicar isso.

Visto meu jeans e jogo meu colete encima do meu corpo nu antes de responder a porta. Eu dou a Kev um pequeno aceno com meu queixo. "E aí?"

"Blizzard está esperando na igreja. Ele tem alguma merda para mostrar a você." Ele explica enquanto anda ao meu lado no corredor.

"Essa merda é urgente ou tenho tempo para pegar um café?" Resmungo.

Kev ri. "Você pode precisar de algo um pouco mais forte do que isso."

Esfrego meu rosto com a mão. "Café. Preciso da porra de um café. "

Sigo rapidamente para a cozinha, onde Sammy está preparando café da manhã e consigo que ela me sirva um café – preto. Eu tinha a sensação de que este ia ser um daqueles dias.

Sento-me na minha cadeira na cabeceira da mesa. Mesmo depois de todos esses anos, ainda era surreal estar sentado aqui na frente de meus homens como meu pai tinha antes de mim. Eles olham para mim por orientação e apoio e eu seguro a minha cabeça erguida. O fato de que eu tenho a sorte de ter tantos homens pronto para me apoiar sem nenhum motivo aparente não é esquecido por mim.

Ao contrário de alguns presidentes de MC, eu nunca tive como certo ter o poder de criar meus homens ou completamente destruí-los.

"Então, qual é o problema?" Eu resmungo antes de tomar um gole de meu café.

Blizzard senta-se à minha direita, alguns papéis espalhados sobre a mesa. Kev, Leo, e Wrench se juntam a nós também, todos olhando para Blizzard com expressões variadas. Alguma preocupação, alguma raiva.

"Primeira coisa..."

Eu solto um gemido. "Há mais de uma coisa?"

Ele me dá um olhar sério que diz para calar a boca. Eu olho de volta, mas ele continua. "Nós encontramos alguma merda nas coisas de Target que são um pouco... preocupante."

Eu fiz uma careta. "Quanto preocupante?"

Ele pega uma pasta de cor marrom e empurra-a sobre a mesa para mim. Bato minha mão em cima dela, parando para não deslizar para o chão. Olho para ele por um minuto, querendo abrir a primeira página, mas o sentimento nauseante de medo congela meu corpo, com medo do que iria encontrar.

Abro-a.

Havia páginas de documentos, que eu tinha visto antes e não eram de grande e real surpresa. Olho rapidamente todas as páginas. "Essas são a verificação de antecedentes de Chelsea?"

Ele assente. "Eu não tenho certeza se ele estava à procura de alguma coisa, ou se ele encontrou o que queria na pilha de papéis, mas eles são cópias das que temos guardado no cofre do escritório."

"Como diabos aquele bastardo entrou no cofre?" Eu questiono.

Blizzard não se afeta com o meu tom e continua a folhear os papéis diante dele. "Eu não tenho uma pista. Mas isso não é a única coisa que nós encontramos."

Blizzard e eu éramos os únicos que tinha a combinação do cofre que estava localizado dentro do meu escritório. Não só isso, mas era uma combinação que nós trocávamos mensalmente e nunca a escrevemos em lugar algum. Isso nunca teve qualquer importância a qualquer um de nós - aniversários, idades, endereços - era sempre escolhido aleatoriamente. Como aquele filho da puta tinha descoberto, eu não tinha nenhuma ideia.

A informação que era mantida no cofre era privada, mas não incriminadora. Tínhamos outras formas de armazenar esse tipo de coisa. No cofre, principalmente, guardávamos documentos pessoais para os membros do clube. Eram todos os tipos de informações, como verificações de antecedentes para novos prospects – nome das pessoas da família e endereços, informações de conta para pagamentos do clube, e qualquer informação legal.

"O que é o resto dessa merda?" Pergunto, apontando para os outros papéis espalhados sobre a mesa.

"Papelada de Chelsea é a mesma que a original. Target tinha acabado de tirar uma cópia e colocou de volta. Mas tudo isso, foi alterado." Wrench explica, pegando um dos papeis soltos. "Essa merda diz o que fui preso quando eu tinha vinte e três. Eu não estava preso naquele ano."

"O mesmo com a minha." Diz Leo apontando para a pilha de papéis. "Diz que eu estava na prisão naquele ano, mas não só isso que está errado, aqui também diz que era numa prisão fora do Estado."

Eu fiz uma careta. "Isso faz sentido para alguém?"

Todos eles balançam a cabeça.

"A única coisa que sabemos com certeza é que Target estava focado em Chelsea." Blizzard explica. "Ele tinha toda a sua informação - informação que não foi fácil para nós conseguir em primeiro lugar. Sem nomes dos seus pais, apenas dos pais adotivos. O resto é bastante sem graça, nada suspeito."

"Ele passou por um monte de dificuldades para fazer isso." Digo, pegando uma das outras páginas e olhando-a com cuidado. "Essa merda parece legítima."

Meus irmãos concordam com a cabeça.

"Não brinca. Isso não é Photoshop2. Este é um documento que foi alterado por alguém dentro do Estado que tem acesso a este tipo de coisa." Explica Wrench. "Eu liguei para a prisão pedindo informações de Leo. Disseram que não tinham nenhum registro dele ter sido preso lá, então, obviamente, eles mudaram isso de volta quando tiveram a prova de que precisavam."

"Filhos da puta." Eu murmuro sob a minha respiração. "Há um jogo acontecendo aqui que não temos conhecimento. Precisamos resolver isso e agora." Minha voz se levanta lentamente, minha raiva claramente evidente para os meus irmãos.

"Esse não é o único problema." Blizzard diz solenemente.

Eu coço meu queixo. "Foda-me! O que é?"

Ele levanta da cadeira e tira algo do bolso de trás de sua calça jeans, segurando-o para eu ver. Havia fotos. A primeira era minha arrastando Chelsea possessivamente do clube depois de sua noite com Rose. Estendo a mão e tiro-a de sua mão, examinando-a mais de perto. Folheando as outras três fotos, todas elas foram tiradas poucos minutos, até segundos uma da outra, mas o olhar nos meus olhos era inconfundível. Mesmo um idiota poderia ver que eu estava basicamente reclamando um direito, e se eles possivelmente estavam observando de dentro, eles poderiam ter até mesmo visto ou ouvido o que fiz quando a vi se esfregando sobre aquele filho da puta.

"Onde essas foram encontradas?" Eu exijo.

"Estavam sobre uma das mesas no X-Rated." Leo rosna. "Eu Estava lá na noite passada, não notei nada errado. Uma das garotas pegou. Ela pensou que poderia ser importante então me deu quando saiu de lá."

"Você verificou as filmagens de dentro?" Pergunto, ainda sem tirar os olhos da foto. Deve ter sido tirada com uma câmera razoavelmente boa, porque eu podia ver e ler nossas expressões e corpo de forma muito bem.

O aperto que eu tinha sobre ela gritava homem das cavernas - era dominante, forte e cheio de propriedade.

"As câmeras só mostraram um cara parecendo comum. Terno cinza, cabelos curtos, trinta e poucos anos. Nada o distingue de qualquer outro homem de negócios que entra no clube. Inferno, ele poderia ter sido apenas outro cara que tinha sido pago para deixar uma mensagem." Descreve Leo. "Ele entrou, observou algumas garotas dançar e, em seguida enquanto ia embora ele puxou isso de seus bolsos e deixou cair sobre a mesa."

"Ele queria mostrar-nos que não importa aonde ela vá. Ele tem os olhos nela." Eu digo mais para mim do que os meus irmãos enquanto tento encaixar as peças de um quebra-cabeça completamente fodido. "Ele queria provar que a conexão entre nós é inegável. E que eu era protetor com ela."

"Ele está tentando assustá-lo." Wrench observa enquanto reclina para trás na cadeira, rolando a tensão de seus ombros. "Em vez de tirar essa foto, ele poderia estar olhando através de uma lente de uma arma e atingir Chelsea em um segundo. Mas em vez disso, ele está relaxado, provocando e apertando botões. É um jogo maldito."

"E temos certeza de que é de Anthony DePalma que estamos falando?" Pergunta Blizzard.

"Quem mais?"

Ele encolhe os ombros. "O cara tem bolas de aço. Ele aparece aqui no clube com apenas um enorme guarda-costas feio, sabendo que estaria de dez a quinze homens aqui que poderiam enchê-los de chumbo em milissegundos." Ele cruza os braços sobre o peito. "Ele não parece ser o tipo de jogar."

A observação de Blizzard espelha meus próprios pensamentos. Anthony DePalma não tinha se tornado um dos homens mais temidos na costa leste por fazer ameaças suaves. Ele nunca esperou por perto para brincar com sua presa, ele foi direto para a jugular.

"Isso só prova que Chelsea é o seu alvo principal. Ele mostrou que está disposto a usá-la para chegar até você." Wrench diz apontando para a foto. "Ela precisa de mais proteção."

"Proteção de mim." Todos meus garotos franzem a testa e suspiram. "Ela não estaria nessa posição se eu tivesse sido capaz de ficar longe dela."

Eu vejo Blizzard sacudir a cabeça. "Não seja idiota, Op."

"Eu estou sendo realista."

"Não, você está sendo estúpido." Ele rosna, batendo as mãos sobre a mesa com um baque forte. "Você vai ferir a garota, e mais cedo ou mais tarde ela vai ficar cansada de sua merda."

Eu aponto para ele com raiva. "Cuidado com a sua porra de boca, VP."

Ele balança a cabeça, mas olha para mim.

Eu sei que ele está certo.

Eu penso sobre a noite passada. Nós ainda não tínhamos falado sobre o que estava acontecendo, mas nós compartilhamos uma noite cheia de paixão e sexo e nesse momento eu sei que nós dois sentimos que as coisas mudaram.

Mas com essa informação fresca em minha mente - as imagens provam – eu precisava me manter longe dela se quisesse que ela vivesse. Não importa o quanto isso iria nos afetar.

Eu não iria perder outra pessoa que eu amava por causa do meu próprio egoísmo e estupidez.


Capítulo 19

 

Acordo para descobrir que Optimus tinha ido, não foi surpresa, mas foi decepcionante. Havia coisas que ambos tínhamos a dizer, mas nenhum de nós estava fazendo um bom trabalho de dizê-las. Eu me perguntei se nós dois estávamos pensando a mesma coisa.

Uma vez que isso saísse, não haveria nenhuma parada. Não pegaria as coisas de volta. Então, ao invés disso, nós apenas evitamos a conversa que ambos sabíamos que estava chegando e trocamos isso por uma maneira que poderia mostrar nossas emoções. A única coisa que parecia mais confortável.

Sexo.

Nossa química sempre esteve além das expectativas. Desde a primeira vez que nos conhecemos, em pé no bar dentro do clube. Foi como se eu fosse um diamante e seu corpo fosse o jogo. Toda vez que ele me tocava me deixava em chamas. Não havia outra maneira de descrever o calor que ardia dentro de mim, apenas por tê-lo próximo.

Ontem à noite tinha sido diferente dos outros. Ele me entregou o controle, mesmo que apenas por um momento. Era algo que Optimus nunca fazia. Optimus gostava de controlar, e se estamos sendo honesto, eu gostava de da-lo a ele. Havia poder em submeter-se a alguém e permitir-lhes ditar seus movimentos e ações. Era sobre confiança e respeito. Na noite passada, ele tinha me mostrado que o sentimento era mútuo e quando nós não tínhamos falado sobre isso, eu tinha esperado que significasse que estávamos seguindo em frente.

O pensamento me faz sorrir.

Eu decido que tenho passado tempo suficiente deprimida nos últimos dias. Meu corpo doe, precisava correr. Só de pensar em passar os últimos dias sem correr estava fazendo meu corpo sentir-se ansioso. Visto meus shorts de corrida, sutiã esportivo, e uma camisa Adidas solta. Pego meus tênis e levo-os para fora da sala principal em busca de um irmão ou prospect. Ham está reforçando o estoque do bar e há um par de irmãos jogando bilhar.

"Ei Ham. Você viu Op?" Pergunto, levantando-me na banqueta e apoiando meu pé na do lado para que eu possa calçar meu tênis e amarrar meus cadarços.

"Ele está na igreja com Blizzard, Leo, e Wrench. Parece importante."

Eu balanço a cabeça. Eu estou acostumada com Op sendo chamado em qualquer momento e estar afastado em reuniões com os garotos. Eu sabia não perturbá-lo. "Você acha que pode me levar para a academia? Op mencionou no outro dia que ele não quer que eu corra nas ruas mais."

Ham parece um pouco apreensivo. "Tudo bem se eu apenas verificar com um irmão em primeiro lugar?"

Eu sorrio, a criança era boa. Ele ia ser um irmão impressionante. "Certo."

Eu continuo a arrumar meus tênis antes de saltar da banqueta e esticar as pernas e ombros. Se eu alongasse agora, isso significava que eu poderia saltar sobre a esteira logo que chegasse a academia. Eu não costumava ir à academia muitas vezes, optando por correr na rua. Isso fazia coisas muito mais interessantes e gostava da sensação do vento e os elementos contra a minha pele enquanto aquecia.

"Ei, Chel."

Olho para cima para encontrar Slider de pé ao lado de Ham, ambos sorrindo para mim enquanto eu abro minhas pernas e estendo a mão para agarrar meus dedos do pé. Eu libero lentamente do alongamento, cuidando para não fazê-lo muito rapidamente.

"Ei Slide, estamos bem?"

Ele assente. "Op está em uma reunião com alguns dos caras, mas, tanto quanto eu sei você não está confinada ao complexo e só precisa de uma escolta."

"Legal! Está tudo bem seu eu roubar Ham um pouco?"

Slider dá de ombros. "Vá em frente." Ele passa por mim, mas não perde a oportunidade de conseguir um tapa sonoro na minha bunda. Eu grito e viro para olhar para ele. Ele vai embora rindo. Os meninos não se atreviam a fazer esse tipo de coisa enquanto Optimus estivesse por perto, enquanto eu não era tecnicamente dele, todos sabiam como ele era possessivo comigo. Slider era um dos que faz a maior parte em sua ausência.

Ham me segue para a cidade, sua moto fazendo barulho atrás de mim o tempo todo. Quando eu empurro às portas da academia a emoção que eu sinto toda a viagem para lá logo acaba.

Como é que eu não pensei nisso?

Deacon, o cara da minha tentativa de uma noite fora com Rose, estava de pé ao lado da academia conversando com dois homens em ternos escuros. Suas expressões pareciam significativas. Deacon assente, mas uma expressão séria surge em seu rosto. Antes que eu possa virar e voltar para fora, seu olhar encontra o meu. Seus olhos se arregalam e ele se apressa em se desculpar com os homens sérios e rígidos. Eu estava certa quando tinha imaginado que ele tinha músculos bem definidos sob a camisa que usava na noite que nos conhecemos. Sua parte superior do corpo nu brilhava com o suor que parecia acentuar a definição no seu abdômen.

"Ei" Ele diz suavemente, vindo na minha direção parando poucos centímetros a minha frente.

"Sinto muito." Eu digo torcendo minha toalha de treino em minhas mãos. Eu aponto sobre meu ombro. "Estou saindo."

Ele agarra meu braço quando começo a virar meu corpo para sair. "Ei, não, está tudo bem." Ele aponta para a recepção que exigia o cartão de membro da academia para entrar. Eu sempre tinha mantido a minha adesão atualizada, apenas no caso de coisas como essa acontecer, mas eu realmente não tinha vindo a academia por meses. Em vez disso apreciando correr no ar frio era muito convidativo.

"Sinto muito sobre a outra noite." Ele diz enquanto caminha ao meu lado. Escaneo meu cartão nós passamos pela pequena entrada para a área da academia.

"Você não deveria ser o único se desculpando, deveria ser eu." Coloco minha toalha e chaves em um banco ao lado de uma esteira vazia. "Optimus pode ser..."

"Arrogante, controlador, autoritário?" Ele oferece, zombando.

Eu não posso deixar de sorrir. "Tudo isso mencionado. Mas eu queria dizer que ele pode ser muito protetor e possessivo."

"Eu acho que todos os namorados podem ser assim. Eu provavelmente seria muito se você fosse minha." Ele cruza os braços sobre o peito e sorri.

Eu rio enquanto flexiono meus tornozelos, preparando-os para minha corrida. "Op, não é meu namorado."

O sorriso rapidamente muda para uma careta. "Por que ele estava falando toda aquela baboseira sobre você ser dele então?"

Eu suspiro, explicando o que eu era para o clube, por vezes, era muito para as pessoas. Alguns aceitavam isso bem, como Rose, que não me julgava pelas minhas escolhas. Mas a maioria das pessoas gostava de me fazer sentir como um lixo. Eu rolei a tensão em meus ombros.

"Eu pertenço ao clube." Eu digo simplesmente com um encolher de ombros. "Eu sou uma garota do clube. Eles fornecem para mim, eu forneço para eles."

"Você é uma prostituta do clube?" Ele rosna, o barulho tão profundo e tão cheio de raiva que eu quase dou um passo para trás.

Eu faço uma careta para ele. "Sim, eu sou." Eu não iria agir como se tivesse vergonha das minhas escolhas, porque ele não aprovava.

"Por quê?"

Eu levanto minha mão. "Você não me conhece. Você não sabe como minha vida foi ou é. E você não tem ideia do que se passa no clube. Eles cuidam de mim e me tratam bem, isso é tudo que você precisa saber."

Ele arrasta os dedos pelos cabelos curtos, a frustração em seu rosto. "Sinto muito, eu não tive a intenção de julgar. Jesus estou fodendo com isso."

Cruzo os braços sobre o peito. "Olha Deacon. Sinto muito sobre Optimus. Ele realmente não liga para o que as pessoas pensam dele, mas ele não tinha que falar com você do jeito que ele fez. Mas qualquer rancor que você tenha contra o clube, eu sugiro que você esqueça-o."

Ele franze a testa por um momento, mas logo levanta as mãos em sinal de rendição. "Minha culpa. Eu não queria incomodá-la."

"Eu sei."

Ele sorri suavemente, obviamente aliviado pela tensão ter desaparecido. "Eu estou realmente satisfeito que você veio. Eu acabei de ficar sem um treinador e estou procurando alguém para fazer algum trabalho em tempo parcial por aqui."

Eu estou surpresa. "Sério?"

Seu sorriso cresce. "Sim. Não é muito, mas com a sua experiência eu sei que sabe o que está fazendo. Isso iria salvar-me dos classificados e de passar por entrevistas de emprego."

Parte de mim queria estar animada. Era uma pequena, mas excelente oportunidade, um passo na direção do que eu queria fazer. Mas, infelizmente, como eu ainda estava com o clube, isso era uma impossibilidade.

"Eu realmente gostaria de poder. Por enquanto, eu ainda estou vinculada ao clube. Empregos fora não é realmente uma opção agora." Mesmo eu ouvindo a decepção na minha voz.

Eu vejo sua mandíbula apertar, mas ele consegue manter um sorriso amável em sua cara. "Bem, a oferta está de pé. Eu tenho outra semana antes de precisar encontrar alguém permanente. Mantenha isso em mente?"

Eu sabia que não iria acontecer, mas eu balanço a cabeça e sorrio de qualquer maneira. "Certo."

"É melhor eu ir, eu vou deixa-la começar seu treino." Ele dá um pequeno aceno. "Espero ver você em breve."

Eu observo quando ele faz o seu caminho para os sacos de pancada e aperta as mãos com um homem antes de ajuda-lo a amarrar as mãos.

Deacon era um mistério para mim. Havia algo sobre ele que eu simplesmente não conseguia entender. Sua raiva contra o clube era surpreendente para alguém que tinha acabado de se mudar para a cidade. Eu sabia que notícias sobre os irmãos corriam rápido, mas para alguém ter muito veneno e desgosto em relação a eles em um tempo tão curto era estranho.

Eu começo a alongar mais uma vez, a necessidade de liberar um pouco da tensão que tinha encontrado seu caminho de volta para o meu corpo antes que eu comece a minha corrida.


Capítulo 20

 

"Chelsea!" Eu ouço uma voz brilhante me chamar quando saio do meu carro. Vejo Harlyn de pé na porta acenando. Neil está logo atrás dela, olhando-a com cuidado.

Eu não poderia deixar de sorrir e acenar de volta enquanto caminho em direção a eles. "Oi, Harlyn."

"Você vem brincar comigo? Mamãe saiu e papai está ocupado." Ela pergunta animadamente. "Você disse que quando voltasse poderíamos brincar."

Pergunto-me onde Sugar poderia ter ido que não teria levado Harlyn com ela.

Eu me agacho na frente da menina impressionante. Ela está praticamente pulando. "Eu disse que não? Vamos!"

Eu estendo minha mão para ela e ela animadamente toma-a, saltando comigo para o campo de jogos. Neil nos segue como um bom prospect. A área dos brinquedos e churrasqueira era bem escondida da estrada por um grande muro, então eu sabia que seria muito seguro. Noto Sammy e Caity, as meninas do clube, descansando em algumas cadeiras, cigarros pendurado em seus dedos. Elas mal nos notam quando passamos por elas, Harlyn me contando sobre o que ela fez naquela manhã. Havia alguns membros espalhados ao redor da área, alguns falando, outros mexendo com suas motos.

"Eu acho os balanços os melhores, qual parte você gosta?" Harlyn pergunta quando entramos na área acolchoada macia. O parque infantil é razoavelmente novo, talvez uns dois anos. Não há nenhuma outra razão em particular do que os Brothers by Blood serem muito ligados à família. Isso era que os mantinha de pé e vivendo. Fosse isso sua família de sangue ou seus irmãos. Eles se apoiavam enquanto um e incluíam apoiar as Old Ladies, crianças e até mesmo as garotas do clube.

O clube era uma unidade e nós fazíamos o possível para apoiar os nossos homens. Cada uma de nós tinha um papel a desempenhar, e embora o clube pudesse estar do outro lado da lei ocasionalmente, alguns viam esses caras como um bando de desajustados e criminosos, a lealdade e o amor que se encontra dentro deste grupo é inigualável.

"Eu amo os balanços, mas acho que o escorregador é provavelmente o meu favorito."

Ela assente com os cachos suaves em seus cabelos balançando. "Boa escolha." Ela elogia, dando-me um polegar para cima.

Eu rio. Harlyn era uma garota incrível. Ela choca e surpreende-me tanto, apenas no pouco tempo que estivemos brincando. Ela é de raciocínio rápido e à frente do jogo. Às vezes isso pode colocar um monte de pressão sobre uma criança quando eles estão tão conscientes dos sentimentos e emoções das pessoas ao seu redor. Mas Harlyn parecia não se incomodar e permite soltar sua juventude. Ela ri, ela se diverte, mas ela não fica chateada.

Ela é filha de Optimus, não há nenhuma dúvida sobre isso.

Neil nos observa de uma mesa de piquenique. Eu poderia dizer que ele detesta ser colocado em serviço de babá pelo olhar entediado e a expressão de desapontamento que se notava.

Harlyn e eu pegamos um balanço cada uma.

"Você gosta do meu pai?" Ela pergunta enquanto balança.

Eu congelo por um minuto, mas Harlyn continua a balançar casualmente como se não tivesse acabado de me surpreender. "Sim, eu gosto do seu pai."

"Não, eu quero dizer você gosta, gosta do meu pai." Diz ela, enfatizando o segundo gosta.

Eu rio. "Um pouco."

"Está tudo bem se você fizer."

"Bem, obrigada, eu vou manter isso em mente." Digo a ela, divertindo-me com sua atitude direta e insensível.

"Harlyn!" Eu me viro para ver Sugar andando pelo terreno em nossa direção vindo do clube. Ela tem um sorriso suave no rosto, mas parece um pouco forçado.

"Olá, mamãe!" Harlyn chama antes de se jogar para fora do balanço, uma vez que voa para frente. Minha respiração fica presa em minha garganta e eu quase me jogo atrás dela, esperando lágrimas quando ela tropeça e rola pelo chão. Não havia lágrimas e Sugar nem sequer vacilou na ação exagerada da filha. Harlyn salta para ficar de pé, limpando a sujeira e corre para abraçar sua mãe. "Chelsea está brincando comigo, não é legal?!" Ela exclama.

Sugar me olha por cima da cabeça da pequena menina. "Isso é ótimo querida. Você sabe, eu vi o tio Blizzard lá dentro atacando o sorvete. É melhor você ir encontrá-lo antes que ele coma tudo."

Harlyn engasga. "Oh não, ele não está fazendo isso!" Ela começa a correr na direção do clube, uma menina em uma missão com Neil a seguindo.

Eu diminuo meu balanço até que pare e desço. Eu estou nervosa como o inferno. Sugar, essencialmente, tinha um monte de poder aqui e eu não sabia o que ia fazer com ele. "Ela é uma criança inteligente."

Sugar olha para mim, uma vez que Harlyn está a salvo no interior do edifício. Ela assente com a cabeça. "Ela é. Eu não posso esconder nada dela. É como se tivesse um radar para o engano." Ela se aproxima. "Você deve ser Chelsea. É bom finalmente conhecê-la. Optimus e Blizzard tem falado muito bem de você ao longo dos anos."

"Eu gostaria de poder dizer o mesmo. Eu só descobri que vocês duas existiam agora." Digo, infelizmente, dando um suspiro de alívio.

Ela sorri e faz um gesto para a mesa de piquenique que Neil tinha desocupado. Sigo-a pegando um assento. "Deve ter sido uma surpresa para você. Lembro-me de ter visto o seu rosto no dia em que chegamos. Eu sempre soube que vir aqui iria irritar algumas garotas do clube. Não é um segredo que muitas delas são muito... digamos ... territorial com os homens. Mas o olhar em seu rosto era de pura tristeza."

Olho para a mesa, pegando em um pedaço quebrado de madeira. "Foi um choque."

"Sinto muito que a nossa presença causou essa brecha entre você e Op."

Meus olhos erguem rapidamente. Era à última coisa que eu estava esperando ela dizer e suas palavras eram tão genuínas. Eu balanço minha cabeça. "Você e Harlyn absolutamente não são culpadas, eu odiaria por você pensar isso." Eu engulo. "Estou feliz em estar aqui, e Optimus consiga passar um tempo com Harlyn. Ele e eu, isso é algo que eu realmente não posso explicar, mas sabendo que ele tem esse grande segredo só me faz perceber que talvez não estivéssemos tão perto quanto eu pensava."

Ela suspira. "Infelizmente isso é Optimus com precisão. É um protetor. Tem o peso do mundo sobre seus ombros, mas se recusa a compartilhar a sua carga com os outros. Ele mantém isso trancado e longe de seus irmãos, todos são mantidos a uma distância segura."

Parece ser difícil, conhecendo Sugar, a mulher que Optimus tinha sido profundamente apaixonado. Mas era estranhamente reconfortante.

"É estranho isso." Faço um gesto entre nós. "Não é estranho?"

Ela sorri, é leve e suave, e eu não posso deixar de sorrir. "Optimus e eu sabemos exatamente onde nossos sentimentos estão. Eu o amo porque ele é o pai da minha filha. Não houve rompimento sujo ou maldade entre nós, nós só percebemos que não fomos feitos para ser." Ela me olha diretamente nos olhos, ainda sorrindo. "E agora eu acho que sei por que nunca funcionou."

Eu coro. "Eu não sei sobre isso. Apenas existe muita rejeição que uma garota pode aceitar antes que chegue ao ponto."

"Bastardo teimoso." Ela murmura, revirando os olhos.

"Como foi a visita?" Eu quase caio do meu assento quando ouço a voz grossa de Wrench atrás de mim.

"Jesus Cristo!" Engulo em seco, cobrindo meu coração acelerado com a minha mão.

Wrench coloca as duas mãos sobre a mesa e inclina-se. Eu pego Sugar olhando para ele com um sorriso tímido antes de colocar sua atenção de volta na mesa à sua frente.

"Como seria de se esperar. As palavras 'nojento', 'vergonhoso' e 'lixo de motoqueiro’ foram usados, como eu acreditaria." Seus ombros caem como se ela tivesse sido totalmente derrotada. "Eu não sei por que eu pensei que dizer a eles que tinham uma neta teria feito com que se sentissem diferentes."

A mandíbula de Wrench contrai, obviamente tentando não dizer nada.

"Sinto muito, são seus pais?" Eu pergunto em reverência.

Sugar assente, seu olhar me encontrando, mas claramente tentando evitar o homem corpulento que estava sobre nós. Você pode sentir a raiva saindo dele enquanto fica ali, olhando para ela.

"Meus pais queriam que eu me casasse com um advogado ou um médico, algo que seria bom para a nossa família." Ela brinca com seus cabelos cor de vinho, colocando-o atrás de sua orelha enquanto o vento sopra ao redor de seu rosto. "Eu não pensava ser melhor do que os outros porque eu era rica. Eu aprendi rapidamente que as pessoas são atraídas pela minha posição, ao invés de minha personalidade. Então Optimus veio e me apresentou para o clube e tudo parecia real. Esses caras, eles não são falsos. Eles não sentem que precisam impressioná-la. Eles são o que são e foda-se se você não gostar disso."

Eu rio e até mesmo pego um leve levantar do canto da boca de Wrench enquanto eu observo os dois. Eu estou tentando descobrir qual sentimento estava provocando o ar em torno de nós.

Limpo a garganta e rio levemente. "Não é que é verdade?"

"Então eles não querem mesmo conhecer Harlyn?" Wrench fala, claramente não impressionado.

Eu ouço uma risada estridente e nós olhamos para ver Blizzard transportando Harlyn de cabeça para baixo por cima do ombro. "Diga-me, onde escondeu o sorvete." Blizzard exige, os dedos pairando sobre ela, ameaçando um ataque de cócegas se não lhe desse a informação que queria.

"Nunca!" Ela grita entre ataques de riso.

Todos nós rimos quando ele começa a 'tortura' pelo local do sorvete.

"Harlyn tem tudo o que precisa. Não importa se eles querem conhecê-la ou não. Ela está feliz." Sugar murmura quando se levanta da mesa. Wrench coloca uma mão no ombro dela enquanto ela passa por ele. Ela para brevemente, e eles compartilham um olhar que dura apenas um segundo, mas diz tudo o que precisa ser dito antes que ela se afaste.

"Eu vou te salvar, Harlyn." Ela grita em voz dramática enquanto corre na direção deles, sorrindo.

Wrench fica em silêncio e observando-a ir.

"Você sabe que Optimus iria matá-lo, certo?" Eu aviso suavemente.

Ele nem sequer pestaneja. "Algumas coisas valem a pena o risco." Ele murmura antes de se afastar.

Não pense que vou estar mencionando isso para alguém tão cedo.


Capítulo 21

 

Eu vejo quando Blizzard persegue Harlyn ao redor do parque. Blizzard era como uma criança adulta. Ele poderia ser sério, por vezes quase assustador, mas, na maioria das vezes, ele gostava de brincar, paquerar e se divertir.

O tempo estava começando a ficar mais quente, apesar de o outono ainda estar em pleno andamento. Eu quase tive vontade de tirar minha camisa que tinha vestido sobre minha roupa de treino. Assim quando eu estou prestes a puxá-la sobre a minha cabeça, há uma explosão intensa. Meu corpo instantaneamente cai no chão e os meus ouvidos começam a zumbir. Eu não sei o que está acontecendo. Há caos ao meu redor.

Ainda estou deitada, observando quando Blizzard lança Harlyn chorando por cima do ombro e corre para as portas do clube – Sugar logo atrás dele. Ele joga-a para dentro antes de conduzir Sugar rapidamente atrás dela. Seu rosto está desesperado quando ele gira ao redor. Eu posso ver que sua boca está se movendo, mas o zumbido nos meus ouvidos está bloqueando qualquer outro ruído. Eu só olho para ele em choque e confusão até que eu sinto meu corpo sendo levantado do chão. Eu reconheço brevemente o rosto de Neil enquanto corre comigo para as portas clube, meu corpo empurrando e saltando a cada passo de suas pernas.

Havia homens em todos os lugares, testas franzidas e ordens sendo dadas por todos os lados. Eu estou atordoada, meu corpo em choque completo. Optimus aparece momentaneamente. Coloca a mão em meu rosto e eu pego um segundo do que eu pensei que fosse o medo em seu rosto antes dele sair, mais uma vez se foi. Neil me leva para o meu quarto. Nessa fase, a minha audição está começando a voltar e o choro de Harlyn enche meu coração de dor. Neil me larga na cama e eu tento levantar, precisando garantir que todos estejam bem.

"Fique aí, Chelsea." Neil rosna, apontando para a cama. "Optimus precisa de você no seu quarto até descobrir o que diabos está acontecendo."

Eu balanço a cabeça, tanto quanto eu queria correr lá fora e ajudar, ele precisava de mim fora do caminho para que pudesse se concentrar no que estava fazendo. Ele não precisa de mim correndo lamentando.

Neil bate a porta fechada e eu me levanto até a cabeceira da cama, entrando debaixo das cobertas e envolvendo-as em torno de mim, precisando de algum tipo de conforto.

Alguma coisa séria tinha acabado de acontecer e eu tinha que admitir - estava com medo.

Demora mais de uma hora antes de ouvir uma batida suave na porta. Limpo a garganta antes de anunciar para quem quer que fosse para entrar. Optimus entra e fecha a porta silenciosamente atrás dele. Seu rosto parece pálido e quase derrotado, enquanto olha para mim. Eu quero me levantar e ir para ele. Eu quero que ele me abrace e acalme os medos que me atormentam. Mas ao invés disso eu só o observo enquanto se aproxima.

"Seu carro," disse ele suavemente. "se foi."

Saio dos cobertores. Meu carro era velho, não era nada interessante. Por que alguém iria querer roubá-lo, eu não entendia. " Podemos consegui-lo de volta?" Eu pergunto, minha voz rouca.

"Chelsea. Se foi. Ele explodiu."

Eu levanto abruptamente em seguida lutando para encontrar as palavras com toda a 'Que porra' de sentimentos acontecendo na minha cabeça.

Aquilo foi um grande estrondo. Aquele foi o barulho que tinha feito o meu ouvido zunir. Alguém tinha feito meu carro explodir.

Significava que isso era para mim? Para me machucar? Ou foi apenas um ataque contra o clube?

"Havia algumas fotos deixadas no clube na noite passada." Ele cruza os braços sobre o peito, mas sua postura curvada. "Elas eram de nós."

"Ok... Então, o que isso quer dizer?" Pergunto não certa se queria saber a resposta.

"Foi um aviso, eles estão mostrando que sabem que você é importante para mim." Seus olhos encontram os meus e ele segura meu olhar antes que continue. "Você poderia estar naquele carro, Chelsea."

Eu balanço a cabeça e dou dois passos rápidos para ele. Estendo a mão e toco seu rosto com minha mão, meus olhos nunca deixando os dele. "Eu não estava. Estou aqui. Estou bem."

Seus olhos brilham. "Por quanto tempo? Dessa vez, eles não acertaram. Mas, confie em mim, eles vão tentar novamente se eles acharem que você é a chave para me destruir."

Eu balanço a cabeça, estávamos de volta a isso novamente. "Não diga isso. Não me afaste novamente." Eu tento manter minha voz firme, mas vacilo.

"Você quer ser morta, porra?" Ele explode. "Isso não é um jogo. Isso é vida ou morte."

"Eu não me importo. Você está me afastando quando penso que as coisas estão prestes a mudar entre nós. Eu quero você! Eu quero estar com você, e eu sei que isso é o que você quer também."

"Então, eu deveria apenas arriscar sua vida porque eu te quero? Você quer que eu ignore sua segurança para que possamos formar um casal feliz?" Ele se afasta e caminha em volta de mim. "Eu assisto a pessoas pelas quais me preocupo, pessoas que eu amo ser ferida porque escolhi o que queria mais do que o certo. Sabe o que isso faz para mim todos os dias? Sabendo que eles não estão aqui porque eu tomei uma rota egoísta e pensei em mim primeiro."

Meu coração se parte por ele. Ele havia perdido ambos os pais e se culpava por suas mortes, pensando que poderia ter feito algo para impedi-lo.

"Você não pode mudar o passado, Op," Eu digo a ele suavemente, seguindo seus movimentos enquanto ele anda.

"Não, mas eu posso fazer o que é certo agora. E se isso significa colocar uma barreira entre nós, a fim de mantê-la viva, porra, eu vou fazer exatamente isso."

Lágrimas ameaçam em meus olhos. Apenas quando senti que as coisas começam a mudar, aqui estamos, de volta ao mesmo lugar mais uma vez.

"Eu passei minha vida inteira correndo quando as coisas ficavam difíceis e pela primeira vez eu tive uma razão para parar. Você me deu uma razão para ficar."

"Eu não estou pedindo para você sair." Ele diz, confusão fazendo suas sobrancelhas unirem.

"Diga-me que você se importa comigo. Diga que você me quer. Estou farta de ser aquela garota que se senta e espera o cara perceber o que ele tem." Eu imploro para ele, incapaz de parar as lágrimas que estão agora escorrendo pelo meu rosto. "Mostre-me que você precisa de mim."

"Eu preciso de você!" Ele rosna, segurando meus ombros firmes e me puxando para perto. "Eu preciso tanto de você que não consigo respirar quando você não está por perto."

"Então pare de me afastar." Eu choro, jogando minhas mãos em seu peito em frustração. "Pare de me afastar!"

"Chelsea! Há alguém nos observando. Eles nos observam a cada interação e isso só mostra a eles exatamente o que querem - que eles podem usá-la para destruir a mim e ao clube. Eles estão dizendo que é Anthony DePalma, e se eles ficarem sabendo do quão forte nossa ligação é, eles vão te machucar." Ele engasga. Suas mãos se movem dos meus ombros para pescoço e segue para minhas bochechas. Seus polegares roçam as lágrimas que continuam a fluir de forma constante.

Eu rio, o ruído soando estranho em minha garganta. "Então, até um momento futuro eu apenas tenho que ser uma boa garota do clube, acompanhar alguém por aí, ver você se esfregar contra outras garotas e fingir que não estou sufocando."

Ele franze a testa. "Eu preciso ser capaz de proteger você"

"Eu não quero que você me proteja!"

"Isso não é a sua escolha a fazer." Ele retruca.

"Bem, eu sinto muito, mas pela primeira vez eu quero fazer uma escolha." Eu me afasto dele, dando um passo para trás, para dar algum espaço entre nossos corpos. Eu suspiro enquanto tento reunir coragem suficiente para dizer o que eu preciso dizer. "Meus pais escolheram me proteger. Um homem louco entrou em nossa casa com uma arma. Ele disse que tudo que queria era roubar coisas que poderia vender para que pudesse conseguir sua próxima dose. Quando meu pai tentou impedi-lo, levou um tiro. Morto. Direto no coração. Então o homem veio atrás de mim e minha mãe."

Optimus estende a mão para mim, mas eu me movo, colocando ainda mais espaço entre nós.

"Minha mãe escolheu me colocar para fora por uma janela e me fez correr. Minha mãe decidiu por mim naquele dia que eu ia viver, e ela ia morrer. Ela escolheu esse caminho para mim. Eu não tive uma porra para dizer disso!" Raiva queima em mim, floresce como uma flor mortal.

Eu tinha terminado.

Eu não iria deixar ninguém controlar minha vida.

Ia ser minha escolha.

"Blackbird... pare." Optimus pede silêncio, com o rosto cheio de angústia ao ouvir a história que eu nunca tinha compartilhado.

"Não! Talvez eu não quisesse viver! Talvez, apenas talvez, teria preferido morrer com eles a passar o resto da minha vida me mudando de lar adotivo para lar adotivo, inferno, sem eles." Pego um livro da minha mesa e jogo do outro lado do quarto. "Eu nunca tive uma escolha!"

Eu respiro fundo, tentando, sem sucesso, acalmar minhas emoções, para controlar a mim mesma, mas tudo isso só continuou.

"Eu não tive histórias lidas para mim durante a noite. Ninguém me levou para a escola no período da manhã ou me pegou depois. Ninguém me ensinou a andar de bicicleta, ninguém aplaudiu quando eu terminei o ensino médio, ninguém estava lá para mim quando o meu primeiro namorado quebrou meu coração. Ninguém!" Eu grito, meu corpo tremendo incontrolavelmente.

"Baby, está tudo bem." Optimus sussurra. Tento fugir quando ele vem para mim, mas não há nenhuma maneira de escapar. Ele passa os braços em minha volta e me envolve em seu domínio.

Eu luto contra ele, batendo com os punhos em seu peito. "Eles nunca me deixaram escolher!"

"Shh." Ele aceita os golpes, seu tom calmante nunca mudando. "Baby, pare. Você está me matando, por favor."

Eu luto por vários minutos antes de finalmente ceder, permitindo-lhe me confortar enquanto eu desabo. Nós caímos no chão juntos e ele me puxa para o seu colo, minhas pernas montando as suas, meu rosto enfiado em seu pescoço enquanto ele corre as mãos pelas minhas costas.

Eu lambo meus lábios, provando o salgado de minhas lágrimas. É estranhamente refrescante.

"Por favor." Eu sussurro, agarrando seu colete em minhas mãos como se fosse a minha última linha de vida. "Por favor, deixe-me escolher."

Ele fica sentado imóvel e silencioso, com as mãos ainda se movendo acariciando minhas costas. "Eu não posso." Diz ele com cuidado. "Eu preciso que você esteja segura. E se isso significa estar sem mim, então que assim seja."

Afasto-me dele para que eu possa vê-lo. "Eu não quero que você me proteja. Quero que você me ame."

Ele engole duramente. "Blackbird..."

"Não me deixe fora. Deixe-me entrar. Deixe-me estar lá para você. Deixe-me ser sua."

Ele balança sua cabeça. "Não posso. Não agora, não enquanto isso é tão perigoso."

As lágrimas começam a cair novamente.

Meu coração doe.

Ele está gritando de dor.

Ele está quebrando.

"Então me deixe ir." Minha voz se quebra, mas eu endureço minhas costas, sabendo que isso é o que preciso. Eu preciso tomar o controle da minha vida e não deixar que outras pessoas a governe. "Não posso fazer isso, Op. Não posso sentar e fingir que tudo está bem. Não posso fingir que estou bem em vê-lo todos os dias e saber que não posso te tocar. Dói, Op. Dói demais."

"Eu não posso... "

"Deixe-me ir."

"Eu não posso... "

Eu empurro seu peito, forçando para sair do seu abraço e me levanto. Ele rapidamente segue. "Por favor! Se você não pode me dar isso, então me deixe ir." Meus punhos estão cerrados ao meu lado e me esforço para me afastar dele, mas sei no meu coração que isso é algo que eu preciso fazer.

Ele suspira e esfrega a barba que cobre sua mandíbula. "Vou dizer aos garotos que você não é mais uma garota do clube, mas que você ainda está sob a proteção do clube. Vou ficar longe, você não vai ter que me ver e não vou usar as outras garotas. Então, quando toda essa merda tiver acabado... "

Eu balanço minha cabeça. "Não."

Ele franze a testa. "Chel, só posso fazer isso."

"Você não pode fazer isso."

"Fazer o que?"

"Você precisa me deixar ir. Deixe-me sair."

Seu rosto se transforma em confusão a surpresa. Nós dois ficamos aqui pelo que pareceu uma eternidade. Apenas olhando um para o outro.

"Não."

"Não posso fazer isso, Op. Eu preciso ir."

Ele dá um passo em minha direção, com o rosto sério. "Não. Nada mais de correr."

"Isso não é a sua escolha a fazer." Eu digo, jogando as suas palavras de volta para ele.

Viro-me e vou em direção ao meu armário. Abaixo no chão de joelhos, puxando uma bolsa grande e começo a enchê-la com as roupas que poderia encontrar.

Eu não estou mais com raiva.

Eu não estou chateada, com medo, ou triste.

Eu estou entorpecida.

Garotas do clube não são obrigadas a ficar. Poderíamos ir embora sempre que quisermos, mas no momento em que fazemos é quando o clube deixa de pagar e nos apoiar.

Seria difícil — provavelmente doeria como o inferno deixar as pessoas que tinham sido meu mundo por tanto tempo. Mas eu estava decidida. Se ele não pudesse me mostrar que estava disposto a colocar tudo na linha e provar que ele me queria, então eu não estava disposta a sentar e esperar mais.

"O que você vai fazer quando a máfia localizá-la, Chelsea?" Ele dispara sarcasticamente. "O clube não pode protegê-la se sabe Deus onde você está."

Eu continuo a embalar, sapatos, jeans, camisas, roupas de baixo. "Você mesmo disse. Para eu estar segura, é melhor nós fingirmos que não tem alguma coisa acontecendo." Fecho a bolsa e levanto do chão. "Bem, agora não temos que fingir."

As palavras me atingem.

"Isso é ridículo. Onde você está indo?" Ele se mexe, seu corpo balançando para frente e para trás como se ele quisesse vir para mim e me amarrar à cama para que não pudesse sair.

"Não importa." Murmuro enquanto calço os sapatos. "Eu não pertenço ao clube agora."

Dessa vez, seu corpo cede e ele corre para mim, segurando meu rosto com as mãos antes que eu tivesse a chance de desviar o olhar. "Não faça isso. Você pode ficar o clube irá mantê-la segura."

Eu coloco minha mão sobre a dele quando segura meu rosto, inclinando-me para ele e desfrutando da sensação áspera contra meu rosto. "Op, estou apaixonada por você." Digo-lhe suavemente antes de fechar meus olhos. "Eu tenho estado por um longo tempo. Não posso ser uma garota do clube mais com os sentimentos que tenho, e se você não vai me reivindicar, então meu tempo aqui está terminado. É hora de seguir em frente."

Sinto sua barba contra o meu rosto e um par macio de lábios encontram os meus brevemente. "Um dia, você vai ter que parar de correr e perceber que isso não resolve todos os seus problemas."

"E um dia você vai ter que perceber que afastar as pessoas que você ama não é protegê-las, é isolá-las." Dou-lhe um beijo suave na bochecha, em seguida, dou um passo atrás. "Se está tudo bem, voltarei para pegar o resto das minhas coisas em breve."

Ele assente, mas sua mente parece muito distante, enquanto olha sobre a minha cabeça. Eu me pergunto se é o que eu tinha dito, ou se ele tinha escolhido aquele momento em particular para cortar suas emoções completamente.

Tento engolir, mas minha garganta está completamente seca. Meu estômago vira.

Era isso.

Eu estava indo embora e ele não ia me impedir.

Limpo a garganta, finalmente, jogando minha bolsa sobre meu ombro e caminhando para a porta. Optimus não se mexe. Eu queria desesperadamente que ele me chamasse, para me dizer que não podia me deixar ir.

"Chelsea."

Aperto a maçaneta da porta na minha mão, minha respiração presa em minha garganta. "Sim?"

"Cuidado com as costas lá fora." Eu pensei ter ouvido um pedaço de emoção na voz, mas eu não podia ver o rosto dele para confirmá-la, então esqueço isso para apenas minha mente ouvir o que queria ouvir.

"Sim."

Eu fecho a porta atrás de mim, deixando Optimus em pé silenciosamente dentro do meu quarto. Eu consigo segurar as lágrimas até chegar ao espaço onde meu carro normalmente estava. Mas em seu lugar só estão os restos carbonizados.

As lágrimas derramam então.

Não há retenção.

"Op disse que você poderia precisar de uma carona." A voz de Ham não fez nada para me acalmar enquanto ele balança as chaves em seus dedos e me guia até a caminhonete de Optimus. "Rose?"

Eu balanço a cabeça, nem mesmo capaz de dizer uma palavra. Choro e choro todo o caminho até o apartamento de Rose, esperando como o inferno que esteja em casa. Eu não tinha mais para onde ir. Eu poderia ir e ficar com Harmony, mas sabia que isso iria causar tensão.

Eu preciso dar um passo atrás do clube. Era meu plano para fazê-lo, eventualmente – se Optimus não tivesse prestado atenção ao que estava acontecendo com a gente, quando eu terminasse a faculdade – então eu poderia muito bem começar a desconexão agora.

Ham não tenta falar comigo, ele apenas dirige em silêncio enquanto eu inclino minha cabeça contra o vidro da janela fria e deixo meu coração quebrar em pedaços.

"Se cuida, Chel." Diz ele vagamente quando salto da caminhonete, nem mesmo me virando para cumprimentá-lo ou dizer obrigada.

A chuva começa a descer em baldes. Corro até a escada que leva até o lado do edifício para o pequeno apartamento de Rose e bato na porta. A água escorre dos meus cabelos e pelo meu rosto, apenas para disfarçar as minhas lágrimas, mas não escondendo meus olhos inchados e a coriza. Rose abre a porta, fica me olhando confusa por um segundo antes de entender minha aparência.

"Oh, Chelsea." Ela diz com tristeza, abrindo os braços e me permitindo cair neles, os soluços começam mais uma vez.

"Eu saí." Suspiro.

Ela passa as mãos pelas minhas costas, não se importando que eu esteja ensopando ela completamente.

"Entre."


Capítulo 22

 

Sento-me no quarto dela por quem sabe quanto tempo. Eu sou um idiota. Chelsea era meu par. Ela pode ser uma garota do clube, mas tinha o coração de uma Old Lady. Ela amava o clube e me apoiava quando eu precisava dela.

Ela me amava.

Idiota do caralho.

Sentei-me em sua cama, segurando minha cabeça em minhas mãos. Eu já tinha chamado Ham e lhe dado ordens. Para levá-la para onde quisesse ir e, em seguida, observá-la como um falcão até que soubéssemos o que estava acontecendo. Eu tinha alguns dos rapazes já passando um pente fino em seu carro. Alguém queria causar algum dano. O carro dela tinha sido deixado sem vigilância na academia hoje, que tinha que ser o lugar onde plantaram a bomba.

Isso significava que era para explodir enquanto estivesse no carro? Ou isso era para danificar o clube?

Eu não sabia. Mas ia descobrir.

Esses bastardos iam afundar. Chelsea pode ter ido embora e eu deixá-la. Mas o caralho que eu iria deixar alguma coisa acontecer com ela, só porque eu não poderia mantê-la em minhas calças quando estava por perto.

Era melhor assim.

Isso é o que eu continuo dizendo a mim mesmo de qualquer maneira.

Houve uma batida leve na porta.

"Sim" Eu respondo. Minha garganta parecendo obstruída com emoção pela primeira vez em anos. A porta range aberta e Sugar coloca a cabeça na abertura antes de entrar e fechá-la atrás dela.

"Como está Harlyn?" Pergunto. Meu estômago vira sabendo que a minha menina tinha sido submetida a algo tão violento e assustador. Apenas outra razão para acabar com esses idiotas.

Sugar olha para a porta do banheiro fechada com curiosidade. "Ela está dormindo finalmente. Neil está sentado no quarto com ela no caso dela acordar."

Eu arrasto meus dedos pelos meus cabelos curtos. "Isso é bom."

"Chelsea está no banheiro?" Ela pergunta, parecendo confusa. "Eu queria ver se ela está bem. Mas eu posso voltar..."

"Ela se foi." Eu murmuro.

Seus olhos se arregalam. "Diga isso de novo?"

"Ela se foi, porra." Eu grito fazendo Sugar saltar levemente. "Eles explodiram a porra de seu carro! Eu disse a ela que precisávamos manter a nossa distância. Ela disse que não poderia fazer isso. Que me amava demais para estar por perto e não poder ficar comigo."

Eu levanto da cama e começo a andar. Sugar move-se rapidamente para fora do caminho da minha ansiedade e senta-se na cama.

"Op, não faça isso. De novo não." Ela implora, me olhando com olhos tristes.

Eu paro e olho para ela. "Isso não é o mesmo, Sugar."

"Como isso não é o mesmo, Op? Mais uma vez, afastando as pessoas que você gosta. Forçando-os para longe." Ela responde, quase com raiva.

"Eu não a forcei para longe." Eu grito. "Ela saiu! Ela caminhou para fora daquela porta."

"E você não a impediu." Ela resmunga, apontando para mim com um dedo acusador. "Ela divide seu coração com você. Ela lhe diz que ama você. Ela é completamente honesta e você a deixa ir sem se importar, apesar do fato de que podemos chamá-lo como o vemos. Todos nós vemos como você se sente sobre ela." Cada ponto que ela joga em mim é como um tiro em meu coração. Cada um mais doloroso do que o último.

Tudo isso é verdade.

Meu corpo está tenso. Eu sinto como se precisasse bater em alguma coisa. Eu estou com raiva, mas não dela – de mim mesmo. Eu simplesmente não podia me fazer ir atrás dela. Meus medos me seguram.

"Você a ama?"

Meu estômago afunda por um segundo, tudo o que eu quero fazer é desmoronar para o chão.

Será que eu a amo?

"Ela é tudo que eu posso ver. Não houve qualquer outra pessoa por um longo tempo." Eu respondo, caminhando até a mesa de estudos de Chelsea e apoiando-me na borda. "Chel... é diferente. Ela nunca teve qualquer expectativa vindo para essa vida, eu acho que isso é o que me atraiu para ela. Nunca foi interessada em ser uma Old Lady, nunca quis nada. Tomou o pouco que eu dei a ela e ficou feliz com isso, ela me deu espaço para respirar e ser quem eu queria ser."

Olho para cima e vejo Sugar me observando atentamente.

Eu não poderia falar sobre essa merda com os meus irmãos. Eu os amo, eles são a minha família e eu tenho certeza que alguns deles entenderiam. Mas Sugar conhecia meu coração, porque em um certo momento ela havia sido consumida por ele. Ela tinha me visto desabar a portas fechadas quando meu pai morreu, ela teve de lidar com essa merda, enquanto do lado de fora eu tinha forçado a aparência de raiva e vingança para meus homens.

Eu era o líder deles. Sem um líder forte, a merda cairia aos pedaços, os erros são feitos, e nessa vida... pessoas são mortas. Se eles vissem a angústia e tortura que eu tinha passado, a autoculpa e como eu tinha questionado sobre ser digno de usar o emblema do presidente que estava no colete que vestia, eu nunca teria ganhado o respeito deles.

"Não foi culpa sua." Ela sussurra. As lágrimas brilham em seus olhos e eu sei que ela pode sentir a dor no meu peito. "A morte de Dealer não foi sua culpa."

Ao ouvir o nome do meu pai envia um frio em minhas veias. Eu posso ter tido a minha vingança, corrigido os erros que ocorreram naquela noite, mas meu coração ainda estava pesado com a culpa. "Eu deveria ter ficado com ele. Eu sabia que era errado deixar mas... "

"Mas você me colocou em primeiro lugar antes de sua família. Você não acha que o peso está sobre os meus ombros também? Eu amava Dealer. Eu não deveria ter pedido a você para deixá-lo sozinho." Seu lábio inferior treme e eu me movo agachando-me em sua frente. Essa não foi a primeira vez que tivemos essa conversa, mas essa foi a primeira vez que ela disse algo sobre se sentir responsável.

Pego seu rosto em minhas mãos. "Não seja estúpida, Sugar. Eles estavam atirando nele."

"Exatamente. E se eu não tivesse pedido para você ir comigo possivelmente ambos estariam mortos e Harlyn iria crescer sem um pai."

Eu zombo, afastando-me dela mais uma vez. "Ela ficou bem nos últimos cinco anos sem mim."

"Oh, uau! Você está realmente me pressionando com uma desculpa fingida? Isso é patético." Ela fala.

Giro, segurando-me para ficar perto dela. "Eu vou esquecer esse deslize dessa vez. Quem diabos você pensa que está falando?" Apesar de Sugar ser diferente, ter alguém falando comigo com desrespeito me coloca diretamente na zona defensiva.

Ela se arrasta para fora da cama e caminha para frente, de pé frente a frente comigo. "Eu penso que eu estou falando com um homem que protegia o que era dele? Penso que estou falando com um homem que tinha aprendido com seus erros? Penso que eu estou falando com um homem que enfrentou seus problemas de cabeça erguida em vez de afastá-los e esperar que se corrigisse eventualmente?"

"Que porra, Sugar?" Rosno, suas palavras me enrolando firmemente.

"Controle-se, Op." Ela me cutuca no peito com o dedo. "Essa garota, está pronta para dar-lhe tudo. Ela não se importa que estando envolvida com você pode colocar sua vida e futuro em perigo. Ela teria arriscado tudo para dar-lhe tudo. Por que para ela, ela preferiu passar o tempo que for para se sentir amada por você do que passar o resto de sua vida se perguntando por que ou o que ela poderia ter feito diferente."

Meus punhos cerram ao meu lado e eu olho para Sugar, na esperança de que ela vá se esconder e fugir, mas ela simplesmente não era assim. Sugar não tinha medo de mim, não que eu queria que ela tivesse. Não tinha medo de me dizer o que pensava, ela nunca teve.

Ela olhou direto para mim. "O que você faria se ela morresse agora? E se fosse atingida por um carro? E se caísse morta agora? Você se arrependeria então? Você se arrependeria por ter deixado ela sair por aquela porta?"

Apenas o pensamento de algo acontecendo com ela faz meu coração acelerar e o conteúdo do meu estômago ameaça voltar e derramar por todo o chão do quarto.

"Não me diga que o seu coração não está gritando com você para sair desse quarto, ir atrás de Chelsea e pedir-lhe para voltar." ela desafia.

"É claro que está, porra. Você não acabou de me ouvir? Não posso respirar sem ela."

Sugar nem sequer pestanejou. Você teria pensado que seria até mesmo um lampejo de ciúme, mas não era. Sugar queria o melhor para mim, assim como eu queria para ela. Eu a amava, ela criou minha filha em sua maioria por conta própria, mesmo que eu garantisse a ajuda financeira, ela nunca lutou. Ela queria que eu fosse feliz, e viu isso com Chelsea. Isso só mostrou que tipo de pessoa ela era, a quantidade de amor que ela tinha em seu coração.

"Então acorde!"

"E arriscar sua vida, porque eu não pude colocar meu próprio egoísmo de lado." Eu balanço a cabeça. "Não, de novo não."

Eu tinha forçado Sugar a ir embora e ela ainda estava aqui. Tanto ela como Harlyn estavam a salvo, porque durante os últimos cinco anos eu consegui manter uma distância razoável delas. Em minha mente, era lógico. Eu tinha feito isso uma vez para proteger as pessoas que eu amava. Eu poderia fazê-lo novamente. Mesmo se isso significava nunca ter Chelsea novamente. Pelo menos eu saberia que ela estava viva e podia viver sua vida. Meu coração discorda, mas eu ignoro.

"Oh, pelo amor de Deus. Você é um babaca teimoso, sabe disso, certo?"

A coisa estúpida foi que eu a ouvi. Eu sabia o que estava dizendo fazia sentido. Eu sabia que minha teimosia poderia me levar a um grande erro.

Vou apenas acrescentar à lista.


Capítulo 23

 

Rose me fez tomar um longo banho quente. Não ajudou. Meu corpo estava entorpecido – gelado até o osso.

Eu sempre planejei ir embora em algum momento. Eu sabia que a vida de garota do clube não era a melhor ou a mais importante para mim. Queria fazer algo por mim mesma. Queria ajudar as pessoas e usar as minhas paixões para fazer a diferença, fazer uma vida para mim. Eu não tinha certeza de como isso ia ser. Nunca planejei na minha cabeça, as palavras que eu diria quando eu finalmente deixasse o clube, mas o que posso dizer é que nunca imaginei que seria dessa forma. O clube tinha se tornado tão enraizado no meu coração.

Os homens - embora meu trabalho não fosse diferente e não ortodoxo – eu ainda me importava com eles. Eu os amava. Eles tinham me dado um lugar para pertencer quando pensei que não tinha nenhum. Quando estava perdida e querendo saber o que o meu objetivo era, por que o mundo tinha me amaldiçoado com a solidão, eles haviam me dado uma casa.

Crescer no sistema não foi fácil. Algumas das crianças que eu conheci em casas tinha estado lá desde que eram bebês. Eles não conheciam nada diferente. Tudo o que sabiam eram lutar e como lutar para sobreviver.

Mas eu não.

Eu não me lembro muito sobre quando eu era pequena, mas a única coisa que eu sentia mais forte sobre minha infância antes dos meus pais serem mortos foi o amor. Lembro-me de como era bom ter alguém para me colocar na cama à noite. De como meu coração disparava quando meu pai me chamava de seu anjinho. Lembro-me o quanto eu costumava rir e sorrir, e como era ter alguém beijando seus joelhos esfolados quando caia. E lembro-me o quão doloroso era ter tudo arrancado.

O sentimento ameniza com o tempo. As coisas tornaram-se menos visíveis em minha mente e as memórias tornaram-se luzes que se apagam no final de um túnel, lentamente escorregando até que eu pense que elas iriam embora para sempre. Eu não tinha percebido o quão escuro meu mundo havia se tornado porque estava perdendo os lembretes de como brilhante isso poderia ser.

Optimus me devolveu a luz. Ele me fez sentir novamente. Ele fez meu coração lembrar-se de como vencer e subir e lentamente começou a encher novamente.

E agora, aqui estou eu. De volta ao túnel que conhecia tão bem. Observando a luz desaparecer lentamente na linha.

Rose coloca uma xícara de café em minhas mãos. Aqueço-as do frio, mas o resto do meu corpo permanece dormente. Ela me emprestou um robe macio e alguns outros itens essenciais, enquanto jogou minhas roupas na secadora.

Sentou-se ao meu lado, suas mãos descendo para descansar em meu braço. "Fale, isso vai ajudar."

Eu balanço minha cabeça. "Eu nem sei o que dizer."

"Diga o que diabos você quiser. Fique com raiva, fica chateada, chore, grite. Qualquer coisa que faça você se sentir melhor." Diz ela com força.

Suas palavras inflam minha alma perfurada. "Eu simplesmente não posso suportar o afastar e aproximar, não mais. Minha cabeça está girando tão rápido que eu quero vomitar. Como ele pode ser tão suave e gentil? Mostrando-me pedaços que mantém escondido, mas não vai me reivindicar, não vai nos fazer oficial."

"Qual é o raciocínio dele?" Ela pergunta, curiosa.

Eu suspiro, não tenho certeza quanto devo compartilhar. Eu poderia não fazer mais parte do clube, mas não significa que iria desrespeita-lo ou partilhar os seus segredos. "Há um monte de merda atingindo o clube no momento. Optimus sente como se as pessoas souberem que estou com ele, não estarei segura."

Para colocar isso suavemente.

Rose não parece surpresa, mesmo balançando a cabeça suavemente. "Você não concorda com ele?"

"Não é isso." Eu sei que essa merda é séria, Op não teria tomado essa abordagem de qualquer maneira. "Eu só estou cansada disso, sabe? Eu... Eu me importo com ele. Assim, muito mesmo. Ser uma garota do clube foi muito bom, excelente, enquanto não havia enormes sentimentos envolvidos. Você é solteira, se diverte, transa com os caras e ninguém se machuca. As pessoas fazem isso todos os dias, eu só passei a fazê-lo com um monte de motoqueiros assustadores."

Rose ri. "Um grupo de motoqueiros assustadores mais sexy do que a maioria dos homens."

Eu sorrio sentindo quase um alívio. "Exatamente. Eu não sei quando, com certeza isso me atingiu, mas uma vez eu percebi que sentia mais por ele do que apenas um corpo quente para aquecer minha cama à noite, as coisas começaram a ficar muito complicadas."

"Você não gostava de vê-lo com outras garotas?" Ela pergunta, traçando a borda da xícara de café enquanto fala.

Eu balanço minha cabeça. "Ele nunca está com outras garotas. Eu sei que ele não está, não havia uma noite que nós não dividíamos a cama e que inclui noites que nem sequer teve sexo! Algumas semanas atrás, Blizzard tentou transar comigo, mas antes de qualquer coisa acontecer Op apareceu e me arrastou para fora como um homem das cavernas."

Vi seu nariz enrugar. Blizzard era um homem difícil de decifrar. Ele era legal, calmo e controlado a maior parte do tempo, mas Rose tinha de alguma forma conseguido irrita-lo.

"Então, realmente, você não será uma garota do clube por um longo tempo."

Eu me levanto da minha cadeira. "Eu não sei, Rose. Eu não sei o que eu sou, ou o que eu era. Esse era o problema. As coisas se tornaram muito turvas. Eu não estava pedindo para ser uma Old Lady, eu sou independente, tenho me cuidado por um longo tempo. Eu estava apenas pedindo-lhe para me deixar entrar."

"Tudo ou nada." Diz ela calmamente. "Eu entendo o conceito."

"Ele escolheu nada." Digo secamente, sentindo outra pontada no meu coração e lágrimas ameaçam transbordar depois de eu ter lutado tanto para contê-las.

"Ele tinha suas razões e, francamente, elas são justificadas. Você sabe que ele se preocupa com você."

Eu engulo o caroço que se forma em minha garganta, determinada a não deixar isso me quebrar. "Eu acho que isso é o que torna ainda mais difícil, saber que ele se preocupa e que ainda me deixa ir embora de qualquer maneira."

"Você é uma pessoa incrível. Pode machucar agora, mas vai reconstruir e tornar-se muito mais forte." Rose me encoraja com um sorriso e um aperto no meu braço.

Eu balanço a cabeça. "Fiz isso antes, eu posso fazê-lo novamente."

"Exatamente!" Ela sorri.

Meu celular começa a vibrar sobre a mesa, assustando nós duas por um segundo. Suspiro quando olho para a tela, sabendo que tinha que atendê-lo. Rose me dá outro aperto em meu braço, em seguida, desaparece, dando-me um pouco de espaço.

"Oi Harm." Eu digo com uma voz mais forte que pensei que tinha.

"Você está bem? Onde você está? Kit recebeu uma mensagem do Op. Chel você precisa voltar para o clube." Diz ela soando frenética.

"Harm, estou bem, ok? E não posso voltar para o clube." Corro a mão pelos meus cabelos castanhos longos, meu dedo capturando emaranhados.

"Não é seguro, Chel." Sua voz tinha se acalmado e tinha rapidamente se transformado em uma loucura emocional.

"Eu vou ficar bem. Eu vou encontrar um lugar para ficar, fora do caminho de todo o drama acontecendo. Ele disse isso ele mesmo, estou mais segura se essas pessoas pensam que não estamos juntos." Esfrego minhas têmporas, tentando aliviar o começo do que eu imaginava ser uma dor de cabeça horrível.

"Ele se preocupa com você, Chel." Diz ela.

"Eu sei que ele se preocupa. Mas você mesma disse, talvez seja a hora de colocar tudo sobre a mesa. Eu coloquei... "

Ouço-a se movimentar ao redor. "Estou indo para lá. Isso é besteira."

Voltando para minha amiga forte que eu amava. "Com diabos você está. Você vai ficar bem aí aonde sei que você está segura."

Ela zomba. "Optimus, aparentemente, precisa de alguém para chutar sua bunda. Eu posso fazer isso agora você sabe. Old Lady número um com regalias."

Eu rio. "Apesar de adorar ver isso, eu estou bem - honestamente. Vou descobrir as coisas."

"Eu não acredito em você."

Eu sorrio. Harmony sempre tinha sido protetora comigo. É uma das muitas razões que a amava como se ela fosse minha irmã. Depois de passar tanto tempo ter que me levantar por mim mesma era bom ter alguém a mais lutando por mim. "Tanto quanto eu te amo sendo chutadora de traseiro, essa é minha luta e se eu vou fazer isso através desse ponto, eu preciso lutar por mim mesma."

Ouço-a suspirar. "Você vai me manter no circulo?"

"Sem você, eu não teria sequer um circulo." Digo, tentando tranquilizá-la.

"Eu vou deixar essa merda sentimental me pacificar por agora, mas não esqueci sobre isso." Ela resmunga e eu tenho que rir. "Espero que Op esteja preparado para o telefonema que ele está prestes a receber de mim."

"Motoqueira cadela cai bem em você."

Ela ri. "Amo você, Chel."

"Amo você também."

Eu coloco meu telefone de volta na mesa, incapaz de tirar os olhos dele. Eu sabia que ele não iria ligar, ou mesmo enviar mensagens por esse assunto. Isso só não era o estilo de Op. Mas uma garota poderia sonhar, talvez até mesmo ter esperanças.


Capítulo 24

 

"Parece que você precisa de uma bebida," Eu ouço Lou Lou anunciar de trás do bar. Há alguns irmãos por ali, mas desde minha conversa com Sugar eu tinha plantado aqui e até agora não me preocupei em se mover, nem mesmo para pegar uma bebida.

"Sim, pegue um uísque para mim." Eu murmuro.

Lou Lou olha para mim estranhamente, mas viro-me para pegar minha bebida. "Você precisa de mais alguma coisa, Op?" Eu não perco a sugestão sutil em sua voz, embora ela tente fazê-lo soar casual.

"Não." Eu tomo minha dose, batendo o copo sobre o bar de madeira com um pouco mais de força do que o necessário. Lou Lou salta, mas me dá um breve sorriso antes de se apressar em sair para os garotos que a acolheram de braços abertos e pau duro.

Eu gosto de Lou Lou, ela é difícil de decifrar. Ela não é forte e confiante em si mesma e sua vida era como Harmony e Chelsea. Ela poderia ser uma cadela e passava muito tempo tentando impressionar as pessoas com seus peitos para fora. Mas ela também não estava no trem para ‘aqui apenas para ser uma Old Lady e conseguir o que eu estou em dívida’. Quando lhe foi dito para calar a boca, ela ouviu e passou um tempo longe do clube com sua família.

"Interessado em um passeio?" Pergunta Blizzard, deslizando para o banco ao meu lado e olhando para o meu copo vazio. "Talvez não."

"Só tive um."

"Bom, vamos lá. Da uma volta na X-Rated e verificar algumas coisas." Ele me deu um tapinha nas costas e afasta-se do bar.

"Só porque ela se foi, não significa que eu precise de outra cama mais quente." Eu respondo, estreitando os olhos para ele e desafiando-o a dizer algo estúpido.

As garotas da X-Rated estavam fora dos limites para os garotos. Simplesmente porque, algumas vezes, os meus homens não sabiam o significado de irritar a ajuda contratada. Idiotas não poderiam manter seus paus sobcontrole e eu tinha mais do que uma garota saindo do clube porque elas achavam que um dos irmãos ia ser o seu cavaleiro de armadura brilhante, apenas para ser severamente decepcionada.

"Eu disse isso seu bastardo mal humorado?" Ele responde, revirando os olhos. "Connor ligou e disse que uma das garotas veio parecendo alta e tropeçando."

"Cadela estúpida." Desço do meu assento e o sigo para nossas motos lá fora. Eu gostava de manter X-Rated elegante. Isso significa sem drogas, de alta segurança e discrição.

Nossas meninas viviam sob-regras estritas – não transar com a clientela ou os irmãos, testes de drogas mensalmente, sem álcool no trabalho, e não comentar sobre quem ou o que visse acontecendo.

Empresários vinham ao nosso local para escapar. Eles não queriam que as pessoas os julgassem ou os vissem saindo em público. Eles queriam ter um bom tempo sem interferência externa. X-Rated tinha isso e eles pagavam um bom dinheiro por ele. Eu não estava a ponto de ter alguma cadela drogada arruinando a reputação do meu estabelecimento.

A viagem para a cidade não demora muito. Eu estou totalmente pronto para rasgar alguém novo. Eu estou cheio de raiva e frustração. Não foi muitas as vezes que eu senti essa bagunça em minha cabeça. Entre Chelsea saindo e a conversa com Sugar, eu estava me sentindo bem.

Há muito tempo atrás eu teria acabado com minha merda no ringue e derrotado algum pobre idiota desavisado à morte. Isso não era eu mais. Eu fiquei longe de lutar ou usar meus punhos a menos que fosse para proteger a mim ou minha família. Eu não gostava de quem me tornava quando pisava no ringue. Ele não era uma parte de mim por mais tempo e eu não estava prestes a deixar este contratempo mudar isso. Eu só precisava colocar minha cabeça no lugar.

Eu não tinha terminado com Chelsea. Mas, por agora, eu só tinha a esperança de que estivesse fazendo a coisa certa e quando chegasse a hora de trazê-la de volta, não fosse tarde demais.

Dois homens em roupas escuras estavam parados na porta. Seguranças contratados. Eles observavam quem ia ou vinha, enquanto meus irmãos observavam lá dentro. Nós possuímos uma empresa de segurança e cada um desses homens era verificado cuidadosamente, mas as garotas no interior deste edifício pertenciam ao clube, observava todas elas, cuidávamos delas, protegíamos elas e isso era uma responsabilidade que só confiava nas mãos dos meus irmãos.

Os garotos reforçando a frente apenas balançam a cabeça quando passamos.

Mesmo para um dia de semana, X-Rated estava lotada. Estávamos abertos sete dias por semana e não havia outro clube de strip na cidade, eu tinha certeza disso.

Kat estava no palco fazendo a sua apresentação. Ela era uma garota impressionante e uma das nossas maiores atrações. Os homens que vinham aqui a amava e eu não tinha dúvidas de que ela era a razão para muitos sonhos molhados, uma vez que eles iam embora. A multidão enchia o espaço, mas o tipo de homens não variava. Alguns vestiam ternos, alguns com mancha de graxa, sem dúvida, apenas querendo um pouco de safadeza antes de ir para casa.

Camo estava encostado do lado direito do palco, seus olhos no meio da multidão e não sobre Kat. Wrench estava do outro lado, conversando com uma das garçonetes. Ela parecia estar flertando, mas ele estava olhando em todos os lugares, exceto nela, balançando a cabeça ocasionalmente.

Blizzard e eu pegamos um assento no pequeno bar, assistindo Connor enquanto ele mistura algumas bebidas e, em seguida, coloca-as em uma bandeja para uma das garotas. Seus olhos nos pega quando passa a bandeja e limpa as mãos sobre a toalha que está enfiada na cintura da calça jeans.

"Vocês querem uma bebida?"

Blizz e eu balançamos a cabeça e Connor puxa uma garrafa de uísque debaixo do balcão.

"Foda-se essa merda me dê uma cerveja." Blizzard resmunga, ele não tinha o gosto pelo uísque como eu tinha. De certo modo, isso só tinha sido quando Chelsea apareceu que eu comecei a beber uísque. O gosto que sua boca tinha depois que bebia era incrível. Eu balanço a cabeça e bebo um gole do copo que Connor tinha colocado na minha frente.

"Como vão as coisas?" Pergunto-lhe quando ele inclina seu quadril casualmente contra o bar e cruza os braços sobre o peito.

"Sim, tudo bem. Sem grandes problemas, exceto por Hayley, que entrou ou devo dizer tropeçou, atrasada para o trabalho essa tarde." Ele balança a cabeça. Estava claramente desapontado.

Connor não era um membro do clube, ele não era um irmão, mas eu confiava nele como um. Ele tinha recebido a oportunidade há alguns anos atrás para entrar como prospect, mas tinha desistido. Ele tinha a cabeça e coração fixado em ser um advogado e, infelizmente, ser um membro dos Brothers by Blood poderia afetar o seu futuro nessa linha de trabalho. Eu o respeitava por isso. Ele sabia o que queria e eu admirava sua dedicação. Connor queria mudar o mundo, proteger as pessoas que tinham feito algo errado.

Uma das principais coisas que pressionava ele era o fato de que ele era gay. O clube não tinha nada contra preferência sexual. Enquanto alguns dos rapazes tinham ficado distante com ele para começar, eles logo souberam que ele não estava lá para entrar em suas calças ou tentar convertê-los.

Um monte de pessoas tiveram esses estereótipos sobre o que um cara gay deve ser semelhante ou parecer. Eu tenho que admitir que até conhecer Connor eu era uma dessas pessoas. Você pensa que eles são extravagantes e femininos, que usam roupas elegantes e falam em um tom mais alto do que o habitual. Isso não era ele. Ele tinha ombros largos e musculosos, tinha uma barba curta e tatuagens que cobria toda a sua parte superior do corpo de seu pescoço aos quadris para os pulsos. Eu não me importo se ele gosta de pau ou buceta, tudo o que eu sei é que ele cuida de minhas garotas e os meus homens e administra o negócio melhor do que eu jamais poderia.

"Não consigo me lembrar de Hayley." Eu digo a ele, quebrando a cabeça tentando colocar um nome para o rosto. Eu conhecia a maioria das garotas bem, muitas delas visitavam o clube na sexta à noite se não fossem trabalhar.

Ele se serve de uma dose de uísque e a bebe. "Sim, bastante nova, talvez alguns meses. Toda a verificação do seu passado estava bem. Nunca teve em problemas com a lei. Tem um filho em casa. Tentando terminar a escola."

"Escola?" Pergunta Blizz.

Connor sacode a cabeça. "Ela é jovem. Dezenove anos. Teve sua filha quando tinha quinze anos e teve que abandonar. Quer conseguir um diploma do colégio."

"E o pai da criança?" Nós sempre certificamos se há crianças envolvidas, o que existe um punhado de nossas garotas, que não tenha pais irritados lá fora, procurando prejudicá-las. Nos oferecemos para ajudá-las, encontrar babás adequadas e confiáveis para quando elas precisem trabalhar e ajudá-las a entrar em uma boa casa.

"Nenhum pai. Retirou seus direitos quando a criança nasceu." Explica Connor. "Ela está lá atrás. Provavelmente teve tempo de ficar sóbria agora e não está esperando sua visita."

"Eu também não estaria. O nosso líder destemido aqui está cuidando de um coração quebrado agora que Chelsea se foi. Aposto que ele está ansioso para rasgar alguém." Blizzard joga a cabeça para trás e ri, me dando tapinhas no ombro assim que olho para ele.

"Vamos, idiota." Eu rosno, batendo na cabeça de Blizzard. Ele esfrega ela, mas sorri e me segue pelo corredor até a sala dos fundos. Eu empurro a porta do escritório aberta. A jovem está sentada no pequeno sofá de couro de lado, com a cabeça enterrada em suas mãos e seus cabelos chocolate caindo sobre os ombros. Eram ondulados e grossos como os de Chelsea, mas a garota não tinha o tom de pele de Chelsea.

Ela parecia tão pequena – quebrada, mas eu queria saber se era apenas a maneira como ela se mantinha. Eu definitivamente não me lembro dela, mas nenhuma das garotas nunca foram forçadas a vir em festas com a gente no clube por isso era uma possibilidade completa que ela nunca tinha estado.

Ninguém tinha sido colocado do lado de fora da sua porta para se certificar de que ela estava presa para essa pequena conversa e ainda assim ela não tinha fugido.

Eu sabia então que essa não era apenas uma cadela que estava à procura de sua próxima dose, fodendo traficantes de drogas para conseguir o que queria como eu tinha visto tantas vezes antes. Se fosse esse o caso, ela teria fugido no minuto em que teve a chance.

"Hayley?" Eu digo rispidamente. Seus olhos disparam imediatamente. Ela não parece muito mal, tudo o que ela tinha tomado provavelmente já tinha acabado o efeito e agora ela apenas parecia cansada - cansada e com medo. "Eu sou Optimus, presidente dos Brothers by Blood, este é o meu VP, Blizzard."

"É bom conhecer você... eu acho." Ela murmura.

"Você percebe, quando assinou o contrato para trabalhar aqui, você nos deu sua palavra de que não usaria drogas. Connor parece pensar com a maneira que você veio essa tarde – atrasada para seu turno – que você possivelmente estava usando alguma coisa. Ele está certo?" Eu tento não levantar a voz para ela. É jovem e tinha feito algo estúpido, mas todos nós tínhamos estado lá em algum momento de nossas vidas, às vezes nós apenas precisávamos de um pequeno empurrão na direção certa. Eu não ia começar acusando-a de qualquer coisa antes de saber os detalhes. Eu vejo lágrimas começarem a brotar em seus olhos, mas eu não vacilo na minha posição. Ela precisava saber que essa merda era grave e que, se tivesse feito algo errado não iria fugir com ele.

"Eu sinto muito. Eu... realmente não sabia o que era. Eu tenho exames finais na semana que vem no colégio e minha garota está realmente doente, então eu não tive muito tempo para estudar." Ela funga e sacode a cabeça. "Eu sinto muito, você não quer desculpas."

"Não, continue." Blizzard diz a ela com um sorriso encorajador. "Queremos saber o que está acontecendo."

Ela assente com a cabeça, as mãos puxa a alça de sua bolsa, torcendo nervosamente. "Eu só precisava ficar acordada por algumas horas extras enquanto Jayla dormia. A garota que vive do outro lado do corredor me deu algumas pílulas, disse que iria me manter acordada, me manter focada. Tomei-as e então eu comecei a me sentir muito estranha. Minha mente começou a correr e eu não poderia parar, foi realmente assustador."

"Parece que ela lhe deu BZP." Eu digo, franzindo a testa.

Quem diabos faz isso? Dá para uma jovem pílula de festa e diz a ela que vai ajudá-la a se concentrar.

"O que é isso?" Ela pergunta nervosamente.

"São pílulas que são projetadas para imitar os efeitos de outras drogas ilegais mais viciantes. Pessoas tomam quando eles estão indo para raves." Explica Blizzard.

"Eu sinto muito. Eu realmente não sabia. Eu estava tão desesperada para conseguir terminar os estudos. Eu preciso passar nisso antes que eles deixem me candidatar para a faculdade." Ela busca por ar desesperadamente enquanto tenta acalmar as lágrimas. Eram lágrimas reais. Não colocadas de modo a que ela não perdesse o emprego ou por estar tentando escapar do problema.

Eu não era insensível. Essa garota estava tentando fazer algo de si mesma e simplesmente cometeu um erro. The Brothers by Blood não apenas possuíam X-Rated, nós nos preocupávamos com as nossas garotas. Era por isso que as pessoas queriam trabalhar para nós.

Blizzard chama minha atenção e eu assento.

"Olha, Hayley," ele era melhor para essa merda do que eu, "você se intoxicou. Agora temos que fazer um plano para que você possa seguir em frente."

Seus olhos se arregalam de surpresa e olhando para nós dois. "Você não vai me demitir?"

Blizzard sacudiu a cabeça. "Que tal você tirar alguns dias de folga, termine seus estudos. Nós vamos lhe pagar por isso, então quando os testes mostrar que está tudo bem você pode começar a fazer as horas aqui e ali sempre que tiver tempo."

"Oh meu Deus, sério?" Ela engasga e olha para mim e eu aceno. "Oh wow! Muito obrigado. Eu prometo que não vou fazer isso de novo." Ela levanta-se rapidamente e dá um passo para o lado, puxando a porta aberta para ela enquanto continua a agradecer-nos mais e mais.

Quando ela desaparece no corredor, eu olho para Blizzard. "Bom garoto."

Ele corre os dedos pelos cabelos. "Eu juro, elas estão ficando cada vez mais jovens."

Dou de ombros. "A vida, às vezes não acontece conforme o esperado."

Ele balança a cabeça, nós dois aliviados que dessa vez isso foi uma simples correção. Eu senti meu celular vibrar no bolso da frente e puxo-o para fora para verificar a tela.

Eu solto um gemido. "Harmony."

Blizzard ri e se dirige para a porta. "Divirta-se com isso."

Eu me encolho. Tinha enviado para Kit uma mensagem rápida para deixá-lo saber o que estava acontecendo assim Harmony poderia estar lá para a amiga. Eu estava esperando sua ligação.

"Harmony."

"Você a deixou sair?" Ela basicamente grita comigo do outro lado da linha.

Reviro os olhos. "Nós não mantemos prostitutas do clube acorrentadas às paredes hoje em dia, Harm. Você deveria saber disso."

"O fato de que você ainda a chame assim é uma prova da sua inteligência." Ela zomba.

Sento-me no sofá que Hayley tinha desocupado, pensando que provavelmente iria precisar dele para essa conversa. "Então o que, de repente você achou este termo ofensivo?"

"Não, eu não acho ofensivo. Não jogue essa merda de volta pra mim. Eu acho que você chamá-la assim é ofensivo. Os homens não chamam a mulher que eles amam de prostitutas. Apenas dizendo." Harmony está com raiva. Eu a tinha visto com raiva antes, a diferença era que naquela época ela não era uma Old Lady e se controlava. Eu estava pagando por isso agora.

"Seu Old Man sabe que você está no telefone gritando com um irmão?"

Eu praticamente podia vê-la sorrindo. "Você diz isso como se ele tivesse algo a dizer sobre o assunto."

"Que loucura isso." Eu murmuro.

"Vá e a pegue, Optimus." Sua voz muda de repente, seu tom agora suave e suplicante.

Esfrego o meu rosto. "Não é tão simples, Harm."

Ela suspira. "Eu sei que você acha que o que está fazendo é certo. Na sua cabeça, parece lógico, mas não é. Chelsea está magoada. Quando ela está magoada, ela corre. E quando ela decide correr... E se você nunca encontrá-la?" A voz dela quebra e eu sinto uma pontada no meu peito. "Eu queria estar lá para falar com ela, Op. Eu sei que ela tem Rose, e eu sou grata por isso. Mas ela não me quer, ela não quer Rose, ela quer você. Você tem que mostrar que precisa que ela fique."

Eu a ouvia continuar e continuar por uns bons cinco minutos. Eu não podia lidar com o material sentimental. Eu preferia que ela gritasse. Eu sei que Harmony era protetora da sua amiga, mas Chelsea era mais forte do que as pessoas pensavam. Ela tinha passado por algumas coisas ruins e saiu disso não completamente ilesa. Ela só tende a levar as coisas muito mais a sério do que Harm. Eu queria dizer alguma coisa, mas não podia. Minha garganta estava fechando e eu não poderia decidir se queria bater em alguma coisa ou chorar. Eu odeio essa merda emocional.

Eu abro minha boca para falar logo que um grito ensurdecedor encheu o ar.

Harmony engasga. "O que é que foi isso?"

Eu saio da sala e vou para a direção de onde pensei que tinha vindo. "Harm, tenho que ir. Vou ligar para você de volta." Eu não espero ela responder. Paro de repente, a porta de suprimento do clube está aberta e Lucy, uma das strippers que estava conosco há anos estava na porta, olhando para mim, seus olhos arregalados.

"Lucy? Você está bem?" Pergunto, dando um passo em direção a ela com cautela.

Ouço passos atrás de mim, Blizzard, Camo, e Connor todos atrás de mim.

"Eu... Eu só estava levando o lixo para fora." Ela gagueja suas mãos tremendo visivelmente. Dou um passo para fora das portas e olho para a esquerda, onde o lixo do clube era jogado. Caindo abaixado, minhas mãos vão diretamente para minha cabeça. "Porra. Porra!"

Os cabelos de Hayley ainda estavam ondulados e macios, como tinha sido quando eu a vi menos de dez minutos atrás. Mas seus olhos, apenas olhavam para mim, seu corpo contorcido contra o contêiner de metal. Uma faca enfiada em seu coração. Não havia nenhuma maneira dela ter sobrevivido.

"Oh cara, Hayley." Connor se move em minha volta enquanto eu me equilibro ali, olhando para ela. Ele segura-lhe a mão e segura-a na bochecha. Sua voz é crua e com raiva. "Ela não merecia isso. Queria uma vida. Queria algo melhor para aquela garota. Ela não merecia isso."

Eu me levanto, voltando-me para os meus garotos. Camo tinha seus braços em volta de Lucy e ela estava chorando em seu peito, mas ele endireitou seus ombros como se estivesse pronto para a batalha. Blizzard parecia igual. Nós sabíamos que as coisas tinham apenas subido para um outro nível.

Essa garota era nossa. Ela pertencia ao clube.

Connor estava certo.

Ela não merecia isso.

"Passe a informação. Quero olhos em todas as garotas em todos os momentos, garotas do clube, strippers, Old Ladies." Camo e Blizzard assentem. Dou um último olhar para Hayley enquanto ela foi embalada delicadamente nos braços de Connor.

Nossos olhos se encontram.

"Ela merece justiça." Diz ele por entre os dentes.

"Sem problemas."


Capítulo 25

 

Eu percebi o quão sortuda eu era de ter uma amiga como Rose. Seu apartamento tinha dois quartos e ela me convidou para ficar durante o tempo que eu precisasse. Isso tornaria as coisas muito mais fáceis, pois eu não estava esperando mais dinheiro do clube, e precisava encontrar rapidamente um emprego para que eu pudesse pagar o que restava das minhas aulas na faculdade. Eu tinha uma pequena economia, mas não demoraria muito tempo para acabar.

Felizmente Rose já tinha uma cama extra no quarto ao lado, de modo que era uma coisa a menos que eu teria que pensar.

Olho para cima quando a porta do meu novo quarto abre. Eu ainda tinha que ir dormir e agora era 9:00. Eu só não podia desligar meu cérebro. Meus olhos doíam, minha cabeça latejava e meu coração estava ferido. Não havia nenhuma maneira mais dramática para descrever como estava me sentindo. Era simples assim.

Meu coração estava ferido.

Rose aparece no quarto, um sorriso suave no rosto. "Suponho que você não vá para a aula hoje?" Ela tinha sua mochila jogada sobre um ombro e estava vestida com um jeans ocasional e uma camiseta azul marinho. Eu tento sorrir de volta para ela, mas tenho certeza que mais parecia uma careta.

"Eu acho que vou faltar hoje. Fui ao banheiro pouco antes e me olhei no espelho. Parece que eu tive dois rounds com Ali Muhammad3." Eu digo a ela, apontando para os meus olhos inchados.

Seu sorriso fica, mas lentamente se transforma não em um encorajamento, mas um de pena. "Você está linda, Chelsea." Ela diz em voz baixa.

Eu deixo escapar uma risada silenciosa. "Obrigado, Rose. Está bem. Eu vou vê-la mais tarde. Eu duvido que esteja deixando o edifício hoje."

Ela assente com a cabeça. "Eu vou deixar o motoqueiro lá fora saber." Ela pisca antes de virar e sair rebolando.

Eu tenho que rir. Rose era imprevisível. Num momento ela era doce e suave e você pensaria que talvez ela tivesse sido magoada antes, era algo que eu ainda pensava. Mas então ela afasta essa atitude e se transforma em uma pessoa totalmente diferente.

Então Optimus ainda tinha um homem cuidando de mim.

Eu tento não dar muita atenção para isso.

Eu sei que ele me queria segura e isso era um trabalho de um prospect fazer todas as tarefas sujas. Não era nenhuma preocupação para Op ter um homem em serviço de guarda o tempo todo. Optimus nunca negou seus sentimentos por mim. Na verdade, ele tinha até admitido na noite passada. Disse que não podia respirar quando eu não estava por perto.

Bom, espero que ele sufoque.

O pensamento me faz sorrir. Eu estava sem lágrimas. A barragem tinha secado, mas isso não significava que não havia milhares de pensamentos e memórias que rodavam em torno do meu cérebro. Eu decido tentar levantar-me e estudar um pouco. Não posso deixar esse sentimento me consumir, porque eu sei que se eu deixá-lo levar-me mais, eu vou acabar rastejando de volta para ele, e essa de ser toda forte e ir embora seria por nada.

Eu não posso deixar a dor que estou sentindo ser por nada.

Eu jogo as cobertas de cima de mim e vou em busca da minha mochila que tinha meu laptop e livros da faculdade nela, encontro-a perto da porta da frente. Há uma pequena janela ao lado da porta, puxo a cortina de forma sutil e dou uma olhada lá fora. A moto está estacionada na calçada do lado de fora e um membro do clube sentado no fundo da nossa escada, cigarro pendurado em seus dedos. Como eu pensei, havia apenas um emblema de prospect no seu colete, eles não conseguiam seu emblema completo até que fossem escolhidos como membro pleno.

Eu não poderia dizer quem é como eles têm um capuz puxado sobre a sua cabeça e eu sabia que tanto Ham quanto Neil fumavam. Eu suspiro e deixo a cortina cair de volta no lugar. Conheço os pros e os contra do clube como se eu tivesse nascido naquela vida. Às vezes eu me pergunto se tudo na vida tinha a sua finalidade. Estávamos realmente no controle de nossos destinos, ou era algo que era controlado pelo destino?

Eu amo meus pais e sentia falta deles todos os dias, porra, e se eles nunca tivessem morrido? E se eu nunca tivesse encontrado o clube?

Eu sei que senti como se o clube preenchesse o vazio que eu tinha perdido por não ter uma família estável, enquanto eu estava crescendo, mas se fosse mais do que isso? E se o clube estivesse onde eu estava destinada a ser? E se o destino quisesse que encontrasse os irmãos?

Eu balanço minha cabeça.

O destino deve ser uma cadela cruel se me fez passar toda a merda na minha vida, matando a minha mãe e meu pai, me jogando em lares adotivos onde eu tinha 'pais' que só se preocupavam com o salário que eu trazia toda semana, apenas para me trazer aqui, onde sabia que eu ia ter meu coração partido.

Eu me sinto enjoada.

Eu nunca quis vir aqui e me apaixonar. Foi à última coisa em minha mente na noite que eu entrei no clube dos Brothers by Blood. Eu estava procurando por homens quentes e sexo. A abundância de sem amarras, não me importo se não vê-lo novamente. O que ganhei foi uma casa, uma melhor amiga, um homem que roubou meu coração e um clube cheio de caras que põem suas vidas para proteger a minha.

Minhas costas batem na porta enquanto eu luto contra as emoções, lutando contra elas, tentando tão forte para não deixá-las me consumir. Eu escorrego para o chão com um baque, um choque de dor disparando em minha coluna.

De repente isso me atingi.

Me afastar me leva a perder mais do que apenas o homem que eu amava - eu perdi uma família que eu nunca pensei que teria novamente. Mais uma vez, eu senti como se tivesse perdido tudo e que o túnel de escuridão fosse lentamente me alcançando, ameaçando me puxar para dentro.

É por isso que eu passei a minha vida correndo.

Se eu não me apegasse, então nada poderia me machucar.

Corro porque estou com medo.

Eu estou com medo de ser feliz – finalmente ser feliz – e em seguida, ter tudo tirado de mim outra vez.

Corra, não para de correr.

A voz ecoa em minha cabeça como tinha muitas vezes antes. Minhas mãos puxam meus cabelos em frustração. Eu deveria correr. Eu não deveria ter ficado. Eu deveria correr. Eu deveria ter escutado.

Deixei Optimus entrar. Deixei ele e o clube me permitir sentir segura e feliz. Eu lutei contra o impulso de correr porque eu tinha encontrado um lugar onde podia sentir bem novamente. Eu tinha encontrado pessoas que me aceitaram, que me apoiaram me amaram sem expectativas ou qualquer motivo.

Assim como uma família normal faria.

Eu encontrei o que eu sabia que era o meu lugar no mundo.

E agora? Agora, eu tinha acabado de jogar tudo fora porque não conseguia manter meus sentimentos distantes. Pego o item mais próximo, um par de sapatos de salto alto que está ao lado da porta, e jogo do outro lado da sala. Eles atingem uma luminária ao lado do sofá e ela cai ao chão.

Levanto-me, meu corpo precisa de algum tipo de liberação. Eu preciso deixar tudo para fora parei de chorar. Eu parei de me sentir fraca, sentada aqui, esperando por ele admitir como se sentia.

Não era culpa dele.

Era minha.

Eu deveria correr.

Jogo minha mochila do outro lado da sala, o conteúdo espalhando quando bate no chão. A queda do meu notebook contra o chão de madeira quase foi satisfatório. Eu bato minha mão contra a parede e grito, as vibrações profundas o suficiente para causar dor na minha garganta. Parecia uma lixa, mas parecia bom.

"Chelsea?" Há uma batida na porta, mas eu ignoro, continuando a atacar qualquer coisa que eu poderia encontrar.

Eu tinha perdido.

Eu estava quebrando.

Tento gritar novamente, mas em vez disso, sai como um soluço quando eu pego uma das cadeiras da mesa de jantar e jogo-a no chão. Há um estrondo alto e eu pulo como se eu tivesse sido agredida com um marcador de gado. Botas batem contra o chão e Ham aparece olhando ao redor freneticamente para a fonte de todo o barulho.

"Porra, Chel. Pensei que alguém estava aqui batendo em você." Diz ele, finalmente, quando seus olhos se encontram me verificando se estou ferida.

Seguro a mesa da cozinha com as duas mãos. Minhas pernas estavam ameaçando desistir, cada parte do meu corpo estava me dizendo para desistir. Tudo estava me atingindo uma vez e isso era quase demais. Olho para Ham, incapaz até mesmo de falar. Eu coloco a mão sobre minha boca, tentando forçar as lágrimas que achava estar prontas.

Ham me olha com cuidado, dando alguns pequenos passos em minha direção. "Ei, está tudo bem."

Eu respiro fundo e é aí que eu sinto.

Meu coração se parte.

Eu posso sentir isso no meu peito, quebrando em pedaços.

Alguns poderiam dizer que era impossível. Mas eu sabia.

As mãos de Ham se estendem e me pegam quando meu corpo desaba. Ele me puxa para o seu peito e me embala como um bebê, me balançando para frente e para trás e fazendo barulhos calmantes. "Chel, está tudo bem. Eu estou com você."

Eu aceito. Deixo ele me confortar, mesmo quando todas as outras partes em mim protestam, minha mente gritando para eu correr.

Mas eu estou cansada.

Eu não queria correr mais.

Eu queria ser feliz.

Eu poderia ter sido feliz.

Mas agora, eu só estava quebrada.


Capítulo 26

 

Eu consigo ocultar qualquer dano que havia criado na casa de Rose. Ela não estava mesmo ciente disso quando saiu naquele dia, que eu tinha tido um colapso do século.

Ham tinha me acalmado. Ele era um cara doce, eu até me perguntei por que ele se juntou ao clube desde que ele parecia tão puritano e de uma família tão adequada.

Desde esse dia, as minhas emoções tinham acalmado. Só um pouco, mas elas tinham se acalmado. Eu até assisti aula dois dias da semana. Rose praticamente obrigou-me a sair. Mas isso era o que eu precisava, alguém me dizendo para acordar e seguir em frente com a minha vida.

Sentei-me à mesa da cozinha, percorrendo um artigo sobre os benefícios nutricionais de certas plantas e legumes. Não era realmente minha coisa, mais de Rose, mas era obrigatória aprender durante a minha graduação.

Eu ouço o barulho de saltos no chão de madeira e olho para cima, assim quando Rose chega ao final do corredor. Ela está deslumbrante. Seus cabelos estão presos em um rabo apertado, e ela tinha uma leve maquiagem, apenas o suficiente para acentuar suas características impressionantes. Seu vestido é simples, preto com um brilho de purpurina que ia até o meio da coxa e tinha alças grossas que passavam sobre seus ombros.

"Uau, você parece fabulosa!" Eu digo a ela, meu queixo caído. Rose sorri e gira. Podia apreciar o corpo feminino tão bem como qualquer homem, e essa menina tinha conseguido. Fecho a tela do meu notebook - tinha conseguido sobreviver a minha explosão - começo a recolher a bagunça de livros e papéis que eu tinha deixado espalhados sobre a mesa. "Eu estou indo vestir meu pijama e terminar isso na cama."

Ela segura outro vestido em um cabide. Era uma cor púrpura com detalhes em azul. "Eu não acho que seja permitido as pessoas irem a casas noturnas de pijama." Diz ela com um sorriso suave, quase inseguro. Olho para ela confusa. "Eu acho que a nossa noite, na outra noite, foi curta. Nós realmente não conseguimos ter muita diversão. Keen tem outra chance?" Ela passa de uma perna para outra, eu poderia dizer que ela estava nervosa e insegura do que a minha resposta seria.

Eu sorrio. "Tem certeza que é uma boa ideia?"

"Oh, me desculpe, pensei que fosse uma garota que gostava de se divertir. Deve ter sido outra Chelsea que eu tinha aqui na última sexta-feira." Ela se vira para ir embora e eu não posso deixar de rir.

"Bem..." Ela para, mas não se vira. "Eu poderia sair para uma bebida ou dez agora."

Ela vira-se e joga o vestido para mim. "Eu vou chamar um táxi, você tem quinze minutos."

 

A música atinge meu corpo, batendo no meu peito e cabeça. Meu cérebro protesta, a quantidade de choro e lastima que tive nos últimos dois dias tinha deixado nebulosa e cheia. Mas eu consegui passar por isso. Rose estava certa, eu precisava fazer algo para tirar Optimus da minha mente ou eu ainda estaria sentada em seu apartamento, perguntando o que ele estava fazendo e se eu deveria voltar.

Rose puxa a minha mão, me arrastando em direção ao bar e me empurrando em um banquinho livre. Seus olhos estão investigando o clube, mesmo quando nos pede bebidas para a garota loira que parecia formal cuidando do bar.

"Quem você está procurando?" Pergunto, falando perto de seu ouvido, para que ela pudesse me ouvir sobre a música.

Ela ri. "Ninguém. Apenas verificando para garantir que não há grandes motoqueiros assustadores nos seguindo, prestes a arrastá-la de novo."

Eu não menciono que já tinha visualizado Ham, logo que ele entrou antes que desaparecesse na multidão. Ham tornou-se um elemento permanente. Eu sabia que Op tinha alguém cuidando de mim constantemente, mais frequentemente do que não era Ham. Eu me senti mal por ele, tendo que me observar noite e dia. Mas ele não pareceu se importar. Nós tínhamos caído numa rotina confortável.

Eu balanço minha cabeça. "Não, eu deixei lembra?"

Rose ficava nervosa em torno dos irmãos, Blizzard em particular. Eu não tinha certeza do por quê. Sei que às vezes eles pegaram uma má reputação, mas eles nunca iriam machucá-la. Nós sentamos e aproveitamos nossas bebidas por um tempo, o álcool acalmando meu corpo, mas só um pouco. Minha mente ainda estava descontrolada. Rose parecia estar se divertindo, eu não tinha certeza de quanto ela tinha bebido quando parecia estar falando muito mais do que o normal, e realmente sobre nada. Eu sorrio e balanço a cabeça, perguntando-me se essa noite era realmente para mim ou se ela só precisava de uma desculpa para sair. De qualquer maneira, eu não estava incomodada. Rose tinha sido uma grande amiga para mim desde que Harmony tinha ido embora para Troy, e eu estava disposta a fazer tudo o que podia para tirar um pouco do estresse que eu sabia que ela carregava em seus ombros.

"Posso te pagar uma bebida?"

Viro a cabeça para ver um cara bonito, de pé ao meu lado. Ele está bem vestido, camisa cara calça jeans, e seu sorriso era largo, mas foi o olhar predatório em seus olhos que eu não gostei.

Ergo meu copo ainda cheio. "Eu estou bem por agora, obrigado." Eu digo-lhe educadamente.

Ouço Rose rir e me viro para ver um outro homem que parecia igual de pé ao lado dela, lambendo os lábios como se tivesse encontrado a sua próxima refeição. Não demora muito para adivinhar que esses caras estavam aqui juntos e tinha nos escolhido no meio da multidão.

"Vamos querida, apenas uma bebida? Nós poderíamos encontrar um lugar e ter uma conversa se você quiser?" Volto minha atenção para o homem ao meu lado que ainda está sorrindo para mim apesar do fato de seu corpo estar tenso e rígido.

"Estou bem. Mas obrigada." Eu digo minha voz um pouco mais firme dessa vez. Uma coisa que eu não era, era frouxa. Eu não tinha chegado onde estava hoje, permitindo que qualquer pessoa, especialmente os homens, me forçasse a fazer coisas que eu não queria.

Estendo a mão e toco a mão de Rose, chamando sua atenção para longe do estranho que estava basicamente em cima dela, ele estava tão perto.

"Você quer ir para outro lugar?" Pergunto, ciente de que o homem ao meu lado não se moveu uma polegada, mesmo pela minha rejeição a sua companhia.

Seus olhos piscam para ele antes que ela olha para mim. "Grant nos convidou para ir a uma festa com eles." Diz ela apontando por cima do ombro, "devemos ir!"

O estranho me olha com uma intensidade que faz meu estomago afundar.

"Eu realmente não acho que é uma boa ideia." Digo, tentando usar meus olhos para retratar a ela que precisávamos ficar longe desses caras e rápido.

"Vamos, Chel. Por favor?" Ela diz segurando minha mão na dela.

Quanto ela tinha bebido?

Não havia nenhuma maneira que eu estivesse indo em qualquer lugar com esses dois. Eu sabia confiar em meu instinto quando algo não parecia bem. Mas nenhuma maneira no inferno que eu ia deixá-la ir com eles sozinha.

Eu decido tentar uma tática diferente.

Sorrindo, esperando ser genuíno e não como uma careta. "Eu vim para ter algum divertimento lembra-se, limpar minha mente de certo macho alfa estúpido. Que tal nós dançarmos primeiro, soltar nossos cabelos, e então se esses encantadores senhores ficarem felizes de esperar, podemos ir para a festa com eles?"

"Você não dança." Ela diz com uma sobrancelha levantada.

Eu me encolho, mas me forço a dar de ombros como se não fosse grande coisa. "Minha vida só tomou um rumo épico. Talvez isso seja um sinal de que eu precise começar a fazer as coisas de forma diferente."

Ela sorri para mim. "Está tudo bem?" Ela pergunta, virando-se para o estranho.

Ele olhou para o amigo, que eu ignorei dando as costas para ele antes que concordasse. "Sim, nós podemos esperar."

Eu imediatamente pulo da banqueta, arrancando Rose comigo enquanto me dirijo para a pista de dança. Rose tropeça um pouco, mas consegue manter-se em pé. Seu corpo começa a se mover com a música quando eu faço meu caminho através das pessoas para chegar ao meio da pista de dança, tentando colocar a maior distância entre nós e eles quanto possível.

Eu não estou com medo de não conseguir me defender, poderia dar um soco tão bem como qualquer cara. A necessidade de provar isso tinha surgido mais do que algumas vezes enquanto crescia. Mas eu também sabia quando estava em desvantagem e precisava sair de uma situação antes que as coisas ficassem pior. Havia uma aura saindo daqueles dois homens que eu não gostava, e eu não estava prestes a me sentar por perto e descobrir se meus instintos estavam corretos.

A discoteca estava cheia e eu consigo nos esconder no meio da multidão. Rose move seu corpo, fechando os olhos e balançando enquanto ela canta junto com a música que o DJ tocava. Eu danço enquanto estou ao seu lado, nem mesmo na tentativa de dançar muito, mas para pesquisar a sala por Ham. Nós dançamos algumas músicas, de vez em quando eu gritava que estava tendo um grande momento e ela sorria e acenava. Arrependo-me de não ter trazido meu celular comigo, teria apenas enviado uma mensagem para Ham nos encontrar em algum lugar. Mesmo como um prospect, Ham era alto e forte e com um colete do Brothers by Blood sobre seus ombros, as pessoas instantaneamente se afastavam.

"Droga" Eu murmuro quando em outra varredura pelo clube não encontro Ham, mas os dois homens que eu estava tentando evitar, estavam fazendo o caminho através das pessoas e indo direto para nós. Obviamente eles cansaram de esperar.

Sinto um corpo vir atrás de mim. Eu estava pronta para virar, socar quem quer que fosse, agarrar Rose e correr até que reconheço o murmúrio em meu ouvido. "Bom ver você aqui."

"Deacon" Eu exclamo, uma sensação de alívio inundando-me enquanto eu giro e o agarro.

Rose fica do lado, as sobrancelhas vincando quando olha para ele. Agarro sua camiseta e puxo-o para mais perto, sem perder o olhar de surpresa em seu rosto enquanto eu aproximo meu corpo ao dele e na ponta dos pés então minha boca está ao lado de sua orelha. "Há alguns caras vindo querendo que fossemos a uma festa com eles. Eles me dão arrepios, mas Rose está realmente bêbada e quer ir. Socorro!"

Sinto seu braço envolver minha cintura, me segurando firme contra ele e eu não posso dizer que odiei. Com o meu coração e minha cabeça correndo cem milhas por hora, aprecio a sensação reconfortante de proteção.

"Vamos." Eu ouço a voz profunda atrás de mim. Me viro, mas Deacon me segura firme contra ele, com a cabeça apoiada no meu ombro.

"Desculpe rapazes. Parece que as garotas tiveram uma mudança de planos." Deacon anuncia, dando um passo para trás e me puxando com ele.

O estranho que lidera atira um olhar zangado para Rose, que está parada ali, parecendo um pouco chocada, seus olhos seguindo de um lado para o outro entre nós.

Ele cerra os punhos e mostra os dentes. "Nós as encontramos primeiro. Elas estão vindo com a gente."

Deacon ri suavemente. "Não é sobre quem as encontrou primeiro. É sobre quem elas querem. E Chelsea aqui estava me dizendo o quanto ela me queria, certo querida?"

Eu sinto seus lábios no meu pescoço e meu corpo formiga instantaneamente. Parece estranho, mas bom ao mesmo tempo. Eu balanço a cabeça e murmuro um sim, embora sabendo que eles não podiam me ouvir sobre a música.

Rose parece dividida e quando Deacon começa a me afastar mais para longe, agarro a mão dela e puxo-a comigo. Deacon não estava parecendo um cara intimidante, por isso fiquei surpresa que eles simplesmente nos deixaram ir embora. Isso foi até que estávamos cercadas por três grandes homens que o ajudou a nos conduzir para a porta da frente do clube.

O ar fresco me bateu forte, não estava frio, mas estar no meio daqueles corpos dançando me fez suar. Rose cruza os braços sobre o peito, claramente chateada com a mudança de eventos. Nós caminhamos pela calçada um pouco, longe da multidão, antes de finalmente chegar a uma parada. O braço de Deacon nunca saiu da minha cintura, assim como seus amigos descansavam contra o edifício, dois deles acendendo cigarros.

"Que diabos, Chelsea!" Rose finalmente rosna, jogando os braços no ar.

"Não havia nenhuma maneira no inferno do caralho que estivéssemos indo a algum lugar com aqueles caras, Rose. Eles são perigosos, eu podia sentir isso." Retruco.

Seu temperamento parece acalmar um pouco. "Ele era quente! Nós poderíamos ter saído com eles, olhado aonde as coisas iam."

"De onde eu venho, aonde as coisas vão com caras como aquele é um lugar que eu visitei, e deixe-me dizer-lhe que não é agradável." Estava ficando com raiva - estive perto de homens assim antes. No começo eu tinha amado a atenção e limpado os maus sentimentos, mas eu aprendi logo a seguir meus instintos e eles estavam sempre certos.

O rosto dela muda. "Eu apenas pensei que seria bom você sabe, conhecer pessoas novas. Eu pensei que era o que você queria agora que deixou o clube?"

O braço de Deacon aperta em torno de mim, ele e seus amigos tinham ficado em silêncio, deixando-nos discutir até agora. "Você deixou o clube?"

"Sim" Eu murmuro grata que ele ainda estava atrás de mim, então eu não tinha que olhar para ele.

Rose parecia que estava completamente descarregada, os ombros caíram enquanto arranha o concreto. Tanto pela noite da segunda rodada. Essa noite foi quase pior do que a primeira.

"Vocês querem uma carona para casa?" Pergunta Deacon, o queixo apoiado no meu ombro.

"Sim" Eu murmuro.

Eu sinto como se devesse estar afastada ele, eu não sei por que eu não estava. Talvez depois da rejeição de Optimus eu só precisava de algum tipo de conforto. Fosse o que fosse, era bom tê-lo lá.


Capítulo 27

 

"Então..." Deacon diz sem jeito quando se senta na nossa sala de estar com uma xícara de café.

Reviro os olhos. "Basta dizer, Deacon." Eu tomo um lugar na nossa mesa da cozinha, o apartamento é tão pequeno que nós ainda poderíamos ter uma conversa informal entre os espaços.

"Você deixou o clube!" Ele diz isso como se fosse algum grande marco, algum grande feito que eu tivesse superado. O que ele não sabe é como apenas o pensamento disso está corroendo minhas entranhas.

Em vez de deixá-lo saber disso, eu dou de ombros. "Eu nunca quis estar com o clube para sempre. Eu teria ido embora, eventualmente, eu suponho. Foi apenas fácil - uma maneira de conseguir fazer faculdade como qualquer outro estudante faria."

Ele faz uma careta como se tivesse um gosto ruim na boca. "Eu não tenho certeza de ter conhecido um monte de garotas que transaram para conseguir fazer faculdade."

Eu sorrio. "Você ficaria surpreso."

Ele ergue a xícara aos lábios, mas eu pego o vislumbre de um sorriso antes dele provar o líquido em chamas.

Ouço Rose atirando e batendo em seu quarto e nós dois olhamos na direção do corredor. Eu inalo profundamente pelo meu nariz. Ela veio e entrou rapidamente antes de voar para o quarto, sem sequer uma palavra.

"Ela parece um pouco frustrada." Deacon medita. Seus amigos tinham saído não muito tempo depois que chegamos. Eles vieram em carros separados e tinham voltado em outro veículo, deixando o carro de Deacon para que ele pudesse voltar para casa desde que se recusou a nos deixar ainda. Eu não estava realmente certa do por quê.

"Eu não podia deixá-la fazer isso." Eu digo, suspirando com tristeza. "Homens como aquele, ‘não’ são caras amáveis."

"Parece que você tem experiência nesse campo." Ele se encosta, aninhado no sofá e segurando sua caneca com ambas as mãos.

Eu suspiro. "Muita experiência, infelizmente." Eu brinco com minha própria xícara, torcendo e girando-a sobre a superfície lisa da mesa de madeira e agarrando-a com a mão até que não possa lidar com o calor por mais tempo.

Deacon se senta em silêncio, como se estivesse esperando que eu continuasse com algum tipo de história épica. Ele estava errado. Eu não compartilhava minhas histórias. Enquanto eu tinha muitos que poderia torcer seu estômago e quebrar seu coração, elas não significavam nada. Não mais. Eu tinha estado lá, eu tinha feito isso e não havia nenhuma maneira que eu iria voltar. No minuto em que fiz dezoito anos tinha deixado aquele lugar sem sequer um segundo olhar. Claro, eu tinha deixado para trás o que eu chamaria de amigos. Mas não aqueles que importavam ou que eu via como parte do meu futuro e assim eu os mantive onde eles deveriam estar, no passado.

"Você não compartilha muito não é?"

Olho para cima para vê-lo olhando para mim com um olhar curioso no rosto. "Eu tento não enfatizar. Isso não vai me levar para qualquer lugar, não vai me ajudar na vida, olhar para trás e lembrar-me dessa porcaria."

Ele encolhe os ombros. "Explicação justa."

Ficamos em silêncio por um tempo. Mas não foi estranho. Deacon ainda era difícil para eu ler. Ele tinha muitos extremos. Um minuto ele estava com raiva, julgando minhas escolhas de vida, o próximo ele sorria e agia como se nada o incomodasse. Ele agia curioso, mas quando eu o calava ele apenas desistia daquilo como se não se importasse de saber.

"Não creio que você esteja procurando um emprego agora?" Ele diz, brincando, mexendo as sobrancelhas para mim. Eu tenho que rir. O cara não perdia o momento.

"Eu tenho um pouco de dinheiro guardado, mas sim, em breve eu vou ter de conseguir algum tipo de trabalho para ajudar a pagar minhas despesas." Eu olho de volta para o corredor, à luz debaixo da porta de Rose ainda está acesa. "Isso é, se ela não me chutar para fora depois que eu acabei com a festa dela hoje à noite."

Deacon se inclina para frente, descansando os braços sobre os joelhos e ainda segurando a xícara com as duas mãos. "Eu ainda tenho uma vaga aberta. Eu poderia usar alguém com algum tipo de experiência."

Torço minha boca, pela oferta ainda estar lá e o trabalho que seria tão perfeito, eu tive que lutar para manter meus lábios fechados e me impedir de gritar ‘Sim! Eu vou aceitar!’ Havia outras coisas que eu precisava considerar.

Eu poderia trabalhar com Deacon sabendo que havia alguma vibração estranha agitando o ar entre nós?

"Chelsea, você não tem ideia do tipo de pessoas que tive que entrevistar essa semana." Ele faz beicinho para mim. "Essa garota estava mais preocupada com qual espelho era o melhor para tirar fotos de treino do que realmente trabalhar. Ela disse, e cito... 'manchas de suor não são tão atraentes’."

Eu quase cuspi meu café do outro lado da mesa, tendo que bater no meu peito várias vezes para que eu pudesse respirar novamente. Eu podia ver em seu rosto que ele queria rir, mas conseguiu segurar suas feições sérias.

"Eu não estou brincando. Salve-me. Salve-me de ter que falar com mais algum esquisito."

Eu sorrio incapaz de manter uma cara séria quando ele me olha com olhos ridículos, que eu assumi que era para ser os olhos de cachorrinho, saiu mais como um perseguidor assustador. O tempo que levei para responder, quanto maior o sorriso em seu rosto tornou-se. Ele sabia que a parede estava desmoronando. Esse era o trabalho que eu queria e isso estava sendo entregue a mim. Era como flutuar um jantar assado debaixo do nariz de uma pessoa sem-teto.

Eu precisava de um emprego.

Eu solto um gemido. "Está bem, está bem. Estou dentro."

Deacon ergue o punho, saltando enquanto isso o faz derramar o café quente em seu colo. Eu rio de sua situação e discutimos planos para eu ir no dia seguinte, apenas para observar e uma sensação para o espaço e o que eu estaria fazendo. Eu estou animada.

 

Aceno para Deacon quando ele entra no carro e sai em disparada antes de fechar e trancar a porta do apartamento. Voltando, eu respiro fundo enquanto olho aquela luz que ainda brilha debaixo da porta do quarto de Rose. Eu sabia que precisava falar com ela agora ou mais tarde e espero que ela entenda onde eu estava vindo. Bato na porta, mas não há resposta.

"Rose, eu só quero falar com você." Faço uma pausa. "Por favor."

Eu seguro minha orelha contra a porta e poço ouvir sua voz falando em voz baixa.

"Eu sei papai." Houve uma fungada em suas palavras e eu me sinto horrível que a tenha deixado tão chateada. "Eu estou tentando, eu prometo. Foi apenas uma vez, da próxima vou me concentrar melhor. Vou me esforçar mais."

Meu coração doe por essa garota. Pelo que eu sei sobre sua família, havia muita pressão sobre ela para ir bem na faculdade. Eu entendo que os pais pressionem suas crianças, porque uma grande quantidade de tempo eles precisavam disso. Mas o nível de estresse que seu pai estava colocando nela para ter sucesso era completamente ridículo.

"Ok, eu vou ver você em breve." Diz ela tristemente. "Eu amo... " Ela não termina a frase, ao invés suspira em derrota.

Eu decido apenas ir adiante, lentamente, abro sua porta, enfiando minha cabeça por ela. Ela está sentada no centro da cama, com os joelhos puxados para o peito e os braços apertados em torno deles, uma mão ainda segurando firmemente seu telefone. Essa não era a garota, que apenas algumas horas atrás, tinha saído do seu quarto vestindo uma roupa de matar e me pressionado para sair.

"Rose?"

Sua cabeça se levanta como se ela fosse surpreendida e não me ouviu bater ou abrir a porta, mesmo que eu não tivesse sido exatamente silenciosa sobre o assunto. Ela puxa a mão para cima e passa as costas dela através de seu nariz antes de limpar a garganta, no que eu descubro que foi uma tentativa de endireitar-se e afastar a emoção.

"Ei" Ela diz suavemente, movendo as pernas para cruzá-las encostando-se à cabeceira da cama.

Encaro isso como um convite e entro, sentando na beira da cama e alisando as mãos sobre o cobertor macio dobrado lá. "Eu não queria estragar sua noite. Desculpe-me." Eu digo, finalmente, encontrando as palavras. "Eu espero que você entenda que estava apenas cuidando de você."

Ela senta-se em silêncio e me pergunto se ela estava mesmo reconhecendo o meu pedido de desculpas. Seus olhos ficam abatidos, mesmo quando ela fala. "Eu sei.” Ela sussurra baixinho. "Eu não estou acostumada a ter alguém cuidando de mim."

Eu dou um sorriso triste. Sabia como isso era, não ter ninguém para estar lá por você e lhe dizer "não" quando tomar decisões ruins. Quando não há ninguém que de um passo à frente para protegê-la quando alguém está maltratando você. Eu tinha estado lá uma vez. Foi muito que aprendi da maneira mais difícil até que eu tivesse bolas suficientes para me defender. E mesmo assim, eu ainda lutava às vezes. Isso é onde os amigos entram. Harmony ainda sentia a necessidade até mesmo com milhas de distância de ficar e ser a minha voz, minha protetora. É para o que os amigos são. Mas era óbvio agora que Rose não tinha nesse departamento também.

"Quais são os amigos que não interceptar quando você está prestes a fazer um grande erro." Eu digo com um sorriso, mesmo que ela ainda estivesse evitando meus olhos.

Vi-a tomar uma respiração profunda quando finalmente olhou para mim, com lágrimas e fazendo seus olhos brilharem. "Aqueles caras eram bastante estranho, né?" Brinca ela, mesmo enquanto as lágrimas descem por suas bochechas e ela estampa um sorriso falso.

Eu sorri. "Querida, precisamos ter melhor gosto para homens."

Ela ri, um soluço atingindo-a, ao mesmo tempo. Penso em fazer algumas perguntas sobre Blizzard, mas eu sei que isso definitivamente não era o momento certo para essa conversa, então eu desisto deixando essa ideia para mais tarde.

"Então, eu aceitei o trabalho que Deacon tinha oferecido." Eu digo a ela, revirando os olhos.

"Você vai aceitar o convite para a festa em suas calças que ele continua sutilmente jogando em seu caminho também?" Minha boca se abre e eu olho para ela, observando quando o sorriso em seu rosto fica mais amplo e mais abrangente até que ela começa a rir.

"Isso não é engraçado." Eu exclamo quando ela cai de costas na cama.

"Oh, por favor!" Ela bufa. "Esse cara tem um tesão por você do tamanho do Texas."

Eu sorrio. "Você sabe quem mais tem um do tamanho de um pequeno país?" Ela olha para mim e eu mexo minhas sobrancelhas. "Um certo motoqueiro fora da lei cujo nome começa com B e termina com lizzard."

Eu vejo o profundo rubor que cobre suas bochechas antes que ela puxe o travesseiro detrás de sua cabeça e atira-o para mim. A menina tinha um bom arremesso.

Com isso, eu sabia que estávamos bem.


Capítulo 28

 

Deacon joga duas caixas de pizza nas esteiras de treino ao lado de onde eu estou alongando.

"Pizza?" Eu sorrio. "Sério?"

Ele encolhe os ombros. "Às vezes o alimento saudável simplesmente não é desejável. Eu também tenho cerveja na geladeira se você gostar de uma?" Ele sorri e eu não posso deixar de rir.

"Não, obrigado." Eu levanto minha garrafa de água. "Eu vou ficar com isso por enquanto."

"Estraga prazeres." Ele murmura, tomando um assento na esteira ao meu lado e abrindo a tampa de uma das caixas escolhendo um pedaço.

O cheiro me atinge diretamente e eu não consigo esconder o gemido que escapa da minha boca. "Oh Deus. Isso é tão bom."

Deacon se engasga com a mordida que ele tinha acabado de tomar e eu rapidamente estendo a mão e dou um tapinha nas costas dele. "Você não deve fazer esses tipos de ruídos fora do quarto."

Eu rio, esmagando a minha determinação e roubando um pedaço para mim. "Sinto muito." Eu respondo incoerente com a boca cheia de delícias. "Uau, isso é incrível!"

Comemos em silêncio por um tempo, Deacon devora pelo menos uma pizza inteira.

"Então... você tem vivido aqui há muito tempo? Eu nunca vi você por aqui antes e conhecemos a cidade muito bem." Eu pergunto enquanto sacudo minhas mãos na caixa e cruzo as pernas.

Ele balança sua cabeça. "Um mês, talvez? O treinador da equipe de futebol da faculdade local me recrutou. Eu trabalhei com ele quando estava na faculdade. Quando digo trabalhei, quero dizer que ofereci meus serviços gratuitamente apenas para conseguir algum tipo de experiência. Ele assumiu a equipe no ano passado e eu finalmente decidi arriscar."

"Onde você morava antes?"

"Nova Iorque na maior parte."

"Isso é uma grande mudança por um trabalho." Eu observo, bebendo minha água.

Ele move o foco para as caixas agora quase vazias perto dos nossos pés, arrastando-as perto. "Sim, eu acho. Ter que fazer o que você tem a fazer e tudo isso." Ele limpa a garganta e recupera a compostura com um sorriso. "E você? Qual a sua história?"

Eu rio. "Minha história é muito longa. Precisaríamos de pelo menos um dia e, provavelmente, algumas doses para passar isso."

Ele sorri, é suave e carinhoso. "Que tal, como é que você veio parar em Atenas? Você não tem sotaque do Alabama então eu sei que você não é nativa."

"Não, eu sou realmente uma garota de Idaho." Eu brinco com a tampa da minha garrafa de água. "Eu cresci no sistema, então tão logo que fiz dezoito anos eu fui embora. Tantas lembranças ruins, eu odeio mesmo pensar sobre o lugar."

"Desculpe."

Eu balanço a cabeça e estampo um sorriso - exatamente como sempre, sorrir e aguentar. "Está tudo bem. O dia em que completei dezoito anos praticamente puxei um mapa na biblioteca, girei ao redor, fechei os olhos e apontei. E aqui estou eu."

O rosto de Deacon lentamente se transforma de triste em um sorriso radiante. "E é tudo o que você queria que fosse?"

"Não."

"Oh? Por quê."

"Eu definitivamente pensei que haveria mais caubóis." Eu não posso evitar o sorriso insolente em meus lábios. A risada de Deacon enche o espaço, ecoando alta na academia vazia.

"Talvez você deva escrever uma carta para o Estado ou algo alegando propaganda enganosa." Diz ele através de pequenos tremores.

Eu aponto minha garrafa para ele, meu rosto completamente sério. "Você sabe o que, isso é uma grande ideia!"

"Eu simplesmente não posso competir com isso, vaqueiros parecem estar na lista de fantasias de cada garota." Diz ele com um enorme suspiro.

Eu zombo. "Sim, como as damas aqui não desmaiam sobre o sotaque de Boston você continuou."

Ele quase pareceu ofendido. "Eu não tenho um sotaque de Boston!"

Eu rio. "Sim, você tem."

"Retire isso."

"Ooh, o que você vai fazer, rapaz de Boston?" Eu provoco, balançando os dedos para ele. Sua mão dispara e agarra meu tornozelo. Eu grito, minha garrafa voa para o tapete macio quando ele me arrasta para ele. Seu corpo está subitamente sobre mim, meus pulsos apertados em suas mãos e presos firmemente no chão.

"Retire isso." Ele dz com um sorriso arrogante.

"Ha! Isso não vai acontecer." Eu tento me mexer debaixo dele, mas eu posso ter subestimado o quão forte ele é. Ele pode não ser tão grande quanto alguns dos rapazes no clube, mas eu sabia que debaixo de sua roupa havia um corpo praticamente feito de pedra. Mesmo enquanto eu luto ele consegue mudar ambos os pulsos em uma de suas mãos, liberando a outra.

"Como delicada você é?"

Eu congelo. "Não se atreva!"

Um olhar que só poderia ser descrito como puro deleite maligno formado em seu rosto e eu sinto sua mão deslizar para o meu lado. Luto mais forte, mais rio.

"Pare!" Eu grito, minha barriga doendo.

"Retire isso!"

Mordo o lábio e tento lutar contra ele, mas ele move os dedos por todo o meu estômago, batendo cada ponto delicado que eu tinha. "Ok! Ok!" Eu grito através do riso. "Eu retiro isso!"

"Diga, Deacon é incrível." Ele ri desonesto.

Eu me contorço e levanto meus quadris, tentando jogá-lo fora. "Deacon é incrível!"

Sua mão para instantaneamente, descansando na minha cintura e eu finalmente consigo tomar uma respiração profunda, o riso cedendo. É só então que eu percebo o quão perto ele está, o rosto apenas polegadas do meu quando ele se inclina sobre mim, ainda segurando meus pulsos em sua mão. O riso cessa, e tudo o que posso ouvir no ar é a respiração pesada. Seus olhos são intensos e não estão olhando diretamente para mim, eles Estão assistindo a minha boca. Seu corpo está pressionado entre minhas coxas e minhas pernas automaticamente o envolvem na minha luta, segurando-o no lugar.

Eu não sei o que fazer.

"Deacon" Eu sussurro, finalmente capaz de encontrar a minha voz, mesmo através da minha garganta seca. Era como se o movimento dos meus lábios tirasse ele do seu transe e ele lentamente começa a me libertar, com alguma relutância. Ele se arrasta para trás, dando-me algum espaço enquanto eu luto para me sentar.

Ele sorri para mim, quase timidamente. "Eu venci."

Limpo a garganta com uma risada nervosa. "Isso foi trapaça."

"Ah com certeza!"

Nós ficamos sem jeito, pegando minha garrafa no chão e Deacon pega as caixas de pizza descartadas.

"Eu preciso ir para casa antes que Rose comece a surtar." Eu digo a ele enquanto caminho até a recepção e começo a desligar o computador.

"Não se preocupe com isso, eu tenho algumas coisas para fazer aqui antes de ir embora. Pode ir."

Eu balanço a cabeça. "Obrigado pelo jantar."

Ele sorri, com destaque para a covinha que eu só recentemente notei recuada em sua bochecha. "Sem problemas. Vejo você amanhã?"

"Com certeza!" Eu dou um pequeno aceno e um sorriso enquanto eu me dirijo para a porta da frente, muito consciente do fato de que ele me observava até que subi no carro de Rose que estava estacionado na rua logo à frente. Era apenas sorte que ela me emprestou o seu para quando eu pudesse trabalhar até fechar. Normalmente, gostaria apenas de correr algumas milhas. Estava começando a ficar escuro enquanto eu dirigia para casa.

Casa.

Era uma sensação estranha chamar outro lugar de casa. O clube tinha sido minha casa por tanto tempo agora que eu quase tive que lutar contra o desejo de mudar de direção e seguir para ele. Era como se tivesse uma pressão em mim que não importa onde eu vá, eu simplesmente não consigo escapar.

Eu tinha saído embora tivesse uma semana, mas isso Estava me assombrando. Toda vez que eu ouvia uma moto me encontrava virando e olhando ao redor. Eu não tenho certeza se parte de mim estava esperando que Optimus viesse para mim, me arrastaria de volta e me diria que ele tinha cometido um erro. Eu acho que desejava que isso acontecesse, mas no meu coração eu sabia que não iria.

Ele me deixou ir embora.

Ele não tinha lutado por mim.

Arrepios cobrem minha pele quando volto a pensar sobre Deacon. Sentindo o seu corpo sobre o meu, pressionado contra mim. Eu sinto que deveria ter sentido algo mais. Quando seus olhos observaram meus lábios, eu silenciosamente não implorei para ele me beijar como uma garota normal faria quando tem um homem atraente dando-lhe esse tipo de atenção.

Deacon era belíssimo - forte, doce, engraçado. Tudo o que uma garota como eu deveria estar procurando na busca de seu final de conto de fadas.

Mas não, ele não era meu.

Ele não era quem eu queria.

Ele não era Optimus.

E esse pensamento me esmagou.


Capítulo 29

 

"Querida, eu estou em casa." Eu anuncio enquanto entro pela porta da frente, rindo um pouco enquanto isso. Cheiro, meu nariz enrugando. Há um cheiro estranho no ar, não é queimado, mas algo definitivamente não está certo.

"Ei, o jantar está no forno." Rose avisa do seu quarto.

"O que é isso? Cheira... diferente."

"É apenas lasanha." Eu ouço uma leve trepidação em sua voz e franzo a testa. Mesmo apenas a pequena mudança em seu tom me alerta para o fato de que há algo errado. Eu me torno muito boa em ler as emoções de Rose. Ela geralmente é forte e feliz, mas há certas coisas que colocam um amortecedor sobre suas emoções - sendo a principal delas a sua família.

Embora eu ainda não a conhecesse, ela disse que seus pais eram arrogantes e controladores. No começo eu ri disso, comparando-os com o que eu tinha que lidar no clube. Mas, em seguida, houve pequenas coisas que eu comecei a pegar. Como ela falando sobre tentar se encaixar e ser aceita. Como ela sempre tentava, mas nunca importava, eles nunca estavam feliz.

Eu sentia por ela, mas era algo que eu raramente experimentei. Crescendo eu nunca senti que queria me encaixar, eu nunca precisei lutar para impressionar ninguém, eu nunca tive pessoas que se preocupassem com o que eu fizesse. Eu acho que eles só queriam que ela fosse o melhor que poderia ser. Mas a execução deles era uma merda. Afasto-me da cozinha e vou para o quarto dela, que é em frente ao meu.

Bato suavemente. "Rose? Posso entrar?" Há um silêncio por uns bons dez ou mais segundos, eu levanto a minha mão para bater novamente.

"Sim, entre!" Eu empurro a porta. Rose está sentada em sua cama com as pernas cruzadas, livros da faculdade espalhados ao redor dela. Ela olha para baixo, os cabelos caindo em seu rosto. "Apenas tentando terminar de estudar. Nós temos algumas atribuições chegando."

Suspiro e sento em sua cama. "Não me lembre. Estou temendo a aula de amanhã. Eu só não sei se tenho a atenção necessária no momento. Você pegou sua nota ontem do ultimo teste do período?"

Sua cabeça balança, mas ela não olha para cima. "Sim, eu consegui um B."

"Isso é bom! Peguei o meu antes do trabalho, eu consegui um B+." Ela não diz nada, apenas balança a cabeça. "Você está bem?" Eu, inconscientemente, estendo a mão para tocar sua mão, tentando chamar sua atenção. Um grito agudo sai de sua boca e ela rapidamente retira a mão, segurando-a contra o peito.

Eu vacilo para trás. "Rose?"

"Desculpe-me" Sua voz treme e sua respiração é pesada. "Desculpe-me, está apenas um pouco dolorida." Ela finalmente ergue o rosto para olhar para mim e eu noto como vermelhos e inchados seus olhos estão. Isso não foi causado por um resfriado isso foi de um explicito ataque de fúria. Eu sabia.

Eu rastejo sobre a cama para ela, não me importando que estou amassando seus livros e papéis, mas sentindo a necessidade desesperada de consolar minha amiga. Fico do seu lado, estendendo-lhe a mão. "Deixa-me ver."

Ela fica relutante, mas lentamente, puxa-a de onde tinha escondido perto de seu peito. Viro-a e não posso evitar o nó na garganta que vem da minha boca. A palma de sua mão está completamente queimada e com bolhas. Isso provoca lágrimas em meus olhos só de pensar quanta dor ela deve estar. Já estava começando a descascar e inchar.

"Oh meu Deus, Rose. Precisamos levá-la ao hospital!"

"Está... está tudo bem. Eu tenho certeza que isso vai ficar bem."

Desço da cama e olho para ela como se fosse louca. "Sabe quantas nervos existem em suas mãos? Isso não são apenas queimaduras leves. Isso é muito ruim, possivelmente terceiro grau!"

Ela balança a cabeça, puxando a mão de volta para seu corpo e a segurando perto.

"Rose, como isso aconteceu?" Pergunto, tentando acalmar o meu tom como se estivesse falando com um animal assustado ou criança pequena.

"Minha mão sobre o queimador no fogão." Ela murmura.

Agora faz sentido. Aquele cheiro na casa não era a lasanha que ela tinha cozinhado. Era o cheiro de carne queimada.

"Você não estava prestando atenção?" Sua cabeça pende, mas eu não perco as lágrimas que começam a cair e espirrar em suas pernas nuas. "Rose? Por favor."

"Meu pai." Ela sussurra.

Aperto os olhos. "Seu pai? O que?"

Um riso sombrio explode de seus lábios e ela finalmente olha para cima. "Ele colocou a mão sobre o fogo."

"Que porra é essa! Por que diabos ele faria isso?" Eu grito, fazendo-a recuar. Mas eu não me importo, que tipo de pessoa faz isso?

Ela olha ao redor do quarto, evitando o contato visual comigo como se estivesse envergonhada. "Eu acho que ele hum... pensa que eu não estou fazendo o suficiente."

"Isso é psicótico! Rose, você não devia ter que lidar com isso."

Ela encolhe os ombros. "Ele sempre foi um pouco mão pesada. Geralmente são pequenas coisas, mas sim, ele ficou furioso."

"Nós iremos para o hospital." Eu digo com firmeza.

Eu tinha visto abuso suficiente em minha vida, eu não estava prestes a ver alguém que me importava passar por isso. Rose era bonita e inteligente e tinha um coração incrível. Ela não merecia ser tratada como merda de cachorro.

"Chelsea!" Ela chama me seguindo para fora de seu quarto. "Por favor, não conte a ninguém."

Eu sufoco uma risada. "Rose, ele deveria ser preso por fazer isso com você."

Seus olhos brilham com lágrimas, brilhando na luz. "Por favor, ele é meu pai. Eu já me esforço bastante para mantê-lo feliz e longe de mim. Por favor, apenas deixa isso em paz. Quando tudo isso acabar, eu sei que algo precisará mudar e eu estou esperando que isso aconteça. Nós estávamos apenas estressados, ele está tentando construir uma vida para a nossa família e eu não tenho feito o que eu preciso fazer para ajudar."

Eu olho para ela, mas minha raiva não está dirigida a ela, mas para seu pai. Não me importa quanto esforço ele tem com seu negócio de família ou qualquer coisa que seja. Rose está conseguindo ótimas notas e está tentando o seu melhor.

"Por favor!" Ela implora.

Rosno. "É melhor esperar como o inferno que eu não o encontre, porque se eu encontrar eu não vou me segurar."

Ela balança a cabeça, o movimento causando sua dor óbvia. "Eu espero que você não o encontre. Ele é um idiota."

Eu rio. "Eu ainda vou te levar para o hospital."

Ela suspira. "Sim, eu acho que está muito ruim. Isso doe muito."

"Coloque um pouco de água fria por um momento. Vou correr e tomar um banho rápido. Não estou indo encontrar qualquer médico sexy na sala de emergência suada."

Ela ri. "Você acha que pode solicitar um?"

"Por que não? Qual é aquele ditado? 'Você não sabe até que você peça." Eu puxo meu celular do bolso da minha calça e vou para o banheiro garantindo ligar o chuveiro antes de discar.

"Princesa." A voz de Blizzard vem do outro lado da linha. Havia barulho no fundo - vozes, risadas, música. Todos os sinais de uma noite ocasional na sede do clube.

"Ei Blizzard." Eu digo calmamente.

"Como você está aí fora no grande mundo?" Ele brinca. "Está meio vazio aqui sem você."

"Não, você sente minha falta!" Eu rio.

"Como é que eu vou desorientar Op agora?" Brinca. Eu sabia que Blizzard gostava de me usar para enrolar Optimus. Aqueles dois estavam tão próximos como irmãos de verdade. Eu não me importava. Às vezes era divertido ver Op ficar com ciúme. "Pelo que eu devo o prazer?"

"Eu preciso de um favor."

Ele ri. "Agora princesa, você esquece que saiu? Você percebe que perde um bocado do seu direito de pedir ao clube esse tipo de coisa?"

Sinto a tristeza agitar meu estômago, mas eu empurro. "Eu não estou pedindo ao clube. Estou pedindo a você."

O barulho começa lentamente a diminuir à medida que eu ouço seus passos pesados. "Você tem algo que precisa me dizer?"

Suspiro. "Eu preciso de você mantenha um olho em Rose."

"Ela está bem?" Sua voz de repente soa tensa e preocupada.

"Olha, eu não posso dizer muito. Eu só quero ter certeza que ela está bem."

"Você tem que me dar mais do que isso, Chel." Diz rispidamente.

Há uma batida suave na porta. "Ei Chelsea, eu liguei para hospital. Eles não têm nenhum médico quente, mas disseram que não estão muito ocupados. Então, quanto mais cedo chegarmos lá mais rápido podemos chegar em casa."

Eu seguro o meu telefone para o meu peito. "Ok! Eu estarei fora em um minuto."

Ouço contra a porta seus passos desaparecerem antes de levantar o telefone de volta ao meu ouvido. "Desculpe-me."

"Você quer me dizer por que está indo para o hospital?" Blizzard pergunta.

Eu me encolho, eu queria que Blizzard mantivesse um olho nela apenas para a paz de espírito, mas se eu deixá-lo a par do que está acontecendo, eu sei que ele iria ter um acesso de raiva e Rose iria pirar.

"Sim... um... Rose simplesmente se queimou. Eu só quero levá-la para verificar se está tudo bem."

"Quão ruim?"

"Muito ruim." Eu murmuro.

"Eu vou encontrá-la lá." Diz ele bruscamente.

"Eu realmente não acho que isso seja..." Eu começo.

"Eu te encontro lá."

A linha fica muda, eu recosto-me contra a pia. Bem, isso só ia de mal a pior.

Rose iria me matar.

 

 

"Onde você está indo?" Pergunto a Blizzard quando ele passa rapidamente por mim com um olhar sério de agitação no rosto.

"Para o hospital, porra."

Eu levanto minhas sobrancelhas e o sigo para fora da porta da frente até sua moto. Agarrando seu ombro, ele para, eu digo, "Você quer explicar isso?"

"Chelsea ligou..."

"O que? Por quê?" Eu questiono temeroso.

Ele esfrega seu rosto, me olhando com cuidado. "Não é ela. Rose se queimou se é ruim o suficiente para levá-la ao hospital, eu quero verificar as coisas."

Eu sorrio. "Cara, você está apaixonado por essa garota."

Ele revira os olhos. "Olhe, irmão, Chelsea ligou e perguntou se eu poderia ficar de olho nela. Desde que eu posso resumir ela tem problemas familiares. Chel parecia muito preocupada. Agora elas estão indo para o hospital por causa de alguma queimadura? As coisas simplesmente não estão somando."

Ele pega o capacete e coloca-o sobre a cabeça, prendendo a correia.

"Você acha que ela está em algum tipo de problema?" Pergunto, cruzando os braços.

"Eu não sei, mas eu vou tentar descobrir."

"Você pode ouvir isso?" Eu grito sobre o som de sua moto quando ele liga. Suas sobrancelhas sulcam mostrando que ele não tinha ideia do que eu estava falando. "Eu acho que é o som de um chicote!"

Ele olha, levantando a mão e me mostrando o dedo médio antes de arrancar a toda velocidade. Eu não podia deixar de sorrir. Blizzard sentia algo por Rose. Ela era uma garota doce, bonita, inteligente, e pelo que eu ouvi de Chel, um pouco sobre o lado sujo. O problema era que ela não tinha certeza do clube e do registro de Blizzard – o clube iria sempre vir em primeiro lugar, mesmo sobre uma garota.

Olho para a minha moto, meu corpo louco para subir nela e seguir Blizzard para o hospital apenas para que eu tivesse uma desculpa para verificar Chelsea. Eu aperto minhas mãos em punhos, lutando contra a sensação e forçando-me a caminhar de volta para dentro do clube e ir para o bar. Eu tinha acabado de tomar minha primeira dose quando sinto um leve toque nas minhas costas.

Sugar toma o assento ao meu lado. "Harlyn está prestes a ir dormir, mas ela quer que você leia uma história."

Balanço a cabeça, nem mesmo pensando sobre isso. Eu faria tudo e mais por essa menina. Mesmo com cinco anos de idade ela era inteligente, forte e independente. Posso não ser capaz de levar o crédito por isso – Sugar tinha feito um trabalho incrível criando nossa filha na minha ausência - mas eu estava fodidamente com orgulho de ser capaz dela me chamar de pai.

Sugar fica no bar, pede uma cerveja enquanto eu vou para o quarto delas. Eu tinha colocado elas no mesmo corredor do meu quarto, mantivemos um quarto livre especialmente para a família. Os garotos sabiam que quando havia alguém ficando lá, eles iam para outro lugar ou para o quarto de uma das garotas do clube para que ninguém tivesse que ouvir. Eu abro a porta e sorrio, visualizando Harlyn sentada, seu corpo minúsculo ofuscado pela cama king size que está compartilhando com Sugar.

"Papai!" Ela sorri quando olha para cima do iPad que está atualmente jogando.

"Ei, menina." Tiro minhas botas na porta e subo na cama, acomodando-me ao lado dela. Ela não perde um momento e logo está contorcendo-se no meu lado. Eu gosto muito do momento, enfiando sua cabeça debaixo do meu queixo e acariciando seus cabelos. Ele cheira bem, como chiclete de morango.

"Você acabou de tomar banho, garota?"

Sua cabeça balança mesmo quando continua a deslizar os dedos na tela do iPad, conectando algum tipo de pontos juntos. "Sim, mamãe disse que eu tinha que fazer."

Eu rio. "Você não gosta de tomar banho?"

Ela suspira dramaticamente. "Não é que eu não goste. O banho significa hora de ir para cama, e eu realmente não quero ir para a cama." Eu coloco meu dedo no jogo que ela está jogando e conecto alguns pontos que ela tinha perdido. Ela ri e acaricia minha mão. "Bom trabalho, papai!"

"O que você não gosta na hora de dormir?" Pergunto.

"Eu sinto sua falta quando estou dormindo." Diz ela com delicadeza.

"Você sente?"

"Mmm hmm, eu não sei por quanto tempo estaremos aqui ou quando teremos de ir para casa, então eu quero passar tanto tempo com você quanto eu posso." Ela fecha o jogo e coloca-o sobre a cama. Quando ela se vira para olhar para mim, eu vejo o brilho em seus olhos e sei que ela está tentando conter as lágrimas. Minha menina valente.

"Harlyn, eu posso te dizer uma coisa com certeza. Eu não sei o que vai acontecer, mas sei que, não importa onde você esteja ou o que estiver fazendo, eu te amo. Eu prometo que vou arrumar mais tempo para vê-la. Se eu pudesse, seria o dia todo." Eu tiro os cabelos cacheados de seu rosto e vejo quando seu rosto se ilumina.

"É isso que você quer dizer?"

"Eu já deixei você desapontada até agora?"

Ela estende seu dedo mindinho e eu não posso deixar de rir. Tinha sido algo que eu tinha feito uma vez para tentar impedi-la de chorar quando tive que deixá-la e Sugar voltar para casa. Isso tinha se tornado um hábito. Ligo seu dedo mindinho com o meu e aperto. "Promessa de mindinho?"

"Promessa de mindinho, baby."

Ela assente com a cabeça bruscamente como se fosse um negócio feito. Virando-se, ela mexe-se para trás debaixo do meu braço como tinha ficado antes. "Você e Mamãe vão voltar a ficar juntos?"

Meu coração acelera. "Por que você pergunta isso?" Ela dá de ombros, mas eu sei que está querendo dizer alguma coisa. "Você quer isso?"

"Não." Sua resposta era definitiva e segura.

"Por que não?"

"Porque você gosta de Chelsea." Meus olhos se arregalam, claro que eu havia subestimado o quanto Harlyn viu e ouviu em torno do clube. "Eu gosto dela também."

"Harlyn... isso não é realmente algo que você precise se preocupar." Eu digo a ela calmamente.

"Eu não estou preocupada." Diz ela casualmente, quando pega o iPad de volta e abre o aplicativo de leitura, folheando livros infantis diferentes com o dedo até que escolhe um que goste – Cinderela.

Essa garota.


Capítulo 30

 

Eu nos levo ao hospital no carro de Rose. Eu poderia dizer que ela está com dor, não apenas por causa de sua mão, mas por seu pai, em geral, mas ela tenta deixar a situação leve.

"Eu acho que poderia ter sido pior." Ela força uma risada.

"Rose." Eu aviso, não querendo ouvi-la brincar sobre algo que era, na verdade, extremamente grave. Esse homem tinha propositadamente a machucado. Ele deveria ser seu pai, alguém que se preocupasse com ela e a amasse incondicionalmente. Estava errado. Em tantos níveis, isso estava errado.

"Oh, vamos lá Chel." Eu poderia dizer mesmo sem olhar para ela que estava revirando os olhos. Ela estava tentando esquecer isso, fazendo como se não fosse grande coisa.

Nós entramos no estacionamento do hospital e eu achei um local perto das portas da frente.

Ouço-a respirar fundo. "O que ele está fazendo aqui, Chelsea?" Ela se vira para mim com os olhos arregalados. Eu não tinha que adivinhar de quem ela está falando. O clube era mais perto do hospital do que a nossa casa, e eu não tinha dúvida de que ele teria dirigido rapidamente para chegar aqui.

"Ele se importa." É tudo o que eu digo, enquanto abro a porta e saio.

Blizzard está de pé nas portas que levam para a sala de emergência, a sua posição larga e os braços cruzados sobre o peito. Com a luz atrás dele eu não podia ver seu rosto, mas sua sombra era intimidadora o suficiente.

"Você ligou para ele." Ela sussurra em tom acusador, enquanto caminhamos para frente.

"Ele se importa." Eu repito, rosnando baixinho quando chegamos mais perto.

Ela não diz nada e ele apenas ficou lá, nos observando e esperando. Paramos na frente dele, o ar está ligeiramente frio ao nosso redor, mas eu não tinha certeza se era o tempo ou a maneira como ele olha para Rose que me faz tremer.

"Deixe-me ver." Ele pergunta. Rose segura a mão ao seu corpo, colocando-a contra ela com proteção. "Deixe. Me. Ver."

Os ombros de Rose caem enquanto ela cede e estende a mão, palma para cima. Ele dá um passo para o lado para que a luz de dentro da sala de emergência nos ilumine e permita-lhe ver melhor. Ele coloca a mão debaixo da dela, levantando-a ligeiramente, seu toque eu posso dizer que é leve e delicado, quase protetor.

Ele estuda-a em silêncio por um minuto. "O que aconteceu?"

Os olhos de Rose vão para mim, ela não sabia o que dizer.

"Eu... uh... deixei o queimador do fogão ligado e ela se inclinou sobre ele. Minha culpa realmente. Momento loira." Eu tento disfarçar, assim como eu tinha repreendido Rose por fazer momentos antes. Ela não iria dizer a ele o que aconteceu. Não queria que ele soubesse, e agora eu gostaria de manter seu segredo.

Por agora.

Blizzard olha para mim, seus olhos digitalizando meu rosto. Ele sabe que eu estou mentindo. Eu esperava que ele me chamasse.

"Vamos olhar isso." Ele murmura enquanto seus olhos ainda me observam. Havia uma promessa lá. A promessa de que ele iria chegar à verdade. Coloca a mão na parte inferior das costas de Rose e gentilmente a guia através das portas. Ela olha para mim por cima do ombro, com o rosto cheio de preocupação, mas eu tentei dar-lhe o meu melhor sorriso tranquilizador. Ele a empurra para a recepção e tomo um assento na sala de espera, permitindo Blizzard assumir a liderança em um presente. Folheio uma revista, olhando para cima quando sinto a cadeira afundar perto de mim. Blizzard estava sozinho.

"Onde está Rose?" Pergunto, olhando em volta, nervosamente.

"Eu os fiz levá-la imediatamente." Ele murmura.

Olho em volta. A sala está cheia de pessoas doentes e feridas, todos estão esperando mais tempo do que nós. Blizzard parece ler meus pensamentos. Ele se inclina para trás na cadeira e cruza os braços sobre o peito largo.

"Entrei antes de você chegar. O dinheiro fala, você deveria saber disso."

Eu balanço a cabeça, eu sabia disso. Estar com o clube tinha suas vantagens, você tem o melhor serviço, os melhores lugares, o melhor de tudo porque eles pagavam por isso.

"Você vai me dizer o que realmente aconteceu?" Ele pergunta em voz baixa, ciente das pessoas ao nosso redor olhando-o. Eu não tinha certeza se eles estavam intimidados por causa do colete de MC ou apenas curiosos. Os rapazes eram observados e julgados onde quer que fossem. Era normal.

"Ela vai dizer-lhe quando estiver pronta." Digo, simplesmente, esperando que isso fosse acalma-lo por enquanto.

Ele zomba. "Você me ligou, Chelsea. Pedindo-me para ficar de olho nela. Para fazer isso, eu preciso saber o que está acontecendo."

Suspiro. "Olha, ela não está em nenhum perigo imediato se é isso que você está preocupado. Eu sei, eu te liguei, eu só... me importo com Rose. Quero protegê-la, mas ela não está pronta para isso ainda."

Eu vi sua mandíbula apertar, mas ele continua olhando para frente. "Então, alguém fez isso."

"Blizzard."

Sua cabeça vira de repente para mim. "Alguém machucou ela." Ele rosna, agora, obviamente, não se importando se as pessoas ouvissem ou olhassem. Que eles fizessem. Meus olhos direcionando para suas mãos e eu as vejo apertarem e flexionarem em agitação e raiva.

"Não pressione essa merda sobre ela." Eu rebato, tentando manter minha voz baixa. "Se você for todo homem das cavernas sobre ela e ela irá fugir. Vai correr diretamente de volta para eles."

Ele rosna, seu lábio curvando. Ele sabia que estou certa.

Eu coloco minha mão sobre a dele. "Ela precisa confiar em nós e saber que vamos estar lá para ela. Mas agora, ela está apenas com medo. E as pessoas assustadas fazem coisas malucas." Minhas palavras não o agradam, mas eu sei que por agora ele entendeu.

"Eu não vou deixá-los machucá-la." Ele sussurra sua voz rouca.

Eu balanço a cabeça. "Eu também não vou."

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Eu ponderei sobre Blizzard e Rose. Qual era a conexão que eles tinham? Por que ele queria tanto mantê-la do perigo? Era apenas porque ele sente alguma coisa por ela? Ou havia mais? Eu sempre soube que Blizzard era para ser um homem de uma Lady. Ele nunca falou sobre ter uma Old Lady, mas, novamente, nenhum dos irmãos falavam. Do que eu aprendi todos eles eram contentes em ser livres até alguém certo aparecer e isso era como um tapa na cara.

Talvez Rose tivesse batido na cara de Blizzard?

Rose tinha recuado ao longo das ultimas semanas. Ela não era mais a garota glamorosa e insolente que eu conheci. Claro, eu tenho vislumbres do outro lado dela ocasionalmente, mas eu Estava realmente começando a me preocupar. Eu pensei que talvez pedindo a Blizzard que cuidasse dela isso iria aproximá-los. Talvez eles fossem encontrar algo que eles estivessem sentindo falta um no outro. Talvez ele fosse fazê-la feliz novamente e ela veria que não merecia ser tratada como merda, que não teria que aturar isso porque tinha outras pessoas que se preocupava com ela também. Nós.

Blizzard fica de pé antes que eu soubesse o que estava acontecendo. Olho para cima e encontro Rose de pé ao lado da recepção falando com o médico. Blizzard está ao seu lado rapidamente. O médico olha para ele com cautela, mas continua a falar com Rose como se ele não estivesse lá. Eu não queria multidão sobre ela. Blizzard estava fazendo um bom trabalho disso, para nós dois.

Quando o médico foi embora, eu me aproximo. Rose me dá um leve sorriso. "Não é tão ruim quanto pensávamos. Apenas segundo grau." Sua mão não está enfaixada ou qualquer coisa. "O médico passou analgésicos e creme antibiótico deve fazer o necessário."

Eu me sinto um pouco melhor e deixo meu corpo relaxar. "Isso é bom. Estou tão feliz."

"Podemos ir para casa agora?" Ela pergunta, seus olhos implorando para mim.

"Sim, vamos..."

"Eu preciso falar com ela primeiro." Blizzard diz rapidamente, segurando o cotovelo dela e levando-a para longe.

"Hum ... tudo bem. Vou esperar no carro." Eu faço uma careta. Esperava que ele não mencionasse nada com ela sobre o que tínhamos discutido. Rose era tudo que eu tinha no momento. Com Harmony tão longe Rose era a minha rocha, e eu realmente não queria fazer ou dizer qualquer coisa que lhe fizesse mal.

Eu podia ver seus contornos quando estavam do lado das portas do departamento de emergência. Blizzard estende a mão para tocá-la e ela se afasta. Eu poderia até ver o seu corpo ficar rígido quando ela faz. Foi apenas um par de minutos antes deles estarem caminhando em minha direção, Rose parecendo triste e ainda um pouco nervosa na presença de Blizzard e Blizzard parecendo frustrado.

Talvez eu tivesse errado.

Talvez ela não fosse o seu tapa na cara.

Talvez ela fosse mais como um pontapé nas bolas.


Capítulo 31

 

A última semana ou desde que Chelsea saiu tinha sido calma e louca tudo de uma vez. Nós não estávamos mais perto de descobrir o que diabos estava acontecendo com DePalma. Leo tinha mantido vigilância sobre Anthony com um de nossos rapazes sentados fora de seu hotel em todos os momentos do dia e da noite. Na esperança, de que, se tentasse outra coisa, isso não iria nos fazer ser pegos com as calças curtas como fomos com a bomba que foi plantada sob o carro de Chelsea.

Kev tinha analisado o que restava do dispositivo, e chegara à conclusão de que ele foi definido com um temporizador. Assim, o mistério permanece, era Chelsea o alvo ou foi a bomba destinada a explodir a atingir o clube e alguns de seus membros.

Felizmente para nós, Chelsea estaciona seu carro sob a sombra de uma árvore, que delimita a linha da cerca do clube, e não perto do edifício em si, como fazemos com nossas motos. Então, havia muito pouco dano feito a qualquer coisa, exceto o carro dela.

Leo me diz que Anthony tinha saído do hotel e se encontrado com alguns homens para almoços ou bebidas casuais. Pelo que podemos entender eles são empresários ricos, mas nada até agora que pareça ser uma ameaça para o clube. É tudo muito estranho e, finalmente confuso. Mas, por agora, o calor do fogo não estava muito quente, e eu estava esperando que fosse ficar desse jeito.

Sentei-me em uma mesa de piquenique do lado de fora, observando Harlyn enquanto corria ao redor do parque. A garota parecia nunca se cansar. Quando Sugar não estava forçando-a a sentar e fazer seu dever de escola, ela estava constantemente no parque infantil. Era como se todos os dias ela olhasse para ele como se fosse um novo brinquedo para brincar, mas era apenas a mesma coisa que ela passava horas brincando no dia anterior. Eu acho que era imaginação de uma criança para você. Você poderia inventar qualquer coisa e transformá-lo em algo surpreendente.

Eu ouço os portões da frente ranger ao abrir. Deixo a mesa e caminho até a grande cerca que tínhamos construído para proteger a visão de nossa área ao ar livre da estrada. A razão para isso estar lá sempre me fez sentir uma onda de emoção. Minha mãe tinha sido baleada exatamente onde eu estava sentado durante um tiroteio. Uma gangue que se achava merda, querendo se vangloriar atirando no clube local de MC.

Minha mãe foi morta naquele dia e eu deveria ter estado ali sentado ao lado dela, talvez até mesmo na frente dela assim as balas teria atingido meu corpo ao invés do dela. Mas aos dezesseis anos eu estava muito mais preocupado em deixar claro minha intenção para ser prospect do clube. Seriam dois anos até que eu tivesse permissão para mesmo dar o primeiro passo e defender minha causa, mas eu tinha visto esses homens toda a minha vida. Eu sabia que era onde eu queria estar.

Assim ao em vez de estar lá fora com as mulheres e crianças, enquanto os homens estavam na igreja, eu estava lá dentro, sentado fora daquela sala, esperando eles saírem. Oferecendo-me para fazer trabalhos e querer passar tempo com eles.

Pensando em mim mesmo, em vez de cuidar da minha mãe.

Sacudo os pensamentos da minha cabeça enquanto entro no espaço onde o caminho ao lado do clube leva para frente e para trás do clube. Uma caminhonete Chevy azul escura entra pelos portões indo para o estacionamento, parando a minha direita. Connor sai do banco do motorista e levanta o queixo para mim em saudação. Sua porta do passageiro abre e fecha, mas eu não poderia dizer quem era pelas janelas coloridas. Ouço outro barulho de porta fechada antes que Lucy contorne o veículo carregando uma criança pequena em seu quadril.

Lucy me dá um sorriso quando se aproxima, esse não era o seu habitual sorriso largo, embora. "Ei, Op."

"Ei, Luc." Meus olhos vão entre os dois. "O que está acontecendo?"

Era incomum eles visitarem, especialmente desde que eu poderia contar com as duas mãos a quantidade de vezes que Connor tinha vindo ao clube, e as meninas do X-Rated não tinham permissão para estarem aqui a menos que houvesse uma festa e elas tivessem sido convidadas.

"Desculpe vir assim sem avisar, mas vi Blizzard na cidade e ele pensou que seria uma boa ideia a gente vir conversar com você sobre essa pequena." Connor explica, apontando para a menina com cabelos escuros que tinha um aperto de morte no pescoço de Lucy.

Eu levo um tempo para descobrir o que isso tinha a ver com a gente, mas faz sentido quando ela finalmente levanta o rosto e olha diretamente para mim. "Ela é de Hayley, hein?"

Connor concorda.

Suspiro. "Leve ela para o parque infantil, Lucy. Harlyn está lá com Neil. Tenho certeza que ela gostaria de uma nova amiga para brincar."

"Claro." Lucy sorri. "Vamos fazer uma nova amiga, Jay?" Ela coloca a menina no chão e dão as mãos antes de desaparecer atrás da cerca.

Eu inclino minha cabeça para o clube. "Vamos conversar."

Connor me segue enquanto nós caminhamos através da sala principal e pelo corredor até o meu escritório. Eu fecho a porta atrás dele e sento atrás da minha mesa. Ele se senta em frente, inclinando-se para frente e descansando os braços sobre os joelhos.

"X-Rated volta a funcionar hoje à noite. Deve ficar lotado." Ele disse casualmente.

Nós tínhamos fechado o clube por duas noites, para que a polícia pudesse investigar o assassinato de Hayley. Eu sabia que não iriam encontrar nada e eles nos fizeram as portas apenas para ser idiotas. Mas eu não discuti. Hayley merecia mais do que nós apenas escondendo seu corpo em algum lugar como se nada tivesse acontecido. Havia uma garota em quem pensar, que eu assumi ser a razão para essa visita.

"Eles encontraram alguém da família da garota?" Pergunto, não querendo perder tempo.

Connor olha para mim e balança a cabeça. "Os pais são cristãos incondicionais. Não querem nada a ver com um filho ilegítimo. Jogou-a para fora quando ela descobriu que estava grávida e foi morar com uma velha senhora que costumava tomar conta dela." Ele parecia cansado e frustrado. Eu sabia que se sentia inteiramente responsável pelas garotas da X-Rated. Elas podem pertencer ao clube, mas ele era como a mãe da casa e as protegia ferozmente. "Jayla a chama de Gran. Ela vive em Montgomery, mas tem oitenta anos de idade e não pode sequer fazer muito por si mesma hoje em dia. Ela não pode cuidar de uma criança de quatro anos de idade."

"Então, quais são as outras opções aqui? Obviamente, nunca houve um pai e se ele mesmo sabe que tem um filho, é quase nulo, e faço uma aposta que ela nunca disse a ninguém quem ele era." Cruzo os braços e recosto-me.

"Por enquanto, a polícia permitiu-nos cuidar dela. Ela está ficando com Lucy, Kat e Summer no apartamento no centro da cidade, e eu coloquei as garotas em turnos rotativos para que pelo menos uma delas esteja em casa com ela o tempo todo." Ele empurra a cadeira e caminha em torno dela, olhando para o chão. "Eles não vão deixar-nos mantê-la por muito tempo. Eventualmente, eles vão ter que vir e levá-la e depois? Eu não quero isso para ela. Ela tem quatro anos e acabou de perder basicamente a única família que conhece."

Minha mente instantaneamente pisca de volta para Chelsea. Era como se o passado se repetisse.

"Olhe, deixe-me ver o que posso fazer. Tente adiar a entrega dela por mais algum tempo."

Ele assente, mas sua cabeça ainda está baixa. Ele está sentindo essa perda difícil. Foi à associação dela ao clube que a tinha matado, então eu faria o possível para me certificar de que sua filha seria cuidada. O silêncio paira no ar e eu sei que há algo que ele precisa dizer.

"Eu quero justiça para ela." Ele fala em voz baixa, mas eu o ouço alto e claro.

"Isso é exatamente o que ela vai ter." Eu confirmo devagar, pensando que nós já tínhamos chegado a um acordo.

"Eu gostaria de ter conhecido mais sobre ela. Tivemos merda em comum." Ele tenta rir, mas foi estrangulado. "Conheço bem toda a merda da família cristã. Eu cresci em uma. Todos os meus amigos eram de famílias cristãs."

Começo a entender o seu investimento na vida de Hayley. Ele sentia essa conexão, ele sabia o que ela tinha passado e a ideia de tentar fazer sua vida melhor quando as pessoas que deveriam se preocupar com você, era totalmente severo. Eu fico em silêncio, permitindo-lhe tempo para continuar se quisesse. Eu não iria forçá-lo, mas às vezes só precisamos de alguém para ouvir a nossa história, para validar o que somos e que temos lutado para chegar onde estamos.

"Meu melhor amigo ficou viciado em metanfetamina em nosso último ano na escola. Quando seus pais descobriram, eles o apoiaram enquanto ele lutou da sua maneira para sair do vicio. Eu estava lá para ele. Eu o empurrei para ser melhor e com todo o amor incondicional atrás dele, ele conseguiu sair." Ele ri de novo, mas dessa vez foi mais sombrio, cheio de raiva e desgosto. "Eu vi o que ele passou e como todo mundo tinha apoiado ele naquele ano, eu decidi sair. Eu sabia que eu era gay desde que comecei a transar com doze anos. Mas você sabe o que eu recebi de retorno? Ser rejeitado."

Eu vejo quando ele cerra os punhos com força, os músculos dos braços se tornando definido. Eu poderia entender julgamento e ridicularização. Sendo filho de um presidente do MC não exatamente me fez o garoto mais popular da quadra. Os pais não iriam nunca deixar seus filhos sair comigo. Eu era zombado por todos os dias na escola. Mas tinha outras crianças como eu na sede do clube. Eu não poderia me importar com o que os outros pensavam.

O que eu também tinha era dois pais amorosos que não deram a mínima.

Connor não teve.

Levou um momento para ele relaxar, mas, eventualmente, se acalmou e levantou a cabeça, em vez de deixá-la cair em derrota. Ele endireita os ombros e se torna um homem diferente. Não com medo, como o adolescente ferido que tinha acabado de ver sair dele.

"Eu quero justiça para Hayley. Eu não pude ter as pessoas me apoiando quando eu precisava, mas eu vou ser amaldiçoado se deixar alguma dessas garotas, incluindo Jayla, ir sem ter alguém que esteja lá para elas."

"Hayley irá ter a justiça dela, e de alguma forma nós vamos encontrar uma maneira para que Jayla tenha tudo o que precisa e mais. O clube não vai decepcioná-la." Eu prometo a ele.

Eu era fiel à minha palavra.

Eu gostaria de encontrar uma maneira para que aquela garotinha tivesse todo o amor e apoio que precisasse.

Eu não tenho muita certeza como ainda, mas eu gostaria de encontrar uma maneira.


Capítulo 32

 

Assim que abro a porta de casa da minha aula da manhã, meu telefone começa a tocar. Jogo minha mochila no chão e me abaixo ao lado dela, procurando entre meus livros da faculdade, tentando seguir o som. Minha mão agarra-o e eu mentalmente me dou um ‘toca aqui’ quando puxo para fora, reconhecendo brevemente o nome de Deacon quando atendo.

"Ei!" Eu digo alegremente.

"Então, eu sei que você não está escalada para trabalhar hoje, mas Annabelle acabou de ligar e está tendo problemas com o carro e não pode chegar aqui, estou desesperado sei que você tem estudo para fazer mas..."

Eu rio. "Quando você precisa de mim?"

"Oh graças a Deus." Diz ele soando completamente exasperado. "Quanto antes melhor!"

Eu sorrio. "Verei o que posso fazer. Te vejo em breve."

"Obrigado Chelsea."

Eu jogo meu telefone no sofá e vou para o meu quarto encontrar o meu equipamento de academia. A porta de Rose estava aberta e ela estava apoiada em sua cama folheando um dos nossos livros atribuídos.

Devo ter chamado sua atenção, ela olha para cima e sorri. "Ei, você quer estudar comigo. Eu poderia realmente ter alguma ajuda."

"Eu queria poder. Deacon acabou de me ligar e está desesperado por alguém para ajudar, tipo agora."

O rosto dela fica triste. "Tem certeza de que ele não pode encontrar alguém? Quero dizer, nós temos tantas atribuições para ser entregues e elas são tão grandes. Você realmente devia estar trabalhando nelas."

Eu entro no seu quarto, seu tom de pânico me preocupa. "Eu sei. Vou fazer um pouco essa noite." Eu levanto minha sobrancelha. "Você está bem?"

Ela engole duramente. "Sim, desculpe-me. Apenas estressada."

Aperto os olhos. "Rose... fale comigo. Seu pai não está planejando outra visita, está?" Penso que ela está com medo que ele venha novamente se ela estiver sozinha.

Ela ri nervosamente. "Eu não penso assim. Eu acho que ele fez bastante dano e ficará longe por um tempo."

"Então o que está acontecendo?" Eu pressiono, sentando na beira da sua cama.

Ela parece pensar por um tempo, balançando a cabeça. Quando finalmente fala, tudo o que ela diz é: "Blizzard."

Eu faço uma careta, sem entender.

"Ele... hum... disse alguma coisa sobre vir e me verificar hoje. Eu só... Eu só não quero vê-lo. Não por mim mesma." Ela olha para o livro no colo, virando as páginas em seus dedos. Eu estendo a mão e toco sua perna, ela está tremendo ligeiramente.

"Blizzard só quer cuidar de você, assim como eu." Tento tranquilizá-la. "Eu não tenho certeza qual é o problema com vocês, mas ele se preocupa. Eu posso dizer."

Ela estremece. "Ele não deveria." Ela murmura.

"Por quê?" Pergunto.

Ela levanta a cabeça como se não tivesse esperado que eu ouvisse seu último comentário.

"Ele está tentando se envolver. Eu só quero que ele fique fora disso, mas ele continua pressionando." Sua testa franzida como se fosse raiva.

"Por causa de seu pai?" Pergunto.

"Ele só vai se machucar." O comentário me deixa curiosa. Blizzard poderia ser muito assustador às vezes e com o clube em sua volta eu duvidava que alguém se atrevesse a mexer com ele.

Eu bato em sua perna. "Blizzard é um garoto grande. Confie em mim quando digo que ele pode cuidar de si mesmo."

Ela pensa por um momento antes de sua cabeça balançar. "Sim. Sim, eu acho que ele pode."

"Se isso faz você se sentir melhor eu vou ligar para ele, dizer-lhe para esperar até eu chegar em casa."

Seu rosto ilumina um pouco. "Isso me faria sentir melhor."

Dou-lhe um sorriso suave. "Ok, eu preciso ir. Deacon parecia estar prestes a explodir uma válvula."

Eu aprecio seu sorriso, mesmo sabendo que ele era forçado. Visto-me rapidamente e calço meus tênis de corrida. Correr para o trabalho parecia incrível. No momento em que eu chegar lá, meu corpo estará alongado e ágil e minha cabeça estará clara. Prendo meu telefone em meu braço e conecto meus fones de ouvido, começando uma música de ritmo rápido para correr.

"Tchau" Eu falo quando puxo a porta aberta e corro escada abaixo.

Olho em volta do lado de fora, esperando ver um dos garotos na área. Alguns deles são melhores em ser furtivo do que outros. Quando eu não vi ninguém essa manhã no caminho para a aula, e agora com as ruas ainda vazias, eu me pergunto se Optimus tinha descartado seu detalhe de proteção.

Isso significava que a ameaça foi embora? Ou ele estava apenas cansado de perder tempo de seus homens me cuidando.

Eu tento ultrapassar isso, mesmo sabendo que iria ficar na parte de trás do meu cérebro, queimando um buraco até que eu tivesse respostas. Meus pés batendo no pavimento no tempo da batida da música. Era assim que eu gostava de correr. Eu tinha uma lista de reprodução especificamente para isso, músicas que me empurrava e fazia meu corpo continuar. Assim que eu cheguei no meio do caminho, vi algumas das meninas da X-Rated saindo de uma loja de conveniência na esquina. Eu chequei a hora no meu relógio e decidi que tinha alguns minutos para correr mais e alcançá-las. Eu não tinha muitas amigas no clube. Além de Harmony, as outras garotas do clube eram boas, mas nós nunca combinamos bem. Eu consegui, no entanto, dar-se bem com várias strippers da X-Rated. Elas eram diferentes, mais acessíveis e amigáveis. Para a maioria delas trabalhar como stripper era uma forma de apoiar a família ou como eu, conseguir fazer faculdade. Elas não estavam lá apenas para pegar os homens.

Lucy olha para cima quando ouve os meus passos se aproximando e seu rosto se ilumina imediatamente, "Chelsea!" Ela caminha na minha direção e me encontra com um abraço apertado.

"Ei! Como você está?" Pergunto, dando um passo para trás e devolvendo o sorriso largo.

"Ei, Chel." Kat dá a volta no carro e noto a pequena menina segurando a mão dela e se escondendo atrás de suas pernas. Eu fico confusa por um segundo. Kat tinha um menino em casa, não uma menina.

"Estou perdendo alguma coisa?" Eu brinco, sorrindo para a menina com cabelos escuros. Eu sinto a mudança no ar Kat e Lucy olham uma para a outra com olhos tristes. "O que está acontecendo?"

"Vamos levá-la para o carro, Jay." Ela me da um leve sorriso antes de levar a menina de volta para o carro.

Olho para Lucy e ela suspira. "Perdemos uma das garotas."

Eu inalo bruscamente. "Quem?"

"Hayley. Ela era muito nova, eu não tenho certeza se você a conhecesse."

Forço meu cérebro, tentando colocar um rosto ao nome. "Ela era jovem, doce. Eu acho que a conheci quando ela começou." Eu lembrava vagamente do encontro com a jovem no banheiro uma noite no clube alguns meses atrás. Ela estava nervosa sobre ir ao palco, não tão confiante como as outras garotas. Comecei a ligar os pontos.

"A menina era dela?" Eu aponto para o carro.

A cabeça de Lucy balança. "Aquela é Jayla. Ela vai ficar comigo até Op conseguir ajeitar as coisas."

"Por que Op está envolvido?" Pergunto, confusa.

Eu vi como os olhos de Lucy se encherem de lágrimas eu a puxei para perto, passando os braços em torno dela e segurando-a firmemente. Todas as garotas na X-Rated eram próximas, como irmãs. Perder alguém que se considera a família é difícil, mesmo se elas fossem razoavelmente nova.

Eu me afasto, mas seguro minhas mãos em seus ombros, seus olhos encontram os meus. "Alguém a matou, bem atrás da porta dos fundos na X-Rated." Ela funga. "Encontrei-a, lá deitada ao lado do lixo."

Meu coração dispara e, no momento, eu sabia que a ameaça não tinha sido eliminada. Era exatamente o oposto. A ameaça de violência foi embora. Alguém havia sido morto e não havia nenhuma dúvida em minha mente que isso estava relacionado, e era por isso que Op estava tomando controle do futuro de Jayla. Eu me senti mal e de repente um pouco paranoica.

"Jayla não tem família?"

Lucy limpa as lágrimas enquanto balança a cabeça de um lado para o outro. "Ninguém quer ela de qualquer maneira. Hayley foi expulsa de casa quando seus pais descobriram que estava grávida. E, tanto quanto eu sei, ela nunca disse a ninguém quem era o pai."

Meu coração afunda. "Eles vão colocá-la em um orfanato."

Lucy estende a mão e aperta meu braço. "Op e Connor disseram que não vão deixar isso acontecer."

Apenas ouvir isso me faz sentir um pouco melhor. Eu acreditava em Optimus e na quantidade de carinho e amor que está dentro dele. As pessoas olhavam para ele e viam um motoqueiro assustador, mas isso era porque ele usava uma casca dura. Não sente a necessidade de impressionar as pessoas, era quem ele era e foda-se se você não gosta.

Eu senti meu celular vibrando contra meu braço e puxo-o para ver que Deacon está tentando me chamar. Eu dou a Lucy outro abraço rápido e abaixo a cabeça pela janela para dizer adeus a Kat que estava entretendo uma Jayla rindo. Jayla ficaria bem. Ela tinha tantas pessoas que se preocupava com ela, e o clube apoiando ela. Ela faria isso. Eu sabia.

Meu telefone começa a tocar de novo quando volto a correr. Não me incomodo em responder. Eu estaria na academia em menos de cinco minutos, se eu pegasse meu ritmo e o manter-se até lá. Eu poderia fazer isso. Nasci para isso.

Eu voo através das portas da academia, respirando pesadamente. Inclino-me, segurando meus joelhos e tentando diminuir minha respiração. Meus pulmões queimam em protesto.

"Oh, você está aqui. Eu vou ligar e cancelar aquele grupo de busca."

Eu não olho, para cima, levantando minha mão e apontando para Deacon meu dedo do meio. O ouço rir e ele agarra meu braço e começa a me puxar para a parte de trás da academia, onde há dez ou mais mulheres sentadas nas bicicletas de rotação. Eu ainda estou tentando recuperar o fôlego quando percebo o que está acontecendo. Há uma turma de bicicleta aqui esperando por um instrutor. Deacon sorri e eu geme, dobrando meu corpo outra vez.

"Senhoras, Chelsea aqui vai instruir vocês hoje. Boa aula." Ele me dá um tapinha nas costas, mas antes que ele pudesse sair, pego seu cotovelo.

"Eu vou matar você por isso." Eu sussurro antes de empurra-lo para longe. Tudo o que eu ouço é sua risada ecoando no espaço aberto da academia, mesmo acima dos grunhidos e gemidos de pessoas que malhavam.

Eu olho para a bicicleta de rotação.

Talvez correr para o trabalho não fosse uma boa ideia.


Capítulo 33

 

"Eu... desisto..." falo entre suspiros de ar. "Você é... um... filho da puta."

Deacon apenas sorri para mim por trás da recepção quando eu agarro nela. Minhas pernas pareciam gelatina. Aulas de bicicleta são bastante difíceis, e fazer isso logo depois de correr para o trabalho era como o inferno. Meu corpo estava encharcado de suor, e tropeçando até onde ele estava sentado tinha me feito sentir como Bambi tentando andar pela primeira vez.

"Pensei que você fosse uma maratonista?" Ele retruca com sarcasmo. "Onde está a sua resistência?"

"Foda-se." Mostro minha língua de uma forma totalmente infantil, mas eu não me importo.

Ele se afasta do computador e caminha ao redor da recepção, seu sorriso espertinho voltando-se para em um sorriso genuíno. "Você foi muito bem. Estou impressionado." O elogio foi afetuoso. Parecia bom.

"Posso sentar agora?" Eu pergunto com uma risada.

"Certo! Nós temos outra aula começando em vinte minutos. Como você se sente sobre aeróbica?" Ele balança as sobrancelhas e eu solto um gemido.

"Ótimo. Eu me sinto ótima sobre isso." Eu murmuro enquanto ando, com as pernas ainda tremendo debaixo de mim.

Felizmente para mim, um dos trabalhos da faculdade que eu peguei foi instruir. Variou de exercícios para duas pessoas para grupos com aptidão. Algumas pessoas da minha turma não tinham gostado da atenção, mas eu realmente não me importei. Eu meio que amava o sentimento de unidade à medida que todos se moviam juntos com a música. Pego uma garrafa de água da grande geladeira que está ao lado da recepção, enquanto caminho eu bebo a metade. Eu amo a sensação do líquido frio enquanto desce pela minha garganta e se estabelece no meu estômago.

Há uma pequena área de descanso perto da porta da frente com alguns sofás, uma mesa de café, e algumas revistas, então eu sento nas almofadas macias, com um suspiro satisfeito. Os músculos em minhas pernas gritam 'obrigado, porra, por isso.' Folheio uma revista por um tempo, não realmente lendo nada, mas apenas olhando as páginas. Quando vejo Deacon caminhando na minha direção, eu solto um gemido.

"Ainda não. Você disse vinte minutos." Eu anuncio, segurando a revista na frente do meu rosto. O ouço rir e olho por cima. Ele ainda está vindo em minha direção, mas isso quando o mundo começa a abrandar. Eu juro que foi como assistir a um filme de ação em câmera lenta.

O sorriso arrogante derrete do rosto de Deacon e suas mãos estendem para mim. De repente, ele parece petrificado e mesmo quando chama meu nome minha mente ainda não pode calcular o que está acontecendo e por que ele se tornou tão frenético.

Isso foi até que há uma explosão atrás de mim e vidro começam a cair em torno de mim como uma chuva espumante impressionante. Brilhava ao sol da tarde e se espalham por todo o chão. A revista cai de minhas mãos. Sou puxada para os braços de Deacon e ele nos joga ao chão. Eu não consigo respirar. Eu não tenho certeza se é pelo o corpo de Deacon estar grudado em cima do meu, me cobrindo quase que totalmente, ou se é pelo meu estado de choque. Eu posso ouvir gritos, e com o meu corpo pressionado contra o chão eu posso sentir as batidas dos passos correndo. Eles estão fugindo.

Eram tiros.

Meu cérebro finalmente entende isso.

Houve uma torrencial descarga de tiros quebrando as grandes janelas de vidro que cobriam a frente da academia e atingiam o equipamento. Alguém estava atirando em nós. A chuva de balas parou momentaneamente e Deacon não perde tempo em levantar e me empurrar pelo chão. Tento lutar para ficar de joelhos, mas estou em pânico e meu corpo não faz o que eu tento dizer a ele.

"Os vestiários! Precisamos chegar aos vestiários." Deacon vibra em meu ouvido quando me da outro empurrão, me deslizando pelo chão de madeira. Subo em minhas mãos e joelhos com ele diretamente atrás de mim. Outra onda de balas começa e eu grito, curvando-me em uma bola e cobrindo a cabeça. Eu sinto um gancho de braço em volta da minha cintura e estou sendo puxada pelo chão, vidro e pedaços de madeira atingindo contra a minha pele.

"Leve-a," Eu ouço Deacon gritar, e tento levantar do chão.

Eu salto enquanto alguém corre comigo no corredor. A porta para o vestiário se abre e sou colocada suavemente sobre um dos bancos de madeira. Eu não tenho uma boa olhada no cara que me jogou lá porque assim que sou largada ele corre de volta para onde viemos. Meu corpo treme. Foi tudo muito real, mas ao mesmo tempo tudo que eu consigo pensar é que este devia ser um pesadelo.

Viver com os Irmãos me fez ver muitas brigas de bar, esfaqueamentos e as armas sendo apontadas. Mas eu sempre soube que estava segura, eu sabia que elas não eram para mim.

Isso... isso era para mim.

Eu posso sentir isso no meu interior, e assim que a descoberta me atingi eu corro para o banheiro e esvazio o conteúdo do meu estômago na tigela branca brilhante.

Eles estavam vindo para me pegar.

Não havia ninguém aqui para me proteger.

Eu não tenho certeza quanto tempo fico sentada lá, enrolada no chão frio, mas parece uma eternidade. Esperando alguém entrar e acabar com a minha vida. A porta do vestiário bate de novo e eu movo meu corpo mais perto do vaso sanitário, pensando por algum motivo estúpido que eu poderia estar escondida.

"Chelsea." Ouço a voz de Deacon e me levanto. Salto sobre ele assim que aparece à vista. "Oh, graças a Deus." Ele passa os braços em volta de mim e me segura com força, que era o que eu precisava no momento.

"Oh meu Deus, Deacon. Precisamos sair daqui!" Meus dedos apertam seu braço, mas ele nem sequer pestaneja. "Eles já foram? Alguém chamou a polícia."

Seus braços lentamente me soltam e dou um passo atrás. Seu rosto é de pedra, quase frio.

"Deacon..."

"Eles estão aqui."

Meus olhos se arregalaram. "Quem está aqui?"

"A polícia."

Eu sinto a tensão no meu corpo lentamente começar a se dissipar e o ar sibilando fora de mim em alivio. Embora eu não fosse uma grande fã da polícia, vivendo com os Brothers by Blood nós éramos sempre vistos com um olhar negativo. Eles muitas vezes nos prendiam sem razão ou apenas faziam comentários lascivos. Eu sabia que eles tinham suas razões para desconfiar, mas alguns levavam isso para outro nível.

"Ok" Eu digo, minha cabeça balançando. "Eles estão lá fora?"

Ele balança a cabeça, os olhos em mim. Eu estou com medo pela intensidade súbita dele.

"Eles estão aqui." Sua voz resmunga. "Eu sou um."

"Você é o quê?" Engasgo.

"Um policial."

Eu me afasto dele. "Não, você não é."

Ele estende a mão e eu vacilo. "Chelsea, vamos lá. Sou só eu."

"Não! Não é apenas você" Retruco, apontando o dedo acusador. "Eu nem sei quem você é."

Outro homem que eu tinha visto algumas vezes na academia e durante a minha segunda noite de diversão que falhou com Rose entra no vestiário e olha ao redor freneticamente. "Temos que ir. Eles ainda estão lá fora, mas podemos sair pelos fundos."

"Que diabos está acontecendo, Deacon?" Eu exijo, olhando para ele e para o outro cara. Ele anda e agarra a minha mão, me puxando com ele para fora do vestiário indo para o corredor. Tento voltar, mas ele continua a me arrastar com ele, nem mesmo olhando para trás. Eu pego um vislumbre da destruição que está na frente da academia antes de ser puxada para o lado oposto.

"Oh Deus. A academia está cheia de pessoas, há alguém..." Meus lábios tremem.

"Noventa por cento era meu pessoal." Diz ele, incapaz de me olhar. "Há alguns arranhões e contusões, nada grave, estávamos preparados." Minha boca está aberta enquanto eu continuo a deixar que ele me puxe junto com ele. "Eles estão nos esperando lá atrás?" Ele pergunta a seu amigo que corre do nosso lado.

"Sim." Ele empurra as portas duplas e elas se abrem, batendo contra a lateral do prédio e fazendo-me saltar.

Havia um BMW preto estacionado em frente com o seu motor funcionando. "Entre" Deacon grita para mim quando abre a porta de trás do carro.

Eu congelo por um segundo. Ele era a polícia. Penso que ele tinha sido meu amigo, mas ele tinha mentido. Eu estou com raiva, e com medo. Pensando sobre os tiros e a forma como as janelas da academia tinham quebrado, e agora eu estou correndo pela minha vida - de novo.

Sinto meu corpo ser levantado do chão e enfiado no banco de trás do carro, mas minha mente está em uma névoa. Eu não luto. Eu apenas deixo Deacon me manobrar para que ele possa entrar também e fechar a porta.

O passeio é rápido, Deacon mantém uma mão na minha cabeça, segurando-a para baixo e fora da vista. Eu finalmente coloco meus pensamentos em ordem e estou pronta para virar e atacar-lhe verbalmente quando paramos. Olho para cima, nós estávamos do lado de fora do meu apartamento e de Rose.

"Ninguém nos seguiu. Vamos entrar." Diz ele, liberando seu aperto sobre mim e deslizando para fora do carro. Eu sento lá. "Vamos lá, Chelsea. Temos que ir para dentro antes que eles apareçam. Nós somos alvos fáceis."

"Eu não vou a lugar nenhum com você," Zombo, pressionando minhas costas contra a porta como um animal enjaulado. "Leve-me para o clube." Eu exijo, não sabendo onde mais eu poderia ir, mas sabendo que estaria segura lá com os irmãos.

"Não há dúvida de que eles já estão a caminho, nós temos coisas para discutir antes deles se intrometerem." Ele me diz com sinceridade, apoiando-se na porta. Eu tento me empurrar ainda mais para longe dele, mas a porta atrás de mim se abre de repente e eu caio para trás. Alguém coloca as mãos debaixo dos meus braços e me levanta do veículo. Eu me contorço, tentando me libertar, mas eles seguram firme, me puxando em direção à escada que leva até a porta da frente. Deacon segui o rosto sério e severo.

Eu finalmente fico de pé no topo das escadas. "Abra a porta, Chelsea."

"Foda-se, Deacon." Eu cuspo, cruzando os braços sobre o peito.

Ele suspira. "Gavin, abra a porta."

Ouço chaves farfalhando atrás de mim antes que a porta se abra e Deacon me conduza para dentro.

"Você tem as chaves do meu apartamento?" Engulo em seco.

Ele dá de ombros, fechando a porta atrás de nós e passando por mim em nossa pequena cozinha. "Eu tenho um trabalho a fazer, é necessário."

Gavin move-se para ficar na frente da porta, bloqueando qualquer saída que eu pensasse em ter. Olho para ele. Ele é um cara de boa aparência, ombros largos, cintura em boa forma, tatuagens que giram os braços e contradizem sua camisa extravagante. Tudo o que ele faz é sorrir para mim como se estivesse apreciando essa merda.

"Chelsea, nós precisamos conversar."

Eu ando apressadamente pela cozinha, abrindo um armário, encontrando um grande copo e enchendo com água. "Eu não tenho nada a dizer a você." Eu digo a ele quando tomo a água praticamente em um só gole. "É por isso que você está aqui? Você acha que eu vou te dizer alguma coisa sobre o clube só porque você me ajudou a sair." Eu zombo.

Ele planta as duas mãos sobre a mesa e se inclina. "Neste momento, eu não dou a mínima sobre o clube. Eu dou a mínima por você e para o fato de que precisa estar segura."

Eu rio. "Isso é uma piada. Leve-me para o clube. Eu estarei segura lá."

"Estou feliz que você ache isso tão engraçado. Sair com o mesmo clube que matou seus pais."

Meu coração para e o copo cai da minha mão, fazendo barulho na pia.

"O que diabos você acabou de dizer?"

Ele corre os dedos pelos cabelos e suspira profundamente. "Este não é o jeito que eu queria ter essa conversa."

"Essa não é uma conversa. Isso aqui é besteira, porque você está errado." Eu digo apontando e balançando um dedo irritado para ele.

Ele balança sua cabeça. "Você sabe, eu gostaria de estar. Mas a evidência aponta para exatamente isso."

Eu olho para ele. Não acreditando nisso por um minuto. Meus pais não eram pessoas más e o clube nunca foi atrás de qualquer um a menos que eles fossem uma ameaça à sua família. "Quem é você?"

"Sente-se, Chelsea." Ele murmura, sua postura agora completamente começando a ceder quando ele abaixa a cabeça.

"Eu não..."

Sua mão bate na mesa. Eu vacilo e recuo. Mesmo que a mesa da cozinha esteja entre nós. Deacon não era o homem que eu pensei que fosse. Eu não tinha certeza do que ele era capaz.

"Sente-se... por favor." Eu engulo e puxo uma das cadeiras e me arrasto para ela. Ele fez o mesmo, mantendo os olhos em mim o tempo todo. "Gav, vai lá para fora."

"Claro!" Ouço a porta abrir e fechar e a tranca fechar novamente.

"Fale" Eu digo com firmeza, tentando juntar algum tipo de força.

Ele aperta suas mãos juntas na frente dele. "Você se lembra muito sobre seus pais?"

Eu sinto a reviravolta familiar dentro de mim, trazendo à tona memórias antigas não é algo que eu goste de fazer. Claro que havia algumas coisas, pequenos fragmentos do que a minha vida tinha sido assim antes deles morrerem, mas nunca o suficiente para realmente colocar qualquer coisa junto. "Lembro-me de algumas coisas. A minha mãe na cozinha, eles correndo no quintal, à noite em que foram mortos. Fora isso, não, não realmente."

"Eu os conhecia." Ele limpa a garganta. "Eu conhecia você."

Eu fiz uma careta. "Isso não é possível."

"Nossos pais trabalhavam juntos. Eles eram amigos." Ele revira os ombros como se estivesse tentando liberar algum tipo de tensão. "Nós nos encontramos um par de vezes, mas meus pais eram separados, então eu estava mais com a minha mãe do que com meu pai."

"Por que você está me dizendo isso, Deacon? Eu não entendo onde você está indo com essa conversa louca." Minhas pernas balançam debaixo da mesa. Ouvindo-o falar de meus pais era estranho. Eu nunca conheci ninguém que os tenha conhecido. Minha mãe era apenas uma criança e seus pais tinham falecido. A família do meu pai, do que eu sei, não tinham um ótimo relacionamento com ele e não me queria.

Ele não disse nada até que eu olhe para cima novamente e nossos olhos se encontram. "Seu pai estava com o DEA4. Assim como o meu. Assim como eu estou agora."

Minha boca fica completamente seca. "Ele era... Eu não... Eu não me lembro." Lágrimas começam a brotar nos meus olhos. Falar sobre meus pais era bastante difícil, mas ter alguém sentado aqui e dizer-me coisas sobre eles que eu nem sabia, estava deixando minha cabeça bagunçada.

Isso era real? Ele estava dizendo a verdade?

"Nossos pais eram muito parecidos. Eles optaram por não levar o trabalho deles para casa. Seus trabalhos eram perigosos e eles tentaram o melhor para não deixar isso nos afetar."

Eu queria desesperadamente lembrar. Só uma coisa, um pequeno lampejo que me dissesse que ele estava dizendo a verdade. Agarro a borda da mesa. "Como eu sei? Como eu sei que você está me dizendo à verdade, e isso não é apenas uma manobra para afetar o clube?"

Vejo um lampejo de raiva em seu rosto e seus punhos apertam. "Meu pai teve que viver com a lembrança de um de seus melhores amigos serem assassinados. Seu pai e sua mãe morreram por causa dessa porra de clube." Ele bate com o punho na mesa. "O mesmo clube que você foi se prostituir pelos últimos anos!"

Eu me afasto da mesa e fico de pé bruscamente. "Não é verdade! Eu os conheço! Você não tem ideia de quem são ou o que eles representam. Eles não fariam isso!"

Ele ri, mas não é preenchido com diversão. É sombrio. "Você está tão envolvida com o presidente deles que não pode ver além do fato de que eles são criminosos – fodidos assassinos! Como seus pais se sentiriam, sabendo que você está dormindo com os homens que os levaram para longe de você?"

"Cale-se! Apenas cale a boca! Você não tem direito de falar por eles." Eu grito.

"Se você concorda comigo ou não, as evidências não mentem. Eu vou te provar isso e vou destruí-los." Ele zomba, seus lábios curvados em desgosto. "Você vai me agradecer quando descobrir a verdade."

Os barulhos das motos descendo a rua enchem o apartamento. Meu corpo enche de alívio e eu não me importo o que ele tem a dizer. Agarro os meus cabelos em minhas mãos.

Eu conheço aqueles homens.

Eu sei que isso não é deles.


Capítulo 34

 

Bang! Bang! Bang!

Eu sabia que não teria tomado muito tempo para a noticia chegar a Optimus sobre os tiros na academia. Olho para Deacon, que está de pé, braços cruzados no meio da nossa pequena cozinha. Eu suspiro e esfrego as têmporas enquanto caminho para a porta.

Eu mal destranco quando a porta se abre, quase me atingindo. Meus pés estão fora do chão antes que eu tenha tempo para falar. Um braço em volta da minha cintura e uma mão pressionada contra a parte de trás da minha cabeça.

"Eu tenho você, Blackbird." Ele diz calmamente no meu ouvido. "Eu tenho você."

Agarro-me ao seu colete, o meu corpo desejando seu cheiro, seu toque, e sua voz.

"Op, eu estou bem." Eu murmuro em seu peito, mas ao mesmo tempo eu tento puxá-lo ainda mais perto.

Ele levanta-me do chão, minhas pernas inconscientemente envolvendo em torno de sua cintura e meus braços ao redor de seu pescoço enquanto ele me leva mais para dentro do apartamento. O som pesado de botas nos segue e eu olho por cima do ombro de Op para ver Leo, Blizzard, Slider e Ham preencher o espaço pequeno. A sala fica em silêncio por alguns minutos até que Optimus começa lentamente a me colocar de pé.

Não demora muito antes dele virar para Deacon. "Que tipo de merda você está metido para que tenha pessoas atirando na frente de sua loja?" Ele grita.

Obviamente, ele não tem ideia de quem tinha atirado na loja e que eles estavam realmente lá por minha causa. "Op, isso não é ..."

"Isso é um engano considerando que foram atrás dela, não de mim." Deacon atira de volta. "Quer me explicar porque a máfia italiana está atrás de Chelsea?"

Optimus avança para ele, mas Deacon se mantém firme. Tento chegar até eles, mas Leo me segura com as duas mãos sobre meus ombros.

"E como diabos você saberia qualquer coisa sobre a máfia italiana." Optimus rosna, apontando para Deacon acusador.

Deacon olha por cima do ombro de Op com um sorriso espertinho no rosto. "Ele realmente não percebeu isso."

Optimus agarra a frente da camisa de Deacon em seus punhos, levanta-o do chão e bate-o contra a porta da minha geladeira. "Eu estou a cinco segundos de colocar uma bala em você por mim mesmo se você não começar a falar..."

"Optimus, pare!" Eu grito, tentando ficar longe de Leo, sem sucesso.

"Cinco."

Vejo o sorriso presunçoso de Deacon quando Op o solta e enfia a mão na cintura na parte de trás de sua calça jeans para retirar sua arma. Deacon está apenas procurando uma desculpa para prender Optimus e os garotos. Eu não tinha certeza qual era sua vingança, mas ele estava prestes a conseguir o seu desejo.

"Quatro."

"Optimus, não... por favor!" Eu imploro.

"Três."

"Ele é um policial." Eu grito e Optimus congela instantaneamente, voltando sua atenção do homem na frente dele para mim. Meu corpo cai, mas o alívio é de curta duração. "Ele é um policial pelo amor de Deus."

Deacon parecia um pouco decepcionado.

"Por que diabos você está saindo com um policial, Chelsea?" Ele rosna.

"Eu não sabia até pouco antes na academia." Eu digo, meu corpo completamente esgotado e pronto a desmoronar.

Optimus se afasta de Deacon, mas mantém sua arma enfiada na mão. Ele observa-o com apenas os olhos, assim como seu corpo se move em diferentes ângulos.

"Saia." Ele rosna, apontando para Deacon usar a porta.

"Não." Deacon mantém sua posição, aparentemente perturbado pelo ar de autoridade de Optimus que enche a sala.

"Isso não tem nada a ver com você." Optimus diz a ele, não deixando suas emoções controlar a situação. Ele está de volta ao rosto sério e inflexível. "Você precisa ir embora."

"Chelsea trabalha para mim, e quer você gosta ou não, ela é minha amiga." Deacon move-se para caminhar ao redor da mesa, mas eu me jogo entre eles, empurrando contra seu peito até que ele esteja de volta na cozinha.

Ouço um ronco alto atrás de mim. "Sim, claro." Blizzard zomba. "Você teve um tesão por Chelsea desde antes dela deixar o clube. E você convenientemente tinha um trabalho disponível praticamente no dia em que ela saiu do clube."

"Eu sabia que havia algo errado acontecendo. Ela precisava estar em algum lugar que eu pudesse manter um olho nela desde que todos vocês pareciam ter deixado ela ir, sabendo que ela estava em apuros."

Optimus encara-o, mas Deacon não vacila. A sala fica em silêncio por um longo tempo até Optimus finalmente quebrar a tensão, as palavras dele são para mim, mas seus olhos ainda em Deacon.

"Chelsea. Moto. Agora."

Eu engulo com força, mas concordo. Eu sabia que precisava ir com ele. Quando eu dou um passo para frente, sinto uma mão segurar meu cotovelo. Suspiro. "Deacon, está tudo bem. Eu preciso ir com eles."

"Não, você não precisa. Há outras opções, eu posso colocá-la na proteção até descobrirmos o que está acontecendo." Seu rosto está cheio de preocupação, a preocupação por mim e por minha segurança.

Eu balanço minha cabeça. "Este não é o seu problema. É meu. Eles irão me proteger, me manter a salvo."

Ele tosse uma risada. "Sim, exatamente como eles fizeram na semana passada, quando você saiu e eles te deixaram sozinha e com um alvo em sua cabeça."

"Ela nunca esteve sozinha." Optimus rosna. "Chelsea, agora."

Eu me solto do aperto de Deacon. Vejo a dor em seu rosto, mas eu não tenho certeza se era porque estava preocupado com a minha segurança ou se era porque havia sentimentos lá que corriam mais profundo do que apenas amizade e eu tinha acabado de cortar os laços. Eu nem sequer se importei se o estava deixando dentro da minha casa vazia. Só Deus sabe onde Rose estava.

Pego minha bolsa e sapatos na porta. Leo e Ham saem na nossa frente e Optimus me guia para fora com uma mão pressionada na parte inferior das minhas costas. Qualquer outra vez o gesto teria parecido romântico ou doce, mas eu sabia que ele não era um desses. Era um impulso vigoroso de alguém que não era mais um amigo, mas possivelmente uma ameaça.

Conversar com policiais era contra o regulamento interno do clube, mesmo para as garotas do clube. E, embora eu já não fosse classificada como uma parte do clube, havia coisas que eu sabia sobre o clube que se fosse contado à polícia poderia levar a uma tempestade de proporções épicas.

Sinto a mão de Optimus deixar minhas costas. "Blizzard leve ela."

Giro, mas Blizz rapidamente me pega com um braço em volta dos meus ombros e continua a me levar em direção a sua moto. Eu pego um vislumbre de Optimus voltando para a casa.

"Não!" Eu tento sair do aperto de Blizzard, mas o outro braço vem ao meu peito e me segura firme.

"Acalme-se princesa." Ele sussurra em meu ouvido.

"Ele vai fazer algo estúpido, você tem que pará-lo." Argumento quando me puxa para trás.

Blizz estala no meu ouvido. "Pensei que o conhecia muito melhor do que isso." Eu ouço as outras motos ligarem assim que um capacete é preso em minha cabeça. "Você tem outra merda que se preocupar. Optimus é o nosso presidente por uma razão, tenha um pouco de fé nele."

Eu luto contra o impulso de correr.

Mas dessa vez, eu não estava fugindo do problema, eu queria correr em direção a ele.

"Suba." Blizzard me solicita com um tapinha na minha bunda.

Olho para a casa por um minuto. Não há mais nada que eu possa fazer agora. Eu rapidamente afivelo o capacete debaixo do meu queixo e seguro seu ombro enquanto jogo minha perna por cima da moto.

Eu esperava que Blizzard estivesse certo.


Capítulo 35

 

Eu fecho a porta atrás de mim, mas espero até ouvir todos as motos dos meus irmãos ligarem e descerem a rua antes de entrar no pequeno apartamento.

O policial está sentado na pequena mesa de Chelsea no centro da sua cozinha, batendo os dedos impaciente na superfície de madeira. "Eu achei que você não tinha terminado ainda."

"Fique longe dela e não teremos nenhum problema." Eu digo com firmeza.

O canto de sua boca vira, mesmo com a minha advertência. "Ela é única não é?"

"Ela é minha, é o que ela é."

Ele finalmente olha para mim. "Isso é engraçado porque eu não vi você atirando-se sobre ela quando uma chuva de balas estilhaçou as janelas da academia."

"Você está tentando protegê-la ou entrar em suas malditas calças?" Seus punhos apertam e eu sei que bati em um nervo. Eu sorri. "É isso aí, não é? Você está chateado que ela não escolheu você."

"Ela não é, obviamente, tão inteligente quanto eu pensei se prefere andar com alguns motoqueiros mal criados do que ter a proteção adequada." Ele fala.

"Por que você está aqui?" Pergunto, cruzando os braços sobre o peito, doente da porra dessa dança em torno da questão. "O que você quer?"

"Eu quero saber quais são seus laços com a máfia italiana." Ele se levanta de seu assento, a cadeira debaixo dele raspa pelo chão. "Eu tenho acompanhado a família DePalma por um longo tempo. Eles nunca sequer pensaram em deixar à costa leste. Agora, de repente, Anthony DePalma decidiu visitar o Alabama, aparecendo em seu clube e visitando um estabelecimento dos Brothers by Blood."

Eu fiz uma careta. "Você não é apenas um policial."

Ele ri. "Não, não, eu não sou. Estou com a DEA."

Eu tento não agir surpreso. Uma coisa era um policial em algum momento estar farejando, fazendo perguntas, mas outra coisa era ter uma agência de aplicação da lei federal, jogando seu peso em torno de onde não era desejado.

"Seus amigos sabem sobre você ter um tesão por um de seus focos?" Provoco, apreciando vê-lo se contorcer. "Os Irmãos não têm nada a ver com a sua pequena investigação, então deixe isso em paz antes de encontrar mais problemas do que possa manipular."

"Não é assim tão simples, Bryce." Eu enterro meus dentes ao uso do meu nome verdadeiro, algo que ninguém exceto o banco, o coletor de impostos, e meu pai havia me chamado em anos. "Como eu disse, estão falando por aí que Chelsea tem um alvo em sua cabeça. Então, se você não está trabalhando com eles, o que diabos você fez para irritá-los?"

Dou de ombros e seguro minhas mãos para o lado. "As pessoas simplesmente parecem não gostar de mim. Eu não sei por que. Eu posso ser um cara muito legal quando está do meu lado bom."

"Este é o único aviso que você vai ter," diz ele enquanto caminha ao redor da mesa e se dirigi para a porta da frente, "se eu encontrá-la sozinha, eu vou levá-la, e confie em mim quando digo que vou colocá-la em custódia protetora, você nunca mais vai encontrá-la." Ele torce a maçaneta da porta e abre-a.

"Policial" Ele não vira o rosto para mim, mas para. "Essa é a minha advertência. Você tenta tirá-la de mim e eu te mato."

"As ameaças não vão bem com a aplicação da lei."

"Apenas um aviso justo."

Ele não responde, mas fecha a porta atrás de si. Assim que ouço o carro afastar-se do apartamento, eu puxo meu celular do bolso e disco.

Wrench responde após o primeiro toque. "Sim!"

"Eu preciso que você venha para a casa de Chelsea e Rose o mais rápido possível. O lugar precisa de um exterminador. Livrar-se de todos os insetos que você possa encontrar." Eu digo a ele.

O bastardo tinha tido uns bons minutos para plantar alguma coisa, e eu sabia pelo fato que ele tinha estado lá antes.

Não que Chelsea estaria vindo para cá.

Eu desisti disso.

Ao ouvir que a frente do seu trabalho tinha sido destruída, e não saber se ela estava viva ou morta, foi como a verificação da realidade do século. Não importa o que eu fiz, a única maneira de ter certeza que ela estaria segura era tê-la comigo. A única coisa que eu deveria ter visto em primeiro lugar.

Não importa se ela está no clube ou na porra da China, nós ainda tínhamos uma conexão e matá-la iria me destruir.

Eu foi estúpido em pensar que os meus inimigos já não soubesse disso, e que eu os estava enganando afastando-a para longe. A única pessoa que eu estava enganando era eu mesmo.

E isso acabou agora.

Assim que Estacionei minha moto ao lado do clube e coloquei meu capacete no assento, Blizzard sai pelas portas rapidamente, parecendo que estava pronto para matar.

"Onde você vai?" Pergunto quando ele passa por mim.

"A cadela não vai me ouvir."

Eu faço uma careta. "Chelsea?"

Ele prende seu capacete em sua cabeça com raiva. "Não, a porra da sua amiga."

Eu tive que rir, amiga de Chelsea, Rose, tinha deixado Blizzard muito nervoso desde que ele a deixou em casa do clube naquela noite. "Você vai trazê-la?"

"Se eles sabem onde Chel trabalha, eles vão saber onde ela vive." Ele monta sua moto e chuta o suporte para cima. "Mulher estúpida vai conseguir ser morta se ficar lá."

Eu balanço a cabeça em concordância. "Traga-a, mas ela vai ficar com você."

Ele me olha por cima em silêncio quando liga sua moto. Eu rio quando o vejo sair pelos portões, sua extremidade traseira deslizando para fora quando ele faz a curva e quase atropelando um dos prospects no processo.

A sala principal está cheia com os meus irmãos quando volto, muitos acolhendo Chelsea de volta com os braços abertos. Eu estou de lado e observo quando meus irmãos e as garotas do clube mostram a ela o quanto ela fez falta. Eu dou-lhes um momento antes de bater meu punho bem alto na mesa mais próxima, ganhando a atenção de todos. Eu preciso que todos ouçam o que estou prestes a dizer.

"Eu quero que todos ouçam com muita atenção." eu falo para o outro lado da sala, mas meus olhos estão apenas em Chelsea enquanto falo. Eu aponto para ela e seus olhos se arregalam. "Aquela mulher ali... ela é minha. Deveria ter feito isso há muito tempo, mas eu acho que sou um idiota. Então, agora todos sabem, eu estou a reivindicando, então é melhor todos vocês tratá-la com o respeito que uma Old Lady merece. "

Eu faço a varredura pela sala, certificando-me que cada um deles entendesse o que eu estava dizendo. Não havia rostos surpresos ou chocados, apenas sorrisos - todos, exceto um.

O meu olhar finalmente volta para Chelsea, que está de pé imóvel e quieta. Eu penso por um segundo que teria que persegui-la, que ela iria fugir. Mas eu acho que a minha garota finalmente entendeu isso.

Ela começa a andar em minha direção, passos rápidos, que logo se transforma em uma corrida quando salta direto em meus braços, nossas bocas se unindo como se fossem puxadas por um imã. Minhas mãos encontram sua bunda e suas pernas enrolam-se em torno dos meus quadris.

É um momento que eu nunca quis fim, finalmente tê-la completamente. Ela se afasta, mas rapidamente enfia a cabeça em meu pescoço.

"Leve-me para seu quarto." Eu a ouço sussurrar baixinho.

Ignoro os aplausos e vaias enquanto eu a levo para fora e subo as escadas para o meu quarto – nosso quarto. Eu nem estava na porta quando ela estende a mão para a bainha de sua camisa e puxa-a sobre sua cabeça. Rosno, pressionando meus quadris contra ela quando entro e fecho a porta com o pé. Eu a jogo na cama e ela cai com um salto. Rapidamente se inclina para frente e pega meu cinto, mas eu agarro em sua mão. Ela olha para mim com curiosidade.

"Espere." Eu digo suavemente.

"Eu não quero esperar, eu quero você." Ela diz, impaciente, sua outra mão estendendo para mim. Pego essa também e puxo-a da cama então ela está em pé na minha frente.

Eu aperto suas mãos na minha e seguro elas presas. "Eu disse espere."

Ela olha para mim, com a cabeça inclinada para o lado em curiosidade. Limpo a garganta. Eu não tinha certeza do que eu queria dizer, então eu paro de pensar e deixo apenas as palavras saírem. "Eu sinto muito. Fui estúpido em pensar que poderia afastá-la e isso iria resolver todos os nossos problemas. Aquele policial estava certo, se ele não tivesse lá cuidando você, eu poderia tê-la perdido. Tudo porque eu fui muito teimoso para ver meus erros." Eu balanço a cabeça, tentando limpar todo o ruído. "Eu mandei Sugar e Harlyn para longe e elas ficaram a salvo. Pensei que, ao fazer a mesma coisa... não importa. Isso foi um erro. Um que eu estou tentando corrigir agora."

Seus olhos começam a brilhar e eu solto um gemido. "Eu estou tentando fazer o certo e você está chorando."

Um riso suave escapa de seus lábios. "Você fez isso muito melhor do que certo, Op. Não me interprete mal, eu provavelmente irei trazer isso em um futuro próximo, apenas para mantê-lo humilde - é o que as mulheres fazem. Mas agora estou aqui, com você. Isso é tudo que importa."

Eu solto suas mãos e empurro meus dedos pelos seus cabelos. "Porra! O que diabos eu estava pensando antes?"

"Há uma coisa que você pode fazer por mim." Ela diz com delicadeza, olhando para mim através daqueles belos cílios longos.

"Diga, é seu." Eu estou determinado a fazer essa mulher feliz, não importa a que custo.

"Foda-me." Eu assisto seus lábios moverem-se e formar as palavras foda-se se não fosse a coisa mais sexy que eu já vi.

"Fodo sim, Baby."


Capítulo 36

 

"Para onde estamos indo?" Eu resmungo enquanto Optimus me puxa pelo corredor.

"Igreja."

Eu suspiro. "Então, por que eu não posso apenas deitar na cama e esperar por você?"

"Porque hoje, você está junto comigo."

Paro de repente, fazendo-o parar. "Você é o que agora? Isso é mesmo permitido?"

"Notícias novas, Blackbird. Eu sou a porra do presidente. E eu digo por hoje, é permitido." Ele revira os olhos enquanto continuo a olhar para ele. As mulheres não eram permitidas na igreja nunca. "Vamos foder mais tarde."

Eu o deixo continuar me arrastando pelo corredor, através da sala principal e no interior das portas duplas que continham a sala onde se realizava as reuniões deles. Todos os irmãos inseridos estavam lá. Todos olharam para mim, mas nenhum deles parecia surpreso. Eu assumi que Optimus já tinha avisado a eles. Optimus senta-se à cabeceira da mesa, na cadeira de um grande rei, me puxando para o seu colo e me ajustando até que eu estivesse confortável antes de bater o martelo sobre a grande mesa de madeira.

Sua voz ressoa na pequena sala. "Obviamente, as coisas ficaram ruins e precisamos começar a nos aproximar porque estamos perdendo algo enorme aqui." Eu sempre fui fascinada pela maneira que Optimus manteve-se a frente de seus irmãos. A forma como eles olhavam para ele como um rei. Ele era o líder e cada um destes homens respeitava isso. "Blizzard, você quer começar?"

Blizzard assente. "Assim, o nosso cara da academia é uma parte do DEA. Diz que está seguindo DePalma e que isso o trouxe para nós."

A sala resmunga, a aversão óbvia por um policial aparente.

"Portanto, agora temos não apenas a Máfia atrás de nós, mas os policiais também?" Slider geme.

"Há mais do que isso," Sinto-me dizer antes de cobrir minha boca. Eu não sabia qual era o protocolo para eu poder falar. Dou a Op um olhar de desculpas, mas ele apenas olha para mim com curiosidade.

"O que você quer dizer?"

"Ele disse que conhecia meus pais." Eu digo calmamente, ignorando os murmúrios da sala e mantendo meus olhos conectados com o meu homem.

"Como?" Blizzard pergunta do lado esquerdo de Op. Ele se inclina para frente, ansioso para ouvir a minha explicação.

Eu digo a eles o que ele tinha dito, sobre meu pai ser um membro do DEA, sobre o clube ser responsável pela morte dos meus pais.

"Não é possível." Wrench diz imediatamente quando eu termino. Os outros membros todos assentem. Eu conheço aqueles homens. Eu não tinha dúvida de que eles não eram diretamente responsáveis. Mas o pensamento me ocorreu que ele não quis dizer este clube, em particular, mas sim outra fraternidade.

"Como exatamente ele acha que sabe disso? Se eles tivessem qualquer tipo de prova, alguém teria sido preso por isso há muito tempo." Blizzard declara, abrindo a pasta que ele tinha na sua frente e folheia as páginas.

Dou de ombros. "Ele disse que as evidências não mentem."

A sala ri.

"Eu amo como eles dizem isso, como se não tivessem evidencias falsas a fim de conseguir prender um grande criminoso." Diz Leo, sacudindo a cabeça com um sorriso.

"Sempre achei isso estranho." Blizzard murmura enquanto puxa uma única página e coloca-a sobre a mesa. "Os nomes dos seus pais nunca foram listados em seus registros adotivos. Tudo o que isso dizia era que sua mãe e pai foram mortos. Chelsea Weston, cinco anos de idade, sem endereço conhecido, nenhuma outra família. Nada veio quando tentamos procurar por seus pais. É como se eles não existissem."

"Meus pais não eram casados."

Blizzard fez uma careta. "Eles não eram casados?"

Eu balanço minha cabeça. "Eu tenho o nome da minha mãe. Não do meu pai. Lembro-me de perguntar por que, eles disseram que isso soava mais bonito. Eu estava feliz, isso foi bom o suficiente para mim."

"Foda-me, é verdade." Op murmura.

Wrench começa a digitar em seu computador. "Você se lembra do nome de seu pai?" Ele pergunta enquanto continua a escrever.

"David. Eu não sei o sobrenome dele. Ou eu não me lembro deles me dizendo." Eu suspiro e Optimus me aperta um pouco mais firme. Tinha sido um longo tempo desde que eu tive que ter uma conversa tão profunda sobre os meus pais. Meu peito estar começando a doer.

"David Blackwell, DEA falecido 1998." Minha mão vai direto para a minha boca enquanto ouço Wrench ler em voz alta seus resultados de busca. "Nada dizendo que ele tinha uma filha."

"Isso não iria aparecer." Blizzard diz olhando para mim. "Eles esconderam ela, então quem matasse os pais não seriam capazes de encontrá-la."

Eu olho para ele em choque, minha mente lutando para encontrar uma maneira de contornar o que eu estava ouvindo. "Você quer dizer que havia possivelmente pessoas lá fora, pessoas que poderiam ter me levado e cuidado de mim? Mas o governo decidiu me colocar no sistema para que eles pudessem me esconder?"

"Foi uma escolha inteligente realmente." Diz Leo, olhando para mim com olhos tristes. "As crianças se perdem no sistema. Mudando de lar adotivo para lar adotivo. Se eles irão desaparecer? Ninguém se importa."

"O que aconteceu com coisas como proteção a testemunhas?" Eu estou com raiva, eu queria gritar. E se há pessoas lá fora? Família, amigos, pessoas que poderiam ter me criado. Mas ao em vez disso, eles me jogaram no sistema, esperando o melhor, mas esperando o pior, o pior é que eu iria simplesmente desaparecer.

"O que eu quero saber é porque eles acham que foi o MC? O que eles têm que constitui uma prova, mas isso não é suficiente para atingir o clube?" Wrench pergunta curiosamente enquanto ele parece se perder na tela de seu computador, seus dedos voam sobre o teclado.

Eu me enrolo mais perto de Optimus e ele coloca o rosto no meu ombro. "Sinto muito, Blackbird."

"Acha que eles estão nos enquadrando?" Slide pergunta curioso.

"Há possibilidade." Blizzard concorda. "Mas quem? A DEA ou quem os matou?"

Optimus limpa a garganta. "Leo, ligue para Kit e veja se você pode falar com Oz. Vê se ele sabe alguma coisa sobre uma batida em um agente da DEA, e se alguém foi preso naquele ano? Qualquer coisa que possa ser útil. Se alguém souber... sei que vai ser ele. O velho bastardo é como a porra de um elefante, ele nunca se esquece."

Leo balança a cabeça, puxando o seu telefone enquanto sai da sala.

"Vamos fazer uma pausa, tentar recolher mais algumas informações antes de se sentar novamente e discutir." Optimus bate o martelo sobre a mesa e me bate na bunda duas vezes, me dizendo que ele queria que eu ficasse de pé.

Os garotos se dispersaram, mas Blizzard nos segue quando Op pega minha mão e me leva para a sala de jantar. Nós enchemos nossos pratos com o café da manhã e sentamos em uma mesa.

"Qual é a sua visão, cara? Para mim, essa é uma grande situação fodida." Optimus pergunta para Blizz quando ele se senta ao nosso lado.

Tento me concentrar na minha comida e colocar algo no meu estômago. Mas com toda essa informação rodando em torno na minha cabeça eu estava achando difícil comer alguma coisa.

Blizzard ataca sua comida. "Tem que ser a DEA, eu não sei de que outra forma explicar isso. De que outra forma alguém seria capaz de editar documentos do tribunal e os detalhes da prisão, em seguida, limpa-los assim? Não faz sentido."

"O policial disse que estava aqui seguindo DePalma. Mas ele já sabia disso e onde Chelsea estava ou foi apenas uma coincidência?"

"Minha cabeça dói." Eu murmuro com a boca cheia de comida que estava lutando para engolir.

Os olhos de Op suavizam quando olha para mim. "Sinto muito, baby. Mas precisamos resolver isso e rápido."

Eu suspiro, inclinando a cabeça em seu ombro. "Eu sei. É apenas uma responsabilidade muito grande. Eu estive desconectada dos meus pais desde que eu tinha cinco anos. Ninguém os conhecia. Ninguém falou sobre eles. E agora, de repente as pessoas estão aqui, me dizendo coisas que eu nem sabia sobre eles." Eu estremeço. "É estranho."

"Podemos falar sobre isso mais tarde, quando os garotos tiverem conseguido algo e teremos uma imagem melhor." Ele coloca seu braço em minha volta e me puxa para seu lado. Eu me sinto segura lá. Ele olha sobre minha cabeça para Blizzard. "Você não saiu ontem à noite para pegar Rose? Onde ela está?"

Blizzard sacode a cabeça e enfia alguns ovos em sua boca antes de falar. "Tentei encontrá-la, mas acho que está se escondendo de mim. Liguei para ela, e ela disse que estava bem, que estava hospedada com a família. Isso é tudo o que tive, e ela desligou."

Eu imediatamente endureço. Eu não gosto da ideia dela estar perto do seu pai. Embora, eu ainda tenha que conhecer o homem, ele parece um idiota completo.

Op me aperta. "O que está errado? Você acha que ela está em apuros?"

Blizzard fica instantaneamente em alerta, sua comida esquecida.

"Eu só não gosto do seu pai."

"Por quê?" Os dois me perguntam curiosamente.

Eu me mexo desconfortavelmente. Prometi a Rose que não iria contar a ninguém o que estava acontecendo com sua família e seu pai. Mas nós poderíamos protegê-la, o clube poderia cuidar e ajudá-la.

"Seu pai é um pouco... severo." Digo, tentando encontrar as palavras certas então isso não iria enviar Blizzard ao fundo do poço.

"Chelsea." Ele rosna, suas sobrancelhas vincando. "O que isso significa?"

Eu mordo meu lábio. "Ele quer que ela seja a melhor. Talvez espere um pouco demais dela e pega um pouco pesado."

Eu me encolho, enterrando-me mais profundo nos braços de Op quando o comportamento normalmente tranquilo de Blizzard tornou-se raiva. "Ele está batendo nela?"

"Às vezes eu penso que sim. Outras vezes ele fica mais criativo." Eu enrugo meu nariz enquanto lembro de ter visto a mão dela toda empolada e queimada.

"O hospital?"

Eu balanço a cabeça. "Ele forçou sua mão sobre a chama do fogão."

"Filho da puta!" Ele bate as mãos sobre a mesa, fazendo todos os nossos pratos saltarem e talheres dispersarem. "Por que você não me disse alguma coisa?"

"Calma, irmão." Optimus rosna.

"Porque eu prometi que não contaria. Eu lhe disse que iria ajudá-la quando chegasse a hora, mas ela tem que fazer essa escolha por si mesma." Digo a ele com tristeza. Eu me sinto horrível. Mas sei que se eu tivesse tentado tirá-la ou deixar o clube envolvido, ela teria apenas se afastado e começado a esconder as coisas de mim e eu nunca seria capaz de ajudá-la.

Blizzard se afasta da mesa. "Eu tenho que encontrá-la."

"Blizzard, por favor. Basta deixá-la! Vou ligar mais tarde e ver como ela está." Eu imploro para ele, esperando que ele não vá interferir. Não sabendo o que seu pai faria a ela se ele fizesse. Seus punhos apertam antes de soltar um grunhido forte e sair.

Op me deu um aperto. "Então, acho que ele gosta dela, não é?"

Eu tenho que sorrir. Blizzard é um bom rapaz, um pouco mulherengo, mas um bom rapaz. Talvez este fosse o seu momento de mudança. "Eu acho que ele gosta."


Capítulo 37

 

"Eu estou indo ajudar com a louça." Eu digo para Op, tentando me desembaraçar de seus braços, mas ele continua a me segurar com força.

"O termo 'Old Lady' significa algo para você?"

Eu sorrio. "Eu não tenho certeza, você pode usá-lo em uma frase, por favor?"

"Você não tem que lavar porque você é uma Old Lady." Diz ele sarcasticamente.

"Você sabe, alguns podem achar essa frase ofensiva." Eu sinto uma beliscada na minha bunda e pulo. "Ai!"

Eu olho para ele, mas ele apenas sorri. "Isso é o que você ganha por ser uma espertinha."

Eu cruzo os braços sobre o peito. "O que acha sobre essa frase. Agora eu sou sua Old Lady e eu não tenho medo de lhe bater na frente de seus irmãos."

Eu ouço uma meio-risada em choque vindo de Slider, que está sentado na mesa ao lado. Ele bate o punho em seu peito para limpá-la antes de sorrir para nós. "Bro, é por isso que eu não tenho uma delas."

"É só esperar." Op resmunga baixinho. "Tudo bem, vá ajudar."

Eu me inclino e beijo sua bochecha. "Eu vou encontrá-lo quando terminar e podemos voltar para a cama."

Seu rosto azedo se transforma em um sorriso e ele me bate na bunda enquanto me afasto. Eu não poderia deixar de sorrir enquanto ando para a cozinha.

Eu era uma Old Lady.

Não era só isso, porém, eu era a Old Lady de Optimus. Eu era sua mulher. No entanto, eu não tinha vindo aqui em busca de pertencer a alguém, a sensação de que eu tinha naquele momento era esmagadora. Meu coração está se juntando de volta. Eu finalmente tenho o homem que eu amo, finalmente encontrei o lugar que eu pertencia.

E depois de todo o sofrimento e dor que eu tinha passado em minha vida, eu poderia finalmente dizer que valeu a pena. Valeu a pena lutar por outro dia, semanas, meses, anos. Valeu a pena tudo isso.

Eu cantarolo para mim mesma enquanto empilho os pratos e começo a esfrega-los na água quente. Eu não me importo de ajudar. Eu tinha feito isso por tanto tempo agora, que eu senti que era apenas uma parte da minha rotina. Só porque Op tinha me tomado e me reivindicado como dele, não me faz sentir como se eu fosse melhor do que as outras garotas que ficaram aqui.

Eu não sinto que tenha subido de nível e ser digna de mais do que elas eram. Eu sabia o que parecia ao ser desprezada por causa do que eu fiz para o clube, e eu me recusei a ganhar essa mentalidade. Todos nós tomamos medidas na vida para melhorar a nós mesmas, para algumas garotas assim era e assim estava bem.

Eu estava no meio da enorme pilha de pratos quando sinto meu celular vibrar no bolso, o som de uma banda de rock popular Ashes and Embers ecoando na sala. Harmony tinha me apresentado à música da banda quando sua mãe era agente deles. Eu me apaixonei por eles. Esperançosamente, um dia eu seria capaz de encontrá-los também. Limpo as mãos em um pano de prato e tiro o telefone do meu jeans apertado, esperando que pudesse tirá-lo antes que parasse.

Eu vejo o nome de Rose na tela e freneticamente aperto o botão de resposta. "Oh meu Deus, Rose. Eu estava preocupada com você! Onde você está?"

"Ei, Chel. Eu sinto muito. Eu só... Eu tinha que ir ver minha família." Sua voz era suave e desconexa.

"Você está bem?"

Ela limpa a garganta. "Sim, hum... eu estou na verdade do lado de fora do clube. Eu preciso falar com você, você pode sair?"

"Eu vou ligar para os guardas, eles podem deixá-la entrar," eu digo a ela, tentando me lembrar de quem estava de plantão hoje.

"Não. Eu... eu não posso vê-lo. Eu preciso ver você. Por favor, Chelsea." Ela implora. Eu posso ouvir a tensão e as lágrimas.

Eu jogo o pano de prato sobre o balcão e vou para a porta. "Está bem, está bem. Eu estarei ai em um minuto."

Eu ouço um suspiro de alivio. "Ok, eu estou sentada sob as árvores, perto da estrada."

"Ok, eu vou estar ai em breve."

Olho ao redor da sala principal enquanto passo, Ham está no bar, mas não há outros irmãos ao redor. "Ei Ham, eu estou saindo do lado de fora do portão."

Ele levanta uma sobrancelha, parecia quase cômico. "Por quê?"

"Rose está lá, eu vou tentar convencê-la a entrar, mas ela não quer ver Blizzard." Reviro os olhos. Aqueles dois precisam arrumar essa merda, é óbvio que algo está acontecido entre eles, mas ela não quer me dizer o que é sempre que eu peço.

Ham ri. "Nossa, sempre muito drama com vocês, mulheres."

Eu aponto para ele e sorrio. "Vou me lembrar disso."

Ele apenas pisca e volta aos seus deveres, preenchendo os frigoríficos com álcool. Desde que Ham tinha me tirado fora da loucura naquela manhã no apartamento, ficamos mais próximos. Ham é descontraído e divertido, mas eu só tenho essa sensação de que ele sabe o que é sentir-se como se estivesse quebrado e perdido tudo.

Talvez um dia eu vá descobrir o por quê.

Eu passeio pelas motos que estão alinhadas lá fora. Não tenho certeza de onde Optimus tinha ido, provavelmente se sentar com seus irmãos enquanto descobrem toda essa merda. Optimus não era o tipo de líder para delegar e esperar não ser envolvido. Ele não fazia seus homens fazerem todo o trabalho sujo, ele estava sempre ali com eles fazendo o que podia para ajudar. Eu acho que é apenas mais uma razão pela qual eles o respeitam muito.

Eu sorrio enquanto caminho até o portão e encontro Neil e Kev. Gostaria de saber quem estava de plantão com Harlyn. Neil costumava tomar conta de Harlyn como se ele fosse sua sombra. Mas então, eu não tinha voltado por uma semana então as coisas poderiam ter mudado.

Kev me dá um sorriso amável. "O que há Chel?"

"Eu só preciso sair e falar com minha amiga Rose." Seu rosto muda rapidamente, então eu tento explicar antes dele me fazer calar. "Olha, ela precisa vir para que possamos cuidar dela, mas ela está um pouco distante por causa de Blizzard. Eu só preciso de alguns minutos para convencê-la a entrar."

"Onde ela está?" Pergunta Kev, ainda um pouco suspeito. Ele torce a alça do rifle automático que tem pendurado ao seu lado.

Nós dois saímos pela pequena fenda entre os portões e aponto na mesma rua onde eu podia ver a figura pequena de Rose sentada sob uma árvore abraçando os joelhos. Ela está perto o suficiente se os meninos precisassem correr, eles poderiam chegar até nós em menos de cinco segundos. Kev parece preocupado. Ele ergue o rifle e olha para a área.

"Você vai assustá-la, apontando essa coisa para ela."

Ele zomba. "Ela não está nem mesmo olhando nessa direção." Ele examina por um momento. "Ok, eu deveria ter uma visão clara, se algo acontecer, mas eu vou ficar aqui e observar."

"Obrigado, Kev!" Eu grito, correndo pela calçada para onde minha amigo está. Começo a falar quando chego mais perto, "Ei Rose, entra. Os garotos estão um pouco nervosos sobre nós estarmos - oh meu Deus!"

Atiro-me de joelhos na grama quando ela vira a cabeça para me encarar. Um de seus olhos está inchado e completamente fechado, e está virando um tom desagradável de roxo. Suas bochechas também estão inchadas e o centro de seu lábio cortados tão ruim que eu penso que poderia precisar de pontos. Há sangue em seus cabelos no lado do seu pescoço e rosto.

Sinto as lágrimas acumularem em meus olhos. "Oh, Rose. Querida, vamos lá. Vamos levá-la para dentro."

Eu estendo minha mão para ela quando eu me ajoelho no chão, rezando que ela vá aceitar. Foda Blizzard e o que ela sentia sobre o clube. Ela precisa de ajuda.

Ela balança a cabeça e mantém seus joelhos puxado com força. Um braço está aninhado ao peito – o que ela tinha queimado - mas dessa vez eu sabia que não era uma queimadura. Você poderia dizer claramente que ele foi quebrado pois um nódulo se projetava abaixo de seu pulso.

"Quem fez isso com você?" Eu sussurro, lágrimas entupindo minha garganta.

Um pequeno barulho vem da sua boca como se ele fosse concebido para ser uma risada. "Eu merecia. Eu não fiz bem o suficiente." Ela resmunga, soando como um fumante de dois maços por dia.

"Rose, você não merece isso. Eu não me importo se ele é seu pai. Ele devia se preocupar com você, ele devia amar você, não importa o quê." Eu tento aproximar-me, sentindo a necessidade de envolver meus braços em torno dela e levar toda a sua dor.

Esse foi o ponto em que meu mundo parou.

Tudo o que eu podia ouvir na minha cabeça era a palavra, não. Não, não, não, não, não.

A arma brilha na pequena quantidade de luz solar que passa através da sombra da árvore quando ela levanta-a do lado dela. Estava escondida ao seu corpo. Seu dedo está pressionado no gatilho e o cano está apontando diretamente para mim. Fico olhando para aquele buraco escuro, hipnotizada.

Era isso?

Eu pondero o que sentirei quando a bala me atingir.

Será que dói?

Mil pensamentos correm em minha cabeça até que seus soluços finalmente me puxam desse transe. Lágrimas escorrem do seu olho bom e ela tenta piscar como um lado estava ocupado visando a arma em minha cabeça e o outro eu assumi estava doloroso demais para se mover.

"Rose" Eu murmuro, não querendo assustá-la. "Rose, o que você está fazendo?" Meu coração está disparado, mas eu luto para manter a calma.

"Eu sinto muito." Ela chora baixinho. "Ele está me obrigando, eu não tenho uma escolha."

Eu queria olhar por cima do ombro e de alguma forma sinalizar para Kev. Eu duvido que ele possa ver o que está acontecendo quando meu corpo está bem na sua linha de visão, bloqueando Rose de seu ponto de vista.

"Quem? Seu pai?" Ela balança a cabeça lentamente. "Por quê?"

"Para me fazer provar a ele que eu sou digna de nossa família. Você tem que ser digno de usar o nome, DePalma."

Meu coração para.

Não. Não Rose.

Ela não era um deles. Ela não podia ser.

Rose era minha amiga. Ela me ajudou. Ela tinha me apoiado.

Ela funga. "Se eu não fizer isso, eles vão me jogar para fora e eu não tenho outro lugar para ir. Eu não tenho mais ninguém."

"Você tem a mim." Eu digo a ela, segurando a minha mão no meu peito e lutando para manter a náusea sobre controle. "Você tem a mim. Você tem o clube. Nós podemos protegê-la, nós podemos dar-lhe uma família. Por favor, Rose. Não faça isso."

Um olhar furioso veio em seu rosto. "Não." Ela retruca. "O clube é mau! O clube matou o meu avô. Eles mataram a minha família."

"Eles o quê?" Eu pergunto confusa, pronta para defendê-los, mas de repente ouço o guincho de pneus de carro.

"Chelsea!" Kev chama, ouço botas pesadas contra o pavimento.

"Pare! Ou eu vou atirar nela!" Rose grita enquanto se levanta, apontando a arma diretamente para mim, mas olhando por cima da minha cabeça. Um carro escuro para no meio-fio e a porta traseira se abre. "Ande Chelsea!"

Eu lentamente me levanto, verificando por cima do meu ombro para ver Kev de pé a poucos metros de distância, o rifle levantado e pronto para atirar. Eu não tinha dúvida de que Neil já estava correndo de volta para o clube para obter ajuda. Eu podia ver dois homens no banco da frente do carro, armas levantadas e apontando para Kev através do para-brisas.

Eu tinha que ir, ou isso iria se transformar em um banho de sangue.

Rose me segue com sua arma enquanto eu escorrego no banco de trás do carro. Atira-se atrás de mim e eu sou empurrada para trás no banco quando saímos do meio-fio.

O clube ficou para trás e eu estremeço.

Eu finalmente encontrei o meu lugar e isso está prestes a ser arrancado de mim outra vez.


Capítulo 38

 

"Eu acho que o quebra-cabeça está lentamente começando a fazer sentido." Blizzard observa, reclinado na cadeira do meu escritório.

"Sim, está tudo fazendo sentido, mas não está fazendo uma imagem muito foda." Leo resmunga enquanto anda pela sala. Blizzard, Leo, Wrench e eu nos reunimos para tentar chegar a um plano, ou pelo menos tentar entender o que diabos está acontecendo.

"Vamos acabar com isso tudo." Eu digo a meus garotos, inclinando-me com as palmas das mãos sobre a mesa na minha frente. Eu não posso sentar-me, meu corpo está muito ansioso. Leo tinha falado com o pai de Kit, Oz e ele foi capaz de clarear algumas coisas, incluindo o significado das datas e locais que tinham sido alterados sobre os registros de Leo e Wrench. Oz tinha estado em torno de quase todos os contatos do nosso presidente nacional - um bunda dura chamado Huntsman - e tinha ganho respeito. Se alguém grande no mundo do crime foi assassinado, eles sabiam sobre isso. Eles tinham isso porque, com mais um nome fora do jogo, isso significava que não havia dinheiro a ser feito.

"Romano DePalma foi preso em 1997. Não é sempre que um chefe da máfia é pego com a mão em evidência, mas, aparentemente, não havia suspeitas de um dedo duro dentro da família." Leo explica, recordando o que tinha ouvido falar de Oz. "Eles se arrumaram por um tempo, Marco, o irmão mais velho não tinha ideia do que estava fazendo. Durante a confusão, os Brothers by Blood acabaram pegando alguns de seus compradores – de armas e drogas eu acho."

"Então, como Anthony se tornou responsável?" Wrench pergunta, finalmente tendo um intervalo da digitalização de seu computador.

"Quando Romano viu que seu filho mais velho não poderia controlar suas coisas, ele tomou as rédeas e administrou as empresas familiares de dentro de sua cela na prisão. Não é uma tarefa fácil, mas não é a primeira vez que tem sido feito." Leo para de andar e se encosta na porta do meu escritório, esfregando a mão pelos cabelos curtos agora, um olhar que eu ainda estava para me acostumar. "2005 é onde isso começa a ficar fodido."

Blizzard assente. "Então Romano finalmente decidiu entregar o negócio da família, mas surpresa, surpresa, ele dá a seu segundo mais velho Anthony em vez de Marco."

"Ai," Wrench faz careta. "Aposto que feriu o ego."

"Não brinca. Você está pronto para administrar uma das mais poderosas redes criminosas nos EUA e papai diz que não?" Eu balanço minha cabeça. "Marco teria ficado chateado."

"Certo. Assim, um par de meses mais tarde - bam, Romano é morto em um pequeno tumulto dentro da prisão." Blizzard balança a cabeça. "Apenas na época que nossos garotos aqui estavam aparentemente lá dentro."

Eu fiz uma careta. "Então o que diabos isso significa? Alguém está tentando nos enquadrar, dizendo que foi o clube que o matou?"

Leo bufa. "Parece dessa maneira. E eles passaram por algum problema para fornecer esse tipo de prova."

"Essa não pode ser a DEA." Digo, pegando os papéis falsificados e olhando neles. "Seria muito fácil para nós provar que você não estava na prisão naquele momento. O governo pode ser estúpido, mas não é tão estúpido."

"Então, qual foi o motivo de Target?" Pergunta Wrench, fechando seu laptop.

"Alguém na família queria Romano morto e acho que eles nos usaram como bode expiatório." Eu bato os papéis em cima da mesa. Essa merda está ficando suja. Eles não só estavam atrás da minha mulher, mas agora descobrimos que eles estavam tentando colocar alguma merda em nós que nem mesmo tínhamos feito.

Blizz bate os dedos na minha mesa. "O que foi que Harmony disse naquele dia? Target era o cavalo de Tróia. Ele foi enviado para nos destruir de dentro para fora."

"Essa merda aconteceu dez malditos anos atrás. Target mal estava perto da metade disso. Por que esperaram?" Leo pensa, mas eu sabia a resposta. Tudo estava fazendo sentido agora, as peças finalmente clara e encaixando-se no lugar.

"Ele era muito jovem. Marco não tinha filhos e Target era o filho mais velho de Anthony. Ele veio a nós quando completou dezoito anos. Eles só esperaram seu tempo até que ele tivesse idade suficiente para ser prospect." Rosno. "Essa merda é fodido em tantos níveis."

"Mas espere, tem mais," Blizzard diz brincando, mas seu rosto conta uma história totalmente diferente quando seus olhos se conectam com o meu. "Eu encontrei um artigo de jornal on-line sobre a prisão de Romano em 1997. Por que você não lê e compartilha com a classe quem estava no comando da operação que o prendeu?" Ele me entrega e eu tenho que forçar meus olhos para baixo para lê-lo.

Eu sabia que isso não ia ser bom, eu poderia dizer só de olhar em seu rosto. Olho para o artigo. "Foda-me." Eu olho para Blizzard. "Essa é uma porra de brincadeira né?"

Ele cai para trás na cadeira. "Desejava que fosse."

"Quem é?" Leo pergunta curiosamente, afastando-se da porta e ficando ereto.

"David Blackwell, DEA." Eu solto um gemido.

"O pai de Chelsea?" Diz Wrench em reverência completa. "Bem, isso só passa de um pouco fodido para ser fodido diretamente na bunda."

"Optimus!"

Eu pulo quando ouço alguém gritar meu nome. Olhamos um para o outro por um minuto antes que Leo abra a porta e saia correndo, nós três seguindo ele.

"Optimus!" Eu sigo para a sala principal, assim quando Neil grita meu nome novamente enquanto corre para fora do corredor das garotas do clube, obviamente, à minha procura. Ele está respirando com dificuldade, mas consegui empurrar para fora as palavras que eu desesperadamente não queria ouvir. "Chelsea... Rose tinha uma arma... forçou-a em um carro." Eu aponto o dedo na direção dos portões da frente e nem sequer me preocupo em ficar por aqui e fazer mais perguntas.

Eu ouço um motor acelerando quando um Mercedes preto passa a toda velocidade pela rua normalmente tranquila. Até agora mais de meus irmãos se reuniram, incluindo um par de Old Ladies e Sugar segurando Harley de olhos arregalados.

"Blizzard, Camo, Wrench, pegue suas motos, tente alcançá-los" Eu grito enquanto corro em direção aos portões da frente. Kev os abre, segurando o rifle na mão.

"O que aconteceu?" Eu rugo.

Um coro de motos ligam atrás de mim e Kev espera até que eles passem pelos portões, pneus cantando, antes de falar. "Foda, cara. Ela estava lá." Ele aponta para uma árvore que sombreia o pavimento a cinquenta pés de distância. "Rose estava sentada debaixo da árvore, Chelsea se agachou na frente dela. Eu não podia ver a arma, até que fosse tarde demais e havia um carro vindo. Porra. Eu deveria ter apenas atirado naquela cadela traidora." O fato de que eles tinham a deixado sair do portão não era a minha maior preocupação no momento. E eu sabia até que eu encontrasse Chelsea, Kev iria se bater o suficiente por nós dois. Ele iria conseguir por ser tão estúpido, mas agora, tudo o que eu queria era encontrar a minha mulher.

Eu volto para o clube apressadamente, os meus irmãos – minha família - apenas olhando no temor do que acabou de acontecer.

"Papai!" Eu observo Harlyn contorcer-se dos braços de sua mãe e correr com força total para mim, lançando seu pequeno corpo em meus braços. Eu a pego, segurando-a firmemente ao meu alcance e enterrando meu rosto em seus cabelos. Minha raiva lentamente se dissipa e de repente eu estou tomado pela emoção. Eu senti a pequena mão de Harlyn acariciar minhas costas como se ela soubesse exatamente como eu estava me sentindo e o que eu precisava.

"Está tudo bem, papai." ela sussurra baixinho. "Está tudo bem."

Eu quase quebro. Eu queria gritar, quebrar alguma coisa ou alguém. Mas não o fiz. A menina em meus braços me deu força.

"Sim, garota." Eu digo fechando os olhos e respirando fundo. "Tudo vai ficar bem."

Ela olha direto em meus olhos e ergue a mão, o dedo mindinho apontado. "Promessa de mindinho?"

Forço um sorriso, pela inocência dessa garota. "Eu prometo de mindinho." Minha voz se quebra. Sinto uma mão suave no meu braço e depois de um momento eu finalmente retiro meu rosto do conforto do abraço de Harlyn. Sugar olha para mim, um sorriso triste atravessa seu rosto.

"Vamos Harlyn." Ela diz suavemente, erguendo seus braços para fora. "Papai precisa trabalhar agora."

Harlyn concorda e eu passo-a para Sugar, que levanta a nossa garota em seu quadril. Elas vão para dentro seguidas por um punhado de Old Ladies e garotas do clube que tinham saído durante o tumulto. Olho para os meus irmãos, seus rostos todos me dizendo a mesma coisa.

Eles estavam prontos para se levantar e lutar.

Eles não estavam indo deitar e deixar essa merda acontecer.

Chelsea era uma de nós.

Ela era família, e ninguém se mete com a família e vai embora.

De maneira nenhuma.

Meus homens queriam sangue, e isso é exatamente o que eles iriam conseguir.


Capítulo 39

 

Não demorou muito antes de ouvirmos o ronco das motos descerem a estrada e entrar no clube. Eu sabia que era um longo trecho, enviando meus homens atrás do carro em alta velocidade, mas se eu não tentasse, eu não saberia. Eles pararam na nossa frente e Blizzard foi o primeiro a desligar o motor e descer. Eu poderia dizer que meu irmão estava lutando para entender isso. Rose tinha acabado de mostrar-nos suas verdadeiras cores e a realidade disso o atingiu com força.

Blizzard lutou com confiança. Ele tinha suas razões e eu não tinha dúvida de que isso tinha apenas reafirmado-as para ele. Ele tinha se importado por essa garota e ela tinha acabado de se virar e dar a ele e todos nós um grande foda-se.

"Eles tiveram muito vantagem no começo." Ele rosna.

Eu balanço a cabeça. "Igreja. Agora!" Eu jogo as portas abertas e todos meus irmãos me seguem para dentro. Aqueles que não estavam lá já tinham sido chamados e estaria a caminho. Eu bato meu martelo sobre a mesa quando meus homens tomam seus assentos. Sinto-me como um sargento do exército pronto para levar os meus homens para a batalha. Eu iria lutar para conseguir Chelsea de volta e esses homens, meus irmãos, meus soldados estavam prontos para me seguir. Não houve olhares apreensivos, ninguém estava correndo com medo ou se levantaram para me questionar. Éramos uma família. Essa era a linha de fundo e família ficava junta, não importa o que.

"Eu estava fodido quando pensei que poderia proteger Chelsea, afastando-a," eu digo a eles, meus olhos focalizando a sala. "Chelsea pode ter vindo a nós como uma garota do clube. Mas para mim ela sempre foi material para Old Lady, eu fui muito porra teimoso para admitir isso."

Meus irmãos ficam em silêncio enquanto me mostrava a eles. Estes homens me viam por quem eu era. Quando meu pai foi morto eles votaram para eu estar em seu lugar, a crença deles em mim completamente surpreendente. Eles acreditavam em mim e eu não estava prestes a desapontá-los.

"Ela é tudo para mim, rapazes." Digo a eles, em pé e colocando ambas as palmas das mãos sobre a mesa. Minha cabeça pendurada. "Eu passei esse tempo todo afastando ela para tentar mantê-la fora de perigo quando eu poderia ter passado esse tempo com ela."

"Ela está voltando, Op." Diz Leo, de pé e batendo as mãos para baixo sobre a superfície de madeira. "Nós vamos trazê-la de volta."

Eu ouço um coro de acordo em torno da sala quando cada um dos meus irmãos fica de pé.

Isso era família.

O meu clube estava me apoiando em todos os momentos. Eles iriam dirigir para o inferno comigo e eu faria o mesmo por eles. A irmandade que tínhamos era algo difícil de explicar para os forasteiros. Alguns nos viam como gangues ou delinquentes em uma viagem de poder. Mas nós éramos mais do que isso. Éramos uma família - uma família mais forte do que parentes de sangue.

Foi a nossa lealdade um para com o outro que nos fez tão forte. Esses homens não tinha que me seguir, eles não tinham que aceitar minhas ordens ou colocar suas vidas em risco, porque eu lhes falava para fazer.

Eles escolheram me apoiar – isso era a escolha deles.

E todos os dias eu estava grato pela confiança e respeito que eles tinham por mim.

Podemos ser foras da lei - criminosos, podemos discutir com cada um de tempos em tempos, podemos lutar e brigar, e em algum momento, podemos quebrar. Mas eu sabia que quando isso era importante o impulso vinha pressionar um por um de nós que estava em crise - ficamos juntos.

Nós ficamos como um.

Nós éramos fortes - inquebrável.

"Então vamos trazê-la de volta."

Desde a visita de Anthony no clube, eu tinha a certeza que nós tínhamos algum tipo de vigilância nele. Melhor estar na ofensiva do que na defensiva. Ele estava hospedado em Huntsville, uma cidade não muito longe de Atenas. Ele tinha um hotel ostentoso, mas de acordo com Wrench seu pessoal vinha e ia, mas ele mesmo não tinha saído muito.

Isso me deixou curioso. Ele tinha chegado naquele dia, fazendo ameaças sutis para o clube por causa de seu filho desaparecido, mas ele estava aqui por duas semanas e ainda tinha de fazer uma jogada.

"Talvez ele realmente acredite que seu filho esteja desaparecido." Slider sugere depois que entra e entende o que está acontecendo.

"Ele não pode ser tão estúpido." diz Camo revirando os olhos.

"Ele não é estúpido, ele está sendo inteligente." Diz Kev, falando pela primeira vez. "Ele não quer começar uma guerra. Ele sabe que uma vez que ele fez um movimento, poderia trazer uma tempestade de merda completa sobre ele. The Brothers By Blood não é apenas um pequeno clube que ele pode empurrar ao redor. Temos uma quantidade sólida de apoio por trás de nós, e não apenas de nossos irmãos, mas de outros clubes que estarão do nosso lado. Ele está sendo inteligente, conseguindo os fatos em primeiro lugar. Descobrindo quem somos, o que temos atrás de nós."

"Então, por que todos os ataques contra o nosso povo? Por que explodir o carro de Chelsea e matar uma garota inocente só porque ela trabalha para nós." Blizzard responde.

Kev concorda com a cabeça. "Essa é a parte que não faz sentido. Isso não é ele, não é quem ele é."

"Só há uma maneira de descobrir o que está realmente acontecendo." Eu digo, ficando de pé. "Eu acho que é hora de fazer uma visita por nossa conta."

Os rostos ao meu redor estão endurecidos e sérios, mas todos nós sabíamos o que precisava ser feito. Levo alguns irmãos comigo para Huntsville, o resto ficou para trás, à espera de novas ordens. Eu não sabia para onde eles tinham levado Chelsea, e se ela ainda estivesse em Atenas, eu queria um grupo dos meus homens por perto para o caso. Isso nos espalhou um pouco mais do que eu teria gostado, mas isso era mais do que apenas uma demonstração de poder. Estávamos ficando sem tempo e se ela ainda estivesse na área eles seriam capazes de chegar lá muito mais rápido.

Eu quase ri com a falta de segurança que Anthony DePalma tinha. Não havia homens estacionados no átrio do hotel e fomos capazes de caminhar em frente sem causar uma confusão. Ou ele era incrivelmente arrogante e não pensou que nós íamos caminhar diretamente para sua toca, ou ele estava deixando-nos entrar e nós estávamos entrando em uma luta que poderia nos custar nossas vidas.

Eu bato minhas mãos no balcão de mármore, a jovem por trás dele quase salta de sua pele. "Quarto de Anthony DePalma, qual é o número?" Rosno. Ela olha em volta freneticamente e eu sei que preciso conseguir terminar isso rápido, porque eu não tenho dúvidas de que alguém já tinha chamado a polícia.

"Eu... uh... eu não posso..."

Slider escorrega ao redor da mesa e mostra a mulher seu sorriso marca registrada. "Olá, querida. Eu só vou afastar você para o lado aqui por um minuto." Ele puxa sua cadeira e rola lentamente para longe da mesa. Ela nem sequer luta contra isso, sua boca está aberta enquanto assiste Slider bater nas teclas do computador.

Ele zomba e empurra a menina atordoada de volta ao seu lugar atrás do computador. "Cobertura, é claro. Onde mais ele ficaria?"

Eu nem sequer faço uma pausa, indo direto para o elevador. Blizzard, Wrench, Slider, Ham e Leo todos sobem ao meu lado. Foi um aperto, quase cômico.

"Indo para cima." Slider anuncia, seu sorriso largo, mas eu posso ver a tensão no rosto do meu irmão. Estávamos nos preparando para uma luta. O elevador apita e as portas se abrem, Leo tira a arma do coldre dentro de seu colete e inclina-se para fora da porta.

"Dois guardas no final do corredor fora das portas duplas. Eles estão descansando." Eu balanço a cabeça e meus irmãos todos pegam suas armas. Leo levanta três dedos, depois dois, e um, e todos nós saímos do elevador juntos, uma parede de força. Demora um segundo para os dois homens olharem para nós, ambos saltando para trás de surpresa e suas mãos se movendo para as armas que eu pude ver enfiadas em suas cinturas.

"Não toque nisso." Leo resmunga, dá um passo em nossa frente. Esse é o seu trabalho, ele era o homem que garantia que em todas as situações estávamos a salvo, que estávamos cobertos. Eu o deixo assumir a liderança, sabendo que a sua experiência com isso superava a minha, e ter fé completa que ele saberia qual abordagem seria a certa. Os dois homens se entreolham antes de levantar lentamente as mãos no ar.

"Abra as portas." Eu falo quando chego mais perto, a minha arma ainda levantada e voltada diretamente para uma das suas cabeças. Não haveria nenhum ferido, havia apenas atirar para matar. Esses caras eram implacáveis, treinados para fazer exatamente o mesmo.

Uma mão no bolso lentamente e puxa um cartão de acesso. Ele passa o cartão na fechadura da porta e quando apita também introduz um código no painel ao lado dele. Obviamente, Anthony não era tão estúpido como eu pensei quando se tratava de medidas de segurança. Vi os números que ele colocou, os gravei na parte de trás da minha mente para referência futura.

As portas foram empurradas abertas e aceno com a minha arma para eles entrarem na frente. A grande suíte em que entramos era aberta. Havia várias pessoas no espaço e isso não me levou muito tempo para ver Anthony DePalma sentado à mesa de jantar, um jornal em suas mãos e óculos de leitura apoiado em seu nariz.

"Querida, estamos em casa." Slider grita, o barulho ecoando no vasto espaço aberto.

Há de repente uma onda de movimento. Homens gritando, a segurança sendo clicada nas armas. Eu observo o rosto de Anthony ir de relaxado para enfurecido em menos de dois segundos. Ele empurra sua cadeira para trás e lentamente se levanta. Eu não estava intimidado, mesmo quando mais de seus homens inunda o espaço. Eu faria qualquer coisa para conseguir Chelsea de volta e isso inclui olhar a morte nos olhos e gritar foda-se. Que parecia agora ser exatamente o que eu estava fazendo.

Nós ficamos de pé dentro da sala em um impasse completo. Anthony e eu olhamos um para o outro, esperando o outro falar ou fazer uma jogada. As armas estavam apontadas, a ameaça de violência preenchendo o espaço rapidamente.

"Eu quero ela de volta, agora." Eu peço, dando um passo para frente e apontando mais do que uma arma para mim enquanto me aproximo do chefe deles.

"Você não entrou em minha casa para começar a me dar ordens." Anthony diz com firmeza.

Eu quase grito. "Mas você pode vir a minha casa e pegar a minha mulher?!"

Vejo a raiva em sua face, e se converte à confusão. "Eu não fiz isso."

"Besteira." Eu respondo, puxando minha arma do coldre e apontando-a diretamente para ele. "Você é o único idiota corajoso o suficiente para ir até aos meus portões para uma reunião e então ir embora. Ninguém é mais estúpido pra caralho como você."

Ele dá um passo para frente. "Meça suas palavras."

"Oh, espere, você não poderia mesmo vir e fazer isso sozinho. Você tinha que ser indireto e sorrateiro e enviar uma jovem para fazer seu trabalho sujo." Eu falo lentamente, tentando controlar minha raiva.

"Se você tivesse feito sua pesquisa corretamente você saberia que eu tenho uma filha, e eu sei exatamente onde ela está e que ela está fazendo agora." Ele zomba, andando mais perto, mas escolhendo sentar em uma poltrona parecendo o cara em sua pequena sala de estar. Era para ser um insulto, me dizendo que eu não merecia ser acolhido por não ser educado. "Portanto, antes de entrar aqui, fazendo acusações... "

"Então quem diabos é Rose?" Blizzard exige, ficando do meu lado.

Eu pego a surpresa em seu rosto antes que ele a esconda. Mas não foi só a dele. Eu reconheço dois dos outros homens na sala, eles eram seus filhos, e seus olhos estavam fixos em seu pai, cheio de curiosidade e perguntas.

"Rosalie?" Um deles pergunta, dando um passo mais perto de seu pai.

"E quem é Rosalie?" Rosno, imitando a maneira elegante que seu filho tinha dito o nome dela.

Ele me dá um olhar afiado antes de encontrar a compostura novamente.

"Rosalie é minha sobrinha."


Capítulo 40

 

"Bem, a porra da sua sobrinha apareceu em frente do meu clube, apontou uma arma para a minha Old Lady e forçou-a em um carro. Depois de passar os últimos meses fingindo ser sua amiga." Eu digo, apontando o dedo para ele.

"Não é possível." Diz, batendo com os dedos no braço da cadeira de couro. "Minha sobrinha está do outro lado do país na faculdade na Califórnia."

"Então quem diabos estava sentada do lado de fora do meu clube apontando uma arma para a minha Old Lady algumas horas atrás?" Eu pergunto. "Ela gritou que o clube tinha matado sua família. E, tanto quanto sei, você é a única pessoa com esse tipo de vingança contra nós."

Seus lábios se apertam enquanto ele olha para o outro lado da sala. Eu penso que ele está prestes a se soltar, mas em vez disso, ele grita. "Grant!"

Olho ao redor da sala, parando quando um de seus homens se aproxima. Ele é um cara desajeitado, cabelos penteados para trás com muito gel e arrogância escorrendo de seus poros.

"Senhor." Diz ele, com os olhos focados em meus homens enquanto ele se aproxima.

Anthony não olha para ele. "Onde está Rosalie?"

Eu vejo o canto do lábio se contorcer como se quisesse sorrir. "Cali, senhor."

"Isso é uma mentira." Ham move-se rapidamente para o meu lado. Viro a cabeça para ele, curioso.

"Grant é o namorado de Rosalie. Seria de supor que ele saiba onde a sua mulher está." Seus olhos encontram os meus. Ele estava jogando essa merda na minha cara. Eu mantive minha raiva sobcontrole, lutando contra a vontade de socar o filho da puta na garganta. Havia muitas armas apontadas e uma vez que algo começasse, as pessoas iriam morrer. Eu sabia disso com certeza.

"Oh, ele sabe exatamente onde ela está? Na semana passada, quando eu segui as garotas em uma noite fora, ele e outro rapaz se aproximaram delas." Ham explica, veneno em suas palavras. Eu vi os olhos de Anthony se estreitar. Era um pequeno movimento, mas um que me disse que estava ouvindo e contemplando a lealdade de seus homens.

"Quando eles tentaram levar Chelsea e Rose para casa com eles, alguém entrou em cena." Ele olha para mim. "Deacon."

Ham tinha me informado sobre isso, mas durante o tempo isso tinha me deixado com raiva ao saber que ele estava passando um tempo com Chelsea e cuidando dela quando esse era o meu trabalho. Eu não percebi o significado de tudo isso até agora.

Eu podia sentir Blizzard ao meu lado. Seu corpo estava praticamente irradiando e tremendo de raiva. Eu não tinha certeza se era porque esse tolo estúpido tinha acabado de admitir ser o namorado de Rose. Ou se era a situação em geral. Eu só rezava para que ele conseguisse conter sua raiva um pouco mais de tempo assim todos nós poderíamos sair de lá vivos.

Os olhos de Grant vão passando rapidamente ao redor da sala. Eu soube então que ele era culpado. Ele estava nervoso. Eu também estaria se eu tivesse acabado de mentir para um dos maiores Don da Máfia nos Estados Unidos.

Eu cruzo os braços sobre o peito e espero pelo show. Anthony não estava disposto a deixar ninguém fugir por fazer dele um tolo. Especialmente na nossa frente, as pessoas que ele considerava a oposição.

"Gio" Anthony rosna.

Giovanni, o filho mais velho de Anthony agora, está mais próximo do homem. Sua arma é levantada em um segundo e colocada contra a tempora de Grant. O cara balança, tropeçando quando Gio o obriga a caminhar ao redor do sofá para ficar diante de seu pai. Gio coloca uma mão em seu ombro e aperta. Grant faz uma careta de dor quando ele é forçado a ficar de joelhos.

Anthony se inclina para frente. "Vamos tentar isso novamente. Grant, onde está Rosalie?"

Grant baixa a cabeça em derrota, sabendo que não existia nenhuma maneira que ele pudesse mentir. "Em Atenas, com Marco."

A cabeça de Anthony recua, ele foi surpreendido por essa informação. Ele leva um momento para se recompor antes que pudesse se mover mais para perto outra vez, sentado na beirada da cadeira. "Fale agora."

"Senhor..."

"Não" Anthony cospe, "você fala agora ou eu entrego você para este clube e eles podem torturar você pelos fatos por tudo que me importa. Fala!"

Eu queria esfregar minhas mãos juntas. Gostaria muito dar um soco neste bastardo, mas tanto quanto eu odiava admitir, Anthony estava fazendo a coisa certa. Isso ia ser uma maneira muito mais rápida para conseguir as informações de que precisamos.

"Marco está atrás da garota." Ele admiti em voz baixa, longe do bastardo arrogante nele.

"Por quê?" Pergunta Gio, pressionando a arma com força na parte de trás do pescoço do homem.

"Porque o pai dela colocou seu pai na prisão." Eu digo. Todos os olhos se voltam para mim, então eu continuo, "Romano foi preso pelo pai de Chelsea, que era um membro da DEA. Marco foi lá e pegou sua vingança, mas Chelsea conseguiu escapar por uma janela. Quando a polícia a encontrou, eles sabiam que alguém estaria vindo atrás dela, como a peça que faltava, então eles esconderam ela onde ninguém iria procurar... em um orfanato."

Anthony me observa preso por minhas palavras. Seus filhos olham claramente surpreendido com a notícia. Ninguém falou ou tentou argumentar que eu estava errado, então eu continuo. "Ele tentou enquadrar The Brothers By Blood. Eu acho que ele estava um pouco chateado que quando Romano foi repudiado e ele foi colocado no banco do motorista e nós ainda conseguimos atrapalhar alguns de seus negócios."

Eu podia ver Anthony cerrando os punhos quando ele sentou-se sobre suas calças perfeitamente passadas. O dedo de Gio se contrai no gatilho da arma e rezo para que ele não dispare até que eu soubesse exatamente onde Chelsea está e como conseguir leva-la para casa inteira.

"Seu irmão é maluco." Blizzard estala, sua determinação finalmente quebrando. "Você sabe o que ele está fazendo com aquela menina? Eu a vi mais de uma vez com hematomas e queimaduras, pelo amor de Deus. Ela deveria ser a sua família, mas que porra você está fazendo para protegê-la?"

Eu jogo minha mão para o lado, minha palma pousando no peito de Blizzard quando eu o sinto avançar. Não era comum as pessoas verem esse lado dele. Ele é brincalhão – relaxado, calmo - um cara que você gosta de estar por perto. Mas ele também é ferozmente protetor daqueles que ele se preocupa.

"Gio, Rico... vocês vão ficar." Anthony fala em voz baixa, mas com firmeza. "Optimus, eu acredito que nós precisamos ter algumas palavras."

Abaixo meu queixo.

"Por favor, sinta-se livre para ter alguns de seus homens cuidando de Grant aqui. Eu gostaria de um pouco de privacidade para essa conversa."

Eu não espero um segundo mais. "Ham, pegue o idiota." Eu precisava disso terminado. Quanto mais tempo eu deixar Chelsea, mais eu arriscava sua vida.

Ham, Wrench, e Slider deram um passo à frente e agarraram a pequena cobra deitando-o, arrastando-o para fora da porta em direção ao saguão. Gio e Rico ficaram ao lado do pai. Blizzard e Leo ficaram comigo, fazendo a mesma coisa.

"Parece haver alguns mal-entendidos entre nós," Anthony diz claramente, uma vez que a sala tinha esvaziado.

"Alguém tentou enquadrar-nos pela morte do seu pai. Não fomos nós e eu posso provar essa merda." Eu digo a ele.

Ele balança a cabeça e cruza as mãos de volta em seu colo. "Sim, eu tenho certeza que você pode." Ele limpa a garganta. "Meu irmão não ficou feliz que o meu pai passou o seu legado para mim."

Eu ouço Blizzard zombar atrás de mim. Anthony lança-lhe um olhar, seus olhos se estreitam.

"Quero a minha mulher de volta." Eu digo simplesmente. "Se ele a machucar, eu vou matá-lo." Eu não estava prestes a bater em torno do arbusto. Marco DePalma era um homem morto. Anthony poderia tentar me parar agora, mas de uma forma ou de outra eu ia matá-lo.

Ele levanta a mão e coça o queixo. "Você diz que ele está machucando minha sobrinha?" A pergunta foi destinada para meu VP.

Blizzard não hesita em responder. "Em mais de uma ocasião. Nosso homem disse quando ela puxou a arma e mandou Chelsea entrar no carro que ela estava com algumas feridas da batalha bastante desagradável." Ele fala com os dentes cerrados, o pensamento, obviamente circulando em sua mente.

"Ela é uma filha ilegítima. Ela veio de um caso com uma de suas empregadas domésticas." Eu olho para cada um de seus garotos e eu podia ver o orgulho em seus olhos. "Para ele, ela precisava ganhar o direito de ser parte dessa família. Sua mãe foi embora antes dela nascer. Nós não sabíamos nada dela até que ela apareceu em torno de um ano ou mais atrás, fazendo reivindicações. Marco estava desgostoso. Mas para nós, assim que ela provou seu DNA, era da família. Ela tem o meu sangue em suas veias, não importa o que foi misturado. Eu deveria ter parado antes de chegar a esse ponto."

Este homem forte sentado na minha frente, com a cabeça pendurada como se estivesse envergonhado de suas ações. Ele podia olhar um homem nos olhos antes de atirar nele e matá-lo, mas quando se tratava de família, não havia nada mais importante.

Talvez não fossemos tão diferentes.

"Grant vai lhe dar a informação para encontrar Marco e conseguir sua... mulher... de volta. Eu acredito que você vai fazer o que achar melhor e vou considerar o que você me disse aqui hoje."

Com isso, fomos dispensados. Não houve derramamento de sangue e eu tinha uma maneira de recuperar o que era meu. Eu estava satisfeito. Eu apenas balanço a cabeça e me viro, meus irmãos me seguem para fora.

Nosso amigo Grant estava ostentando um lábio cortado e estava pressionado contra a parede. Wrench estava sorrindo e Ham olhando para ele com desgosto. O tempo estava acabando e a única coisa que me preocupava era em conseguir a informação que precisava para acabar com Marco e salvar a minha garota.

"Leo, ligue para os rapazes, mande-os pegarem suas motos." Eu peço. Wrench pega o pedaço de lixo pelo braço e arrasta-o enquanto descemos o arrumado e apropriado saguão do hotel.

"Vamos pegar nossa garota de volta."


Capítulo 41

 

"Dê-me seu celular." Diz Rose, com a voz trêmula.

Eu olho, mas puxo meu telefone de onde eu tinha enfiado no lado do meu sutiã. Ela toma-o de minha mão e desliga-o antes de colocá-lo no bolso de sua calça jeans. Eu me empurro contra a porta do carro, tentando me impedir de ser jogada de um lado para outro enquanto o motorista manobra as ruas laterais, tecendo dentro e fora do tráfego. Ele é bom, eu tenho que concordar com isso.

Eu sabia que ninguém iria encontrar-nos agora. Se eles estavam perseguindo, eles teriam perdido a visão de nós há um tempo atrás. Rose me observa, a arma em sua mão apoiada em seu colo.

"Eu sinto muito." Ela sussurra baixinho. O carro era grande, mas ainda estávamos perto do motorista e seu ajudante. Eu não tinha certeza se eles poderiam nos ouvir.

"Por quê?" Pergunto tristemente.

"Eu precisei. Me obrigaram." Seu olho bom se enche de lágrimas, o outro está tão inchado que me pergunto se haveria dano permanente. Mas por que eu deveria me importar.

"Eu disse que o clube poderia ajudar. Poderíamos ter protegido você."

"Cala a boca, puta." Eu pulo quando o passageiro da frente vira-se para me agarrar. Eu o reconheço. Ele era um dos homens assustadores que Rose tentou me fazer acompanhar até a casa deles. Meus olhos se arregalam e um sorriso lento cresce em seu rosto. Era nojento e me faz sentir suja.

"Você..." Eu gaguejo, olhando para trás e para frente entre Rose e meu captor. "Foi uma armadilha. É por isso que você ficou tão perturbada, tão ansiosa para ir com eles." Digo para ela acusadora. Eu sinto a raiva acumular-se no meu estômago, substituindo o medo.

Eu tinha sido capturada.

"Ah, então a cadela finalmente entendeu." Ele ri, voltando-se para encarar o para-brisa.

Olho para Rose e ela abaixa a cabeça. Estava claro que ela tinha vergonha de suas ações.

"Como você pôde?" Eu zombo. "Eu era sua amiga. Eu me preocupei com você, porra eu me importei com você!"

O corpo dela se encolhe com cada palavra.

Boa. Eu esperava que elas estivessem batendo nela onde doía.

"Não é você!" Ela chora. "É o clube. Eles machucaram minha família. Eles levaram o meu primo e meu avô e nosso negócio."

"Besteira!" Eu choro. Eu queria estender a mão e dar um tapa nela.

Essa amiga que eu tinha chegado a amar, me traiu e agora o meu destino estava nas mãos de homens loucos que estavam prestes a fazer quem sabe o que comigo.

Nós entrado em uma área degradada. As casas eram velhas, caindo aos pedaços e em necessidade desesperada de um trabalho de pintura. Eu sabia que não estávamos dirigindo por muito tempo por isso devíamos estar ainda na área de Atenas, mas eu nunca tinha estado desse lado da cidade. Isso provoca um arrepio na minha coluna. Eu não tinha ideia do que estava prestes a acontecer, mas eu sabia no meu intimo que não era bom.

Eu ia me machucar.

Nós seguimos até uma casa grande. Não era como o resto, era mais nova e não se encaixava.

"Cuide dela." O cara assustador do bar ordena, dando a Rose um olhar mau. Ela balança a cabeça em afirmativo, reconhecendo a ordem, mas sem olhar para ele.

Ambos os homens pulam para fora do carro e caminham até a porta da frente. Se eu tivesse qualquer chance de sair dessa situação, era agora.

"Rose, por favor." Imploro, lágrimas enchendo meus olhos. "Nós somos amigas. Eu te amo. Eu me preocupo com você. Por favor, não faça isso."

Ela olha para cima de onde segurava a arma no colo. "Eu tentei orientá-los longe de você. Tentei fazer isso sem você se machucar. Eu defini o temporizador na bomba errando assim ela iria explodir depois que você estivesse fora. Eu tentei impedi-la de ir para o trabalho naquele dia que eles atiraram na academia. Eles não deveriam fazer isso! Eles deveriam apenas pegar você!"

Eu assisto a ansiedade crescendo dentro dela. Suas mãos tremem e ela está jogando a cabeça para trás e para frente como se tivesse alguma grande luta interna. Olho por cima do banco e percebo que o motorista idiota tinha deixado às chaves na ignição. Eu vejo quando eles estão na porta da frente da casa, provavelmente à espera de alguém vir abri-la. Sem dúvida, me segurando na mira de um revolver em campo aberto, possivelmente, chamaria atenção, mesmo neste tipo de área.

Olho para Rose. "Podemos sair dessa. Nós podemos ir para o clube. Eles vão protegê-la. Você estará segura lá e seu pai não será capaz de encontrá-la." eu falo calmamente e rapidamente. Eu vejo seus olhos direcionarem para onde os homens estão parados. Ela estava considerando. Eu podia ver isso. "Você não tem que fazer isso, eu sei que você pensa que precisa, mas não precisa. Eu posso provar-lhe que o clube não fez o que você acha que eles fizeram. Eu posso provar."

Vejo que a porta da frente da casa está agora aberta e os homens estão caminhando de volta para o carro, rindo e brincando como se minha vida não estivesse em perigo. Era uma grande piada para eles.

Estendo a mão para ela, minha mão se movendo lentamente na minha necessidade desesperada de afastar a arma dela. Eu sinto o metal frio sob a minha mão, mas antes que eu possa fechar os dedos em torno dela, a porta do carro se abre atrás de mim e eu sou arrancada para fora do carro.

Eu grito, esperando que alguém me ouça. "Fiquem longe de mim! Coloque-me no chão!"

Vejo Rose atrapalhar com a maçaneta e sair pelo outro lado. "Pare com isso!" Ela grita. "Você vai machucá-la!"

Senhor Assustador ri, observando enquanto o outro homem me segura com força enquanto eu chuto e luto. Ele pega a arma da mão de Rose. Ela tenta agarrá-la de volta, mas ele a empurra no peito fazendo-a cair na calçada de concreto.

"Isso é o que você queria, prostituta?" Ele pergunta, apontando a arma para mim. Meu corpo instantaneamente congela.

Pessoas mentiram quando disseram que sua vida passava diante de seus olhos antes de morrer. Minha vida não passou diante de meus olhos. Não houve pensamentos profundos e significativos que corresse pela minha mente. Eu não questionei as escolhas que eu tinha feito ou se eu gostaria de ter mais uma chance de fazer as coisas de forma diferente. Tudo o que eu pensava era, eu me pergunto o quanto isso vai doer. Vejo o dedo pressionar o gatilho, é lento e proposital. O sorriso em seu rosto ficando cada vez mais amplo.

Rose grita. "Não!" Arrastando pelo concreto, segurando seu braço quebrado ao seu corpo e estendendo a outra mão. Deixo escapar um sopro de ar, aceitando meu destino quando o gatilho foi forçado.

Clique.

Não houve grande estrondo. Sem lampejo de luz antes que a escuridão me consumisse.

O que houve embora foram risos.

Senhor Assustador está histérico, quase dobrou e com respiração ofegante. O homem que me segurava não pode suprimir as risadas também.

"Você pensou que..." Ele tenta falar, mas tem de ter um momento para se acalmar. "Você pensou que daríamos a você, sua traidora uma arma carregada?"

Rose parece que tinha levado um tapa.

Eu mostro os dentes e me jogo para frente, apenas para ser contida.

Ele ri novamente. "Ela estava te enrolando todo este tempo e você acha que nós confiamos nela? Você não acha que sabíamos que iria jogar a carta da pena e tentar puxa-la para seu lado? Quase fez isso também. Eu vi isso em seus olhos." Ele ri novamente. "Ou eu deveria dizer olho."

O homem por trás força-me a caminhar, empurrando-me e fazendo-me tropeçar e cair. Meus joelhos arranham no concreto e as palmas das mãos estão arranhadas e ardem. Eu quero chorar, mas eu não tenho tempo, eu sou arrastada pelos degraus da frente. Eu posso ouvir Rose atrás de mim, soluçando. Senhor Assustador diz a ela para calar a boca e eu queria virar e gritar com ele. Ela estava sofrendo, ela foi quebrada. Sim, ela tinha me traído, mas eu não podia evitar, ainda me sentia protetora com ela.

Ela tinha sido enganada também. Eu só sabia disso.

Andando pela porta eu pude sentir o sangue escorrendo pelo meu pé dos arranhões nos joelhos. O tapete no interior da porta era uma cor creme claro.

Boa. Espero que isso manche você filho da puta.

Eu sinto a gota de sangue da minha perna pingar no chão. Foi um pouco satisfatório.

Nós andamos por um longo corredor, a casa era boa. Arrumada. Quase como se ninguém realmente vivesse ali. No fim do corredor havia uma porta. Eu não queria abrir a porta. Eu sabia onde ela iria. Diretamente para um porão.

"Muito clichê cara mau." Eu digo com desdém, fazendo o homem atrás de mim rir.

Ele chega perto de mim, virando a maçaneta da porta e empurrando a porta aberta para revelar algumas escadas. O peito dele se esfrega contra minhas costas e eu posso sentir sua respiração no meu ouvido. Estremeço. Apenas um simples toque faz-me sentir suja. Respirando fundo, eu seguro minha cabeça erguida enquanto desço os degraus. Toda vez que eu coloco meu pé no chão eu digo a mim mesma 'você é forte, eles não vão quebrar você.' Eu espero que possa me convencer de que essas palavras são verdadeiras, porque eu não tenho ideia do que estou se metendo.

A temperatura muda drasticamente quando chego ao fundo da longa escadaria. Estava frio e apenas com uma camiseta leve e calças de academia e tênis, parecia que eu estava dentro de um congelador. O local era sujo, não como no andar de cima. Havia caixas cobertas de poeira e ferramentas antigas espalhadas por toda parte. Um sofá foi empurrado contra a parede e outros itens domésticos estavam por toda parte.

"Chelsea! Estou tão feliz que você possa se juntar a nós. Rosalie me falou muito sobre você." O homem apareceu por trás de uma pilha de caixas. Eu sabia que era o pai de Rose.

Eu não respondo, apenas olho para ele que só o faz rir. Ele se aproxima. Estava de terno risca de giz cinza e gravata e seus cabelos foram cortados. Eu não perdi o sotaque italiano também. Ficou destacado o suficiente para eu saber que o inglês era a sua segunda língua.

"Espero que os meus meninos tenham a tratado bem." Ele diz, apontando para os dois homens.

"Eles não me forçaram a segurar minha mão em qualquer chama de fogão, de modo que é sempre um bônus." Eu zombo.

A minha observação inteligente só faz seu sorriso crescer mais amplo. "Sim, você é tudo o que eu estava esperando que seria."

"E o que exatamente você estava esperando que eu seria?"

"Forte." Seu riso se transforma em um sorriso e eu posso sentir a promessa de dor em seus olhos. "Os mais fortes são os mais divertidos para quebrar."


Capítulo 42

 

Cordas foram amarradas em torno de meus pulsos e tornozelos e eu fui forçada a sentar-me no chão de concreto frio contra a parede. Marco desaparece no andar de cima com o Senhor Assustador, deixando o outro homem com a gente. Eu posso ouvi-lo voltando e descendo as escadas agora, mas ele estava sozinho. Eu não sabia quanto tempo eles tinham ido embora, mas minha bunda estava amortecida há muito tempo e meu corpo tão congelado que eu nem estava tremendo mais - eu fiquei dormente.

Meu estômago em nós e eu senti como se pudesse vomitar. Minha boca se enche de saliva, mas eu forço a engolir, não querendo mostrar a estes homens como eu estava realmente me sentindo, apesar de meus olhares de morte e língua afiada.

Eu estou assustada. Com tanto medo.

Ouço a respiração de Rose em um soluço assim que Marco volta para a sala fria.

"Vá limpar-se, Rosalie." O tom de seu pai não é carinhoso e gentil, e sim de nojo.

Rose olha para mim como se debatendo consigo mesma se me deixaria sozinha com esses homens. Não importa. Tenho a sensação que se Marco era o tipo de homem que tratava seu próprio sangue da maneira como ele tratou Rose, ele não se importaria se ela estivesse na sala enquanto me machucasse. Ela se levanta com as pernas trêmulas e começa a andar para as escadas, parando na frente de seu pai e olhando para ele.

"Por favor, papai... " Ela nem sequer tem tempo de terminar a frase antes que seja enviada para o chão gritando de dor.

"Eu disse a você, ainda não ganhou o direito de me tratar assim." Ele grita, o som crescendo no espaço fechado e ferindo meus ouvidos. Ele fica sobre seu corpo choramingando.

"Deixe-a em paz." Eu grito, lutando em minhas restrições.

Ele olha para cima, surpreso com minha explosão. Inclinando-se, ele agarra um punhado dos cabelos dela. "Essa garota mentiu para você, ela atraiu você para lugares e tentou feri-la e você está defendendo ela?" Ele a balança e ela grita novamente.

"Alguém precisa defende-la. Obviamente, a desculpa patética dela por uma família não vai." eu cuspo.

Ele ri, o som mais como bruxas cacarejando. Ele empurra Rose para longe. Ela se levanta e me dá uma última olhada antes de desaparecer subindo as escadas. Eu ouço a porta se fechar atrás dela e estou sozinha.

Marco anda para frente. "Você sabe, para uma prostituta, eu achava que você seria mais submissa." Ele pondera como se estivesse falando seus pensamentos em voz alta. "Mas, novamente, perdendo ambos os pais tão jovem deve ter sido muito traumático para você. Fez você crescer muito mais rápido."

"Eu não os perdi." Eu rebato, minha voz embargada. "Eles foram assassinados!"

Ele revira os olhos. "Eu sei, eu estava lá."

"Então você está aqui para finalmente terminar o serviço comigo também. Aquela que escapou."

Ele encolhe os ombros. "Na verdade, era apenas conveniente. O clube tomou alguma coisa de mim anos atrás. Quando meu pai foi preso, eu esperava que eu fosse assumir. Mas The Brothers By Blood veio antes que eu tivesse a chance e arrebatar diversos negócios diretamente debaixo de mim." Sua voz é baixa, mas cheia de veneno e ódio.

"Você cochila, você perde." Eu murmuro sarcasticamente.

Marco vem em minha direção rapidamente, seus sapatos brilhantes batendo no chão. Ele estende a mão e envolve ao redor da minha garganta, me puxando para cima e tornando difícil a respiração. Eu posso sentir seus dedos cravando em meu pescoço, suas unhas perfurando minha pele.

"Matar o seu pai, o homem que colocou meu pai na prisão devia ter me feito feliz. Mas isso não aconteceu." Ele me segura contra a parede e fica bem na minha cara. "É por causa desses motoqueiros repugnantes que meu pai entregou tudo para o meu irmão mais novo. A prisão deles era para destruí-los, uma forma de ganhar o nosso negócio de volta, mas quando isso não funcionou, eu não tive nada. Deveria ter sido meu. Eu deveria estar administrando as coisas, não Anthony!"

Eu podia sentir pequenas gotículas de saliva no meu rosto. As coisas começaram a se confundir e minha cabeça parecia pesada. Ele me jogou no chão e eu saltei, batendo a cabeça no concreto. Eu fico atordoada e solto um gemido quando rolo sobre minhas costas, tentando aliviar um pouco da pressão que sinto na minha cabeça. Eu sabia que estava sangrando, sentindo o sangue pingar ao lado da minha cabeça e em meu ouvido.

Ele pressiona seu pé sobre o meu estômago e lentamente começa a aplicar pressão. Engulo em seco por ar e meu estômago torce quando ouço um estalo. Eu sinto como se tivesse sido esfaqueada. Eu não consigo respirar corretamente e estou começando a entrar em pânico. Eu sei que ele tinha quebrado uma das minhas costelas e provavelmente tinha perfurado o meu pulmão. Eu grito, a dor é insuportável.

"Meu pai não viu o potencial que eu tinha! Ele disse que eu era muito irritado, não sangue-frio suficiente." Um sorriso sádico aparece em seu rosto. "Mas eu fui sangue-frio suficiente para organizar a sua morte."

Eu ouço um suspiro.

A sala fica em silêncio além da minha respiração irregular.

"Você me disse que o clube matou meu avô." Rose sussurra. "Você disse que isso era o motivo para isso tudo. Conseguir vingança contra o clube por ferir a minha família."

Ouço Marco zombar alto. "Se o teste de DNA não tivesse provado isso, eu nunca teria acreditado que você é minha filha. Você definitivamente não tem cérebro."

Lágrimas escorre pelo meu rosto, eu só queria que isso acabasse agora. Eu queria que tivesse acabado. Eu estou começando a desejar que ele apenas atire em mim.

Sinto o corpo dela junto ao meu, mas com a falta de ar em meus pulmões, as coisas estão começando a desaparecer dentro e fora. "Oh meu Deus, o que eu fiz?"

Sinto sua mão fria no meu rosto.

É reconfortante.

Rose pode ter feito algumas escolhas erradas, mas apenas como eu tinha, ela tinha sido enganada por alguém que estava destinado amá-la.

Eu queria estar com raiva, mas isso não é culpa dela.

"Perdê-la será suficiente para deixar Optimus louco. E sem um líder forte, o clube vai cair aos pedaços." Eu ouço a risada de novo, mas parece tão distante agora.

"Aguente Chelsea." Ela sussurra. "Por favor, aguente."

Consigo forçar os olhos para limpar então eu posso ver a sala. Marco está de costa para mim, mas eu posso ver o homem ficar de pé atrás dele, seus olhos estão arregalados quando eles olham para mim.

Eu estou confusa.

Isso é até que eu vejo a arma que está pairando acima de mim. A mão de Rose está tremendo, mas ela está apontando-a sobre mim, diretamente para seu pai.

"Passei mais de um ano, tentando agradá-lo."

Meu peito arde com o esforço que tomo para puxar cada respiração, mas tudo o que eu quero fazer é gritar... Sim. Finalmente.

Marco vira para nos enfrentar, estreitando os olhos para a filha.

Ela continua: "Você mentiu para mim. Você me bateu. Você me fez sentir como se eu nunca fosse digna de sequer estar em sua presença. Tio Anthony e meus primos nunca me trataram assim. Ele ama seus filhos, ele está orgulhoso deles. Isso é tudo que eu sempre quis, era para você olhar para mim e se orgulhar."

Seus lábios se curvam em desgosto. "E o que você já fez para me fazer querer me orgulhar? Você foi um erro, você foi um lapso de julgamento."

Eu sabia que cada palavra iria atingir Rose como uma faca afiada no coração, mas ela segura a arma para ele através de suas palavras humilhantes.

"Acontece que consegui algo de você, então. Eu tive um sério lapso em julgamento, quando concordei em ajudá-lo a ferir Chelsea, e quando eu pensei que poderia te fazer feliz ... fazer você me amar," sua voz nunca vacila. Rose finalmente teve sua força e sua ousadia de volta. "Mas eu posso ver claramente agora. Isso me deixa doente a pensar que eu tenho o seu sangue fluindo pelas minhas veias, porque eu não sou nada como você."

O homem de Marco está agora de pé ao lado dele, segurando uma arma.

Marco encolhe os ombros, ele não se importa se Rose o odeia. Ela é apenas um peão em seu jogo e ele tinha jogado tão bem que fez meu coração doer por ela. Tudo o que ela queria era uma família e fazer seu pai orgulhoso, como muitos de nós, também.

"Atire nas duas." diz ele casualmente, virando-se e indo para a escada.

Sinto a mão de Rose na minha bochecha. "Eu sinto muito."

Eu tento sorrir e tranquilizá-la, mas meu corpo está formigando e tudo ao meu redor está ficando preto, simplesmente não há ar suficiente.

Quando eu estou prestes a fechar os olhos, ouço um grito e alguém vem batendo e rolando escada abaixo, acertando Marco, fazendo-o cair ao chão.

"Querida, estou em casa!"

Isso foi quando eu deixei ir e meu mundo parou.

Eles estavam aqui.

Ele estava aqui.


Capítulo 43

 

Chelsea ainda estava em Atenas. Ela estava perto, mas a viagem ainda parecia uma eternidade. Eu não tinha certeza do que esperava encontrar.

Ela estava ferida? Ela ainda estava viva?

Eu fiquei convencido de que ela estava bem. Claro que em mim, eu saberia se ela se foi. Chelsea estava enterrada tão profundamente dentro do meu coração e na minha alma que apenas sabia que se algo acontecesse com ela meu mundo ia desabar em torno de mim.

Wrench e Ham seguem à nossa frente com o homem de Anthony no carro. Liderando o caminho para onde levaram Chelsea. Nós dirigimos algumas milhas fora de Atenas, viramos em uma estrada antiga de cascalho antes de chegar a uma casa de fazenda. Estaciono minha moto e desço.

A porta do SUV de Wrench se abre e Grant literalmente cai. Seu rosto está mais maltratado do que tinha sido quando ele foi jogado no carro. Ham e Wrench ambos vieram ao redor. Wrench estava rindo e Ham estava limpando os nós dos dedos com a parte inferior de sua camisa.

"Irmão." Wrench diz com uma risada leve. "Ham aqui tem alguns problemas de raiva ocultos."

Ham não reconheceu sua observação inteligente. Ele tinha ficado calmo desde que Chelsea tinha ido embora, os dois ficaram próximos e ele estava afetado por tudo isso.

Eu conhecia o sentimento.

Eu olho para a casa degradada. Não parecia que alguém estivesse vivendo lá em um longo tempo. As persianas estavam caindo e eu pude ver as tabuas faltando na plataforma do lado de fora.

"Onde eles estão?" Rosno quando Grant levanta-se, limpando o sangue de seu nariz.

"Dentro."

Eu começo a andar para frente, pronto para pegar minha mulher e matar o bastardo que tinha pensado que poderia levá-la de mim.

Meu telefone começa a tocar.

Na parte de trás da minha mente, eu quero ignorá-lo, mas meu instinto me faz parar e retirá-lo do meu bolso. Eu faço uma careta vendo o nome de Kit na tela.

"Eu estou um pouco ocupado..."

"Não vá nessa porra de casa. Ela vai explodir." Ele grita no meu ouvido.

Viro-me para olhar os meus homens. "Que diabos você está falando?"

Vejo quando Grant se move nervosamente em seus pés.

"Rose ligou para Harmony do telefone de Chelsea. É uma armadilha. Na porta..." Kit diz, obviamente aliviado por ter me avisado a tempo.

Eu ando rapidamente, agarrando Grant pela garganta e batendo-o contra o carro de Wrench.

"Ela me deu um endereço. Vou mandar em mensagem para você agora."

"Obrigado, irmão." Jogo meu telefone no chão e bato meu punho no rosto do bastardo mentiroso. Ele grita de dor como a cadela que ele era e cai no chão, contorcendo-se.

"Esse era o plano, não é?" Eu grito. "Fazer-nos passar pela porta e explodir tudo."

Meus irmãos ficam atordoados.

O merdinha ainda teve a coragem de sorrir. "Foi Rosalie não foi? Ela não teve coragem de ir até o fim?" Ele bufa. "Cadela estúpida."

Eu puxo minha arma do coldre. "Parece que ela é muito mais esperta do que você."

Ele balança a cabeça e eu vejo seus olhos procurando, sorrindo quando ele encontra meu VP.

"Toda vez que transei com ela eu sabia que ela estava pensando em você." Ele se inclina para o lado e cospe um bocado de sangue na grama. "Fez isso muito mais doce do caralho sabendo que um lixo de motoqueiro a queria e era meu pau dentro..."

O estrondo ecoa no espaço aberto largo e o corpo de Grant cai mole.

Blizzard ainda está apontando a arma para o idiota mesmo que ele esteja morto. Sua respiração é pesada e eu sei que se não fosse agora ele ia perdê-lo. Eu coloco minha pistola para longe e pego meu telefone vendo uma mensagem de Kit.

Jogo meu telefone para Wrench. "Coloque este endereço no seu GPS e vai rápido. Já perdemos muito tempo."

Eu nem sequer tenho que explicar aos meus irmãos o que está acontecendo. Eles pulam em suas motos e nós seguimos Wrench que sai de lá rapidamente. Não demora muito para que entramos no subúrbio de Atenas, que era o que se pode chamar o lado errado das trilhas. Eu vejo um grupo de motos estacionadas, descendo a rua. O resto dos meus irmãos. Wrench estaciona atrás deles.

"É ao virar da esquina. Acho que devemos ir a pé assim eles não vão nos ouvir chegando." explica Wrench.

Eu balanço a cabeça. A última coisa que eu precisava era eles perceberem e sair correndo.

Eu vejo as pessoas olhando para fora através de suas cortinas enquanto caminhamos apressados. É difícil para um grupo de catorze motoqueiros não chamar a atenção para si mesmos. Nesse ponto, porém, eu não dou à mínima. Tudo o que eu posso ver é o rosto de Chelsea.

"Ali está." Kev murmura, apontando para um Mercedes preto que está estacionado na entrada da garagem de uma casa. Assim quando nós chegamos à escada da frente um homem sai, ele está olhando para baixo puxando um cigarro de seu maço. Eu levanto minha arma, destravando-a e isso alerta a nossa presença. O maço de cigarros bate ao chão e ele tropeça para trás no batente da porta.

"Não se mova filho da puta." Eu digo, tentando manter minha voz baixa e meus passos leves enquanto subo as escadas.

"Ele estava com Grant no bar." Ham me informa.

O homem olha para mim e para Ham confuso.

"Onde eles estão?" Eu exijo.

"Em uh..." ele gagueja, "no porão." Eu aponto para trás e vejo uma marca vermelha no tapete intocado.

Era sangue.

Ela estava sangrando.

"Slider, amarra ele." Eu digo, seguindo e andando pelo corredor até encontrar uma porta aberta com uma escada. Eu posso ouvir vozes, era uma garota, não Chelsea, apesar de tudo.

"Atire nas duas." Diz uma voz profunda, seguida de passos pesados. Meus irmãos lotaram a pequena sala, de armas em punho. Slider tinha o filho da puta desprezível pela garganta. Eu inclino minha cabeça em direção à escadaria e o rosto de Slider ilumina. Com um grande impulso, ele joga o bastardo escadaria abaixo, rolando e batendo e gritando como um bebê.

Slider leva as mãos ao redor de sua boca. "Querida, estou em casa!"

Com isso, eu desço as escadas, de dois ou três degraus de cada vez. Meus homens não estão muito atrás. O cara que jogamos pela escada estava fora da contagem. O homem debaixo dele, que eu assumi ser Marco DePalma geme quando joga o corpo para cima e fica de pé. Leo tem uma arma apontada para sua cabeça e rapidamente suas costas ficam eretas. A arma cai no chão e Kev tem outro homem preso à parede.

É quando eu a encontro.

Eu quase caio de joelhos.

Rose está caída sobre seu corpo, uma arma em sua mão, acenando ao redor como uma louca.

"Rose" Blizzard dá um passo à frente, colocando a arma de volta dentro de seu colete e segurando as mãos para cima. "Querida, abaixe a arma."

"Eu não sabia que eles iriam fazer isso. Eu não queria que eles a machucassem. Liguei para Harmony e lhe disse." Rose se engasga com suas lágrimas.

"Puta, você não é minha filha." O pai grita atrás de mim. Seguido pelos sons de carne batendo carne.

Mas eu não posso virar. Eu confio em meus irmãos para assistir minhas costas, porque tudo o que eu tenho é olhos para Chelsea.

"Rose, eu sei. Está bem. Você fez a coisa certa. Mas querida, eu não posso dizer se ela está bem e Optimus aqui está perto de ficar louco se não verificar a sua garota."

Eu admiro a capacidade de Blizzard manter a sua voz suave, embora eu saiba que ele está pensando exatamente o que eu penso. Eu não posso sentir sua respiração.

Rose olha para Chelsea grita: "Não!"

Blizzard atravessa a sala, pega-a pela cintura e puxa-a para longe. Ham move-se e toma a arma de sua mão e todo mundo dá um suspiro de alívio.

Mas eu não.

Eu caio de joelhos e me arrasto pelo chão de concreto. Ela parece tão pequena, tão delicada. Estendo a mão devagar e toco seu rosto. Está frio e seus lábios estão tingidos de azul.

Minha respiração fica presa na minha garganta.

Não.

Eu iria saber se ela tivesse ido embora.

Não.

Eu solto um rugido que enche o pequeno espaço, "Não!" Debruço-me sobre ela e pressiono minha testa contra a dela. Eu tinha perdido tanto tempo de brincadeira, pensando que estava mantendo-a a salvo, quando na verdade eu deveria ter ficado com ela ao meu lado. "Você não pode ir." Eu sussurro. "Eu disse a Harlyn que tudo ficaria bem. Eu fiz promessa de mindinho."

Quanto tempo eu tinha desperdiçado afastando-a em vez de segurá-la perto? Eu era um idiota. Eu tinha perdido outra pessoa que amava. E era a minha própria culpa maldita, meu Deus.

Foi nesse ponto que eu fiz algo que nunca tinha antes. Porra eu orei. Orei por uma chance de vê-la sorrir novamente. Orei por uma chance de sentir seu corpo quente e suave contra mim. Orei por uma chance de dizer a ela que a amava e que ela era para mim.

Ela era o meu dirija ou morra.

Orei para a porra de um Deus que eu nem sequer acreditava para trazê-la de volta para mim.

Ele não tinha tomado o suficiente de mim já? Eu não tinha passado por dor suficiente – ela não tinha?

Eu ouço sirenes à distância.

Eu não me importo. Eu ia matar esse idiota e eles poderiam me prender. Dá-me a porra da vida para todos que eu me importava. Sem ela, não importava de qualquer maneira. Assim quando eu viro minha cabeça para olhar por cima do meu ombro, eu sinto.

Era pequeno, mas eu senti.

Uma leve respiração na minha bochecha.


Capítulo 44

 

Ignoro os passos batendo que eu podia ouvir na minha cabeça. Homens gritam, informando-nos que a polícia havia de fato chegado.

Eu pego Chelsea em meus braços, realmente sentindo alívio quando um gemido doloroso deixa seus lábios.

"Ela está viva." Eu digo a meus irmãos enquanto saio correndo até a escada.

A cena que me encontra no topo não me surpreende. Havia SWAT enchendo o corredor, armas carregada apontado diretamente para mim.

"Você trouxe uma ambulância com você?" Eu questiono em voz alta. Eles olham um para o outro, eu não posso ver seus rostos, mas eu sei que eles estão confusos.

"Coloque Chelsea para baixo, Optimus, e afaste-se." Deacon abre caminho através da multidão de homens. Ele está usando um colete, vestuário e porcaria que dizia DEA.

"Traga-me a porra de uma ambulância ou ela vai morrer, e você sabe o quê," eu zombei. "Eu vou acusar você pessoalmente de ser responsável."

Ele se aproxima, levantando seus óculos escuros e olhando para Chelsea que está mole em meus braços. "Quem fez isso com ela?"

"O mesmo filho da puta que matou seus pais, agora dê o fora do meu caminho."

Eu vejo quando ele procura meu rosto, talvez à procura de alguma indicação de que eu estivesse mentindo. Eu estou prestes a partir ele ao meio antes dele se virar e gritar para os homens que enchem a pequena sala. "Movam-se." Todos eles se afastam e ele faz um gesto com a cabeça para que eu siga enquanto corro para a porta. Eu não hesito, reajustando o meu domínio sobre seu corpo pequeno e saio correndo atrás dele. Procuro ao redor por uma ambulância ou médico, mas a rua está cheia com veículos da SWAT e carros de polícia.

"Ela precisa de um hospital." Eu grito atrás dele.

Ele abre a porta de um grande carro preto com vidros enfumaçados. "Entre! Será mais rápido se eu apenas dirigir."

Rosno no fundo da minha garganta, não feliz em deixar meus homens aqui para cuidar de si mesmos. Mas eu tinha que ter fé neles, e eu sabia que eles não queriam que eu perdesse tempo e arriscasse Chelsea não fazendo isso. Atiro-me na parte de trás do carro, fechando a porta bem na hora que ele afasta do meio-fio, luzes, sirenes e tudo.

O hospital não está longe, talvez cinco minutos, se tivéssemos uma boa viagem. Eu só espero que ela possa aguentar por muito tempo.

Eu passo meus dedos pelo seu rosto. "Vamos, Blackbird. Lute. Fique comigo." Sinto-me sufocando, mas forço isso longe. Eu não serei fraco. Iria ser forte por ela. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Pergunto, tentando manter o meu foco.

Seus olhos encontram os meus no espelho retrovisor. "Depende do que estava acontecendo naquele porão."

"Marco DePalma, ele esteve por trás de toda essa merda."

"O irmão?" Ele pergunta, aparentemente surpreso.

Eu balanço a cabeça, nem mesmo certo se ele ainda estava olhando para mim. Fomos jogados para os lados enquanto ele desvia através do tráfego e aciona luzes vermelhas.

"Nós não matamos os pais de Chelsea." Eu não me importo se ele não acredita em mim. Se ele tivesse alguma prova, alguém teria sido preso anos atrás. "O que vai acontecer com os meus garotos?" Eu repito, mais duro dessa vez.

"Se todo mundo que sair daquele lugar estiver vivo – nada."

Eu balanço a cabeça, esperando em minha mente que Blizzard não tivesse perdido o enredo e matado Marco. Eu podia ver a dor em seus olhos. Sentiu-se traído. Ele finalmente deixou-se sentir alguma coisa por uma mulher e ela acabou por ser o inimigo.

Não ia ser fácil para puxá-lo de volta disso.

Não dessa vez.

Nós finalmente paramos nas portas da frente da sala de emergência. Havia médicos lá esperando com uma maca.

"Meus garotos ligaram antes." Eu me jogo para fora e Chelsea foi rapidamente retirada do meu alcance. Eu quero abraçá-la, estar com ela. Eu tive que lutar comigo mesmo para não gritar com eles.

Esse era o trabalho deles.

Deixei-os fazer isso.

Eu persigo atrás deles, enquanto passam rapidamente pelas portas, correndo com Chelsea por um longo corredor.

"Eu não tenho um pulso!" Um dos médicos grita.

"Não!" Eu grito, a ponto de me lançar para eles, mas dois braços em volta de meu peito e me segura. Eu luto para chegar até ela enquanto correm para longe.

"Deixe-os fazer o seu trabalho." Deacon grita no meu ouvido. "Você não pode fazer nada agora, apenas deixá-los fazer o seu trabalho."

Empurro os braços de cima de mim, respirando difícil quando me viro para encará-lo. Ele me olha, não são muitos os que têm a coragem de fazer isso, mas ele faz. Meu respeito por ele levanta um pouco. Eu passo por ele, batendo com o punho na parede enquanto passo de volta através das portas na sala de espera. Os pais conduzem seus filhos para longe de mim e os homens e mulheres se afastam enquanto eu ando. Deacon me segue, sentando em uma cadeira e tirando o boné da cabeça.

"Isso é fodido." Ele murmura.

Eu o ignoro, eu não tenho tempo para pensar sobre o que diabos ele está sentindo. Não importa para mim. Chelsea é minha, eu estou destinado a protegê-la e eu a tinha deixado se machucar.

Deacon puxa o telefone do bolso, disca um número e encosta-o no ouvido.

"Sim" Diz ele, esfregando a cabeça. "Sem pulso, eles estão trabalhando nela agora." Sua cabeça balança enquanto ouve a pessoa na outra linha.

"Viva? Sim..." Ele olha para mim. "Não foram eles. Leve-os para interrogatório e os deixe ir." Ele fala um pouco mais de tempo antes de desligar. Seu corpo está tenso e ele segura a cabeça entre as mãos.

"O que vai acontecer com Rose?" Pergunto, curioso. Eu sabia que, embora ela tivesse sacaneado com o clube e Chelsea, que a minha garota ainda iria defendê-la. Ela tinha sido manipulada e enganada pelo seu próprio pai. Ela tinha alguma coisa séria acontecendo em sua cabeça, merda que seria necessário um longo tempo em terapia para resolver. Mas ela iria chegar lá. Eu queria estrangulá-la, gritar por colocar Chelsea nessa posição, mas ela foi apenas um peão em um grande jogo de xadrez.

"Ela vai ser interrogada. Descobrir qual foi seu envolvimento." Ele dá de ombros. "Há algo que eu preciso saber?"

"Seu pai era um babaca."

Ele assente. "Anotado."

O tempo parece lento. Eu finalmente me canso de andar pela pequena sala de espera e pego uma cadeira. Minha perna salta nervosamente e eu não posso manter as minhas mãos também. É difícil para eu dizer a mim mesmo que ela pode sobreviver a isso. Até eu sei o prognóstico é fraco na melhor das hipóteses. Meu peito doe e eu quero estar doente.

Ela merecia mais do que isso. Ela quer ser alguma coisa. Ela tem sonhos e aspirações, e está determinada a fazer algo de si mesma, apesar das decepções constantes e dor de cabeça que a a vida tinha lhe entregue. Incluindo-me.

Como eu iria viver quando ela tem o ar que eu respiro? O pensamento de estar sem ela me faz sentir como se eu estivesse sufocando.

As portas que dão para o corredor onde a tinham levado se abrem e eu estou de pé instantaneamente. Os olhos dos médicos encontram os meus e eu posso ver nos olhos deles que não é bom. Eu sinto como se estivesse flutuando enquanto meu corpo se move para frente.

Mas não era isso.

Eu gostaria de saber, gostaria de saber se ela tinha ido embora.

Ele coloca sua prancheta debaixo do braço e respira fundo. "Ela teve uma costela fraturada e um pulmão perfurado. Teve parada cardíaca mais de uma vez e conseguimos trazê-la de volta, mas ela foi levada às pressas para a cirurgia. Nós podemos esperar o melhor, há uma chance de que ela vá sobreviver a isso. Mas a realidade é ela ficou sem oxigênio por um tempo. Se isso afetou seu cérebro não temos certeza."

Tudo começa a girar. "Ela... ela pode ter morte cerebral?"

Seus lábios franzem. "Há uma possibilidade, sim. Melhor caso, seu cérebro é afetado e ela pode ter alguma perda de memória ou precisar de fisioterapia, se isso afetou sua capacidade de mover seu corpo."

Eu tento acenar mas tudo está virando e meu corpo se sente fora de ordem. Minhas pernas cedem, mas eu não caio no chão, alguém pega e me arrasta para um assento. Eu estou lutando para respirar e eu ouço o médico perguntar se eles precisam me ajudar.

"Ele está bem. Está tudo bem." Eu ouço a voz de Harmony e ela aparece ajoelhada no chão na minha frente. "Grandes motoqueiros ruins não desmaiam, Op. Tenho certeza de que está escrito nos Estatutos em algum lugar." Ela tenta sorrir, mas eu posso ver a tristeza em seus olhos. Ela tinha ouvido tudo.

"Sim cara. Você vai estragar a nossa reputação." Eu ouço Kit brincar. Sua mão agarra meu ombro e ele aperta.

"Ela pode estar clinicamente morta." Eu falo.

"O médico disse que ela estará em cirurgia, por pelo menos algumas horas." Harmony diz, com a mão na minha perna.

"Optimus." Eu olho para cima. Deacon de pé atrás de Harmony, o boné na cabeça e uma expressão dura no rosto. "Eu vou precisar que você venha e faça uma declaração e também pegue seus garotos."

"Sim." Eu rosno. Olhando para Harmony e Kit.

Ela estende a mão para tocar o braço de seu Old Man. "Vá com ele. Vou esperar por notícias de Chelsea."

Ele a puxa para perto e pressiona seus lábios nos dela. Eu tenho que desviar o olhar, a dor no meu peito começando a se elevar.

Levanto-me e os meus olhos e encontro com de Deacon. Podemos estar em lados diferentes, mas temos uma coisa em comum que nos uni - queremos vingança por Chelsea.

"Eu vou encontrar uma maneira de dar-lhe um tempo com Marco. Mas você não pode matá-lo." Diz ele enquanto caminhamos para fora.

Havia algumas motos estacionadas lá fora – homens de Kit. Eles balançam suas cabeças e eu reconheço a demonstração deles de apoio. Limpo a garganta, estes podem não serem meus garotos, mas eles eram meus irmãos e tê-los me apoiando me enche de força.

"Não, mas eu vou fazê-lo desejar estar morto."


Capítulo 45

 

Bip.

Argh, aquele barulho.

Bip.

Pare com isso, Deus. Alguém desligue isso!

Bip.

Meus olhos estão pesados e minha boca parece estar cheia de bolas de algodão. Enfio a língua para fora, tentando me livrar do mau gosto na minha língua.

Engasgo.

Por que não vai embora? Eu preciso de uma bebida. De repente, o desejo de água.

"Chelsea?" A voz soa familiar. Ela é importante. Minha mente está alerta. Eu quero abrir meus olhos, eu quero vê-la. "Chelsea está tudo bem. Vou chamar o médico."

Harmony, é Harmony.

Tento dizer o nome dela, mas minha boca não forma o som.

Eu luto contra o peso que paira sobre as minhas pálpebras, mantendo-as fechadas.

Luz lentamente brilha e eu pisco furiosamente, tentando ajustar-me ao brilho. Tudo é tão branco, mas está tudo embaçado, eu só posso ver as formas.

"Ha..." Eu tento falar o nome de Harmony novamente, mas ele simplesmente não sai.

Por que eu não posso dizê-lo? O que está errado com a minha boca?

Sinto uma mão suave na minha testa e eu posso ver um rosto acima de mim. "Shh. Está tudo bem, o médico está vindo."

Doc está aqui? Por que Doc está aqui? Será que eu me machuquei?

O borrão começa a clarear e eu posso finalmente ver o rosto de Harmony enquanto ela está acima de mim. Rímel riscado de lágrimas em suas bochechas. Eu quero perguntar por que ela está chorando, mas não importa o quão duro eu tente eu simplesmente não posso.

Um homem aparece ao lado de Harmony, ele está usando um casaco branco e tem um estetoscópio pendurado frouxamente ao redor de seu pescoço.

Esse não era Doc.

"Oi Chelsea, bem-vinda de volta." Ele sorri para mim.

Onde eu tinha ido?

"Não se preocupe, não tente falar. Eu só vou verificar algumas coisas. Eu quero que você siga a luz com seus olhos." Ele segura uma pequena luz para cima. Eu me encolho longe dela no começo, mas lentamente sou capaz de vê-la quando ele move para trás e para frente. "Isso é ótimo, realmente ótimo."

Viro a cabeça, Harmony está logo atrás dele, seu rosto se ilumina enquanto ela segura um telefone em seu ouvido.

"Eu..." Eu tento falar novamente, mas é apenas ruído. Eu posso ouvi-lo e isso não faz sentido. "Ha..."

O médico limpa a garganta e chama a minha atenção de volta para ele. "Basta dar-lhe tempo, eu sei que é difícil agora, mas deve voltar para você eventualmente."

"O que quer dizer?" Pergunta Harmony, empurrando meu lado e colocando a mão em minha cabeça. Era bom.

"Seu cérebro foi severamente afetado. Parece que ela está lutando um pouco com suas palavras que pode significar que há alguns danos lá." Explica, fazendo anotações em sua prancheta. "Eu vou fazer mais alguns testes se estiver tudo bem? Eu só quero que você balance ou agita sua cabeça quando eu lhe fizer uma pergunta."

Eu balanço a cabeça e ele sorri.

Ele segue os movimentos, testando a sensação em meus braços, pernas e pés. Luto para mover algumas coisas, mas ele diz que o pequeno movimento que eu tenho é promissor. Ele me pergunta sobre os nomes das pessoas e se me lembro de como eu tinha chegado lá.

Eu não lembro. Por mais que eu quebre a cabeça eu simplesmente não consigo lembrar.

Depois de alguns minutos, ele me diz que vai voltar mais tarde e ver se as coisas tinham melhorado.

Harmony puxa uma cadeira ao lado de minha cama e pega a minha mão na dela, eu aperto e ela sorri. "Op estará aqui em breve. Ele teve que estar na igreja essa manhã. Caso contrário, ele não teria ido embora."

Optimus.

Sim, Optimus. Eu preciso dele.

Eu suspiro, sentindo lágrimas em meus olhos.

"Ficamos tão preocupados, Chel." Sua expressão reflete a minha. "Eles disseram que você poderia não voltar, que tinha sido privada de oxigênio por muito tempo."

Eu não sabia o que tinha acontecido, mas, aparentemente, eu tenho a sorte de estar viva.

"Acon-te-ceu." Levo um momento, mas eu finalmente consigo falar a palavra. É difícil e tanto o meu corpo e mente estão se tornando rapidamente esgotado.

Ela olha para mim com olhos tristes. "Rose. Ela era um deles. Ela levou você para o pai dela, Marco DePalma. Ele te machucou."

Eu balanço minha cabeça. Não. Rose era minha amiga. Lembro-me de levá-la ao hospital porque seu pai a tinha machucado.

Blizzard estava lá. Eu podia vê-lo do lado de fora.

"Sinto muito, querida. Eu sei que você tentou ajudá-la, mas ela estava por trás de tudo. Seu carro, a academia."

Doía respirar, mas a dor é nada comparada com o esfaqueamento no meu coração. Ela tinha sido minha amiga.

"Shh," Harmony me acalma, sentindo minha angústia. "Isso não importa agora."

A porta do quarto se abre e eu pulo. Uma dor aguda atravessa meu tronco e eu grito, apertando os olhos bem fechados e tentando respirar.

Sinto suas mãos no meu rosto, uma de cada lado. Ela faz cócegas no meu nariz quando ele toca-o com o seu e o cheiro de couro bate meus sentidos.

Isso era algo que eu me lembrava.

Lembro-me dele, seu toque, seu cheiro, sua aura. Tudo enche meu corpo, fazendo-me sentir quente.

"Pensei que tinha perdido você." A dor em sua voz envia calafrios através de mim, e eu empurro minha cabeça para cima. Meu estômago doe, mas eu preciso dele, eu preciso fazer nós dois sentir alívio.

Eu toco meus lábios nos dele. Eles são macios contra os meus, que estavam duros e rachados. Ele usa as mãos para apoiar minha cabeça enquanto nos beijamos. É leve, quase apenas um toque, mas é tudo, tudo que ambos precisamos ali mesmo.

Eu não tenho certeza do que aconteceu para me colocar aqui, mas eu sei que Optimus tinha passado o inferno por causa disso e eu odiava isso. Eu queria tranquilizá-lo e agora, sem a minha fala, essa é a única maneira que sou capaz de fazer isso.

Eu posso sentir a tensão deixar seu corpo. Ele se afasta. "Pensei que tinha perdido você." Ele sussurra novamente, agonia e emoção grossa em suas palavras. Ele baixa-me de volta no travesseiro.

Abro os olhos novamente. Eu não tenho que vê-lo para me fazer sentir melhor, apenas senti-lo ali é suficiente. Mas sou gananciosa. Quando meus olhos finalmente focam, eu percebo que ele é exatamente como eu me lembrava. Um sorriso suave no rosto. Ele usa seus polegares para afastar a umidade nas minhas bochechas. Olhamos um para o outro, mesmo quando Harmony explica que o médico tinha acabado de nos dizer. Seu rosto parece triste enquanto ela explica sobre a minha fala e movimento limitado.

"Eu... eu... estou o...k."

Ele suaviza. "Sim, Blackbird. Você está."

O médico vem algumas horas depois, seus olhos um pouco arregalados dessa vez quando ele pega o quarto cheio dos membros The Brothers By Blood. Ele realiza os testes novamente, tudo enquanto Optimus está ao meu lado e segurando minha mão. Também verifica a ferida no meu lado, onde um tubo no peito tinha sido colocado para reparar o meu pulmão.

"As coisas estão parecendo melhor. Você vai ter que se esforçar para conseguir seu movimento e fala de volta como era antes, e sua memória provavelmente será nebulosa por um tempo, mas eu posso ver que você tem bastante apoio." Ele olha ao redor e sorri. "Então, eu tenho fé completa."

Optimus sacode a mão quando ele sai da sala e eu sinto um suspiro coletivo de alívio de todos. Eu tenho um longo caminho pela frente, mas eu vou fazer isso.

Eu sorrio para Optimus. "A-mo vo-cê."

Ele parece surpreso por um momento e meu coração acelera. Talvez eu estivesse errada. Poderia lembrar-me de Op e eu transando após o ataque na academia, mas os detalhes ainda estavam distorcidos em minha mente.

Sua mão estende e agarra seu peito, sobre o coração. "Foda-se baby. Nunca pensei que iria ouvi-la dizer essas palavras novamente." Ele se agacha ao lado da minha cama e coloca a palma da mão contra sua bochecha. "Amo você. Pra caralho."

Meu coração incha e naquele momento eu sei que tudo ficara bem. Olho ao redor do quarto, todos os garotos sorriem e Harmony solta um suspiro, apesar de seu sorriso. Kit passa os braços em volta dela e coloca o rosto em seu pescoço.

As coisas estavam prestes a ficar difícil. Haveria terapia e visitas ao médico e sem dúvida lagrimas e um monte disso.

Mas eu tinha Optimus. E eu tinha os Irmãos.

Essa era a minha casa. Eu sabia que esse era o que o destino tinha reservado para mim. Eu posso ter perdido meus pais, mas eu tinha ganhado uma família inteirinha.

"Bem," Slider anuncia em voz alta. "Optimus e Kit entregaram suas bolas. Quem é o próximo?"

Enrolo minha mão em um punho e aponto meu dedo médio.

Risadas preenche o espaço pequeno.

Os olhos de Harmony encontram os meus. "E... ela está de volta."


Capítulo 46

 

"Você vai me colocar para baixo homem das cavernas!" Chelsea reclama enquanto eu a levo estilo de noiva para a porta da frente do clube.

"Mulher, cale-se." Eu rosno.

Olho para ela, sorrindo enquanto ela fica de boca aberta com as minhas palavras grosseiras. "Eu sei que você não acabou de me chamar de mulher."

"Você continua dizendo que eu sou um homem das cavernas, isso é como eles falam." Eu respondo, parando na porta quando Ham apressa-se em abri-la.

"Ok. Retiro o que eu disse. A partir de agora só vou usar palavras como, idiota, bastardo..."

Uma alegria enorme a interrompe enquanto eu entro e ela salta. Meus irmãos e nossos amigos todos aplaudem quando eu ando e coloco-a em uma banqueta. Ela olha ao redor da sala completamente atordoada.

Duas semanas.

Isso é quanto tempo tinha sido desde que Chelsea tinha acordado no hospital. Sua fala havia retornado muito rapidamente após cerca de uma semana de terapia da fala. Mas mesmo agora havia momentos em que era mais perceptível, como quando ela estava cansada ou triste, que seria necessário um pouco mais de tempo para as palavras chegar a ela.

Nós tínhamos passado por um par de intensas sessões de fisioterapia. Foi difícil para eu sentar e assistir a sua luta tão difícil de fazer tais tarefas simples como dar um passo ou captar algo em sua mão. Ela estava retardando chegar lá, mas nós ainda tínhamos um longo caminho pela frente.

Mas foi exatamente isso.

À nossa frente.

Porque eu estaria ali ao lado dela a cada passo do caminho.

Eu observo enquanto as lágrimas brotam em seus olhos. "O-obrigada," Ela murmura baixinho.

Não demora muito para a música aparecer e bebidas começarem a fluir. Essa foi uma celebração de dois tipos. Não apenas pelo regresso de Chelsea para casa, mas também uma celebração dela finalmente ter se tornado minha Old Lady. Digo finalmente, porque, na realidade, todos nós sabíamos que isso é como as coisas deveriam ter sido há muito tempo. Não ia ser qualquer outra pessoa.

Chelsea é onde meu coração está. Ela me faz feliz. Eu poderia ser quem eu queria ao seu redor, e mais ainda agora em torno dos outros. Ela me fez perceber que a vida era muito curta para estar vivendo no passado. Se eu tivesse a perdido, eu teria passado o resto da minha vida lamentando por afasta-la e não passar cada minuto com ela enquanto eu ainda tinha a chance.

Eu tinha cometido erros - erros que mesmo que as pessoas me dissessem várias vezes que não era minha culpa, que eu ainda insistia em cada dia. Mas eu não ia deixar o passado ditar minhas ações por mais tempo.

Chelsea é o principal exemplo disso. Nenhum de nós sabia realmente o que ela passou ao crescer, mas isso é porque ela não sentia que isso era relevante. Ela não deixou que a porcaria e o inferno que tinha sobrevivido tivesse efeito em quem é hoje. Minha garota é forte. Quando foi para o inferno, e sua vida estava desmoronando ela tomou aqueles tijolos e apenas começou a construir algo novo.

"Chelsea!" Eu ouço uma voz suave chamar. Harlyn passa por mim e enrola-se em torno de uma das pernas de Chelsea, outro corpo pequeno sai do nada e fez o mesmo - Jayla. Chelsea ri e coloca uma mão em cada uma das suas cabeças enquanto sorrem para ela.

Jayla tornou-se um elemento permanente em todas as nossas vidas. Seu tempo era compartilhado entre o clube e o apartamento que Lucy compartilha com algumas garotas da X-Rated. Nós ainda não tínhamos certeza de seu futuro, mas havia uma coisa certa, ela tinha roubado todos os nossos corações. E embora não tivesse sido oficial ainda, nós não vamos deixá-la ir sem uma luta. A garota tinha os meus homens envolvidos tão firmemente em torno de seu dedo mindinho, eu estava prestes a começar a chamá-los de minhas irmãs em vez de irmãos. Era ridículo.

Sugar tinha voltado para a casa dela e de Harlyn. Ela estaria embalando as suas coisas e voltando em poucos dias. Eu não tinha certeza o que era que tinha finalmente convencido a ficar, mas eu não me importava. Nós já tínhamos encontrado a casa perfeita para elas em Atenas, e eu estava animado para ter a oportunidade de ver minha filha crescer.

Tirando tijolos quebrados e construindo algo novo.

Eu observo enquanto minha família se aproxima de minha Old Lady e parabeniza por ela ter voltado para casa. Harmony tinha ficado com a gente pelas últimas semanas, apoiando sua amiga através de tudo. Ela quase nunca deixou seu lado e eu estava grato.

Chelsea se mostrava forte, mas eu sabia que por dentro ela ainda estava doendo. Junto com quase perder sua vida, ela tinha perdido uma amiga e honestamente penso que a machucou muito mais do que a dor de seus ferimentos ou terapia. Ela precisava agora, mais do que nunca, ter as pessoas apoiando-a, assim poderia confiar e contar, as pessoas que ela sabia que não iriam se virar contra ela.

Eu observo enquanto o rosto de Chelsea fica imóvel, sua expressão mudando de alegria à tristeza. Eu odeio ver aquele olhar em seu rosto.

Sigo sua linha de visão.

Blizzard, pelo amor de Deus.

Ele estava fazendo a mesma coisa que vinha fazendo nas últimas semanas, deprimido no canto com uma garrafa de qualquer coisa que pudesse colocar as mãos.

Rose não só tinha ferido a minha mulher, mas também o meu irmão. Ele Estava quebrado. Todo mundo sabia que, de todos nós, Blizzard teve dificuldade de aceitar a traição. Era um tema que ele conhecia muito bem. Blizzard era um dos homens mais fortes que eu conhecia. O primeiro a lançar um foda-se ao vento e ficar ao seu lado em uma luta. Não tendo medo de puxar o gatilho quando chegasse a hora. Mas ele também tinha o maior coração e sempre deixava exposto, incentivando a alguém rasgá-lo em pedaços.

Chego mais perto de Chelsea e envolvo meu braço em volta dos seus ombros. Ela se aninha no meu lado. "Você acha que ele vai ficar bem?"

"Eu não sei, Blackbird." Eu digo a ela honestamente.

"Eu acho que há mais acontecendo entre eles do que eu percebi. Eu me sinto tão horrível."

Coloco meu dedo sob seu queixo, fazendo-a olhar para mim. "Se qualquer coisa, eu tenho certeza que você estava mais ferida do que era pelo que ela fez. Não é sua culpa que ela acabe por ser uma cadela mentirosa."

"Sim, mas amigos vêm e vão o tempo todo. Às vezes a vida só lhe dá um tapa na cara ou pontapé nas bolas. E se esse era o seu?"

Eu levanto uma sobrancelha e não posso deixar de sorrir. "Eu não tenho ideia do que significa essa porra."

Ela ri e coloca os braços em volta da minha cintura, abraçando-me um pouco mais apertado. "Eu acho que fui o seu tapa na cara."

Eu rio. "Tudo o que você está falando, tenho certeza de que foi mais como um pontapé nas bolas."

Ela me belisca, cortando o meu riso. "Mulher" eu rosno em advertência.

"Idiota?" Ela diz, batendo os cílios quando olha para mim.

Eu sinto um zumbido no meu bolso e tiro meu telefone. "Salvo pelo gongo."

Ela revira os olhos e se solta de mim. "Claro." Eu beijo sua bochecha antes de precipitadamente sair pela porta mais próxima segurando o telefone na minha orelha.

"Sim" Eu respondo. O identificador de chamadas dizia ligação privada, mas eu sabia quem era. Eu estava esperando a chamada deles.

"Você tem dez minutos para chegar aqui." Isso era tudo o que foi dito antes que a linha ficasse muda.

Fui direto para dentro, tecendo meu caminho através das pessoas. Eu acho Kit e Tally na mesa de bilhar. Harmony está indo para casa com eles amanhã. Eu não tinha dúvidas de que Kit estava louco para tê-la de volta em Troy, mesmo que ele tivesse compreendido sobre as razões dela para ficar por muito tempo. Blizzard ficou sentando em silêncio, mas sua cabeça se anima quando me aproximo deles.

Coloco minhas mãos em cima da mesa, parando o jogo deles. "Vocês estão sóbrios o suficiente para um passeio?"

Kit inclina a cabeça para mim com curiosidade. "Sim."

Tally me dá um aceno de cabeça e Blizzard se aproxima. "Estou indo."

Eu faço uma careta para ele, acenando para a garrafa em suas mãos. "Quanto disso, você teve?"

"Quase nada. Gosto de merda." Ele bufa, colocando a garrafa sobre a mesa de bilhar. Eu olho para ele com suspeitas, mas finalmente concordo.

Olho para Chelsea quando eles me seguem para fora. Ela está rindo, ainda no bar com Harmony, Cam e Slider.

"Você disse a Chel que estávamos saindo?" Blizzard pergunta quando nós jogamos nossas pernas sobre nossas motos.

"Isso não vai demorar muito."

Acelero meu motor e arranco do clube, mal esperando Camo abrir os portões.

Não demora muito tempo para chegar lá. Nós estacionamos em frente ao edifício. Kit olha para mim com agitação. "Bro, um pequeno aviso teria sido bom."

Eu desço e caminho para o beco ao lado do prédio, meus irmãos seguindo de perto, mas nervosamente para trás. Eu estalo meus dedos.

"Estamos prestes a entrar em uma briga? Porque eu tenho um encontro com malditas gêmeas amanhã à noite." Tally geme.

"As mulheres adoram essa merda. Elas podem cuidar das suas feridas." Kit ri.

"Sim! Bom ponto."

"Nós não vamos brigar." Eu digo a eles quando chegamos a uma porta de correr grande. Bato nela.

"Droga." Ele resmunga. Era apenas o final da tarde, mas o ar em torno do lugar era silencioso. "Você acha que poderia apenas me bater uma vez? Talvez me dar um olho roxo?"

Eu ouço um tapa e Tally murmura 'ai' assim que a porta começa a abrir.

A pessoa por trás dela não era exatamente alguém que eu queria ver, mas tinha organizado isso para mim, então eu tinha que dar isso a ele. Deacon fica na minha frente com os braços cruzados no peito. Ele não fala, apenas inclina a cabeça indicando para segui-lo. Não precisamos ir muito longe para encontrar a porta da cela que estávamos procurando.

"Você tem cinco minutos. Então precisa desaparecer." Deacon vira e vai embora novamente.

Tudo bem por mim.

"Isso é quem eu penso que é?" Pergunta Blizzard, de repente animado.

Eu balanço a cabeça. "Eles estão levando-o embora amanhã. Essa é a nossa única chance."

"Foda-se, sim." Blizzard salta sobre seus pés e rola seu pescoço.

Aperto o botão para desbloquear a porta da cela, e Kit e Tally ficam do lado de fora, enquanto Blizz e eu entramos. O bastardo olha para mim e mesmo que tente segurar um olhar vazio, eu posso ver o pânico atingir seu rosto.

"Marco DePalma." Eu cuspo. Ele levanta-se lentamente, sua altura nem de longe da minha. "Você sabe, eu não gosto muito de homens que batem em mulheres."

Dou um passo mais perto, Blizzard, bem do meu lado.

"Minha Old Lady quase morreu por sua causa." Eu rosno, sentindo o impacto de minhas palavras. Ela tinha quase morrido. Quase desaparecido para sempre. Eu Estalo meus dedos novamente. "Eu penso que é justo retribuir o favor."


Epílogo

 

Eu ando até os portões do clube. Se eles me deixassem vê-la seria um sucesso ou tentativa em vão, mas eu tinha que tentar.

Os dois prospects adiantam-se quando penso que iam me interromper. Um está em seu telefone celular, falando baixinho enquanto olha e se aproxima de mim.

"Oi... Eu estava pensando... se posso hum... falar com Chelsea?" Meus pés arrastam no pavimento. Eu tinha traído essas pessoas e colocado todas as suas vidas em perigo.

Eles estavam dentro dos seus direitos para me mandar ir me foder e eu esperava isso totalmente. Mas eu lhes devia um pedido de desculpas e eu estava determinada a fazer isso, não importa o que fizessem para mim.

Eu não tinha certeza de que eu sabia o que dizer para essas pessoas.

Sinto muito, meu pai assassinou seus pais e colocou a culpa no clube? Desculpe-me, eu tentei atrair você para o seu desaparecimento?

De qualquer forma, eu colocar isso, seria inútil. Eles me odeiam e eu não os culpo nem um pouco.

Os portões rangem abertos momentos mais tarde e meu coração salta quando ele sai.

Blizzard.

Seus olhos estão cheios de ódio, mas mesmo assim eu não posso deixar de admirar o homem que ele é. Alto, cabelos claros, queixo e mandíbula quadrada e coberta com uma leve barba.

"Já não fez bastante dano? Voltou para mais?" Ele cospe, suas palavras completamente cheias de desgosto.

Eu me encolho e respiro fundo. Eu só precisava conseguir as palavras. Bastava dizer o que tinha para dizer e então poderia ir embora.

"Sinto muito." Eu sussurro, pendurando minha cabeça. Minha mão balançando, esfrego-a inconscientemente. Era um lembrete dos erros que eu tinha feito. "Eu... Eu só vim aqui para pedir desculpas."

"Porque isso torna tudo bem, certo?" Ele rosna. "Chelsea apenas acabou de sair do hospital, porra. Nós quase a perdemos. Ela nem consegue andar ou falar direito. Pode levar meses para ela voltar a ser como antes."

Eu me sinto doente. Ninguém tinha sido capaz de me dizer como ela estava, e meus primos, Gio, e Rico, não me deixaram ir até o hospital para vê-la. Engulo as lágrimas. Se ela não podia andar ou correr, então isso pode afetar sua carreira? Eu tinha feito mais do que apenas machucá-la. Eu poderia ter fodido toda a sua vida.

O vento sopra em torno de mim e tremo.

"Eu não deveria ter vindo." Eu sussurro, virando-me.

Blizzard ri, mas não é divertido. Não. É sombrio e condescendente. "Você interpreta a vítima também. Todos nós acreditamos. Chelsea estava pronta para lutar por você... eu também estava. Mas foi tudo besteira."

Giro para encará-lo, a raiva dentro de mim queimando. "Eu fui uma vítima! Não fique aí e pense que por causa disso tudo você sabe o que eu passei a merda que eu tenho lutado. Você tem sua família, Blizzard! Você tem um clube cheio de irmãos e pessoas que estão a seu lado em um piscar de olhos. Eu não tinha um... "

"Você tinha a mim." Ele grita, dando um passo para frente e batendo no peito com o punho. "Eu estava lá, Chelsea estava lá. Estávamos lá para te apoiar, e você ainda se virou e fodeu conosco."

"Eu não tive escolha." Eu choro, meu corpo dói e eu quero desmoronar no chão e chorar.

"Todos nós temos uma escolha." Ele diz com firmeza, sua voz agora fria e desprovida de qualquer emoção. "Você fez a sua." Ele cospe no chão. Era como se a minha presença deixasse um gosto nojento na sua boca.

Eu choro. Eu estava na frente dele e vociferei maldito seja com meus olhos, e tudo o que ele fez foi olhar para mim. Como isso não afetasse o mínimo a ele.

Ele estava tão frio.

Foi-se o homem que abriu caminho para a minha vida, me fazendo sonhar com algo melhor. Foi-se o brilho brincalhão que eu tinha visto uma vez em seus olhos quando ele me disse que não iria desistir até que eu fosse dele.

Eu tinha feito ele dessa maneira.

E foda se isso não doe.

Doe, mais do que eu jamais poderia ter imaginado.

Eu o observo quando um carro para no meio-fio atrás de mim. Eu sabia que eram meus primos, Gio e Rico, filhos do tio Anthony.

Eu estava voltando para a Costa Leste com eles.

Meu pai tinha me convencido de que ninguém da minha família me dava à mínima. Ele me manteve escondida deles, enviando-me para um colégio no outro lado do país até que tivesse um uso para mim. Eu sabia para que agora. Ele não queria que eu soubesse que eu tinha família que se preocupava comigo. Meu tio não deu a mínima que eu nasci de um caso com uma dona de casa humilde.

Eu sempre me perguntei por que minha mãe tinha escolhido me levar embora. Levou um longo tempo de busca depois que ela havia falecido para encontrar detalhes sobre meu pai.

Agora eu sabia por quê.

Ela estava me protegendo.

Sempre foi apenas eu e ela, mas eu tinha o sonho de uma grande família. Quando eu descobri sobre os DePalmas, eu estava pronta para fazer qualquer coisa para ser uma parte de uma família tão grande com tanta história.

Marco tinha me dito que eu precisava provar o meu valor, porque meu sangue estava contaminado.

Apenas outra mentira.

Uma maneira de manter-me torcida em torno de seu dedo mindinho.

Olho por cima do meu ombro enquanto ouço os rapazes saírem do carro. Giovanni, o mais velho dos irmãos, franze o cenho quando vê as lágrimas em meu rosto.

"Rosalie, entre no carro." Ele ordena.

Volto-me para Blizzard, ele está observando-os cuidadosamente, com o corpo em alerta máximo.

Eu deveria escutar. Eu deveria entrar no carro e deixá-los me levar embora. Eu não era bem-vinda aqui e tanto quanto eu queria estar lá e pedir desculpas até o meu rosto ficar azul, eu sabia que seria um desperdício de ar. Blizzard nunca iria aceitá-lo. Eu o tinha quebrado e era algo que eu teria que conviver para o resto da minha vida.

Gio e Rico pega o espaço em ambos meus lados. "Entre no carro, Rosalie." Gio repete resmungando.

Meus olhos, em seguida, pega o lampejo do metal brilhante que ele tinha na mão. Meu coração afunda, não. Isso não é como iria acabar.

"Está bem, está bem. Vamos." Eu coloco a mão em seu peito e tentando empurrá-lo, mas ele não se mexe. Seus olhos estão sobre Blizzard e eu poço ver a fúria que está atrás deles. "Gio, não faça isso." Eu sussurro suplicante.

"Só mais um truque, hein?" Blizzard anuncia, segurando seus braços bem abertos. "Quando é que vocês, rapazes vão parar de usar as mulheres para fazer o seu trabalho sujo?"

"Não" Eu rebato. "Nós estamos saindo."

Coloco-me na frente de Gio, minha mão em seu peito. Eu posso ver a promessa de violência em seus olhos quando ele me ignora e continua a encarar Blizzard sobre minha cabeça. Olho para Rico, que está fazendo o mesmo.

Não, não é assim que as coisas iriam acabar. Eu tinha feito o suficiente para danificar este clube como ele é.

"Você levou nosso irmão." Gio zomba. Kenneth tinha sido o mais velho dos filhos de Anthony. Eu não tinha certeza de toda a história, mas pelo que me disseram o clube o havia matado. Mas pelo que eu sabia, isso era apenas mais uma mentira.

"Ele era um babaca. Você deveria me agradecer, agora ele está fora do caminho, você é o próximo na fila para tomar o trono." Blizzard atira de volta. Sua voz agora de volta ao normal quando ele anuncia a morte de meu primo.

"Ele era meu irmão." Gio grita, erguendo a arma.

"Ele tinha um comércio de escravas conhecido para pegar uma das nossas Old Ladies e vendê-la pelo maior lance." Blizzard atira de volta, fazendo-me ofegar. Chelsea não falou muito sobre o que aconteceu com Harmony, mas eu sabia que essa referência era sobre ela.

"Seu clube teve um da minha família." Gio fala devagar, raiva irradiando dele. "Agora eu vou tomar um deles. Sangue por sangue."

"Não!" Eu grito, me jogando sobre Gio e agarrando seu braço quando ele puxa o gatilho.

O tiro sai e eu ouço um corpo cair no chão.

Meus ouvidos começam a zunir. Rico me pega pela cintura e puxa-me para o carro, tudo isso enquanto eu chuto e grito, gritando o nome de Blizzard.

"Não!"

Eu sou empurrada para o banco traseiro do carro, Rico entra depois de mim e Gio atira-se no assento do motorista. Eu posso ver a boca de Rico em movimento, mas eu não consigo distinguir as palavras. Meu ouvido estava perto da arma quando disparou e tudo que eu posso ouvir são zumbidos e estáticas. Mas continuo a gritar.

Pego um vislumbre pela janela enquanto Gio decola em alta velocidade.

A visão faz o meu estômago revirar e minha respiração fica presa em um soluço. "Não" Eu sussurro.

O corpo de Blizzard ficou na calçada.

Todos nós temos um momento em que nosso mundo quebra completamente.

Eu tinha sobrevivido sendo derrotada.

Eu tinha feito isso por meio, apesar de ser dito que eu era inútil e um desperdício de ar.

Eu ainda consegui aguentar isso quando eu pensava que Chelsea - a pessoa que me ensinou o verdadeiro significado da amizade estivesse morta.

Mas, vendo seu corpo deitado ali, foi quando eu soube.

Meu coração tinha sido arrancado do meu peito e ficou exatamente lá com ele, encontrando-se sem vida na calçada.

Meu mundo tinha quebrado. Eu estava quebrada.

E, dessa vez, eu estava além do reparo. Narcóticos.

 

                                                                                                    Addison Jane

 

 

 

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