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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


Gabrielle Zevin
Gabrielle Zevin

 

 

                                                                                                                                                  

 

Zevin nasceu na cidade de Nova York. O pai de Zevin, nascido nos Estados Unidos, tem ascendência judaica Ashkenazi , russa , lituana e polonesa . Sua mãe nasceu na Coréia e imigrou para os Estados Unidos quando ela tinha 9 anos. Os dois se conheceram no colégio em Connecticut e mais tarde trabalharam para a IBM.
Ela cresceu em Boca Raton, Flórida e se formou na Escola Secundária Spanish River Community em 1996. Ela se matriculou na Universidade de Harvard , onde estudou inglês com concentração em Literatura Americana . Enquanto estava em Harvard, ela conheceu seu parceiro, Hans Canosa e se formou em 2000.
Por quase uma década, Zevin morou em Manhattan antes de se mudar para Los Angeles em 2012, onde atualmente vive com Canosa.
 

 

 

 

 

 

 

Leia da autora

Na noite anterior ao início do segundo ano do ensino médio – eu tinha apenas dezesseis anos –, Gable Arsley disse que queria dormir comigo. Não num futuro distante ou semidistante. Naquele momento.
Preciso admitir, meu gosto para meninos não era muito bom. Eu me atraía pelo tipo de cara que não tem o hábito de pedir permissão para nada. Meninos como o meu pai, eu acho.
Tínhamos acabado de voltar do café ilegal no porão de uma igreja fora de University Place. Isso no tempo em que cafeína, junto com quase um milhão de outras coisas, era ilegal. Tanta coisa era ilegal (papel sem permissão, telefones com câmera, chocolate etc.) e as leis mudavam tão rapidamente que você poderia estar cometendo um crime e nem mesmo saber. Não que isso importasse. Os tiras viviam sobrecarregados. A cidade estava falida, e posso dizer que talvez setenta e cinco por cento da força policial tinha sido demitida. O que restava da polícia não tinha tempo de se preocupar com adolescentes doidões em cafés.
Eu devia saber que havia alguma coisa por trás da oferta de Gable para me levar em casa. Pelo menos à noite era bem perigoso andar do café até onde eu morava, na East Ninetieth, e Gable normalmente deixava eu me virar sozinha. Ele morava no centro, e acho que sempre imaginava que se eu não tinha morrido fazendo esse percurso até agora...
Entramos no meu apartamento, que era da minha família praticamente desde sempre – desde 1995, ano do nascimento da minha avó. Galina, que eu amava loucamente e a quem chamávamos de vovó, estava no quarto, morrendo. Ela tinha o mérito de ser a pessoa mais velha e mais doente que eu já tinha conhecido na vida. Assim que abri a porta, ouvi as máquinas que mantinham seu coração e todos os seus outros órgãos pulsando. A única razão de eles não desligarem a máquina, como fariam com qualquer outra pessoa, era o fato de ela ser responsável por mim, pelo meu irmão mais velho e pela minha irmã mais nova. Ainda estava lúcida, diga-se de passagem. Mesmo confinada na cama, pouca coisa passava despercebida por ela...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      

 

 

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