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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


PASSEANDO NO PARQUE / Nic Chaud
PASSEANDO NO PARQUE / Nic Chaud

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Larissa acordou sentindo um focinho gelado em sua orelha. Eram seis horas da manhã e Cacau já queria passear. Fingiu que ainda estava dormindo, mas a cachorrinha passou a lamber seu rosto.


– Cacau, me deixe dormir só mais um pouquinho.

– Au.

– Está muito frio e muito cedo, deite na caminha.

– AU.

– Você não vai mesmo me deixar dormir?

– AU, AU, AU.

– Está bem, você venceu! Vou levantar antes que os vizinhos comecem a reclamar dessa sua animação logo cedo.


Cacau tinha sido resgatada da rua por uma ONG. Estava tão desnutrida, que suas costelas ficavam salientes. Quando Larissa viu a foto dela no Facebook, sentiu que precisava adotar aquela cachorrinha. O olhar dela era muito triste, de cortar o coração. Tendo certeza da decisão que tinha tomado, Larissa entrou em contato com a organização e se comprometeu a adotar Cacau. Assinou os papéis necessários, assumindo a responsabilidade pela saúde e bem estar do animal.

Quando foi pegar Cacau no colo, ela se debateu. Larissa entendeu que estava com medo e falou baixinho em seu ouvido: “Você agora é minha, vai ficar tudo bem.” A cachorrinha parou de se agitar e, daquele momento em diante, adotou Larissa como o amor de sua vida, seguindo-a por todo o lugar. Nos primeiros dias, Cacau ficava o tempo todo procurando coisas para comer pelo chão, como costumava fazer na rua. Levou um bom tempo para se dar conta de que sempre teria um pote cheio de comida esperando por ela. Mas o hábito de comer grama continuou mesmo depois de ter sido adotada. Sempre dava um jeito de mascar os capinzinhos mais tenros que encontrasse pelo caminho.

Além de desnutrida, Cacau chegou com um problema num dos rins, que teve de ser removido numa cirurgia. Foi um grande susto, mas a cachorrinha era uma sobrevivente e, dois dias depois de operada, já corria por tudo como se nada tivesse acontecido. Uns meses depois parecia outra, com peso normal e pelo saudável. Seu olhar não era mais triste, mas feliz e cheio de amor por Larissa.

No primeiro cio, depois de adotada, Cacau apresentou gravidez psicológica. Fez ninhos pela casa e adotou uma escova de cabelos como filhote, não deixando que ninguém chegasse perto do objeto. Foram duas semanas bem difíceis de lidar com ela. Como a alteração foi só de comportamento, não houve necessidade de nenhuma medicação, mas o veterinário explicou que o problema poderia se repetir e que, em alguns casos, permitindo que uma gestação real acontecesse o problema desaparecia.

Agora Cacau estava no segundo cio e Larissa pretendia encontrar um namorado para ela. Falou com suas amigas, mas seus cachorrinhos eram castrados. E algumas pessoas que abordou na rua se recusaram a permitir o namoro, por acharem que daria muito trabalho, já que o ideal é que a fêmea fique na casa do macho. Larissa entendia, mas ficava preocupada que Cacau sofresse outra gravidez imaginária. Por isso a levava sempre no parque, para correr bastante e se distrair perseguindo passarinhos.

Depois de tomar um banho rápido, Larissa vestiu calça jeans, camiseta, pulôver, botas, cachecol, japona e luvas. Tomou só um suco e disse para Cacau:


– Estou pronta. Podemos ir.

– AU! – respondeu a cachorrinha, balançando o rabo.


Larissa a colocou no banco traseiro de seu carro, presa numa cadeirinha própria para cachorros e lá foram as duas para o parque, distante uns quinze minutos dali. Quando estavam chegando, Cacau começou a latir de alegria e só parou quando desceu do carro e disparou na perseguição de um sabiá. O passarinho assustado voou e ela foi atrás, sumindo no meio do mato. Não era novidade a cachorrinha fazer isso e voltar logo em seguida. Mas desta vez estava demorando.


– Cacau, volte aqui! Cacaaau! Vou te colocar de castigo! Cacaaaau!


A ameaça não adiantou nada. Larissa teve de ir procurá-la andando pela trilha dentro do bosque, usada pelo pessoal que corria e fazia caminhada. A cada dez metros chamava Cacau novamente e olhava por tudo. A danada tinha sumido sem deixar pistas e desta vez perderia o privilégio de passear solta. Na próxima vinda ao parque seria com coleira e guia. Quem mandou desobedecer.


Num ponto mais distante da trilha...


– Thor, não! – João tentou impedir seu cão de sair correndo e subir em cima de uma cachorrinha que ele tinha avistado, mas não deu tempo. Thor tinha mira certeira e, quando João chegou, os dois já estavam grudados.


Larissa os avistou de longe.


– Cacau! – gritou, correndo horrorizada até eles.

– Desculpe! Não pude impedir – João disse quando Larissa se aproximou.

– Não foi sua culpa. Eu a deixei solta, estando no cio. Era tão cedo que eu não imaginei que alguém poderia estar passeando neste frio.

–Thor é madrugador, nem os domingos ele perdoa. E hoje estava mais agitado do que nunca. Acho que sentiu o cheiro dela, pois eu moro bem perto daqui.

– Eu queria mesmo que ela cruzasse, mas estou me sentindo meio embaraçada por isso ter acontecido aqui no parque.

– Se for por mim, não precisa ficar embaraçada. Thor se deu bem hoje e se ele está feliz eu também estou.

– Falar assim não está me ajudando.

– Não seja boba. Vamos nos apresentar que isso passa. Meu nome é João e, como eu já mencionei, esse é o Thor, que se deu bem hoje. Olhe a cara de satisfação dele e a da sua não fica atrás.

– Fique sabendo que ela era virgem e inocente.

– Melhor ainda pra ele.

– Agora não temos o que fazer senão esperar.

– Mas, se você quer mesmo que ela fique grávida, será melhor ela passar o dia inteiro com o Thor. Minha casa está à disposição. Lá eles ficarão abrigados e poderão namorar sossegados.

– Ah, não quero incomodar e, além disso, acho que ela não vai conseguir ficar longe de mim tanto tempo. Depois que eu a adotei, nós nunca mais nos separamos.

– Na minha humilde opinião, está me parecendo que é você que não vai conseguir ficar longe dela. Vamos fazer assim então, passaremos o dia juntos, nós quatro.

– Melhor não, preciso fazer umas coisas em casa.

– Eu sei fazer um macarrão à carbonara maravilhoso, não quer experimentar?

– Agora você me pegou, não resisto a uma comida caseira.

– Então vamos, isto é, depois que os dois se separarem.


Enquanto esperavam, João contou que era designer de móveis e que fazia seus projetos em casa mesmo, tendo este privilégio de não precisar se deslocar para trabalho todos os dias e de ter o parque praticamente como o quintal da sua casa.

A maioria das casas antigas da região tinha sido desapropriada, para a criação do parque. O imóvel em que João morava quase tinha sido demolido. Mas a construção, feita por imigrantes italianos, guardava tanta beleza que João não resistiu e a comprou. Depois foi a vez de restaurá-la, para que o passado daquele lar não se perdesse. Ele próprio refez os lambrequins quebrados, pingentes rendados que enfeitavam os beirais das casas antigas no sul do Brasil. Arte trazida da Itália e da Holanda. As janelas de vidros quadriculados foram consertadas, o porão de pedra adaptado para uma confortável sala de TV e o sótão para uma suíte completa.

No piso principal João fez seu ambiente de trabalho, onde desenhava e recebia seus clientes. E nos fundos do terreno ficavam a cozinha e uma área coberta com churrasqueira. Um corredor feito de paredes de vidro e vigas de madeira ligava a casa principal com essa área. Na primavera, trepadeiras traziam um colorido especial para a passarela. Larissa ficou muito curiosa para conhecer a casa de João, ainda mais depois da descrição detalhada e apaixonada que ele fez dela.

Ela contou que também trabalhava em casa, prestando consultoria de contabilidade, via internet. Um trabalho menos artístico do que o do João, mas que lhe permitia ficar com Cacau o dia inteiro. Sua vida social ficava um pouco prejudicada, mas Larissa não se arrependia de ter feito essa escolha, ainda mais depois de ter a companhia da cachorrinha.

Assim que os cachorros se soltaram, Larissa colocou a guia em Cacau para que não fugisse. João foi indicando o caminho e Thor veio atrás, cuidando para que Cacau não saísse de perto dele. A casa antiga era muito linda, com gérberas nas floreiras das janelas quadriculadas. Larissa adorou os lambrequins com desenhos em formato de tulipas.

Por dentro o piso era de madeira corrida, com tapetes espalhados por todo o lugar. Móveis antigos se misturavam com móveis de design moderno. A decoração colorida era muito alegre e aconchegante. Dava vontade de ficar ali para sempre.


– Nossa, amei sua casa! E imagino que estes móveis sejam de sua autoria, são muito lindos.

– Obrigado! Sempre é bom escutar um elogio sincero. Posso ver pela sua expressão que gostou mesmo do ambiente. É nesta sala que eu faço meus projetos e recebo meus clientes.

– Mas a Cacau e o Thor podem fazer um estrago enorme por aqui. Melhor eu ir para casa.

– Nós vamos ficar na sala de TV que fica no porão. Lá tenho um canto reservado para o Thor. Eles ficarão bem, você vai ver. Mas antes vamos até a cozinha comer alguma coisa. Estou morrendo de fome, você não está?

– Pra falar a verdade, estou.

– Então você vai provar as melhores panquecas do mundo. Já te falei que sou um excelente cozinheiro?

– Falar já falou, agora vai ter de comprovar.

– Challenge accepted! – respondeu João, aceitando o desafio.


Depois de servir água para os cães, João começou o preparo da massa. Larissa o ficou observando, sentada num dos banquinhos altos do balcão em torno da área do fogão e da pia. Aquela parte separada da casa era de alvenaria e tinha sido construída depois que João comprou o imóvel. Como gostava de cozinhar, quis todo o conforto dos utensílios modernos, e criou um ambiente estilo americano, com sala de estar e cozinha integrados.

Cacau se instalou com Thor na cama dele, deixando que ele a cheirasse e lambesse. Larissa preferiu nem olhar, para não ficar constrangida novamente. João com certeza brincaria se a visse corando. Melhor focar nas habilidades dele como cozinheiro, que fritava as panquecas como um chef, virando-as no ar para que dourassem de ambos os lados.


– Tenho que admitir que você é bem habilidoso.

– Você ainda não viu nada do que eu sou capaz de fazer com essas mãos. Pretendo te mostrar mais algumas habilidades – comentou com um sorriso safado no rosto.

– Como assim? – Larissa perguntou sorrindo, embora suas bochechas vermelhas deixassem claro que tinha ficado embaraçada.

– Não te prometi um macarrão à carbonara?

– Ah, é mesmo – Larissa lembrou, sem perceber o tom de decepção que empregou nas suas palavras.

– Não fique triste, temos o dia inteiro para demonstrações.

– Quem disse que fiquei triste.

– Não sei, mas me pareceu querer que eu demonstrasse minhas habilidades manuais em outras áreas. E não precisa ficar vermelha. Só vou te mostrar o que faço em minha oficina de marcenaria.

– Eu adoraria ver.

– Vou te mostrar, mas só se for sincera e admitir que minhas panquecas são as melhores do mundo. Prove.


João tinha colocado sobre o balcão a manteiga, geleias, requeijão, maple syrup e uma travessa cheia de panquecas. E também suco, leite e café. Larissa se serviu de uma panqueca, passou manteiga e depois geleia de morango. Cobriu tudo com outra panqueca, derramando o xarope americano por cima. Experimentou uma garfada e deixou o sabor penetrar em sua boca.


– Uauuu! Está divina! Maravilhosa mesmo, mas vou te dar nota nove e meio. Vai que no futuro eu encontre uma panqueca melhor do que a sua.

– Pode até ser, mas companhia melhor do que a minha você não vai encontrar, tenha certeza! – João brincou.

– Definitivamente você é um ótimo anfitrião e também é gentil e divertido.

– Eu sabia que você ia admitir – ele gargalhou.


Depois de limparem a cozinha e deixarem Cacau e Thor namorando no tapete, os dois foram até a marcenaria de João, situada na parte de trás da área de alvenaria.


– Foi aqui que eu refiz vários dos lambrequins que estavam quebrados ou faltando. As vezes também me arrisco a fazer eu mesmo alguns móveis, é uma atividade que me relaxa. Mas para meu negócio, contrato o trabalho de artesãos que trabalham numa cooperativa. São verdadeiros artistas. Alguns dos meus desenhos são produzidos em série por eles, outros são exclusivos. E, dependendo do cliente, faço projetos por encomenda.

– Se eu encomendar uma cama com escadinha para a Cacau, você desenha?

– Claro!

– Estou brincando, projetos de design estão fora do meu orçamento e, além do mais, ela sempre acaba dormindo em cima da minha cama.

– Seu namorado não acha ruim?

– No momento não estou namorando, mas se estivesse, ele teria de gostar de cachorro e não se importar de acordar com lambidas na cara. E você, está em algum relacionamento?

– Estamos dando um tempo, não sei bem o que vai acontecer.

– Você não acha melhor eu ir embora? Sua namorada ou noiva pode aparecer, querendo se acertar com você.

– Ela está viajando, não se preocupe. E você não vai embora sem comer meu macarrão.

– Está bem, mas depois do almoço vou te deixar sossegado. Não é justo eu e a Cacau atrapalharmos seu descanso.

– A presença de vocês só está me fazendo bem, esqueci de todos os meus problemas nesse tempo em que estamos juntos. Thor também está adorando essa visita. Vamos ver o que os dois estão aprontando?

– Vamos.


Os dois já estavam tentando cruzar novamente. João preferiu levá-los para a sala de TV, onde a estufa estava acesa, deixando o ambiente bem aquecido. O canto de Thor podia ser cercado e eles ficaram ali. Logo estavam grudados outra vez.


– Eu tinha me programado para assistir uma série hoje. Longmire, você conhece? É sobre os casos de um xerife americano.

– Adoro séries! Essa eu não conheço, parece interessante.

– Quer assistir comigo? Podemos ver uns três episódios e depois almoçamos. O que acha?

– Acho ótimo.


Larissa e João sentaram-se em frente à TV, em duas poltronas reclináveis geminadas e acabaram assistindo quatro episódios seguidos. Foram para a cozinha discutindo sobre a assistente do xerife, a Vic. Larissa tinha certeza que ela estava de olho no Walt e que o xerife também se sentia atraído por ela, apesar da morte recente da esposa.


– Que atitudes dela você acha que mostram esse interesse pelo xerife? – João quis saber.

– Tudo, o jeito como ela o olha com admiração, como se inclina em direção a ele, como quer estar sempre junto nos casos que ele tem para resolver.

– Mas ele é durão. Não vai se entregar tão cedo.

– Acho que não mesmo, mas eu estou torcendo para que sim. Seriado com romance e sexo fica bem melhor. Posso te recomendar um excelente nesse estilo e que tem xerife também. Chama-se “Banshee”.

– Fiquei curioso, vou colocar na minha lista.


Enquanto conversavam sobre seriados, o macarrão foi ficando pronto. Serviram-se logo, para que não esfriasse. Cacau e Thor também ganharam sua ração.


– João, você é mesmo um excelente cozinheiro, está delicioso, mais ainda do que as panquecas. Nota nove e setenta e cinco.

– Fico feliz que minha pontuação subiu. Espero chegar um dia no seu padrão dez de nota.


Naquelas poucas horas de convivência, um clima de intimidade foi crescendo naturalmente entre João e Larissa. Ele não deixou que ela fosse embora depois do almoço e a fez se sentar na frente à TV, para assistirem mais episódios do seriado. Larissa resistiu um pouco, mas acabou se rendendo e logo já estava empolgada, fazendo comentários e avaliando os personagens. João estava achando muito divertida a empolgação dela e o sorriso de Larissa o encantava cada vez mais. E ela também parecia encantada com ele. Assim como a Vic do seriado, olhava para João com os olhos brilhando e seu corpo se inclinava para ele a cada comentário. Ele parou de responder e começou a reparar nos traços delicados de seu rosto e nos seus lábios apetitosos.


– O que foi? – ela perguntou. – Por que está me olhando deste jeito?

– Porque estou com vontade de te beijar. Posso te beijar?


Um frio na barriga fez Larissa se dar conta de que estava desejando o mesmo. Com uma barba por fazer e olhos de um castanho profundo, que espelhava todo o desejo que corria dentro dele, João se aproximou dos lábios dela, esperando algum sinal para continuar.

Larissa olhou para os lábios de João, já imaginando o prazer que sentiria. Ele se aproximou mais um pouco e, não resistindo, ela o puxou com a mão. Seus lábios se encontraram e o beijo se aprofundou com suas línguas se tocando, suas bocas explorando se combinavam sexualmente. Sim, combinavam perfeitamente.

As mãos de João começaram a demonstrar suas habilidades, acariciando os seios de Larissa por baixo da roupa. Os mamilos enrijeceram e ela sentiu sua lubrificação escorrer molhando a calcinha. Ele abriu o zíper da calça, levando a mão de Larissa até seu membro, para que o tocasse e sentisse a rigidez de sua potência. Ele a queria.

Larissa, vendo o desejo nos olhos dele, perdeu totalmente a inibição, posicionando-se de joelhos, para alcançar com a boca o pênis que ele lhe oferecia. Ela encostou seus lábios molhados nele e foi introduzindo aquela delicia em sua garganta. Ela o chupou com gosto, deixando-o quase louco. Mas João queria mais, queria sentir Larissa por inteiro. Ele retirou o moletom dela, depois sua camiseta. Ela fez o mesmo, retirando as roupas que cobriam seu tórax.

Ambos retiraram com urgência seus calçados e calças e se deitaram no amplo sofá que havia na sala. João sugou com avidez os mamilos de Larissa, enquanto seus dedos exploravam a umidade do meio de suas pernas. Depois foi a vez da língua dele marcar território, mas foi ele quem ficou marcado com o prazer do cheiro e do gosto dela. Ele pegou seu membro na mão e passou a esfregá-lo no clitóris dela. Ao som dos gemidos de Larissa, foi introduzindo seu membro bem devagar. Ela era apertada para ele.


– Você é deliciosa!

– E você é um pauzudo do caralho. Me foda com força!

– Vou te foder sua gostosa!


Ele meteu com gosto dentro dela. Ela adorou cada centímetro que lhe foi enterrado, e repetido inúmeras vezes com grande potência. O prazer final foi chegando acompanhado de múltiplas contrações uterinas, que se estenderam pelas paredes de sua vagina, aumentando ainda mais o prazer das últimas investidas de João. Ao gozar ele soltou um urro másculo.

Ficaram deitados de lado, abraçados, aproveitando o calor de seus corpos. Seus cheiros misturados marcaram aquele momento de prazer, garantindo que a união de seus corpos jamais fosse esquecida.


– Você ganhou minha nota dez. Cinco estrelas Michelin do Sexo, se preferir.

– Gostei dessa classificação. Mas vou precisar de reavaliação de tempos em tempos, para saber se minha nota continua máxima.

– Vou pensar no seu caso.


Nesse momento o telefone fixo começou a tocar sem parar, interrompendo a brincadeira entre eles. João ficou irritado ao se levantar para atender.


– Alô! Eu sei que é você. Só um momento que eu estou com uma visita.

– Desculpe, eu vou ter que atender – ele disse para Larissa, apanhando suas roupas e levando-as com ele para o andar de cima.


Larissa não queria escutar, mas o tom de voz irritado de João chegava até onde ela estava.

– Não quero que você venha aqui. Estou recebendo uma pessoa. Não foi você mesma quem quis dar um tempo na Itália? Ficasse lá até saber o que quer da vida.

– Já te disse que não venha. E não é uma puta que está aqui comigo. Pare de dizer isso. Seus ciúmes só aparecem quando é conveniente para você. Quando se trata de viajar com suas amigas e amigos, você nunca se incomoda em me deixar sozinho.


Larissa, que já tinha se vestido, não esperou para ouvir mais. A última coisa que desejava era participar daquela briga. Pegou Cacau nos braços e subiu as escadas sem fazer barulho. João, ainda nu, andava de um lado para outro, indignado com o que ouvia no telefone. Larissa deu uma última olhada para gravar a imagem daquele homem lindo, a quem tinha se entregue sem medir consequências. Abriu a porta com cuidado e saiu correndo em direção ao parque, onde estava estacionado seu carro.

Em casa, depois de deixar Cacau em sua caminha, Larissa preparou um banho de banheira bem quente para si. Deixou seu corpo relaxar na água, enquanto relembrava cada segundo de prazer que João tinha lhe proporcionado. Sabia que ele não devia nada para ela. O encontro deles tinha sido ao acaso. E, se fosse para reencontrá-lo, que fosse pelo acaso novamente. Jamais voltaria na casa dele sem ser convidada, ainda mais depois de escutar a conversa dele com a namorada. Melhor voltar à paz da sua rotina diária e tirá-lo dos seus pensamentos.

O trabalho realmente a ajudou a superar a intensa saudade que sentiu de João nos primeiros dias que se sucederam ao encontro que tiveram. Cacau estar esperando filhotinhos também ocupava muito das suas preocupações e pensamentos. Tinha decidido que, ao menor sinal de complicação, correria com a cachorrinha para uma clínica veterinária. Felizmente tudo transcorreu bem durante a gestação e, quando Larissa acordou naquela manhã, Cacau tinha dado à luz a três filhotinhos, que se aninhavam junto ao corpo dela, para serem lambidos e amamentados. Larissa chorou de emoção e acariciou as orelhinhas de Cacau.

– Muito bem, Cacau. Você é uma cachorrinha valente. Seus filhotes são muito lindos, duas meninas fofas como você e um menino com a cara do pai. Vamos chamá-lo de Modi, o nome de um dos filhos de Thor, o deus do trovão da mitologia nórdica. E as meninas de Cléo e Cristal, o que acha?

– AU!

– Que bom que aprova. Agora vou ligar para a veterinária vir dar uma olhada se está tudo bem com vocês.


Tudo estava ótimo. Depois de dar todas as instruções sobre vacinas e vermífugos que os filhotes precisariam, a veterinária foi embora. Cacau se desdobrou em cuidados com suas crias, mas depois de três meses já estava exausta. Larissa é quem tinha de brincar com os danadinhos, que a mordiam sem piedade, com seus dentinhos afiados. Dava para entender porque Cacau andava fugindo deles. Pelo jeito nunca mais teria gravidez psicológica.

Quando completaram quatro meses, já imunizados pelas vacinas, a veterinária deu permissão para que passeassem na rua. Modi era o mais gordinho e esperto. Sempre roubava a comida das meninas. Não dava para tirar o olho dele um segundo sequer enquanto elas estavam comendo. Larissa resolveu levá-los ao parque para brincarem na grama.

As doces lembranças a atingiram quando desceram do carro. Modi já tinha sido prometido para uma prima de Larissa, mas ela vinha adiando a entrega do filhote, na esperança de encontrar o João e saber se por acaso ele desejava ficar com um dos filhotes. Brincaram por aproximadamente uma hora e Larissa decidiu que já era hora de ir embora. Triste por não ter reencontrado João, ela abriu o porta-malas, para pegar a caixa de transporte e acomodar os filhotes.

Cacau subiu para se acomodar em sua cadeirinha. Larissa quase morreu de susto quando viu um cachorro entrar atrás dela. Era Thor, feliz da vida por rever sua namorada e conhecer seus filhotes. Ele lambia a Cacau e depois descia para lamber cada filhote. João apareceu pouco depois, correndo à procura de Thor.


– Eu sabia que tinha um motivo bem sério para o Thor ficar desesperado, arranhado a porta. Senti falta de você, Larissa. Por que foi embora sem me deixar seu telefone? Tentei te encontrar de todas as maneiras.

– Eu não quis atrapalhar sua vida.

– Larissa, você salvou a minha vida. Ter estado com você me fez perceber como eu andava infeliz e como era maravilhoso sentir paixão por alguém que me correspondesse com a mesma intensidade. Terminei com aquele relacionamento e foi a melhor decisão da minha vida. Já minha classificação de estrelas está precisando de reavaliação e Thor precisando conhecer melhor seus filhotes. Que tal irmos todos lá para casa? Prometo que vai ter panquecas.

– Sua técnica de sedução é infalível. Não resisto aos seus dotes culinários.

– Só a estes? E quanto às minhas mãos habilidosas?

– Também não resisto a elas, nem aos seus beijos – ela disse sorrindo.


E nada mais precisou ser dito quando seus lábios se encontraram... 

 

                                                    Nic Chaud         

 

 

 

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