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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


REAPER’S FIRE / Joanna Wylde
REAPER’S FIRE / Joanna Wylde

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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O clube vem em primeiro lugar.
Eu vivi com essas palavras minha vida inteira - assumi que eu morreria por elas, também, e nunca tive problema com isso. Meus irmãos Reapers guardaram minhas costas e eu a deles e foi o suficiente. Então eu a conheci. Tinker Garrett. Ela é linda, ela é leal, e ela trabalha tanto que isso me assusta às vezes... Ela merece um bom homem, melhor do que eu. Eu não posso tomá-la ainda porque o clube ainda precisa de mim. Há outra mulher, outro trabalho, outra luta à frente.
Agora ela vai descobrir que eu estava mentindo para ela o tempo todo. Nada disso é real. Esse não é meu nome, nem meu trabalho, nem mesmo as roupas que uso. Ela acha que eu sou legal. Ela finge que somos apenas amigos, que ainda tenho uma alma... A minha está morta há anos. Agora estou em chamas por esta mulher, e um homem queimando por tanto tempo só pode destruir tudo ao seu redor.
Eu estou indo, Tinker.
Em breve.

 

 

 

 

Prólogo

TINKER


Meu estômago apertou de novo, e eu estremeci. Havia sangue no banheiro. Não era muito sangue, mas também não era pouco. Coágulos grandes e fibrosos, um gotejamento vermelho brilhante e... Apertando os olhos com força, eu me forcei a ignorar a dor, focalizando no telefone na minha mão ao invés disso.

— Sinto muito, Tinker, mas o Sr. Graham não pode deixar o tribunal agora.

Craig doce como sempre, sua voz profissional falhando quando ele disse as palavras, porque nós dois sabíamos que ele estava realmente dizendo: O Sr. Graham não deixaria o tribunal, porque ganhar o seu caso era mais importante do que a saúde de sua esposa. Até mesmo o próprio assistente de Brandon tinha vergonha dele.

— Craig, eu acho que estou perdendo o bebê. Eu preciso do meu marido. Você falou isso pra ele?

Silêncio.

— Tinker, ele não vai sair. Eu... Eu não sei o que dizer. Você deveria provavelmente ir a um hospital. Você tem alguém que possa levá-la?

Olhei para baixo entre as minhas pernas, observando quando outra gota de sangue caiu no vaso, criando um ponto um pouco mais escuro na água rosada. Não era fácil ver através da minha barriga – minha barriga que uma vez foi lisinha já tinha ido embora há muito tempo. Deus, como isso tinha acontecido?

— Sim, eu posso ligar para a minha amiga Margarita. — eu disse lentamente. — Informe a Brandon que eu estou indo para o hospital.

— Tudo bem — disse Craig. — E, Tinker?

— Sim?

— Eu sinto Muito.


• • •


Minha filha, Tricia, nasceu ainda às onze horas e trinta minutos da manhã. Ela pesava pouco mais de um quilo e eu dei a ela o nome da minha mãe.


• • •


O sol já tinha se posto quando alguém bateu levemente na porta do meu quarto de hospital. Olhei para o teto, ignorando a batida, me perguntando o que eu tinha feito de errado. Eu tinha falhado com ela... Ela era uma pequena coisinha preciosa, e eu tinha um trabalho: levá-la adiante com segurança. Que tipo de mulher não poderia nem mesmo proteger seu próprio bebê?

A batida veio novamente, e Margarita agitou-se na cadeira ao meu lado.

Talvez fosse Brandon.

Ele mandou uma mensagem há uma hora, dizendo que ele viria pra cá assim que pudesse. Eu não me importava. Tudo o que importava era a minha menina. Eu a queria tanto, mesmo que Brandon não quisesse, agora ela estava morta. Morta. Que palavra feia e terrível.

A porta abriu-se em uma fenda, e um homem espiou através dela.

— Posso entrar? — Craig perguntou hesitante. Acenei para Margarita, que lhe deu um sinal positivo. A partir do corredor eu podia ouvir o choro de um bebê – os filhos da puta sádicos me colocaram na área da maternidade, porque, aparentemente, era o melhor lugar para mim medicamente. Os sons da felicidade de outras mulheres torceram a faca na minha barriga vazia.

Tricia.

Meu coração explodiu com amor quando eu tinha visto o teste de gravidez positivo, e depois explodiu novamente na primeira vez que a senti chutar. Cada dia era um milagre, e eu segui o seu desenvolvimento no calendário de maternidade religiosamente.

Eu a segurei por duas horas antes de eles a levaram embora.

— Tinker, eu sinto muito por sua perda — disse Craig, dando um passo para dentro. Ele carregava um buque de flores. Olhei para ele fixamente, me perguntando como infernos o assistente do meu marido podia vir a porra do hospital quando Brandon não podia. Ela era filha dele também.

Eu o odiava.

— Deixe-me pegar essas flores — disse Margarita, e enquanto suas palavras eram perfeitamente educadas, seu tom era apenas um pouco ameaçador. Justo. Craig trabalhava para Brandon e Brandon era o inimigo. Ela o desprezava. Sempre desprezou. A maioria dos meus amigos desde antes do nosso casamento o desprezava, algo que eu realmente deveria ter prestado mais atenção quando ele me propôs. Meu pai sempre me chamou de teimosa, disse que eu tinha que descobrir as coisas da maneira mais difícil, mesmo quando eu era uma garotinha.

Acho que ele estava certo.

— Brandon...

— A menos que você vá dizer que Brandon não está aqui porque ele esteve em um acidente de carro fatal, nem se incomode — Margarita falou nervosa. Craig olhou entre nós, em seguida sua cabeça caiu, sacudindo lentamente.

— Eu sinto muito — repetiu ele. — Ele estava desligando seu computador quando eu saí.

Nós olhamos para ele, o silêncio cada vez mais desconfortável, porque, o que você poderia dizer? Craig corou, e eu tive pena dele.

— Não é culpa sua - eu disse. — Você quer se sentar?

— Não, — respondeu ele, arrastando os pés. — Eu deveria ir para casa. O Sr. Graham tem um tribunal na primeira parte da manhã, e eu preciso chegar cedo para terminar os preparos. Cuide-se, Tinker. Se tiver alguma forma de podermos ajudar - quero dizer, a equipe promotora do escritório - me avise. Estamos todos pensando em você.

Para o inferno com isso. Se eles realmente pensassem em mim, era porque eles estavam com pena de mim. É justo, porque eu era a porra de uma digna de pena. Houve outra batida na porta, em seguida, Brandon a abriu, entrando no quarto.

— Tinker? — Ele perguntou suavemente. Ele carregava duas dúzias de rosas vermelhas, o que significava que ele pelo menos teve a presença de espírito para se sentir culpado. Uma dúzia para romance, duas para o perdão. Na época em que ele tinha me traído, eu ganhei brincos de diamante.

Eu odiava diamantes. Sempre odiei. Parecia algo que um marido deveria saber sobre sua esposa.

— Um pouco atrasado, não? — Perguntou Margarita, sua voz como gelo. Brandon olhou-a de cima a baixo.

— Eu gostaria de algum tempo a sós com Tinker.

— De jeito nenhum, porra...

— Está tudo bem — eu disse a ela, torcendo meu anel de casamento em torno do meu dedo. O anel de noivado sozinho totalizava quase quatro quilates, incrustado e brilhante. Não era o original, é claro. Brandon gostava de atualizá-lo a cada poucos anos, porque Deus sabia que sua esposa não poderia usar algo simples. Sua família veio do dinheiro - supostamente um monte de dinheiro, com base no acordo pré-nupcial que tinha assinado — mas eu sempre pensei que era brega como o inferno. Margarita olhou para mim, e eu li o seu olhar. Tem certeza de que quer ele aqui?

— Está tudo bem — eu disse a ela. — Por que você não leva o Craig para pegar um café ou algo assim? Ele provavelmente teve um dia longo.

— Um café seria perfeito, — Craig deixou escapar, mais abalado do que eu jamais o vi. Eu tinha que dar-lhe crédito - vir para o hospital não devia ter sido fácil. As flores que ele havia comprado provavelmente custavam dez dólares em Pike Place, mas eu gostei mais delas que das rosas superfaturadas de Brandon.

Elas foram sinceras.

Margarita e Craig saíram, me deixando sozinha com meu marido.

— Então - ele disse, colocando o buquê na pequena mesa perto de mim, quase derrubando o meu copo de água no processo. — Como você está? Eu sinto muito não poder ter aparecido. Era o caso da gangue de motoqueiros, e você sabe como é um caso grande. Hoje nós nos programamos para interrogar uma testemunha-chave, e eu não me senti confortável deixando qualquer outra pessoa assumir as coisas. Eu viria se eu pudesse.

Brandon me deu seu sorriso de político, o mesmo sorriso que ele usou para conquistar futuros doadores para sua campanha. Ele não tinha anunciado nada ainda, mas eu já sabia há algum tempo que ele planejava concorrer ao cargo de King County Prosecuting Attorney quando a vaga abrir daqui há dois anos. O promotor atual iria se aposentar, e como chefe da divisão criminal, Brandon era o sucessor lógico.

— Sente-se ao lado da cama - eu disse calmamente. — Nós precisamos conversar.

— Claro — respondeu ele, todo preocupado. O retrato de um marido amoroso. Pena que não havia uma câmera para capturar o momento. Poderia fazer um bom cartaz para sua campanha, desde que colocassem um pouco de cor em meu rosto com photoshop.

— Era uma menininha - eu disse a ele. Eu não tinha conhecimento antes do tempo - eu queria que fosse uma surpresa. — Eles não sabem por que ela morreu. Eles disseram que às vezes abortos tardios são causados por anormalidades genéticas.

Ele suspirou pesadamente, em seguida olhou para baixo, balançando a cabeça. Deus, mas o homem era um bom ator. Acho que era isso que me consolava - eu não era a única que tinha caído em sua merda. Havia uma razão para ele sempre ganhar com os júris.

As pessoas queriam acreditar nele.

— Foi provavelmente o melhor — disse ele lentamente. — Ela não seria saudável, e você já tem tanta coisa com o que lidar. Assim que a campanha começar -

Eu estudei o homem com quem eu tinha dormido por dez anos, ignorando o zumbido de sua voz. Havia apenas o toque de uma careca em sua parte superior da cabeça. Nada sério, mas eu sabia que ele havia consultado um médico para discutir implantes de cabelo. Sonhando acordada, imaginei pegar minha grande faca de chef e cortando-o de seu crânio. O osso seria duro, mas eu mantenho minhas facas muito, muito amoladas.

Deus, mas eu era uma desculpa fodida de um ser humano.

— Acabou — eu disse brevemente, deslizando os anéis do meu dedo. A cabeça de Brandon se ergueu, e ele olhou para mim, sua expressão genuína dessa vez.

— O quê?

Eu estendi as joias brilhantes na direção dele, mas ele não aceitou.

— Acabou — eu repeti. — Este casamento inteiro foi um erro e eu gostaria que você fosse embora agora. Meu advogado entrará em contato - eu vou pedir a Smith por uma referência. Eu acho que o mais rápido que finalizarmos as coisas, melhor.

— Baby, eu sinto muito — disse ele, e enquanto suas palavras eram em tom de desculpas, eu podia ver a pequena veia na sua testa começando a pulsar. Brandon estava com raiva. Bom. Eu estava com raiva também.

— Saia do meu quarto — acrescentei minha voz baixa, mas firme, minha mão livre esfregando minha barriga vazia.

— Tinker, eles obviamente lhe deram medicamentos para a dor - você não está pensando direito. Precisamos conversar sobre isso. Você verá -

— Oh, eu já vi. Sua esposa estava no hospital, sua filha estava morrendo, e você se preocupou mais com a sua taxa de condenação do que a nossa sobrevivência. Eu acho que você já deixou as suas prioridades claras.

Pela primeira vez, - talvez pela primeira vez na história, Brandon não sabia o que dizer. Ele apenas ficou lá, olhando para mim como uma grande lesma burra. Por mais gratificante que fosse, não foi o suficiente. Ele precisava ir embora e nunca mais voltar. Sim, essa era a solução... Nosso casamento estava acabado. Eu deveria ter me sentido libertada, mas eu não consegui sentir nada. Provavelmente era o melhor. Uma aflição tomou conta de mim, um buraco negro que eu não tinha certeza se algum dia eu conseguiria escapar. Não tinha certeza se eu queria escapar.

— Saia.

— O que?

— Cai. Fora — Eu rosnei, raiva súbita se desenrolando e explodindo através de mim. Acho que ainda podia sentir alguma coisa depois de tudo. — E leve a porra dos seus anéis com você. Se eu tiver que olhar para o seu repugnante rosto presunçoso por um segundo eu vou acabar com você.

— Tinker, você precisa se acalmar — ele disse firmemente, franzindo a testa como um pai severo. Mas eu já tinha um pai, e ele era melhor do que este homem jamais seria. Brandon estendeu a mão para o botão de chamada. — Vamos falar com a enfermeira. Você obviamente precisa de um sedativo ou - oww! Que porra é essa, Tinker?

Precisei das duas mãos para levantar o seu enorme e muito caro buque de rosas alto o suficiente para atingi-lo novamente, desta vez em seu rosto perfeito corado pelo bronzeamento artificial.

— Saia! — Eu gritei. Brandon abaixou, recuando. Eu consegui desferir mais um golpe antes que ele ficasse fora de alcance.

— Tinker, você tem que se acalmar! — Ele gritou. Ouvi passos apressados no corredor.

— Tinker, por favor - você não está pensando direito.

— Estou pensando mais claramente do que eu tenho pensado há anos! — Eu gritei de volta, jogando o buque de flores nele. — Cai fora do meu quarto e dê o fora da minha vida! E leve os seus diamantes de merda com você, também, imbecil!

Vasculhando pelos cobertores, encontrei os anéis, jogando-os em meu futuro ex marido tão forte quanto eu conseguia.

— Owww! — Gritou ele, agarrando seu rosto. Algumas gotas de sangue caíram no chão. — Jesus Cristo, Tinker. O que há de errado com você?

— O que está acontecendo? — A enfermeira perguntou, empurrando a porta aberta. Ela olhou para nós, com os olhos arregalados. — Segurança!

As coisas aconteceram rápido depois disso.

Quando os guardas chegaram, eu me esforcei para sair da cama, gritando com Brandon como uma alma penada o tempo todo. Ele parecia atordoado, completamente incapaz de compreender o que tinha acabado de acontecer, o que eu pensei que era hilário pra caralho. O ego de Brandon sempre tinha operado na teoria bom-demais-para-fracassar.

Margarita entrou correndo, pegando meu braço e me puxando de volta para a cama.

— Acalme-se ou eles vão lhe aplicar alguns calmantes felizes — ela sussurrou em meu ouvido. Meu peito arfava enquanto eu olhava para Brandon, mostrando-lhe cada pedaço de meu ódio total e angústia.

— Eu não quero me acalmar — Eu assobiei, perguntando se eu poderia me lançar para a frente e arrancar-lhe os olhos fora antes que eles me pegassem.

— Sim, você vai — disse ela. — Porque senão vai aparentar que ele é a vítima aqui. Não lhe dê isso. Conhecendo a sua sorte, ele vai apresentar queixas.

Uma risada explodiu de mim, porque isso não seria tão típico de Brandon? Não que ele faria isso... Não realmente. Isso seria muito embaraçoso. Não poderíamos arriscar arranhar sua imagem preciosa agora, poderíamos?

Olhei para cima para encontrar os guardas o escoltando para fora do quarto. A enfermeira estava me empurrando para a cama e eu fiz o que ela disse, porque por tudo o que havia, eu realmente não queria ser sedada ou qualquer coisa. Ela me ajudou a me sentar, seu rosto firme, mas compassivo.

— Eu sei que hoje tem sido um dia terrível, - provavelmente o pior de sua vida — disse ela. — Mas você não pode atacar fisicamente as pessoas ou nós vamos ter que te conter. Você gostaria que eu chamasse um conselheiro?

— Sinto muito — eu disse a ela, o que era uma maldita mentira. — E não, eu não quero um conselheiro. Não agora, pelo menos.

— Aquele era o marido dela — disse Margarita. — Ele não podia ser incomodado para deixar o trabalho mais cedo, quando ela estava perdendo o bebê.

Os olhos da enfermeira se arregalaram, e ela olhou de volta para Brandon.

— Sério?

— Sério — Margarita confirmou, seu rosto feroz. A enfermeira balançou a cabeça e olhou para mim novamente.

— Bem, não importa o que ele fez, não podemos ter pessoas brigando nos quartos — disse ela. — Será que isso vai ser um problema?

Eu balancei minha cabeça. — Não, sem mais problemas.

A enfermeira assentiu, então me deu outro olhar afiado.

— Então você terminou as coisas com ele? De verdade?

Eu não tive que pensar duas vezes antes de responder.

— Sim, eu definitivamente terminei com ele.

— Bom para você, querida. Você merece melhor.

Tenho a maldita certeza que mereço. Muito melhor.


Capítulo Um

Dezoito meses mais tarde

Hallies Falls, Estado de Washington

GAGE

 

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Eu arranquei uma das pequenas tiras de papel com um número de telefone e olhei pela janela da loja. Sem sinais de vida, mas a placa dizia — “Aberto”.

Puxando uma bandana desgastada do meu bolso de trás, eu limpei minha testa, amaldiçoando o calor do caralho. O verão mais quente registrado, e Hallies Falls estava pior do que lá em casa em Coeur d'Alene. Não podia nem dormir à noite porque a merda do ar condicionado da porcaria do quarto de hotel não funcionava. Olhando para a placa novamente, percebi que eu poderia muito bem pegar o trabalho. Ele ia me tirar do maldito hotel e proporcionar um bom teto ao mesmo tempo. Qualquer coisa era um passo adiante neste momento.

Alguns sinos tilintaram quando abri a porta da loja. Muito old-school, o que eu acho que combinava, porque toda a loja era como entrar em um túnel do tempo para o século XVIII. Havia pequenas prateleiras extravagantes apoiando pequenas xícaras de chá excêntricas. Cada uma das janelas continha uma mesa totalmente coberta por toalhas de pano, prataria brilhante e mais uma centena de coisinhas quebráveis que, provavelmente, se espatifariam se eu olhasse para elas por muito tempo. O chão de madeira prensada tinha sido coberto com tapetes à moda antiga para criar áreas de visualização separadas, juntamente com mesas laterais estrategicamente colocadas e até mesmo alguns armários antigos. Era interessante, embora como diabos isso fazia dinheiro o suficiente para manter as portas abertas estava além do meu conhecimento - não poderia ter muito mercado para essa merda de loja especializada em chá em uma cidade como Hallies Falls.

Do outro lado da parte de trás da loja estava uma caixa envidraçada cheia de chocolates, junto a uma caixa registradora antiga saída de Little House on the Prairie1. Fui até ela.

— Tem alguém aqui? — Perguntei, franzindo a testa. Havia uma porta atrás do balcão que dava para o que parecia ser uma pequena cozinha na parte de trás. Eu ouvi um barulho estranho e peguei minha arma automaticamente, em seguida, e então empurrei minha mão. Porra. Eu tinha estado nervoso como o inferno desde que eu cheguei a esta estúpida cidade. Esses instintos podem até me manter vivo, mas eles também acabam comigo se eu reagir de forma exagerada.

— Estarei com você em um segundo — disse uma voz sexy e arrastada de trás do balcão. Uma voz que escorria fumaça, calor e uma escuridão quente, colocando meu pau em alerta máximo. — Eu estava apenas verificando a temperatura da caixa de doces.

Dedos longos e finos, unhas pintadas com um esmalte vermelho brilhante se estenderam para agarrar a bancada de apoio quando a mulher mais gostosa e fodível que eu já conheci na minha vida se levantou e sorriu para mim. Sim, isso tinha sido uma má ideia. Eu tinha visto Tinker Garrett à distância - uma vez eu e meu irmão do clube, Painter, tínhamos a visto enquanto ela descarregava o porta malas de um doce, vermelho-cereja Mustang conversível há alguns dias atrás. Eu soube então que ela era exatamente o meu tipo, mas agora que eu tinha olhado para ela de perto? Porra. Eu tinha gerido um clube de strip maldito por dois anos, mas esta cadela coloca todas aquelas meninas no chinelo e ela nem sequer tinha tirado as roupas ainda. Uma imagem dela nua e esparramada sobre uma daquelas mesinhas frescas passou por minha cabeça. Eu tive que segurar um estremecimento.

Vai embora — isso não vai acabar bem.

— Oi, eu sou Tinker — disse ela, limpando o suor da testa. Isso fez com que os seus peitos balançassem, e por um instante eu apaguei por completo, perguntando se seus mamilos eram rosados ou marrons. Rosados, eu decidi. Sua pele era muito pálida e branca, como creme... Porra, eu não sabia. Creme me dava vontade de lamber.

Ela tinha o cabelo preto com franja e usava um pequeno top apertado que de alguma forma conseguiu parecer formal e sedutor ao mesmo tempo. Sem contar que os peitos dela eram absolutamente perfeitos. Altos, pontudos e grandes o suficiente para transbordar em minhas mãos enquanto eu segurava-os.

Junte tudo a lábios vermelhos e carnudos feitos para chupar um pau e grandes olhos verdes com longos cílios pretos.

Sim, eu comeria ela. Cedo ou tarde.

— Posso ajudá-lo? — Ela perguntou, e eu estendi a mão sobre o balcão, limpando uma pequena mancha de sujeira em sua bochecha. Ela se encolheu, e eu me afastei. Ótimo, assuste ela pra caramba, por que você não assustaria?

— Desculpe — eu disse. — Você tinha uma sujeira em seu rosto.

Ela deu uma risada brilhante. — Eu provavelmente tenho sujeira por toda parte. É um daqueles dias sujos e pegajosos, sabe?

Pegajoso? Em sua boca era uma palavra suja, e eu a deixaria mais pegajosa ainda. Meus olhos se arrastaram pelo seu corpo, observando como uma gota de suor escorria pelo seu pescoço, indo em direção a seu decote. Lambi meus lábios. Tinker limpou a garganta, gentilmente lembrando-me que estávamos no meio de uma conversa.

— Você não se parece exatamente como um dos meus clientes regulares, assim eu estou supondo que você está aqui por causa do trabalho? — Perguntou ela, sorrindo para mim. Até então eu tinha quase me esquecido o por que eu entrei na loja - ela era fodível nesse nível. Baixinha e bonita, mas preenchida em todos os lugares certos. Apesar da confusão, ela irradiava classe eu queria arrastá-la para dentro do escuro comigo.

Engolindo, eu consegui não olhar para baixo e dar a meu pau o ajuste necessário, o que precisou de uma grande força de vontade.

— Sim, de acordo com o anúncio você tem um apartamento disponível em troca de trabalho. Ainda disponível?

— Sim — ela disse, e eu juro que seus olhos diminuíram um pouco. — Mas eu preciso levar estes chocolates para o porão antes deles derreterem. O ar condicionado não estava funcionando quando eu entrei esta manhã. A temperatura está subindo — não é a única coisa que está aumentando! — e eu não posso me dar ao luxo de perder o produto. Você pode voltar em uma hora mais ou menos?

— Você já chamou alguém para verificar o ar condicionado? — Perguntei, percebendo que esta poderia ser a oportunidade perfeita. Ela franziu a testa, aqueles lábios lindos fazendo um beicinho enquanto eu considerava chupá-los. Talvez me esfregar neles por algum tempo. Meu pau subiu — aparentemente estávamos de acordo.

— Não — ela me disse. — Quero dizer, eu tentei. Mas o lugar de manutenção mais próximo está em Omak, e o cara não está disponível por mais uma semana, pelo menos. Não há muito por aqui, sabe?

Não brinca.

— Deixe-me dar uma olhada nele — sugeri. Isso realmente era uma oportunidade perfeita para chegar a ela, construir a minha reputação. Ótimo, agora eu estava pensando em entrar nela. Muito obrigado ao balcão entre nós, porque o meu pênis estava duro feito uma rocha. — Sou Cooper, a proposito. Cooper Romero.

— Tinker Garrett — ela respondeu, oferecendo-me a mão através do vidro. Seus dedos eram delicados e pequenos, mas não frágeis. Eu senti a força em seu aperto, e ela não tinha medo de me olhar nos olhos. — Prazer em conhecê-lo. Você já fez o trabalho de manutenção antes?

Eu considerei a questão, decidindo não mentir mais do que o necessário, são sempre as mentiras extras que causam problemas. Mantenha tudo simples e não acrescente informações.

— Não formalmente — eu admiti. — Mas eu já fiz de tudo um pouco ao longo dos anos. Geralmente sou muito bom em descobrir as coisas se eu tiver tempo suficiente, e parece que este não é um trabalho que vai demorar horas de qualquer maneira. Não tanto quanto uma operação de caixa.

Ela corou. Eu deveria dar o fora daqui, eu já tinha um trabalho a fazer, e ele não envolve foder Tinker Garrett. Ela puxou sua mão livre e estendeu a mão, pegando seu cabelo preto e puxando-o para trás em um rabo de cavalo, sacudindo os peitos dela no processo.

Tanto para fazer a coisa certa.

Ela pegou meu olhar e corou, parecendo desconfortável, pela primeira vez desde que eu entrei. — Cabelo estúpido, está quente aqui, e eu não poderia suportar isso no meu pescoço por mais um minuto. Você está certo - o trabalho está fora dos livros. Eu sei que isso significa...

— Não se preocupe — eu disse, oferecendo-lhe um sorriso malicioso. Ela corou mais ainda, e eu senti uma onda de triunfo, porque eu não era o único a me sentir assim. — Eu sou apenas um cara procurando por um lugar para dormir. Quantas horas por semana você precisa de mim para trabalhar?

— Uhhm, vinte? — Falou ela, transformando-a em uma pergunta. Isso era um trabalho perfeito o suficiente para me fazer parecer ocupado e explicar a minha presença, mas não o bastante para ficar no caminho do meu trabalho de verdade. — Mas eu ainda não fiz você preencher um requerimento, e eu preciso tirar o chocolate.

— Mostre-me o ar condicionado — eu respondi, imaginando que eu poderia muito bem assumir o comando. — Eu vou dar uma olhada e ver se eu posso corrigi-lo, enquanto você faz isso. Parece bom?

Ela olhou em volta, e eu tive que morder de volta uma risada. Ela, obviamente, não se sentia à vontade para dar-me a rédea livre do lugar, mas, ao mesmo tempo ela queria que o ar condicionado fosse consertado. Queria muito. Não poderia culpá-la, tampouco. A temperatura da loja parecia estar a cento e dez graus e o dia ainda não tinha acabado.

— É em cima do telhado — disse ela finalmente. — Vamos pela parte traseira. Vou mostrar onde as escadas estão.

Excelente, embora enquanto eu a seguia até as escadas — os olhos colados à sua bunda - eu não pude evitar pensar que ela era um pouco confiante demais para seu próprio bem. Qualquer outro cara poderia tirar proveito da situação. Eu com certeza queria.

Foco, eu me lembrei. Ela não é o alvo.

Mas é uma pena da porra.

 

• • •

 

Uma hora mais tarde meu pau tinha se acalmado, deixando-me sozinho com um ar condicionador de merda que deveria ter sido poupado de seu sofrimento há dez anos. O edifício antigo tinha três andares de altura, com uma fachada falsa e um telhado de alcatrão negro que tinha que ter pelo menos mil graus, talvez mais. De qualquer maneira, era tão quente que o alcatrão derretido tinha revestido meus joelhos, arruinando o meu jeans favorito.

Cristo, mas eu era um idiota.

Sim, eu precisava de cobertura para ficar em Hallies Falls, e o pensamento de trabalhar para Tinker Garrett era um grande apelo. Mas haviam disfarces menos complicados e que não envolviam me grelhar vivo em um telhado que gritava — estrutura instável. — A porra da unidade do ar condicionado não era muito melhor. A maldita coisa foi juntada com uma fita adesiva, - ok, isso não era inteiramente justo... Algumas delas eram fitas isolantes elétricas - e eu não conseguia descobrir como ele tinha se mantido em funcionamento por tanto tempo. Minha melhor teoria era pelo sacrifício de animais. Eu encontrei cinco esquilos mortos dentro dele. Os pequenos roedores tinham mastigado através das ligações, provavelmente em algum tipo de ritual satânico.

Agora seus pequenos cadáveres fofos tinham inchado no sol — ¬só esperando para explodir em cima de mim, porque me ajoelhar no piche quente não era merda o suficiente. Eu precisava cortar minhas perdas e dar o fora de lá. A vida era curta pra caralho.

— Olá.

Virei-me para encontrar Tinker saindo para o telhado da escada levantada. Ela caminhou em minha direção, os quadris balançando em sua calça jeans cortada com as barras enroladas. Ela havia amarrado uma bandana vermelha em volta da cabeça e, com sua camiseta colada e curvas generosas, ela parecia uma pin-up da Harley.

Uma pin-up carregando um copo de chá gelado.

— Pensei que você poderia estar com sede — ela disse, levantando a mão para proteger os olhos do sol. Peguei o vidro, bebendo metade em um gole, então considerando derramar o resto dele sobre seus seios, porque Deus fez os seios para serem vistos e apreciado.

Em vez disso eu agradeci.

— Então, como está o ar condicionado? — Ela perguntou, mordendo o lábio inferior pesarosamente.

— Os esquilos comeram sua fiação — eu disse sem rodeios. — Eu provavelmente poderia fazê-lo funcionar novamente, mas ele precisa ser substituído.

— Já é Agosto — ela respondeu, suspirando pesadamente. Um homem melhor teria feito ruídos simpáticos, mas eu não dou a mínima para o ar condicionado dela. Eu estava muito ocupado imaginando sua língua lambendo meu pau, porque o que eu posso dizer? Eu sempre fui um homem simples com necessidades simples. — Você acha que pode mantê-lo funcionando por mais algumas semanas? Isso me dará tempo suficiente para descobrir o que fazer.

Cristo eu queria transar com ela. Sério, era como se a cadela tivesse sido feita para mim, toda perfeita e recomposta, mas apenas um pouquinho suja.

Suada.

Pequena o suficiente para eu poder controlar cada movimento dela se eu quisesse, mas exuberante, macia e...

Cai fora, imbecil. Você não quer uma complicação como esta. Diga-lhe que você mudou de ideia sobre o trabalho.

— Vou precisar pegar algumas peças em Omak — eu disse ao invés. — Eu já liguei para verificar. A viagem deve levar uma hora e meia, talvez um pouco mais, o que significa que ainda terei muita luz do dia para terminar o reparo. Supondo que eu consegui o trabalho, certo?

Ela olhou para mim, os olhos verdes arregalados de alívio, embora ela estivesse tentando não demonstrar. Eu tinha o trabalho, e nós dois sabíamos disso. Muito fácil.

— Cooper Romero... há quanto tempo você está na cidade?

— Menos de uma semana.

— E quanto tempo você pretende ficar por aqui?

— Por um bom tempo — eu disse, o que era uma maldita mentira. Eu tinha uma missão a cumprir, então voltaria ao lar em Coeur d'Alene, porque foda-se esta cidadezinha de merda. — Minha old lady e eu decidimos terminar as coisas. Eu precisava ficar longe por um tempo, e queria estar em algum lugar que eu não iria correr de volta para ela, mas perto o suficiente para continuar a ver meus filhos.

Seus olhos encontraram os meus.

— Meninos ou meninas?

— Meninos — eu disse lentamente, sabendo que eu a tinha — Um de dez e outro de doze anos.

— Você deve sentir falta deles — ela disse suavemente. Hum, sim. Eu totalmente sentiria falta deles se eles existissem. Você é um babaca, mentindo pra ela dessa maneira.

Inferno, pelo menos eu estava consistente.

— Todos os dias. Se você quer que eu busque as peças, é melhor eu ir sair logo.

Ela olhou para baixo de volta à unidade antiga e acenou com a cabeça.

— Seria ótimo. Quanto dinheiro você acha que vai precisar?

— Não deve ser muito, é muito mais trabalho do que qualquer coisa. Vou trazer-lhe um recibo.

 

• • •

 

O conserto do ar condicionado levou mais tempo do que eu esperava. Eram quase sete da noite quando coloquei o painel de acesso de volta, embalei minhas ferramentas, e comecei a descer as escadas para a loja, cheirando a suor e alcatrão. Meus jeans estavam em ruínas, mas eu tirei minha camisa no início, portanto, ela estava ok. Ainda estava quente pra caralho lá em cima, mas pelo menos eu pude pegar uma brisa ocasional no telhado. Eu me senti cansado de uma boa forma, não tanto que eu não seria capaz de sair com o meu — encontro — atribuído naquela noite, mas o suficiente para que eu sentisse como se tivesse feito algo. O tédio puro tinha sido a parte mais difícil dos últimos dois dias. Você não pode se sentar em um quarto de hotel por muito tempo antes de perder a porra da sua mente.

As escadas desembarcavam em um corredor estreito fora da loja principal. Tinha um pequeno banheiro no quintal - compartilhado com a loja ao lado - embora parecesse que ninguém tinha usado o espaço há muito tempo. Entrei para me limpar. Sem sentido. Eu teria que pegar um pouco de Orange GOOP 2a caminho de casa, caso contrário eu nunca conseguiria tirar essa merda fora.

 

 

Claro, eu tinha a sensação de que meu verdadeiro alvo gostava de mãos sujas. Não que eu conhecesse Tália Jackson tão bem, mas eu tinha visto o suficiente dela em ação durante a semana passada para começar a ter uma ideia sobre ela. Ela era jovem, estúpida, e tinha um sentido louco de poder, tudo porque seu irmão, Marsh, era o presidente do moto clube local. Tália era tudo o que eu detestava em uma mulher, mas a pequena cadela era o meu bilhete de entrada para o Raiders Nighthawk.

Nada disso deveria ter sido necessário. Eles eram nada mais do que um clube de apoio, e deviam uma porcentagem de tudo o que ganhavam ao Reapers MC — uma porcentagem que tinha caído para menos da metade nos últimos três meses.

Traidores do caralho.

Marsh estava tramando algo. Era meu trabalho pegar o bastardo, o que significava que esta noite – ao invés de dobrar Tinker Garrett sobre seu balcão arrumadinho e bombear nela até que ela esqueça o próprio nome - eu estava preso a Tália e seu pelotão de meninas em um bar.

Cristo, eu poderia até mesmo ter que dançar.

A ironia não foi perdida para mim, quantas dançarinas eu tinha contratado ao longo dos anos? Tantas que eu não conseguia me lembrar. Agora eu seria o único que dançaria para uma mulher, só que eu não estaria sendo pago. Lavei-me o melhor que pude, esfregando meu rosto e usando a minha camisa como uma toalha. Então eu enfiei-a no meu bolso de trás e empurrei a porta da pequena cozinha de Tinker. Nenhum sinal dela, mas eu ouvi a música tocando suavemente na loja principal. Onde diabos ela tinha ido?

Eu empurrei a porta da cozinha e olhei para baixo. Ah merda. Tinker estava de costas para o azulejo atrás do balcão, uma perna descansando plana, a outra apoiada e flexionada no joelho. Seu braço estava sobre seus olhos e eu não podia dizer se ela estava dormindo.

Levaria ao todo trinta segundos para tirar seus shorts fora e enfiar meu pau lá no fundo, e ela nunca saberia o que a atingiu. Só com isso, e eu já estava duro e pronto para a ação. Arranquei minha camisa para fora do meu bolso de trás, e deixei-a balançando na frente do meu jeans. Caso contrário, eu daria a ela uma visão cheia.

Jesus Cristo, mas eu era um masoquista, porque, apesar do quão complicado isso estava começando parecer, eu não poderia lamentar ter respondido a seu anúncio.

Nem um pouco.

 

 

TINKER

 

Era quase sete da noite, quando senti o ar condicionado funcionar novamente. Eu estava deitada de costas sobre o chão (relativamente) frio atrás do balcão, olhando para os detalhes em gesso do teto e tentando me lembrar por que eu não tinha voltado para Seattle ainda.

Em Seattle estava chovendo.

Uma brisa fresca soprava da baía e a vegetação luxuriante cobria tudo com sua copa sombreada. As pessoas realmente não precisavam de ar condicionado, mas se eles tivessem um e ele quebrasse, havia muitos técnicos disponíveis.

Naturalmente, Seattle, também tinha Brandon. Não só isso, meu pai não queria se mudar, e eu percebi que eu não poderia deixá-lo aqui sozinho. Não era seguro para ele, não desde que a mamãe morreu.

Ugh.

Pelo menos o ar condicionado estava funcionando de novo, soprando para baixo do teto de ventilação através de meu corpo suado, lembrando-me que, enquanto o mundo pode não estar cheio de homens perfeitos, pelo menos ainda havia alguns úteis andando por aí. Cooper Romero era homem para se manter, e não tinha nada a ver com o quão sexy ele era... Embora o fato de que ele estava tendo sexo com uma vara — acrescente o sexo com uma vara - não exatamente diminuísse exatamente a atração.

Quando eu o arrastei até o telhado preto para mostrar-lhe o antigo ar condicionado, eu esperava que ele fosse fugir do serviço. Qualquer homem sensato fugiria. Em vez disso, ele tinha passado a tarde inteira rebentando sua bunda para salvar os meus chocolates — Oh Deus, eu gostaria que isso fosse um sinal para algo mais emocionante — oficialmente qualificando-o como um super-herói em meu livro.

Quanto a mim, não havia muito que eu pudesse fazer uma vez que eu tenho todos os doces em segurança no andar de baixo do porão. Não havia nenhum cliente lá fora na rua, e vendo como eu não poderia fazer ou pedir doces em uma loja de 102 graus, eu me alternei entre tentar ler um livro, procurar pelos pedidos que eu não pudesse atender em meu laptop e levar para Cooper um copo de chá gelado. Eu tinha ficado nervosa ao redor dele no começo, mas você só pode ficar nervosa por tanto tempo assim quando você está suando como uma porca — há uma certa liberdade em saber que você está horrível e não há nada que você possa fazer pelo seu cabelo. Eu tinha jogado o meu braço sobre meus olhos em uma patética tentativa de bloquear a realidade em direção ao fim.

Quando o ar frio começou a fluir para dentro do quarto, eu poderia chorar de alívio. Ele não tinha tido a oportunidade de preencher o formulário de candidatura, e eu tinha decidido há muito que isso não importava. A menos que ele fosse um assassino, eu lhe daria o apartamento e o trabalho.

Teria dado a ele mesmo que ele fosse, para ser honesta.

— Está funcionando de novo — Cooper anunciou, e eu me sacudi, assustada. Merda, eu tinha adormecido? Abrindo os olhos, olhei para cima para encontrá-lo em cima de mim. Meu Deus do céu, aquele era um inferno de um peito nu.

Puta. Merda.

Eu tinha tomado nota do seu corpo quando ele entrou pela primeira vez na loja, mas tudo sob a camisa tinha sido teórico. Ora, havia seis gominhos e um apelo sexual cru ali, todo suado e esculpido e... bem, vamos apenas dizer que eu faria uma parada no caminho de casa para comprar algumas pilhas novas.

Isso é o quanto a situação me bateu - Cooper Romero era o homem mais quente que eu conheci desde sempre, e ele tinha acabado de me achar deitada no chão em meu próprio suor e sujeira como um cão. Sorte típica. Fingi que não estava totalmente envergonhada (eu estava) e não fiquei no mínimo pouco surpresa por como indescritivelmente atraente esse cara era. Ok, — atraente — não era bem a palavra certa, porque implicava um certo nível de polidez e classe que simplesmente não se encaixavam em Cooper.

Brandon era atraente.

Cooper?

Eu o lamberia todo e massagearia sua bunda se ele pedisse. Ele olhou para mim, seus olhos cuidadosamente em branco, tornando-se muito claro que ele não estava pedindo. História da porra da minha vida. Sentando-me, eu me empurrei para os meus pés sem me preocupar em tirar o pó. Causa perdida neste momento.

— Não tenho certeza quanto tempo o ar condicionado ainda tem de vida — disse ele lentamente. — Eu consegui consertá-lo, mas corrigi-lo direito custaria mais do que vale a pena.

Claro que custaria.

— Eu só preciso para passar o verão, — eu disse a ele, passando um dedo debaixo do meu olho. Minha perfeitamente aplicada maquiagem estilo vintage tinha derretido, deixando-me com uma cara de palhaça. Felizmente eu (a maior parte) desisti de me preocupar com isso três horas atrás, assim que eu descobri que o piso estava mais fresco do que o resto da sala. — Depois do verão, eu vou me preocupar com o forno e até eu posso nem mesmo estar mais aqui.

— Sério? — Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. — Você está vendendo a loja?

— Não tenho certeza — eu disse a ele. — Eu não estou pensando muito à frente no momento. As coisas estão muito incertas com o meu pai... eu acho que ele tem...

Não, eu não podia dizer isso. Dizer isso em voz alta tornava tudo muito real, e a última coisa que eu precisava eram rumores correndo pela cidade. Até agora tinha mantido a situação de papai principalmente para a família e amigos.

— Tinker?

Agitando-me, eu sorri para ele. — Muito obrigado pelo conserto. Eu nem tenho ideia do que eu teria feito - não posso me dar ao luxo de perder uma semana de pedidos. Não só iria me rebaixar, iria queimar meu filme com meus clientes.

Ele balançou a cabeça, me estudando cuidadosamente. Deus, ele era realmente bonito... Não como a sofisticação polida de Brandon. Não, Cooper tinha uma vibração mais de Guerreiro-que-vai-lançar-você-sobre-seu-destemido-corcel. Pois é, como isso fosse terminar bem, porque o meu histórico com os homens era tão perfeito, certo?

Cai na real. Ele provavelmente tem uma namorada.

Pelo menos eu poderia finalmente fechar o buraco do inferno dessa loja e tomar um banho.

— Muito obrigado, você não tem ideia do quanto eu apreciei isso.

— Não, mas a coisa de se jogar aos meus pés foi uma dica sutil — ele disse, e eu percebi que ele estava me provocando. Ele estava flertando? Eu não conseguia decidir se isso foi o máximo ou me assustou pra caramba.

— De qualquer forma, está ficando tarde — eu disse a ele, sentindo-me subitamente estranha. — Eu vou pegar alguma coisa para jantar no final da rua, e então eu poderia te acompanhar e mostrar-lhe o apartamento.

Um pequeno sorriso de reconhecimento atravessou seu rosto, e percebi que ele pensava que eu estava dando em cima dele.

— Não — eu disse rapidamente, mortificada. — Eu não estava o chamando para sair. Oh Deus, isso é estranho.

— O que, você não está excitada por um homem que cheira a meias velhas? — Ele perguntou levemente, levantando o braço e dando uma fungada. Ele estava brincando, mas o suor não era brochante. Não. Nem um pouco. — Se isso não for o suficiente para você, o alcatrão do telhado na minha bunda deve ser uma grande atração.

Fechando os olhos, eu mordi de volta um gemido. Ele começou a rir. Não de uma forma cruel, mas amigavelmente, o que eu acho que faz sentido, porque nós dois estávamos repugnantes como o inferno. Claro, agora eu queria dar uma olhada em sua bunda, mas consegui manter meus olhos no alvo (a maior parte) quando eu lhe respondi.

— Bem, ela é sexy, mas eu vou conseguir me controlar de alguma forma. Eu quero pegar o jantar embora, e temos de descobrir os detalhes do apartamento.

— Eu vou ficar com o lugar, não importa como é — respondeu ele. — Estou em um hotel e está ficando velho. Eu adoraria me mudar no domingo, mas eu não posso ir dar uma olhada agora, - preciso me limpar. Tenho um encontro com alguém mais tarde.

É claro que ele tinha, porque os homens que pareciam como Cooper não passavam as noites de sexta sozinhos.

— Parece ótimo, — eu disse a ele, recusando-me a mostrar qualquer decepção. — Só avise-me quando estiver pronto, e eu vou te dar a chave.

Ele abriu a boca para dizer algo, mas uma batida súbita contra a porta da loja nos pegou desprevenidos. Virei-me para encontrar Tália Jackson olhando para mim através do vidro. Tália e suas três amigas piranhas, incluindo Sadie Baxter, uma garota que eu costumava tomar conta quando eu estava na faculdade.

Uma menina que estava agora com vinte anos.

Droga.

— Cooper! — Tália gritou. — Que porra você está fazendo?

Olhei para o meu novo faz-tudo, assustada. Tália Jackson e seu irmão, Paul, foram duas das piores pessoas que eu já conheci. Marsh era presidente da gangue de motoqueiros local, um grupo chamado Raiders Nighthawk. O clube tinha estado ao redor pela maior parte da minha vida, mas foi só nos últimos anos que tinha se tornado muito ruim. Quer dizer, eles nunca foram o tipo mais amáveis e suaves de motoqueiros, mas eu nunca tinha tido medo quando ouvia o barulho de uma moto, também.

Agora? Vamos apenas dizer que as coisas tinha ficado um pouco tensas.

— Essa é minha garota — disse Cooper, e algo no fundo dentro de mim morreu um pouco. Claro que ele iria para alguém como Tália. Ela podia ter o coração de um palhaço demente do circo, você sabe, do tipo que sobrevive comendo as almas de crianças inocentes, mas ela era gostosa.

Muito gostosa.

Não só isso, ela era uma puta, e por mais que eu não fosse o tipo que fazia puta simulada (como se eu pudesse julgar alguém após o fracasso com a festa de despedida de solteira... Ugh), eu não era ingênua o suficiente para pensar que ele foi atraído por sua personalidade. Cooper Romero podia ter um sorriso doce, e ele tinha consertado o meu ar condicionado, mas agora eu tinha uma prova positiva de que ele nunca estaria afim de uma garota como eu.

Especificamente, uma adulta com curvas.

Tudo bem, então. Provavelmente era para o melhor de qualquer maneira.

— Aguarde um segundo! — Chamei-a, determinada a me mostrar superior, então eu peguei minhas chaves para que eu pudesse abrir a porta. Ela empurrou para dentro com seu pelotão, e eu quero dizer, realmente empurrou. A putinha me empurrou com tanta força que quase derrubou a exibição de xícaras russas antigas que minha mãe tinha amorosamente colecionado. (Até onde eu sabia, ela nunca vendeu nenhuma delas, mas tê-las a fazia feliz.)

— Cuidado — Eu avisei, e Tália se virou para mim.

— O que você acabou de me dizer?

— Baby, vamos conversar — disse Cooper, pegando seu braço e puxando-a para seu corpo. Ela gritou, passando de agressiva para sedutora num instante.

— Você está todo suado. É tãaao nojento.

Notei que ela não estava tentando fugir. Cooper sorriu para ela, uma dica de algo feroz em seus olhos. Sim, está tudo bem – qualquer tipo de sorriso que ele me deu, não tinha nenhum pouco daquele tipo de intensidade.

O seu verdadeiro “eu” foi picado oficialmente no fígado.

— Eu estava prestes sair e tomar um banho — ele disse a ela. — Quer vir comigo?

Ela fez beicinho. — Eu não posso. As meninas e eu precisamos nos arrumar. Vejo você no bar, certo?

Ele olhou para ela, oferecendo um sorriso tolerante e sexy. — Mal posso esperar.

— Perfeito — disse ela, dando um rápido aperto em sua bunda. Então ela virou-se e desfilaram para o lado de fora, sem uma palavra para mim, suas meninas a seguindo como um bando de gansos bem treinados. Sadie deu um pequeno aceno com o dedo no caminho. A porta se fechou atrás delas com um pequeno estalido alegre, e me perguntei por que diabos eu me incomodava com Hallies Falls.

Eu sentia falta de Seattle.

Então, e daí que Brandon morasse lá? Eu poderia afogá-lo no lago Washington. Problema resolvido.

— Desculpe por isso, Tália é um pouco intensa — disse Cooper.

— Oh, eu sei tudo sobre ela — eu respondi, esperando que eu não soasse tão hostil como eu me sentia. Cooper não pareceu notar.

— Eu sou novo na cidade, mas ela está me mostrando as coisas — Cooper continuou, se aproximando para ficar de frente para mim, as mãos enfiadas nos bolsos da frente. — Eu tenho que ir.

— É claro — não me deixe ficar te prendendo. A que horas você acha que vai entrar em contato amanhã?

— Pode ser na parte da tarde?

— Sem problemas. Ansiosa por notícias suas.

Ele assentiu e empurrou a porta, andando pela rua, sem um segundo olhar para trás. Eu tranquei a porta atrás dele, me perguntando por que todos os caras mais quentes eram idiotas. Não que Cooper tivesse agido como um idiota, mas ele tinha que ter a minha idade ou ser mais velho – lá pelo final dos trinta - e Tália tinha a mesma idade de Sadie. Ela também era uma cadela furiosa. Havia apenas uma razão para que um homem como ele saísse com uma garota assim, e não tinha nada a ver com personalidade ou caráter.

Cooper Romero pode ser bonito, mas, obviamente, ele era superficial. Suponho que era muito esperar por um homem que possa consertar um ar condicionado e tenha uma alma ao mesmo tempo.

Pena.


Capítulo Dois

GAGE


— Vai ser uma longa noite — disse Reese “Picnic” Hayes através do telefone. Eu tinha sido verificado pelo presidente do meu clube por pelo menos uma vez por dia, na teoria de que se eu não ligasse, ele podia enviar alguém para me salvar. Agora eu estava encostado ao lado do restaurante onde eu tinha estacionado a minha moto antes de ir almoçar. Eu me aproximei para verificar a loja de Tinker depois por um capricho. Agora eu tinha um emprego e um disfarce. Fazendo do trabalho, uma cobertura, e minhas bolas mais azuis do que um Smurf na calada do inverno. — Tália me emboscou com as amigas, se arrastou em cima de mim. Estive trabalhando durante todo o dia e eu cheirava como um esquilo morto, então eu acho que isso significa que a fisgamos. Nenhuma outra razão para uma mulher chegar perto de mim agora.

Picnic riu. — Esse era o objetivo, certo?

— Sim — eu respondi com azedume. — Você me deve uma porrada de cerveja quando eu voltar, irmão. Vou ter que embrulhar meu pau três vezes antes de enfiá-lo em um treco como ela.

— Qual é o problema? — Perguntou. — Eu vi uma foto dela, ela é gostosa, mesmo ela sendo uma vagabunda. Desde quando você se preocupa com personalidade?

Franzindo a testa, eu olhei para a minha moto. Parecia estranho sem meus acessórios Reapers pendurados no guidão. Eu tinha retirado qualquer coisa que possa me identificar como um membro do clube. Parecia errado. Tudo sobre esta operação estava errado em algum nível, a começar pelo fato de que eu tinha sido estúpido o suficiente para me voluntariar.

Sim, eu estava de saco cheio de administrar o clube de strip do Reapers MC e eu queria uma mudança de ritmo. Mas eu também queria deixar as cadelas dramáticas loucas para trás. Em vez disso, parecia que eu tinha caminhado direto para o ninho da cadela rainha.

— Transar é ótimo — eu respondi lentamente. — Mas essa é nojenta. Nova demais para mim, e chata. Nunca vi alguém falar tanto sem dizer uma maldita coisa.

— Pensei que você gostasse das mais novas — Pic comentou secamente.

Ele estava certo, mas alguns minutos conversando com Tinker tinha me feito lembrar o quão bom era finalmente sair com uma mulher mais madura. Ela estava afim de mim, mas ela também tinha sido toda negócios – nenhum joguinho de merda... apenas curvas incríveis combinadas com trabalho duro e um cérebro.

Eu tinha tomado alguns minutos para persegui-la no meu telefone enquanto limpava os cadáveres dos esquilos.

Mulher impressionante. A loja de chá em seus negócios era, obviamente, apenas uma loja de exposição, com a maior parte de sua empresa centrada em chocolates gourmet que ela mesma fazia. Eles eram vendidos em lojas por toda Seattle, Tacoma, e Portland. Tanto quanto eu poderia dizer, o negócio estava crescendo.

Tália, por outro lado, não tinha qualquer trabalho real. Não só isso, a putinha era magrela, vadia e tinha uma boca que me fazia estremecer, o que era dizer muito.

— Tália não é apenas jovem — eu disse. — A cadela nunca cala a boca, e tudo o que ela faz é reclamar. Todo mundo está afim dela, ninguém entende ela, e sua merda não fede. Ela duraria talvez cinco minutos no Arsenal antes que fosse banida permanentemente. Não posso acreditar que os irmãos Nighthawk aguentaram ela por todo esse tempo.

— Bem, saia com ela esta noite e veja se você consegue se apresentar a um deles. Melhor ainda, consiga um convite para entrar no clube e veja por si mesmo o que está realmente acontecendo lá dentro. Eles estão recrutando novos irmãos como loucos agora e os padrões estão, provavelmente, baixos o suficiente para deixar alguém como você entrar.

— Normalmente, eu tomaria isso como um insulto — eu respondi, bufando. — Mas eu provavelmente mereço isso agora. Você nunca vai adivinhar o que eu passei meu dia fazendo.

— Tricô — disse ele categoricamente. — Eu acho que todos nós sabemos que você tem um amor secreto pelas artes femininas. Eu estou supondo que você está trabalhando em uma boa capa de moto para o meu presente de Natal? Você sabe algo para combinar com o travesseiro com o brasão dos Reapers bordado que você me deu no ano passado?

Fechei os olhos, contando até dez. Não se irrite. Isso só vai fazê-lo feliz. O filho da puta.

— Passei o dia em um telhado consertando um ar condicionador. Estava a mil graus lá em cima – a porra do telhado derreteu sobre tudo.

— Por que diabos você faria isso?

— Porque eu tenho um novo emprego. Manutenção para Tinker Garrett. Ela é a proprietária de um prédio de apartamentos, e em troca de fazer algum trabalho em torno do lugar, eu vou ter um lugar para ficar, estacionar o meu caminhão, e tudo mais.

— Soa como uma boa cobertura — disse Picnic. — Lhe dá uma razão para ficar na cidade, para não mencionar poupar algum dinheiro.

— Sim. Ela acreditou na minha história sobre o divórcio. Pensei que convencer Tália poderia ser um problema, mas ela nem sequer se preocupou em perguntar por que um caminhoneiro independente de repente se muda para uma cidade no meio do nada. Estava muito ocupada falando sobre si mesma.

— Você realmente não gosta dela, não é?

— O que te fez pensar isso?

Picnic bufou novamente.

— De qualquer forma, acho que estamos no caminho certo. Apenas uma complicação. Bem, além do fato de que eles provavelmente vão me matar se eles descobrirem que eu sou um Reaper.

— E o que seria?

— Tália Jackson pode ser uma idiota total, mas Tinker Garrett é malditamente fodível. É perturbador.

— Você tem tesão na dona da casa? — Perguntou Picnic, e eu podia praticamente ver o sorriso de comedor de merda no rosto. — Isso é hilário pra caralho. O pior jogador do clube é o pau-mandado por dever para com o seus irmãos... Traz uma lágrima aos meus olhos, Gage. Realmente traz. Eu vou ter a certeza de dizer a todos, fazer com que eles entendam as profundezas do seu sacrifício de pau.

— É por isso que ninguém gosta de você — eu disse, chegando a arranhar a parte de trás do meu pescoço enquanto o idiota ria. Eu peguei um cheiro de debaixo do meu braço no processo e me encolhi. — Jesus Cristo, mas eu estou fedendo. Vou voltar para o hotel e me limpar antes de eu ter que ver a cadela esta noite.

— Divirta-se com isso — Picnic respondeu. — E salve seus recibos. O clube vai cobrir o custo de seus preservativos.

— Você é muito solidário, chefe. Uma inspiração para todos nós.

— Você me ama e você sabe disso.

— Vamos apenas dizer que eu tenho sentimentos fortes e deixar por isso mesmo.

O fodido ainda estava rindo quando eu desliguei na cara dele.


• • •


Eram quase dez da noite quando eu mostrei minha cara no bar. Eu tinha marcado o encontro com Tália lá, e enquanto eu definitivamente queria que ela pensasse que eu estava afim dela, eu não queria tornar isso muito fácil. Era como pescaria - é sempre um erro tentar puxar na primeira vez que eles mordem a isca. É melhor deixá-los ter uma prova e, em seguida, puxar o gancho.

Jack’s Roadhouse era como qualquer outra pocilga de cidade pequena que eu já tinha ido - povoado quase inteiramente por moradores, com idade variando de jovens de vinte e um anos recém feitos (ou pelo menos aqueles que tinham conseguido obter identidades falsas, embora em uma cidade tão pequena tudo fosse mais sobre a negação plausível que qualquer outra coisa) para alguns homens velhos que tinham que estar em seus setenta anos. A música era rock clássico, a cerveja era estritamente doméstica, e as mesas agredidas já tinham visto dias melhores. Não era um lugar tão ruim, embora, as pessoas pareciam estar se divertindo, e havia algumas garotas na pista de dança exibindo seu material.

Tália e seu pelotão tinham marcado uma mesa cerca de meio caminho para trás, perto da pista de dança. A mesa estava repleta de copos de shots vazios e vários copos de água intocados — acho que elas não estavam a fim de se conterem. Reconheci algumas das mulheres do início da semana. Tália passava muito tempo no bar, o que fez o meu trabalho muito mais fácil. Totalmente natural para um homem recém-chegado na cidade visitar a sujeira local, e ainda mais natural se aproximar de uma mulher que se parecia com Tália Jackson. No papel, ela era um dez perfeito.

Na prática? Não muito.

A menina não tinha curvas, nenhuma. Ela também estava bastante envelhecida além de sua idade com um ar desagradável e calculista em tudo o que fazia. Transar com ela seria como foder uma tira de carne seca. Eu vi quando as meninas levantaram seus copos, pedindo outra rodada de shots antes de batê-los de volta na mesa com um estrondo. Tália olhou para cima, tendo um vislumbre de mim.

— Cooper! — Ela gritou, pulando para cima e correndo em minha direção. Meus braços levantaram-se para pegá-la, e, em seguida, suas pernas estavam em volta da minha cintura, me segurando com força. Sua boca cobriu a minha para um beijo que queimou com álcool e o sabor persistente de asinhas de frango.

Você está fazendo isso para os Reapers, eu me lembrei. Não é nada diferente de uma de nossas putas do clube fodendo um cara para obter informações. De alguma forma eu consegui beijar ela de volta, as mãos agarrando sua bunda. Meu pau faminto respondeu, o que era uma espécie de bênção. Talvez ter Tinker em torno seria uma coisa boa depois de tudo - eu poderia simplesmente pensar nela sempre que eu tivesse que tocar Tália.

Depois do que pareceu mil anos, a irmã de Marsh se afastou, pegando meu rosto com as duas mãos.

— Eu tenho uma ótima notícia!

— E o que seria? — Perguntei, imaginando o quão bêbada ela estava.

— Meu irmão quer conhecê-lo — ela disse arrastada, piscando como uma coruja. Porra, isso era uma boa notícia. Quanto mais cedo eu me encontrasse com Marsh Jackson e descobrisse o que estava acontecendo, mais cedo eu seria capaz de dar o fora desta merda.

É claro, então eu nunca teria a minha chance com Tinker. Nesse instante, lembrei-me do por que eu não gostava de mulheres da minha idade, elas complicavam as coisas.

Elas eram interessantes, em vez de iguais.

— Isso é ótimo — disse a Tália, certificando-me que eu não parecia muito entusiasmado. Só porque este era seu território não significava que eu tinha que dar a ela a custódia total das minhas bolas. — Ele é um motoqueiro, certo?

Tália revirou os olhos, deslizando pelo meu corpo até que seus pés tocaram o chão. Em seguida, ela estendeu a mão, ajeitando meu cabelo.

Como um animal de estimação.

— Não, ele é o motoqueiro — ela corrigiu. — Ele é o presidente dos Nighthawk Raiders — isso significa que ele possui essa cidade do caralho. Se você pretende ficar por aqui, mesmo como independente, você não quer ele chateado com você.

— Sério? — Perguntei, levantando uma sobrancelha. — E o que acontece se ele ficar chateado comigo?

Ela encolheu os ombros, o gesto brincalhão. — Não tenho certeza. Você teria que perguntar ao meu último namorado.

Eu ri. — E deixe-me adivinhar-ninguém sabe o que aconteceu com ele?

Seus olhos brilharam.

— Como você descobriu isso? — Perguntou ela, uma pitada de aço em sua voz. — É um pouco de mistério. Uma noite ele me traiu, e no próximo dia, ele simplesmente desapareceu. Foi uma verdadeira vergonha, porque ele tinha um filho e tudo.

Eu sorri com adoração para a pequena cadela sociopata. Pelo menos não havia nenhum perigo de me sentir culpado por usá-la para me infiltrar no clube — a idiota tinha um dom para matar até mesmo o menor sinal de empatia.

— Soa como um perdedor — eu respondi. — Você está melhor sem ele.

Talia riu, batendo os cílios.

— Eu sei.

Passamos as próximas duas horas arriscando joguinhos bobos. Foi mais ou menos algo como isto:

Tália dava indícios de que ela e suas amigas estavam com sede.

Eu compraria uma rodada para a mesa.

Eu dançava com ela uma música.

Tudo se repetia.

Bases necessárias, não havia como contornar. Não significa que eu gostei. A menina era uma confusão da porra – puta furiosa em um minuto, princesinha insegura no próximo. Em um ponto ela me arrastou para o beco atrás do bar para um boquete, o que eu achei que foi ok, mas o tempo todo tudo que eu conseguia pensar era o quanto eu queria que tudo acabasse.

Em seguida, os Raiders Nighthawk apareceram, e tudo mudou.

Eu contei dezesseis deles, sem contar os prospectos que devem ter sido deixados do lado de fora com as motos. Eles entraram no bar à meia-noite, conversando e rindo alto, dominando instantaneamente o lugar. Marsh era um cara grande, e eu o vi em torno da cidade algumas vezes. Construído como um touro, com cabelo loiro escuro longo em um rabo de cavalo mal feito. Os Nighthawks fizeram seu caminho para a parte de trás, seguido por duas garçonetes carregadas com canecas de cerveja.

Claramente, eles eram regulares.

— Vamos lá — disse Tália, pegando a minha mão e me arrastando pelo salão. — Marsh quer conhecê-lo.

Senti-me avaliado enquanto eu me aproximava. Isso era estranho, geralmente eu era aquele a quem se aproximavam, e não o contrário. Os Reapers eram os proprietários do Estado de Washington, mesmo que Marsh parecesse ter esquecido isso. Inferno, ele teria me reconhecido se tivesse feito a sua parte e pagado seus respeitos no Arsenal como qualquer outro presidente do clube, vivendo em nosso território.

Maldito estúpido.

— Marsh, este é Cooper — disse Tália. — Você se lembra que eu disse a você sobre ele? Ele é novo na cidade. Eu o conheci e seu primo no início desta semana.

Marsh recostou-se na cadeira, cruzando os braços enquanto ele me olhou. O vi observar minha fivela de cinto POW/MIA, camiseta Harley e cabelo jogado para trás.

— Ouvi dizer que você é um motoqueiro — disse ele categoricamente. Concordei, encontrando seu olhar.

— Sim, independente — eu respondi. — Novo na cidade.

— De onde você veio?

— Nenhum lugar. Minha ex e as crianças moram ao sul em Ellensburg. Precisava de um lugar para ficar que fosse perto o suficiente para vê-los, mas longe o suficiente para não vê-los muito. Estou me recuperando após o divórcio.

— Cooper é um caminhoneiro de longo curso — disse Tália, dando a seu irmão um sorriso doce. — Ele está hospedado no hotel, mas agora ele está procurando por um lugar. Eu queria saber se qualquer um dos trailers perto da sede do clube está vazio.

Sim, de jeito nenhum eu queria uma porra dessas — precisávamos que eu chegasse perto, mas não perto demais. Um erro e eu teria a minha garganta cortada.

— Eu encontrei um lugar — eu disse a ela. — Tinker Garrett me contratou hoje, sou seu novo faz-tudo. O emprego vem com um apartamento.

Tália zombou. — Essa cadela velha é um pau no cu.

Um dos caras riu, e eu procurei em suas cores por um nome. Cord.

— Parece que alguém está com ciúmes — ele me disse, apontando para Tália. — Tinker é carne de primeira. Deixe-nos saber o que você achou se você conseguir dar uma mordida. Eu vi isso...

— Cale a boca — Tália rosnou. — Essa vadia não é nada. Nada.

— Não é o que eu ouvi, — Cord respondeu, os olhos endurecendo. — Você viu a bunda dela? Eu daria um tapa nela. Parece que alguém está com ciúmes.

— Cale a boca — Marsh grunhiu, ecoando sua irmã. Cord olhou-o sem pestanejar, e percebi que nem todos os Nighthawks estavam satisfeitos com a situação atual. Bom saber. Seu pequeno impasse durou quase um minuto, e eu senti a tensão crescente.

Então Marsh começou a rir.

— Precisamos de uma bebida — ele anunciou. — Tália, vá buscar-nos uma rodada de shots. Por minha conta.

Ela olhou entre nós por um minuto, obviamente frustrada, em seguida, pegou minha mão.

— Vamos — ela murmurou. — Idiotas do caralho.

Seu irmão caiu na gargalhada novamente, e o resto deles copiaram como um bando de hienas. Nem todos eles, no entanto. Cord e um par de outros não estavam rindo.

Então.

Agora que eu conheci todos os meus alvos, talvez encontrasse alguns futuros aliados.

Eu poderia trabalhar com isso.


Capítulo Três

TINKER

 

Cooper não teve tempo para se mudar naquele fim de semana depois de tudo, então eu acabei deixando um conjunto de chaves para ele em seu hotel na tarde de sábado. Coincidentemente, aconteceu de eu estar vestida com a minha melhor roupa porque eu tinha feito planos para me encontrar com Margarita para um jantar em Ellensburg naquela noite. (Ela tinha vindo de uma apresentação de conferência no início do dia na Universidade Central de Washington.) Não que minha aparência importasse - eu sabia que Cooper estava interessado em Tália. Ainda assim, uma mulher tem seu orgulho, e eu não parecia exatamente o meu melhor quando ele tinha me visto ontem.

Eu mandei uma mensagem de texto para que ele soubesse que eu estava a caminho, e ele me encontrou no estacionamento do hotel, mais sexy do que nunca.

Não era justo, eu decidi enquanto ele se inclinava contra o meu carro. Se eu fosse inteligente, eu teria lhe entregue as chaves e saído do estacionamento, mas em vez disso eu saí do meu Mustang de uma forma que não poderia deixar de chamar a atenção para o fato de que minha saia era muito, muito curta. Oh, e foi uma total coincidência que eu optei por um sutiã com enchimento, me lembrei, mesmo que eu tenha saboreado a maneira como seus olhos foram direto para o meu peito.

Curvas, baby. Sim. Eu tenho curvas.

— Você está bonita — disse ele, e eu mordi de volta um sorriso.

— Bem, é sábado à noite — eu disse, decidindo que ele não precisa saber que o meu encontro quente era com uma amiga muito casada. — Eu trouxe as chaves para o seu apartamento aqui. É o número 2A. Você pode se mudar a qualquer momento, mas seria bom se nos encontrássemos no final da semana para que eu possa mostrar-lhe ao redor. Alguma ideia de quando seria melhor para você?

Ele franziu a testa — Provavelmente não até segunda-feira ou terça-feira. Eu tenho algumas pontas soltas para amarrar em primeiro lugar.

Eu levei um minuto para imaginar qual seria a sensação de ser amarrada por um cara como Cooper. Em seguida, o barulho de uma moto arrancando para o estacionamento me chamou a atenção, e eu assisti enquanto um homem rolou até parar próximo a nós. Ele passou uma perna sobre a sua moto, tirando o capacete para revelar um cabelo loiro bagunçado. Ele era mais jovem do que eu, provavelmente em seus vinte e poucos anos, e ele era quente como o inferno.

Deus, o que há com você sendo pervertida sobre os quase ilegais?

— E aí — disse o recém-chegado, abertamente me verificando. (Muito bom para o ego, isso sim.) — Você não vai me apresentar, Coop?

Algo se passou entre os dois homens, algum indício de aviso ou de perigo ou... Eu não poderia dizer, mas eu tive a nítida sensação de que Cooper estava irritado com seu amigo.

— Você chegou mais cedo do que eu esperava — disse Cooper. — Esta é a Tinker - Parece que eu vou alugar um apartamento dela. Preciso de um lugar para ficar e ela tem um, por isso funciona perfeitamente. Tinker, este é Levi, meu primo.

Primo? Deve ser uma árvore genealógica interessante, porque enquanto Cooper tinha a pele mais escura e cabelo preto grosso, Levi era pálido e loiro. Ele também era jovem, mas isso não me impediu de perceber que ele e seu primo mais velho tinham uma coisa em comum.

Ambos eram bonitos.

Tão injusto.

— Prazer em conhecê-lo, Levi — eu disse, oferecendo-lhe um sorriso amigável. — Eu estou ansiosa para que você se mude, Cooper. Eu preciso ir, embora, estou de saída para Ellensburg essa noite. Até mais tarde!

Seus olhos me seguiram enquanto eu subia no meu carro, e eu não tenho vergonha de admitir que tive o cuidado de mostrar ainda mais minha perna desta vez. O motor começou com um poderoso rugido - todo poder cru e músculos - e eu segurei uma risada enquanto eu dava ré, em seguida, coloquei em primeira e parti jogando cascalho para trás.

E daí que meu novo faz tudo tinha uma namoradinha gostosa e piranha, esperando por ele?

Eu apostaria até meu último dólar que a menina não poderia lidar com metade do que eu faço.

 

• • •

 

Eu não vi Cooper Romero novamente até terça à noite, quando ele estacionou em frente ao prédio de apartamentos Garrett em um caminhão. Atrás dele havia um reboque com sua moto sobre ele. Eu assisti, de olhos arregalados, pela janela da cozinha, me perguntando o que diabos eu estava pensando ao contratar de um homem que eu sabia muito pouco sobre que eu nem sequer sabia que ele era um caminhoneiro.

Oops.

Cooper desceu do caminhão, dando uma rápida conferida no reboque antes de ir para a casa. Escovei as minhas roupas, eu dei uma rápida olhada em meu cabelo pelo espelho do armário da sala e abri a porta da frente.

— Ei, — eu disse, esperando que minha voz parecesse mais calma e mais sofisticada do que como eu me sentia. Cooper era tão bonito que me deixava nervosa. Eu tinha esperanças de que talvez eu estivesse errada sobre o quão sexy ele era, que eu tinha exagerado sobre isso na minha cabeça ou algo assim, por puro desespero.

Não muito.

O homem ainda era alto e construído, e hoje seu cabelo estava solto ao redor de seus ombros. Eu juro, ele parecia um modelo masculino, ou ele pareceria se tivesse se dado ao trabalho de fazer a barba em qualquer momento nos últimos dois dias. Ele não tinha exatamente uma barba, mas havia definitivamente alguns pelos em suas bochechas. Pareceria todo áspero e pontudo contra meu rosto. Pare agora. O que você é, uma adolescente no cio?

— Uau, isso é um caminhão grande — eu disse. Cooper levantou uma sobrancelha e sorriu.

— Eu ouço muito isso.

Revirando os olhos, ele reprimiu uma risada. — Isso saiu errado. Tudo o que eu queria dizer era que eu não sabia que você dirigia um caminhão. Eu não acho que temos espaço no estacionamento pra isso. Você poderia estacionar o caminhão na parte de trás, mas não há espaço o suficiente para o reboque.

— Não se preocupe — ele respondeu. — Eu só peguei emprestado de um amigo para levar minha moto para a cidade. Eu vou levar de volta para ele amanhã.

— Eu acho que eu não sabia que você era um caminhoneiro — eu disse, considerando o equipamento grande, imaginando como ele seria capaz de fazer reparos se ele estivesse viajando o tempo todo. Deveria ter feito ele preencher um requerimento, idiota... — Acredito que você fique muito tempo na estrada?

— Eu estou dando um tempo — disse ele. — Eu tenho feito rotas de longa distância por anos. Cheguei em casa há algumas semanas e descobri que minha esposa tinha seguido em frente, então agora eu estou em um processo de divórcio. Ela vive em Ellensburg, mas eu queria um novo começo. Em algum lugar longe o suficiente para ter o meu próprio espaço, mas perto o suficiente para ver os meus filhos mais do que duas vezes por ano.

— Como você foi escolher Hallies Falls, de todos os lugares? Quer dizer, eu posso pensar em um monte de cidades que poderiam ser melhores.

Todas. Todas elas seriam melhores, na minha experiência.

Cooper deu de ombros, oferecendo-me um sorriso que fez meu estômago se apertar.

— Eu passei por aqui há alguns anos atrás com um amigo, pensei que parecia bom o bastante. Quando eu precisava de um lugar para ficar, aqui me veio em mente – simples assim.

— Então você só vai ficar aqui por pouco tempo? — Perguntei, embora eu realmente não tenha qualquer espaço para criticar. Claro, eu tinha o contratado para fazer o trabalho em torno do edifício, mas não era como se tivéssemos um contrato ou qualquer coisa. Eu provavelmente venderia o lugar e voltaria para Seattle se meu pai... não, eu não estava pronta para pensar sobre isso. Negação. Negação tinha servido as mulheres da minha família bem, para as gerações. Não há razão para mudar isso agora.

— Eu ainda não decidi — respondeu ele. — Depende se eu encontrar uma razão para ficar por perto, eu acho.

Tudo o que eu poderia ter dito em resposta morreu quando um velho e acabado Jeep Wrangler estacionou na rua em frente ao prédio. A porta se abriu e de lá saiu Tália Jackson. Seus olhos se voltaram em direção a nós, se estreitando.

— Hey, baby! — Ela chamou, caminhando até ficar incisivamente entre mim e Cooper. Vi quando ela se enrolou em volta dele para um beijo profundo. Parte de mim esperava que ele dissesse para ela se foder. Em vez disso, ele a beijou de volta, cavando suas mãos em sua bunda plana. Então Tália se soltou, virando-se para sorrir para mim.

Mensagem recebida.

— É bom ver você, Tália — eu disse, pensando na princesa Diana. Calma, simpática, graciosa Diana. Agora eu só precisava me canalizar a ela, em vez de ir toda Kardashian pra cima da bunda brega de Tália como eu queria. — Eu estava prestes a mostrar Cooper seu novo apartamento. Você gostaria de se juntar a nós?

Ela olhou para o edifício.

— Eu não consigo entender por que você gostaria de viver aqui — ela declarou em voz alta para Cooper. — Eles são um grupo de pessoas idosas, e tenho certeza que eles vão te encher o saco o tempo todo só porque você tem uma vida.

Querido Deus, estávamos indo realmente em direção a isso?

Inspire, expire. Você consegue fazer isso.

— Eu vou lhe mostrar o apartamento, e então você pode se instalar — eu anunciei, ignorando-a. — Segundo andar, logo atrás da casa principal. Isso é bom, porque tem a sua própria entrada separada fora do estacionamento. Lhe dá mais privacidade.

Cooper assentiu, seguindo-me quando eu fui em direção à ampla varanda e ao redor do lado da casa até o prédio anexo. Não haviam muitos degraus na escada, mas tinha um bom toldo sobre a entrada. Bem útil no inverno.

— É apenas um quarto, — eu disse, abrindo a porta. Empurrei-a aberta, e Cooper e Tália me seguiram até a sala de estar. O apartamento se esticava em toda a largura do edifício, por isso não havia luz vindo dos dois lados. Do outro lado da porta havia uma sala de jantar com cozinha conjugada.

— É todo aquecimento a gás natural, — eu disse a ele. — Isso mantém os utilitários sob controle. O quarto e o banheiro são por aqui.

Eles me seguiram da sala para o quarto, Tália olhando em volta ansiosamente. Aparentemente seu desgosto não era tão profundo como ela deixava transparecer. Justo o suficiente, era um belo edifício, construído pelo meu avô e cuidadosamente mantido por meu pai. Eles sempre tinham levando seu trabalho muito a sério.

— Você tem uma cama? — Tália perguntou a Cooper. — Quando nós vamos começar a quebrar este lugar?

E foi assim que eu cheguei ao meu limite.

— Então, isso é tudo — eu anunciei. — Há um papel com todas as informações da coleta de lixo e utilitários na cozinha, junto com minhas informações de contato. É gravado no interior do armário ao lado da pia. Me ligue se você precisar de alguma coisa, caso contrário, eu vou deixar você se instalar.

Eu comecei a andar em direção à porta, me perguntando se estaria tudo bem declarar que ele não tinha permissão para ter hóspedes durante a noite. Especificamente, que ele não tinha permissão para ter hóspedes do sexo feminino durante a noite.

Hmmm... Provavelmente não. Pareceria um concurso de marcação de território.

Eu tinha acabado de chegar à porta quando a mão de Cooper pegou meu braço, me assustando pra caralho.

— Desculpe — disse ele enquanto eu girava sobre ele com um grito definitivamente nada sexy. — Eu só queria te agradecer. O lugar parece ótimo.

— Maravilhoso — Eu bati, olhando para sua mão. Eu podia sentir o cheiro dele ao meu redor, sentir a força em seus dedos. Se um cara super quente ia responder ao anúncio, por que tinha que ser um que já tivesse uma namorada? Isso era chato e injusto.

— Então, talvez devêssemos nos falar na parte da manhã — disse ele. — Se você montar uma lista de tudo o que precisa ser feito, eu posso começar amanhã. Parece que há alguns projetos aqui e ali que poderia usar de algum trabalho.

Eu mal notei suas palavras — eu estava muito ocupada observando seus lábios se moverem. Eles eram muito, muito bonitos. Perfeitos. Exatamente feitos para chupar. Senti uma pontada entre as minhas pernas e meus mamilos apertaram. Sua mão apertou meu braço novamente, sentindo-se estranhamente íntimo, e seus olhos perfuraram os meus.

— Então amanhã?

— Um, claro, — eu disse rapidamente, percebendo que eu precisava correr de lá antes que eu me envergonhasse. — Vejo você mais tarde.

Não gostaria de ficar no caminho deles ‘quebrando’ o quarto.

Isso não ia acabar bem.

Talvez eu devesse demiti-lo.

Eu estava subindo os degraus de volta para minha casa e considerando seriamente essa ideia quando meu pé ficou preso em uma placa podre que tinha estado na minha lista de coisas a consertar desde a primavera passada. Tentei puxá-lo de lá, mas estava agarrado. Então eu chutei contra ela, e de repente a maldita coisa cedeu, enviando meu pé mergulhando através dela.

Bem, porcaria.

Demiti-lo não era realmente uma opção... Eu tinha anunciado que procurava um faz-tudo há quase um mês, e durante esse tempo todo eu só tinha conseguido duas chamadas. Um deles era uma brincadeira e outra era Steve Gribble, cuja esposa o havia chutado para fora (novamente) por ficar bêbado e perder o emprego (mais uma vez).

Eu só tinha que engolir tudo e lidar com Cooper e sua estúpida, maldosa e linda namorada. Pois é, isso iria dar certo. Tudo o que eu precisava fazer era pensar nele como um conveniente colírio para os olhos, como aqueles calendários de bombeiros sensuais. Divertido de se olhar, impossível de tocar, e nada real.

Eu poderia lidar com isso.

 

TARDE DE DOMINGO, duas semanas mais tarde

 

— Traga mais vinho — Eu assobiei para o telefone. — Ele está tirando a camisa e eu estou começando a ficar quente demais.

— Ele tem tatuagens? — Minha melhor amiga, Carrie, perguntou em um sussurro áspero. — Fico imaginando tatuagens que rodam todo o peito dele, e... Oh Deus. Eu acho que eu preciso mudar minha calcinha.

— Não há tatuagens que eu possa ver. Mas ele está ficando suado.

— Você acha que duas garrafas será o suficiente?

Balançando a cabeça lentamente eu suspirei enquanto Cooper parou o cortador de grama tempo suficiente para tomar um profundo gole de água. Deus, o caminho da garganta se movendo quando ele engoliu... e os músculos se agrupando nas costas. Droga.

— Três. É mais seguro. É um quintal grande.

 

• • •

 

De um modo geral, eu não sou o tipo de garota que bebe durante o dia. Quero dizer, eu bebo. Às vezes. Você sabe, como em um churrasco de Quatro de Julho, onde as pessoas começam a abrir as cervejas por volta de uma da tarde? Mas era domingo e eu tinha um pedido de quatrocentos caramelos — pedidos de uma semana inteira - para empacotar e entregar ao primeiro correio na manhã seguinte. A ressaca não estava na agenda.

Na real, embora.

Ele tinha tirado a camisa.

Por que diabos eu estava me fazendo passar por isso? E mais importante, porque eu o trouxe para o apartamento que compartilhava uma parede com o meu próprio quarto de infância como uma esquisita total? Havia outro apartamento vago do lado de trás do edifício.

Luxúria.

Sim. Eu era mulher o bastante para admitir. Tinker Garrett, com a idade de trinta e seis anos, estava morrendo de luxúria por com Cooper Romero. O homem era tão bom diante dos olhos que me causava dor física. Ok, não dor. Um arrepio quente. E ele era exatamente o que eu precisava, também. De acordo com o contrato de aluguel que eu tardiamente lhe pedi para preencher, ele era dois anos mais velho do que eu. Deveria ter sido perfeito, certo? Pena que ele estava maluco por garotinhas de vinte anos de idade, com peitos pequenos e bundinhas empinadas.

Falando de Tália, eu já tinha ouvido falar muito mais do que eu queria ouvir dela desde que ele se mudou.

Especificamente, eu a ouvi gritando durante o sexo. Gritando sobre quão bom ele era, gritando o quanto ela o queria, gritando ordens de cunho sexual que eu fingia ignorar, mas secretamente estava morrendo de ciúmes.

Cadela fodida.

Bom, obriguei-me a ir para longe da janela, olhando ao redor da sala de estar da casa da minha família. Eu tinha nascido lá em cima no mesmo quarto em que eu dormia no momento. De alguma forma, apesar do fato de que eu tinha um diploma universitário, um negócio próspero e um casamento fracassado atrás de mim, eu caí bem onde eu comecei.

Claro, eu amava o edifício em minha própria maneira estranha. Vovô tinha construído por volta de 1922, e ele tinha construído para durar. Infelizmente, mesmo uma boa construção precisa de manutenção, e depois que a minha mãe morreu oito meses atrás, eu percebi que meu pai mal conseguia chegar à cozinha, sem se perder. Ele obviamente estava deixando as coisas rolarem há vários anos, mas eu tinha estado muito ocupada vivendo minha vida em Seattle sem notar. O lugar estava em pior forma do que eu jamais vi.

É por isso que eu não poderia expulsar Cooper por ter uma namorada que não era eu. Bem, isso, a lei e o sentido geral de decência e justiça com que meus pais me criaram, mas juro que se não fosse por tudo isso, ele estaria já na rua. Tomei mais um gole profundo do vinho, esperando que Carrie perca-se em seu caminho.

Babaca.

Babaca sexy, bonito...

Agarrando o meu copo de vinho, eu olhava pela janela para que eu pudesse vê-lo melhor.

— Tricia? — Meu pai chamou, sua voz vacilante. — É você na sala de estar? Eles entregaram meu pacote?

— Sou eu, papai — eu respondi, afastando meus olhos longe de Cooper. — É a Tinker, lembra?

Eu vi como o meu grande, forte pai e meu herói de infância olhou para mim, confusão estampada em seu rosto.

— Estou esperando por umas peças — disse ele lentamente. — Quero reconstruir o carburador T-bird de Tricia, mas eu não tenho as peças que eu preciso. Você fez o pedido?

— Papai, mamãe não está mais entre nós — eu lembrei a ele suavemente. — E você vendeu o T-bird anos atrás.

Ele olhou para mim sem expressão.

— Eu acho que eu esqueci — ele finalmente admitiu. — Às vezes eu faço isso...

Não brinca.

— Não se preocupe com isso — eu disse, caminhando para dar-lhe um abraço. — Ei, minha amiga Carrie está vindo daqui a pouco. Nós vamos ter algum tempo apenas para meninas, ok?

Ele deu um tapinha nas minhas costas distraidamente, em seguida, beijou o lado da minha cabeça.

— Isso parece bom. Vocês se divirtam, mas sem muita TV, ok? Apodrece seus cérebros.

Sorrindo, eu o apertei com força, porque, apesar de sua memória falhar, ele ainda era meu pai. Em algum lugar no fundo, seu amor por mim queimava brilhante, mesmo que ele não conseguisse expressá-lo da maneira normal por mais tempo.

O cortador de grama rugiu enquanto Cooper empurrava-o em todo o quintal, trabalhando o seu caminho com cuidado em torno das roseiras da mamãe. Eu peguei outro vislumbre dele através da janela e me afastei do meu pai rapidamente, de jeito nenhum eu queria ser abraçada pelo meu pai enquanto eu olhava pervertidamente para o cara do lado de fora.

Muito estranho, mesmo para uma esquisita como eu.

 

• • •

 

— Você ainda tem aquele apartamento vago? — Carrie perguntou meia hora depois, inclinando-se para trás para sustentar seus pés em cima da grade da varanda. Eu enchi o meu copo de vinho, me aconchegando mais profundamente no mesmo balanço que tínhamos brincado em mil festas do pijama na infância. Ele precisava de uma camada de tinta.

— Sim, mas eu tenho alguém interessado. Por que você pergunta?

— Porque eu estou pensando em me mudar, — disse ela a sério. Eu levantei minhas sobrancelhas.

— Você tem uma casa — eu lembrei-a suavemente.

— Mas eu não o tenho — disse ela, os olhos correndo em direção a Cooper, que estava usando o cortador de grama para aparar o gramado. Ele me pegou olhando, fazendo um movimento de reconhecimento em seus lábios. Uma hora mais cedo isto teria envergonhado pra caramba, mas Carrie e eu estávamos quase terminando a segunda garrafa. O senso de realidade já tinha se desfeito.

— Bem, vamos ver como isso funciona, — eu a lembrei, não querendo azarar ele. — Só porque ele fez um bom trabalho hoje não significa que ele vai ser confiável ao longo prazo. Ele sai com o moto clube, você sabe. Não só isso, ele está namorando Tália Jackson. Eu não sou o tipo dele.

As palavras caíram entre nós, e Carrie deu um suspiro exagerado.

— Essa menina é uma putinha tão hedionda.

— Obrigado por apontar isso. Eu não tinha notado. Inferno, eu tinha planejado convidá-la para beber com a gente no próximo domingo.

Ela me deu um tapa, e todo o balanço oscilou.

— Cuidado! Você quase derrubou meu vinho — eu acusei.

— Eu trouxe as três garrafas — ressaltou. — A única razão pela qual você não está sentada aqui bebendo água potável sou eu, por isso, seja agradável.

Nós olhamos uma para a outra, e por uns bons trinta segundos eu consegui segurar minha cara de brava. Carrie quebrou primeiro, e então nós duas rimos, assim como no ensino médio.

— Saúde — disse ela, levantando a taça.

— Saúde — eu respondi. — Eu sentia falta disso. Quando eu estava vivendo em Seattle, quero dizer. Eu tinha muitos amigos lá, mas ninguém como você.

Carrie jogou seu braço sobre meu ombro, me dando um abraço. Em seguida, ela se abaixou e ergueu a garrafa, esvaziando as últimas gotas na minha taça.

— Estou feliz que você está em casa — disse ela. — Eu sei que as coisas não foram como o planejado, mas eu ainda acho que você pertence aqui em Hallies Falls.

Revirei os olhos.

Tanto faz.

Então eu bebi o resto do meu vinho, porque ele realmente não era um vinho - igual ao que Brandon e eu costumávamos beber juntos. Cooper passou diante de nós, lançando-me um sorriso rápido.

— Eu estou com calor — Carrie gemeu.

— Você é casada.

— Oh, supere amiga - não é como se ele fosse de verdade.

Olhei para ela, confusa. — Claro que ele é de verdade. Ele simplesmente empurrou o cortador de grama na nossa frente.

Carrie revirou os olhos.

— Não, quero dizer que nada vai acontecer com ele — disse ela. — Eu sou casada, e você não é o tipo dele. Isso faz dele um material para fantasiar de forma segura.

— Eu poderia ser o tipo dele — eu insisti.

— Você é linda — disse ela. — Você tem o que, um corpo sexy com curvas e um estilo retro do inferno, o que é foda. Mas se Cooper está com Tália Jackson, ele não é para você. Mesmo sem a coisa da idade, esse cara gosta de meninas sem curvas. Tália é como um cabide de arame com seios. Minúsculos. Ela é um Chevette brega e você é uma Ferrari. São duas coisas diferentes, entendeu?

Suspirando, cai de volta no balanço, percebendo que ela estava certa. Eu já sabia disso, mas de alguma forma depois do terceiro copo de vinho eu estava me sentindo mais otimista. Mas, para melhor ou pior, Carrie e eu compartilhamos mais do que nosso amor por carros rápidos. Nós tínhamos um acordo - forjado na dor e humilhação da época do ginásio de sempre dizer a verdade uma a outra, não importa quão duro seja.

— Hey, não é uma coisa ruim, — ela disse, cutucando meu ombro. — Não é como se o cara tivesse boas perspectivas de qualquer maneira. Não parece ter um emprego de verdade, corta grama para pagar o aluguel e sai com uma gangue de motoqueiros. Você não pode me dizer que estavam escolhendo padrões da china em sua cabeça, não é?

— Não, mas eu não me importaria em transar.

— Então, vamos a um clube em Ellensburg neste fim de semana — disse ela. — Dois podem jogar este jogo, sabe - pegar um menino bonito da faculdade, lhe ensinar uma coisa ou duas. Juro, sua futura esposa vai agradecer.

Eu gemi.

— Uma vez...

Carrie começou a rir. — Nada nunca morre nesta cidade, querida. Você é um puma à espreita e todos nós sabemos disso! Por que apenas outro dia eu avisei um jovem para sair da rua antes que você o pegasse.

Empurrando o balanço levantei-me, apontando meu copo em tom acusador.

— Isso nunca teria acontecido se não fosse por você e Margarita.

— Sei disso. Você não tem que continuar a agradecer.

A porta da frente se abriu, e meu pai olhou para fora.

— Você sabe onde sua mãe está? — Perguntou. — Estou ficando com fome. Ela deveria ter preparando o jantar até agora.

Carrie e eu compartilhamos um olhar.

— Eu vou ir buscá-la em breve, pai — eu disse a ele. — Mas minha mãe não está mais entre nós, lembra?

Confusão atravessou seu rosto, seguido de constrangimento quando o meu coração se apertou.

— Desculpe, eu não estava pensando.

— Eu vou começar a preparar um frango – que tal?

Ele não respondeu, virando-se e se arrastando de volta através da porta.

— Você vai ter que fazer algo antes que seja tarde demais — Carrie disse suavemente. — Não é seguro ele estar aqui sozinho na casa.

— Nada aconteceu — eu apontei. — Ele fica confuso, mas não é como se ele fosse começar um incêndio ou algo assim.

Ela apenas olhou para mim, e nesse instante me arrependi da cláusula de zero mentiras na nossa amizade.

— Vou acender a churrasqueira — eu disse a ela, suspirando. — Você vai ficar para o jantar?

— Não, mas eu vou esperar mais algum tempo — disse ela. — Darren não sai do trabalho por mais uma hora.

— Vocês podem comer com a gente, se quiser. É apenas frango grelhado e arroz, mas nós temos em abundância.

— Deixe-me mandar uma mensagem para ele e ver — disse ela, reluzente. — Eu não estou com disposição para cozinhar e as meninas não vão chegar em casa até mais tarde. Elas crescem rápido demais, querida.

Eu consegui esconder meu vacilo, acenando e sorrindo. Darren tinha engravidado Carrie no nosso último ano do ensino médio, o que não era normalmente uma coisa boa. Parece ter funcionado para eles bem, apesar de tudo. Os gêmeos eram uma mão cheia, mas eles eram bons garotos.

Não podia acreditar que eles fariam dezoito anos ano que vem.

Minha pequena Tricia ainda seria uma criança. Peguei minha taça e bebi, mandando longe do pensamento. Eu já chorei o suficiente por uma vida inteira.

— Parece bom. Vamos acender a churrasqueira.

 

• • •

 

Meia hora depois, eu estava em meu lugar feliz novamente, por pura força de vontade. Força de vontade e do vinho, aquilo era... Agora eu estava sobre a churrasqueira, assando os peitos de frango e tomando a minha bebida.

Quando eu era uma caloura, eu e meu pai construímos um alpendre coberto fora da cozinha para que pudéssemos fazer churrasco do lado de fora durante todo o ano. Mamãe só queria saber de cozinhar fora, porque ela odiava esfregar panelas. Eu tinha perdido a liberdade de cozinhar do lado de fora em Seattle - Brandon achava que uma churrasqueira deixaria o deck pegajoso. Só mais um motivo para comemorar ter dado um pé na bunda dele.

De volta à cozinha, eu tinha Carrie dando os toques finais sobre a salada, e o arroz estava fervendo - não era chique, mas seria bom. As coisas devem estar prontas até Darren chegar. Nós até mesmo colocamos a mesa de piquenique no gazebo do pátio com uma toalha azul xadrez bonita.

— Cheira bem.

Olhei para cima para encontrar Cooper na escada, encostado na grade. Ele era tão bonito. Sorri largamente e quase disse isso a ele, em seguida, lembrei que estava bêbada e mordi a língua. (Literalmente mordi, o que gerou uma dor como o inferno e fez meus olhos lacrimejarem. Tenho certeza que ele pensou que eu estava louca. É justo.)

— Excelente trabalho sobre o quintal — eu disse a ele depois de alguns segundos de dor agonizante. — É um alívio ter você ajudando. Como está o apartamento?

— O inferno de muito melhor do que o hotel — disse ele. — Embora eu não seja um cozinheiro muito bom.

Ele olhou para a churrasqueira, mirando o frango. Uma pequena parte de mim queria perguntar se Tália era uma boa cozinheira. As palavras estavam na metade da minha boca, mas o pequenino pedaço único do meu cérebro que ainda estava sóbrio conseguiu refreia-las e conte-las antes que eu fizesse alguma burrada.

— Eu trabalhei como cozinheira particular por vários anos — eu disse a ele. Cala a boca cérebro. Eu posso demonstrar minhas habilidades em uma conversa sem ser óbvia. — Então eu comecei a fazer os chocolates, e o negócio decolou. Logo eu não consegui continuar trabalhando com ambos, então eu cortei meus clientes.

— Impressionante — disse Cooper.

— Você quer se juntar a nós? — Perguntei.

— Sim.

Comecei a rir, porque ele disse a palavra tão rápido e tão fervorosamente que não poderia haver nenhuma dúvida - Cooper queria um pouco do frango. Isso era uma má ideia? Não há nenhuma razão para não ser amigável com o cara, o senhor cérebro sóbrio me informou formalmente. Você tem uma abundância de gentileza.

Legal.

— OK. Nós vamos servir em mais ou menos meia hora. O marido da Carrie estará de volta do trabalho por volta das seis, então ele está vindo.

— Carrie era com quem você estava falando na varanda?

— Sim — eu disse, puxando o — i - no meio da afirmação. Então eu tomei outro gole do meu vinho. — Ela tem sido minha melhor amiga desde que éramos crianças. Meu pai está aqui, também, por isso nós estamos em cinco.

— Tem certeza que há o bastante para todos? — Perguntou. — Eu não quero incomodar.

— Não se preocupe — eu disse alegremente. — Vai ficar tudo bem.

— Eu vou tomar um banho, então.

— Te vejo daqui a pouco.

Eu pensei que eu me sai muito bem, embora eu fiquei encarando sua bunda enquanto ele se afastava. Sua camisa pendurada solta em um bolso de trás, os músculos nas costas ondulando.

— Porra — disse Carrie, e eu pulei.

— Você me assustou — eu acusei, girando para encontrá-la na porta da cozinha, os olhos arregalados. — É melhor ter cuidado ou Darren vai pegar você observando-o.

Ela encolheu os ombros.

— Darren e eu temos um acordo — disse ela. — Podemos olhar, nós apenas não podemos tocar. Estamos casados há muito tempo, sabe. Ele não fica com ciúmes.

Isso era uma mentira e nós duas sabíamos disso. Eu considerei invocar a cláusula sagrada, então decidi que se eu seria uma pervertida para cima do meu faz-tudo, seria bom ter companhia.

— Pratos de papel hoje à noite — Eu anunciei, e Carrie sorriu. — Eu não estou com disposição para lavar pratos.

 

 

GAGE

 

Foda-se, mas aquela mulher era sexy, especialmente quando ela estava um pouco bêbada... a deixava uma gracinha e engraçadinha.

Entrei no meu minúsculo banheiro, me perguntando pela milésima vez por que eu me ofereci para este show. Eu tinha uma coisa boa em Coeur d'Alene. Claro, as dançarinas do The Line faziam drama sem parar, mas quando eu via uma bunda e queria tocar, elas estavam geralmente disponíveis. Nem tanto com Tinker Garrett.

O maior obstáculo era a situação com a Tália, é claro. Mas, ao longo das últimas duas semanas, eu percebi algo inquietante - eu meio que gosto de Tinker como pessoa. Quero dizer, não que nós tivéssemos passado muito tempo juntos, mas eu vi como ela engoliu alguns sapos para fazer a coisa certa. Sempre uma boa menina, e o fato de que ela saiu de casa para cuidar de seu pai depois que sua mãe morreu provou o ponto.

Em seguida, havia aquelas curvas. Porra, eu pensava sobre seus peitos e bunda o tempo todo. Eu sempre fui um otário para curvas, embora de volta para casa fosse mais sobre grandes seios falsos e bocas que pareciam aspiradores de pó. Tinker fazia chocolates chiques e tinha uma loja cheia de xícaras.

Não. Faz. Meu. Tipo.

Pena que meu pau não tinha recebido o memorando sobre isso.

Meu telefone tocou, e eu o agarrei, encontrando uma mensagem de texto do meu presidente.

PICNIC: Atualização de status?

Alcancei o registro do chuveiro e o abri, pensando em deixar a água correndo por alguns minutos enquanto eu o ligava de volta. O edifício era velho, e eu já tinha aprendido que demorava um pouco antes que a água esquentasse. Discando o número dele, esperei que ele respondesse.

— Sim? — Ele perguntou.

— Você me mandou uma mensagem, chefe.

— Queria ver como estavam as coisas — disse Pic.

— Não há muito a relatar. Quer dizer, não muito além daquilo que já suspeitávamos. Marsh está levando o clube para o chão e há definitivamente alguma porcaria no ar. Ele está relatando carregamentos perdidos para Bellingham, mas você não ouve ninguém reclamar sobre o produto sendo levantado na sede do clube. Os caras mais jovens não são espertos o suficiente para manter a boca fechada, e todos eles têm muito dinheiro em seus bolsos. Todos os mais velhos têm se afastado. Ele está lindando duas vezes com a gente.

— Você já descobriu como ele planeja assumir?

— Tanto quanto eu posso dizer, ele tem alguns amigos lá dentro e então converteu um ou dois dos outros — eu disse. — Eles pediram por uma votação logo depois do grande fracasso no ano passado, e o elegeram enquanto toda a velha guarda foi presa. As fontes do Painter na prisão estavam certas em todos os detalhes. Agora Marsh está no poder, porque ele tem os números e ele está acrescentando soldados todos os dias. O que eu não consigo entender é porque, os membros originais que ainda restam não foram embora. Não é como se eles se abrissem para mim - se eles por acaso me notaram, é porque eu sou o bichinho da Tália.

— Lealdade — Picnic disse, soando frustrado. — A mesma coisa que mantém todos os clubes juntos. Eles provavelmente não perderam a esperança ainda.

— Eu diria que eles estão pertos de um fim de maldição, "eu lhe falei severamente. - Eu posso ver uma situação onde nós teremos um segundo e clube não oficial começando na cidade.

Picnic deu um assobio baixo. — Isso seria lamentável.

— Você acha?

— Bem, é por isso que lhe enviamos - melhor parar com isso antes que fique pior. Como está a situação com o novo lugar em que você está vivendo? — Ele perguntou, mudando de assunto. Olhei ao redor do pequeno apartamento. Eu tinha ficado em coisa pior, mas ao longo dos anos, eu tinha me acostumado a algo muito melhor.

— Está funcionando — eu disse.

— E a sua senhoria? Você ainda tem tesão por ela?

Eu considerei a minha resposta cuidadosamente - eu queria ser honesto com ele, mas se eu admitisse, eu nunca ouviria o final dela.

— Ela é legal — eu finalmente disse, comprometido. — Me convidou para o jantar hoje à noite.

— Seja cuidadoso. Tália é seu bilhete, não essa cadela da Tinker, não importa o quanto você queira transar com ela. Não se esqueça disso.

— Eu sei qual é o meu trabalho, chefe, — eu respondi. — É sobre o clube - eu entendo.

Era sempre sobre o clube.

— Deixe-nos saber se você precisar de alguma coisa, então. Você ainda está bem com o dinheiro?

— Sim, eu vou ligá-lo se for um problema — eu disse. — Tudo bem?

— Tudo bem.

— Falo com você mais tarde.

Deixei cair o telefone no balcão, tirei minha calça jeans suja e entrei no chuveiro. Eu dei ao meu cabelo uma lavagem rápida, em seguida, passei uma mão com sabão em meu pau e deixei-me pensar sobre Tinker Garrett. Ela e sua amiga ficaram do lado de fora na varanda a tarde toda, rindo e bebendo, parecendo a porra de tão bonita que demorou até a última gota do meu autocontrole para não a arrastar para minha casa pelos cabelos.

E que cabelo... Sempre tive uma coisa com cabelo escuro.

Tinker não era como as outras mulheres. Parte disso era todo o visual que ela escolheu para si mesma, mais ou menos como uma daquelas garotas que costumavam para pintar no lado dos aviões durante a Segunda Guerra Mundial. Franja de corte reto na testa, blusinha retrô e um jeans apertado enrolado acima de seus tornozelos. Eu tinha pego uma dica tentadora de uma tatuagem nas costas, mas eu não tinha sido capaz de ver muito. Se ela tivesse entrado no The Line, eu teria a contratado em um instante.

 

 

Uma imagem dela montando um pole deslizou pela minha mente, e eu estremeci.

Agarrando mais um pouco de sabão, eu fiquei com meu pau duro, querendo saber como ela pareceria nua. Talvez depois que tudo tivesse acabado, eu ia ficar em torno de um ou dois dias e descobrir. A primeira coisa, eu arrancaria o top dela e iria dar uma conferida em seus peitos. Eles não eram enormes como os de uma stripper, mas eles eram bem grandes e todo natural. Redondos, assim como o resto dela. Todas as curvas e depressões, estreitando a uma cintura fina antes de se atenuar de volta para os quadris em que um homem poderia cravar seus dedos.

Eu me imaginei fazendo exatamente isso, mantendo-me firme enquanto eu a pegava por trás. Bunda ou boceta? Ambos. Definitivamente. Os seios iriam balançar enquanto eu a comia, e ela daria pequenos gemidos a cada estocada. Linda.

Recostando-me contra a parede, eu me mantive bombeando. Não seria preciso muito mais para me empurrar sobre meu limite, eu fui preparado durante toda a tarde, especialmente quando eu peguei ela me observando. Ela estava quente por isso também. Eu vi nos olhos dela a forma como ela lambeu os lábios... Eles seriam realmente doces enrolados no meu pau. Será que ela engolia? Minhas bolas apertaram, a pressão queimando profundamente em meu interior. Eu decidi que, para efeitos da presente fantasia, Tinker definitivamente gostava de engolir. Ela engoliria minha porra e sorriria o tempo todo, descendo as mãos entre as pernas e...

Eu gozei em uma série de jorros fortes, pulverizando a parede do chuveiro do jeito que eu queria pulverizar sua bunda.

Porra, mas isso foi bom.

Eu me lavo e desligo a água, pegando uma toalha. Foi bom ter me aliviado, caso contrário eu não tinha certeza que eu conseguiria passar pelo jantar. Em qualquer outro momento, qualquer outro lugar, ela já estaria debaixo de mim, mas eu conhecia o meu trabalho.

Reapers para sempre, para sempre Reapers.

Às vezes, a lealdade é uma porcaria.


Capítulo Quatro

TINKER


Cooper ainda tinha gotas de água pingando do cabelo lavado quando ele voltou para o pátio. Combinado com o seu cheiro da semana em seu rosto, deu-lhe um aspecto áspero e pronto, que me deixou sentindo-me quase tonta - o homem era sexo cru.

— Como está indo? — Ele perguntou, oferecendo um sorriso lento, que fez meus joelhos tremer.

— Já estou terminando — eu respondi, desejando que eu tivesse tomado um pouco menos de vinho. Eu não estava totalmente bêbada, mas eu tinha bebido o suficiente para que as bordas do meu mundo se misturassem. De certa forma isso era bom, porque eu me senti menos nervosa em torno dele. Por outro lado, eu estaria muito mais propensa a fazer algo estúpido... tipo, agarrar sua bunda ou inclinar-me e lamber aquele pequeno fio de água rolando para o lado de seu pescoço.

— Qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar?

Abaixei um garfo, pegando um pedaço de frango para que eu pudesse verificar a temperatura interna. Perfeito.

— Você pode segurar a porta da cozinha aberta para mim, todo o resto está lá dentro — eu disse, desligando o gás antes de colocar os peitos de frango no prato. — Estaremos prontos para comer em poucos minutos. Eu só preciso pegar o resto da comida e levá-la até a mesa de piquenique.

Cooper segurou a porta para mim enquanto eu passava por ele. É aberto para uma antessala, que teria sido um alpendre se a casa não se fundisse com o prédio. Passamos para a cozinha, onde encontrei Carrie e Darren trocando um beijo quente.

— Vão para um quarto — eu anunciei em voz alta. — Caso contrário, eu estou girando uma mangueira em vocês.

— Cai fora — disse Darren, afastando-se dela. — Se você ainda está com tesão quando você já é casado por dezoito anos, então você tem um desconto.

Carrie e eu rimos enquanto Cooper se juntava a nós.

— Não acho que nos conhecemos — disse Darren, estudando-o com cuidado. Cooper estendeu a mão e eles apertaram. Eu senti a vibração entre machos alfas, e Carrie revirou os olhos.

— Cooper Romero. Eu sou o novo faz-tudo de Tinker.

— Sim, eu ouvi sobre você. Por que você se mudou para Hallies Falls?

— Darren, não quis ser rude — Carrie repreendeu afastando-se dele. Darren a ignorou quando Cooper deu uma risada fácil, recuando e inclinando-se contra o balcão, os grandes braços cruzados sobre o peito.

— Eu estou no meio de um divórcio. Minha ex está em Ellensburg com os nossos meninos. Eu estava procurando um lugar perto o suficiente para visitá-los, mas longe o suficiente para que eu não fosse correr para ela em uma base regular.

— O que você faz? Além de trabalhar para Tinker, quero dizer.

— Darren! — Disse Carrie, golpeando seu braço.

— Eu sou o protetor de Tinker — Darren respondeu de ânimo leve, mas seus olhos estavam sérios. — Eu vi você com o Nighthawk Raiders MC no outro dia. Você é um membro?

— Não — disse Cooper. — Somente namoro uma menina ligada ao clube, isso é tudo. Eu gosto de andar de moto e cuidar da minha vida. E para responder sua pergunta, eu sou um caminhoneiro. É o meu caminhão estacionado lá nos fundos. Estou tomando uma pequena pausa por agora, só preciso resolver as coisas legais em primeiro lugar.

Darren assentiu, parecendo satisfeito, mas ainda não excessivamente amigável.

— Desculpe, Cooper, Darren precisa aprender a fingir que é civilizado na frente das pessoas — disse Carrie, revirando os olhos. — Vamos levar a comida para a mesa de piquenique.

Ela pegou o pequeno portador que segurava pratos de papel, guardanapos e alguns talheres, enquanto segurava a salada em sua outra mão. Darren desligou a pequena panela de arroz em cima do balcão e seguiu-a para fora da porta, deixando-me sozinha com Cooper.

— Sinto muito sobre isso — eu disse a ele. — Eu adoraria dizer que não é algo típico, mas Darren tem sido super protetor com Carrie e comigo, mesmo quando éramos crianças. Ele é como meu irmão mais velho.

Cooper me deu um ligeiro belo sorriso e balançou a cabeça. — Não se preocupe com isso. Ter pessoas que se importam é uma coisa boa.

Eu sorri de volta para ele, perguntando-me por que diabos ele não poderia cair aos meus pés e declarar seu amor eterno. É claro, então eu teria enteados... eu nunca tinha considerado enteados. Uma pontada de dor passou por mim, e eu empurrei para baixo os meus pensamentos antes que eles começassem a descer pelo caminho escuro.

— Qualquer outra coisa que eu possa fazer para ajudar? — ele perguntou, dando um passo mais perto de mim. Eu podia sentir o cheiro dele: limpo, fresco e masculino. Meus mamilos endureceram, e eu fiz uma oração rápida de agradecimento que meu top tinha um forro costurado nele por uma questão de discrição. Obviamente, o designer não era um fã de faróis acesos mais do que eu era. Cooper estendeu a mão e tocou minha bochecha suavemente. Meu coração sucumbiu.

— Você tem um cílio — disse ele, levantando o dedo. Então ele deu um passo para trás e pegou o prato de frango. — Devo levar isso para fora?

Suspirando, eu admiti pela primeira vez para mim mesma que Carrie poderia estar certa - talvez eu realmente precisasse transar. Eu pensei que ele estava flertando comigo, o que era estúpido. O homem tem uma namorada. Tire sua cabeça de sua calcinha.

— Ótimo — eu disse a ele, recusando-me a corar. — Eu vou chamar o meu pai. Oh, há bebidas na geladeira e vinho no balcão. Pegue o que quiser.

 

GAGE


Eu levei o prato para fora pela porta da cozinha até o pátio, perguntando-me como uma cidade bonita o suficiente para ter um lugar como este poderia ter caído nas mãos de alguém como Marsh Jackson. O verão tinha sido quente e seco, mas o pátio de Tinker permaneceu um oásis exuberante de verde, mesmo no calor.

O próprio edifício foi planejado como um grande C com a casa Garrett ligada a uma extremidade do mesmo. No centro do C estava um pátio com um mirante de cedro, que era onde estávamos comendo. Parecia algo saído de um filme sobre a Inglaterra, você sabe, o tipo onde há tijolos na parte inferior e vigas escuras que atravessam paredes brancas? Ele tinha dois andares de altura, e haviam flores e cestas suspensas em todos os lugares. Como algo saído de um livro de histórias.

— Sente-se — disse Carrie, as bochechas coradas. Darren passou um braço em torno dela, dando-lhe um aperto. Eles faziam um par bonito – me lembravam a Bam Bam e Dancer de volta em Coeur d'Alene, com o ar de pessoas que tinham estado juntas por um longo tempo. Eu me perguntava como seria. Eu nunca tinha estado com a mesma mulher por mais de um ano, e nunca particularmente me arrependi. Ou eu não era o tipo de homem que precisava de uma old lady ou eu nunca tinha conhecido alguém que valesse a pena.

Em frente a Darren sentou-se o pai de Tinker, Tom. Ele era um bom homem, embora tivesse levado apenas alguns dias para descobrir que ele não estava com todos os cilindros funcionando. Um dos inquilinos - Mary Webbly, que era, provavelmente, cerca de dez anos mais velha que Tom - tinha me dito que ele tinha caído muito desde que sua esposa morreu no início do ano. Até esse ponto, Tinker tinha vivido em Seattle.

Dinâmica familiar interessante aí.

Sentei-me de frente a Darren, que estava, obviamente, ainda me estudando, tentando decidir se eu era uma ameaça para suas meninas ou não. Ele cheirava algo estranho sobre a situação, eu apostaria mil dólares nele. Justo. Tinker sentou-se ao meu lado, e então ela estava distribuindo pratos de papel e que pareciam ser surpreendentemente sofisticados e talheres de verdade.

— Então, quando você planeja começar a dirigir seu caminhão de novo? — Darren me perguntou, pegando sua cerveja. — Você mudou de carreira, ou apenas está tomando um fôlego?

— Uma pequena parada, isso é tudo, — eu disse a ele e peguei uma porção generosa de arroz. — Como eu disse, só preciso resolver a merda com a minha ex. Não quero ela me enroscando na papelada do divórcio, enquanto eu estou fora da cidade.

Darren assentiu. — É sempre bom finalizar as coisas o mais rápido possível.

Tinker tossiu, deslocando-se em seu assento. Olhei para ela, surpreso ao ver que seu rosto tinha corado.

— Você sabe, nem toda conversa precisa ser sobre finalizar divórcios — disse ela, drenando sua taça de vinho. Carrie pegou a garrafa, habilmente enchendo novamente, e eu tive que morder de volta um sorriso. As meninas estavam tomando todas - teriam dores de cabeça pela manhã, sem dúvida.

— Você sabe o que? Você deveria se divorciar daquele seu marido — seu pai declarou, sorrindo para ela. — Eu nunca gostei dele.

Ela tinha um marido? Primeira vez que eu tinha ouvido falar dele. Porra. Eu não gosto da ideia dela casada, nem um pouco. E onde diabos estava o idiota, afinal? Só um idiota deixaria uma mulher como Tinker sozinha.

Eu nunca conheci o homem, mas eu queria chutar a bunda dele já.

— Estou no meio de um divórcio, pai — ela respondeu, revirando os olhos. — Lembra? Só está demorando por causa da propriedade e das coisas da família de Brandon. A situação é complicada.

— Advogados — Tom murmurou. — Não é possível confiar neles. Nenhum deles. Nunca gostei daquele menino.

Carrie tossiu, seus olhos dançando. — Eu acho que todos nós sabemos como você se sente sobre advogados, Tom.

Tinker bufou. — Oh Deus. Você se lembra da primeira vez que o pai descobriu que Brandon era um procurador-adjunto? Eu pensei que ele ia ter um ataque cardíaco.

— Eu sou mais saudável do que um cavalo — Tom declarou, mas minha mente estava presa na notícia de que Tinker tinha um marido - Cristo, essa palavra deixou um gosto amargo na minha boca - que era um promotor. Porra eu odiava os promotores. Pelo menos ela estava terminando o casamento.

— Eu sei, pai — disse ela, chegando a passar por mim para pegar sua mão, dando-lhe um aperto. Ele a obrigou a inclinar-se para perto, e eu peguei uma lufada de seu cabelo. Pêssegos. Ela cheirava a pêssegos, e eu apostaria minha moto que a bunda dela era redonda como um.

Atire na porra da minha cabeça e me tire da minha miséria.

A mão de Tinker escovou meu peito novamente quando ela puxou-a para trás, ela e sua amiga estavam rindo de algo mais. Olhei para cima para encontrar Darren me observando, seus olhos especulativos. Pegando seu olhar, eu acenei para ele e ele acenou de volta.

Sim, eu teria que tomar cuidado com ele. Ele me viu pelo o que eu era - um predador. Ele seria um problema, sem dúvida. Ainda assim, eu estava feliz que Tinker tinha alguém assim em sua vida.

— Darren, você parece um hippie com essa barba — Tom disse de repente. — Todos os caras jovens parecem hippies nos dias de hoje. Como a cidade tenha ficado sem lâminas de barbear ou algo assim.

— Pai! Você não pode dizer coisas como essa!

— Claro que posso — respondeu ele, com os olhos brilhando. — Eu apenas posso. E eu não disse que ser um hippie é uma coisa ruim. Sua mãe era hippie, você sabia disso?

Tinker largou o copo.

— Sério?

— Sim. No verão em que eu conheci Tricia, ela corria por aí usando saias longas o tempo todo, e o cabelo dela... Ele era tão bonito. Eu mal sabia o que pensar. Nunca pensei que pudesse me apaixonar tão rápido. Nós éramos loucos, também. Seu pai me odiava, mas isso não nos impediu de ir para San Francisco em seu carro - um pequeno Volkswagen laranja- e passar parte do verão lá. Nós tomamos ácido3 e dançamos no parque, então acampamos em um cortiço com um grupo de amigos. Foi um bom tempo.

Tinker engasgou, olhando para ele com os olhos arregalados. Não poderia culpá-la, o homem parecia um velho agricultor que nunca tinha viajado pra mais de cinquenta milhas de sua cidade natal. Tom pegou outra porção de arroz, alheio ao seu choque.

— Uau — disse Carrie. — Eu não posso envolver minha cabeça em torno disso. Tricia nunca deixava Tinker ficar fora de casa além das dez nos fins de semana.

Tom sorriu. — Sim, os selvagens sempre se transformam nos pais mais protetores. É porque sabemos quantas maneiras diferentes existem para encontrar problemas. Tivemos um casamento forçado, eu nunca te disse isso? Eu juro, seu avô estava pronto para me matar quando ele descobriu que ela estava grávida.

— Pare! — Disse Tinker, levantando a mão. — Eu não posso ouvir coisas assim. Apenas me deixe na ignorância pacífica, ok?

Tom riu, olhando satisfeito consigo mesmo. Sua mente pode vagar às vezes, mas agora estava, obviamente, com a gente e desfrutando de cada minuto. Deve ter sido um inferno de um cara no seu auge.

— Quer outra cerveja? — Darren me perguntou, levantando a sua vazia.

— Claro — eu disse, estendendo a mão para a minha e a alisando.

— Nós realmente precisamos mudar de assunto agora, — Tinker anunciou. — Pai, você não tem permissão para falar a menos que seja sobre algo seguro e neutro.

Tom riu, depois acenou com a cabeça. — Claro, Stinker.

Ela gemeu, e Carrie começou a rir. — Lembra-se de como costumávamos chamá-la de Tinker Bell?

Tinker a ignorou, e em seguida, virou-se para mim com um sorriso grande e falso. — Então me diga, Cooper, como você se sente sobre os amigos que não sabem quando manter a boca fechada? Eu estava pensando em bater na cabeça dela com uma pá, mas posso usar métodos de afogamento também.

Sorrindo para ela, eu balancei a cabeça. — Ladeira escorregadia, Tinker. No final, esse é o tipo de amigos que você pode realmente contar. Se você os matar, você não terá ninguém para ajudá-la a enterrar os corpos.

Carrie começou a rir. — Veja? Eu estou certa e você está errada. Mais uma vez.

— Eu odeio tanto você — Tinker declarava, mas ela estava rindo. — Agora eu não vou compartilhar qualquer um dos meus caramelos.

— Oh, vá se foder — Carrie respondeu. — Você sabe muito bem que não pode dizer não para mim.

— Ela é uma força da natureza — Darren concordou, caindo no assento ao lado dela. Ele me entregou uma garrafa. — Você coloca as duas juntas e as coisas podem ficar assustadoras.

— Seja agradável ou eu vou contar sobre aquela vez que você ficou presa na casa da árvore.

— Eu tinha seis anos, Tinker.

— Sim, mas você chorou como se tivesse dois, — Tinker disse, balançando as sobrancelhas. — Eu nunca vou me esquecer. Ela choramingava sobre querer a mamãe, e papai teve que subir e pegá-la.

— Você realmente quer jogar este jogo, Tinker? — Perguntou Darren, arqueando uma sobrancelha. — Porque se você quiser jogar, eu estou dentro. Então Cooper, quando Tinker e Carrie...

— Cala a boca! — Tinker gritou enquanto Carrie bateu-lhe no ombro.

— Não se atreva, você é um homem horrível!

— Ei, eu não estava contando sobre aquilo — Darren insistiu, levantando as mãos. — Eu pretendia contar-lhe sobre quando fomos nadar na pedreira e seu biquíni saiu.

Uma imagem dela nua e escorregadia na água veio à vida em minha mente. Tossi, deslocando desconfortavelmente. Que trouxe nossas pernas em contato, o que não era exatamente útil.

— Cala a boca, Darren, — Tinker repetiu, mas ela parecia aliviada. Interessante, deve haver um inferno de uma história por trás dessa pequena troca. Eu queria ouvi-la.

— Trégua? — Perguntou Darren.

— Trégua — Tinker concordou.

— Jesus, Darren. Você é um saco — disse Carrie, cutucando seu lado.

— Ela começou.

Tom cutucou meu ombro. — Eu entendo que eles são adultos, mas às vezes tudo o que posso ver são crianças pequenas.

— Você nos ama e você sabe disso — Carrie lembrou. Tom resmungou, mas ele deu a volta e deu em Tinker um beijo no topo da cabeça, quando ele se levantou para ir. Nós o vimos caminhar para dentro, em seguida, Carrie se virou para falar.

— Você realmente acha que eles fizeram todo esse tipo de merda? Eu não posso imaginar o seu pai usando ácido. — Ela estremeceu.

— Não tenho certeza se eu quero saber — Tinker respondeu. — E eu definitivamente não quero imaginar isso.

Darren bufou. — O velho deu as suas voltas. No acampamento Elk ele contou algumas ótimas histórias.

— Você deveria compartilhar coisas como essa — disse Carrie.

— Eram apenas caras soprando fumaça, — ele respondeu suavemente. — Nunca dei muita atenção. Você está pronta, gata? Nós provavelmente devemos ir.

— Sim, eu estou pronta — disse ela, apertando os olhos para ele. — O que mais você não está me dizendo?

— Eu sou um homem de muitos segredos — disse Darren, cutucando o nariz. — Você vai ter que me torturar para arrancá-los de mim.

Carrie riu. — Isso pode ser feito.

— Leve o seu marido nojento e saia daqui, — Tinker disse, batendo uma mão para eles. — Eu quis dizer o que eu disse sobre a mangueira anteriormente, eu vou ir pega-la se vocês começarem a se pegar.

— Você não quer alguma ajuda com a limpeza em primeiro lugar? — Perguntou Carrie.

— Eu vou cuidar da limpeza — Tinker respondeu. — Basta jogar seus pratos no lixo e colocar os talheres na pia.

— Tem certeza?

— Eu posso ajudar — eu disse, porque, aparentemente, minhas bolas já não estavam azuis o bastante. Tinker me deu um belo sorriso.

— Obrigada — ela disse, com voz baixa e suave.

Eu disse bolas azuis? Mude para roxo.

Porra.

 

TINKER


Cinco minutos depois, Carrie e Darren despediram-se, deixando-me sozinha com Cooper. Bem, mais ou menos sozinha. Quero dizer, nós estávamos no gazebo de um pátio cercado por apartamentos. Eu não tinha dúvida de que a Sra. Webbly estava nos observando neste exato minuto. Ela vivia no apartamento térreo de frente para a rua através do gramado da minha própria casa, desde antes de eu nascer, e considerava-se algo como uma guardiã da comunidade.

— Então, você obviamente cresceu aqui — Cooper comentou. Deus, ele era bonito. Eu passei toda a refeição recusando-me a olhar para ele, então eu não me faria de idiota. Ele tem uma namorada, lembra? — Mas seu marido não?

— Brandon começou como um procurador-adjunto júnior em Seattle, mas agora ele é diretor da divisão criminal de King County. Eu trabalhava como cozinheira particular quando ele começou, e então eu expandi para o negócio de chocolate alguns anos mais tarde. Nós nos separamos há cerca de dezoito meses atrás. Nós ainda estamos lidando com a papelada, e eu estou tentando decidir se eu deveria mandá-lo para fora de casa.

Cooper me olhou, como se esperasse por mim para dizer mais, mas eu não ia. O que aconteceu entre mim e Brandon não era público, e esse é o jeito que eu queria. Cooper pareceu perceber isso, porque ele mudou de assunto.

— Então, há quanto tempo você está de volta em Hallies Falls?

— Cerca de seis meses — eu respondi. — Eu vim para casa quando minha mãe morreu. Papai não estava muito bem, e quanto mais eu o via, mais eu percebi que ele não poderia gerir as coisas por conta própria. Está chegando a um ponto em que eu vou ter que tomar algumas decisões difíceis. Minha vida de verdade é em Seattle, e todos lá acham que eu deveria simplesmente levá-lo comigo. Colocá-lo em uma casa, vender o edifício de apartamentos ou encontrar um gerente para a propriedade. Mas não posso envolver minha cabeça em torno disso, apesar de tudo. Este lugar tem sido uma parte de mim por toda a minha vida.

Cooper assentiu, seu rosto pensativo.

— A lealdade é uma coisa boa — ressaltou. — Tenho que respeitar isso.

Eu encontrei-me sorrindo para ele com surpresa.

— Obrigada. Nem todo mundo vê dessa maneira.

— Sim, se conselho fosse bom ninguém dava de graça, lembra? — Disse. — Às vezes você só precisa ajustar as coisas por um tempo.

— Exatamente, e isso é o que estou fazendo. Mais cedo ou mais tarde eu vou ter que tomar uma decisão, porque não posso manter o negócio funcionando para sempre sem uma cozinha comercial de verdade. Eu poderia construir uma no porão da casa, mas seria um grande compromisso, porque isso vai demorar pelo menos cinco anos antes de eu recuperar todos os custos. Felizmente, a mãe e o pai transferiram o título do lugar para mim anos atrás, então eu não preciso me preocupar com a transferência, mesmo se papai precisar de cuidados em longo prazo.

— Isso é uma boa notícia — disse ele, e eu olhei em seus olhos. Eles eram ricamente escuros, e então ele lambeu os lábios e calor correu através de mim. Eu queria tanto beijá-lo, em seguida, arrasta-lo para o meu quarto e...

— Tinker?

— Sim? — Perguntei, sem fôlego.

— Onde devo colocar a comida?

Tanto para arrastá-lo para o meu quarto. Ugh.

— Basta levá-la para a cozinha e colocá-la sobre o balcão — eu disse, olhando em volta para ver se havia alguma coisa com que eu poderia discretamente me apunhalar, talvez que iria puxar a minha cabeça fora do corpo. Pelo menos não havia muitos restos de comida para lidar, então eu colocaria tudo na máquina de lavar louça, enquanto ele levava tudo para dentro. Então ele se inclinou contra o balcão ao meu lado, observando enquanto eu lavava os talheres à mão.

— Por que você não os coloca na máquina? — Perguntou.

— É prataria da minha avó — eu disse. — Eu não quero que a máquina de lavar louça as danifique.

Cooper levantou uma sobrancelha.

— Você sempre usa prata maciça para um piquenique com pratos de papel?

Eu ri.

— A vovó sempre fazia — eu disse. — E ela me deixava usar suas louças para festas do chá também. Usar os talheres me faz feliz, traz de volta memórias. Quando eu uso os pratos de verdade tudo o que posso pensar é no fato de que eu estou criando mais trabalho para mim mesma. Você pode secar?

— Claro — disse ele, pegando a toalha que joguei em sua direção. Levou apenas cerca de dez minutos para lavar tudo, mas ele estava ao meu lado o tempo todo. A cada minuto nossos corpos se tocavam, e eu juro, eu sentia sua presença no próprio ar. Meus seios estavam apertados, e eu ficava mudando meus quadris enquanto lampejos de consciência e excitação me percorriam.

Nós terminamos cedo demais para o meu gosto, ou talvez não fosse rápido. Eu tive um sonho vívido em que ele me pegava com um beijo, talvez me levasse de volta para o meu quarto e me violentasse. Você sabe, como em um romance de época, onde os homens eram homens e mulheres ficavam em casa e esperavam a ser violadas em casas de campo elaboradamente decoradas... O nosso edifício de apartamentos era estilo Tudor. O que deve contar, certo?

Agora ficamos olhando um para o outro. Seus olhos eram intensos, e se ele fosse qualquer outra pessoa na terra, eu teria jurado que ele estava afim de mim. Em seguida, seu telefone tocou. Cooper o puxou para fora e franziu a testa.

— O que foi, Tália? — Ele perguntou, despejando água fria em todas as minhas fantasias. Tanto por me dar esperança. Afastei-me, fingindo estar fascinada por algo no meu armário de especiarias. Sim, estava quente. Você nunca pode estar quente demais. — Não, não estou fazendo nada. Em quanto tempo? Ok, eu vou estar lá.

Ele desligou enquanto eu pegava a pequena embalagem, que estava na prateleira de cima. Eu o ignorei, determinada a não reagir a sua conversa com a namorada, porque o quão patético seria isso?

— Deixe-me pegar isso para você — disse ele, bem no meu ouvido. Ele me assustou tanto que eu pulei para trás, para a direita em seu corpo. Um braço forte veio ao redor da minha cintura para me firmar enquanto o outro pegou a vasilha. Meu corpo inteiro parecia derreter em sua força, e meus seios quase escaparam de minha blusa quando os músculos rígidos de seu peito tocaram minhas costas. Senti uma saliência contra a minha bunda. Não era como se ele estivesse completamente com tesão, mas o pacote estava definitivamente lá, e não estava mole.

Arrepios eclodiram por todo o meu corpo.

— Eu realmente gostei do jantar — disse ele, as palavras em um sussurro no meu ouvido. — Mas eu preciso ir agora, vou me encontrar com Tália. Aqui está quente.

Cooper me entregou a pequena vasilha, em seguida, deixou-me ir antes de sair da cozinha.

Que. Porra. É. Essa.

Pela janela da cozinha, eu vi quando ele jogou uma perna sobre sua moto. Então ele estava levando-a à vida, afastando-se do meio-fio com um spray de cascalho. Cada nervo do meu corpo formigava, meus mamilos eram como rochas, e minha calcinha estava encharcada. Ninguém nunca me fez sentir desta forma, e, no entanto, em vez de ficar aqui para terminar o trabalho, ele tinha me deixado para ir ver sua namorada.

Cadela odiosa.

Meus dedos doeram, e eu olhei para baixo para perceber que eu estava apertando a vasilha tão forte que eles estavam brancos. Fiz uma careta, jogando-a no lixo, porque quem diabos gosta do inferno, de qualquer maneira?


Capítulo Cinco

GAGE


Pela primeira vez, eu estava grato que eu tinha um encontro com Tália. Sim, ela era uma cadela controladora e eu odiava lidar com ela... mas, lembrei-me por que eu não estava livre para ir atrás de Tinker. Eu não podia me envolver com outra mulher. Não se eu quisesse permanecer fiel ao meu clube.

Meu pau discordava.

Ele pensou que nós deveríamos foder Tinker no balcão da cozinha, porque foda-se a lealdade. Tenho que admitir, foi muito tentador. Eu tinha essa fantasia recorrente de arrancar suas calças, bater em seu rabo algumas vezes para trazer alguma cor, e, em seguida, dividi-la bem aberta enquanto ela gritasse para mim. Ela estaria quente, apertada e acolhedora...

Porra.

Na verdade, doeu subir na minha moto pela intensidade que ela tinha me excitado. Pelo menos o passeio para a sede do clube dos Nighthawks me deu o tempo para me recompor. Virei-me para o estacionamento, acenando para o prospecto que vigiava lá fora. Parecia que ele tinha quinze anos, e eu não podia vê-lo pesando muito mais do que 56 quilos. Marsh estava, obviamente, raspando o fundo neste momento.

— Estou aqui para ver Tália — eu disse a ele, e ele balançou a cabeça, seu rosto claramente desconfortável. Ótimo, ela deve estar tramando algo. Apenas o que eu precisava lidar esta noite.

— Ela está lá dentro.

Abri a porta para encontrar o clube talvez meio cheio. Homens vestindo as cores dos Nighthawks estavam sentados conversando, e as meninas voavam para frente e para trás, buscando cerveja e rindo. Ao longo de uma parede avistei Cord e os outros descontentes assistindo o resto com olhos avaliativos. Algumas mulheres vestindo coletes de couro sentaram-se com eles, as suas old ladies. Eu tinha estudado de perto e estava convencido de que Cord e seu grupo queriam Marsh morto mais que os Reapers. Que acrescentou urgência à situação, porque mais cedo ou mais tarde eles iriam parar de assistir e esperar. Então teríamos uma guerra civil em nossas mãos que iria derrubar problemas em todos os clubes.

Olhei ao redor procurando por Tália, encontrando-a na parte de trás da sala. Sentada no colo de outro homem. Porra. Eu o conhecia. Mike alguma coisa, outro vagabundo. O pensamento me atingiu, outro vagabundo, porque isso é tudo o que eu sou agora. A porra de um vagabundo, depois de dezenove anos com os Reapers. Indo disfarçado, eu perdi minhas cores do clube.

Tália olhou para mim e eu vi seus olhos endurecerem. Ótimo. Era para eu estar aqui há uma hora, mas eu tinha comido o jantar com Tinker. Agora que ela estava indo me punir. Deliberadamente virando as costas para mim, ela passou uma perna sobre o colo de Mike e montou nele, sua boca cobrindo a dele. Ela obviamente queria uma cena, e eu teria que dar a ela ou rolar e implorar como um maricas.

Ele. Que não iria servi-la direito.

Olhos me seguiram enquanto eu passeava pela sala, renunciando a jogar minha parte. Pelo menos ela tinha escolhido um ninguém. Se eu confrontasse um dos irmãos, eles me matariam.

Boceta pequena.

Se merda como isso acontecesse de volta para casa com uma mulher que estava vendo, nós teríamos um problema, mas que não iria durar por muito tempo. Nenhum irmão iria puxar isso em mim, e se um outro homem fosse estúpido o suficiente para tocar o que era meu, eu iria colocá-lo no chão.

Em Hallies Falls, as coisas eram mais complicadas.

Estes homens não eram meus irmãos, e eles não tinha nenhuma razão para me apoiar. Se ela tivesse escolhido um deles, tudo acabaria porque eu estaria contra todo o clube. Ela, obviamente, sabia disso, assim ela escolheu um ninguém, forçando minha mão. Se eu dissesse a ela para se foder, eu perderia minha ligação com o clube. Pior ainda, ele poderia ser visto como um insulto a seu irmão. Eu observei o suficiente ao longo das últimas semanas para saber que ele era instável pra porra - o que o fazia rir uma noite levaria para ele bater um meio homem à morte na próxima. Sinal claro de que ele estava usando o seu próprio produto. Você pega um homem que começa como um sociopata e começar a dar-lhe corda, as coisas ficam feias rápido. Agora, a pequena cadela iria conseguir uma cena, o que me irritava pra caralho. Provavelmente uma coisa boa, isso me colocou em estado de luta.

Isso faria o que tinha de acontecer aqui muito mais fácil.

Eu atravessei o salão em direção a eles, jogando minha parte porque Tália precisava do meu zelo para alimentar seu ego. Marsh saiu do corredor na parte de trás, provavelmente para apreciar o show. Eu lhe chamei a atenção, em seguida, empurrei o queixo em direção ao casal fazendo fora. Marsh sorriu, mas ele acenou com a cabeça e eu sabia que estava claro que era para eu cuidar dos negócios.

Pegando o braço de Tália, eu puxei do colo do homem. Ela caiu no chão enquanto eu o peguei pela frente de sua camisa e puxei-o de pé.

— Você não toque o que é meu — Rosnei. — Agora dê o fora e vamos terminá-lo.

Ele ergueu as mãos.

— Não há necessidade de lutar por um pedaço de carne.

— Essa é a minha irmã que você está chamando de pedaço de carne — Marsh disse em voz alta, obviamente se divertindo. — Você está dizendo que não vale a pena lutar por ela?

Eu praticamente podia ver os pensamentos correndo pela cabeça de Mike quando ele finalmente percebeu o quão fodido era a situação. O homem aparentemente não era tão brilhante.

— Obtenha seu burro estúpido fora — eu disse a ele novamente. — Eu não quero fazer uma bagunça na sede do clube. Isso seria simplesmente rude. Você não quer ser rude com os Raiders Nighthawk, não é?

Ele piscou, e eu percebi que o idiota estava bêbado pra caralho. Cristo. Tália não tinha se preocupado, Mike era um cordeiro no matadouro.

— Eu vou chutar o seu traseiro — ele arrastou-se e começamos a ir para a porta. Vozes se elevaram em torno de nós, uma nova energia no ar. Todo mundo adorava uma boa luta.

Do lado de fora houve apenas um rastro de luz ainda no céu, e o ar da noite era mais quente do que tinha o direito de ser. Eu peguei um cheiro de fumaça e perguntei-me se eles tinham sido estúpidos o suficiente para começar uma fogueira ou algo assim. Houve uma proibição de queimada em toda a região. No verão passado tinha havido enormes incêndios florestais e tinha chegado ainda menos chuva este ano. Combine isso com baixa neve e um par de relâmpagos, atingindo as colinas, a receita perfeita para um incêndio na verdade, uma verdadeira má ideia. Esperemos que, mesmo Marsh não seja tão estúpido.

Mike tropeçou no estacionamento à minha frente, enquanto os motoqueiros nos seguiram. Ele deveria estar fingindo ir para fora, porque de repente ele se virou e tentou me esmurrar. Eu consegui evitá-lo, o que o deixou fora de equilíbrio, abrindo o caminho para eu bater meu punho em seus rins. Foda-se, ele gemeu, mas manteve-se de pé, o que me impressionou.

— Lute, sua maldita bichinha! — Tália gritou atrás de nós. Mike pulou e eu saí do caminho, sentindo o aumento da raiva. Raiva de Tália, a raiva da Marsh. Inferno, mesmo de Mike por desperdiçar o meu tempo. Alguns homens gostavam de lutar, mas eu nunca tinha sido um deles. Não é que eu estava com medo de qualquer coisa, eu já lutei com os meus irmãos uma e outra vez, mas a destruição de um homem com os punhos era apenas um outro trabalho.

Homem? Inferno. Mike mal se qualificava, decidi, pegando-o no estômago. Mal tem idade suficiente para beber legalmente, e enquanto ele tinha força e energia, eu tinha experiência do meu lado. Mike caiu no chão, gemendo, e eu dei-lhe um pontapé para uma boa medida. Homens gritavam em torno de nós, e eu percebi que alguns deles estavam tomando apostas. Em fodidos maços.

Lançando um olhar em a direção Tália, eu a peguei lambendo os lábios, hipnotizada pela violência. Ela adorava isso, tendo dois homens lutando por ela. Alimentava seu ego, a fez se sentir importante. Cristo, mas eu odiava.

O pensamento me pegou desprevenido.

Ela me chateava e me enojava, mas naquele momento eu percebi que era verdade, eu realmente odiava a cadela. Hum.

Mike se lançou para a minha perna, me fazendo perder o equilíbrio enquanto eu estava distraído. Idiota porra, mantenha sua mente no jogo. Ele me abordou quando eu fui para baixo, o aborrecimento e frustração que senti arderam para uma nova vida. Foda-se ele queria um pedaço de mim? Eu daria a ele um maldito pedaço.

Ele tentou me fixar no chão, mas eu me livrei, agradecendo a minha escola de luta livre por esse pequeno movimento. Acho que a memória muscular nunca morre. Então eu o expulsei, pegando-o e jogando-o para o lado enquanto pulava de volta para os meus pés. Todas as apostas estavam fora agora, e eu o chutei novamente, desta vez nas costelas. Na verdade, eu escutei elas se quebrando, menino Mike, reze para não ter perfurado seu pulmão. O garoto gemeu, rolando para o lado.

— Você desiste? — Eu rosnei. Ele começou a acenar com a cabeça, em seguida, Tália gritou para ele.

— Você quer estar neste clube para sempre? Lute como um homem porra!

Jesus. Cristo.

A cadela ia matá-lo nesse ritmo. Mike tentou empurrar-se novamente para cima, movendo-se dolorosamente lento. Ele ia me forçar a acabar com ele. Idiota. Eu peguei a frente de sua camisa, posicionando-o por um soco final para nocauteá-lo. Cinco segundos depois, ele estava no chão, e desta vez ele não estava se movendo.

Levantando minha cabeça, eu olhava para Tália.

— Você está feliz agora? — Eu rosnei. Ela riu, balançando a cabeça. — Então venha aqui.

Ela correu em direção a mim enquanto os homens em torno de nós riram, dinheiro mudando de mãos. Ninguém levantou um dedo para ajudar Mike. Acho que ele era apenas danos colaterais, pobre coitado. Agarrando Tália ao redor de seus bíceps, eu arrastei-a em direção ao canto do edifício, porque ela teve sua diversão e agora era hora de pagar. Passamos a esquina e eu marchei com ela na escuridão.

— Cooper, você estava tão quente — disse ela sem fôlego. Bati-a contra a parede. Ela deixou cair a mão para o meu pau, me massageando através do tecido do meu jeans, e eu percebi que eu estava duro. A adrenalina da luta, combinado com a memória persistente do sorriso suave de Tinker.

Eu passei a mão no pescoço de Tália, apertando com força suficiente para machucá-la. Ela riu, me acariciando mais rápido. A mulher não tinha medo e nem bom senso. A cadela estava ficando louca, eu juro.

— É tempo para você aprender algumas regras de merda — Eu rosnei. — Você gosta de jogos, você precisa encontrar um homem diferente. Eu deixei esta noite passar. Você faz essa merda de novo, estaremos acabados.

Os lábios de Tália se abriram e ela ofegou, as pálpebras caídas. Eu senti seus dedos se atrapalhar com minhas calças e então ela estava abrindo o zíper, puxando meu pau para o ar quente da noite. Firmei meu aperto em torno de sua garganta novamente e ela gemeu, sua mão me bombeando duro e rápido.

Fechei os olhos e pensei em Tinker. Foda-se, o que eu não daria para tê-la contra a parede desse...

— Eu vou fazer isso para você — ela sussurrou, sua voz rouca.

Gemendo, eu levantei uma de suas pernas e a envolvi em torno da minha cintura, moendo contra ela. A pequena saia que ela usava subiu até que a única coisa entre nós era o tecido de seu fio dental. Jesus. Meu pau estava tão duro que eu pensei que poderia dividir aparentemente, o fato de que eu odiava essa boceta não importa nem um pouco, porque o meu corpo queria transar com ela. Ela engasgou e eu percebi que tinha começado a apertar mais difícil.

Deixei sua garganta, e cavei meus dedos em seus cabelos e puxei sua cabeça para trás.

— Não há mais jogos.

— Sem mais jogos — ela sussurrou, os olhos brilhantes de emoção, e eu sabia que ela estava mentindo. A cadela vive para jogar.

— Chupe o meu pau.

Ela caiu de joelhos em um instante, envolvendo ambas as mãos em volta do meu pau enquanto lambia a ponta. Tália tinha muitos, muitos defeitos, mas suas habilidades no boquete não estavam em questão, isso eu tinha a maldita certeza. Ela brincava comigo por alguns minutos, alimentando a necessidade de que tinha sido queimada através de mim toda a noite. Primeiro foi bom. Então não foi o suficiente. Agarrando seu cabelo, eu empurrei mais profundo em sua boca e ela tomou como uma profissional, abrindo amplamente e me sugando. Seus dedos se moveram para minhas bolas, uma mão brincando com elas, enquanto a segunda massageava diretamente atrás, sua pressão firme na raiz do meu pau quase mais do que eu podia suportar.

Então ela empurrou para frente, levando-me profundamente em sua garganta.

Porra.

Fechei os olhos, perguntando-me como uma mulher que eu odiava tanto assim poderia me fazer sentir tão bem. Imaginei Tinker sobre os joelhos como ela, e minhas bolas apertaram-se, pesadas para gozar. Deus, eu podia vê-la agora. Batom vermelho brilhante e esses longos cílios retos que pairam sobre seus grandes olhos. Ela olhando para mim e eu segurando o cabelo em torno das minhas mãos e fodendo sua boca para sempre, só porque eu podia.

Tália se moveu mais rápido agora, e enviou um dedo errante de volta para a minha bunda. Ele empurrou contra a abertura, em seguida, deslizou para dentro. Sua boca estava quente e molhada, a garganta fechou apertado em volta de mim quando ela encontrou o ponto que me fez ofegar. Imaginei Tinker novamente, lambendo os lábios, e minhas bolas explodiu na garganta de Tália. Uma vez e outra eu bombeando, atirando-lhe totalmente minha frustração e raiva até que ela quase engasgou.

Finalmente eu deixei minhas mãos caírem e puxei meu pau livre. Tália olhou para mim em triunfo timidamente.

— Você sempre vai voltar para isso — disse ela. Eu balancei a cabeça lentamente.

— Você é boa, Tália, mas eu não sou sua prostituta. Você quer um homem que você pode dar ordens, encontre alguém. Eu quis dizer o que disse - você é minha, e não o contrário. Estamos entendidos?

Ela encolheu os ombros, ficando em pé lentamente. Então ela se inclinou para mim, deixando cair a mão para apertar a minha bunda.

— Certo, — disse ela. — Agora vamos voltar para dentro. Eu quero ver o quão ruim Mike está machucado. Você poderia ter matado ele, você sabe.

Eu poderia matá-lo.

— Ele vai ficar bem — Eu bati. — Espero que tenha gostado de seu momento de glória.

Ela se abaixou, cobrindo meu pau amolecido. — Oh, eu gostei. Você não tem ideia. Agora me compre uma bebida, eu preciso lavar a minha boca.

 

TINKER


As próximas duas semanas passaram rápido o suficiente. O trabalho era louco, porque eu não só tenho meus pedidos regulares para preencher, mas eu tinha conseguido uma grande encomenda de um escritório de advocacia que tentava contratar o meu futuro ex, Brandon. Ele era uma merda quente, é claro. Eu sabia disso porque ele me disse regularmente, mas também porque as pessoas estavam sempre tentando atraí-lo para a prática privada. Ele não iria, não com o escritório, uma vez que ele pretendia pegar o cargo de Procurador do Município, mas nada disso importava para mim. Poderíamos estar nos divorciando, mas eu ainda tinha um negócio pra tocar. É por isso que minha assistente de meio período na loja, Randi, e eu estávamos tão ocupadas que eu fechei a loja de chá inteiramente para que pudéssemos concentrar na produção. O que não foi grande coisa, visto que nunca vendeu nada mesmo.

Quanto a Cooper, não havia muito para contar. Eventualmente, eu decidi que eu tinha imaginado a tensão entre nós. Não que eu poderia reclamar sobre a sua ética de trabalho, ele manteve-se ocupado o suficiente, mas sempre que nos encontrávamos um com o outro, ele era apenas casualmente amigável. Ele me daria uma onda ou nós discutiríamos o trabalho em torno do lugar, mas seus olhos estavam distantes. Em branco.

E, claro, ela estava sempre ao redor. Ugh. Eu não sei o que me enoja mais, eu ou Tália. Ela pode ser uma pirralha imatura, mas eu certamente estava me sentindo como uma também. Quem fica com ciúmes de um cara que nunca sequer beijou, de qualquer maneira?

Perseguidores e pessoas loucas.

Eu ainda não era uma completa perseguidora, ainda, mas às vezes eu sentia que estava perto. Eu me peguei olhando para ele ao redor da propriedade, inconscientemente rastreando sua agenda para que eu pudesse inadvertidamente estar por perto. Patético. Mas, oh meu Deus, o homem era uma obra de arte... E quando ele sorria, parecia que meu coração ia explodir. Bem, alguma coisa definitivamente queria explodir. Ha! Pensando pelo lado positivo, ele estava executando toneladas de trabalho e, provavelmente, fazia mais horas do que era justo. Pela primeira vez desde que minha mãe morreu, eu não senti tudo me forçado para fora do apartamento.

Os reparos de Cooper não foram as únicas mudanças do edifício. Naquele fim de semana uma nova família tinha se mudado para a última unidade desocupada, e durante a noite o lugar tinha estourado com energia, porque havia quatro crianças.

Sim, quatro. Em um apartamento de dois quartos.

O que violou minha política sobre o número de pessoas por quarto, mas eu tinha um ponto fraco para a mãe, Janelle. Nós tínhamos ido para a escola juntas e ela tinha engravidado sobre o mesmo tempo que minha amiga Carrie. Sua história não terminou bem. O pai deu no pé depois que o bebê nasceu e os pais de Janelle a expulsaram. Ela estava num beco sem saída para o outro até cerca de dez anos atrás, quando ela se casou com um homem cujo principal objetivo na vida parecia estar bebendo e jogando-a por aí.

Eles tiveram mais três filhos juntos antes que ela tivesse a coragem de sair, e quando ela veio para me perguntar sobre o lugar vazio, não havia nenhuma maneira no inferno que eu teria dito não.

Agora eu venho para casa todos os dias e encontro crianças correndo selvagemente em torno do nosso pequeno pátio, e o tanto quanto era barulhento era também fantástico. Claro, eu tenho a pontada ocasional, a memória agridoce de Tricia e o coração cheio de dor. Mas quando eles começaram a construir um forte usando paletes e restos de um dos projetos antigos do meu pai, eu não tive coração para dizer-lhes não.

Havia apenas um lado negativo... a primeira filha de Janelle, Sadie, era grande, e era da tropa de Tália. Agora a cadela tinha duas razões para ir e vir de meu prédio, e eu não gostava nem um pouco disso.

Ainda assim, eu me sentia otimista por quinta-feira. Eu tinha feito todos os caramelos do pedido especial e tinha mergulhado cerca de metade deles. Se eu terminasse o resto até amanhã, eu seria capaz de tomar meu primeiro fim de semana totalmente fora. Carrie e eu já tínhamos reservado o dia para spa, manicure, pedicure e bebidas.

É por isso que, apesar do meu enxame interno quando se tratava de Cooper eu estava sentindo-me satisfeita comigo mesmo. Meu pai já estava na cama, e eu estava sobre o balanço da varanda com um livro, apreciando a luz e o ar da noite desaparecendo. Estes dias, estavam quentes demais para passar muito tempo fora, mas as noites eram perfeitas. Viver no Noroeste, tinha apenas um mês ou dois a cada ano em que foi realmente quente o suficiente para sentar no escuro. Eu gostava de tirar proveito deles.

O livro era bom, e eu estava sugada profundamente, o suficiente para que eu nem sequer percebesse quando alguém começou a subir os degraus da varanda.

— Tinker, você tem um minuto? — ele perguntou, me assustando e me fazendo gritar de forma nada atraente. Cooper riu, e eu olhei para ele.

— Eu acho que você é muito sorrateiro, não é?

Ele deu de ombros, o sorriso no rosto enrugando as bordas dos olhos de uma maneira incrivelmente sexy. Bufei. E ele fazia alguma coisa que não era quente? (Ok, eu o vi beijar Tália na outra noite e vomitei um pouco na parte de trás da minha boca, então eu acho que não era isso.)

— Claro, é tudo minha culpa — ele respondeu. — Eu escrevi o livro, esgueirei-me até sua casa, em seguida, esperei por meu momento para assustá-la.

— Você não está ajudando — disse eu, tentando olhar para baixo do nariz dele. Vendo como ele era mais alto do que eu e também em pé, este foi menos do que eficaz. — Então, como vai?

— Eu queria conferir algumas coisas com você sobre o edifício — disse ele, segurando um pequeno caderno. — Se importa se eu me sentar?

Sentar-se? Próximo a mim? Sim por favor.

Arrastei-me para o lado, dando-lhe espaço, lembrando-me que eu não era uma perseguidora se ele era o único que tinha pedido para se sentar lá em primeiro lugar. Cooper se estabeleceu no balanço, que era apenas um pouco apertado para alguém do seu tamanho. Isso significava que sua perna estava pressionando contra as minhas e os nossos ombros se tocavam. Em seguida, seu perfume especial tomou conta de mim e eu tive que segurar um arrepio.

— Então, eu notei que alguns dos pisos superiores dos apartamentos têm manchas de água em seus limites — disse ele. — Eu conversei com os inquilinos, e, aparentemente, o telhado começou a vazar no inverno passado. Eles falaram com seu pai sobre isso, mas... Bem, não foi consertado. Eu acho que sua mãe deu-lhes um desconto no aluguel em troca, e disse-lhes que o telhado iria ser reparado neste verão.

Eu fiz uma careta.

— Eu não vi nada sobre isso em seus arquivos — eu disse, sentindo meu estômago revirar. Quantas surpresas mais ela deixou para trás? — Mas estávamos apenas em modo de sobrevivência depois que ela morreu.

— Isso foi o que eu pensei — ele disse, se virando para olhar para mim. Nossos ombros bateram e ele franziu a testa. — Isso é estranho, você se importa se eu colocar meu braço atrás de você?

— Hum, tudo bem.

Ele levantou-o para a parte de trás do balanço e, por um instante glorioso eu pensei que ele poderia realmente me tocar. Em vez disso, deixou descansar na parte de trás do assento do balanço. Desapontei-me. Eu queria inclinar-me em seu corpo quando ele me segurou perto. Então ele me puxaria para dentro e me beijaria... O que? Varrer-me fora em direção ao pôr do sol em seu mágico leão alado enquanto cantava canções sobre minha beleza? Isso era tão provável quanto ele fazendo um movimento em mim agora.

Realidade estúpida, fodendo todas as minhas fantasias.

— Então, quão ruim é? — Perguntei, mentalmente calculando o meu saldo bancário. Eu tinha algumas economias, mas não muito. Haveria mais, uma vez que o divórcio fosse definitivo, mas apesar de todas as chamadas do meu advogado para o advogado de Brandon, que ainda não tinha feito nenhum progresso. A grande questão agora era se deveria ou não vender a casa. Ele estava sendo um idiota sobre isso, porque eu não tinha dinheiro suficiente para comprá-la. Mas nós iríamos colocar uma cozinha comercial no porão e eu precisaria se eu me mudasse de volta para Seattle... Brandon continuou dizendo que eu deveria vender o edifício de apartamentos a pagar-lhe, eu não poderia começar a envolver minha cabeça em torno da ideia. Não só isso, parecia que havia menos dinheiro em nossos investimentos do que eu lembrava. Eles não se somam, e nós tínhamos discutindo sobre isso durante meses.

Eu não conseguia decidir se havia algo suspeito sobre a coisa toda, ou se ele estava apenas protelando.

— Bem, você vai precisar de um novo telhado inteiro nos próximos anos, não há nenhuma ajuda para isso — disse Cooper, segurando um notebook coberto de diagramas e escrita apertada, os quais não significavam nada para mim. — Mas eu posso fazer alguns reparos básicos que deverão valer para um inverno ou dois. Eu tenho o tempo e eu sei como fazê-lo, mas ele ainda vai custar. Eu fiz alguns orçamentos, mas eu acho que nós estamos falando de algo perto de cinco mil para os materiais e aluguel de equipamentos.

Encontrei seu olhar, engolindo. Era um monte de dinheiro, mas o tínhamos na conta dos alugueis. Ainda bem que eu tinha preenchido a última unidade vazia, porém, porque estávamos mal de dinheiro fluindo como era. Eu olhei de volta para encontrá-lo estudando-me, nossos rostos tão pertos que eu podia sentir o calor de sua respiração.

— Eu posso balancear muito, — eu disse calmamente. — Quanto tempo você acha que vai demorar?

Ele inclinou a cabeça, e eu percebi que ele estava observando meus lábios. Parecia que não havia ar suficiente ao nosso redor. Tudo estava quente, e eu não poderia decidir se era o calor de seu corpo ou o meu fazendo-me tão desconfortável. Lambendo meus lábios, eu me inclinei para ele inconscientemente.

Cooper engoliu.

— Eu penso sobre três ou quatro semanas, dependendo do que mais vem à tona. Se você quiser, eu vou começar a trabalhar neste fim de semana.

— Você não tem planos? — eu perguntei, minha voz um sussurro. Ele balançou a cabeça lentamente.

— Nada — disse ele, sua voz áspera. Ele engoliu em seco e eu vi seus olhos derivando para baixo em direção ao meu peito. Eu tinha vestido uma camiseta leve, a mesma que eu normalmente usava para dormir. Ele tinha um pequeno sutiã embutido, mas definitivamente não tinha sido projetado para cobertura máxima. Normalmente eu não iria mesmo usá-lo fora da casa. Tinha sido apenas a varanda, porém, e escuridão já estava caindo.

Agora meus mamilos cutucavam através do tecido e sua respiração ficou presa.

— Tinker...

— Cooper...

Eu ri nervosamente, em seguida, levantei os braços, cruzando-os sobre o meu peito. Ele balançou a cabeça, como se estivesse tentando acordar.

— Vou comprar os materiais e colocar na sua conta na loja de ferragens, se estiver tudo bem.

— Claro.

— Tinker, agora as coisas estão complicadas. Tália...

Corando, eu me afastei dele, porque eu não tinha necessidade de ouvir o discurso. Eu estava repetindo na minha cabeça desde que eu tinha entendido que eles estavam namorando.

— Não se preocupe — eu disse, levantando-me abruptamente. — Eu preciso entrar, verificar meu pai. Mantenha-me informada sobre o telhado e tudo.

Então eu afundei dentro da casa como uma grande covarde, porque a última pessoa no mundo que eu queria falar era da estúpida Tália.

Quanto a Cooper, eu não sei o que ele fez.

Provavelmente foi para estar com sua namorada porque ela era muito melhor do que eu.

Idiota estúpido.

 


Capítulo Seis

TINKER


Cooper passou o fim de semana trabalhando no telhado.

Sem camisa.

Na tarde de domingo eu decidi que isso constituía em punição cruel e incomum, mas isso não me impediu de sair no quintal e regar os vasos de flores para que eu pudesse vê-lo. Tinha sido um verdadeiro desafio mantê-los vivos neste ano, nós tivemos o mais seco verão da história, com mais incêndios provocados nas florestas nacionais todos os dias. Felizmente, nenhum deles chegou perto da habitação humanitária. Ainda.

Eu estava quase terminado quando Cooper desceu de cima do telhado, arrumou suas ferramentas, e desapareceu no interior, provavelmente para tomar banho para limpar o suor. (Apenas o pensamento enfraqueceu os meus joelhos.) Foi uma coisa boa, também. Vê-lo foi muito bom, mas que provavelmente não era particularmente saudável, e eu definitivamente não queria falar com ele mais do que eu tinha que fazer. Não quando cada conversa terminava em uma tensão sexual enquanto ele movia-se para a sua namorada.

Até o momento em que ele saiu, eu tinha ido para a varanda com o copo de vinho que tradicionalmente me concedi a cada tarde de domingo, determinada a não notar se ele voltou a reaparecer. Em seguida, ele estava na minha frente e eu esqueci tudo sobre meu voto de não notar, porque a sério... seu cabelo estava todo molhado e solto em torno de seu rosto quando ele subiu os degraus da varanda. Hum.

— Hey, — ele disse. — Como está indo?

— Tudo bem — eu respondi, sorrindo sem encontrar muito o seu olhar, isso fazia parte do meu novo plano para lidar com Cooper sempre que ele chegasse muito perto. Se eu olhasse em seus olhos, eu poderia cair em direção a eles e dizer algo estúpido, mas se eu me concentrasse em seu ombro eu poderia fingir que estava falando com Brandon. Isso funcionou, porque falar com Brandon era a atividade menos sexy na terra (fora de realmente ter relações sexuais com Brandon, é claro).

— Eu fiz alguma coisa para te chatear? — ele perguntou sem rodeios. — Porque eu pensei que estávamos amigáveis, mas no fim de semana você foi desaparecendo cada vez que eu tentava falar com você.

Eu tinha, na verdade, embora eu não tinha percebido que eu estava fazendo isso tão obviamente. Andar ao redor e ver alguém sem falar com eles é mais complicado do que parece, especialmente em uma cidade tão pequena como esta.

— Não — eu disse, surpresa em encontrar os olhos dele. Ah porcaria. Eles eram profundos e marrons e tão ricos que poderia ter sido feito de chocolate. Perigo! — Claro que não. Eu realmente aprecio todo o trabalho que você tem feito por aqui.

— Bem, eu aprecio o trabalho, para não mencionar a hospitalidade — disse ele, oferecendo um sorriso sexy. Ele transformou o seu rosto, e meu ventre tremia. Sim, você leu certo. A porra do meu ventre estremeceu, porque não há realmente nenhuma outra maneira de descrever o que esse homem faz para mim. Este homem, que tinha uma namorada, uma namorada que eu sabia tudo sobre, porque sua parede do quarto e a parede do meu quarto estavam ao lado do outro. Às vezes sua cama batia contra ela, enquanto eles tinham feito sexo como macacos loucos.

— Estou feliz que você está apreciando seu novo lugar — eu consegui dizer.

— Eu estou — respondeu ele. — Embora eu me sinto meio sem graça, desde que você me fez jantar e eu nunca paguei de volta. Pena que não sei cozinhar, mas eu estou pegando alguma comida chinesa esta noite. Quer compartilhar isto comigo? Você pode até mesmo trazer o seu pai, se quiser.

OMG ele gosta de nós! Meu dorso trêmulo gritou, fazendo uma corrida final em volta do meu bom senso. Diga sim. Sim!

— Claro — eu disse rapidamente. Provavelmente muito rapidamente. — Mas meu pai está na cama. Ele não estava se sentindo bem. Eu acho que é apenas um resfriado, mas ele se cansa facilmente nos dias de hoje.

— Espero que ele se sinta melhor — disse Cooper. — Eu vou pegar a comida. Nos encontramos no meu apartamento em cerca de meia hora?

— Vejo você então.


• • •


Nunca uma meia hora passou tão rapidamente.

Eu continuei me dizendo que era porque comida chinesa soou tão bem. Que eu tinha uma longa semana de trabalho, a última coisa que eu queria fazer era cozinhar para mim. Não só isso, eu realmente precisava ir ao supermercado, porque não havia muito na casa de qualquer maneira.

Meu tremor no útero chamando besteira sobre isso, enfaticamente, apontando que eu não tinha saído por muito tempo e que não era como se ele fosse casado.

— Entre! — Cooper chamou quando eu bati na porta dele. Entrei hesitante, olhando em volta para ver o que ele tinha feito com o lugar. Não havia muitos móveis, e o que ele fez já parecia ser principalmente da variedade do brechó. Ele saiu da pequena cozinha da galeria em direção a uma mesa de fórmica antiga, que eu observei tinha sido feita com pratos incompatíveis.

— Adivinha o que eu não tive no divórcio — disse ele levemente, oferecendo um sorriso peculiar.

— Mobília.

— Você acertou em cheio — disse ele. — Mas isso é bom, as crianças precisam mais do que eu, então eu deixei tudo com minha ex. Quer algo para beber?

— Um pouco de água.

Sentei-me à mesa, sentindo-me estranha. Minha própria casa era tão confortável, e isso só parecia... desolador.

— Você deve obter algumas plantas ou algo assim.

Ele riu, avançando para abrir um recipiente fumegante.

— Eu provavelmente as mataria — ele admitiu. — Não sou realmente um tipo de cara de planta. Isto é principalmente apenas um lugar para dormir e tomar banho enquanto eu começo tudo de novo.

Eu fiz uma careta, imaginando o que faria quando ele saísse. Luxúria não correspondida de lado, eu tinha muito mais projetos inacabados. — Quando você acha que vai pegar a estrada de novo?

Ele encolheu os ombros.

— Realmente só depende. Estou descobrindo as coisas na frente jurídica no momento. Tomando algum tempo para mim. Eu tenho feito bem o suficiente para que eu não fique muito preocupado com dinheiro, pelo menos não por um tempo, mas se eu deixar a área, a minha ex poderia tentar puxar algo, sabe?

— Então você está no limbo — eu disse, remexendo alguns brócolis e carne para fora em meu prato.

— Sim, você poderia dizer isso. Observando e esperando.

— Eu sei como é isso, na verdade. Quando minha mãe morreu no inverno passado, foi de repente. Ela sempre foi tão forte e saudável, e ela estava apenas em seus sessenta anos. Então eu recebi um telefonema que ela deslizou para fora da estrada uma noite. Não foi mesmo um acidente grave, mas eu acho que ela bateu a cabeça exatamente no lugar errado e que estava tudo acabado.

Cooper não disse nada no começo, e eu olhei para cima, esperando para ver aquele velho olhar familiar de pena. As pessoas nunca sabiam o que dizer, sobre a minha mãe ou o bebê. Não havia uma sugestão de pena em seu rosto, apesar de tudo. Eu não podia ler sua expressão, mas ele não sentia pena de mim, e isso era melhor do que eu poderia ter esperado.

— Lamento ouvir isso — disse ele calmamente. Dei de ombros.

— É o que é. Eu só estava pensando em ficar por uma semana ou duas, mas depois percebi que as coisas não estavam bem com o meu pai. Eu não posso deixá-lo por conta própria, mas não consigo colocá-lo em uma casa, qualquer uma.

— Então você voltou para Hallies Falls para cuidar dele.

Como responder a isso? Eu não tinha certeza que eu sabia a resposta para mim mesmo.

— Eu ainda não decidi — eu admiti. Cooper levantou uma sobrancelha.

— Você já mudou o seu negócio e assumiu o prédio de apartamentos. O que resta para decidir?

Ele era tão realista sobre isso, eu ri.

— O quê? — Perguntou.

— Todo mundo dança ao redor, mas você apenas deixa escapar as coisas, não é?

— Chame-o como quiser.

— Eu nunca planejei voltar para casa permanentemente, — eu disse a ele. — E a maneira que eu estou fazendo negócios agora é completamente insustentável. Se eu vou ficar em Hallies Falls, eu vou ter de colocar essa cozinha comercial na casa, e isso não é barato. O pouco para baixo na loja da minha mãe passa pelos padrões do Departamento de Saúde, mas não é bom a longo prazo. Entre outras coisas, isso não é grande o suficiente para todo o meu equipamento.

— Isso é um grande investimento — disse Cooper, inclinando-se para trás na cadeira.

— Sim — eu admiti. — E isso significa um compromisso real para a cidade, que nunca foi o meu plano. Ao mesmo tempo, meu pai é feliz aqui. Ele não é um perigo para si mesmo, pelo menos não ainda. Apenas confuso. Eu não posso imaginar levá-lo longe de sua casa a menos que não haja nenhuma outra escolha, eu acho que ele ficaria totalmente perdido.

— Situação difícil — disse Cooper. — Mas parece que você já tomou sua decisão.

Eu levantei minha cabeça, assustada. — Como é isso?

— Você acabou de dizer que você não pode imaginar levá-lo embora — ele respondeu casualmente. — E eu vi a maneira como você o vê. Você o ama e quer cuidar dele mais do que você quer estar em Seattle, caso contrário, você já o teria deixado. Parece que você precisa vender o seu antigo lugar e seguir em frente.

— Mas então eu vou ficar presa aqui — eu disse, minha voz baixa. — Não é fácil ser a única mulher nesta cidade. Você não acreditaria quantos babacas mesquinhos vivem aqui, e eles só gostam de fofocar sobre mim.

Cooper sorriu. — Então eu ouvi.

Eu gemi, fechando meus olhos.

— Então você sabe sobre isso?

— Eu ouvi que você é um puma que gosta de seduzir rapazes universitários nos fins de semana — disse ele, inclinando a cabeça para mim. — Ninguém realmente saiu e disse isso, mas tenho a impressão de que você também bebe sangue inocente para manter a sua juventude e beleza?

Eu me inclinei meus cotovelos sobre a mesa, esfregando minhas têmporas, imaginando como minha vida nunca tinha chegado a isso. — Há uma explicação perfeitamente razoável. Não é lisonjeiro, mas acredite em mim, eu não sou um puma perambulando.

Cooper começou a rir. Franzindo a testa, eu o encarei, o que o fez rir mais alto.

— O que é tão engraçado?

— Eu sei que você não está à espreita — disse ele. — Eu moro ao seu lado Tinker. Você está na cama por voltas das dez em cada noite e não tem ido a um único encontro desde que eu mudei. Ou você está tendo um inferno de um período de seca ou você não dá a volta quase tanto como eles gostariam de imaginar. Então me diga, onde é que o representante do puma vem?

— É realmente embaraçoso — eu admiti, empurrando meu prato para o lado.

— As melhores histórias normalmente são — disse ele, sorrindo para mim. — Conte-me. Eu mesmo vou suborná-la.

Ele se levantou e caminhou até a geladeira, pegando um gigante, cupcake de fantasia equilibrado dentro de um recipiente de plástico com cúpula. Removendo cuidadosamente a tampa, colocou-o no centro da mesa.

— Essa coisa é enorme — eu disse, rindo.

— Sim, as mulheres dizem isso muito para mim — respondeu ele, inexpressivo.

— Você é terrível.

— Não, o consenso geral é que eu sou muito bom — disse Cooper, permitindo sua boca um ar de malícia. — Veja? Isso é tão ridículo que eu estou humilhando e envergonhando a mim mesmo. Agora você não tem desculpa para não compartilhar a sua história.

Mordi o lábio, tentando não rir dele.

— A confissão é boa para a alma — ele cutucou.

— Ok, — eu respondi, me perguntando se eu poderia realmente passar com ele. Mas ele vai ouvir tudo, mais cedo ou mais tarde, de qualquer maneira. Quase todos na cidade já sabem. — Você tem que prometer que não vai me julgar.

— Você entendeu.

— Então, eu deixei meu marido um ano e meio atrás — eu comecei. — Foi um momento difícil. Não há necessidade de entrar em detalhes, mas eu tinha caído em uma depressão e simplesmente não conseguia me levantar novamente. Quatro meses atrás eu recebi um convite para uma festa de despedida no Olympia para a minha amiga Margarita. Ela estava na escola comigo e Carrie, e agora ela é uma professora da Evergreen State.

Fiz uma pausa, olhando para o cupcake. Eu poderia realmente dizer-lhe isso?

— E?

— Tudo bem, então Carrie e eu dirigimos para baixo juntos, e um grande grupo de nós se encontrou no hotel para a festa. Alugamos uma suíte e tudo. Era quase como uma reunião da escola para mim, porque muitos dos convidados eram mulheres com quem eu cresci, mas não via há anos. Todos nós nos afastamos da cidade há muito tempo atrás, todos com exceção de Carrie, Heather Brinks, ela é prima de Margarita, mas a mãe de Margarita fez-nos convidá-la de qualquer maneira e Maisy Braeburn, que convidou-se juntamente com Heather. Eram cadelas naquela época e elas são cadelas agora, e nunca nos ocorreu que eles realmente mostrariam seus rostos. De qualquer forma, naquela noite, todos foram dançar, e, eventualmente, voltamos ao hotel por volta das três da manhã. Maisy estava se sentindo doente, então ela voltou para o quarto, enquanto o resto de nós se reuniu na suíte. Foi quando os strippers apareceram.

Cooper sorriu. Eu senti minhas bochechas começam a aquecer.

— Eles fizeram a sua coisa de dançar, e estávamos todas rindo e tendo um grande momento e havia quem estava me paquerando. Agora, ele era bonito de se olhar, mas eu me senti meio estranha sobre ele, porque ele tinha, provavelmente, vinte e um, no máximo, sabe? Pouco legal. Não só isso, ele parecia meio familiar, mas eu não conseguia lembrar. Em seguida, ele me convidou para fazer alguns tiros do corpo de cima dele, e a próxima coisa que eu sabia que estávamos de volta em um dos quartos e ele estava fazendo tiros do corpo de cima de mim e... Bem, vamos apenas dizer que ficamos realmente amigáveis rápido demais.

Ele olhou para mim, obviamente, atordoado. Merda, isso foi um grande erro. Ele está me julgando e...

Em seguida, Cooper começou a rir. Não de ódio, o riso, mas diversão genuína.

— Pare com isso!

Ele riu mais forte, levantando a mão.

— Calma — ele finalmente disse.

— Eu não posso acreditar que eu lhe disse isso — eu gemi, me perguntando se eu poderia fazer uma pausa para a porta. Quer dizer, a situação era tão estranha era ainda possível torná-la pior?

Cooper sacudiu a cabeça, sorrindo para mim. — Então, você fodeu um stripper, eles são pessoas também, você sabe. Há crimes mais feios.

Eu gemi, esfregando minhas têmporas novamente. Você que começou, agora termine.

— Fica pior — eu admiti. — Talvez meia hora mais tarde, a porta da sala irrompe aberta e todos vêm agrupando na procura de mais bebida. Carrie e eu tínhamos passado em uma loja de bebidas a tarde, e o esconderijo de backup estava no meu quarto, você sabe? De qualquer forma, aqui estava totalmente nua em cima do cara e eles estavam todos olhando para mim. A próxima coisa que eu sei, Heather saca seu telefone e começa a filmar.

Os olhos de Cooper se arregalaram. — Você tem uma fita de sexo flutuando por aí?

— Siiim... — Eu admiti muito calmamente. — E isso não é tudo.

— Jesus, e eu pensei que era engraçado antes — disse ele, os ombros tremendo. Eu olhei para ele, mas não houve qualquer julgamento em seus olhos, apenas o riso honesto. — Ei, eu não me importo que você tem uma fita de sexo. Os seres humanos fodem, apesar do que alguns destes puritanos fofoqueiros em torno daqui querem admitir. Por que você deveria ter vergonha dele?

Eu apenas balancei a cabeça, porque, obviamente, Cooper e eu tínhamos muito diferentes definições da palavra — vergonha.

— De qualquer forma, eles estavam todos rindo de mim e eu estava humilhada e tudo isso. O cara pula e diz-lhes para sair. Então, de repente, eu escuto a voz de Maisy, e ela está chateada, a tia dela é a dona do Hungry Chicken no centro, não é muito longe da minha loja. Ela começa a gritar para mim e eu estou totalmente confusa e ainda bêbada e então, de repente, cai junto. O cara que eu dormi? Ele era seu primo, Jamie. Ele cresceu em Hallies Falls até que seus pais se divorciaram e ele mudou-se para Spokane para viver com seu pai. Eu costumava tomar conta dele! Agora ele estava fazendo isso para pagar sua faculdade. Eu não o tinha visto em anos, e deixe-me dizer-lhe, ele cresceu muito durante esse tempo. Nenhum de nós sequer o reconheceu! Não só isso, Heather mandou uma mensagem com o vídeo para a maldita metade da cidade. Eu ainda não sei como muitas pessoas assistiram ou quem tem cópias. Adivinha que não é mais bem-vinda no Hungry Chicken?

Cooper se inclinou para trás em sua cadeira, levantando uma sobrancelha.

— Você se fodeu.

— Sim, eu me fodi — eu concordei, pensando seriamente em rastejar sob a mesa. — Eu não tinha ideia, Cooper. Nenhuma. Eu estava bêbada como o inferno e ele continuou vindo para mim. Acontece que ele tinha uma queda por mim desde que ele era apenas uma criança ou algo assim. Quando ele me viu na festa, ele decidiu vir para mim. Maisy não estava lá quando ele apareceu pela primeira vez, ela estava bêbada e vomitando em seu próprio quarto e o resto de nós não o reconheceu. O resto é história. Eu sou a prostituta da cidade que seduziu a criança inocente que eu costumava tomar conta. A única coisa boa é que o Braeburns conseguiu desligá-lo rápido, quero dizer, as pessoas por aqui sabem tudo, mas tanto quanto eu posso dizer que ninguém fez o upload on-line ou qualquer coisa, então eu acho que eu tenho isso só pra mim. Ah, e Maisy estava tão chateada com Heather que ela ainda não fala com ela. A coisa toda foi além da loucura.

— Que porra — disse Cooper, balançando a cabeça. — Quem faz isso?

— Aparentemente, Heather Brinks, — eu disse a ele, meu rosto em chamas. — Ela me odiou durante anos. O namorado de escola secundária de Heather terminou com ela e, em seguida, convidou-me para o baile. Pensei que Carrie ia matá-la naquela noite no Olympia. Mesmo agora, ela praticamente sibila e cospe-a cada vez que se encontram uma com a outra. Meu pai ficou chocado, embora eu tenho que lhe dar crédito, ele nunca me julgou. Decidimos colocá-lo para fora, mas agora metade de Hallies Falls pensa que eu sou a Prostituta de Satã. Você pode ver porque eu poderia não querer viver mais aqui?

— Sim, eu posso vê-lo — Cooper admitiu. — Mas Tinker, se você pensar sobre isso, você não fez realmente nada de errado. Quero dizer, você provavelmente deveria ter trancado a porta, mas diferente do que, o garoto é um adulto legal, certo?

— Claro — eu disse. — E não era como se eu o tivesse contratado para dormir comigo. As coisas aconteceram...

— E você estava bêbada — acrescentou. — O cara estava bêbado também?

— Talvez um pouco tonto, — eu admiti. — Mas nem de longe tão bêbado quanto eu.

— Então ele viu sua chance e se agarrou — continuou ele, ainda sorrindo. — Não posso culpá-lo, você tem um corpo foda, Tinker. Ele sabia o que queria e tomou. Não é sua culpa, sua mãe que é uma cadela. Você sabe, se um cara fode uma stripper de graça, todo mundo acha que ele é um garanhão, por que isso deveria ser diferente? E por que você se importa o que um bando de pintos pequenos pensam de qualquer maneira? Não gosto de você perder nenhuma amizade que importa. Você não pode me dizer que Carrie e Darren se importaram sobre isso.

Levei um minuto para responder, porque eu ainda estava pendurado sobre o comentário — corpo foda — então eu processava o resto de suas palavras.

— Carrie disse que ela estava com ciúmes — eu admiti. — Disse que ela o teria feito em um piscar de olhos, se não fosse por Darren. E eu acho que Darren só gostava de quão puta Maisy estava. Ela tem sido uma cadela para todos nós durante anos.

Cooper sorriu.

— Então, você tem isso. Se isso faz você se sentir melhor, eu comi todos os tipos de strippers. Cuidei de um clube um par de anos, na verdade, e se elas jogam direito, fazem um maldito bom dinheiro. E elas são pessoas reais, assim como o resto de nós, não é como se você caísse de um burro. Inferno, o garoto teve sorte. Tem que admirar esse tipo de iniciativa da parte dele.

Eu olhei para ele, tentando envolver minha cabeça em torno do que ele tinha dito.

— Isso realmente não te incomoda, não é? — Perguntei. Cooper negou com a cabeça.

— Não, isso realmente não me incomoda — respondeu ele, seus olhos escurecendo. — Eu teria feito a mesma coisa maldita em seu lugar.

Espera. Eu ouvi isso direito? Puta merda!

— Você está dando em cima de mim? — Perguntei, nervosa. — Porque eu sei que você tem uma namorada. Só porque eu dormi com um stripper não significa que eu sou uma vagabunda.

Ele pegou e segurou o meu olhar, olhos escuros intensos.

— Eu estou dizendo a verdade — respondeu ele, suas palavras lentas e deliberadas. — Você é inteligente, sexy e quente como o inferno, e se eu estivesse livre eu seria todo seu. Mas você está certa, eu tenho uma namorada e eu não estou terminando com ela. Não significa que eu não possa apreciar uma bela mulher quando eu vejo uma. Agora, você quer comer ou não?


Capítulo Sete

GAGE


— Você pode compartilhar algumas cobertas comigo?

Estendi a mão para ela enquanto Tinker balançou a cabeça, os olhos colados à TV. Eu tinha a convencido a ficar e assistir a um filme após o jantar, que não tinha sido fácil. Não tenho certeza que eu já tinha visto alguém corar como ela fez enquanto ela estava contando sua história da fita de sexo.

Tenho que admitir, ela me pegou desprevenido.

Eu tinha ouvido rumores em torno da cidade sobre ela. E as cadelas fofocando nunca me interessou. Ouvir o que ela tinha feito, porém... Eu tinha ficado impressionado que ela tinha ido para ele, e mais do que um pouco de ciúmes do pequeno fodido, porque ele sabia o como ela era apertada e eu só podia imaginar.

Droga.

Quanto a julgá-la, essas cadelas poderia comer merda e morrer. Não foi como se ela tivesse feito algo tão ruim assim. Eu tinha fodido mais strippers do que eu poderia contar, e considerando os crimes que eu tinha puxado nas últimas semanas sozinho, Tinker era um maldito anjo. Mesmo assim, eu sabia que ela ia começar a evitar-me se eu a deixasse sair enquanto ela se sentia desconfortável, então o filme estava servindo a um propósito.

Mas agora eu estava começando a duvidar do meu plano.

Por um lado, havia uma mulher muito sexy a menos de seis polegadas de mim. Eu não queria o cobertor porque estava frio eu precisava de cobertura para o meu pau enorme. Eu não poderia mesmo focar no show, porque eu estava muito ocupado assistindo outro filme na minha cabeça.

A fita de sexo de Tinker.

Ela tinha estado no topo. Eu ficava imaginando que, em vez de apenas um garoto idiota, ela estava andando comigo. Ela sentou-se ereta, inclinando-se, deixando seus seios balançar sobre minha boca? Isso é o que eu quero, peitos balançando apenas ao alcance, e minhas mãos na bunda dela para guiá-la. Eu me mexi no sofá, odiando o fato de que eu não podia fazer merda nenhuma sobre essa crescente e dolorosa necessidade.

Quanto tempo levaria para terminar os negócios com os Nighthawks? Muito tempo.

— Eu não posso acreditar o quão tarde é — Tinker disse, bocejando, e percebi que o filme tinha terminado. Agora ela esticou para cima, o cobertor caindo até a cintura enquanto seus seios avançavam para frente.

Deus, quanto deve-se esperar um homem para tomar?

Eu deveria ter ficado longe dela completamente, este era o plano, mas algo tinha estalado quando eu a vi no pátio. Não me lembrava da última vez que eu conheci uma mulher como Tinker. Ela era inteligente, sexy e engraçada, e ela deu um duro danado para cuidar de sua família e dos negócios. Claro, eu queria fodê-la, você tem que ser gay para não querer, mas eu a respeitava, também.

— Eu provavelmente deveria ir andando — disse ela, oferecendo-me um sorriso tão doce que eu queria morder seus lábios. — Eu gostaria de ver como meu pai está antes de ir dormir, e eu tenho que acordar cedo na manhã seguinte. Eu tenho que empacotar encomendas para o correio amanhã, se eles não estiverem prontos para duas horas, eu estou ferrada.

Eu considerei rolar em cima dela. Empurrando-a para baixo nas almofadas do sofá, empurrando minha perna entre as dela, e mostrando-lhe o que um homem de verdade faz.

— Cooper? — Ela perguntou, parecendo confusa. Pisquei algumas vezes, forçando-me a concentrar-se em seu rosto.

— Eu vou assistir outro — eu disse a ela, porque eu sou um maldito masoquista. — Tem certeza que está pronta para ir?

Ela franziu a testa, e eu quase podia ler seus pensamentos. Sim, ela deveria sair. Mas ela me queria tanto quanto eu a queria. E sim, eu percebo que isso me faz soar como um idiota egoísta, mas este não era o meu primeiro rodeio. Eu vi a luxúria em seus olhos, e a forma como ela lambeu os lábios e olhou para a minha boca. Esta não era uma rua de sentido único, nem mesmo perto disso.

— Eu acho que eu poderia ficar um pouco mais. - ela sussurrou. Cristo, ela era tão doce e suave. Eu queria mordê-la ainda mais agora. Sugar seu lábio inferior na minha boca e enfiar um dedo em sua bunda.

Quebrá-la.

Você é um doente do caralho.

Sim. Sim eu sou. Obrigado por reparar.

Eu consegui controlar a vontade, pegando sua mão em vez disso, dar-lhe um aperto amigável como uma espécie de auxilio patético. Seus dedos apertaram os meus, então ela se afastou e se aconchegou de volta para baixo sob o cobertor, elevando seus pés para descansar na mesa de café. Peguei o controle remoto, clicado através do menu.

Amanhã eu faço o meu trabalho. Eu fodo Tália e espiono Marsh e procuro qualquer tipo de fraqueza que pode acabar com esta situação, quanto o mais rápido, melhor. Hoje à noite, embora... Hoje à noite eu ia fingir que isso não era uma perda de tempo.

Caramba, mas meu pau doe.


• • •


A próxima hora foi uma tortura.

Tinker sentou ao meu lado, toda linda e elegante e absolutamente recusando-se a fazer qualquer tipo de contato com os olhos. Eu não sei como ela se sentia, mas para mim a tensão sexual pairando no ar era grossa e pesada. Fiquei pensando sobre sua mão na minha, pequena, mas forte. A mão de alguém que sabia como trabalhar duro. Até onde eu sabia, Tália nunca tinha tido um emprego, muito menos se sustentava.

O sofá mexeu, e eu olhei para encontrar Tinker deslizando mais profundamente nas almofadas, puxando o cobertor até o queixo. Nossas pernas estavam talvez seis polegadas distante. Ela mudou de novo, e depois a sua mão esbarrou na minha sob o cobertor. Ela empurrou-o de volta rapidamente, e eu peguei a dica de um rubor em suas bochechas. Isso era outra coisa que eu gostava sobre ela, sua pele era tão pálida que eu podia ver qualquer sinal de excitação.

Agarrando a mão dela, eu puxei-a para descansar na minha coxa. Esta foi uma péssima ideia, então eu incisivamente me recusei a pensar sobre isso. Sua mão ficou tensa no início, depois relaxou com a minha força. Meu pau inchou contra o tecido da minha calça jeans, apenas a polegadas dos seus dedos, seria tão fácil de empurrar a mão em direção a ele, envolvê-la em torno da minha dolorosamente inchada ereção, e apenas ir para a cidade.

Os dedos de Tinker deram um rápido aperto quase tive um espasmo e eu mordi de volta um gemido.

Sim, tudo bem. Realmente, realmente uma má ideia. Eu deveria sair do sofá e acabar esta merda agora, porque eu não podia dar ao luxo de explodir coisas com Tália ainda. Em vez disso eu encontrei-me inclinando-me para Tinker, batendo os ombros.

Deus.

Eu tinha me tornado um maricas. Nenhuma outra explicação, porque eu não conseguia descobrir por que diabos um homem adulto se sentava de mãos dadas sob um cobertor maldito como uma criança. Um membro da Reapers MC, que fodia mais mulheres em um ano do que a maioria fez em suas vidas. Um homem com sangue nas mãos. Sangue fresco.

Mas Tinker cheirava muito bom.

Eu me levantaria em um minuto, não, cinco minutos. Cinco minutos mais não faria diferença. Tinker suspirou, deixando cair a cabeça no meu ombro, ela cheirava a pêssegos. Cristo, eu adorava o cheiro do seu cabelo. Se Picnic pudesse ver isso agora, ele ficaria surpreso pra porra. É claro que, considerando o quanto o clube tinha arriscado por sua mulher, não era como se ele tivesse o direito de reclamar.

A mão de Tinker deslocou-se, roçando meu pau. Ouvi um silvo de sua respiração e ela empurrou a mão, mas aquele instante de contato foi o suficiente para atear fogo a mim, lava fervente em minhas veias. Chega dessa merda que eu queria, e eu esperei muito tempo já. Virei-me, pegando a parte de trás de sua cabeça e puxando-a para um beijo duro, que se foda a lealdade.

Ela endureceu no início, em seguida, seus lábios cederam. Minha língua deslizou dentro e todo o pensamento cessou. Ela tinha gosto de cupcake. Cupcake e caramelo e todo tipo de delícias que eu queria comer. Deus, qual seria o gosto de sua boceta? Tive a sensação de que seria mais doce do que todo o resto junto. Pensei em todos aqueles doces bonitos que ela fez, e imaginei-me enfiando um pedaço de caramelo em sua boceta apenas para que eu pudesse chupá-lo de volta novamente.

Jesus, eu precisava parar de pensar. Agora mesmo.

Atrapalhado com o cobertor, eu empurrei para o sofá, empurrando um joelho entre as pernas. O fogo explodiu como meu pau conheceu seu estômago. Comecei a moer contra ela, que ficou segurando o beijo com um pouco de contorcionismo, mas valeu a pena. Inferno, se apenas beijá-la me senti tão bem, o que seria quando...

A porta da frente se abriu com tanta força que quebrou a parede.

Dei um pulo, empurrando Tinker no sofá e estendendo a mão para a arma que ficava escondida debaixo do sofá. Eu levantei, cobrindo-a com meu próprio corpo, perguntando se Marsh tinha finalmente descoberto quem eu era. Tália nos encarou, olhos brilhando.

Ótimo. Apenas ótimo pra caralho. Exatamente o fim para a noite que eu esperava.

— Que diabos está acontecendo aqui? — Ela perguntou. Tinker gemeu, e não de prazer. Que confusão do caralho. Eu não me senti culpado, eu não devia a Tália porra nenhuma, mas eu tinha arrastado Tinker para isso, o que foi uma péssima jogada.

Tenho que parar de pensar com meu pênis.

— Eu preciso sair daqui — Tinker disse freneticamente, tentando empurrar-me fora. Eu não me movi, segurando os olhos de Tália. Pelo que eu sabia, ela tinha uma arma, eu só deixaria Tinker sair quando eu pensasse que era seguro, e nem um segundo mais cedo.

— Tália, obtenha a sua bunda lá — eu disse, apontando para a parede oposta. — Tinker vai sair e, em seguida, vamos ter uma conversa.

— Oh, nós vamos falar — ela rosnou. — Logo depois que eu cortar seu pinto fora!

Ela pulou e eu pulei, agarrando-a antes que ela pudesse chegar a minha menina. Tinker rolou para o chão, escorregando para trás e longe. Tália tentou chutar minhas bolas. Eu a bloqueei, agarrando uma de suas mãos e torcendo-o atrás das costas. Nós ficamos olhando nos olhos uns dos outros, o dela me prometendo uma morte lenta e dolorosa.

Volte bem, querida.

— Deixe-me ir, idiota.

— Tinker, saia daqui. Eu vou falar com você depois.

Tália pulou para frente e pegou meu queixo com os dentes, mordendo como um diabo da Tasmânia. Puta merda. Estendi a mão, fechando minhas mãos em torno de sua mandíbula quando Tinker gritou. Algo bateu Tália sobre a cabeça, e ela destrancou abruptamente, girando em torno de atacar Tinker, que estava segurando o manual de peças da moto que ela usou para me defender.

— Eu não posso acreditar que eu fiz isso — disse ela, os olhos arregalados.

Nem eu, na verdade.

Tália gritou de novo, pisando no meu pé para se libertar, determinada a punir Tinker. Eu amava uma boa briga, tanto quanto o próximo cara, mas isso estava ficando fora de controle. Mergulho para a minha falsa namorada, eu peguei ela e a girei sobre o meu ombro, sibilando e cuspindo. — Me deixe ir!

Tinker olhou para nós, peito arfando, os olhos arregalados.

— Este foi um erro terrível — disse ela rapidamente, e eu pude ver que ela quis dizer cada palavra. — Sinto muito, Tália. Eu nunca vou falar com ele novamente.

— Você nunca vai falar de novo depois que eu cortar sua língua mentirosa, prostituta!

— Cale a boca! — Eu gritava, a sala ficou em silêncio. A respiração profunda, eu levei um minuto para controlar minha raiva. Eu queria jogar Tália através da janela. Em vez disso eu teria que fazer a paz com a cadela louca, o que significava bate-la até que ela esqueça o que foi que a irritou, em primeiro lugar. Duro como meu pau estava, seu fragmento de conversa não era o que ele queria.

E Tinker? Nesse ritmo eu nunca a veria novamente. Cristo, o que diabos eu estava pensando?

— Eu estou fora — Tinker disse sem fôlego, fazendo seu caminho para a porta.

— É isso mesmo, vagabunda. Fuja! — Tália assobiou. — Você pode agir como uma cadela metida, mas todos nós sabemos a verdade sobre você!

— Cale a boca! — Rosnei, batendo sua bunda. Não era forte o suficiente para realmente machucar, mas definitivamente duro o suficiente para chamar sua atenção. Considerando que ela agarrou o meu pescoço e estava fazendo seu melhor para retirar um pedaço do meu cabelo, eu não me sinto mal sobre isso. Tália deu uma guinada, batendo-me fora de equilíbrio. Eu peguei um vislumbre de Tinker escorregando para fora da porta, empurrando a amiga de Tália, Sadie, que estava persistente na porta. Ótimo. Aparentemente Tália tinha uma espiã no edifício. Apenas o que eu precisava, porque, obviamente, a vida não era fodida o bastante já.

— Dá o fora daqui, — Eu rosnei para a pequena rata, e Sadie saiu correndo. Eu teria que lidar com aquilo mais cedo ou mais tarde. Ou talvez não, porque tanto quanto eu odiava este pequeno jogo, não tinha acabado. Ainda não. Tudo se resumia a Marsh, e quão rápido descobrimos seus segredos.

— Deixe-me ir — Tália rosnou, batendo nas minhas costas novamente. Em vez disso eu a levava para o quarto, lançando-a para baixo com um baque chocalhando sobre a cama de segunda mão. Ele tirou o fôlego dela e ela parou. Finalmente. Eu imobilizei-a antes que ela tivesse uma chance de se recuperar, as mãos acima da cabeça, pernas presas sob as minhas.

Tália estreitou os olhos. Eu estreitei de volta, me perguntando se ela tinha alguma ideia de como seria fácil estrangulá-la. Ela estava sozinha em um apartamento com um motoqueiro muito chateado. Um motoqueiro de um inferno de muito maior do que ela. Eu tinha jogado isso por semanas, mas agora ela atacou Tinker.

Este foi um divisor de águas.

— Deixe-me.

— Não até você se acalmar — eu disse, permitindo que parte da raiva mostrasse na minha voz. — Vamos conversar sobre essa merda.

— O que há para falar? Você estava me traindo!

E aqui vamos nós...

— Nós não somos exclusivos — eu a lembrei. — Você estava dormindo em torno de todos durante o tempo que estivemos juntos.

Seus olhos se arregalaram.

— Você sabia? — Ela sussurrou. Jesus Cristo.

— Sim, os preservativos usados tipo me deu uma dica. Ah, e do jeito que você sempre está mandando mensagens para outros caras, mesmo quando estávamos juntos. Não deixe seu telefone na porra da mesa enquanto você faz xixi, se você quiser manter merda assim tranquila. A maldita coisa vibra a cada vinte segundos. Eu só lutei com Mike, porque você estava me configurando para ficar mal na sede do clube.

A raiva drena para fora de seus olhos, substituída com a incerteza e talvez uma pitada de medo. Agradável. Já era tempo, também.

— Então você fez isso para se vingar de mim.

— Não é verdade — eu disse sem rodeios. — Nós não somos um casal. Nós somos apenas duas pessoas que fodem às vezes.

— E se eu quiser mais do que isso? — Ela perguntou suavemente. Por um instante, eu me perguntava se eu tinha lido errado, se ela realmente se importa comigo? Talvez, eu decidi. Inferno, ela parecia quase vulnerável. Eu poderia usar isso. Até agora ela teve a mão superior neste pequeno arranjo.

Hora de mudar.

— Acabei de sair de um relacionamento — eu disse, as palavras lentamente se quebrando. — O que nós temos é divertido e isso é quase tão longe quanto eu quero ir, pelo menos por agora. Você quer mais, tente mostrar-me que você tem mais a oferecer.

Tália parecia encolher em si mesma. Lágrimas agruparam-se em seus olhos, e por um segundo eu pensei que ela ia chorar. Em seguida, ela empurrou o queixo, definindo a mandíbula e olhando para mim.

— Eu não quero que você foda essa puta da Tinker Garrett — disse ela. — É ela ou eu. Você acha que pode lidar com isso?

Levou tudo que eu tinha para não revirar os olhos, mas eu consegui retirá-la.

— Eu não dou a mínima para Tinker — eu disse. — Eu convidei-a para jantar, porque eu senti pena dela.

— Você tenta foder todos que você sente pena? — Ela perguntou, sua voz endurecida.

Dei de ombros. — Nós estávamos assistindo a um filme. Então ficou frio então eu peguei um pouco da manta e, em seguida, ela foi para o meu pau. Eu sou só humano. Mas pense sobre isso, Tália, Tinker, pelo menos, é quinze anos mais velha que você e provavelmente uns bons sete quilos mais pesada. Você realmente acha que eu iria escolhê-la ao invés de você?

Foda-se, sim, eu o faria. Ela tinha curvas e classe e ela não faz birras como uma porra de dois anos de idade.

— Quinze quilos — Tália zombou, e eu sabia que eu tinha ela. Deus, a mulher era tão cheia de si. Quando essa merda terminar, os garotos de volta para casa me deviam cerveja grátis por um ano, eu decidi que eu merecia. — Você deve ver sua fita de sexo. É hilário, ela se parece com uma baleia gorda.

Eu acalmei.

— Fita de sexo? — Perguntei, fazendo de bobo. Tália riu.

— A cadela estúpida foi pega transando com um stripper em uma festa — disse ela, os olhos dançando. — Alguém pegou um vídeo deles. Eu não conseguia parar de rir a primeira vez que eu vi a coisa.

— Está online?

Ela encolheu os ombros. — Eu não sei. Provavelmente. Há um bilhão lá fora, também, assim como você sabe, a menos que se tornou viral. Nada disso, ela não é nada especial.

A imagem de Tinker, nua, montando, tomou conta da minha imaginação. Ela estaria totalmente nua, seios balançando e sua bunda balançando? Ou talvez ela estivesse usando uma saia, indo para cima e para o baixo apenas daquele jeito.

— Espere e eu vou lhe mostrar — Tália disse de repente. — Eu tenho no meu telefone.

Isso me assustou direto para fora da minha fantasia. — O que? Por que diabos você tem isso?

— Eu sabia que ela estava observando você — ela disse-me, obviamente, satisfeita consigo mesma. — A puta gorda não sabe que você está fora de sua liga. Marsh tem uma cópia e eu disse-lhe para enviá-la. Pensei que poderia ser útil. Como eu disse é engraçado. Ela parece realmente estúpida e, em seguida, o cara fica muito chateado. Ela provavelmente teve que pagar a ele e ele sabia que não iria receber o seu dinheiro, uma vez que foi interrompido. Ah, e Maisy Braeburn tentou atacá-la ou algo assim. É hilário.

Eu apostaria minha Harley que nada que Tinker fez pode parecer estúpido, embora eu não tenho certeza se eu gosto da ideia de realmente vê-la com o cara. Imaginá-la estragar um stripper aleatório era uma coisa, mas uma pessoa real? Não muito. Por outro lado, seria uma oportunidade para olhar para ela nua.

— Ok, me mostre — eu disse, rolando fora de Tália. — Embora eu ainda acho que é estranho que você tenha.

Tália sentou-se e colocou a mão no seu jeans, tirando seu telefone. Ela folheou-o, em seguida, voltou-se contra mim enquanto ela segurava a tela pequena.

O vídeo começou com um grupo de mulheres que dançam ao redor com um par de strippers masculinos, obviamente suas bundas estavam bêbadas. Estavam todos na idade de Tinker. Carrie passou e olhou para a câmera, franzindo a testa.

— Desligue essa coisa — disse ela. — Ninguém quer que você tire fotos aqui.

— Qual é o problema? — perguntou uma voz feminina, soando mais alto. Tinha que ser a que segurava o telefone e fazia a gravação. — Medo que Darren vá ficar puto?

Carrie revirou os olhos, em seguida, virou-os casualmente. Outra mulher gritou: — Preciso de mais tequila!

O telefone girou para mostrar uma mulher baixa com, longos cabelos escuros, olhos castanhos profundos e um vestido vermelho brilhante tão apertado que deve ter sido devidamente embalados em torno dela. Em sua cabeça havia um véu vermelho com dois pequenos chifres do diabo, e com uma mão ela segurava uma garrafa de licor vazio de cabeça para baixo. Ela fez uma careta para a câmera, balançando a cabeça como se este fosse o evento mais trágico na história do tempo.

— Tão triste... — Ela choramingou.

— Há mais no quarto — disse alguém fora da câmera, em seguida, a cena mudou abruptamente, imagens subindo e descendo enquanto seu dono atravessou a sala. Vi flashes de perna e parede e abertura da porta do hotel, em seguida, um sussurro — Puta merda. — De repente, a câmera abocanhou, zoom em uma Tinker muito nua Garrett.

Ela estava sentada sobre um homem em uma cama, de frente para a câmera, ela arqueou as costas, olhos fechados e rosto cheio de felicidade. Meu pau endureceu em um instante, porque Jesus fodido Cristo. Os seios dela eram surpreendentes naturais e saltando enquanto ela balançou seus quadris através de uma vez, duas vezes, uma terceira vez. Suas mãos se apertaram ao redor de sua cintura estreita e seu corpo se apertou, gemendo enquanto ele veio com um gemido agonizante. Tinker se manteve em movimento, descendo entre suas pernas e eu quase gozei, apenas a partir da visão dela.

Caramba. Anule o Natal. Este foi o melhor material de palmatoria de todos os tempos.

— Que porra é essa? Tinker? Jesus, Heather, pare de filmar! — Alguém gritou.

Era a voz de Carrie. Os olhos de Tinker se abriram, um olhar de choque e horror absoluto assumindo sobre o seu rosto. Ela gritou, braços levantando sobre o peito em uma patética tentativa de cobrir-se. Uma mão brilhou na frente do telefone. A perspectiva do vídeo empurrou para cima, mostrando o teto, como Carrie rosnou — Heather, estou falando sério. Coloque a porra do telefone para baixo.

— O que está acontecendo? — Alguém chamou fora da câmera. O telefone de repente caiu de volta para baixo para mostrar o casal, que tinha acabado de perceber que tinha sido capturado. Vozes das mulheres aumentaram, e ouvi uma risada feminina de puro deleite. A mulher revelada tropeçou no quadro, batendo as mãos em aprovação. — Vai, Tinker, você arrasa! Wooohoooo!

— Saia! — Tinker gritou, olhos selvagens e frenéticos. O homem levantou-se, envolvendo os braços ao redor de seu corpo de forma protetora antes de se virar para olhar para as mulheres que tinham invadido a sala.

— Não se preocupe com isso, — a mulher disse, batendo a mão para os dois. — Continue. Eu só vou pegar um pouco disso... — Ela parou ao lado da cama, ajoelhando-se para cavar através de uma caixa de papelão marrom.

— Heather Brinks, eu vou matar você! — Disse Carrie, a voz cheia de raiva feroz. Eu peguei um vislumbre de seu rosto quando o telefone empurrou novamente, desta vez voando pela sala. Milagrosamente aterrissou de lado em uma cadeira, ainda filmando. Isso me deu uma excelente vista para o traseiro de Tinker, que era tão maduro e suculento olhando como eu tinha imaginado. Seu cabelo era selvagem e emaranhado, fluindo pelas costas. Teria sido perfeito se não houvesse outro homem entre suas pernas.

Ele revirou mais, agarrando o canto da colcha e arrastando-o para cima e através de seu corpo. Em seguida, ele estava de pé, virado para baixo o bando de mulheres que olham fixamente da porta.

— Dá o fora daqui! — Ele gritou, e ouvi um baque abafado perto do telefone. Uma mão estendida, piscando na tela e, em seguida, outro pegou, empurrando-o de volta.

— Cadela! — Carrie vaiou, e havia mais batidas. Uau. Eu não poderia dizer com certeza, mas parecia que ela e Heather estavam em um inferno de uma luta. O stripper agarrou a mulher com o véu vermelho por um braço, puxando-a para a porta.

— Jesus, olha para aquela bunda dele — Tália sussurrou em meu ouvido, sua voz admirada. — Ela é uma vaca, mas ele é incrível.

— Eu já vi mais dele do que eu sempre quis — eu respondi. Não gostava dele. Não gostava dele em tudo. Tinker tinha todo o direito de foder o cara, eu não podia discutir com isso, mas eu não era um fã. O que eu realmente mais queria era Tinker. E sim, isso, provavelmente, fez-me um pedaço de ser humano de merda, mas eu tinha chegado a Hallies Falls especificamente para foder meu caminho em um clube de moto e espioná-los. Quando eu cheguei aqui, eu mesmo ajudei meu clube irmão, Painter, matar um cara, então não era como se eu tivesse começado no lado de todas as coisas boas e verdadeiras.

— Que diabos está acontecendo? — Uma nova mulher exigiu, empurrando seu caminho através da multidão na porta. Ela era alta, provavelmente trinta e poucos anos e meio que estava olhando com uma careta. Grande, brincou com o cabelo com as mãos na frente, em linha reta fora de um vídeo do Whitesnake. Eu vacilei, meu pau amolecendo.

— Essa é Maisy Braeburn — disse Tália, sua voz profundamente satisfeita. — Essa é a parte boa.

— Jamie? — Maisy perguntou de repente. O corpo do stripper se encolheu, mas ele se manteve firme. Maisy visivelmente ficou com raiva, olhando exatamente como um peru de Ação de Graças enquanto ela caminhou em direção a ele. Uma mão agarrou o telefone e ele caiu, ficando escuro, mas você ainda pode ouvir o áudio. Deve ter caído no chão. — Jamie Braeburn, você vai queimar no inferno por isso!

Alguém começou a rir, e depois mais risadas.

— Sai fora, Maisy — disse ele. — Isto não tem nada a ver com você. Nada a ver com..

A gravação terminou, mas o riso continuou. Tália estava rindo contra mim, esfregando-se para cima e para baixo do meu peito com uma mão, alcançando o meu pau com a outra.

— Disse-lhe que era engraçado — disse ela no meu ouvido antes deslizando em cima de mim. Então ela deu uma rebolada, e meu confuso pau endureceu novamente.

O meu pau era como uma vadia estupida, mas de acordo com isso, um buraco molhado, era um buraco molhado no fim das contas.

— Eu vou pensar na bunda de Jamie enquanto eu te foder — ela sussurrou, mordiscando meu pescoço.

— Foda-se — eu disse, empurrando-a para longe. Ela poderia me imaginar como Papai Noel se é isso que a excitava, mas eu precisava manter algum tipo de controle. Tália rolou para o lado, fazendo beicinho.

— Ei, você é o único que disse que não estávamos em um relacionamento real — ela me disse. — Então, qual é o problema se eu pensar na bunda dele? Ou você se importa ou não.

Hora de colocar para fora as regras, eu decidi. Caso contrário, isto poderia sair do controle rapidamente.

Com quem você está brincando? Tem estado fora de controle desde o início, imbecil.

— Você quer me foder, então, tire a sua roupa — eu disse duramente. Descendo, eu agarrei meu pau através do meu jeans, dando-lhe um puxão enquanto eu olhava-a para baixo. Os olhos de Tália brilharam com calor. — Mas se você quiser transar com ele, saia.

— Desculpe — ela disse, com voz calma e fraca, como uma garotinha que é. Ela fez isso algumas vezes. Me assustou o inferno fora. Meu pau amoleceu e eu tive que morder o interior da minha bochecha para não rosnar. Felizmente, tripulado de volta quando ela se abaixou, empurrando minha mão para fora do caminho e tomando conta.

— É para mim ou para ela? — Perguntou Tália, aquela pequena dica de insegurança de volta em seus olhos, e eu sabia que a tinha. Por alguma razão, ela se preocupava com essa relação de alguma forma. Eu tinha acabado de ganhar na loteria pela foda manipuladora. Talvez eu não fosse nenhum gigolô jogando preso, enquanto eu pensava. Boa coisa, também, ninguém é mais estúpido do que uma prostituta não paga, e eu definitivamente tinha caído nessa categoria até agora. Provavelmente disparou pontos de QI cada vez estive dentro dela.

— Cooper? — Perguntou Tália, usando a mesma voz quanto ela desabotoou as calças.

— Tudo para você, baby. — eu disse a ela, desejando que não fosse verdade. Então eu fechei os olhos quando seus dedos me agarraram apertado.

Chupe. Quanto mais rápido você trabalha o seu caminho para os Nighthawks, mais rápido você pode acabar com isso. Seus irmãos estão contando com você.

Idiotas.


Capítulo Oito

Segunda-feira de manhã

TINKER


— Bem, eu diria que eu nunca estive mais envergonhada na minha vida, mas isso é uma grande mentira. Por que eu faço coisas estúpidas perto de homens? — Eu gemia para Carrie, o telefone preso entre a orelha e o ombro. Onde diabos estavam as minhas chaves? Escavei na bolsa, procurando. Então, meus dedos encontraram uma ponta de metal duro. Graças a Deus. Um segundo depois, a porta da loja estava desbloqueada e aberta.

— Todos nós fazemos coisas estúpidas, mas este é um nível totalmente novo — Carrie respondeu brusca como sempre. — Que diabos você estava pensando?

Entrei na loja, virando a placa ‘Fechado’ automaticamente.

— Meu cérebro entrou em curto, obviamente — eu respondi. — Eu sei que todos em Hallies pensam que eu sou uma vadia, mas até hoje eu nunca senti que eles estavam certos.

— Não se cobre tanto — disse Carrie. — Cooper e Tália não são exclusivos. Darren e eu fomos para Roadhouse de Jack na sexta-feira a noite e ela estava ficando com outro cara. A situação é inútil, não é como se você destruísse um casamento ou algo assim.

Inútil. Não era uma palavra que eu gostava de associar a mim, mas que se encaixa muito bem com a situação.

— Sim, eu ouvi — eu disse, suspirando. — E tanto quanto eu estou curtindo meu sofrimento, eu preciso levantar e seguir em frente. Eu tenho cerca de um milhão de chocolates para embalar para o correio e Randi ligou avisando que ela precisa da manhã de folga, então eu estou sozinha. Acho que ela teve que levar uma de suas irmãs pequenas ao médico ou algo assim.

Carrie bufou.

— Essa menina precisa dar o fora. A mãe dela a usa como cuidadora infantil barata. Ela tinha uma bolsa de estudos para Central, você sabe.

— Sim, eu sei. Mas é escolha dela.

Carrie murmurou, obviamente, louca para falar mais. Em vez disso, ela mudou de assunto.

— Quer que eu passe ai na hora do almoço? Eu sinto que nós não discutimos minuciosamente a situação Cooper, precisamos de um post-morte completo, você não acha?

— Não, nem um pouco.

— Ótimo. Eu estarei ai ao meio-dia. Você quer seu sanduíche habitual?

— Você consegue uma salada em vez disso? — Perguntei, cedendo ao inevitável. — Estou me sentindo um pouco gorda ao lado de Tália “O Galho”. Não que isso importe, mas... importa.

— Você não está gorda, idiota. Você é exuberante. Você tem uma boa figura, até Darren percebe isso.

Estremeci.

— Isso é nojento. Ele é como meu irmão.

— Não brinca. Aparentemente, ele viu você curvando-se para pegar algo no supermercado um tempo atrás e deu uma checada, essa sua bunda. Os caras a adoram. De qualquer forma, ele estava te secando e então você se levantou e ele se deu conta de quem era. Pobre criança chamou-me no estacionamento, em pânico. Não me fodeu por dois dias, só ficava resmungando sobre ser ‘impuro’.

Eu ri, colocando minha bolsa no balcão. Conversar com Carrie sempre me fez sentir melhor.

— Eu acho que eu me lembro, na verdade. Alguns meses atrás. Eu tentei acenar, mas ele passou voando por mim, sequer me olhou nos olhos. Eu acho que agora nós sabemos por que. Você percebe que eu nunca vou deixá-lo viver com isso, certo?

— Definitivamente — disse ela, suspirando feliz. — É por isso que eu lhe disse. Ele tem sido arrogante ultimamente, poderia tentar um assédio. Vai dar certo embalar os doces para o correio?

— Sim, maior envio do que o habitual — eu disse a ela. — Há algum tipo de apreciação do cliente acontecendo naquele escritório de advocacia. Eles pediram uma tonelada de caixas de presente individuais. Não sei os detalhes, não importa. Só sei que eles pagam adiantado em dinheiro.

— Bem, isso é bom, eu acho — disse ela. — Eles tentam bajular até Brandon? Aposto que ele não contou às pessoas sobre o divórcio. Ele quer que você o faça, será bom para sua campanha.

— Ha! — Eu disse, rindo. — Ele mudaria sua opinião se ele soubesse sobre a fita de sexo... Falando nisso, eu disse a Cooper sobre isso.

— O quê? — Ela perguntou, obviamente atordoada.

— Eu disse a Cooper — eu repeti. — Ele é um bom ouvinte e simplesmente escapou. Ele provavelmente iria ouvir sobre isso mais cedo ou mais tarde, de qualquer maneira. Segura essa - ele parecia pensar que era meio engraçado.

— Bem, é meio engraçado — ela admitiu. — Quero dizer, se não fosse uma bomba-relógio pendurada sobre você, eu estaria te comendo viva com isso todos os dias. Eu só espero que isso nunca vire viral. Você não precisa desse tipo de dor de cabeça.

Eu entrei na cozinha, colocando minha bolsa em um dos balcões.

— Você sabe, foi meio libertador falar sobre isso — eu admiti. — É uma merda, mas não acabou com minha vida. Foi bom, sentir como se eu não tivesse algo a esconder.

— Tinker, você não tem nada para se envergonhar — disse ela. — Você teve relações sexuais consentida com um adulto em seu quarto de hotel. O idiota nesta situação é Heather Brinks, que ela apodreça no inferno. Ou talvez no banheiro do Walmart. Isso seria um bom castigo, também.

— Você está certa, embora nem sempre me sinta assim — eu disse, suspirando. — Às vezes me pergunto se eu nunca vou me sentir normal novamente. Como eu, em vez de ficar triste...

— Eu gostaria de ter uma resposta — Carrie respondeu, com a voz grave. — Algum dia haverá um novo normal.

— Tem que haver — eu respondi, em seguida, me dei uma sacudida mental. — Hey, eu preciso ir, eu tenho esses pedidos especiais para preencher.

— Você tem certeza que não vai explodir contra você, deixando os advogados supor que você e Brandon estão juntos?

— Bem, nós ainda estamos casados legalmente e temos uma casa e outras coisas — eu disse razoavelmente. — Ele é o único a discutir e protelar. Se ele vai brincar jogos de merda, então por que não aproveitar a favor da minha empresa?

— Agora, isso é o que eu gosto de ouvir — disse Carrie, parecendo satisfeita. — Trabalhe. Vejo você em algumas horas. Amor e beijos.

— Amor e beijos.


• • •


Duas horas mais tarde, eu tinha empacotado quase metade dos caramelos de abóbora para a minha entrega semanal. Randi não voltou do seu compromisso, no entanto, não era ideal, mas também não era o fim do mundo. Eu poderia embalar e cuidar da loja ao mesmo tempo. Não era como se uma tonelada de pessoas viessem aqui de qualquer maneira, e se fosse aparecer alguém na segunda-feira seria local. Eu realmente devia fechar esse lugar... Por volta das onze tinha entrado na área e quase perdi o tilintar do sino na frente quando alguém entrou.

— Eu estou aqui atrás, apareço em um minuto! — Gritei, ajoelhando-me para pegar uma nova pilha de caixas de papelão no compartimento abaixo do balcão. Passos ecoaram pela madeira riscada do chão, em seguida, senti a presença de alguém atrás de mim na pequena cozinha. Levantei-me, o sorriso firme no lugar, em seguida, congelei.

Oh merda.

Tália Jackson ficou olhando através da porta.

Culpa e vergonha corriam através de mim, aquecendo minhas bochechas.

Diga algo! Minha consciência assobiou. Mas o que? Desculpe, eu fiquei com seu namorado na noite passada, mas ele me beijou primeiro, talvez você deva tomar satisfação com ele? Sim, isso seria ótimo.

A namorada de Cooper me deu um sorriso superassustador, mãos atrás das costas quando ela levantou a cabeça quase animadamente.

— Uau, isso é um monte de chocolate, — ela disse, apontando para a pilha de bandejas no meu balcão de trabalho. Cada bandeja de metal com uma centena de balas, e havia seis delas. Eu balancei a cabeça com cuidado, em alerta total. — O que está fazendo?

— Embalando-os para venda, — eu disse, querendo saber qual o jogo dela. — Meu entregador vai estar aqui esta tarde, ele os leva a Seattle e os entrega a todos os meus clientes.

— E você faz todos sozinha? — Ela perguntou, movendo-se em direção a mim. Seus olhos endureceram. — Muito trabalho. Seria uma pena se algo acontecesse com eles.

Ah Merda.

Ela deu um passo para frente, rosto obscuro. Eu recuei, batendo na pia de aço inoxidável. Tália deu mais um passo, parando junto à torre de tabuleiros. Então ela muito lentamente tirou a mão de trás das costas e levantou uma faca longa e afiada, apontando-a de forma acusadora. Era uma daquelas grandes facas de sobrevivência, do tipo que é praticamente um facão.

— Você e eu precisamos conversar — disse ela docemente.

Meu coração começou a martelar, os olhos correndo, tentando encontrar alguma maneira de me defender. Esta menina era comprovadamente insana ou quase, mas isso não importava. Minha mão esbarrou em uma chapa de metal de cozinha suja na pia. Se ela se lançasse para mim, talvez eu pudesse usá-la como um escudo, porque, aparentemente, minha vida estava se transformando em um filme de Quentin Tarantino. O cenário estava perfeito, apenas nós duas aqui atrás, e eu sabia que estas paredes de tijolos antigos eram grossas.

Ninguém vai ouvi-la gritar.

— O que você quer falar? — Perguntei, tentando parecer calma, embora eu ouvisse o tremor em minha voz.

— Você quer foder meu homem — disse Tália, sacudindo a faca como se eu fosse uma criança travessa. — Eu vi como você o olha. Eu realmente não me importei no início, você é uma bruxa velha e seca e ele não está interessado, então porque me preocupar? Mas você passou por cima de uma linha na noite passada e agora você tem que pagar.

— Sinto muito — eu sussurrei, engolindo. Havia algo em seus olhos, eles eram intensos. Muito intensos e brilhantes. Não só isso, suas pupilas estavam realmente estreitas. Deus, ela estava drogada?

— Oh, você vai se arrepender — disse ela, casualmente cutucando um dos chocolates com a faca. Eu me atrapalhei com a bandeja suja atrás de mim, envolvendo a minha mão ao redor da borda. Se ela atacasse, eu teria uma chance de me defender, eu não podia dar ao luxo de foder isso.

— Estes são muito bonitos — ela continuou, apontando para os chocolates. — E eu tenho certeza que eles são bons. Caso contrário, sua bunda não seria tão gorda. Não é de admirar que você não tenha um homem.

Ela levantou a faca de novo, então avançou para mim. Eu coloquei a bandeja na frente do meu corpo, machucando minha mão no processo. Isso foi uma coisa boa, a dor melhorou meu foco. A faca não me atingiu, no entanto, porque ela me fez de idiota. Tália riu, levantando uma sobrancelha.

— Você acha que isso vai me parar? Agora escute, vadia, porque eu tenho algumas regras para você. A primeira, você nunca mais vai pisar no apartamento dele de novo — disse ela. Senti uma onda de alívio, porque isso significava que ela não estava planejando me matar, pelo menos ainda não. — Eu sei que ele trabalha para você no edifício. A partir de agora, sua única comunicação com ele será na forma de post-it e mensagens de texto, entendido? Nós vamos dar-lhe uma ou duas semanas, e então você vai demiti-lo e chutar seu traseiro. É melhor pensar em alguma desculpa, porque se você contar a ele sobre mim, eu volto aqui e corto sua garganta. É uma promessa. Então eu vou chamar o meu irmão e ele vai fazer o seu corpo desaparecer em algum lugar impossível de encontrar. Esta é a sua única advertência. Entendeu, cadela?

Eu balancei a cabeça rapidamente.

— Estou saindo agora — disse ela. — Mas lembre, se falar com ele eu vou cortá-la. Vá ao apartamento dele e eu vou cortá-la. Na verdade, se você piscar na direção dele, eu vou cortar o seu coração e comê-lo.

Ela me deu um último sorriso doce, em seguida, lenta e deliberadamente, empurrou as pilhas de bandejas. Minha respiração ficou presa quando uma semana do trabalho, quase seiscentos chocolates artesanais, caíram, espalhando-se pelo chão. Então Tália se virou e caminhou para fora da loja, os sinos na porta de carrilhão produzindo um toque amigável. Fiquei ali, atordoada, náuseas agitando meu estômago em silêncio.

Puta merda. Coisas como esta não acontecem com pessoas reais, não no meu mundo.

Cruzando os braços sobre o peito, eu me segurei apertado, escorregando para o chão quando todo o meu corpo começou a tremer. Por que eu não tinha feito algo para me defender? Eu não era uma pessoa fraca. Eu tinha começado a caçar com o meu pai quando eu tinha seis anos, levei meu primeiro cervo quando eu tinha dez anos. Eu tinha usado uma faca como a dela para matá-lo. Eu deveria ter visto isso chegando, me protegido.

Mas este devia ser meu lugar seguro.

A loja da mamãe era onde eu vinha depois da escola para abraços e biscoitos frescos. Ela me daria chá de hortelã, enquanto eu respondia minhas atividades em uma das mesas, até meu pai vir nos pegar e nos levar para casa. Coisas ruins não deveriam acontecer aqui.

Talvez Brandon estivesse certo.

Talvez eu deva ir para Seattle, onde as pessoas não eram loucas e eu tinha uma cozinha real em vez deste pequeno e apertado espaço. Nenhum dos chocolates seria aproveitado, não depois de bater no chão. Eu teria que ligar para os meus clientes, avisando que houve um atraso. Eu sempre tinha sido confiável, assim eu não perderia negócios em longo prazo. Senti uma onda de raiva profunda e decidi me concentrar nela. A raiva era forte, e eu poderia usar um pouco dessa força agora, porque sério... que puta merda!

Forçando-me, eu respirei fundo considerado minhas opções. Eu poderia chamar a polícia, é claro, é o que pessoas fazem em Seattle. Mas esta era Hallies Falls, onde os Raiders Nighthawk fazem suas próprias regras e os policiais olham para o outro lado. Todo mundo brincou dizendo que eles estavam na folha de pagamento do clube, mas não era o tipo engraçado de piada.

Todos nós sabíamos que era verdade.

E não era como se eu tivesse alguma evidência de que Tália tinha me ameaçado. Claro, havia o chocolate por todo o chão, mas só provava que eu era desajeitada. No máximo eu conseguiria uma ordem de restrição, e todos nós sabemos o quão tal papel faria em uma briga de faca.

Carrie. Eu chamaria Carrie.

Alcancei minha bolsa, eu procurei por o meu telefone. Meus dedos pousaram na pequena lata de spray de pimenta que ficava lá para autodefesa. Um sorriso amargo torceu meu rosto. Papai sempre tinha rido dela, me dizendo que eu teria a mesma probabilidade de me pulverizar como o atacante, mas ele estava errado, eu nunca tinha tido a oportunidade de usá-lo. Encontrado o telefone, eu disquei o número de Carrie.

— O que foi? — Ela perguntou brilhantemente.

— Pensei que você poderia almoçar mais cedo? — Eu perguntei, minha voz tremendo. — Algo aconteceu, e eu gostaria de companhia.

— Você está bem? Você não parece bem. O que está acontecendo?

— Eu estou bem — eu disse, apertando meus olhos por um minuto. Você não vai chorar. Sem lágrimas no chocolate gourmet. — Basta vir o mais cedo que puder, ok?


• • •


— Eu vou matá-la — Carrie se irritou. Eu fechei a loja durante o dia, colocando o sinal “Fechado” antes de voltar para a cozinha e esperar. Eu não queria estar na loja principal, onde as pessoas pudessem me ver, então, em vez disso, coloquei um pouco de água para o chá e comecei a limpar a bagunça gigante que a idiota da Tália tinha deixado para trás. O dano foi muito ruim, não foi só o doce nas bandejas, mas a maioria das caixas que eu já havia embalado tinha derramado pelo chão também.

Quando Carrie chegou, precisei de toda a minha força de vontade para caminhar pela loja principal e abrir a porta.

— Eu só quero manter tudo quieto, — eu disse a ela, puxando um banquinho até a mesa de trabalho.

— De jeito nenhum.

— Ouça-me — eu insisti, levantando a mão. — Tália Jackson é louca e ela me odeia. O que você acha que vai acontecer se nós chamarmos a polícia? Eles vão fazer um relatório e talvez me dar uma ordem de restrição temporária, que vai valer merda quando ela decidir me matar no meu sono. Oh, assumindo que eles não estão na folha de pagamento do irmão dela. Você sabe como as coisas funcionam por aqui.

Carrie mordeu o lábio, e eu pude ver que ela queria discutir comigo, mas eu estava certa e nós duas sabíamos disso. Os Raiders Nighthawk dominavam a cidade. Eu não tinha certeza se queria ser o teste para quão longe a influência deles tinha alcançado.

— Então nós vamos dizer ao Darren — disse ela, finalmente, determinado. — Ele vai protegê-la.

Eu balancei minha cabeça. — Péssima ideia. Ele vai ser o Homem de Ferro na bunda dela, e, em seguida, seu irmão e aqueles motoqueiros virão atrás dele e de repente você vai ser viúva e seus filhos vão ficar órfãos e...

Minha respiração ficou presa quando senti lágrimas surgindo. Não. Sem chorar, eu me lembrei.

— Calma — Carrie disse rapidamente. — Você levanta um bom ponto sobre Darren, não devemos dizer a ele, porque ele vai perder a sua cabeça e eu não posso me dar ao luxo de tê-lo assassinado até as meninas terminarem a faculdade. Mas onde isso nos deixa em termos de opções?

— Eu vou fazer o que ela diz — eu disse sem rodeios. — Não porque os seus atos são corretos. Não foram. E não porque eu estou com medo dela, embora eu totalmente esteja. Eu estou fazendo isso porque ela tem razão, Carrie. O que aconteceu ontem à noite entre mim e Cooper estava errado e uma grande falha.

— Eu sei — disse ela com firmeza. — Mas ele começou, não você.

— E eu poderia ter terminado se eu quisesse — eu respondi, encontrando seus olhos. — Mas eu não o fiz. Naquele momento eu não me importava com ninguém além de mim. Agi como Brandon, e eu sou melhor do que isso.

— Você não agiu como Brandon, — ela disse, com voz firme. — Você pode se arrepender da noite passada o quanto quiser, e eu definitivamente acho que foi um erro... Mas você tem um longo caminho a percorrer antes de estar no nível de Brandon. Pare de se julgar e foque em como vamos consertar as coisas.

— Talvez eu deva voltar para Seattle — eu disse calmamente.

— Não.

— Não de volta com Brandon, — eu insisti. — Mas esta cidade... Sempre amei este lugar, Carrie, mas eu nunca me vi em Hallies Falls. Você sabe disso. A única razão pela qual estou aqui é o meu pai.

— Ok, acalme-se — disse ela. — Você está pirando, o que é justo. Tália é assustadora como o inferno. Mas você não pode simplesmente levantar e se mudar para Seattle porque uma cadela louca jogou uma birra.

— A cadela louca com uma faca.

— Sim, essa parte é preocupante — admitiu ela, e eu bufei. — Nossa, é difícil pensar. E falar de má sorte, tê-la aparecendo assim. Quero dizer, você foi uma santa desde...

— Nós concordamos em não falar sobre isso novamente — eu lembrei, levantando a mão.

Ela assentiu com a cabeça, em seguida, levantou uma sobrancelha para mim.

— Ainda não posso acreditar que você ficou com Jamie Braeburn. Eu estava tão orgulhosa de você, querida! Nada como transar para ajudar a esquecer um homem. E Brandon ...

— Pare — eu disse, corando. — Nós não estamos remoendo isso, e acho que devemos colocar a discussão sobre Cooper em espera, também.

— Eu concordo. Mas às vezes eu me pergunto... Por que todos os caras quentes são loucos?

— Darren é quente.

— Eu desisto do caso. Você ainda quer sua salada depois de tudo isso?

— Talvez eu vá colocá-la na geladeira para mais tarde. Meu estômago ainda está enjoado da adrenalina. Eu preciso limpar aqui, e então começar a fazer mais caramelos. As entregas atrasaram, obviamente, mas eu devo ser capaz de substituir a maior parte até quarta-feira de manhã, se eu me dedicar o tempo suficiente. Vou levá-lo para Seattle essa noite, em seguida, começar as minhas entregas da quinta-feira. Se tudo correr bem, posso voltar e trabalhar no fim de semana para adiantar o produto da próxima semana.

— Você vai se matar fazendo tudo isso, especialmente desde que é tudo à mão — Carrie disse a sério. — Não é realista, é hora de ter uma cozinha real. Darren pode ajudá-la com a remodelação do porão em sua casa. Você precisa ser sustentável, e isso não acontecerá se você comandar uma loja de chá e a mão mergulhada em cada um desses caramelos.

Olhei para ela, desejando que ela não estivesse certa. Eu tinha conseguido manter tudo junto até agora, mas minhas costas e ombros doíam a cada noite de tanto me inclinar e afundar. Minha máquina poderia fazer tudo isso em uma ou duas horas, fácil. Estava tudo pronto e esperando por mim, no porão, em Seattle. A cozinha da loja de chá não era grande o suficiente para isso.

— Talvez eu deva mudar papai para Seattle — Eu disse suavemente. — Conseguir um gerente de propriedade para a construção e acabar com isso. Eu nunca planejei ficar em Hallies por tanto tempo.

Carrie chegou do outro lado da mesa, apertando a minha mão.

— Eu sei que as coisas não são perfeitas aqui — ela disse suavemente. — E eu sou preconceituosa, porque eu quero que você fique na cidade. Mas antes de tomar uma decisão como essa, realmente pense no seu pai. Todos nós vemos que ele está enfraquecendo. Ninguém sabe quanto tempo ele vai durar, mas uma coisa que sabemos, é que ele está na casa onde se sente seguro e o certo para ele. Ele está confortável, ele está feliz, e ele tem sua rotina. Ele nem sempre lembra que sua mãe se foi, mas ele se lembra de onde ele está. Ele sabe onde encontrar uma bebida, ele sabe como andar pelo bairro. Se você tirar isso dele, ele vai perder qualquer qualidade de vida que tem.

Suas palavras atingiram-me como um soco no estômago.

— Estou com medo — eu admiti suavemente. Carrie assentiu, o rosto determinado.

— Eu sei — disse ela. — Mas nós vamos protegê-la. Primeira coisa, você vai fechar essa loja para o bem, para que possa trabalhar em paz, sem se preocupar com a louca aprontando com você novamente.

Eu abri minha boca para protestar, mas Carrie levantou a mão, me cortando. — Sua mãe amou este lugar, mas não é um negócio funcional. Ela nunca teria esperado que você o mantivesse aberto e você sabe disso.

Ela estava certa.

— Então, isso resolve quanto à loja, — disse ela. — Agora temos de lidar com a crise de doces. Se você vai tentar refazer todo o trabalhado perdido aqui, ou você vai para Seattle para que possa usar o equipamento pesado? Eu odeio até mesmo sugerir isso, mas eu sei que você vai fazer mais lá em sua cozinha grande. Claro, você também vai ter que limpar tudo primeiro e verificar se está funcionando direito. Não só isso, você vai ter que lidar com Brandon. Não que eu me importe se é inconveniente para ele. O filho da puta vem arrastando os pés no divórcio e venda da casa, para que ele possa bajular e compartilhar com vocês por alguns dias. A verdadeira questão é se você consegue tolerá-lo tempo suficiente para ter o trabalho feito.

Eu considerei a sua sugestão, pesando os prós e contras tão desapaixonadamente que pude.

— Eu deveria ir para Seattle — eu finalmente concluo. — Com o equipamento posso substituir o doce perdido duas vezes mais rápido. Dá algum tempo para a situação com Tália esfriar, também. Vou ter que fazer alguma coisa com o pai, no entanto.

— Leve-o com você.

— O que aconteceu com mantê-lo na casa que ele ama?

Carrie revirou os olhos.

— Você não deveria ficar lá, idiota. Você vai, você recupera o atraso em seu trabalho, e depois você volta. Traga Randi, também, eu aposto que ela adoraria sair de casa, e ela pode fazer toda a embalagem. Ela também pode ajudar a manter um olho no seu pai.

— E o prédio?

— Darren vai lidar com isso — disse ela. — Vai ser bom ficar longe de toda a situação Cooper/Tália. Ele pode ser quente como o inferno, mas, tanto quanto eu estou preocupada, o homem é escória da lagoa. Ele tem uma namorada e ele está dando em cima de você, o que significa que ele é merda de cachorro no meu livro. Eu não ligo para quais são as regras do seu relacionamento, ele não tinha nada que arrastá-la para sua bagunça.

— Ele não é assim — eu insisti. Ela levantou as sobrancelhas. — Ok, o que ele fez foi uma merda. Mas eu não deveria ter ido ao seu apartamento, também. Eu sou adulta o suficiente para arcar com meus próprios erros, Carrie. Não é como se a relação com Tália fosse segredo.

Ela encolheu os ombros.

— Vamos concordar em discordar. Agora, o que precisa acontecer para mandar sua bunda para Seattle?

Olhando ao redor, eu fiz uma careta para a cozinha. A limpeza levaria horas.

— Não, eu vou cuidar da bagunça aqui — disse ela, aparentemente lendo minha mente. — Você simplesmente pega suas coisas e embala algumas roupas.

Suspirei. — Eu preciso ligar para Brandon.

— Ligue e deixe uma mensagem com seu advogado. Trate-o como ele tratou você, e se é inconveniente, é apenas uma geada.

O olhar em seu rosto era tão alegre que eu tinha que sorrir.

— Diga-me como você se sente realmente.

— Só respeitando a cláusula de não-besteira da nossa amizade, Tink.

— Eu sei — eu disse. — Isso é o que eu amo em você. Bem, isso e a maneira como você está sempre me trazendo comida e bebida.

— Prioridades, querida. É tudo sobre as prioridades.

— Ah merda — eu murmurei, percebendo que eu tinha outro problema.

— O que?

— Não tem como eu levar tudo no conversível — eu disse, gemendo. — O que eu estava pensando quando negociei minha van em um Mustang?

Carrie começou a rir, e eu olhei para ela.

— Se eu ouvir as palavras — crise de meia idade — eu vou estrangular você.

— Você estava sendo impulsiva por uma vez em sua vida, o que você merece — ela respondeu. — Agora, se você me pedir direitinho, eu vou emprestar-lhe o meu Suburban.

— Pode me emprestar o grande incrível e gigante SUV que você dirige, porque você é pequena e quer compensar-me?

— Sim. E eu vou mesmo deixar uma garrafa de vinho, apenas no caso de Brandon não manter suas mãos para si. Você pode quebrá-la no balcão e cortá-lo com ele.

— Oh, eu gosto dessa ideia. Eu gosto muito dessa ideia.


GAGE

 

— Fiz uma confusão dos diabos — eu disse a Picnic. Eu sentei no meu sofá, pés sobre a mesa de café, considerando minhas opções.

— Parece que sim.

— Você é a porra de um raio de sol, não é?

Picnic riu, e eu quase podia ver a expressão em seu rosto pelo telefone. — Eu gosto de olhar para o lado positivo.

— Então vamos discutir o próximo passo — eu disse. — Eu consegui consertar as coisas com Tália. Não foi fácil ou divertido. Nunca pensei que eu estaria dizendo isso, mas eu estou realmente cansado do sexo. Eu também estou preocupado que ela vá fazer algo louco com Tinker. A cadela estava desequilibrada.

— Você tem que manter o rumo — disse ele. — Não temos a informação que precisamos ainda.

— Quantas provas você precisa? — Perguntei, sentindo-me frustrado. — Os Raiders Nighthawk estão fodidos, é óbvio. Por que não podemos simplesmente fazer uma varredura e assumir? Eles são um clube suporte, não gosto que eles tenham quaisquer direitos sobre a situação. Nós entramos, nós limpamos a casa. Problema resolvido.

Picnic suspirou. — Você sabe que é mais complicado do que isso. Não é apenas sobre eles. Marsh está trabalhando com alguém ao norte da fronteira e nós não sabemos quem. Demos um passo agora, resolvemos metade do problema. Os parceiros deles vão encontrar algum outro idiota com quem trabalhar. Nós precisamos de mais informações para que possamos acabá-los de verdade.

— Eu preciso de Tinker segura.

Ele não disse nada por longos segundos.

— Quão importante é essa mulher para você?

— Eu não sei — admiti. — Quero dizer, eu quero foder. Não consigo parar de pensar nisso.

— Então você quer explodir uma grande operação porque você está com tesão?

Considerei a pergunta, então percebi que eu poderia muito bem colocar tudo para fora para ele.

— Não — eu disse. — Quero dizer, sim, eu quero foder. Mas é mais do que isso. Há algo sobre ela. Eu não consigo explicar isso, mas eu estou pensando muito nela. Talvez... Não sei.

— Nunca ouvi você falar assim. Me surpreende.

— Você e eu.

— OK. Continue enquanto você puder e mantenha-nos informados. Você é o único com os olhos sobre a situação. Se você precisa de backup ou alguma coisa, me avise. Nós também poderíamos extrair dela. Se você fala sério sobre ela, eu quero dizer.

Eu considerei a sugestão.

— Acho que poderia ser.

Picnic deu uma risada curta. — Isso deve ser divertido.

— Vá se foder.

— Eu prefiro foder London — disse ele. — Continue, está bem? Cuidamos de você. E lembre-se, puxá-la para fora ainda é uma opção se você acha que ela está em perigo real. Eu vou passar por cima e fazer isso sozinho. Isso vai assustar a merda fora dela, por isso não vamos puxar o gatilho a menos que não exista opção.

— Parece bom — eu disse a ele. Então eu pensei em algo. — Pic, você pode me fazer um favor?

— Possivelmente.

— Você já ouviu falar de um procurador nomeado Brandon Graham? Ele é o diretor da Divisão Criminal King County.

— Soa familiar — disse ele. — Eu posso me informar, ver se temos qualquer informações. Por quê?

— Bem, tecnicamente ele é casado com Tinker Garrett.

Picnic desatou a rir. — Você tem que estar brincando comigo. Você não pode ser simples, não é?

— Apenas me diga o que você descobrir — eu respondi, desejando que ele estivesse aqui pessoalmente para que eu pudesse mostrar meu dedo do meio. — Eu tenho que trabalhar. Certifique-se que Tinker está bem esta manhã, também. Essa vai ser uma conversa divertida.

Picnic bufou, e eu encerrei a ligação. Então eu me levantei lentamente, passando a mão pelo meu cabelo. Eu tinha bem e verdadeiramente fodido tudo, sem dúvida. Ainda assim, lembrando a sensação de sua boca sob a minha, eu não conseguia me arrepender.

Droga.

Pêssegos.


• • •


Passei a manhã trabalhando no telhado, atento a Tinker. Nós precisávamos conversar. Eu poderia ter ido a sua loja, é claro, mas seria muito parecido com uma emboscada, sem chance de tornar as coisas piores.

A Suburban cinza apareceu às duas horas da tarde, e vi de cima quando ela saltou para fora e entrou na casa. Onde estava o Mustang? Descendo, eu limpei minha roupa marrom e caminhei até a porta, tocando a campainha. Seu pai atendeu.

— Tinker está? — Perguntei.

— Sim, mas ela está ocupada — disse ele. Seus olhos estavam alertas hoje, sem confusão. — Acho que nós estamos indo para Seattle por um par de dias. Ela diz que precisa usar a cozinha cara de lá, mas eu não gosto.

Ele se inclinou para mim, sua voz baixa. — Eu acho que ela está indo para ver o marido. Eu só espero que ela não esteja pensando em voltar com o idiota. Nunca gostei dele.

Justo. Eu não gostava do filho da puta tampouco.

— Olha, eu realmente preciso falar com ela — eu disse. — É importante. Sobre o edifício. Só vai demorar alguns minutos, você pode me deixar entrar?

Ele me estudou, então acenou com a cabeça. — Veja se você consegue convencê-la a isso.

Recuando, ele abriu espaço para eu segui-lo até a sala de estar, em seguida, desapareceu na parte de trás da casa para encontrar sua filha. Estudei o lugar enquanto eu esperava. Era bonito, num estilo old fashion. Lotes de guarnição escura e mobiliário com pernas de madeira. Lâmpadas com máscaras de contas. Pisos de madeira polida. Me lembrou a loja de chá, como algo saído de um tempo diferente.

Tinker também era assim, de certa forma, com seu cabelo retrô e roupas pinup girl.

— Papai diz que há algo de errado? — Perguntou Tinker, sua voz abrupta. Olhei para cima para encontrá-la na arcada entre a sala de estar e sala de jantar, os braços cruzados sobre o peito. Seu rosto estava tenso. Você realmente estragou tudo dessa vez, imbecil.

— Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite — eu disse a ela. Tinker sacudiu a cabeça, oferecendo-me um falso sorriso.

— Não há nada para falar — disse ela. — Tanto quanto eu estou preocupada que não aconteceu. Fim da história. Se você tiver quaisquer questões sobre o edifício, envie uma mensagem.

— Seu pai diz que você está indo para fora da cidade — retruquei, caminhando em direção a ela. Ela deu um passo para trás. Não deveria se afastar de um predador, baby.

— Eu tenho uma encomenda extragrande — disse ela rapidamente. — Eu preciso usar o equipamento da minha cozinha comercial e que não cabe na loja de chá, isso é tudo. Nada demais.

Cheguei mais perto, direcionando-a para a parede. — Seu pai está preocupado que você vá voltar para o seu ex. Ele tem algo com que se preocupar?

Algo brilhou nos olhos dela, e ela se endireitou.

— Isso não é da sua conta — disse ela, com a voz mais forte. Eu gostei disso, embora eu não gostasse do jeito que ela estava desviando da minha pergunta. Eu nunca tinha sido um homem que atura tretas e esta seria uma carga que eu nunca tive.

Frustrante como o inferno.

Isso é provavelmente porque eu me inclinei para frente, farejando seu cabelo. Pêssegos, tudo bem. Previsivelmente, meu pau endureceu, e eu me perguntava se eu seria capaz de caminhar por uma seção do produto novamente sem ficar com tesão.

Seria engraçado se não fosse tão fodido.

— Você vai ver seu ex?

— Bem, ele vive na mesma casa, de modo que parece provável — disse ela bruscamente. — Não que isso seja da sua conta. Você trabalha para mim, Sr. Romero, e eu acho que devemos ir em frente e manter o profissionalismo. Se você precisar de alguma coisa, você pode enviar para mim ou Darren uma mensagem. Fora isso, não há nenhuma razão para conversarmos um com o outro.

Havia algo feio em seus olhos enquanto ela falava, uma pitada de medo ou aversão. Como se eu estivesse abaixo dela. Foda-se. Tomando o último passo, eu empurrei o meu corpo no dela, o pau duro como seu cheiro doce me cercando. Suas mãos subiram, empurrando meu peito, e eu as peguei, prendendo-as à parede em ambos os lados de sua cabeça.

— Você tem certeza em usar esse tom comigo? — Perguntei. Os lábios de Tinker se separaram, e lembrei-me de seu gosto. Doce. Suculento. Perfeito. Ela engoliu em seco e seus olhos suavizaram. Por um instante pensei que eu a tinha. Em seguida, o queixo se ergueu.

— Eu fui humilhada o suficiente hoje. Eu superei. Se você não me deixar sair daqui agora, eu vou chutar sua bunda. Você pode dizer adeus ao seu apartamento.

Eu sorri, porque se ela queria ir para lá, eu ia jogar junto.

— Isso é ilegal, querida — eu disse. — Você não conhece os direitos senhorio-inquilino? Eu tenho um contrato de arrendamento. Você não pode me expulsar sem uma ordem judicial. Você realmente tem certeza que quer explicar a um juiz sobre o nosso pequeno acordo? Eu me pergunto o que o IRS iria pensar...

— Desculpe-me? — Perguntou ela. — Você está louco, idiota, e não se trata de juízes e do IRS. Você me beijou na noite passada. Enquanto está namorando outra mulher. Isso é um movimento do caralho.

— Você me beijou de volta — eu a lembrei. — E a situação com Tália é complicada, mas acredite em mim, ela não tem uma porra para reclamar. Nada disso muda o fato de que eu sou um inquilino legal em seu prédio, mas em vez da coleta de aluguel, você me tem trabalhando para você. Você não está me pagando qualquer FICA, não é? Você realmente quer jogar a carta de despejo?

— Saia — ela sussurrou, e eu ri.

— Não até conversarmos sobre isso.

Ela torceu e o joelho dela subiu. Eu bloqueei facilmente, Tinker podia ser um inferno de uma chef, mas não era um lutador de rua. Ela rosnou, torcendo novamente, tentando reverter. Vendo como eu prendia suas mãos, tudo o que conseguiu foi trazer seus quadris em contato com o meu.

Eu respirei fundo, tentando manter o controle sobre meu pau cavando em seu estômago.

Jesus.

Esta mulher ia me matar, então por que eu quero tanto beijá-la? Beijá-la e colocá-la em cima da mesa da sala de jantar a moda antiga, talvez testá-la para ver se o artesanato tradicional poderia aguentar um bom movimento.

— Dá o fora daqui! — Ela disse, levantando a voz. Ótimo. Agora ela estava em pânico, o que eu adoraria dizer que foi um balde de água fria, mas realmente, realmente, não era. Fez-me sentir poderoso, e sim, eu sei que é fodido.

Eu nunca aleguei ser do tipo de indivíduo digno e saudável.

Eu deveria tê-la soltado, mas em vez disso eu empurrei meus quadris mais profundo em Tinker, minha respiração sibilante com sua suavidade embalou meu pau inchado. Oh merda. Minhas bolas queimando, estavam prontas para ela. Empurrando suas mãos para cima e sobre sua cabeça, peguei as duas em um das minhas mãos, liberando a outra para escovar seu cabelo.

Tinker estava imóvel, os olhos arregalados.

— Vocês motoqueiros são um bando de valentões da porra — ela sussurrou, lambendo os lábios nervosamente. Eu me inclinei para frente, pronto para assumir o que eu queria quando as palavras me pegaram.

Vocês motoqueiros.

Motoqueiros.

Plural.

Jesus. Porra. Cristo.

Minha mão apertou seu cabelo e ela gritou, empalidecendo. Merda. Eu afrouxei meus dedos ligeiramente, o suficiente para segurar sem machucá-la, em seguida, estudei seu rosto.

— Eu vou lhe fazer uma pergunta e você vai responder honestamente — eu disse. — Entendeu?

Seus olhos se estreitaram.

— Aconteceu alguma coisa para fazer você correr para Seattle?

— Sim, eu tenho um negócio — ela retrucou. — Desculpe, Cooper, mas todo o maldito mundo não gira em torno de você e seu clube de motoqueiros.

— Você está falando sobre os Raiders Nighthawk? — Perguntei com cuidado, minha raiva crescente. Foi mais do que um beijo. Tália a ameaçou? Ou enviou um dos garotos do Marsh para aterrorizar minha menina?

Eu ia estrangulá-los com minhas próprias mãos.

— Bem, nós não temos um monte de Shriners andando pela cidade em motos assustando para caralho as pessoas, então sim, eu estou falando sobre os Nighthawks — disse ela. — Eu não quero ter nada a ver com você, Cooper. N.A.D.A. Agora, deixe-me ir e dê o fora da minha casa.

Eles tinham feito alguma coisa com ela, era óbvio.

Raiva assassina encheu-me. Jesus Cristo, eu ia destruir esses filhos da puta. Minhas mãos devem ter apertado novamente, porque Tinker deu um pequeno gemido de dor. Eu a deixei ir abruptamente, dando um passo para trás antes que eu fizesse algo realmente estúpido. Ela baixou as mãos, esfregando os pulsos. Ótimo. Eu a machuquei.

— Diga-me o que aconteceu — eu disse.

Tinker olhou.

— Aqui está uma pequena história para você — ela disse depois de uma longa pausa. — Eu fui estúpida o suficiente para levar alguém ao valor nominal e contratá-lo para trabalhar para mim. Então eu fui ainda mais estúpida, porque quando ele casualmente me convidou para jantar eu disse que sim, embora eu soubesse que ele tinha como namorada uma puta cruel. Então ele me ameaçou com o IRS, porque ele é um gigante, furioso imbecil. Fim da história. Agora estou indo para Seattle para usar o meu equipamento de cozinha. Eu cometi um monte de erros no mês passado, mas eu sou esperta o suficiente para não cometer os mesmos erros duas vezes. Sai da minha casa.

— Você ouviu. Hora de ir.

Virei-me para encontrar Tom Garrett em pé na sala de jantar, apontando uma arma para nós. Inferno da porra, se ele puxa o gatilho agora, ele acerta Tinker e eu. Levantei minhas mãos, esperando que ele não tivesse perdido completamente o contato com a realidade.

— Pai, por favor, solte a arma — Pediu Tinker, com a voz trêmula.

— Esse menino precisa tratá-la com respeito — disse ele. — É uma boa coisa sua mãe não estar em casa. Ela não iria deixá-lo sair dessa fácil. Hora de você ir embora, rapaz. A deixe em paz na escola, também, se eu ouvir que você a está incomodando, eu vou te encontrar. Entendeu?

Bem, merda. Acho que eu tinha a minha resposta sobre o seu estado de espírito. Olhei para Tinker, cujo rosto estava branco.

— Eu entendo e concordo — eu disse a ele, afastando-me dela, porque se o velho realmente decidir puxar o gatilho, não há razão para nós dois morrermos. — Eu vou andar até a porta, ok?

— Pelo menos ele pode seguir as instruções — disse Tom, balançando a cabeça enquanto eu atravessei a sala, ainda de frente para ele.

— Papai, eu vou ficar ao seu lado, tudo bem? — Perguntou Tinker, com a voz trêmula. — Então eu quero que você me dê a arma.

Ela começou andar em direção a ele, esperta o suficiente para seguir pela parede, fora de sua linha de fogo. Eu continuei caminhando de costas para a porta, segurando seu olhar todo o tempo, tentando descobrir meu próximo passo. Eu não podia simplesmente sair de lá e deixar Tinker sozinha com ele.

Conhecendo a nossa sorte, ele esqueceria quem ela era e a mataria.

— Sr. Garrett, eu prometo que não vou incomodar sua filha, — eu disse cuidadosamente, tentando parecer inofensivo. Não é tão fácil quando você tem 1,82 metro e pesa mais de noventa quilos, mas eu dei o meu melhor. — Aqui está o problema... eu não estou confortável com Tinker na mesma sala que a arma. Ela parece um bocado amedrontada para mim. Vendo como eu já estou na porta, você acha que poderia abaixar a arma para que ela possa relaxar?

Tom olhou para Tinker, que quase tinha o alcançado.

— Você está preocupada, querida?

— Papai, você sabe o quanto Mamãe odeia quando você tem uma arma carregada em casa, especialmente perto de mim.

Ele balançou a cabeça lentamente, baixando a arma.

Obrigado, Jesus. Devo uma por isso.

— Eu aprecio isso, papai — disse ela, olhando para mim. Seja qual for a raiva que ela estava sentindo antes, tinha ido embora. Agora só havia tristeza. Esperei seu pai tirar o dedo do gatilho, e abaixar o cano. Tinker estendeu a mão para a arma, atirando-a sobre o braço de uma forma que me disse que esta não foi a primeira vez que ela tinha manuseado uma arma.

Ela era cheia de surpresas.

— Você pode ir agora — ela disse, parecendo exausta. Eu balancei a cabeça.

Porra de dia estranho.

 


Capítulo Nove

TINKER


Eu carregava a espingarda para o andar de cima com a culatra ainda aberta, meu pulso disparado. Eu nunca tinha visto meu pai apontar uma arma para outra pessoa antes, não em toda a minha vida. Quanto mais louco este dia ficaria? Eu queria sentar no sofá e chorar ou talvez quebrar alguma coisa. Infelizmente, eu não tinha tempo para desmoronar.

Primeira coisa, eu precisava garantir que cada arma em casa estivesse trancada.

Então eu precisava localizar Cooper antes que ele contasse a alguém o que aconteceu. Eu não tinha certeza de como lidar com o meu pai, mas eu não queria que ninguém mais entrasse, forçando decisões sobre nós. Este era um negócio de família e eu estaria ferrada se alimentasse as fofocas da cidade com mais munição.

E se as acusações de Cooper funcionassem contra ele?

Talvez eu pudesse alegar legítima defesa ou algo assim. Quero dizer, havia uma razão para meu pai ter pegado a espingarda, Cooper provavelmente tinha me agredido, pelo menos tecnicamente. Mas pelo tempo que meu pai puxou a arma para ele, não havia qualquer perigo. Ele já tinha me soltado, e quem sabia o que o juiz faria, especialmente após ouvir meu pai depor.

Papai era orgulhoso. Eu não poderia colocá-lo nisso.

Assim, começando pelo principio:

1) Travar as armas.

2) Fale com Cooper.

3) Pegar Randi e dirigir com ela e meu pai para Seattle.

4) De alguma forma, não ser morta por Tália quando eu voltar.

Eu poderia fazer isso, equipe Garrett para a vitória, e toda aquela boa merda.

— Papai, você pode começar a fazer a mala para Seattle? — Perguntei quando chegamos ao topo das escadas. Meu pai franziu a testa, olhando incisivamente para a arma em meus braços.

— Por que tanto cuidado? — Ele disse, balançando a cabeça. — Sua mãe vai me culpar se ela te ver com isso, Tinker Bell. Você sabe bem.

— Nós estávamos apenas guardando — eu respondi rapidamente. — Ela nos pediu para verificar se todas as armas foram trancadas enquanto ela estava fora, lembra?

Ele parecia confuso, então acenou com a cabeça.

— Parece com ela.

— Há mais na casa? Talvez no seu quarto?

— Sim, eu tenho uma na mesa de cabeceira — disse ele. — Eu vou buscá-la.

— Eu vou com você.

Vinte minutos mais tarde todas as armas foram contabilizadas. Não que a gente tinha uma tonelada delas, mas na maioria da minha vida meu pai tinha caçado, obtendo a maior parte da nossa carne, na verdade, então ele tinha vários rifles de caça, além da espingarda, para não mencionar a pistola ao lado de sua cama. Estavam todas seguras e protegidas no gabinete do meu avô agora, usando uma trava de moto velha. Eu ia colocar a única chave em uma corda em volta do meu pescoço até eu descobrir um lugar para guardar. Talvez um cofre?

Exausta e sabendo que eu ainda tinha uma tonelada para fazer antes que pudéssemos sair da cidade, eu me dirigi para baixo, parando quando vi Cooper na sala de estar. Ele estava encostado na parte de trás do sofá com os braços cruzados e um olhar determinado em seu rosto. Hã. Pelo menos ele tinha sido fácil de encontrar.

— Assim... — Eu comecei, me perguntando o que diabos eu deveria dizer.

— Então? — Ele perguntou, levantando uma sobrancelha. — É o melhor que você tem?

Infelizmente, era.

— Isso é estranho — eu disse suavemente. — Hum, nós provavelmente devemos conversar sobre o que aconteceu.

— Você acha? — Ele perguntou, empurrando o queixo em direção às escadas. — Seu pai passou de distraído a perigoso como o inferno. Este é um problema, Tinker.

— Você vai chamar a polícia? — Perguntei, sentindo-me doente. Cooper levantou uma sobrancelha.

— Eu pareço com o tipo de cara que vai correndo para a polícia? — Ele perguntou, e eu imaginei se era uma pegadinha. Quero dizer, ele tinha o olhar criminoso de motoqueiro perfeito, mas quem era eu para estereotipar? Meu pai era o único com a arma.

Meu peito apertou quando a plena realidade da situação atingiu.

Eu tinha ido para o trabalho esta manhã e minha vida foi ameaçada por uma mulher louca com uma faca, e não era a coisa mais fodida que tinha acontecido comigo até agora naquele dia. De repente eu me senti tonta.

— Respire — disse Cooper, se lançando para mim quando comecei a balançar. Ele pegou meu braço, me puxando para o sofá. Em seguida, sentou-me, e ele empurrou minha cabeça entre as minhas pernas, o que ajudou.

— Eu não posso acreditar no que acabou de acontecer — eu gemi, querendo saber se uma pessoa poderia cair aos pedaços com muito... muito o que diabos havia de errado comigo? Pesar? Estresse? Apenas demais, ponto. — É muito pior do que eu imaginava.

Sua mão esfregou minhas costas, algo que eu deveria ter desanimado, mas foi muito bom me apoiar em alguém, mesmo que por alguns minutos. Eu ainda não podia acreditar no que aconteceu. Desde quando meu pai apontava armas para as pessoas?

— O que o médico disse? — Perguntou Cooper, sua voz era rouca e baixa, eu senti todo o caminho até minha espinha. Merda, eu precisava me endireitar e me afastar dele agora, antes que eu fizesse algo estúpido, como me recostar e deixá-lo ter algum deste peso sem fim por um tempo.

Sim, porque ter um homem corrige tudo, certo? Meu cérebro interrompeu. Como isso funcionou para você e Brandon?

Aparentemente eu não era tão boa em aprender com meus erros, porque eu fiquei ali e o respondi.

— Ele não foi ao médico, pelo menos não desde que a mamãe morreu — eu admiti.

— Por que não?

— Porque ele é um bastardo velho teimoso — eu disse, forçando-me a sentar e olhar Cooper no olho. — Porque ele realmente não parece tão ruim, e cada vez que conversamos sobre isso, ele me afasta, e acho que eu estava em negação. Esta é uma grande coisa, não é?

— Sim — disse ele, com o rosto cheio de piedade. Caramba isto, eu não queria a porra de sua pena. Eu o queria.

Hum. Não. Nós não estamos indo por aí.

— Eu tenho procuração médica — eu disse. — Quero dizer, como um backup. Eu tenho um para cada um deles quando eles fizeram seus exames alguns anos atrás. Eu sempre soube que eu teria que forçá-lo se ele precisasse de ajuda, esse é o tipo de cara que ele é, mas eu acho que eu só ficava recuando com medo.

— Hey — disse Cooper. — É assim mesmo, tudo bem? Ele cuidou de você por anos, agora você cuida dele. É assim que funciona. Nem sempre é fácil, mas você pode fazê-lo. Você começa com uma consulta médica. Provavelmente não ele deve ser deixado sozinho, também.

— Porra — eu disse. — Porra, PORRA! E agora eu estou indo para Seattle. Pelo menos Randi está vindo com a gente. Talvez seja o melhor, o médico da família daqui é mais velho do que o meu pai. Eu acho que a única razão pela qual ele ainda tem um escritório é que não há ninguém para substituí-lo. Vou começar dar alguns telefonemas.

— Hey, — ele disse. — Venha aqui.

Cooper abriu os braços, e eu considerei por um minuto. Eu sei exatamente o que eu devo fazer, ficar longe dele e sua namorada assassina e qualquer outra bagagem que ele possa ter escondido em seu apartamento ilegalmente alugado. Mas eu estava cansada. Realmente cansada. Em vez disso eu me peguei inclinada para frente e recostando contra ele. Foi quando notei minhas bochechas molhadas, eu comecei a chorar, mesmo sem perceber.

Em seguida, Cooper me puxou para o seu colo e as lágrimas fluíram.

Chorei por meu pai e minha mãe e meu bebê e o fato de que as coisas nunca, nunca vão ser do jeito que deveriam ter sido. Chorei porque uma garota louca me ameaçou com uma faca e por toda a cidade maldita pensar que eu era uma prostituta. Finalmente, eu chorei porque o primeiro cara que eu gostava em anos é provavelmente um criminoso, definitivamente um idiota, exceto no momento em que ele estava sendo muito, muito doce. Havia algo tão condenadamente injusto sobre toda a situação.

Depois do que pareceu uma eternidade, as lágrimas secaram, e eu me encontrava encostada em seu ombro, imaginando como eu iria cuidar de tudo e ainda manter o meu negócio funcionando. Eu tive um colapso já, que foi o suficiente. Só porque era demais para uma pessoa lidar, não mudava uma coisa maldita, então eu encontraria um jeito.

Eu sempre fiz, porque Garretts são difíceis.

Meu pai me ensinou isso, quando ele tinha sido o único a cuidar de mim. Agora era a minha vez, assim como Cooper disse. Ele correu os dedos por meu cabelo suavemente, e eu aproveitei, me sentindo melhor. Nada como um bom choro, eu acho.

— Isso significa que nós podemos ter uma trégua? — Ele perguntou, o peito retumbando contra a minha bochecha.

— Claro — eu disse, porque uma vez que seu pai aponta uma arma para um cara, fica mais difícil justificar um rancor.

— Apenas me diga isso, você está realmente indo para Seattle porque você precisa usar o seu equipamento de cozinha, ou você está correndo com medo de alguma coisa? Porque eu posso protegê-la, babe. Eu prometo.

O rosto de Tália surgiu na minha cabeça. Principalmente a expressão estranha que ela tinha usado quando ela apontou a faca grande para mim. Ela quis dizer cada palavra falada, isso eu acreditava.

Cooper era seu homem.

Não importava quão doce ele estava sendo agora, eu percebi, porque ele tinha sua lealdade dividida, no final do dia, um homem vai para o lado da mulher chupando seu pau. Isso é realidade.

— Eu preciso do equipamento — eu disse, lembrando-me de que não era uma mentira. Eu realmente fiz, vendo como sua puta namorada arruinou uma semana de trabalho em um acesso de raiva. — Não só isso, eu preciso falar com Brandon e encontrar algum tipo de especialista para consultar o meu pai.

Cooper endureceu.

— Brandon? — Ele perguntou lentamente. — Quer dizer, você precisa falar com ele sobre a finalização do divórcio.

— Tinker, eu terminei o banho — disse meu pai atrás de nós, e eu levantei do colo de Cooper abruptamente, sentindo-me estranhamente culpada. — Fora isso, eu estou pronto para ir. Ei, Cooper. Bom te ver.

Uau. Ele não tinha nenhuma memória de ameaçar Cooper.

Nenhuma.

Droga.

— Nós estávamos apenas passando um pouco do material para a construção antes de sair em sua viagem — disse Cooper. Papai sorriu.

— Estou velho, não estúpido — ele respondeu, rindo. Uma faca torceu meu intestino, porque o pai era o mais forte. Ele tinha cuidado de tudo, e sempre que algo estava realmente errado, ele consertava.

Que. Merda.

— Acho que você nos pegou — Cooper respondeu de ânimo alegre. — Eu estava apenas conversando, apesar de tudo. Tinker, você precisar de ajuda para carregar alguma coisa?

— Não, nós estamos bem — eu disse a ele. — Você pode me enviar uma mensagem se alguma coisa vir à tona. Pai, nós precisamos pegar Randi, assim que guardarmos seu material no Suburban de Carrie, tudo bem? Ela me deixou pegar emprestado.

— Claro que sim, baby — ele disse, sorrindo para mim com carinho. — Vai ser divertido, ter uma viagem juntos. Assim como quando você era uma garotinha. Eu sei que você vai estar ocupada com o trabalho, mas talvez possamos ir até o Space Needle enquanto estamos lá.

— Isso seria ótimo, pai — eu disse, suspirando. — Eu te amo. Espero que você saiba o quanto.

Ele me deu um olhar engraçado. — Também te amo, querida. Para sempre e sempre.

 

GAGE


Acho que eu não era o único com uma vida complicada. Eu tinha começado a trabalhar no telhado de novo, mas a minha mente estava disparada. A situação com o pai de Tinker não era boa, mas havia definitivamente algo mais acontecendo aqui.

Tália. Deve ser.

Eu pensei em chamar Picnic para discutir minhas opções, mas decidi que precisava de mais informações em primeiro lugar.

Tinker e seu pai saíram as quatro naquela tarde. Marsh me mandou uma mensagem as cinco, perguntando se eu iria encontrá-lo no clube Nighthawks naquela noite. Aparentemente, ele tinha — negócios — para discutir, o que era um bom sinal. Quanto mais cedo tivermos essa merda resolvida, mais rápido eu poderia acabar com essa porra de farsa com Tália.

Tomei um banho rápido, eu montei para o centro para conseguir algum jantar no Roadhouse de Jack. Pensei em pegar um hambúrguer e recolher alguma fofoca disponível antes de sair para o clube. Isso era a melhor e pior coisa sobre uma cidade como esta. Pessoas enfiando o nariz nos negócios dos vizinhos.

Eu passei pela velha biblioteca quando um Mustang vermelho cereja passou voando, indo na direção oposta. Então ouvi o guincho de pneus e o rugido de um motor enquanto eu observava o motorista fazer um U, vindo direto para mim. Que porra é essa? Ela estava tocando a buzina e piscando as luzes, obviamente tentando me parar. Eu percebi que era Carrie, a melhor amiga de Tinker. Devem ter trocado os veículos, o que explicava o SUV como condução.

Indo para o acostamento, eu desci da moto e fui até ela, perguntando o que diabos estava acontecendo. Jesus, tinha sido apenas um par de horas, dificilmente tempo suficiente para outra coisa dar errado.

Carrie abriu a porta do Mustang, marchando em direção a mim com fúria por todo o rosto. Vendo que ela era uns centímetros menor do que eu e uns 45 quilos mais leve, ela mais parecia um duende irritado do que uma verdadeira ameaça, mas a raiva em seus olhos... era definitivamente gigante.

— Você! — ela rosnou, pisando no meu espaço e enfiando o dedo em meu peito. Fiquei olhando para ela, perguntando se ela tinha a menor ideia de como fácil seria para eu quebrá-lo. — Você tem muita coragem de merda, idiota.

— Difícil de argumentar com isso — eu disse casualmente. — Mas você vai ter que explicar. O que eu fiz dessa vez?

— Sua namorada ameaçou Tinker com uma faca esta manhã — ela rosnou. — Disse que ia cortar-lhe se ela não ficar longe de você, e então destruiu o trabalho de uma semana inteira de chocolates. Agora Tinker tem que ir para Seattle e tentar compensar as encomendas antes que perca todos os seus clientes. Eu não sei qual jogo doente você está brincando com Tália Jackson, e eu não me importo. Tinker é minha amiga, e eu vou protegê-la. Estamos claros?

Jesus. Eu suspeitava que Tinker não tinha me contando toda a verdade, mas ouvi-la era outra coisa. Raiva repentina e fúria encheram-me, porque Tália tinha pisado em uma linha filha da puta e não havia volta. Algo obscuro deve ter surgido na minha expressão, o rosto de Carrie vacilou, e ela deu um passo para trás.

— Quando isso aconteceu? — Eu bati para fora. — Conte-me. Tudo isso.

Os olhos de Carrie brilharam com algo. Surpresa, talvez? Ela pensou que eu ia defender Tália. Foda-se essa merda, isso acabou, e terminou hoje.

— Tinker estava sozinha na loja esta manhã — disse ela. — Embalando a remessa para a sua entrega de Seattle. Tália apareceu e a encurralou na cozinha. Ameaçando com uma faca grande do caralho e destruiu quase todo o produto. Agora ela tem encomendas que ela não consegue lidar, o que significa que ela vai trabalhar dia e noite tentando recuperar o atraso. Para conseguir isso ela precisa de sua cozinha em Seattle. Isso significa ficar na mesma casa com o idiota do ex, que provavelmente vai tentar convencê-la a voltar para ele. Eu perdi minha melhor amiga para aquele bastardo uma vez, mas eu não vou perdê-la novamente. Eu não sei o que aconteceu ontem à noite e eu não dou a mínima. Isso é culpa sua e você vai corrigi-lo. Claro?

Oh, ela era clara. Tão clara que a porra da minha visão estreitou em um túnel vermelho de raiva.

Carrie deu um passo atrás, o medo cintilando em seu rosto. Em seguida, endureceu com nova resolução, e eu sabia que não importava o quanto eu poderia assustá-la, ela não iria ficar parada e assistir enquanto sua melhor amiga se machucava.

A amiga de Tinker era uma das boas.

— Onde está o seu homem? — Perguntei. Ela olhou para longe, desviando o meu olhar.

— Ele não é parte disso.

— Sério? Porque pelo que eu vi na outra noite, ele não é o tipo que deixa a sua mulher fazer este tipo de trabalho. Você não disse a ele, não é?

Ela olhou para mim, sacudindo a cabeça.

— Darren é um homem de verdade — disse ela, a implicação de que eu não era um bastante clara. Não é o tipo de merda que eu normalmente aceito, mas sob tais circunstâncias que eu não poderia exatamente discutir com ela, eu banquei o idiota e fodi tudo. O fato de que eu tinha feito tudo pelo clube não alterou a realidade que eu tinha machucado uma mulher inocente.

Uma mulher que eu gostava um pouco demais.

— Então, você está com medo de contar a ele — concluí. — Com medo que ele virá atrás de mim com uma espingarda.

Acontecendo muito nesta cidade.

Carrie segurou o meu olhar de forma constante, recusando-se a responder. Se eu não estivesse tão irritado, eu teria sorrido, Darren era o meu tipo de cara. Necessário para manter um olho em sua esposa, apesar de tudo. Carrie pode ser um fogo de artifício, mas me enfrentar sozinha tinha sido estúpido como o inferno.

Quase tão estúpido quanto Tinker recusando a contar-me o que aconteceu com Tália.

— Da próxima vez, diga ao seu homem a verdade.

— Eu luto minhas próprias lutas.

— Luta usando as armas que você tem. Você é sortuda. Darren é forte, por isso não tenha medo de pedir-lhe ajuda. Quando se trata de confronto físico, você e eu não somos iguais, e você não tinha nada que me encontrar sozinha. Mas neste caso, acontece que eu concordo com você. A Tinker não merece isso. Vou fazê-la parar.

Ela assentiu com a cabeça uma vez, virando-se e seguindo para o Mustang. Em seguida, ela parou e olhou para mim.

— Você é fisicamente mais forte do que eu — ela reconheceu, seus olhos duros. — E você é amigo de um bando de bandidos. Não tenho dúvidas de que poderia prejudicar meu marido. Talvez até mesmo matá-lo... mas há algo que você pode querer manter em mente. Quando uma moto bate em um SUV, o SUV sempre vence. Eu conduzo um suburban, e acidentes acontecem. Trágicos acidentes de trânsito aleatórios. Não pense que eu vou hesitar em acabar com você como um cão raivoso se sua namorada machucar Tinker.

Com isso, ela voltou para o carro vermelho brilhante e bateu a porta, afastando-se com um rangido de seus pneus. Fiquei olhando para ela por alguns minutos, em seguida, tirei meu telefone e liguei para o meu presidente.

— Ei, Pic. As coisas estão desenrolando rápido — eu disse, desejando ter algo para bater.

— O que você fodeu agora? — Perguntou.

— Obrigado pelo voto de apoio — Eu bati. — Trabalhe comigo, Picnic.

— Ok, fale e vamos encontrar uma solução.

— Pensei ter sido direto com Tália noite passada, mas ela foi atrás de Tinker esta manhã — eu disse a ele. — Agora Tinker está morrendo de medo e partiu para Seattle com seu pai por uma semana. Ah, e falando de seu pai, ele puxou uma espingarda para mim esta tarde, e foi divertido.

Silêncio.

— Você pode explicar de novo?

— O pai de Tinker está perdendo a mente. Tipo, literalmente. Ele me viu discutindo com ela e apontou uma arma para nós, confuso como o inferno. Foi um momento especial.

— Por que você estava discutindo com ela? — Perguntou. — Achei que tínhamos decido assistir e esperar.

— Porque ela vai ver o marido em Seattle. Você vai descobrir alguma coisa sobre ele?

— Você não deixa pela metade, não é?

Eu bufei. — Sem diversão nisso.

Picnic riu, me assustando. Eu o conhecia a maior parte da minha vida e costumava adivinhar suas reações. Desta vez eu não tinha tanta certeza... Sabia de uma coisa, no entanto. Em algum lugar ao longo da linha, proteger Tinker havia se tornado uma prioridade muito alta. Como ou quando isso aconteceu, eu não tinha uma maldita ideia, mas era a verdade.

— Você é realmente sério sobre esta mulher.

— Sim, chefe. Estou falando sério sobre ela, seja lá o que isso significa — disse eu. — Eu também estou frustrado e chateado. Cristo, Pic. Você não tem ideia do que é esta merda. Os Nighthawks são uma piada da porra, estou fodendo uma cadela que acha que é dona do meu pau, e a mulher que eu estou me apaixonando está cagando de medo de mim. Nós não estamos fazendo nenhum progresso, chefe. Eu quero chamar a operação. Há mais de uma maneira de extrair informações. Devemos trazer os irmãos, pegue Marsh de volta para o Arsenal, e consiga as respostas para nossas malditas perguntas.

— Ok, acalme-se — disse Picnic. — Eu te escuto. As coisas estão obviamente mudando e precisamos ajustar nossos planos.

Suas palavras me pegaram desprevenido. Eu não sabia o que eu esperava, que ele ficaria chateado por eu não estar focado o suficiente, ou algo assim, o que era ridículo. Eu atravessei o inferno com este homem mais de uma vez, e eu sabia que os irmãos Reapers morreriam por mim, cada um, até o último deles.

— Então, como você deseja fazê-lo? — Perguntei lentamente.

— Primeiro, cale a Tália. Faça o que for preciso, entendeu? Você deveria ser seu homem e ela fodeu com você. Deixe que ela saiba que dar o troco é uma cadela, e que você está de saco cheio com sua merda. Você não a quer fodendo sua situação. -

Eu bufei novamente. — Ela queria que eu mudasse para um dos trailers fora do clube. Você acredita nessa merda?

— Sim, faça isso e você vai acordar com a sua garganta cortada — ele respondeu com azedume. — Lembre Tália que ela é sua cadela, não o contrário, e ela vai fazer o que diabos você disser. Isso significa esquecer sua senhora, ela toca Tinker, ela vai pagar. Se as coisas não derem certo com Marsh, vamos entrar e acabar com os Nighthawks mais cedo. Uma ligação é tudo o que preciso, irmão. Estamos contigo.

— Bom saber.

— Não relaxe ainda — disse Picnic. — Como eu disse, uma chamada é tudo o que preciso, mas muito aconteceu enquanto você esteve fora. Questões que afetam a situação. Nesta sexta-feira as filiais Bellingham e Portland estão fazendo uma corrida de duas semanas para Cali. Temos alguma merda séria com o cartel de lá, o que significa que não temos muita cobertura no local. Se as coisas derem errado, temos que chamar Devil’s Jacks de Portland.

Caralho. O Jacks podem ser nossos aliados, mas não a aliança mais amigável.

— E os Silver Bastards? — perguntei.

— Eles vem, mas estão num buraco profundo, também. Coisas da União para explorar. Não é um bom momento para eles.

— Entendi.

E eu entendia.

Picnic estava deixando a decisão comigo, eles viriam se eu precisasse deles. Mas isso iria exigir alguns malditos grandes favores, custando-nos a nossa vantagem no relacionamento com os Jacks. Vendo como menos de dois anos atrás nós tínhamos estado em uma guerra de tiros com eles, isso não era algo para fazer de bom ânimo.

— Vou tentar manter as coisas juntas por aqui mais um pouco — eu disse a ele, frustrado, mas resignado. — Não gosto disso, mas vou fazê-lo. Tinker se machucou de verdade, sem brincadeira. Você tem um problema com isso, você precisa me tirar daqui porque é inegociável.

Pic não disse nada por um minuto, em seguida, ele deu uma risada baixa.

— Sim, se divirta com isso, irmão. Pelo lado positivo, eu tenho algumas informações sobre o marido. Ele é um pedaço de merda.

— Já percebi — eu disse a ele. Picnic riu novamente.

— Bem, ele é um pedaço sujo de merda, — Pic continuou. — Assim, você lhe paga dinheiro e ele vai mudar a forma como o seu caso é processado. Alegadamente. Tentamos suborná-lo alguns anos atrás, após problemas com um dos clubes de apoio, mas ele também tem aspirações políticas. Quando o encontramos o caso era de perfil muito alto.

— Você não descobriu nada sobre sua família?

— Eles são bem conhecidos em Seattle. Suposto ser dinheiro de herança.

— Por que um cara de uma família assim precisa de subornos? — Perguntei, pensando.

— Não faço ideia — Pic respondeu, e pela primeira vez ele estava falando sério. — Talvez eles tenham gastado o dinheiro. Nós vamos continuar procurando. Você se concentra em cobrir sua bunda e lembre, estamos aqui para você. Uma ligação é tudo o que preciso.

— Obrigado — eu disse.

— Tome cuidado, irmão — ele me disse, desligando. Empurrando meu telefone no meu bolso, eu voltei para a minha moto, chutando-a para a vida.

Hora de colocar Tália em seu lugar.


• • •


Quinze minutos mais tarde, eu cheguei ao seu trailer, apoiando minha moto ao lado de um carro que eu tinha visto estacionado no edifício de Tinker. Pertencia a mãe de Sadie.

Ótimo. Agora eu tenho que lidar com o pelotão da garota, também.

Claro, isso não seria uma coisa ruim. Sadie precisava aprender uma lição sobre o respeito à porra da minha privacidade. Dando dois passos de cada vez, eu atingi a porta e, em seguida, a empurrei aberta com força suficiente para bater contra a parede.

— Todo mundo fora, menos Tália.

Quatro conjuntos de olhos vidrados piscaram para mim. Eles estavam pintando seus pés, o cheiro do esmalte tão forte que eu não acreditava como não tinham perdido a consciência. Ridículo pra caralho. Tália ofereceu um sorriso enjoativo.

— Parece que alguém quer transar — ela anunciou com uma risadinha. — Elas podem ficar aqui, baby. Meu quarto tem muita privacidade.

Baby. Eu odiava quando ela me chamava assim. Não apenas a palavra, mas a maneira como ela dizia com uma voz de menina sem fôlego. Fez-me sentir como um pedófilo condenado.

— Eu disse para dar o fora — eu repeti, com minha voz baixa e áspera quando eu toquei o punho da minha faca. De repente, as meninas não podiam levantar-se rápido o suficiente. Trinta segundos depois era só eu e Tália. Eu tranquei a porta atrás delas, em seguida, comecei a caminhar para Tália com ameaça lenta.

— O que há de errado com você? — Ela perguntou, com as mãos nos quadris. — Quem diabos você pensa que é vindo aqui assim?

— Eu sou o homem que possui o seu traseiro — eu lembrei a ela. — E, geralmente, sou bastante descontraído. Não me importa quais jogos que você joga, porque eu gosto do jeito que você chupa meu pau. Mas esta manhã você ferrou, mesmo eu avisando para ficar fora do meu negócio. Você entrou e assustou a merda da minha senhoria como uma vadia ciumenta e insegura. Agora eu tenho que me preocupar em perder o meu apartamento e trabalho. Você acha que por um minuto que o seu fragmento de conversa vale a pena perder meu apartamento?

Ela abriu a boca, depois fechou de novo, pensamentos correndo atrás de seus olhos. Deus, ela era transparente, vi o instante exato em que ela decidiu usar seu poder para jogar.

— Você vai me desculpar ou acabou — disse ela. — Eu não vou comer merda de você.

— A única que comeu merda hoje foi Tinker Garrett — eu disse, estalando meus dedos lenta e deliberadamente. Seus olhos se arregalaram. Sim, você deve ter medo, cadela. — Ouça as palavras que saem da minha boca, porque eu não vou repetir. Tinker Garrett não é nada para mim, falamos sobre isso antes. Agora prometa que você vai esquecê-la ou acabamos. Feito. A vida é muito curta, porra.

Olhos irritados se estreitaram, e por um minuto eu pensei que ela ia me chutar no meio-fio. Deus, isso seria um alívio em seu próprio jeito distorcido. Em seguida, a fachada amassou e eu juro, seus olhos começaram a ficar vermelhos.

— Chorar não muda nada.

— Eu vou deixá-la pra lá — ela disse finalmente. — Mas só porque eu acredito que você não está na dela. Eu não confio nela, apesar de tudo. Ela persegue homens de um jeito que você não iria acreditar. Você se lembra do vídeo-

Oh, eu me lembrava. Vividamente.

— Eu devo me importar com um vídeo maldito? — perguntei. — Você não entendeu, Tália. Você é jovem, você é gostosa, e você chupa o meu pau como uma deusa. Você quer fazer isto funcionar, eu estou com você. Mas eu não vou aturar você ferrando com tudo que se move e depois rastejar sobre minha bunda porque eu sinto tesão quando você não está por perto.

— Então, o que você realmente quer é uma relação exclusiva? — Ela perguntou, parecendo esperançosa. Cristo. Hora de marcar outro para a equipe.

— Não se você agir como uma cadela para mim o tempo todo, — eu a lembrei. — E não se ferrar com o meu trabalho. Você quer tentar, eu concordo, mas se você fizer outro movimento em Tinker Garrett ou tentar qualquer besteira mais manipuladora como a briga na outra noite? Sim, terminamos.

— Mas por outro lado, é isso que você quer?

Delirante. Ela nem sequer se preocupa com os danos que causou, ou que ela poderia se machucar ao longo do caminho. Soa como qualquer outra pessoa que você conhece? Perguntei-me, e eu não gostei da resposta.

Basta passar por isso. Fazer por seus irmãos, eles arriscaram suas vidas por você, eles já cumpriram pena por você. Agora aguente e faça o que for preciso.

— Claro — eu disse, deixando um pequeno e lento sorriso no meu rosto. Era sexy, eu sabia disso, porque as mulheres se apaixonavam por ele o tempo todo. Tália o fez, também. Previsível para caralho. Ela lambeu os lábios, em seguida, estendeu a mão para um de seus seios.

— Por que você não vem aqui e me deixa mostrar exatamente como me sinto? — Ela sussurrou.

— Não dá — eu disse, e enquanto eu tentava injetar uma ponta de arrependimento em minha voz, o que não foi fácil. — Seu irmão quer que eu esteja na sede do clube. Disse que tinha algo para falar.

Tália animou-se.

— Eu vou com você — disse ela. — Vou pegar minha bolsa.

Eu queria protestar, mas percebi que eu tinha empurrado longe o suficiente já. Tudo que eu tinha que fazer era controlar a situação por mais algumas semanas. Então eu estaria livre.

— Eu vou esperar lá fora.


Capítulo Dez

GAGE


Provando mais uma vez que as mulheres não fazem sentido, Tália estava de ótimo humor no momento em que chegamos até o clube.

— Ei, Cooper! — Gritou um dos clientes, um garoto chamado Cody. — Que bom que você está aqui. O chefe está te procurando.

— Ele sabe que estamos chegando — Tália disse a ele. — Eu já havia enviado uma mensagem para ele.

— Bem, ele disse para procurar pelo Cooper, e depois enviá-lo logo que vocês estivessem aqui. Ele está esperando por vocês.

Tália e eu entramos no clube, que cheirava a maconha e produtos químicos queimados. Alguém deve ter posto as mãos em alguma metanfetamina de baixa qualidade, o que me surpreendeu. Você acha que com as conexões de Marsh, ele estaria usando coisas melhores.

Marsh sentou-se em direção ao fundo da sala em um sofá, a mão batendo nervosamente contra o descanso de braço. Uma jovem sentou em seu colo. Ela tinha um olhar vazio, obscurecido e enquanto eu podia ver as mãos dela dentro das calças dele, não parecia haver muita ação acontecendo. Aproximando-me deles, eu chamei a atenção de Marsh e esperei que ele falasse. Ele empurrou a menina e levantou-se, piscando para mim através de olhos dilatados injetados de sangue, uma mão ainda se contraindo nervosamente.

Ótimo. Ele estava ligado.

— Qual é, Coop — disse ele, os olhos correndo em direção a Tália. — Você fica aqui, menina. Temos negócios.

Tália fez beicinho, mas virou-se em direção ao bar enquanto eu segui Marsh em direção a uma sala de bilhar. A sua capela. As paredes estavam revestidas de coletes de couro antigos - cores de irmãos que tinham morrido - e alguns prêmios que haviam tirado de outros clubes que tinham entrado na cidade errada. Marsh agarrou um par de tacos de bilhar, jogando um para mim.

— Vamos jogar e conversar — disse ele. — Feche a porta.

Obedeci, então, vi como ele juntou as bolas. Ele irradiava uma energia selvagem, nervosa que só poderia vir de um lugar. Metanfetamina. Porra, eu sabia que tínhamos de jogar, enquanto podíamos, mas no ritmo que ele estava usando, as coisas poderiam desmoronar rapidamente. Parecia que estava pior a cada vez que o via.

— Consegui um trabalho para você — disse ele, inclinando-se para dar a primeira tacada. Sua mão tremia. Porra. Esperançosamente ele estaria estável o suficiente para eu jogar de forma plausível, porque eu tinha a sensação de que Marsh não era um bom perdedor. As bolas separaram-se com um estalo, e felizmente ele acertou duas bolas na caçapa, o que era um bom começo.

— O que seria? — Perguntei cuidadosamente casual.

— Preciso de alguém para transportar uma carga — disse ele, franzindo a testa enquanto ele alinhava outra tacada, os olhos tremendo involuntariamente. — Alguém que podemos confiar. Você tem estado ao redor por um tempo e você tem seu próprio equipamento. Imaginei que você poderia estar pronto para ganhar algum dinheiro.

Em sua próxima jogada, seu taco de bilhar escapou e não acertou o centro da bola. Perdendo a tacada. Marsh fez uma careta.

— Eu estou sempre interessado em dinheiro — eu disse lentamente, fingindo pesar a oferta. — Qual é a corrida?

— Temos algumas coisas pra você levar pra Bellingham — disse ele. — Você vai atravessar a fronteira e deixar a carga em Vancouver, tudo legal e, em seguida, conduzir até Penticton para pegar outra carga. Volte através da fronteira em Oroville, que é a parte mais perigosa da viagem. De lá você vai dirigir para os Tri-Cities e entregar a alguns amigos nossos.

— O caminho é um pouco aleatório — eu disse. Se eu passasse por Bellingham os Reapers locais poderiam me apoiar, mas o resto do tempo eu estaria bem e verdadeiramente sozinho. — Eu consigo pensar em melhores maneiras de fazer isso.

— Não é o seu trabalho pensar — Marsh disse lentamente. — Nós estaremos observando você, então não fode com tudo. Nossos parceiros canadenses estarão em ambos os pontos de entrega, e eles vão estar responsáveis pelo pagamento e verificação do carregamento. O seu trabalho é deixar um trailer e pegar outro. Simples. Alguma pergunta?

— Sim — eu disse. — Qual é a minha parte?

Marsh olhou para mim.

— As taxas de envio padrão, Coop, a receber quando você terminar e eles verificarem a entrega. Até onde você está preocupado, este é apenas mais um serviço.

Sempre podia ser uma armadilha – só um idiota não acharia.

— É o meu na reta — eu disse, perguntando-me se o risco valia a pena. Os Reapers precisavam de informações, mas eu nunca seria capaz de dizer-lhes o que eu tinha aprendido se Marsh cortasse minha garganta em um acesso de raiva paranoica. — Você me trata direito ou eu estou fora. Sua irmã é gostosa, mas não tão gostosa.

O homem começou a rir.

— Você é um bom rapaz, Coop — disse ele. — Diga o que quiser e você também não é nenhum pau mandado. Tália é o meu bebê e eu a amo, mas negócio é negócio. Vamos fazer um acordo.

De pé, ele se aproximou e levantou uma pintura de veludo desbotado de uma águia americana fora da parede. Atrás dela havia um cofre. Marsh abriu-o, em seguida, voltou com uma pilha de dinheiro em uma faixa de borracha, entregando-o. Folheei o dinheiro, fazendo uma contagem rápida.

— Eu vou te dar isso agora e outro quando você terminar as entregas — disse ele.

— E o que me impede de pegar o dinheiro e sumir? — Eu perguntei, arqueando uma sobrancelha. Marsh riu novamente.

— Tália diz que você é apaixonado pela sua senhoria — ele respondeu, revirando os olhos. — Ficou toda nervosinha sobre isso, e eu entendo o porquê. A cadela é quente. Eu adoraria dar uma volta com ela, e se você não voltar a tempo, isso é exatamente o que vou fazer.

Os músculos em minhas pernas endureceram, mas eu consegui manter o sorriso simpático no rosto.

— Só porque eu estou com tesão por alguma cadela não quer dizer que eu me preocupo com ela.

— Sim, mas você provavelmente se preocupa com seus filhos — disse ele. — Então, se você está planejando fugir, você pode querer parar e buscá-los antes. Caso contrário, eu vou encontrá-los e comer seus coraçõezinhos no almoço. Estamos claros?

— Como água — eu disse, minha voz endurecendo. Meus dedos se contraíram ansiosos para matar o desgraçado. Sorte do Marsh as crianças não serem reais, caso contrário o fodido estava morto.

— Perfeito. Quando você pode pegar a estrada?

— Amanhã de manhã — eu disse. — Tem alguma merda para ajeitar no prédio. Caso contrário, vai parecer suspeito. Ah, e Marsh?

— Sim?

— Sua irmã. Ela tentou foder com a minha vida, e eu dei um jeito. Tivemos uma conversa. Isso vai ser um problema?

Marsh riu e sacudiu a cabeça.

— O único homem que ela realmente se importa sou eu — disse ele. — Ela já estaria cansada de você se não tivesse pego você fodendo por ai.

— Estamos entendidos, então?

— Sim, estamos. Você cuida da carga, eu vou cuidar de Tália. Todos nós fazemos o nosso trabalho, todos vivemos felizes para sempre. Fácil. Agora vamos terminar o jogo.


• • •


Levou algumas horas para sair do clube naquela noite. Ajudou que Tália tinha se distraído enquanto eu estava conversando com Marsh, o que significava que ela e suas amigas festejariam até de madrugada. Vendo como eu tinha um trabalho a fazer no dia seguinte, eu tinha conseguido escapar após uma transa rápida no banheiro.

Tinha que dizer, todos aqueles anos gerenciando o clube de strip e eu nunca tinha totalmente apreciado o que as meninas passavam nas salas VIP.

Agora? Sim, vamos apenas dizer que eu estava desenvolvendo alguma empatia.

Agarrando uma cerveja da geladeira, eu abri um novo telefone que eu peguei alguns dias atrás, em Omak. Ainda não tinha certeza se Marsh tinha decidido confiar em mim, ou se era uma armação, mas de qualquer forma, Picnic precisa de uma atualização.

Ele respondeu no terceiro toque.

— Ah, querido — disse ele. — Três chamadas em um dia? Você realmente me ama, não é?

— Foda-se — retruquei. — Tenho uma atualização para você.

— O que é?

— Ser linha dura funcionou. Coloquei Tália no lugar dela e Marsh não parece ter um problema com isso, tudo o que ele se preocupa é com dinheiro. Tive a impressão que a birra dele é mais sobre orgulho ferido do que qualquer outra coisa. Ele quer que eu envie uma carga até Vancouver, em seguida, trazer outra carga de volta através de Oroville. Entrega em Tri-Cities.

— Você acha que é uma armação?

— Possivelmente, — eu disse, considerando a questão. — Mas meu instinto me diz que não. Ele não é como nós, ele é desleixado. De jeito nenhum um cara como eu deveria ser colocado nisso tão cedo, mas ele tem gente que mal sabe como esconder motos. Da pra ver que ele está sobrecarregado.

— Acho que é a hora de decisão, então. Você está pronto para seguir em frente?

Eu considerei a pergunta. Era uma preocupação legítima – por tudo que sabíamos, Marsh me queria fora de cena. Aquilo não parecia certo, embora, e eu tinha aprendido a confiar nos meus instintos ao longo dos anos. — Sim, eu acho que vale a pena o risco. Vou partir amanhã. Avisa os caras em Bellingham, eles podem me ajudar a passar a carga, ver que tipo de informações encontramos. Quanto mais cedo terminarmos com esta merda, melhor.

— É isso aí — disse ele. — Nós encontramos você em uma parada de caminhões em caso de Jackson colocar um GPS em você. Deve ser bastante fácil de retirar. Se te perguntarem por que você parou, basta dizer que você precisava dar uma cagada. Mais cedo ou mais tarde, todos nós fazemos.

— Isso está ficando mais pessoal do que precisa ser.

Picnic riu. — Deixe-me saber quando você sair da cidade. Vou ligar para Bellingham e fazer os arranjos. Bom trabalho. Essa corrida é exatamente o que precisamos - acesso à rede e à prova que eles estão roubando de nós. E eu não me importo o quão fantástico os peitos dela são, não deixe Tinker distraí-lo enquanto você está trabalhando. Nós estamos do seu lado, mas não podemos andar no caminhão com você. Mantenha seu foco no que realmente importa aqui, certo? Eu realmente odeio funerais.

 

SEATTLE

TINKER


Nós chegamos a casa às oito da noite. Eu não tinha voltado durante seis meses, e parecia estranho como tudo estava inalterado. Brandon realmente não tinha passado muito tempo lá enquanto estávamos casados, e, aparentemente, ele ainda não passava. Não que a casa não estivesse em perfeito estado, tínhamos um encarregado para isso, mas não parecia que alguém vivia aqui. Todo o lugar era tão estéril quanto o nosso casamento tinha sido.

Eu acomodei papai e Randi em seus quartos antes de ir lá embaixo para verificar a minha cozinha. Tanto quanto eu odiava o que o resto da casa tinha vindo a representar, eu amava o que tinha criado aqui em baixo. Balcões de metal brilhante, pia gigante com um escorredor embutido. Fogão e equipamentos bonitos. Racks de bandeja rolantes.

Deus, eu senti falta disso.

Você poderia ficar aqui, uma voz insidiosa sussurrou na minha cabeça. Você não tem que voltar e enfrentar aquela cadela louca. Deixe tudo para trás. Seu pai está perdendo a cabeça de qualquer maneira. Em poucas semanas, ele nem vai se lembrar de viver em outro lugar.

— Tinker? — Virei-me para encontrar Brandon. Ele era alto e esbelto, o cabelo perfeito e vestindo um terno que tinha que custar milhões. Eu sabia que sua família tinha dinheiro, mas eu sempre pensei que parecia ruim para alguém com o salário de um promotor adjunto usar roupas tão chamativas. Não que fosse da minha conta agora. Quanto mais cedo finalizar o divórcio, melhor.

— Oi, Brandon, — eu disse, oferecendo-lhe um sorriso tenso. — Eu só vou ficar aqui alguns dias. Não deve te atrapalhar muito.

— Eu não estou preocupado com isso — disse ele, andando na minha direção. — Você parece bem, Tinker. Sinto saudades de você. Como você está?

— Eu estou bem — eu disse a ele. — Eu só estou aqui porque eu tinha um lote de caramelos encomendados para o sul, e eu precisava de agilidade. Achamos que seria bom usar essa cozinha completa por um par de dias.

Brandon puxou um banquinho até a ilha central e sentou-se.

— Você tem alguns minutos? — Perguntou. — Eu gostaria de falar com você.

Ah, agora eu estava me lembrando de porque eu não queria ficar em Seattle. A maldita cidade inteira estava infestada com Brandon.

— Você tem cinco — eu disse. Seus olhos endureceram e eu podia ver o vislumbre de frustração que ele tentou esconder, Brandon nunca gostou quando as pessoas estabeleciam limites. Acho que a casa não era a única coisa que não mudou.

— Tem sido dezoito meses — disse ele em sua voz muito séria. Juries sempre se apaixonou por ela, o que eu acho que eu poderia entender. Eu costumava cair por ela, também. Agora só soava ridículo. — Eu acho que é hora de discutir a nossa separação.

Suspirando, eu peguei meu próprio banco e puxei, sentando-me para encará-lo. — Você está certo. Eu falei com meu advogado na semana passada sobre mover as coisas mais rapidamente. Ele diz que ainda não obteve todas as finanças de você. Qual é a da demora?

Brandon fez uma careta. — Isso não é realmente o que eu queria dizer, Tinker. Todo o tempo, eu tentei dar-lhe espaço. Eu entendi que você precisava de tempo para se curar, e em seguida, quando a sua mãe morreu... Bem, passamos por uma série de tragédias, e isso é suficiente para abalar qualquer casal. Mas nós dois tivemos tempo para nos recuperar, e eu acho que nós precisamos discutir a reconciliação.

— Você tá chapado? Não. Apenas... Não.

— Tinker, você não está me ouvindo — disse ele, sua máscara de calma caindo. — Eu não acho que você entende a situação. O atual advogado de acusação está deixando o cargo, e ele vai me apoiar na próxima eleição. É uma grande notícia, mas os nossos apoiadores querem você como parte do pacote. É sobre os valores familiares. Você é uma bela mulher que construiu um negócio fantástico centrado nas artes caseiras...

O sangue na minha cabeça começou a ferver.

— Você tem mentido para as pessoas sobre nós, não é?

Ele encolheu os ombros. — Eu disse a eles sobre o bebê, é claro, e, em seguida, expliquei sobre sua mãe. Todo mundo entende, mas eu realmente preciso de você de volta em Seattle agora. Se você não mostrar seu rosto em breve, poderia me custar a eleição.

— Você está iludido — eu disse sem rodeios. — Estamos nos divorciando sim. As coisas têm sido loucas e nossas finanças são complicadas, ou assim você continua me dizendo, mas já faz dezoito meses. Você precisa enviar toda a documentação para o meu advogado para que possamos seguir em frente. Eu não quero que as coisas fiquem feias, Brandon, mas nós acabamos. Não há nada para reconciliar.

Meu telefone tocou, e eu puxei-o para fora do meu bolso, dando-lhe um rápido olhar. Carrie tinha mandado uma mensagem, querendo ter certeza que eu tinha chegado bem. Coloquei no balcão, eu olhei para o homem com quem eu tinha desperdiçado dez anos da minha vida.

— Você teve um dia difícil — disse ele suavemente. — Eu não deveria tê-la incomodado esta noite. Você estaria livre para jantar comigo amanhã?

— Não, mas meu advogado sim.

Ele riu, o som forçado. Eu tinha o suficiente.

— Eu preciso me preparar — eu disse a ele. — Você deve voltar lá para cima e deixar-me trabalhar.

Ele abriu a boca para argumentar, então eu decidi ignorá-lo, deslizando meu banco e caminhando para o meu armário de armazenamento. Esperançosamente, eu ainda teria algumas caixas lá para substituir as que tinham sido danificadas. Minha remessa de fornecimento tinha sido adiada, e enquanto eu teoricamente tinha o suficiente para a próxima semana, encontrar mais tornaria a vida mais fácil. Eu encontrei um andar inteiro esperando para ser usado. Agradável. Randi poderia trabalhar com eles amanhã, enquanto eu cozinhava.

Entrando na cozinha, eu achei Brandon ainda sentado na ilha.


— Que diabos, Brandon?

Ele olhou para mim, os olhos escuros com raiva. — Quem é Cooper?

Eu levantei uma sobrancelha.

— Sério? Você está espionando o meu telefone agora?

— Ele continuou mandando. Eu queria ter certeza de que não era uma emergência — ele respondeu, como se o que ele tinha feito fosse perfeitamente razoável. Ele sempre teve um dom para isso – fazer soar como se eu fosse a louca, não ele.

— Entrega — Eu rebati, segurando a minha mão. Ele deixou cair o telefone nela, e eu vi a mensagem que tinha aparecido na frente.

COOPER: Eu sei sobre o que aconteceu com Tália. Desculpe não cortá-la, mas pelo menos eu posso prometer que não vai acontecer novamente. Aliás, eu vou sair da cidade por alguns dias. Trabalho rápido. Me liga

Ótimo, porque sua namorada louca já não estava chateada o bastante. Homens idiotas, sempre pensando que eles sabem como resolver tudo.

— Então, quem é ele? — Brandon exigiu, as palavras cortadas. Sentei-me, esticando meu pescoço, porque este era oficialmente um dia de cão. O que poderia dar errado a seguir? Talvez um meteoro nos atinja. Isso iria simplificar as coisas.

— Ele é meu faz-tudo — eu disse, distraída. — Ele mudou para o prédio cerca de um mês atrás.

— Seu faz-tudo?

— Sim — eu disse. — Você sabe, o cara que você chama quando algo quebra? Ele faz manutenção em torno do edifício. Grande ajuda.

— E quem é ele, exatamente? Como você sabe que pode confiar nele? Eu realmente gostaria que você me pedisse para fazer uma verificação de antecedentes antes de contratá-lo.

Que idiota presunçoso, hipócrita. A raiva, frustração, dor e fúria que eu tinha sofrido durante o último ano e meio ferveu para fora e eu me virei para ele.

— Cale a boca, Brandon, — Eu rosnei. — Jesus, quão estúpido você é? Eu não sou sua esposa mais, e eu não tenho sido por um longo tempo. Nossa filha morreu e você nem sequer se preocupou em aparecer. Uma vez que você age assim, está tudo acabado. Você não pode discutir comigo, você não pode me intimidar, você não pode fazer nada, porque não somos um casal mais. Você não existe no meu mundo, entendeu?

Brandon ficou de boca aberta, e pela primeira vez ele não tinha uma maldita coisa para dizer. O telefone tocou novamente, e eu olhei para baixo para encontrar outra mensagem.

COOPER: Preciso do número de Darren.

Homens estúpidos. Sempre fazendo exigências.

— Você está me traindo com ele? — Perguntou Brandon, carrancudo. Pisquei para ele. Merda, talvez ele realmente estivesse drogado.

— Sim, Brandon — eu respondi. — Eu tenho sexo louco e apaixonado com ele todas as noites. Ele e todos os seus amigos do clube de motos. Até recentemente, eu estava limitando-me a strippers masculinos, mas todo aquele óleo corporal fica chato depois de um tempo, você não acha?

— Ainda estamos casados legalmente — disse ele rigidamente, e comecei a rir.

— Saia.

— Tinker.

— É hora de ir agora — eu disse. — Eu estarei aqui até o fim da semana. Não se sinta como se precisasse mudar sua rotina, não é como se eu quisesse vê-lo. E pense sobre os papéis, porque se você não começar a cooperar, eu posso perder minha paciência e fazer algo louco. Agora saia da minha cozinha.

Ele abriu a boca para responder. Virei-me, abrindo uma gaveta para tirar uma faca de chef. Não era a minha favorita, mas servia. Girando de volta para ele, eu levantei-a, como se estudando a lâmina.

— Eu tenho muito a fazer aqui, Brandon — eu disse, testando o corte afiado da lâmina com o meu dedo. — Tem sido um longo dia e eu estou me sentindo um pouco hormonal. Não é isso o que você sempre disse sobre mim? Que eu deixo meus hormônios comandarem meu pensamento? Quer descobrir o que eles estão sugerindo que eu faça agora?

O silêncio caiu entre nós, os olhos dele colados à faca.

— Você está me ameaçando? — Ele perguntou lentamente. — Porque isso é muito sério.

Bati a faca para baixo na ilha, em seguida, ofereci-lhe o meu sorriso mais doce.

— Eu nunca faço ameaças.

Ele se levantou e lentamente se afastou, os olhos arregalados. — Nós não acabamos.

— Boa noite, Brandon, — eu disse. — Durma bem e tranque a porta, querido.

— Você é louca.

— Oh, você não tem ideia. — Eu ri enquanto ele se afastava, porque mesmo que ele estivesse certo, eu não me importava. Tinha sido um grande dia, e eu tinha aprendido uma lição importante.

Tália não era a única que podia usar uma faca.

 


Capítulo Onze

GAGE


Tinker me mandou uma mensagem com o número de telefone de Darren na manhã seguinte, junto com instruções para entrar em contato com ele, não ela, se algo desse errado com o prédio. A porra da situação toda me irritou, mas foi provavelmente para o melhor... Até eu terminar as coisas com Tália, não havia muito o que discutir. Eu resolveria as coisas com Tinker mais tarde, por que Picnic estava certo sobre uma coisa: eu não podia dar-me ao luxo de perder o foco sobre esta corrida. Se as coisas dessem errado, eu poderia encontrar-me na prisão ou até mesmo morto.

Estranhamente, a viagem em si foi decepcionante.

Quer dizer, eu sabia que era suposto ser fácil, mas Marsh não era exatamente digno de confiança. Cheguei em Bellingham sem nenhum drama, parando para um sanduíche em uma parada de caminhões, enquanto um par dos Reapers locais passaram pelo caminhão. A maioria do que eles encontraram combinava com o declarado - sucata e materiais recicláveis. Bem, sucata de metal, materiais recicláveis, e cerca de quatro quilos de cocaína. Se eu tivesse quaisquer ilusões até o ponto de que Marsh era um gênio do crime, ele mandar tanto produto com um desconhecido como eu era o suficiente para matar quaisquer duvidas. Tanto para a sua promessa de que tudo seria totalmente legal.

Essa foi uma falta contra ele.

As drogas foram bem escondidas, eu tinha que dar isso a ele. Junte o fato de que meu disfarce era muito bom, e eu me sentia perfeitamente seguro em atravessar a fronteira. A remessa era apenas mais um prego no túmulo de Marsh, entretanto. Se ele quisesse transportar seus produtos através do território dos Reapers, esperávamos que ele pagasse os impostos apropriados. Claramente, isso não estava acontecendo.

Falta dois.

Eu descarreguei o material em Vancouver, jogando minha parte perfeitamente. Transporte somente, sem perguntas. Em seguida, fui para Penticton, pegando uma carga de máquinas de processamento de frutas, de todas as coisas. Eu vasculhei antes de cruzar a fronteira de volta para os Estados Unidos, apenas no caso de eles estarem armando para mim. Se o pessoal de Marsh estivesse contrabandeando algo de volta, eu estava ferrado para encontrar.

Ainda assim, eu tinha conseguido encontrar não um, mas dois de seus contatos canadenses. Isso era progresso.

Agora tudo o que restava era descobrir a conexão com as frutas de Penticton - Nós ainda estávamos perdendo uma peça importante do quebra-cabeça. Ou isso, ou Marsh realmente tinha entrado no negócio de processamento de frutas, que não fazia sentido nenhum não importa como você olhasse.

Até o momento que eu estacionei no prédio de apartamentos na quinta-feira à tarde, eu estava cansado e com fome e mais do que frustrado ao descobrir que Tinker parecia estar em casa de Seattle ainda – A casa estava escura e não havia nenhum sinal de seu carro. O fato de que eu estava esperando para vê-la como um garoto idiota me frustrou ainda mais, por razões óbvias. A situação com os Nighthawks era um barril de pólvora e a situação com Tália ainda pior.

Só Deus sabia o inferno que estava à frente de nós.

 

Sábado à tarde

TINKER


— Um monte de fumaça no ar — papai disse, franzindo a testa do banco do passageiro. Eu consegui terminar a minha produção na quinta-feira e fiz minhas entregas na sexta-feira. Entre tudo isso, eu de alguma forma encontrei tempo para me encontrar com meu advogado e fazer alguns telefonemas sobre papai. Nós estaríamos vendo um especialista em poucas semanas e um dos melhores em Seattle. Boa coisa, também. O pai tinha estado mais confuso do que eu jamais tinha visto nos últimos dois dias. Randi tinha feito um inferno de um bom trabalho mantendo-o fora de problemas, mas tinha sido estressante para todos nós.

— Incêndios florestais — eu disse. — Tem sido um verão seco. Esperançosamente, o tempo vai mudar e nós vamos ter alguma chuva em breve.

— Eu preciso de uma parada para o banheiro — Randi anunciou no banco de trás, sentando-se. Olhei no espelho para ela. O cabelo da minha assistente de loja de dezenove anos de idade estava grudado contra o lado de seu rosto, e seus rímel tinha manchado em sua bochecha. Ela tinha adormecido não muito tempo depois que deixamos Seattle. — Onde estamos?

— Apenas fora de Wenatchee — eu disse a ela. — Há um pouco de removedor de maquiagem na minha bolsa, no bolso lateral. Vamos parar para gasolina daqui a pouco e você pode limpar. Você parece com um guaxinim.

Randi concordou com a cabeça sonolenta, e ouvi-a vasculhar a bolsa que eu tinha embalado para a viagem. Ela tinha sido incrível esta semana, estivemos fora por cinco noites, o que foi mais do que ela tinha sido contratada. Pelo tempo em que ela passou ajudando papai e seu tempo de trabalho na cozinha comigo, ela teria um agradável cheque de presente. Eu provavelmente vou lhe dar um bônus também- Eu teria enlouquecido sem ela.

— O que é essa fumaça toda? — Ela perguntou, sua voz ainda difusa.

— Os incêndios florestais — Pai disse a ela. Ele parecia estar perdido agora que nós tínhamos deixado a cidade, o que não passou despercebido por mim. Com sorte, ele ficaria melhor uma vez que ele estivesse de volta em seu ambiente doméstico.

— Nossa — ela murmurou. — Espero que eles não queimem muito perto das cidades.

Parei num posto de gasolina local em frente, eu virei no meu sinal e puxei para as bombas.

— Você pode me passar a carteira? — Perguntei a Randi. Ela passou para frente e eu procurei o meu cartão de débito. Papai ficou onde estava no carro quando ela partiu para a loja de conveniência, seguindo o padrão que tínhamos estabelecido no início da viagem. Eu coloco combustível, então estaciono o carro e trago meu pai comigo. Se as coisas funcionassem, Randi terminaria até então, e ela ajudaria a manter um olho nele enquanto eu faço uma pausa no banheiro. Até agora, o sistema estava funcionando.

Quanto tempo mais você vai deixar isso continuar? A voz de Brandon sussurrou na minha cabeça. O homem é praticamente um vegetal. Ele me confrontou novamente na noite passada, cheio de novos argumentos agora que meu advogado veio com tudo.

Eu balancei a cabeça, rejeitando o pensamento. Por que diabos eu deveria deixar a besteira de Brandon me infectar? Ele não tinha ideia do que o pai era capaz de fazer em sua própria casa. Ele voltaria quando alcançássemos o prédio de apartamentos.

Mesmo se ele não tivesse, ele não era a porra de um vegetal.

Não, o meu em breve ex-marido teria que engolir essa e dar o meu advogado a porra da informação financeira para que pudéssemos dividir nossos ativos, porque isto tinha se arrastado por muito tempo. Se eu não soubesse melhor, eu pensaria que ele tinha algo a esconder. Isso era louco, no entanto. A família de Brandon tinha mais dinheiro do que Deus – Por que ele precisaria da nossa conta conjunta, de qualquer maneira? Bati o bico para dentro do tanque, sentindo-me irritada. Debrucei-me contra o carro enquanto o combustível começou a fluir, olhando para a colina. O céu estava escuro, apesar de ser apenas três da tarde.

— Isso é um inferno de um monte de fumaça — Pai murmurou quando eu entrei de volta no SUV. — Assim como no verão passado, quando Omak queimou. O negócio foi feio.

— Espero que ele fique longe de nós — eu respondi. — Vamos entrar. Você quer alguma coisa para beber?

— Eu gostaria de água e uma ida ao banheiro. Mal posso esperar para chegar em casa. Eu amo você, menina, e eu sempre vou apoiá-la, mas aquele teu marido me deixa desconfortável.

— Papai, eu acho que você se esqueceu – Eu estou me divorciando de Brandon. Logo que possível, na verdade. Com alguma sorte, você nunca vai ter que o ver novamente.

O rosto de meu pai se transformou com um sorriso deslumbrante. Em seguida, ele estava me abraçando, me apertando forte enquanto eu ri, porque a vida é estranha.

— Graças a Deus — disse ele. — Não gosto da maneira como ele fala com você. E não pense que eu esqueci o que ele fez - Eu posso estar velho e perdendo minha mente, mas um pai nunca esquece o homem que abandonou sua neta para morrer sozinha.

Nossa.

— Eu prefiro não falar sobre isso — eu lembrei ele, embora parte de mim se alegrou, porque eu não era a única que se lembrava dela. Ele tinha a amado, também, desde o primeiro minuto que eu lhe disse que estava grávida. O que quer que esteja acontecendo em sua cabeça, não estava roubando seu amor por sua família, e eu precisava disso. Ele era tudo o que eu tinha — Mas não se preocupe, está definitivamente acabado entre mim e Brandon. E você está certo sobre a forma como ele fala comigo, também. Eu nunca vou cair na dele de novo, eu prometo.


• • •


Encontramos Randi dentro da loja de conveniência, olhando para uma televisão montada no canto atrás do balcão. Tomadas as aéreas de árvores enormes envoltas em chamas encheu a tela. Não havia muita gente lá dentro, apenas outro cliente e o funcionário, mas todos os olhos estavam colados às notícias.

— Como vocês podem ver, os incêndios estão crescendo rapidamente — disse um repórter, com a voz consistente altiva — Embora a esta altura, as autoridades dizem-nos que não se espalhou para fora da floresta nacional e não há edifícios ameaçados. Mesmo assim, eles estão pedindo aos moradores e aqueles que viajam através da região para ter cuidado. A qualidade do ar é extremamente baixa em algumas áreas devido a fumaça, o que representa um sério risco para qualquer pessoa com asma ou outras condições pulmonares. Além disso, o Departamento de Transportes do Estado de Washington está relatando vários fechamentos de estradas devido à má visibilidade.

A tela mudou, piscando para um mapa que mostrava várias estradas em destaque.

— Como vocês podem ver a I-90 está fechada a partir de Vantage para Ritzville. Nós também estamos recebendo informação que, enquanto Highway 97 perto de Chelan permanece aberta, a visibilidade está ficando pior e funcionários estão considerando um fechamento no futuro próximo.

— Isso não é para onde estamos indo? — Randi perguntou, os olhos arregalados. Eu balancei a cabeça, franzindo a testa.

— Sim — eu disse. — É melhor nos apressarmos, eu não quero ficar presa dirigindo ao redor. Assustador, não é?

— Muito.


• • •


Apesar das advertências do repórter, nós seguimos de volta para Hallies muito bem.

Larguei Randi na casa de sua mãe, e, em seguida, meu pai e eu fomos para o prédio. Quando chegamos, vi o caminhão de Cooper estacionado - Acho que ele tinha terminado o seu trabalho.

Tanto faz.

Eu estacionei na rua em frente da casa, em vez do parque de estacionamento, de modo que seria mais fácil de descarregar o carro. Mesmo que eu estivesse morta de cansaço, não pude deixar de notar o quão espetacular o pôr do sol estava, acho que apesar de toda a fumaça era boa para alguma coisa. Levantando o meu telefone, eu bati uma foto dos pinks brilhantes e vermelhos enchendo o céu sobre o vale. Foi quando eu ouvi o som de passos atrás de mim.

— Incêndios são um saco, mas a fumaça com certeza pinta uma imagem bonita, não é? — Disse Cooper, sua voz baixa e áspera. Enviou um arrepio através de mim, que eu empurrei para baixo sem piedade, porque nada havia mudado. Ele ainda estava ligado à sua cadela louca de namorada.

— É lindo — eu admiti, recusando-me a olhar para ele. Ele chegou mais perto, e eu senti o calor de seu corpo atrás de mim. Encoste-se nele. Você sabe que você quer. Fui para frente em vez disso, colocando distância entre nós antes de me virar para olhar para ele.

Erro.

Eu tinha tipo me convencido de que eu tinha imaginado quão sexy ele era. Quer dizer, teoricamente Brandon era sexy, também, mas eu não tinha dificuldade em me controlar em torno dele. (Eu tinha superado toda a coisa metrossexual na época em que ele estava ocupado demais para aparecer no hospital quando eu mais precisava dele).

Cooper era o total oposto.

Ele não tinha feito a barba desde que eu o vira pela última vez, e sua sombra estava se movendo no território da barba. Combine isso com o cabelo escuro, ligeiramente encaracolado puxado para trás em um rabo de cavalo curto, os ombros largos mal contidos por sua camiseta desbotada, e suas botas de couro preto? Delicioso. O homem era delicioso.

Muito delicioso.

— Ouvi dizer que eles fecharam algumas estradas por causa da fumaça — disse ele, os olhos estudando meu rosto atentamente. — Você teve qualquer dificuldade para voltar?

— Não, foi tudo bem — eu disse, desejando que ele me deixasse sozinha. — Mas estou cansada. Tem sido uma longa semana.

— Ela não vai foder com você de novo — disse ele sem rodeios. — Eu realmente sinto muito sobre o que aconteceu, não foi legal, e eu deixei isso bem claro. Ela não vai estar por aqui, e se ela lhe der mais problemas me avise. Eu cuidarei disso.

Algo endureceu em seu rosto quando ele disse isso, algo assustador. Eu tremi, esfregando para cima e para baixo os braços. Cooper fez uma careta.

— Você deveria ir para dentro — disse ele.

— Eu preciso terminar de descarregar o carro.

— Deixa-me ajudar.

Atrás dele, vi Sadie sair do seu apartamento. Nossos olhares se encontraram, e então ela pegou seu celular. Pelo amor de Deus, eu não precisava de mais drama.

— Não — Eu disse com firmeza. — Eu acho que é melhor mantermos distância, considerando todas as coisas.

— Eu trabalho para você. Isso vai ficar complicado se não pudermos sequer falar um com o outro.

Ele estava certo. Ele também estava muito perto de mim, especialmente com Sadie observando cada movimento. Acabe isso. Você é uma adulta, então diga o que precisa ser dito.

— O que aconteceu no seu apartamento... Aquilo não foi certo — eu disse, pegando e segurando seu olhar. Ele olhou para trás, e por um minuto eu pensei que ele poderia negar. — Nem o que aconteceu com a sua namorada depois. Eu tenho bastante drama na minha vida, eu não preciso de mais.

— Eu sei — admitiu ele, os olhos escurecendo. Minha respiração ficou presa, e eu senti calor começar a enrolar para cima do meu estômago. — Mas é mais complicado do que você pensa.

— Você ainda está com Tália? — Perguntei. Cooper olhou para o lado, esfregando o queixo enquanto ele franziu a testa.

— Não soa complicado — eu disse, minha voz cada vez mais difícil. — E você pode fazer a manutenção por aqui, mas isso não inclui descarregar meu carro para mim. Também não inclui socialização. Se houver um problema com o edifício eu posso te enviar uma mensagem. Se precisarmos cuidar de algo em pessoa, meu pai pode vir com a gente. Eu perdi uma semana de trabalho, porque eu jantei com um homem que é um beco sem saída. Minha vida já é estressante o suficiente.

Os olhos de Cooper queimaram, e ele abriu a boca como se quisesse dizer algo. Diga-me que terminou com ela. Em vez disso, ele fechou novamente, franzindo o cenho quando ele desviou o olhar.

— Você está certa. Eu vou deixá-la sozinha.

— Obrigada — eu disse, me perguntando por que doía tanto. Não era como se eu conhecesse realmente o cara. Provavelmente nunca iria, o que era o melhor. Ele sai com as pessoas erradas. Nossas vidas eram totalmente diferentes. Não haveria nada entre nós, mesmo se ele estivesse livre.

Você pensou que você e Brandon eram o mesmo tipo de pessoas, meu coração sussurrou. Como isso funcionou para você?

Nada bem.

Afastando-me dele, eu olhei para o vale para o pôr do sol de novo, desejando que eu nunca o tivesse conhecido. Ele ficou atrás de mim por um longo momento, então eu ouvi o barulho de seus passos enquanto ele se afastava.


• • •


Na semana seguinte, estava tensa.

Eu decidi não reabrir a loja da mamãe, por não haver qualquer ponto nisso. Eu nunca vendi nada lá de qualquer maneira e eu não gostava da ideia de alguém como Tália ser capaz de saber da minha vida. Esta pode ter sido uma má notícia para minha assistente de loja, Randi, mas ela tinha feito um trabalho ótimo com o meu pai enquanto estávamos em Seattle que eu perguntei se ela seria sua cuidadora, enquanto tentávamos entender as coisas.

— Eu adoraria — ela respondeu, parecendo genuinamente entusiasmada com a ideia. Eu devo ter parecido surpresa, porque ela sorriu para mim timidamente e, em seguida, disse: — Eu gosto de sair com o Sr. Garrett. Eu nunca conheci meu avô e meu pai foi embora quando eu ainda era uma criança. Ele me trata como sua neta, sabe? Isso é bom.

As palavras me cortaram como uma faca no coração, mas eu entendi. Papai sempre quis ser um avô. Eu nunca esqueço quando eu liguei para dizer a ele e minha mãe que estava grávida, eles estavam em êxtase. Perder Tricia devastou todos nós, e se ter Randi em torno o fez sentir-se bem, eu não poderia ter um problema com isso.

Quanto a Cooper, ele manteve a distância.

É o que eu queria, e eu apreciei isso... Mas não significava que eu não estava pensando nele à noite, ou que eu não o observava enquanto ele trabalhava. Seus olhos queimavam quando ele me via, mas Tália ainda aparecia no seu apartamento regularmente. Outras vezes eu o via em sua moto na cidade com os Nighthawks. Eles eram barulhentos, rudes, e esperavam que todos ficassem fora do caminho deles.

Quando eu era criança, eu lembrava como eram intimidantes, mas não verdadeiramente aterrorizantes. Eles tiveram o respeito da comunidade. Quando eu voltei depois que minha mãe tinha morrido, eu tinha notado que essa dinâmica mudou, mas não tinha prestado muita atenção. Agora eu estava realmente observando, e o que eu vi foi uma cidade cheia de pessoas com medo.


Duas semanas depois


MARGARITA: Estou voltando para casa neste fim de semana para ver o pessoal. Aniversário da mamãe. Precisamos sair na sexta à noite ou eu vou ficar doida.

CARRIE: Ok para mim!!! Você sabe o quanto eu odeio sair ;) Tinker você está a bordo?

EU: Pode ter certeza. Já faz tempo! Posso dizer-lhes todas as últimas novidades com o Brandon.

CARRIE: OMG ele é um pau murcho! Você não vai acreditar o que ele fez Margee!

MARGARITA: O quê?!?

EU: Ugh. Não só está esquivando-se em torno de coisas financeiras como sendo hiper estranho. Acho que ele está obcecado com o meu novo faz-tudo.

MARGARITA: Huh?

CARRIE: Tinker tem um cara novo e gostoso para cuidar do prédio e Brandon está com ciúmes. Ele acha que estamos dormindo juntos.

MARGARITA: Oooo... E vocês estão?

EU: NÃO

CARRIE: NÃO NÃO NÃO. Ele é quente, mas ele tem uma namorada louca de merda. Podemos conversar neste fim de semana. Estou tão feliz que está voltando para casa!!!!!

MARGARITA: Até breve! Beijos.


— Esta é minha música! — Carrie gritou, agarrando minha mão e me puxando para a pista de dança. Margarita estava bem atrás de nós. Jack’s Roadhouse não era exatamente uma boate moderna ou qualquer coisa, mas era o mais próximo que tivemos de vida noturna em Hallies Falls. A cerveja era barata, a música alta e ninguém verificava as identidades muito de perto. Não que eu me importaria de ser confundida com menores de idade. Nos fins de semana eles empurravam as mesas para o lado, criando uma pista de dança. Geralmente havia um DJ, mas esta noite eles tinham realmente uma banda ao vivo.

— Oh meu Deus, não é o Joel Riley? — Carrie gritou no meu ouvido durante o primeiro set, segurando meus ombros para apoio. Eu balancei, piscando para o pequeno palco. Havia três homens, um baterista e dois guitarristas, e com certeza um deles era Joel Riley.

— Uau — eu disse. — Ele parece ainda melhor do que ele era na escola.

Isto era verdade.

Joel tinha sido um ano à frente de nós, e eu passei dois anos completos profundamente apaixonada por ele. Assim como Margarita, embora sua paixão houvesse desaparecido depois que ele a convidou para o baile no nosso primeiro ano. Especificamente, as coisas tinham desmoronado depois da festa, onde ele tinha bebido uma garrafa de tequila e em seguida vomitado no lado de seu carro.

Ainda assim, o homem parecia bem agora. Bem pra caramba.

— Joel! — Margarita gritou, pulando para cima e para baixo e acenando freneticamente. Sua cabeça virou-se para nós, um largo sorriso cruzando seu rosto. Carrie gritou e pulou ao lado dela, batendo em mim e me derrubando. Grandes mãos agarraram minha cintura, puxando-me para os meus pés enquanto as pessoas ao nosso redor nos empurraram juntos.

Cooper.

Ele olhou para mim, olhos escuros e com fome. Meu corpo reconheceu-o, respondendo instantaneamente, meu bom senso anestesiado seguramente pela vodka que tinha bebido a noite toda. Seus braços se envolveram em volta de mim, me puxando para o seu corpo e minhas pernas apertaram. Eu me perguntava o que sentiria com aquele corpo duro empurrando profundamente dentro. Então ele se inclinou para frente, falando diretamente em meu ouvido, sua voz áspera e sexy. Eu nem sequer registrei o que ele disse. Eu estava muito ocupada imaginando-o pegando minha orelha entre os dentes e chupando por um tempo.

Ele se apertou contra mim. Alguém esbarrou em nós, e então ele estava me puxando para fora da pista na escuridão ao lado do palco, logo atrás de uma das grandes caixas de som.

— Você está bem? — Ele perguntou. Eu balancei a cabeça, olhando para sua boca. Para um cara tão grande e assustador ele tinha lábios lindos. Eles pareciam suaves, mas eles tinham sido duros e fortes quando ele me beijou. Duros, fortes e exigentes, assim como eu imaginei que seria se ele me comesse contra a parede bem ao lado do palco. Inclinei-me sem pensar, hipnotizada. A mão de Cooper deslizou pela minha espinha e então...

— Tinker Garrett? — Eu olhei para cima para encontrar Joel de pé ao lado de nós, sorrindo como um louco. Aparentemente, a banda tinha parado de tocar em algum lugar ao longo do tempo, mas eu não tinha notado. Eu tinha estado muito ocupada... Caramba, você quase beijou Cooper!

Distanciando-me dele, eu virei para Joel, grata que ele não podia me ver corando sob a luz fraca. Graças a Deus ele nos interrompeu antes que eu tivesse feito algo realmente estúpido.

— Ei, eu não vejo você há anos — eu disse animada. — Adorei a música.

— Obrigado — ele respondeu, sorrindo. — Eu ouvi que você estava de volta à cidade. Quem é seu amigo?

— Cooper Romero — eu disse. — Cooper, este é Joel Riley. Nós fomos para a escola juntos.

— Prazer em conhecê-lo — Cooper rosnou, soltando um pesado braço sobre meus ombros. Joel ergueu as sobrancelhas e sorriu antes de colocar as mãos em sinal de rendição.

— Paz, cara — disse ele. — Eu não estou tentando roubar sua garota. Apenas não a tinha visto desde o colegial.

— Eu não sou a garota dele — eu disse com força, empurrando a mão de Cooper do meu ombro. Joel levantou uma sobrancelha.

— Cooper, o que você está fazendo? — Tália exigiu, colocando-se entre nós. Ela deslizou a mão pelo seu braço possessivamente, e me perguntei como algo tão simples como uma noite para dançar poderia ficar tão complicado tão rápido.

— Nada — respondeu Cooper rapidamente, olhando entre eu e Joel, que deu um passo mais perto.

— Você quer tomar uma cerveja, Tinker? — Ele me perguntou, ignorando o grande motoqueiro, irritado de pé ao nosso lado. O maxilar de Cooper apertou. Virei as costas para ele e Tália, oferecendo a Joel meu melhor sorriso.

— Claro. Eu adoraria conversar com você.

— Marsh quer conversar — disse Tália para Cooper. Pegando o braço de Joel, puxei-o para o bar, deixando Cooper e Tália atrás de nós, porque qualquer drama que houvesse no futuro de Cooper, eu não queria ter nada a ver com isso.

— Dinâmica interessante — Joel disse quando encontramos um par de bancos na extremidade do bar. Revirei os olhos.

— Você poderia dizer isso.

— Então, aquele cara Cooper, é um fator ou não?

— Definitivamente não — Eu disse a ele. — Nem um pouco.

Ele inclinou a cabeça para mim, levantando uma sobrancelha. Dei de ombros e sorri.

— Ok, é complicado. Mas ele também é problema e eu não tenho tempo ou paciência para isso. Nós não estamos mais na escola e eu estou total e verdadeiramente cansada de dramas de relacionamento. E você? O que está acontecendo em sua vida?

— Bem, eu me divorciei cerca de três anos atrás — disse ele. — Kaci e eu nos casamos um par de anos após o ensino médio e as coisas foram boas por um longo tempo. Em seguida, elas não eram mais. Eu não tenho arrependimentos, embora. Tivemos dois filhos maravilhosos juntos, e eu não os trocaria por nada, mas no momento em que terminou, nós dois só queríamos seguir em frente. Ela vive em Wenatchee agora, e nós dividimos a custódia das crianças. E quanto a você?

Esta foi sempre a questão embaraçosa.

— Eu estou no meio de um divórcio, sem filhos, — eu disse a ele. — Eu estou vivendo em casa com meu pai agora. Mamãe morreu no início deste ano. Uau, em teoria isso me faz soar como uma perdedora.

Joel sorriu, e eu juro, o homem era realmente bastante bonito. Cabelo castanho despenteado com umas mechas claras pela luz do sol, olhos azuis. Ele tinha uma boa estrutura, também. Não tão grande como Cooper, mas ele exalava muito boas vibrações.

— Você não parece com uma perdedora — ele disse, pegando na barra da minha saia lápis apertada. Eu cruzei as pernas conscientemente, então senti ainda mais autoconsciente, pois pareceu um truque óbvio para chamar a atenção para elas.

Mas que o inferno? Eu tinha pernas lindas.

— Então, o que você faz?

— Professor na banda da escola — disse ele, sorrindo para mim. — Shows como este me ajudam a manter minha sanidade nos fins de semana. Você?

— Chocolates gourmet — eu disse. — Comecei como uma chef particular, mas depois comecei a fazer caramelos e as coisas meio que decolaram. Agora eu tenho clientes em toda a região.

— E você faz tudo daqui de Hallies Falls?

— Sim — eu disse, pegando a bebida que o barman tinha posto na minha frente. Joel franziu a testa.

— Você pediu isso? — Fiz uma pausa, confusa. — Porque... Eu não.

— E eu não pedi a minha — disse ele, estreitando os olhos para a cerveja na frente dele. Olhando para cima, vi Margarita e Carrie do outro lado do bar, acenando para nós como doidas. Suspirei.

— Eu acho que eu deveria avisá-lo agora, nós três não saímos muito, e as duas são casadas. Elas gostam de viver através de mim, o que significa que elas estão tentando me embebedar e fazer sexo esta noite. Por favor, ignore-as.

Os olhos de Joel se arregalaram, e ele começou a rir.

— Deus, você não gosta de rodeios, não é?

Tomei um gole delicado da minha bebida e dei de ombros.

— Estamos em nossos trinta e tantos anos, Joel. Este não é o ensino médio e há algo a ser dito sobre comunicação direta. Mas você deve saber que só porque elas querem que eu transe não significa que é o meu objetivo para a noite. Estou pensando em beber alguns drinks, dançar por um tempo, e depois ir para a cama sozinha no final da noite.

Joel riu novamente. — Bem, eu estou sempre pronto para transar, mas vendo como eu vou passar a maior parte da noite tocando, talvez pudéssemos ter mais algumas bebidas entre os intervalos e conversar.

— Gostaria disso.


Capítulo Doze

GAGE


Tália jogou a perna sobre meu colo, se alisando contra mim no ritmo da música. A banda não era de todo ruim, mas aquele pedaço de merda do Riley não tinha tirado os olhos Tinker toda a noite. Eu queria arrastar a bunda dele para trás do bar, arrancar o pau dele, e enfiá-lo na goela dele.

Em vez disso, eu tive que sentar em uma mesa com Marsh, enquanto sua irmã se arrastava em cima de mim como uma pervertida. Isso não seria bom sob as melhores circunstâncias, mas para tornar as coisas ainda mais divertidas, Marsh estava ligado novamente, e a porra de um paranoico. Ele não era um completo viciado em metanfetamina, ou pelo menos eu não tinha pensado assim quando cheguei pela primeira vez. Agora eu não tinha tanta certeza, não exatamente a mais reconfortante das dinâmicas. Duas noites atrás, ele tinha perdido a cabeça, e batido como um louco num garoto que tinha tropeçado e derramado sua cerveja no clube. Quase o matou.

Tinker estava dançando perto do palco, olhos fodendo o guitarrista enquanto suas amigas a animavam. Cristo. Ele tinha IDIOTA escrito no rosto todo. Ela seria sortuda se ele se oferecesse para transar com ela no carro dele, em vez de apenas fazer contra uma parede nos fundos.

Mantenha sua cabeça no jogo.

Agarrando minha cerveja, eu bebi, em seguida, inclinei-me para Marsh.

— Você tem mais algum trabalho? — Perguntei. Ele olhou para mim, espasmos na pálpebra, e eu me perguntava o que diabos estava acontecendo nessa cabeça louca dele.

— Por quê? — Perguntou. — Você fez muito dinheiro nessa última corrida.

Porque eu preciso terminar essa porra de farsa.

— Não é suficiente — disse rapidamente. — Estou chegando ao ponto onde eu vou ter que começar a pegar bicos novamente. O que você decidir está legal, mas eu estive gastando um monte de tempo com o clube. Percebi que eu teria que falar com você e colocar para fora todos os meus receios.

Ele considerou a pergunta, então balançou a cabeça lentamente.

— Eu poderia ter mais trabalho para você — disse ele. — Mas isso significa levar as coisas para o próximo nível. Você já considerou se juntar a um clube?

Oh, sim. Sim, considerei. Sou um Reaper por dezoito anos, obrigado por perguntar.

— Não de verdade — eu disse. Tália inclinou-se e começou a chupar meu pescoço. Forte. A cadela queria marcar o seu território. Eu tinha me fodido lá atrás, falando com Tinker. Mas Jesus, ela tinha caído em cima de mim. Eu não podia deixá-la cair, e uma vez que eu tive minhas mãos sobre ela não era como eu ia deixá-la ir.

— Considere isso — ele disse sem rodeios. — Estamos indo para Ellensburg amanhã. Exposição de carros clássicos. Você se lembra de um cara chamado Hands? Desapareceu bem na época em que você chegou.

— Huh, — eu disse, puxando o cabelo de Tália. Ela parecia uma sanguessuga ligada ao meu pescoço.

— Eu ouvi algo de um amigo, acontece que Hands era um informante para o FBI — Marsh disse, inclinando-se para perto.

— Sério? — Perguntei, imaginando onde ele tinha conseguido a informação. Hands tinha sido um informante, tudo bem. Agora ele era um informante morto. Não que eu tivesse matado ele pessoalmente. Não, tudo o que eu tinha feito era ajudar o meu irmão Painter a sequestrá-lo, espancar ele e, em seguida, entregá-lo para os Reapers Bellingham como o lixo que ele era. Não tinha certeza do que eles tinham feito com ele depois disso, mas meu melhor palpite era que tinham despejado o corpo numa vala.

Vergonha do caralho, considerando todas as coisas. Eu tive que passar três noites extras em uma ratoeira de um hotel por causa dele.

— Sim — disse ele. — E eu ouvi que Hands vai estar na exposição de carros. Quer fazer parte deste clube, agora é a hora de mostrar sua lealdade. Você nos ajuda a lidar com esta situação e vejo muitas oportunidades para você no caminho. Você está comigo?

Eu abri minha boca para responder, mas a mão de Tália serpenteava para baixo entre nós, pegando meu pau através da minha braguilha. Eu a empurrei de cima de mim, irritado.

— Que porra, Coop? — Perguntou ela. Marsh começou a rir.

— Já faz muito tempo desde que você teve um homem de verdade, mana. Você esquece que nem todos nós somos iguais. Deixa de frescura e vá pegar mais umas cervejas.

Ela zombou dele, mas não discutiu. Vi quando ela se afastou, sentindo quase pena dela. Crescer com este idiota não poderia ter sido fácil.

— Nós também estaremos trazendo algum produto amanhã — disse Marsh. — Eu tenho alguns associados em Tri-Cities. Você se encontrou com eles antes. Eles têm algumas outras mercadorias para trocar com a gente. Vamos pegá-las, lidar com Hands, e em seguida, aproveitar o resto do dia. Algumas das coisas em exposição não são tão ruins, mesmo que elas não sejam motos. Sempre tem muita cerveja e cadelas, também. Você vai gostar.

Tri-Cities. Interessante.

— Esses caras são os do negócio de frutas? — Perguntei. Os olhos de Marsh se estreitaram na paranóia súbita. Deus, eu precisava ser mais cuidadoso. O temperamento desse homem muda num instante.

— Alguma razão especial que você está fazendo perguntas sobre o meu negócio? Você trabalha para outra pessoa, Coop? Hands era a porra de um traidor, e a essa hora amanhã ele estará morto. Eu posso fazer o mesmo com você. Fazê-lo desaparecer da maldita face da terra. Nunca se esqueça disso.

Muito paranoico?

— Só por curiosidade — eu respondi suavemente. — Nada de mais, chefe.

— Bem, cuidado com a boca — disse ele, a mão se contraindo nervosamente na mesa. Ele realmente precisava parar de usar seu próprio produto. Espiral fodida da morte. — Ei, aquela é Tinker Garrett ali, não é?

Olhei para a pista de dança, fingindo que não tinha estado observando ela desde o momento em que ela chegou. — Se parece com ela.

— Você não fodeu ela ainda?

Lançando um olhar para ele, tentei decidir se era uma pegadinha. — Não, eu gosto delas mais jovens.

— Como a minha irmã.

— Como sua irmã — eu concordei com uma sensação muito ruim crescendo no meu estomago. A mão de Marsh sacudiu, e por um instante me perguntei se ele estava indo pegar uma arma. Em seguida, ele bateu com a mão na mesa com força suficiente para balançar as bebidas, irrompendo em risadas.

— Te peguei, Coop — disse ele alegremente. — Cristo, isso foi fácil. Tália é grandinha o suficiente para fazer suas próprias escolhas. Ela fode quem ela quer e isso não tem nada a ver com os negócios. Mas se eu descobrir que você tem mentido para mim sobre qualquer coisa? Sim, eu vou te foder pessoalmente.

Jesus. Esse cara era um maldito lunático.

— Aqui está a sua cerveja — Tália disse docemente, entregando a cada um de nós uma garrafa antes de se estabelecer no meu colo. Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e aninhou em mim como um gatinho.

— Nós estamos indo para a exposição de automóveis em Ellensburg amanhã — Marsh disse, os olhos na pista de dança.

— Parece divertido — disse ela. — Eu vou com Coop.

Marsh me lançou um olhar, depois sacudiu a cabeça.

— Não, você segue no caminhão com as outras meninas — disse ele. — Na parte de trás.

Ela fez beiço enquanto minha mente corria. Ele tinha falado sobre Hands como se ele fosse um traidor, mas ele também me ameaçou. Fora o fato de que eu sabia muito bem que Hands estava morto, e eu não poderia ajudar, mas me perguntar se isso era algum tipo de armadilha. Ele tinha descoberto quem eu era? Inferno, mesmo que ele não tivesse, o filho da puta ficava mais louco a cada dia. Este jogo estava ficando perigoso.

— Baby, eu tenho que ir lá fora — eu disse, empurrando Tália do meu colo gentilmente enquanto eu segurava o meu telefone. — É a minha mãe. Ela quer que eu ligue de volta. Provavelmente nada, mas você sabe como é.

Acenando para Marsh, eu fui para a porta. A banda estava em outro intervalo entre os sets, e olhando em volta, vi Carrie e sua outra amiga, mas não Tinker.

Nenhum sinal do guitarrista, também.

Saindo para o estacionamento, eu fui pra longe do edifício, apunhalando o telefone com o meu dedo. Picnic atendeu no segundo toque.

— Apenas uma atualização, Marsh Jackson descobriu que o nosso velho amigo, Hands, era um informante, mas ele tem nenhum indício que ele já está morto e enterrado. Jackson está viciado e não confiável. Eu não posso decidir se ele tem informações reais sobre a situação, ou se era apenas um palpite de sorte. Agora ele me diz que estamos indo para Ellensburg amanhã. Quer entregar algumas mercadorias e caçar Hands. Ele pensa que ele vai estar lá.

Picnic não respondeu por um minuto, em seguida, disse: — Você acha que ele está em você? Porque eu não tenho ideia do por que ele pensaria que Hands estaria lá. O homem se foi. Como se ele nunca tivesse existido.

Eu considerei a questão com cuidado.

— Eu não faço ideia, mas eu não acho que ele está me marcando ainda — eu finalmente respondi. — Mas o filho da puta está paranoico como o inferno, mais do que quando cheguei à cidade. Toda vez que eu o vejo, ele está usando mais. Por tudo que eu sei, ele está alucinando coelhos cor de rosa gigante com fome de sangue.

Picnic bufou.

— Cristo, eu não posso acreditar que um bom clube poderia cair até agora — disse ele. — Precisa de alguma coisa de nós?

— Não, mas mantenha o seu telefone à mão. Painter ainda sai da cadeia amanhã?

— Sim — disse ele. — As mulheres estão planejando uma grande festa para ele. Ele está de cabeça para baixo pela Melanie, a menina da London. Ela esteve visitando ele quase todos os dias. Eu tenho um sentimento que nós não estaremos vendo muito dele.

— Nunca vi isso acontecendo — disse eu, reprimindo uma risada. — Você acha que é coisa séria desta vez?

— Eu não sei — disse Picnic. — Mas é melhor ele se cuidar. London é a porra de uma mamãe urso, e eu tenho a sensação de que ela não vai ser boa se ele ferir sua filhotinha. Nós vamos ter missa na parte da manhã, embora. Vou atualizar todos, certificar de que fiquem sóbrios o suficiente para a ação até solucionarmos tudo.

— Aprecio isso — eu disse. — Ok, tenho que voltar.

— Ei, Gage?

— Sim?

— Não pense que nós não vemos o que está fazendo pelo clube, — meu presidente disse, sua voz grave. — Não vamos esquecer isso.

— Só não se esqueça de ficar sóbrio, porque eu poderia precisar de você em breve, — eu disse a ele sem rodeios. — E certifique-se que você está pronto para montar. Eu tenho um mau pressentimento sobre isto. Eu sei que precisamos de mais informações e eu vou aguentar o tempo que puder, mas algo mudou. Marsh está no limite. Nada me surpreenderia neste momento.


• • •


Sentar e ver como o guitarrista comia Tinker com os olhos na sexta-feira à noite foi apenas o início de um dos mais longos e piores fins de semana da minha vida.

Marsh arrastou a todos para fora do bar à meia-noite, forçando-me a deixar Tinker com Joel. O pensamento daquele guitarrista bastardo afundando em sua quente e doce vagina enquanto eu me sentava sem fazer nada de produtivo era quase mais do que eu podia suportar.

Eu estava pensando em mandar um foda-se.

Considerado dizer a Marsh para se foder e, em seguida, atravessar o bar e reivindicar a minha mulher. Eu teria feito isso, também, se os Reapers estivessem em plena força para me apoiar. Já tínhamos uma grande quantidade de informações, e se não era o quanto esperávamos fazer o que é a vida.

Então eu me forcei a pensar sobre o que aconteceria se eu fizesse isso.

Meus irmãos estariam em território desconhecido e com os caras de Marsh eles estariam em desvantagem. Em última análise, eu sabia que os Reapers Coeur d'Alene eram mais resistentes do que aqueles bastardos. Teríamos levado a melhor no final, isso eu sabia de fato.

A verdadeira questão era, quantos de nós nos encontraríamos no necrotério ao longo do caminho. Eu poderia justificar arriscar a vida dos meus irmãos por uma mulher que nem sequer sabe o meu nome verdadeiro?

Os irmãos de Portland e Bellingham ainda estavam em Cali. Se eu fizesse a chamada, os irmãos Coeur d'Alene viriam. Ponto. Isso é apenas como funcionava em nosso mundo. Mas com esse tipo de lealdade vem o entendimento de que um homem não faz a chamada, a menos que ele fique sem opções.

Lide com isso, idiota. É o que é.

Foi provavelmente uma boa coisa que Marsh arrastou-nos de volta ao clube. O guitarrista fodido tinha comprado bebidas para Tinker a noite inteira, sentando ao seu lado entre os sets.

Tocado nela.

Se ele tentasse enfiar a língua em sua garganta, eu não tinha certeza se seria capaz de me segurar. Claro, uma vez que deixamos o bar minha imaginação correu solta, e droga se já não era bastante vívida quando se tratava da minha senhoria gostosa. Ela estava usando batom vermelho brilhante. Será que estaria manchado ao redor do pênis dele até o final da noite?

Eu teria que caçá-lo e matá-lo.

A única resposta razoável sob as circunstâncias.


• • •


As coisas pioraram quando chegamos ao clube. Não só eu estava tenso pra caralho, mas percebi que os únicos homens lá fora, eram pessoas do Marsh. A facção dos Cords – os irmãos originais que não gostavam de Marsh – não tinham mostrado a cara durante toda a noite. Ou Marsh não os tinha convidado - ou eles estavam planejando alguma coisa. De qualquer forma, a divisão estava por vir. Talvez em breve.

Parte de mim pensava que devíamos deixá-los de lado, talvez ver se poderíamos recrutá-los para a nossa causa. Por outro lado, eles eram os únicos que permitiram a situação chegar a esse ponto, em primeiro lugar.

Passamos a noite bebendo e jogando cartas enquanto Tália e suas amigas continuavam escapando para fazer mais drogas. Marsh estava tão tenso que ele socou um dos clientes quando este foi estúpido o suficiente para ganhar uma mão no poker com um blefe. O presidente do Nighthawks continuou murmurando sobre Hands, e como todos nós precisávamos ter cuidado com traidores.

Eu juro, seus olhos me seguiram quando ele disse isso, também.

Pelo menos Tália não estava me dando muita atenção, ela estava muito ocupada usando meta com suas meninas no banheiro. Por volta das três da manhã, Marsh recebeu uma mensagem de texto que o deixou puto o suficiente para que ele jogasse uma cadeira, gritando:

— Cale a boca e joguem poker, seus perdedores de merda!

Bons tempos.

Através disso tudo, as meninas foram ficando mais e mais selvagens, várias delas fazendo stripteases no bar, todas sob a direção de Tália. Lá pelas quatro horas, ela decidiu que Sadie deveria fazer uma orgia no quarto dos fundos, e a maioria dos caras a seguiu para lá enquanto eu estava sentado contra a parede, cuidando de uma cerveja que tinha a muito tempo ficado quente.

A merda começou a cheirar ás cinco, quando Marsh sacou uma arma e disse-nos para entregar nossos celulares. Disse que não nos queria alertando o traidor. Não gostei dessa ideia, nem um pouco. Felizmente, eu deixei o meu bloqueado e limpo. Eu também mantive um celular adicional escondido em um compartimento secreto na minha moto, juntamente com uma peça sobressalente, mas isso não faria diferença se eu não pudesse deixar o edifício. Os olhos dos outros motoqueiros se arregalaram, mas todos nós os entregamos porque o que mais poderíamos fazer? Eu honestamente não achava que estava tão ruim até aquele ponto, a maioria dos pobres idiotas que ele tinha arrastado na sua rede não tinha indício do quão sério isto era.

Agora eles sabiam.

Por volta das sete da manhã, Marsh enviou três das mulheres para pegar comida. Então ele passou a próxima hora vagando e resmungando, alternando entre olhar para seu telefone e olhar para o resto de nós. Todo o maldito clube era como uma panela de pressão, lentamente rumando a algum tipo de explosão violenta.

Eu precisava de um pouco de ar, porra.

Marsh tinha atribuído um par de seus capangas para cuidar da frente, dizendo-lhes para impedir qualquer um de sair – bem reconfortante - Então eu fui para trás em vez disso, onde uma cerca de seis pés coberta com arame farpado cercava uma área de cerca de metade do tamanho do clube. No centro estavam uma fogueira e algumas mesas de piquenique quebradas. Tália tinha me dito que eles gostavam de ter fogueiras lá fora, mas nem mesmo os Nighthawks estavam dispostos a arriscar uma queimadura neste momento. Fumaça das queimadas encheu o ar, e foi ficando pior a cada dia.

Inclinando-me contra a parede de trás, eu fechei os olhos, imaginando o que Tinker estava fazendo. Será que ela foi para casa com o garoto guitarrista? Porra, eu ia matar ele. Ele não tinha que tocá-la. Ninguém tinha. Pensamentos totalmente racionais, brother. Foi quando eu ouvi um soluço macio. Segui o som ao redor do lado do edifício, onde uma jovem estava curvada contra a parede, com os joelhos dobrados contra o peito. Ela se encolheu quando ela me viu. Cabelo cobrindo o rosto, e entre isso e a luz fraca eu não podia ver muito dela.

— Você está bem? — Perguntei. Ela balançou a cabeça, recusando-se a olhar para mim.

— Sim, só uma noite difícil — disse ela, a voz familiar. Era Sadie, a mesma cadela que tinha me dedurado para Tália no prédio. Porra. Ela tinha ido a um quarto com metade do clube, e agora ela estava aqui. Nada bom.

— O que aconteceu? — Questionei, me perguntando por que eu me importava. Ela tinha me causado um inferno de um monte de problemas. Mas isso não parecia certo - Os Reapers deveriam estar controlando nossos clubes de apoio e ela era apenas uma criança.

— Adivinha — disse ela, fungando enquanto ela enterrou a cabeça mais fundo em seus braços.

— As coisas ficaram difíceis com os caras.

Não era uma pergunta, e ela não se incomodou em responder.

— Você precisa deixar este clube para trás — eu disse a ela. — Tália não é sua amiga, Sadie.

Sua mandíbula se apertou. — Eu não tenho vergonha de mim mesma.

— Nunca disse que deveria ter. Mas obviamente você não está feliz, também. Os Nighthawks não são bons para você - nenhum daqueles homens nunca irá tratá-la com respeito, ou torná-la sua mulher. Saia enquanto ainda pode.

Sadie fugiu para longe de mim, ainda se recusando a olhar para cima. — Eu não pedi a sua opinião.

— Desculpe desperdiçar seu tempo — eu disse, passando a mão pelo meu cabelo. Foda-se. Tanto para fazer a coisa certa. Ainda assim, eu não gostava de deixá-la dessa maneira. — Deixe-me saber se você mudar de ideia. Posso ser capaz de ajudá-la, ok?

Ela não respondeu.

— Hey, Coop! Você está aqui? — Uma voz de homem gritou.

— Sim — eu gritei de volta, dirigindo-me para a porta. Um dos mais recentes caras de Marsh - Rome- estava esperando por mim.

— Marsh precisa falar com você — ele me disse, engolindo e olhando para trás na direção do clube. Eu levantei uma sobrancelha em questionamento. — Isso não está certo, Cooper. Você viu quão viciado Marsh está? Agora ele está dizendo que nós todos temos que ficar com ele hoje. Eu tenho que trabalhar. Eu não posso me dar ao luxo de perder meu emprego por isso.

— Fique perto de mim — eu disse. — Vamos ver o que podemos fazer.

Rome pareceu aliviado, embora eu não estivesse muito certo porquê. Não é como se eu tivesse qualquer poder nesta situação. Eu não conhecia muito ele, mas ele era jovem e eu recebi uma vibração decente. Como Sadie, ele tinha caído em algo maior do que imaginava. Voltamos para dentro, onde as coisas estavam ficando ainda mais fodidas. Marsh ficou na frente da porta, os braços cruzados sobre o peito, olhando para todos na sala.

— Ninguém sai — anunciou. — Não até que eu encontre o traidor.

Isso não parecia bom. Rome pigarreou nervosamente, e os olhos de Marsh estalaram para nós.

— Cooper estava lá fora — disse Rome. — Não estava tentando passar despercebido, Marsh. Apenas tomando um pouco de ar.

Marsh assentiu bruscamente. — Temos de conversar, Coop. Igreja. Agora.

Em seguida, ele puxou sua semiautomática do coldre no ombro, segurando-a casualmente enquanto olhava ao redor da sala.

— Ninguém sai. Ninguém conversa. Não brinquem comigo.

Ele começou a atravessar a sala em direção à capela, homens pulando fora do seu caminho tão rápido que um deles caiu. Segui-o até a pequena sala, observando dois irmãos nas minhas costas. Um deles fechou a porta quando Marsh levantou a pistola, apontando-a para o meu peito.

— Você tem algo que queira me dizer?

 

TINKER


Sábado de manhã foi... Desagradável.

Isso porque eu tinha bebido mais na noite anterior do que eu tinha desde, bem, desde a festa de despedida de solteira de Margarita. Agora eu tinha uma ressaca do inferno, exceto que inferno não era realmente uma descrição suficientemente forte. Eu tinha uma ressaca de qualquer coisa pior do que o inferno. Um show do Justin Bieber?

Eu culpava Margarita por isso.

Mulher endiabrada.

Toda vez que saímos juntas, eu fico bêbada e faço papel de boba. Não que ontem à noite não tivesse sido divertido. As três de nós tínhamos fechado o bar, dançando até que nossos pés doessem, gritando pedidos arrastados de música para a banda. Joel me comprou bebidas entre cada set, e até o final da noite eu decidi ir para casa com ele depois de tudo.

Então ele tirou algumas fotos de seus filhos, incluindo a de uma bebê adorável não muito mais velha do que Tricia teria sido. A sexy e glamorosa Tinker se dissolveu e eu acabei dizendo-lhe tudo sobre a morte de Tricia, chorando horrivelmente em toda a sua camisa.

Grande reviravolta, certo?

Para seu crédito, Joel levou numa boa, ouvindo o que eu tinha a dizer sem torná-lo em uma coisa embaraçosa. Então ele me ofereceu uma carona para casa, me acompanhou até a minha porta, e me deu um beijo muito doce, muito platônico na testa.

Tanto para uma furiosa paixão.

Agora era o dia seguinte, e porque Deus é cruel eu tinha um pedido urgente de um fornecedor em Bellevue. Isto era uma boa notícia financeiramente, mas ruim em termos de capacidade de produção. Felizmente, Randi concordou em me ajudar, e eu recrutei a Sra. Webbly para manter um olho em papai.

As coisas ficariam melhores uma vez que a porra do Tylenol fizesse efeito.

— Eu acho que estou apaixonada — Randi anunciou quando começamos a nossa preparação. Eu pisquei para ela, perguntando o que isso tinha a ver com fazer doces. Ela riu, o som ralando dolorosamente no interior do meu crânio.

Isso. É por isso que você não deve sair com Carrie e Margarita. Por que você nunca aprende?

— Mais uma vez? — Perguntei, esperando desesperadamente que ela se distraísse e calasse a boca.

Randi suspirou feliz, indiferente à minha dor.

— O nome dele é Rome, e ele é perfeito — disse ela, ignorando a minha dor.

— Ele é novo em Hallies Falls? — Obriguei-me a perguntar, alcançando o açúcar.

— Sim, acho que sim — respondeu ela. — Quer dizer, eu realmente não sei. Nós só conversamos por alguns minutos, mas ele queria o meu número de telefone. Ele estava em uma festa em Omak no último fim de semana. Eu não tive noticias dele, então eu pensei que ele estivesse me ignorando, mas ontem à tarde ele me ligou e me chamou para sair! Nós devemos ver um filme depois que ele sair do trabalho hoje à noite. Você acha que ele conhece aquele cara que trabalha no prédio? Rome passa muito tempo com os Nighthawks, e eu vi Cooper com eles, também.

Isso rastejou através da minha neblina mental, e eu olhei para ela.

— Quantos anos têm este menino? — Perguntei, desconfiada.

— Bem, eu realmente não o chamaria de menino — disse ela, rindo. — Quero dizer, isso é parte do que eu gosto nele. Ele é experiente, sabe?

Meu estômago azedou.

— Não, eu não sei. Esclareça.

— Ok, então ele é talvez quatro anos mais velho do que eu, — ela me disse, suspirando feliz. Ela era tão doce e sincera que subiu um refluxo na minha garganta, sufocando quando eu engoli. (Com toda a justiça, era provavelmente a ressaca falando. Ainda assim, tanta alegria e entusiasmo juvenil é muito para se engolir na parte da manhã.) — Ele tem cabelo castanho escuro, e ele é todo bronzeado de andar de moto, você sabe? Ele é meio bagunçado e rude, mas me pagou uma bebida e sentou ao meu lado na festa. Nós só saímos e rimos e foi realmente fantástico. Eu provavelmente teria o beijado, mas minha mãe ligou e perguntou se eu poderia voltar para casa. Ela teve que ir para o hospital e precisava de alguém para cuidar das crianças.

— Huh — eu disse, desejando que meu cérebro começasse a trabalhar. Normalmente eu me sentia frustrada com a mãe de Randi sobre coisas como esta. A mulher tinha um bom trabalho, e não parecia justo que ela constantemente transformasse sua filha mais velha em babá. Quando eu a contratei, Randi estava planejando ir para a faculdade Central. Então, ela veio em uma manhã alguns meses atrás e me disse que ela decidiu pegar aulas on-line ao invés.

Besteira.

Eu ainda não gostava muito de sua mãe, mas talvez desta vez foi uma coisa boa ela arrastar Randi para fora da festa. Eu não tinha tanta certeza sobre um cara mais velho ligado aos Nighthawks.

— Eu acho que você precisa ter cuidado — eu disse, franzindo a testa enquanto eu puxei um recipiente de creme de leite fora do refrigerador. — Você não sabe nada sobre ele, e nós não temos nenhuma ideia de quão perigosos os Nighthawks realmente são. E sim, eu sei que contratei Cooper, mas não é como se eu estivesse namorando ele. Ele é apenas outro inquilino.

Randi revirou os olhos.

— Você não entende.

Oh, eu entendia muito mais do que ela imaginava, pobre criança. Ela não era a única estúpida o suficiente para se apaixonar pela porcaria de um motoqueiro.

O som de alguém batendo na porta trancada da loja nos interrompeu, a corda dos sinos tocando dolorosamente. Por um instante pensei que era Tália vindo para me matar, então me lembrei de que Carrie e Margarita planejavam passar aqui antes de Margarita sair da cidade. Vendo como eu tinha pegado uma carona com Joel, elas provavelmente estavam morrendo de vontade de ouvir os detalhes.

Randi espreitou pela porta da cozinha.

— É Carrie e alguma outra mulher — ela confirmou. — Você vai conversar com elas por um tempo?

— Provavelmente — eu disse, a cabeça latejando.

— Então, você se importaria se fosse até o posto de gasolina e pegasse algo para comer? Eu não tomei café da manhã.

Lá se vai a produção rápida. É evidente que este não era o meu fim de semana.

— Claro — eu disse a ela, cedendo ao inevitável. — Não tenha pressa. Deixe-as entrar quando estiver saindo.

Olhando para minha lista, considerei tudo o que precisava ser feito naquele dia. Muito. Muito para uma mulher com uma ressaca.

— Você tá horrível — Carrie disse, enfiando a cabeça pela porta. Pisquei, porque ela parecia fantástica. Toda alegre e feliz e, obviamente, cheia de muito mais energia do que era decente. Margarita passou por ela, segurando uma xícara de café para mim. Deus, ela era ainda pior, de alguma forma, ela conseguiu fazer cabelo e maquiagem completa.

— Por que vocês não estão de ressaca? — Eu exigi. — Eu me sinto como se vomitada por um gato.

— Grandes quantidades de cafeína — Margarita declarou. — E vitamina C. Você deveria tentar. Eu pegaria um IV se eles me deixassem. Nós trouxemos comida, também. Pegue uma cadeira.

— Eu preciso trabalhar.

— Você precisa comer — ela corrigiu. — Agora, sente seu traseiro. O fogão ainda estará lá quando você estiver pronta, eu prometo.

Ela e Carrie já tinham agarrado bancos, puxando-os até a ilha central. Sentei-me em frente a elas, alcançando um dos sanduíches embrulhados. Eu o abri e encontrei pepperoni, presunto e salame, com uma mistura pesada de maionese e mostarda escorrendo para fora dos lados, como pus.

— Eu não posso comer isso, — eu disse, engasgando enquanto eu o deixei cair.

— Isso é meu — disse Carrie, rindo ela entregou outro sanduíche embrulhado. — O seu é vegetariano. Veja? Eu não sou uma sádica total.

Margarita riu, abrindo um subway de almôndega que cheirava a morte. Eu dei uma mordida no meu, em seguida, o coloquei para baixo. Sim. Comer não ia acontecer. Ainda não.

— Muito cedo? — Perguntou Carrie, sua voz simpática. Eu balancei a cabeça tristemente, o que machucou. Quando a porra do Tylenol vai funcionar? — Então o que aconteceu na noite passada? Você e Joel estavam se comendo com os olhos quando saímos. Por favor, me diga que você transou.

Eu considerei mentir para elas.

Dizendo-lhes que eu o arrastei para algum hotel barato, em seguida, fiz sexo selvagem com ele. Algo envolvendo algemas e chantilly e outras coisinhas.

— Ele me mostrou fotos de seus filhos — eu disse a elas. — Ele tem uma filha da mesma idade que Tricia teria agora.

Carrie e Margarita trocaram olhares.

— E? — Perguntou Carrie.

— Eu chorei feito um bebê. Então ele me levou para casa e me beijou na testa.

Elas gemeram em uníssono.

— Beijo da morte — Margarita disse gravemente. — Você nunca vai ouvir falar dele.

— Ei, não vamos saltar para um julgamento — Carrie opôs. — Sim, você chorou em cima dele enquanto estava bêbada. Obviamente foi uma reviravolta. Mas você não viu como ele estava te olhando, Tink. Você estava muito gostosa, o que significa que ainda há esperança. Ele te confortou enquanto você estava triste, eu aposto que ele ficaria feliz em receber sua recompensa. Liga pra ele.

— Eu não tenho o número dele.

— Estou dois passos na frente — disse ela, sorrindo. — Esta manhã eu liguei para Anita Schofner. Ela vive em Wenatchee, trabalha em Bi-Mart. De qualquer forma, Anita é amiga de Kirstie Inman, que é amiga de Brandy Soza. Ela é cabeleireira da irmã de Joel e ela tem o número de telefone dele.

Margarita e eu olhamos para ela, os olhos arregalados.

— O quê? — Perguntou ela, toda inocente.

— Isso é coisa de perseguidor, sério — disse Margarita lentamente, e eu tive que concordar. Às vezes Carrie me assustava.

— Sim, é uma doença — Carrie disse séria. — E não só eu sou boa perseguindo as pessoas, como eu sou vingativa como o inferno. É por isso que você deve sempre me comprar lotes de álcool, então eu vou ficar com bom humor. Agora, aqui está o plano. Tinker, você vai mandar uma mensagem ainda hoje. Diga-lhe que quer pedir desculpas por ter ficado toda melancólica, e que você gostaria de levá-lo para jantar ou algo assim.

— Se eu fizer isso e ele descobrir como eu consegui o número, ele provavelmente vai pedir uma ordem de restrição — eu disse. Carrie deu de ombros.

— Você já ficou toda louca em cima dele na noite passada — disse ela razoavelmente. — Você não tem nada a perder.

Olhei para Margarita, esperando por ela acabar com o plano ridículo. Ela encolheu os ombros.

— Eu sou a pessoa errada para perguntar. Louca é o que eu sou, lembra? E você precisa de uma distração de seu faz-tudo gostoso. Eu posso ver porque você quer dormir com ele. Se eu não estivesse casada...

— Não está ajudando — disse Carrie, cortando-a. — Então, você vai ligar e chamá-lo para sair?

Eu considerei a situação, então suspirei.

— Que diabos... Me passa o número.


Capítulo Treze

GAGE

 

Olhei para a arma de Marsh, uma onda de adrenalina rugindo através de mim. De jeito nenhum que eu seria capaz de escapar dele antes que ele atirasse em mim. Não. Eu teria que blefar meu caminho através disto.

— Você tem alguma coisa que você quer me dizer? — Perguntou Marsh.

É isso, imbecil. Se ele estiver interessado em você, você está morto. Claro, meus irmãos Reapers iriam esfolá-lo vivo, a vingança era uma espécie de coisa nossa, mas vendo como eu estaria em uma cova até então, o pensamento não era muito confortável.

Tempo para rolar os dados.

— Sim, eu tenho algo a dizer-lhe, — eu disse, oferecendo um sorriso triste. — Estou pensando em romper com sua irmã, vendo como ela fode outros caras. Está ficando velho.

Marsh olhou para mim por longos segundos, olhos selvagens, então ele explodiu em gargalhadas maníacas. Eu mantive-me relaxado e pronto para a ação, mas ele estava abaixando a arma.

— Jesus, você é louco, Romero — disse ele, balançando a cabeça. — Normalmente caras se mijam como bebês quando eu faço isso.

Sim, bem, eu sou um Reaper, não um de seus rejeitos de merda.

— Nada para esconder, Marsh — eu disse, segurando minhas mãos para o lado, palmas para cima. — Se você quer atirar em mim, não tenho como impedi-lo.

— Sente-se — disse Marsh, empurrando o queixo em direção a uma cadeira. Sentei-me, inclinando-me para trás como se eu estivesse totalmente relaxado e confortável com a situação. — Nós temos um traidor. Já disse a você sobre ele – é conhecido pelo nome de Hand.

Eu levantei uma sobrancelha.

— Traidor? O que ele fez?

— Conversei com os federais — disse ele, inclinando-se para mim, o joelho tremendo. — E talvez os Reapers, também. Jogando em ambos os lados. Ele nos vendeu.

— Eu entendo os federais, eu acho, mas o que os Reapers têm a ver com alguma coisa? — Perguntei com cuidado, porque o que ele disse não fazia nenhum sentido. Hand estava morto, e ele com certeza não tinha sido um espião dos Reapers.

Lógica da Meta (metanfetamina).

— Nada — disse Marsh, estreitando os olhos. — Eles acham que correm para Washington, mas este é o meu território. Só porque o antigo presidente estava disposto a rastejar até seus traseiros não significa que eu vou. Eles enviaram este filho da puta Hand para nos espionar. Eu tenho que descobrir onde ele está. Posso confiar em você? As coisas podem ficar feias.

Balançando a cabeça, inclinei-me na minha cadeira. — Eu estou aqui, não estou?

Marsh sorriu.

— Acho que você está — disse ele. — Basta lembrar que se você errar, Hand não será o único bastardo que eu coloco no subterrâneo.

Encantador.

— Vá lá fora e mantenha um olho em todos. Eu tenho que manter olhos nos espiões. Ninguém sai, ninguém faz telefonemas, nada. Você me entendeu?

Oh, eu entendi ele, tudo bem. Filho da puta louco.

— Qualquer coisa, chefe.

 

• • •

 

As coisas pioraram conforme a manhã passava.

Fiquei observando quando Marsh pareceu mais paranoico, calculando maneiras de derrubá-lo. Ele estava próximo de um rompimento, e eu percebi que a merda poderia ficar real a qualquer momento. Se isso acontecesse, eu provavelmente seria capaz de ir para longe se eu escorregasse por trás, mas por algum motivo eu não podia abandonar os outros. Fiquei pensando em Sadie sentada sozinha no escuro, abraçando os joelhos contra o peito, e Rome se preocupando sobre como salvar o seu trabalho.

Ele deveria estar se preocupando sobre como salvar sua vida.

Eles não tinham uma maldita ideia do que estava acontecendo, e por alguma razão, eu não quero vê-los morrer hoje. Se isso acontecer a eles, eu faria o que fosse preciso para parar Marsh.

Estúpido da minha parte, eu sei.

Tália e as meninas que ela tinha levado para pegar comida voltaram por volta das onze, sem comida à vista. Acho que elas tinham esquecido. Ela estava cheia de energia, porém, correndo em minha direção e saltando para enrolar as pernas em volta da minha cintura.

— Deveríamos...

— Ouçam! — Marsh gritou, cortando-a. Eu a baixei quando os motoqueiros e suas mulheres se aproximaram, esperando por qualquer novo inferno que ele tivesse planejado. — Na noite passada nós descobrimos que Hand, rondava aqui por um tempo, era um espião. Ele desapareceu, mas ouvi dizer que ele vai estar no show de carro em Ellensburg esta noite. Saímos em dez minutos. As cadelas estarão com Tália no caminhão. Coop, traga seu traseiro aqui. Temos que conversar.

Fui até ele, observando os Nighthawks lutando para agarrar sua merda.

— O que foi? — Perguntei.

— Onde está seu primo? Você sabe, o cara loiro que estava com você quando você veio pela primeira vez para a cidade. Qual é o seu nome?

Painter.

— Levi — eu disse. — Ele teve um tempo ruim, estando ocupado com alguma merda em casa.

— Preciso que você o chame, diga-lhe para nos encontrar em Ellensburg.

Não tinha achado que Marsh ainda podia me surpreender neste momento, mas isso tinha atingido a proeza.

— Por quê?

— Preciso de mais apoio — disse ele. — E não há traidores no clube. Não posso confiar em qualquer um desses filhos da puta. Ah, e falando nisso... Porra, eu não confio em você, também. Estou observando todos vocês. Agora, vá pegar o telefone e dê as ordens dele ao seu garoto. Jakes! Por aqui!

Ele acenou para outro motoqueiro, deixando claro que ele tinha acabado comigo. Voltei para o bar, de onde um grande cara tirava a caixa de telefones que eles tinham confiscado antes então eu poderia ligar para o meu primo. Eu encontrei o meu e me dirigi para a área cercada de trás, onde eu poderia falar sem ninguém ouvindo ou se esgueirando em mim.

Pic respondeu ao primeiro toque.

— Temos alguma merda séria rolando — eu disse a ele.

— Fale comigo.

— Marsh apenas ordenou todos em suas motos. Ele está muito paranoico, e ele quer o meu primo, Levi, para propalar como apoio. Fiquei preso aqui com ele a noite toda como um bando de fodidos reféns. Tomou os nossos telefones e tudo. Só tenho o meu de volta para que eu possa chamar Levi. Eu tenho um maçarico de reposição na minha moto se eles o levarem de mim novamente. Oh, e pegue isso, ele pensa que Hand era um informante federal e um espião do Reapers, e que nós vamos encontrá-lo em Ellensburg.

Silêncio.

— Não me deixe na mão chefe — eu disse. — Precisamos de um plano.

— Desculpe — Pic respondeu. — Só pensando. Acho que você não estava brincando sobre ele estar caindo aos pedaços, porque isso não faz nenhum sentido. Ok, nós acabamos de sair da capela e todo mundo já está aqui no Armory, então isso ajuda. Só tenho que chamá-los de volta. Aqui está a coisa, Painter só está fora da cadeia algumas horas. Ele irá encarar algum tempo difícil se o pegarem violando sua liberdade condicional novamente. Poderíamos ir em uma demonstração de força, apenas uma viagem ocasional para ver o show. Se você precisasse de nós estaríamos lá e se não o fizesse, a sua identidade não será revelada.

Eu pensei sobre isso. Marsh era como uma banana de dinamite acesa, e neste momento qualquer coisa poderia empurrá-lo sobre a borda. Deus nos ajude se ele pegasse um prego em seu pneu. Mesmo se Painter mostrasse, não havia garantias. A chave era sobreviver ao percurso - uma vez que eu chegasse lá no clube poderia intervir se fosse necessário.

— Ele não precisa vir — eu disse a ele. — Eles querem colocar uma bala no meu cérebro, que vai acontecer no caminho para baixo. Pelo que sei, Marsh está mentindo sobre Hand e esta é apenas uma emboscada. Ele deixou claro que ele não confia em mim merda nenhuma. Não confia em qualquer um de nós o homem é paranoico e perdido.

— Quão sério o risco você acha que é? — Perguntou Pic. — Mais informações não vão ajudar ninguém se você está montando a sua execução. Podemos acabar com essa coisa agora.

Eu considero o ponto, tentando ficar isolado. Não é a coisa mais fácil de fazer quando você está falando de sua própria morte.

— Marsh está espalhado — eu disse a ele. — Ele não consegue segurar seus pensamentos juntos muito bem. Acho que ele está funcionando em puro instinto agora, não há cálculo. Eu não sou seu alvo primário.

— Ok, então, aqui está um plano — disse Pic. — Primeiro, este é o seu traseiro na linha, para que você tem que puxar o plugue se as coisas mudarem. Em segundo lugar, eu vou reunir os irmãos e descobrir um plano. Se eu tiver que chamá-lo, eu vou fingir ser Levi até você me dar um tudo limpo.

— Obrigado. Venha suave.... Talvez tenhamos sorte e ele vai recuar.

— Sim, e talvez você terá um beijo mágico de uma princesa fada, acordará e descobrirá que tudo isso foi um sonho.

— Estou desligando você agora — eu disse, mordendo de volta um sorriso.

— Isto não é uma surpresa. Tome cuidado, irmão. Recorde-se somos sua família. Nós vamos fazer o que for preciso, me entendeu?

— Vamos apenas esperar que não chegue a isso.

 

• • •

 

As quatro horas seguintes foram as mais longas da minha vida.

Eu vi o jeito que Marsh me observou quando voltei. Especulativo. Calculando. Será que ele tem algum plano maior que eu não sei? Quanto a Tália, ela estava quase tonta de emoção sobre a viagem, embora ela não goste de estarmos viajando separadamente.

— Eu não entendo por que eu não posso ir com você — ela lamentou. Dei de ombros.

— Pergunte ao seu irmão. Estou apenas seguindo ordens.

— Vocês trazem o traidor, ele vai te dar um desconto. — Disse ela, mudando de assunto abruptamente. — Especialmente se o seu primo vem como apoio. Você falou com ele?

Sua pergunta ocasional me assustou, e eu parei tão de repente que ela esbarrou em mim. Teria sido engraçado se não houvesse um edifício queimando lentamente no meu estômago.

— Marsh disse a você sobre isso?

Tália sorriu, alcançando-me com um dedo para tocar meus lábios, me calando. — Eu sei tudo, baby. Incluindo o fato de que você me chamou de puta. Mas não se preocupe, ele pensou que era engraçado. Eu acho que é engraçado, também. A coisa é, eu gosto de foder você e você é bonito de se olhar, mas não deixe que isso vá para a sua cabeça. Se meu irmão tem que escolher entre nós, não vai acabar bem para você.

Em seguida, ela apareceu na ponta dos pés, oferecendo-me um beijo longo e lento.

— Tenha uma corrida segura.

Eu a vi se afastar em direção a um táxi Dodge Ram, onde as garotas já haviam se reunido em um grupo risonho, uma Sadie agora calma entre elas. Não era possível ver quaisquer contusões daqui, mas talvez ela tivesse colocado uma porrada de maquiagem ou algo assim. Difícil de acreditar que ela era a mesma criatura lamentável que eu tinha encontrado chorando atrás do prédio mais cedo naquela manhã. Estranha, garota fodida. Naturalmente, você teria que ser para ficar amiga de Tália.

Minutos depois, os motores rugiam à vida quando Marsh e os outros saíram em formação, deixando a mim, Rome e outros rodeados para sugar a fumaça deles. Havia muitas, muitas coisas que eu perdia sobre andar com o meu clube, mas não menos do que era uma boa posição no pacote.

Escape não foi a única coisa que tinha para sugar ao longo do caminho. Meia hora para a viagem, uma espessa nuvem de fumaça baixou em toda a rodovia, minúsculas partículas de cinza branca chovendo sobre nós. Incêndio selvagem na distância. Em seguida, passamos por uma série de manchas enegrecidas de terra ao longo do pavimento.

Chamas tinham passado por aqui, e recentemente.

Assustador como o inferno.


Capítulo Quatorze

GAGE


Eu consegui coordenar com Pic ao longo do caminho, enviando-lhe mensagens de texto rápidas quando paramos para abastecer. Marsh me deixou manter o telefone, porque eu disse a ele que eu tinha deixado uma mensagem para Levi, e ele estaria me respondendo. Ele não tinha gostado disso era óbvio, mas ele concordou. Eu tinha muito tempo para analisar a situação, enquanto nós montamos, que sempre foi uma das minhas coisas favoritas sobre estar na moto. As coisas eram sombrias, não há dúvida, mas havia alguns bons sinais, também.

Por um lado, Marsh não tinha me matado ainda.

Por outro lado, meu irmão de clube, Painter, já tinha concordado em me encontrar em Ellensburg. Isso significava que ele tinha escolhido violar sua liberdade condicional, um risco enorme. Ele estaria vindo atrás do bloco principal dos Reapers e encontraria comigo separadamente. O que quer que aconteça depois disso, pelo menos eu não estaria enfrentando isso sozinho.

Ao longo do caminho houve vários momentos em que a fumaça era o suficiente para que eu me perguntasse se eles iriam fechar a autoestrada, mas finalmente chegamos à cidade em torno de quatro horas e meia. Demorou um tempo para encontrar um local de estacionamento para as motos, porque as ruas estavam sufocadas com os hot rods4. As coisas ficariam mais seguras com todas as testemunhas. De nenhuma maneira Marsh estava planejando me matar, não aqui. Não, a menos que ele estivesse planejando suicídio por policial - eles estavam em vigor para o evento.

Nós estacionamos as motos apenas fora da faixa principal, deixando uma perspectiva para manter um olho sobre eles. Na rua havia um prédio antigo de tijolos, você sabe, um daqueles com uma data gravada sobre a pedra angular e arcos sobre todas as portas. Marsh levou-nos para dentro e eu congelei.

Bar Cop.

Não é como se ele estivesse cheio de caras de uniforme, mas havia fotos emolduradas de oficiais nas paredes, juntamente com artigos de jornal e tal. Imaginei que a maioria dos policiais locais estavam de plantão para o rali, mas havia um grupo de três homens nos observando, e eles não me pareciam civis.

Porra Jesus, eu não tinha ideia de onde Marsh estava indo com isso, mas ele era um — idiota, porra. Nós reunimos seus contatos aqui, de todos os lugares? Não fazia sentido, a menos que fosse uma armadilha. Isto não era Hallies Falls e eu sabia muito bem que o departamento de polícia de Ellensburg não estava no bolso dos Nighthawks.

Seja o que for que Marsh esteja planejando fazer, eles estariam em cima dele num piscar de olhos.

Os proprietários de bar tinham criado um jardim de cerveja usando cercas temporárias em uma das ruas laterais, e pelo tempo que eu fiz lá fora Marsh já tinha uma bandeja de doses em frente a ele. Ele tomou três em uma fileira, enquanto eu observava, rindo e tateando qualquer garota estúpida o suficiente para chegar perto. Olhando em volta, vi três oficiais uniformizados do outro lado da cerca. Então os caras que eu suspeitava fortemente que eram policiais à paisana saíram, apanhando uma mesa não muito longe.

Sim, isso era um maldito aquário.

Eu me virei para esconder o telefone enquanto o desbloqueava manualmente - sem proteção de impressões digitais para mim, não quando o homem de quem você está o protegendo não pensaria duas vezes antes de cortar um dedo - e enviei a Picnic uma mensagem rápida.


EU: Centro da cidade no Banner Bank Tavern. Eles têm um jardim de cerveja em uma das ruas laterais do fecho ao tráfego. Marsh e sua equipe estão bêbados pra caralho e ele está aprimorando. Paranoico. Tem seis policiais nos observando. Preocupado que Marsh irá explodi-los.

Picnic: Do outro lado da rua. Não vamos, a menos que nós precisemos. Acha que pode pôr Marsh pra fora?

EU: Espere por enquanto. Painter já está em qualquer lugar perto de você?

PICNIC: Ele está atrás de nós, deve estar aqui em breve.

EU: OK


Apagando as mensagens, vaguei até o balcão exterior, que era basicamente um contador de passagem para o interior do edifício. Eu pedi um jarro e olhei através do elo da corrente enquanto eu esperava. Com certeza, do outro lado da rua Pic, Horse, Bam Bam, e Ruger caminhavam ao longo de uma linha de helicópteros personalizados, olhando-os e conversando casualmente.

— Ei, Cooper! — Sadie disse, e eu me virei para dar minha primeira boa olhada nela desde a noite passada. Uma grossa camada de maquiagem cobria o rosto inchado, e seus olhos estavam vidrados. Analgésicos, provavelmente. Ela tinha tido pelo menos um olho roxo formando - provavelmente dois - e ainda ali estava ela, balançando a cabeça e sorrindo como se nada tivesse acontecido. Cristo, eu esperava que fosse apenas um ato para passar por esse dia de merda. — Ouvi dizer que seu primo está chegando! Eu me diverti muito com ele na última vez que ele esteve na cidade...

— Sim, ele disse que viria. Deve estar aqui em breve. Tenho certeza que ele vai ficar feliz em vê-la.

Improvável, considerando a última vez que ela viu Painter, ela passou a noite vomitando em cima dele. Atrás dela, notei que um dos policiais se inclinou, falando baixinho em seu rádio de ombro.

— Quer dançar? — Perguntou Sadie.

— Não é realmente minha coisa — eu disse a ela, chegando a ter um jarro do bartender. — Você pode me pegar alguns copos?

Tália me encontrou no meio do caminho, pegando a minha mão livre e me arrastando em direção a uma mesa. Eu quase deixei cair o maldito jarro quando ela me empurrou para uma cadeira, em seguida, montou em mim.

— Eu estou com muito tesão agora — ela sussurrou em meu ouvido, porque, aparentemente, a situação não era ridícula o suficiente.

— Levi! — Sadie gritou animadamente, e eu olhei para ver Painter andando em nossa direção. Seu corpo alto parecia cansado e seu cabelo loiro claro estava emaranhado do percurso. Olhei em volta para os policiais, esperando que nenhum deles lhe desse nenhuma atenção. Se ele só tossisse na direção errada, o seu traseiro iria voltar para a prisão.

— Bom te ver — disse ele, pegando Sadie enquanto corria para ele. Ela tentou puxá-lo para um beijo, mas ele virou a cabeça, então ao invés disso ela pegou a sua bochecha. — Coop disse que estaria aqui, sugeriu que eu viesse para me juntar a vocês.

— Onde você estava? — Perguntou ela. — Você simplesmente desapareceu naquela noite.

— Prisão — disse ele em breve, me surpreendendo. Acho que ele descobriu que a verdade era mais fácil - certamente não iria machucá-lo aos olhos de Marsh. — Violei os termos da minha liberdade condicional, para que eles me trancassem para me ensinar uma lição.

Os olhos de Sadie se arregalaram, e ela estendeu a mão para esfregar o peito dele. — Parece perigoso.

Pobre filho da puta. Ele tinha arriscado voltar para a prisão e tinha deixado sua garota por trás de tudo para me ajudar. Eu decidi que eu deveria jogá-lo uma tábua de salvação.

— Levi! — Eu gritei, empurrando Tália do meu colo. Puxando-o para um abraço, eu aproveitei a oportunidade para dar-lhe uma atualização. — Merda feia. Temos que conter Marsh ou ele vai explodir tudo.

Ele assentiu, depois se afastou, apontando para Marsh.

— Prazer em vê-lo novamente — disse ele. — Parece um bom momento.

Marsh sorriu para ele, mas havia algo feio em seus olhos. Eu vi como Tália deslizou até ele, instalando-se em seu colo como uma garotinha.

— Você realmente estava na cadeia? — Ela perguntou a Painter, timidamente a lamber a borda de um copo.

— Sim — disse Painter. — Saí esta manhã. Violação da condicional.

— Por que você foi preso?

— Porte de armas.

Marsh franziu a testa. — Quanto tempo durou a sua sentença?

— Três anos.

— Isso é muito tempo para um porte de armas — Marsh disse, sua voz suspeita. Um dos irmãos se levantou, movendo-se para ficar atrás de Painter. Olhei para ver dois dos policiais fora de serviço nos observando.

— É complicado — Painter respondeu brevemente. — Vamos apenas dizer que poderia ter sido um inferno muito pior. Tinha antecedentes, também.

A garçonete veio, olhando para nós com cautela. — Vocês precisam de alguma coisa?

— Precisávamos de algo há meia hora — Tália estalou, olhando para ela. Jesus porra Cristo, a mulher estava louca. — Onde diabos você estava?

— Eu sinto muito de verdade, eu não ter acabado mais cedo — disse a garçonete. — Estamos apenas muito atarefados. Tenho certeza de que nós podemos... -

— Nós merecemos uma rodada — disse Tália, levantando-se e dando um passo ameaçador em direção a pobre mulher. Tudo tinha que terminar com ela vencedora. Sempre. — Isso é culpa sua, não a nossa.

Painter e eu compartilhamos um olhar. Tínhamos um bar cheio de policiais, mais na rua, e agora Tália tinha decidido comprar uma briga com uma garçonete.

Apenas atire nela. Nenhum júri iria condenar-me.

— Baby, vamos dançar — eu disse, pegando sua mão. — Eu quero sentir você contra mim.

— Estou ocupada — ela rosnou, olhando para a garçonete. — Você está indo nos trazer as bebidas?

A pobre mulher assentiu com a cabeça, obviamente aterrorizada. — Claro, eu já volto.

— Vê? — Tália disse triunfante. — É tudo sobre como você fala com eles. Estou pronta para a dança agora.

Agarrando minha mão, ela me arrastou em direção à pequena pista de dança. Com o canto do meu olho eu vi um cara grande que vestia uma camiseta do bar conversando com os policiais, apontando para o nosso grupo.

Sim. Isso não ia acabar bem.

Painter inclinou-se para Marsh, provavelmente sugerindo que esclarecêssemos. Eu vi como Marsh grunhiu algo em resposta, em seguida, vários dos Nighthawks moveram-se sobre eles, e eu tive um daqueles momentos de cegueira, clareza cristalina.

Meu irmão Painter tinha colocado o seu traseiro jumento na linha para me proteger, e a menos que eu fizesse um milagre nos próximos dez segundos, ele estaria voltando para a prisão por violar sua liberdade condicional. Havia muitas testemunhas.

Acabou que eu nem sequer tive esse tempo.

Marsh explodiu em direção a ele, socando-o no estômago, e seus animais de estimação Nighthawks atacaram como um bando de cães raivosos. Painter caiu quando eu me joguei no grupo. Eu não era o único. O segurança e os policiais avançaram dentro da confusão. Então Marsh decidiu que uma faca iria tornar a situação melhor.

Ele estava tentando ser preso?

Peguei Painter pelos braços, determinado a levá-lo para fora do bar quando Marsh lançou-se em direção aos policiais fora de serviço. Um spray de sangue vermelho vivo nos atingiu, e depois um corpo bateu em mim, me derrubando.

Era um dos policiais.

Jesus porra Cristo.

Eu assisti com horror como um jorro de sangue explodiu dele, bombeando no tempo com seu batimento cardíaco. O filho da puta idiota tinha acabado de esfaquear um dos policiais fora de serviço. Em um bar policial. Foi quando apareceu Rome, que de alguma forma, empurrando dois homens quase o dobro do seu tamanho fora do caminho e bateu um maço de algo sobre a ferida.

— Você! Chame uma ambulância, — Rome ordenou ao segurança quando um Painter atordoado se puxou de joelhos ao meu lado. Tália apareceu atrás dele, batendo com uma jarra de vidro sobre sua cabeça. Em seguida, Sadie e as outras meninas estavam gritando para ela correr quando Painter caiu para a frente. Apanhei-o, arrastando-o de volta novamente quando policiais uniformizados se uniram a nós.

Tudo parecia lento em torno de mim.

A garçonete estava escondida debaixo de uma mesa, com a cabeça entre as pernas. Rome estava calmamente dando ordens, respingos de sangue cobrindo-o enquanto ele lutava desesperadamente para salvar a vida do policial. Tália e companhia tinham encontrado uma ruptura na cerca e foram deslizando através dela.

Então, policiais uniformizados nos rodeavam, e eu voltei para a realidade. Um deles gritou para que todos se deitassem no chão, com as mãos atrás da cabeça. Maldito difícil de fazer, considerando que eu tinha o peso morto do Painter para apoiar.

Isso é provavelmente porque eles me deram um choque.

Uma porra de final impressionante para um maldito dia impressionante.


• • •


— Boa notícia, pelo menos para você — disse o advogado. Dobie Coales tinha sido um dos advogados dos Reapers por quase dez anos, mas tínhamos sido amigos desde a escola primária. Ele parecia um bom menino grande e idiota, que nos servia bem muitas vezes, porque o homem era incrivelmente brilhante. Não poderia imaginar ninguém que eu preferisse ter ao meu lado, considerando todas as coisas.

Eu passei uma noite encantadora na cadeia Kittitas County, que sempre era uma boa diversão. Agora era domingo à tarde, e Coales sentou de frente para mim em uma mesa, segurando uma pasta de papéis que eu sinceramente esperava que incluísse alguma estratégia para salvar a minha bunda.

Coales era bom.

Muito bom. Se houvesse uma maneira de sair disto, ele encontraria para mim, embora eu descobri que o meu disfarce foi descoberto. Nós não tínhamos conseguido todas as informações que queríamos de Marsh, mas eu não dava mais a mínima. Tudo o que eu tinha sido capaz de pensar sobre a noite passada foi Tinker.

Especificamente, o que o boato estava dizendo a ela sobre o incidente de ontem.

Não era exatamente assim o jeito que eu queria apresentá-la a vida de clube.

— Acho que isso significa que o cara que Marsh esfaqueou está vivo? — Perguntei. Que tinha sido a minha maior preocupação. Se ele matou um policial e eu ficasse preso como cúmplice, nem mesmo o clube seria capaz de salvar a minha bunda.

— Ele vai sobreviver — disse Coales. Obrigado por isso. — Não tenho certeza quanto dano, mas eles não disseram nada sobre membros perdidos ou lesões cerebrais.

— Ele não estava parecendo tão bem.

Coales deu de ombros. — Acho que ele teve uma noite difícil, mas ele está estável. Eles não parecem pensar que a sua vida está em perigo neste momento. Essa é a parte importante.

— Que tal Painter? — Perguntei. O rosto de Coales ficou cuidadosamente em branco. — Ah porra. Ele vai voltar para a prisão, não é?

— Provavelmente — o advogado admitiu. — Embora nós vamos fazer tudo o que pudermos para evitar. As coisas foram para o sul com a volta do departamento de liberdade condicional para casa enquanto você estava no Hallies Falls. Seu velho oficial de condicional está desaparecido. Enfrentando acusações de corrupção.

Dobie disse as palavras suavemente, como se ele não tivesse sido o único pagar os subornos. Heh.

— Ele está ferrado — eu respondi. — Nós temos quaisquer preocupações lá?

Como, se ele vai testemunhar contra seu traseiro para organizar a coisa toda?

— Além de perder a nossa influência? Não, eu não penso assim. Vai levar tempo para reconstruir, porém. O tempo, Painter não tem. Vergonha, também. Acho que sua namorada está grávida.

— Uau — eu disse, inclinando-me para trás na cadeira. Deveria ter dito para Marsh se foder quando ele pediu por Levi. — Isso é péssimo.

— Não vou discutir aqui — ele disse. — Mas você não pode fazer nada para ajudá-lo, então vamos manter o foco em sua situação. Nós encontramos alguns amigos no escritório do promotor local. Falei com um deles esta manhã. Vendo como você não estava usando cores Nighthawks e não instigou qualquer coisa, eles estão dispostos a olhar para você como um espectador que foi pego em alguma coisa, em vez de um conspirador.

— Quanto isso custou?

Dobie sorriu. — Menos do que custaria para uma defesa completa no julgamento. Estou sempre olhando para poupar o dinheiro dos meus clientes. A boa notícia é que você vai ser solto sob fiança esta tarde. Ainda preciso trabalhar com as formalidades, é claro. O promotor não vai decidir se deve ou não lhe cobrar até que haja uma investigação completa para provar a sua inocência.

— Fico feliz em saber nossos funcionários públicos são tão completos.

— Sempre — Coales disse, sorrindo. — Eu tenho que dizer que, em minha opinião profissional Marsh Jackson é um maldito idiota. Não só ele atacou um policial de folga, ele tinha metanfetamina suficiente com ele para ser carregada com intenção de distribuir. Eu acho que tentativa de homicídio não foi suficiente. O resto do clube provavelmente será cobrado como cúmplices. A imagem que vai ser pintada para o público é que você é a vítima inocente destes traficantes de drogas terríveis. As gangues, como os Raiders Nighthawk realmente são um flagelo na sociedade.

Eu bufei.

— Você fica na frente de um espelho e pratica dizendo merda assim com uma cara séria?

Coales sorriu. — Eu não tenho ideia do que está falando. Basta lembrar, tudo o que precisamos é uma história plausível o suficiente para que eles não suspeitem que pagou os promotores. Eu vou admitir, é uma situação delicada, considerando um policial fora de serviço se machucou, mas eu realmente acho que nós vamos ficar bem. Eles dizem que o garoto Rome, provavelmente salvou a vida do cara. Ele é um socorrista, você sabia disso?

Eu levantei uma sobrancelha. — Não me diga?

Coales sorriu para mim.

— Sim — disse ele. — E ele é suficientemente bem conhecido e querido na comunidade socorrista que eles estariam cobrindo seu traseiro independentemente da nossa influência, e a partir de agora eles estão agregando-lhe com ele, não Jackson. O promotor já tem seus motoqueiros maus – participações que transportam drogas. Ele joga isso para o público, ninguém vai dar-lhe outro pensamento. Eles têm peixes maiores.

— E Painter?

Coales ficou sóbrio.

— Ele está sendo transportado de volta para Kootenai County, - disse ele. — Eles vão definir uma audiência, e esperamos que ele vá ser enviado de volta para a Califórnia para terminar seu mandato. Não há muito que podemos fazer sobre isso neste momento.

Inclinando-se para trás, eu olhei para a parede acima de sua cabeça, considerando a situação.

— E você disse que sua menina está grávida? Melanie?

— Não me lembro o nome dela — disse ele. — Mas sim, aparentemente, ela disse a ele ontem. Deixou-lhe para vir aqui, e agora ele vai para a prisão. Pelo menos, ele só tem um par de anos deixado no prazo.

— Sim, eu tenho certeza que é um grande conforto — eu disse. — Que porra de desperdício. Ele tinha estado aqui talvez cinco minutos antes da merda cair.

Coales deu de ombros.

— É o que é. Ruger e Horse estarão esperando por você lá fora quando sair, juntamente com a sua moto. Nenhum dos Nighthawks pagou fiança, contudo, foder um policial é uma boa maneira real para encontrar-se em um limbo legal. Eles vão arrastar tudo e torná-lo o mais difícil possível. Também vamos chegar à comunidade de fianças e ver se não podemos complicar sua situação. Pense que Pic planeja usar essa janela de oportunidade para limpar a casa em Hallies Falls. Eles estão esperando você para interrogar assim que você estiver de volta na cidade. Tente não deixar-se ser preso novamente no processo, ok?

— Obrigado — eu disse a ele. — Eu tenho um pedido, se você pode ajudar.

— O que é isso?

— Você disse que vai demorar mais um par de horas para eu sair?

— Sim. Temos de lidar com a papelada e fiança e alguns policiais furiosos — disse ele. — Estou confiante de que está resolvido, mas ainda tem muita coisa a se fazer.

— Você acha que pode providenciar para eu compartilhar um quarto com Marsh Jackson por alguns minutos antes de eu ir?

Coales levantou uma sobrancelha. — Possivelmente. Mas pense sobre isso primeiro porque você está quase fora daqui. Por que correr esse risco?

— Porque eu devo a ele — eu respondi. — E o clube me deve, portanto, você pode fazer isso acontecer?

— É muito mais fácil conseguir que meus clientes fiquem sob fiança quando eles não estão provocando brigas. Algo para você pensar.

— Ele só tentou matar um policial. Cada pessoa neste lugar está ansiosa para vê-lo sangrando, mas eles não podem. Deixe-me fazer o trabalho sujo para eles e todo mundo ganha.

Coales recostou-se na cadeira, me estudando cuidadosamente por um minuto.

— Como seu advogado, eu preciso dizer-lhe que esta é uma má ideia.

— Anotado.

— Então eu vou ver o que posso fazer.


• • •


Eles me colocaram numa cela no extremo do corredor, o suficiente para que o vice supervisor pudesse fingir que não tinha ouvido nada. De acordo com seu uniforme, seu último nome era Graves e ele parecia nervoso, mas determinado.

— Espere aqui — disse ele em voz baixa. — Dois oficiais de transferência vão trazê-lo. Vamos dar-lhe cerca de dez minutos, então eu vou notar que os agentes de transferência cometeram um erro e vir levá-lo de volta novamente. Tanto quanto nós estamos preocupados, eles chegaram a porta errada e não sabia que você estava lá. Você não pode matá-lo ou causar novos danos ao rosto, e se alguém perguntar foi autodefesa.

Eu balancei a cabeça, perguntando-me quanto Coales lhe tinha pago. Graves poderia estar fazendo isso de graça. Ele certamente tinha a motivação, lei era uma irmandade, também. Esticando meu pescoço, eu andava pela cela até que ouvi passos vindo pelo corredor, mais de um conjunto neste momento. Então a porta se abriu e Marsh Jackson tropeçou, os braços e as pernas acorrentados para a transferência. Bom toque, embora eu me senti um pouco machucado que eles pensaram que eu ia precisar da vantagem.

— Ei, Marsh, — eu disse. Ele parecia uma merda, e não apenas porque ele ficou sóbrio. Seu nariz estava inchado, com hematomas em ambos os olhos. Provavelmente quebrado. Uma de suas mãos foi cortada também mas, além disso, ele não parecia ferido. Tipo me surpreendeu - eu tinha pensado que ele iria cair lutando, e levantar como se assim fosse difícil de acreditar. Por outro lado, eles eram os únicos com as Tasers...

— Cooper, — ele rosnou. Ele tinha tido tempo suficiente para descer de seu alto agora, mas não o suficiente para descansar e se recuperar. Marsh Jackson não era um campista feliz. — Você não falou com ninguém ainda? Mantiveram-me na solitária durante toda a noite. Os Nighthawks deveriam ter enviado um advogado por agora, melhor eles terem uma porra de uma boa de desculpa.

— Sim, sobre isso — eu disse, caminhando lentamente em direção a ele. — Não vai ser um problema.

Os olhos de Marsh estreitaram. — Que porra é essa? Você falou com Tália? Ela vai consertar a merda, você só tem que dar-lhe as ordens certas.

— Não — eu disse a ele, flexionando os dedos. — Mas nós temos uma outra questão. Mais importante.

— Nada é mais importante, seu maldito

Bati-o na parede de blocos de concreto, um braço sobre sua garganta, derrubando a respiração diretamente de seu corpo. Então eu o deixei sufocar por alguns segundos. Queria ter certeza de que ele estava prestando atenção.

— É tempo de ouvir — eu disse, minha voz baixa. — Você está fodido. Você roubou os Reapers, e não gosto disso. Nem um pouco.

— O quê? — Ele perguntou, raiva cintilando em seus olhos. Não tinha certeza se entendia muito bem a situação ainda, mas ele estava irritado.

— Meu nome é Gage. Eu sou um membro dos Reapers MC e nós temos observado você por um tempo. Aqui está o que acontece em seguida. Primeiro eu vou te machucar. Eu gostaria de fazer mais, mas iria estragar a segunda etapa, que é a parte em que eu vou sair daqui um homem livre enquanto você se senta na podridão. Então eu vou me juntar ao resto dos meus irmãos e vamos pegar de volta nossa cidade. Boa história, não é? Eu particularmente gosto do final feliz.

Marsh sacudiu as correntes, olhando para mim. — Grande Reaper de merda, espancando um homem que não pode lutar. Agradável.

Em seguida, ele cuspiu na minha cara.

Pisquei, oferecendo um sorriso lento.

— Será que Sadie podia lutar? — Perguntei em voz baixa. — Ou foi injusto, também?

Com isso, eu trouxe meu joelho para cima com força, batendo-o em sua virilha. Marsh gritou de dor e eu deixei-o cair, apreciando a vista dele rolando no chão. Dei um passo para o lado e usei as costas da minha mão para limpar o cuspe do meu rosto. Então eu o chutei no inferior das costas e seu corpo arqueou para o outro lado. Eles disseram para não causar danos graves, mas eu não estava usando minhas botas. Ele deveria estar bem.

Ou não.

De qualquer forma, eu estaria fora daqui antes que eles descobrissem, e Coales poderia chantagear os guardas para manter a boca fechada. Tem que amar a justiça americana. Debrucei-me contra a parede, relaxante, mas ainda alerta em caso dele se recuperar. Após longos minutos, Marsh virou a cabeça para mim, ódio queimando fundo e quente em seus olhos.

Justo o suficiente, o sentimento era mútuo.

— Você vai pagar por isso — ele cuspiu, o sangue em seus lábios. — Você. Os Nighthawks. Todos os malditos Reapers e suas famílias. Até mesmo as malditas garçonetes vocês pagarão, devem ter medo, porque se eles estiverem conectados a você, eles estão na minha lista.

Eu ri.

— Boa sorte com isso, Jackson.

Ele passou os próximos minutos, olhando para mim, como se ele pudesse atear fogo em mim com os olhos, se ele simplesmente tentasse o suficiente. Infelizmente para ele, eu não explodi em chamas, então eu acho que ele precisava praticar essa superpotência particular um pouco mais. Então a porta se abriu. Graves do lado de fora, com mais dois oficiais, os mesmos que tinham trazido Marsh. Ele sorriu ao vê-lo amontoado no chão.

— Ele me atacou — eu disse suavemente.

— Parece que foi autodefesa — ele respondeu. — Vamos encontrar um lugar mais seguro para você esperar o seu processamento. Desculpe pelo erro.


• • •


Meia hora mais tarde, eu entrei no estacionamento, e apesar do fato de que eu tinha passado a noite na cadeia, eu me senti melhor do que eu tinha em um longo tempo. Sem mais mentiras, sem mais comer merda.

Horse e Ruger estavam lá, assim como Coales havia prometido. Horse era um grande filho da puta, e quando ele me pegou em um abraço apertado, ele quase quebrou uma costela.

— Senti sua falta, irmão — disse ele, sua voz grave por uma vez. — Nós estávamos preocupados com você lá em cima. Nós vamos limpar a casa esta noite. Pic quer falar, e então vamos chamar os Nighthawks que não estão trancados. Quero um relatório completo sobre todos, para ver se algum deles vale a pena salvar.

Juntos, caminhamos em direção à minha moto.

Porra, parecia bom.

Do jeito que era suposto para ser. Por um lado, eles tinham colocado os chicotes de volta, e o sino personalizado que eu tinha ganhado do meu pai exatamente antes dele morrer. Então Ruger entregou-me um colete de couro cuidadosamente dobrado. Minhas cores, com o meu nome de estrada na parte da frente, e Reapers MC na parte de trás. Puxei-o, saboreando o cheiro do couro, e pela primeira vez desde que cheguei em Hallies Falls as coisas estavam certas novamente.

— Há uma faca no seu alforje, e eu escondi algum hardware extra com a moto para você, também, — disse Ruger em voz baixa.

— Senti falta de vestir isso — eu disse, puxando meu colete. — Senti muita falta. Porra, eu poderia ser eu novamente. Tenho alguns negócios para cuidar.

— Sim, eles estão esperando por você — disse Horse. — Irá ter uma missa no hotel, pegue o seu relatório completo. Então nós iremos fazer nosso movimento na sede do clube. Uma coisa que arranjamos para nós, um número suficiente deles foi pego de modo que há apenas alguns deixados na cidade para lutar.

— Não tenho certeza de que haverá muita luta — Eu disse a ele. — Todo o povo de Marsh desceu para o rali. O clube não era unido e aqueles que ficaram para trás já estavam se afastando. Qualquer coisa pode acontecer, mas tendo Marsh fora do quadro é uma virada de jogo.

— É por isso que devemos ir — disse Horse. — O chefe odeia esperar.

— Tem alguém que eu preciso ver primeiro — eu disse a ele, esfregando o queixo. — Alguém importante.

— Mais importante do que o seu presidente de clube? — Perguntou Ruger, mas eu já estava jogando uma perna sobre a minha moto. Tinker Garrett estava esperando, e pela primeira vez eu não estaria escondendo quem eu era. Meu pau ficou duro só pensando sobre isso.

 

TINKER


— Alguma coisa grande aconteceu em Ellensburg ontem — disse Carrie, a voz ofegante através do telefone. Eu estava sentada na minha varanda, apreciando o meu vinho de domingo à tarde. Sem Eye e Candy neste fim de semana, o que provavelmente era uma boa coisa. Eu não tinha visto Cooper por alguns dias, e tanto quanto eu sentia falta de vê-lo trabalhar, eu sabia que era o melhor.

Pelo lado positivo, eu não tinha visto a estúpida Tália ou sua faca.

— Você sabe que Cooper tem saído com o clube de moto? Bem, eles entraram em algum tipo de grande luta e arrasaram um bar. Em seguida, os policiais prenderam todos eles. Não apenas os caras no clube, mas qualquer pessoa com eles, e Cooper estava bem no meio deles!

— O quê? — Perguntei, meu estômago revirando. Cooper era um cara grande, com certeza. E resistente. Mas ele nunca pareceu particularmente violento para mim. Quero dizer, ele tinha a força, mas ele era geralmente tão temperado.

— Cooper foi preso — ela repetiu lentamente.

— Você sabe, qualquer um pode ser pego em uma briga de bar — eu disse. — Só porque eles prenderam não quer dizer...

— Havia drogas — ela disse, e ouvi arrependimento genuíno em sua voz. — Muitas drogas. Metanfetamina, aparentemente. Eu acho que vários caras estavam transportando.

— Metanfetamina? — Eu sussurrei.

— Sim — disse ela. — Eles não estão dizendo o que vai acontecer com eles, mas não é bom. Um policial ficou ferido, também, embora eu não sei o quão ruim. Este poderia ser o fim do clube aqui em Hallies Falls. Gostaria de saber se ele tem drogas em seu apartamento. Você deveria ir verificar com o que ele está lidando, você precisa dele fora de lá. Você não pode confiar em um cara só porque ele é quente e corta a grama sem camisa.

Sentei-me no balanço, me sentindo mal.

— Obrigado por me dizer — eu disse lentamente, tentando cobrir minha cabeça.

— Sinto muito — ela respondeu. — Mas é o melhor. Se ele é um cara ruim, é melhor descobrir agora para despejar a sua bunda. Esse clube ficou muito pior.

— Eu não posso expulsar alguém por ser preso — eu disse a ela. — Isso é ilegal.

— É um contrato de arrendamento de mês para mês, certo? Basta dar-lhe aviso prévio de trinta dias e se livrar dele. Você tem o suficiente no seu prato já.

Hmm... Talvez eu deveria expulsá-lo. Ele me causou um monte de problemas e eu já o estava evitando. Deus. Mas o pensamento dele partindo... Doeu muito mais do que deveria. Eu não queria pensar sobre isso.

— Eu tenho que ir, Carrie — eu disse, desligando o telefone. Provavelmente era rude, mas ela me perdoaria. Nós tínhamos sido melhores amigas desde que nascemos, então não é como se ela tivesse uma escolha. Sentada no balanço, olhei pela varanda vazia em direção à calçada igualmente vazia, perguntando por que a notícia sobre Cooper me incomodou muito.

Porque no fundo você ainda está em luxúria com ele, é claro.

Idiota.

Alcançando a minha garrafa de vinho, eu enchi o meu copo e considerei as palavras de Carrie - Cooper tinha sido preso por lutar, e, possivelmente, por metanfetamina. Ela estava certa. Eu precisava me livrar dele. Este era apenas o senso comum. Hora de puxar minha calcinha de menina grande e aceitar a realidade.

Calcinha...

Não estava usando daquelas naquela horrível noite que eu tinha ficado presa com o stripper. E todo mundo sabia, também, mesmo aqueles que não tinham visto o vídeo ouviu os detalhes. Eles sentiram-se livres para me julgar, também, porque eles achavam que sabiam o que tinha acontecido naquele quarto. Eles não sabiam. Então, como diabos eu realmente sei o que aconteceu em Ellensburg?

Você não sabe.

Cooper deve ser inocente até que seja provado culpado. As coisas não soam bem, mas até eu saber toda a verdade, eu precisava dar-lhe o benefício da dúvida.

Tomando outro gole do meu vinho, eu olhei para cima para ver alguém andando rapidamente em direção ao prédio ao longo da calçada, braços abraçando apertado ao redor de seu corpo. Sadie Baxter. Droga. Havia algo sobre ela... Ela não parecia tão bem.

— Oi, Sadie — eu chamei. Ela se assustou, olhando para mim, e eu engasguei.

Seus olhos eram uma confusão de roxo e preto e... Jesus. Alguém havia batido nela. Parecia que ela tinha tentado cobrir com maquiagem, que agora estava manchada por todo o rosto. Havia sujeira, também, e um arranhão desagradável em sua bochecha. Colocando meu copo com cuidado, desci os degraus em direção a ela. Ela tremia como um cervo bebê, e meu coração doeu. Eu queria exigir que diabos tinha acontecido com ela. Talvez envolvê-la em plástico bolha e trancá-la no meu porão.

Em vez disso eu respirei para me acalmar e sorri.

— Você se lembra daquela vez que eu estava cuidando de você e nós construímos um gigante forte de travesseiros e cobertores? — Perguntei.

— Sim, — Sadie disse suavemente, recusando-se a encontrar o meu olhar.

— Você se lembra por que fizemos isso?

Os lábios de Sadie apertaram quando ela piscou rapidamente.

— Porque eu estava com medo dos monstros — ela sussurrou com voz rouca. — Então, nós construímos um castelo e, em seguida, você usou a poção monstro para matar todos eles.

— Sim.

— O que foi isso, afinal? A poção, quero dizer.

— Spray de cabelo Aqua Net — eu disse a ela. — Aposto que sua mãe queria me matar por tê-lo em todos os lugares. Mas funcionou, não é?

Ela me deu um pequeno sorriso triste, empurrando um fio de cabelo para trás da orelha. — Eu acho que sim. Estávamos seguras no forte. Eu amava quando você me lia histórias lá dentro.

Levou tudo que eu tinha para não reagir, porque quando ela empurrou o cabelo para trás, ela revelou um corte feio que tinha sido escondido ao longo de sua linha de cabelo. Parecia que precisava de pontos, mas a menina estava tão nervosa... Não podia arriscar assustá-la.

— Sadie, eu acho que talvez você correu para outro monstro — eu disse, sentindo meu nariz formigar, quando lágrimas construíram-se em meus olhos. — Eu quero que você saiba que a minha casa está cheia de travesseiros e cobertores. Nós poderíamos ir para dentro e construir um inferno de um castelo, se quiser.

A menina sorriu tristemente, depois sacudiu a cabeça.

— O spray de monstros não é real, Tinker. Eu tenho que ir agora.

Com isso, ela se virou e começou a ir embora.

— Sadie! — Eu chamei por ela. Ela parou, olhando para trás.

— Deixe-me levá-la para o hospital.

— Eu estou bem — disse ela. — E eu não preciso de você interferindo na minha vida. Eu não sou mais uma garotinha.

— Ok — eu disse, pensando nela como uma menina. Ela tinha sido uma criança tão bonita. — Só me responda uma coisa: foi o clube de motoqueiros que fez isso com você?

Ela se virou sem falar.

Acho que eu tive a minha resposta.

 

GAGE


— Você está realmente certo sobre ir ver esta mulher antes de cuidar dos Nighthawks? — Perguntou Ruger, levantando uma sobrancelha. Nós tínhamos parado em um posto de gasolina na metade do caminho para Hallies Falls.

— Sim — eu disse, deslizando o meu cartão na bomba de gasolina. — Pensei que nós já tínhamos falado disso.

— Nós falamos. Eu simplesmente não acredito em você.

— Por que não?

— Bem, há o fato de que eu nunca vi você foder a mesma mulher duas vezes — disse ele.

— Isso não é verdade — Horse entrou na conversa. — Houve uma dançarina em Las Vegas. Ele passou um fim de semana inteiro com ela.

— Você sabia seu verdadeiro nome? — Ruger me perguntou.

— Não.

— Não conta — Ruger declarou. — Então, o que se passa com esta cadela Tinker? Ela tem uma boceta mágica?

— Não é da porra da sua de conta.

Horse fez uma pausa para me olhar por cima.

— Ele não pegou ela ainda — ele anunciou.

— Nós não estamos discutindo isso.

— Porra, você está certo — disse Ruger, balançando a cabeça sabiamente. — Entendi. Às vezes você só quer uma tão malditamente e você não pode tê-la. Mexe com sua cabeça. Mas este é um negócio do clube. Prioridades, irmão.

— O que seria mais importante para você lidar com os Nighthawks ou cuidar de sua old lady, Sophie? — Perguntei-lhe.

— Pegadinha — Ruger respondeu. — Se houvesse um problema com Soph, ninguém espera que eu esteja nessa corrida.

— Sim, bem Tinker é a minha Sophie?

Ambos os homens me encararam, sem palavras. Eu levei um momento para saborear o silêncio, porque seguro como a merda não iria durar muito com Horse ao redor. O fodido nunca soube quando fechar a boca.

— Que merda é essa? — Ele finalmente perguntou.

— Não — eu admiti. — Quero dizer, é cedo. Não cheguei a passar muito tempo com ela, e por tudo isso eu fui preso com aquela idiota louca da Tália. Mas há algo ali. Parece real para mim. Eu não vou me afastar até que eu saiba o que é.

Cruzando os braços sobre o peito, eu esperei que a merda caísse. Achei que viria em dois níveis - primeiros sobre o clube, porque era sempre sobre o clube. Houve também o tormento obrigatório sobre mim me transformando em um gatinho.

Em vez disso Horse deu de ombros.

— Eu sabia com Marie — disse ele. — Quer dizer, eu não sabia que ela seria minha old lady, mas eu sabia que ela era diferente. Queria ela, e não apenas debaixo de mim. Nunca te vi com uma mulher sua, mas se você estiver nessas em que ela é a mulher certa, você seria um maldito idiota por não lhe dar uma chance.

— O que ele disse, apenas mais inteligente — Ruger entrou na conversa. — Preencha os espaços em branco. Eu acho que é melhor você ligar para Pic. Ele está esperando que você venha direto para o hotel.

— Só isso? — Perguntei, cauteloso como o inferno.

— O que mais você quer? — Perguntou Horse. — Você precisa de poesia de amor, vai escrevê-la você mesmo.

— Você está me deixando sair muito fácil.

— Você é muito patético para abusar agora — disse Ruger. — E se é como se fosse comigo e Soph, você vai ser inútil até que você descubra isso de qualquer maneira. Agora ligue para o chefe. Se estivermos mudando os planos, ele precisa saber.

Eu balancei a cabeça e terminei o abastecimento da moto. Então eu peguei meu telefone e me afastei atrás da estação para dar Pic uma chamada.

— Eu vou até Tinker primeiro quando nós chegarmos na cidade — eu disse a ele. — Tenho que explicar tudo para ela. É importante.

— Você está adiando há semanas — ressaltou razoavelmente. — Tem certeza de que não pode esperar mais uma noite? Temos BB vigiando a casa, apenas no caso de as coisas irem mal. Ela está segura o suficiente, mas esta tenso aqui, temos que resolver isso antes de Marsh pagar a fiança.

— Eu preciso falar com ela. Eu estive em Hallies Falls tempo suficiente para saber como Tinker funciona, e provavelmente já ouviu dez histórias diferentes sobre mim na cadeia, cada uma pior que a outra. Não se trata apenas de vê-la. Eu tenho o controle de danos a fazer.

— Quanto tempo você acha que vai demorar? — Perguntou Pic. — Porque eu entendo. Eu realmente entendo. E como seu irmão, eu quero que você seja capaz de cuidar do seu negócio. Mas lembre-se, você passou por tudo para que pudéssemos desmantelar estes desgraçados e agora é a hora de fazê-lo. Não jogue fora o que você realizou antes de terminá-lo.

— Não me dê sermão sobre como cumprir o meu dever — Eu bati. — A última vez que verifiquei, você estava de volta em casa festejando e transando enquanto eu comia merda do Marsh Jackson. Você me deve isso.

Ele não respondeu por um minuto. Provavelmente o irritou, mas eu não me arrependo de minhas palavras. Se eu não pudesse ser direto com o meu irmão, então ele não era realmente meu irmão.

— As calcinhas de alguém estão em uma reviravolta — ele finalmente comentou.

— Alguém passou a noite na prisão, enquanto sua mulher foi alimentada com um monte de merda.

— OK. Faça o que tem que fazer.

— Só isso? — Perguntei pela segunda vez em dez minutos. Algo estava errado aqui. Fodido e errado. Meus irmãos estavam sendo gentis, e esse não era o nosso jeito.

Pic bufou.

— Sim, é isso — disse ele. — É óbvio que a sua mente é inventada. Não vou segurar uma arma para a sua cabeça. Então eu poderia ter de atirar em você, e sangue é uma vadia real para sair do couro. Só não demore muito, talvez uma hora ou mais? Nós realmente precisamos de você aqui, Gage — acrescentou, sua voz cada vez mais grave. — Nós temos que ir esta noite, e nós não podemos ficar cegos. Mas você está certo, você fez um inferno de um sacrifício e eu respeito isso. Todos nós respeitamos.

Graças para isso.

— Eu não vou demorar mais tempo do que eu preciso — eu disse a ele. — Mas quanto mais pessoas chegarem a ela, mais difícil isso vai ser. E não era como se fosse ser fácil, na melhor das circunstâncias.

— Bem, isso é definitivamente a verdade — disse ele. — Eu tenho uma pergunta para você, você já tomou banho?

— O que você acha?

— Ok, então você provavelmente cheira mal. Tem algum hematoma? Você está sentindo-se calmo e relaxado?

— Sim, eles me deram um cartão de spa como um presente de despedida quando eu saí. Tão relaxado que consigo ficar acordado. Onde você está indo com isso, chefe?

— Não a assuste — disse ele sério. — Eu sei que você quer fazer o controle de danos. Mas às vezes quando você vai muito rápido, você piora as coisas. Pense nisso, irmão.

— Com todo o respeito, vá se foder.

— Tudo bem, faça do seu jeito. Boa sorte com isso.

Eu desliguei, porque foda-se ele e caminhei de volta para o Horse e Ruger.

— Quando chegarmos à Hallies Falls, vocês podem se dirigir ao hotel. Eu vou me juntar a vocês cerca de uma hora mais tarde. Pic conhece o plano.

— Ok — disse Horse. — Você quer que eu vá com você? Tome cuidado. Ainda há Nighthawks que não foram presos. Nós ainda não descobrimos o que fazer com eles.

— Eu posso cuidar de mim mesmo. Vamos manter BB com Tinker, porém, apenas até que nós saibamos onde Tália está. Tem alguma ideia do que se passa com ela?

— Eles não prenderam nenhuma das meninas — Ruger disse, encolhendo os ombros. — Todas elas correram após a luta. Ninguém as viu desde então.

— Mais uma razão para pegá-la antes que ela ouça mais merda.


Capítulo Quinze

GAGE


Quando cheguei até a casa de Tinker, estava escuro. BB, um dos nossos prospectos estava apenas indo para checa-la. Eu acenei para ele enquanto eu passava, olhando para a casa. A luz estava acesa no quarto de Tinker, e eu vi um flash de movimento na janela.

Excelente.

Ninguém respondeu quando eu toquei a campainha pela primeira vez. O ar da noite estava quente, o cheiro de flores e fumaça distante pairando no ar. Eu quase tropecei em um copo vazio de vinho abandonado na varanda.

Esse era o seu ritual de domingo.

Ela sentava-se lá fora, a cada semana, bebendo vinho, rindo e sussurrando segredos com sua amiga Carrie. Me conduzindo lentamente muito louco de tesão, me olhando com aqueles olhos e lambendo os lábios e fingindo que não havia uma bomba nuclear pendurada entre nós. Mesmo depois que ela começou a me evitar, ela não tinha desistido de seus domingos.

Certifiquei-me de que ela sempre teve um show, também.

Lotes de trabalho que precisavam ser feitos em torno desse prédio dela, e maldição se eu não tirasse a camisa toda vez que ela estava lá fora. Meu pau estremeceu, pensando no seu traseiro naqueles pequenos shorts bonitos que ela tanto amava. Já para não falar do jeito que ela tinha experimentado...

Logo ela estaria debaixo de mim.

Necessidade crua queimando através de mim, construindo a cada milha como um incêndio, e pela primeira vez eu me perguntava se Pic estava certo sobre reprimir - eu não estava me sentindo amável e gentil ou amoroso.

Eu precisava foder.

Eu precisava foder esta noite.

E sim, isso provavelmente iria assusta-la demais, e não, neste momento eu simplesmente não me importava, porque ela estava lá dentro e nenhuma porta era forte o suficiente para me manter longe dela. Não agora que eu estava tão perto. Perfurando a campainha de novo, eu me perguntava se eu teria que chutar a porta.

Então eu ouvi a fechadura raspar aberta.

— Desculpe — disse ela, abrindo a porta. — Eu estava lá em cima e...

Sua voz sumiu quando eu olhei-a, sem me preocupar em esconder a necessidade me queimando vivo. Ela usava um longo e macio robe de seda que tinha sido amarrado apertado em volta da cintura, e seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo que seria perfeito para segurar firme enquanto eu pegava ela por trás.

Minhas bolas apertaram, e eu engoli, olhando para os mamilos. Esse tecido fino estava tornando exatamente difícil esconder o quão duro eles tinham ficado.

— É um pouco tarde — disse ela lentamente.

— Tempo para falar, Tinker — eu respondi, sabendo que eu provavelmente soasse como uma porra de um homem das cavernas e não dou a mínima. Eu empurrei a porta, pegando seu braço e empurrando-a para o lado para que eu pudesse nos trancar. Pêssegos. Lá estava eles. Agora eu só precisava descobrir se sua boceta tinha esse mesmo sabor, também.

Só há uma maneira de descobrir.

Meu pau surgiu com o pensamento. Lentamente, deliberadamente, contando os meus passos para manter o controle, eu atravessei a sala em direção a uma mesa de madeira escura ao longo da parede. Segurando-a junto. Não a assuste. Foda ela e a faça gritar.

Jesus, não podia decidir o que queria.

Tudo isso.

— O que está acontecendo? — Ela perguntou, e eu ouvi o medo em sua voz. Cristo, o só me fez querer mais. Eu gostei da ideia de caçá-la, persegui-la como uma corça, em seguida, golpeando-a com força enquanto ela gritava por misericórdia. Os mamilos eram como rochas.... Ela me queria tanto quanto eu a queria. Será que ela já estava molhada? Eu praticamente podia sentir o cheiro dela.

O palpitar do meu pau combinava com os batimentos na minha cabeça.

Mantenha-a junto, idiota.

Chegando de volta, eu puxei a minha arma para fora da parte de trás da minha calça jeans, colocando-a com cuidado. Então eu soltei meu cinto, chicoteando-o através dos laços para liberar a bainha que segurava a minha faca.

— Cooper, eu acho... — ela começou a dizer, mas eu a cortei. Não podia demorar mais um maldito minuto para ela me chamar por esse maldito nome.

— Gage.

Eu coloquei a faca de caça ao lado da arma, enrolando cuidadosamente meu cinto ao lado deles. Pic podia estar certo, eu percebi. Meu controle estava escorregando. Ela precisava de uma explicação cuidadosa e lenta. Eu precisava do meu pau enterrado profundamente em sua vagina. Uma delas estaria acontecendo em breve, e provavelmente não eram as informações.

— Gage? — Ela perguntou hesitante.

— Meu nome é Gage, — eu confirmei, girando e perseguindo em sua direção. Caramba, suas bochechas estavam coradas. Eu vi o medo e emoção em seus olhos, e aqueles belos seios dela oscilaram para cima com cada respiração, me provocando. A vista era excelente. Em algum momento eu provavelmente iria descobrir onde ela manteve o sutiã, então, levarei a faca a cada um deles. Os seios eram obras de arte e que mereciam mais do que ser cobertos.

— Seu nome é Gage? — Ela perguntou, claramente muito confusa.

Justo o suficiente, depois de todas as mentiras que eu disse a ela.

— Sim, o nome era falso — eu disse a ela sem rodeios. Dei mais um passo para a frente, apoiando-a contra a porta da frente. — Tudo isso era falso. Um monte de merda aconteceu nos últimos dois dias. As coisas mudaram, então é hora de nós conversamos.

Eu deixei meu corpo se impulsionar no dela, achatando os seios contra o meu peito. Cristo, eu me senti bem. Senti ainda melhor com meu pau cavado em seu estômago. Me senti no lugar certo, da mesma forma como me senti quando eu recoloquei minhas cores novamente. Direito de uma maneira que ressoou nos meus ossos, e quaisquer dúvidas que eu poderia ter tido sobre a situação tinham desaparecido em um instante. Eu deveria trancá-la, fazê-la minha prisioneira até ela reconhecer de uma vez por todas a quem ela pertencia. Talvez até mesmo tatuar o meu nome em toda essa bunda dela.

Dessa forma, qualquer filho da puta estúpido o suficiente para tentar entrar em suas calças saberia o nome de seu assassino.

Minha mão apertou sua garganta por um instante, Jesus, o poder que tinha sobre ela naquele momento. Tão doce que doía. Então eu deslizei minha mão em seu cabelo, cavando fundo até que a faixa que o segurava estalou. Os olhos de Tinker eram selvagens, e eu deliberadamente enterrei meus quadris nela, apertando como eu imaginava empurrando profundamente e duro.

— Há um monte de terra para cobrir, então eu vou te dar a versão curta, por agora — eu disse, pegando e segurando seu olhar prisioneiro, certo como eu segurei seu corpo. — Eu não tenho sido livre desde que cheguei aqui. Agora eu sou, o que significa que eu estou pegando o que é meu.

Tinker engoliu. Meu pau doeu. Sangue bateu através de mim, e eu decidi que ela realmente precisava era de algo maior para engolir. Cristo.

— O que quer dizer, você está tomando... — Ela perguntou, sua voz afinando e tensa.

— Vou levá-la — eu disse, cutucando-lhe as pernas com um joelho. Agora eu sentia seu calor, e meus quadris rodaram de novo, começando um ritmo lento, imitando o que eu estaria fazendo com ela em breve. Inclinando-se, eu esfregava meu nariz lentamente ao longo de sua bochecha. — Você é minha agora.

Tinker endureceu, e eu apertei minha mão em seu cabelo. Ela precisava saber quem era o chefe. Que eu estava no comando.

Que eu cuidaria dela.

Ela engoliu em seco novamente e eu gemi, meus quadris contra os dela. Isto foi melhor e pior do que eu imaginava, porque eu deveria explicar, mas eu não conseguia pensar. Talvez eu deva apenas fodê-la e explicar mais tarde. Talvez eu seja capaz de pensar até lá. Afastar as pernas mais largas, eu encostei minha pélvis na dela, prendendo-a com força contra a porta, começando uma moagem lenta que, simultaneamente, doía e era melhor do que qualquer coisa que eu já tinha experimentado antes em minha vida.

Tinker engasgou, e eu sabia que tinha ganhado. Ela pode ficar chateada como o inferno mais tarde, mas agora a mulher me queria tanto quanto eu a queria. Isso era uma coisa muito boa, porque no momento em que ela conhecer toda a verdade, ela provavelmente virá atrás de mim com a espingarda do pai dela.

Fechei os olhos por um instante, tentando desacelerar. Lembrar o que eu vim aqui para dizer a ela. Que merda eu era, porque meu cérebro tinha deixado de funcionar. Agora era tudo sobre o meu pau empurrando contra sua vagina e a sensação de seu calor através das camadas de roupa entre nós.

— Muito tem acontecido, mas agora a informação crítica é que você pertence a mim — eu disse a ela, minha voz áspera. — Você é minha propriedade. Você não entende o que isso significa, e tudo bem. Eu vou te ensinar. Mas quando você olhar para trás neste momento, eu quero que você se lembre que havia um antes de eu te reivindicar e um depois. Agora é depois. Você entendeu?

Ela não entendeu. – Eu li a confusão em seu rosto, e se eu tivesse sido um homem decente eu teria que deixá-la ir. Então ela engoliu em seco novamente, e tudo que eu conseguia pensar era empurrando meu pau em sua garganta. Meu pulso batia assim como a minha moagem lenta cresceu mais irregular. Eu não tinha ideia do caralho como eu tinha conseguido manter as mãos longe dela tanto tempo, mas esses dias foram feitos.

Eu tinha perdido meu autocontrole e eu não estaria recebendo de volta.

— E a sua namorada? — Tinker perguntou de repente, os olhos se estreitando. Havia uma faísca de ciúme lá, e triunfo selvagem rugiu através de mim. Ela não gostava de me ver foder Tália. Isso era bom. Claro, nós provavelmente teremos algumas brigas sobre isso, mas a melhor parte da briga é o sexo de reconciliação.

— Primeiro, Tália nunca foi minha namorada, aquela cadela não é nada — eu disse a ela. Tinker franziu a testa com ceticismo. Abaixei-me, pegando uma de suas pernas e levantando-a para envolver em torno da minha cintura. Agora meu pau batia na sua boceta em um novo ângulo, e se estivéssemos nus eu já estaria dentro dela. — O meu clube me enviou aqui para estudar os Nighthawks, e ela era a maneira mais fácil de entrar. Transando com ela era como foder um louva-a-deus. Ela se foi, ou ela irá em breve. De qualquer maneira, eu parei com ela.

Tinker sacudiu a cabeça, levantando as mãos para empurrar contra o meu peito. Como se ela tivesse uma chance no inferno de ficar longe. Eu peguei suas mãos, prendendo-os sobre a cabeça, porque eu estava no comando aqui, não ela. Então eu me inclinei para a frente, os nossos lábios tão perto que senti o calor que vinha dela.

— Eu tenho observado você contorcer essa sua bunda por muito tempo — eu sussurrei. — Você se senta na varanda com sua amiga. Você finge que você não está me observando, mas você está. Você me quis muito por um longo tempo, e agora você vai ter.

Cobrindo a sua boca, enfiei minha língua profundamente, tomando-a enquanto meus quadris atacaram o dela. Ela tinha um sabor melhor do que eu me lembrava, toda quente, doce e suave, e se eu não entrasse nos próximos cinco segundos, ela poderia me matar.

Fazer isso acontecer, exigiria me afastar tempo suficiente para empurrar aquele robe dela para fora do caminho. Isto era muito ruim, porque eu não tinha certeza se poderia fazê-lo. O pensamento de me afastar por um instante sequer era quase mais do que eu poderia suportar. Em seguida, sua língua começou a emaranhar-se com a minha enquanto sua perna apertou em torno de mim. Jesus. Tão quente. O beijo tornou-se mais frenético.

Minha mão agarrou a bunda dela, puxando-a para o meu corpo.

Tinker mordeu a minha língua.

Difícil.

Eu me empurrei para trás quando nós olhamos fixamente um ao outro, peito arfando. Então, ela falou.

— Idiota. Você mentiu para mim.


Capítulo Dezesseis

TINKER


O rosto de Cooper — o rosto de Gage — estava corado e seus olhos estavam duro com a necessidade. Minha cabeça girava e meu corpo estava gritando, porque o desejo que eu tinha por ele antes não era nada em comparação com isso. Quando eu senti seu pau duro empurrar entre as minhas pernas, eu o queria dentro de mim tão ruim que eu mal podia pensar.

Seria tão fácil.

Apenas deixe-o fazer, eu sussurrei para mim mesma. Deixe-o levá-la e fazer você se sentir bem. Você sofreu tanto, esteve sozinha por tanto tempo. Você merece isso.

Talvez eu merecesse isso, mas primeiro merecia algumas malditas respostas.

— Você mentiu para mim, — eu repeti, forçando-me a retomar o controle, cada respiração um triunfo de foco.

— Sim, eu menti para você — ele repetiu, as palavras frias, quase indiferentes. Este não era o homem com quem eu ria durante o jantar. Nem mesmo perto. Este era mais duro, e não havia uma sugestão de qualquer emoção real em seus olhos. Luxúria? Definitivamente. Ele me queria tão como eu o queria, disso eu não tinha dúvidas. Mas esse não era o Cooper que conheci nas últimas semanas. Este não era o homem que tinha ajudado a reparar o meu edifício ou que me fez sentir melhor sobre o fato de que eu tinha sido estúpida o suficiente para ser pega no vídeo enroscada com um stripper.

Ele definitivamente não era o mesmo homem que tinha seguido Tália como um cachorrinho quando ela estalou o dedo. Ele estava certo sobre uma coisa — ele mentiu, e não apenas com suas palavras. Toda interação que já tivemos foi tudo uma farsa.

— Solte as minhas mãos — eu disse, minha voz soando fria.

— Ou o quê? — Ele provocou suavemente.

Eu não respondi, apenas olhei para ele. Ele inclinou a cabeça, dando-me um sorriso torto que poderia ter sido um sorriso de escárnio, mas ele me soltou. Lentamente. Como se esclarecesse que fosse sua escolha, não minha. Lembrando-me que ele ainda me segurava completamente presa e não havia uma maldita coisa que eu poderia fazer para impedi-lo.

— Quem é você? — Eu perguntei, a pressão dura entre minhas pernas enviando ondas de necessidade e desejo através de mim. Mas eu não era uma garotinha para ser manipulada pelo tesão.

— Eu disse a você, meu nome é Gage. Estou com o clube de motoqueiros Reapers, e agora eu serei o homem que fode você.

Levantando minhas mãos, eu as empurrei lentamente e firmemente contra seu peito, deixando claro que eu queria que ele me deixasse ir. Ele não se moveu. Em vez disso, senti seus dedos apertarem possessivamente em torno da minha bunda.

— Nós não estamos fazendo isso, — eu disse, mesmo que meu corpo discordasse. Fortemente. — Eu não sei quem diabos você é, e eu não fodo com estranhos.

— Você fodeu um stripper estranho em uma festa de despedida, — disse ele, estreitando os olhos. — Lembra-se?

Minha respiração ficou presa, dor perfurando através de mim.

— Você está seriamente me chamando de vagabunda? — Eu sussurrei.

A mandíbula de Gage apertou, e então ele balançou a cabeça com força, franzindo a testa.

— Isso não foi o que eu quis dizer — disse ele, um lampejo de frustração cruzando seu rosto.

— O que foi então? — Eu disse, minha voz baixa e suave, com uma pitada de gelo. — Aqui está algo que você deveria saber sobre mim, Gage. Às vezes eu fico fora. Às vezes eu perco a noção e a vida não sai da maneira que planejei. Às vezes eu até me sinto fraca e entro em colapso por um tempo, mas aqui está a realidade... Eu nunca, nunca desisti e eu nunca vou desistir.

Minhas mãos se aproximaram rapidamente e eu o golpeei na garganta com os dois polegares, tendo como alvo a parte oca, macia e central logo acima do esterno. Ele caiu com força, e logo se levantou com um grunhido. Tirando vantagem, usei seu corpo como alavanca, empurrando para o lado com tanta força que eu caí no chão, e depois fui para a porta. Eu tremi, tanto pela adrenalina quanto pela súbita perda de seu calor, envolvi meus braços ao redor do meu corpo. Apesar de tudo, eu ainda estava ligada, o que era seriamente fodido. Não estava certo, sentir esse tesão e raiva ao mesmo tempo.

— Você realmente pensou que poderia mentir para mim sobre tudo e esperar que eu simplesmente aceitasse? — Eu perguntei, ficando de pé novamente. Ele franziu o cenho, dando um passo para trás, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e frustração.

— Eu não estava pensando em nada — disse ele, os olhos escurecendo. — Eu passei as últimas vinte e quatro horas em uma cela de prisão, impotente enquanto toda a cidade estava te chamando e contando histórias sobre mim.

Um sorriso amargo torceu meus lábios.

— A metade da cidade nem fala comigo — eu disse. — Lembra-se de toda aquela coisa de vergonha de vagabunda?

— Foda-se, — ele disse, as palavras surpreendentemente duras. — Fodam-se todos eles. Você é melhor do que todos eles juntos, Tinker, e você esteja certa como a merda que é melhor do que eu. Mas lembre-se o quanto eles gostam de vomitar merda quando você ouvir os rumores sobre este fim de semana. Rumores sobre mim, e o que vai acontecer a seguir. Há grandes mudanças que estão por vir para os Nighthawks. — Engoli seco, desejando-o e odiando-o ao mesmo tempo.

— Você é parte do Reapers MC — eu disse lentamente. Gage assentiu com a cabeça.

— Você já ouviu falar deles?

— Meu marido era um promotor, — eu o lembrei gentilmente. — Eu ouvi muito sobre o seu clube e outros clubes com ele. E eu sei que tipo de coisas você é responsável.

Gage sacudiu a cabeça.

— Você não conhece meu clube, — disse ele suavemente. — Mas você irá. Eles estão aqui na cidade porque as coisas ficaram fora de controle com os Nighthawks — nós dois sabemos que é verdade. Eu vim aqui para ver por mim mesmo e os encontrei aterrorizando todos. Agora nós vamos resolver isto. Então, vou apresentá-la aos meus irmãos e suas famílias e você verá o que realmente queremos.

— Eu não tenho interesse em conhecer seus amigos, muito menos suas famílias — rosnei as palavras, tornando-as sujas. — Especialmente se eles estão todos fodidos como você.

Gage balançou a cabeça lentamente, os olhos endurecendo. — Odeie-me o quanto você quiser, mas não julgue as pessoas que você nunca conheceu. Meus irmãos Reaper são reais, tão reais como você, Darren e Carrie. Eles têm esposas. Crianças. Somos pessoas, Tinker, não os ponha estereótipos. Nós vivemos a vida em nossos próprios termos, mas você é uma fodida hipócrita se você acredita em toda essa merda que as pessoas dizem sobre nós, especialmente pessoas como seu ex. Isso é besteira, o mesmo tipo de besteira que eles lançaram em você por causa desse estúpido vídeo de sexo.

— Você não pode comparar uma coisa com a outra, você foi preso por usar drogas!

— Não, Tinker, eu não fui — disse Gage. — Todo mundo que foi preso por usar drogas ainda está preso. Eu não uso essa fodida droga, e não havia um traço dela em mim, qualquer um. Acho que suas fontes estavam erradas sobre isso, hmmm? Pergunto-me no que mais eles estão errados? Talvez você deva perguntar primeiro em vez de fazer suposições.

Respirei fundo, tremendo de alívio. Eu nem tinha percebido como o telefonema de Carrie tinha me assustado.

— Então você não estava vendendo drogas dentro do meu prédio?

Gage não desviou os olhos, segurando meu olhar.

— Não, Tinker. Eu não estava vendendo drogas dentro do seu edifício. Eu não estava vendendo drogas. Eu estava na maior parte consertando seu telhado e desentupindo seu banheiro e tentando entender mais sobre esta mulher incrível, sexy, irresistível que entrou em minha vida exatamente no momento errado, porque eu não conseguia tirar você do meu cérebro. Me dê uma chance, Tinker. Desafio-te. Conheça meus irmãos. Conheça suas famílias. Mas mantenha sua mente aberta. Caso contrário, você é tão ruim quanto Maisy e Heather. Eles mantiveram esse vídeo em cima de você como se você fosse algum tipo de prostituta que merecesse ser punida por ser humana. Mas você não é uma prostituta e a verdade nunca é algo preto e branco. Conheça-me, conheça meus irmãos. Minha família. Dê uma chance a eles.

Eu considerei suas palavras, e algo me atingiu. Antes de eu ser pega nessa fita, eu teria me sentido perfeitamente justificada em julgá-lo. Ele mentiu para mim, e não havia desculpa para isso. Só que soava como se ele tivesse uma razão. Pensei em Sadie e em suas contusões. Sobre o fato de que ela se recusara a ir à polícia, e que se ela tivesse ido, Marsh poderia tê-la punido por isso.

Cooper não tinha mentido sobre uma coisa — algo tinha ido terrivelmente errado em Hallies Falls, e precisava ser consertado.

Tente. Tente abrir sua mente. Veja o que acontece.

— Então isso significa que eu vou encontrar seus filhos? — Eu perguntei, torcendo o estômago. Ele estava certo, eu não sabia o que tinha acontecido, e eu não conhecia esta nova versão de Cooper. Eu tentei imaginá-lo como um pai — tinha tentado imaginar o tempo todo — mas eu nunca tinha sido capaz de imaginar. O pensamento deste homem assustador ter filhos estava quase além de mim.

Gage não respondeu imediatamente. Eu o estudei, ficando nervosa. Havia mais... Eu podia senti-lo. Via em seu rosto.

— Não tenho filhos — admitiu.

Levantando a mão para o meu estômago, pensei em Tricia.

— Você não tem filhos? — Eu perguntei, atordoada. — Você mentiu sobre ser um pai para mim? Por que você mentiria sobre isso, de qualquer maneira? O que isso tem a ver com um clube de moto?

Ele suspirou. — Eu menti sobre tudo, Tinker. Eu criei o homem que eu precisava ser, para o meu clube. Mas então eu conheci você e isso só foi pior.

Eu sabia que ele ainda estava falando, mas meu cérebro estava fechando. Jesus, e eu pensei que a primeira mentira doía... mas isso. Tratando a ideia de ter filhos vivos — como se não importasse, eu não poderia envolver minha cabeça em torno disso. Eu queria meu bebê mais do que qualquer coisa. Eu daria minha vida para tê-la de volta, e esta pessoa, Gage, usou crianças imaginárias como um suporte em seu jogo de motoqueiro espião.

Eu não poderia fazer isso.

— Saia, — eu disse, segurando meu estômago mais apertado, imaginando seu precioso rosto. Parecia que ela estava dormindo. Um homem com olhos tristes e uma câmera entrou no meu quarto de hospital naquela tarde. Ele tinha tirado um retrato de mim segurando-a, e então ela se foi para sempre.

Tricia não tinha sido uma mentira.

— Precisamos conversar — ele insistiu.

— Saia, — eu assobiei, algo quebrando profundamente dentro de minha alma. Eu queria que ele saísse, e eu queria que ele saísse agora.

Ele balançou sua cabeça. — Vamos trabalhar com isso.

— Saia da minha casa! — Eu gritei para ele, batendo contra seu peito com as duas mãos o mais forte que pude, realmente colocando meu corpo nele. Naquele instante o odiava. Odiava-o com toda a raiva escura que eu segurava enrolada por dentro e ele não conseguia se soltar do meu caminho! Agarrando seu ombro, eu tentei joelha-lo como eu aprendi na aula de defesa pessoal. Ele me bloqueou no último minuto, me pegando e me envolvendo apertado em seus braços, fazendo-me prisioneira.

— Acalme-se — ele murmurou. Mordi seu ombro. Não de brincadeira. Eu cavei meus dentes com uma força profunda, e se não tivesse sido por seu colete de couro, eu teria tirado sangue. — Jesus, porra! Pare com isso!

Me sacudi contra ele, e enquanto seus braços estavam apertados em torno de mim eu tinha a vantagem, porque eu não me importava. Eu não me importava em machucá-lo e eu não me importava em me machucar.

Eu só queria que ele partisse antes de quebrar em mil pedaços.

— Pare — ele grunhiu. Afrouxando meus dentes de seu ombro, eu fui para seu pescoço em seu lugar. Ele não esperava isso, e quando eu afundei ele gritou de uma maneira que me deixou saber que eu tinha o machucado, e o machucado bem. Finalmente. De repente, seus braços caíram quando ele me empurrou para longe, uma mão segurando seu pescoço, o sangue escorrendo entre seus dedos. Aconteceu tão rápido que eu caí de volta na minha bunda, batendo no chão de madeira. A dor passou por mim, mas a raiva entorpeceu. Gage recuou, olhando para mim. Ignorando-o, pulei de pé e me ajeitei para o aparador onde ele enrolara o cinto.

Enrolou o cinto e pousou a arma.

Agarrando-o, eu destravei a segurança e puxei para trás o gatilho, carregando a arma. Então eu apontei diretamente para o filho da puta mentiroso.

— É hora de você sair da minha casa — eu disse, e desta vez as palavras foram firmes e fortes. Ele me estudou cautelosamente, uma mão firme contra seu pescoço sangrando.

— Você sabe, o presidente do meu clube não pensou que você iria tomar isso muito bem — disse ele, sua voz casual. Eu pisquei, confusa.

— Que diabos você está falando?

— Picnic, ele é o presidente do meu clube. Ele pensou que você poderia ficar chateada por eu ter mentido para você — disse ele. — Acho que ele estava certo.

— Nós ainda estamos conversando? — Eu perguntei, levantando a arma mais alto. Que diabos? Eu tinha a arma. Ele deveria fazer o que eu disse, não continuar falando. — Porque eu sinto que talvez você não perceba o que está acontecendo aqui. Se você não sair da minha casa, eu vou atirar em você.

— Sim, ele estava certo, — Gage disse pensativamente. — Isso foi um erro. E eu irei. Mas não até você colocar isso para baixo.

— Eu não vou abaixar a porra da arma!

— Ok, mantenha a arma por agora, — ele disse, suspirando. — mas você pode me devolver o cinto? isso provavelmente não vai ser a única luta hoje à noite, e eu não quero minhas calças caindo durante um momento crítico.

— Você percebe que a sua vida está em perigo? — eu o lembrei, a minha voz ficando histérica. — o que há de errado com você? Cinto não importa! — ele deu um passo em minha direção, franzi as sobrancelhas. — mas é o meu favorito.

Minhas mãos começaram a tremer. a arma ficando pesada, mas esse não era o ponto. Ele não estava indo embora, e de repente eu percebi que eu poderia realmente ter que atirar nele. Eu não queria ter que atirar. Eu nunca cheguei a atirar em alguém. Eu era o tipo de menina que fazia chocolates e regava as flores e, ocasionalmente, ficava bêbada com vinho tinto ao sentar na cadeira de balanço da varanda. A menina que não costumava atirar em homens em sua sala de estar.

— Por favor, saia, — eu sussurrei, e ele sorriu suavemente, andando mais um passo na minha direção. Agora nós restavam talvez quatro passos de distância. Seus olhos se mantiveram presos aos meus e ele inclinou a cabeça, levantando ambas as mãos em sinal de rendição.

— Dê-me o cinto. Eu vou deixar você continuar com a arma.

Minhas mãos tremeram mais, eu dei um passo para trás ainda o olhando, tateando minhas mãos as cegas procurando o cinto. Eu queria que ele fosse embora. Eu precisava pensar sobre as coisas. Tudo isso foi muito louco, e, embora eu não estava totalmente certa como ou por que eu encontrei-me segurando uma arma com ele na minha sala de estar, isso precisava terminar.

Santos gatos, como minha vida tinha chegado a isto?

Envolvendo minha mão em torno do cinto, eu estendi em sua direção e sussurrei — Você precisa sair.

Ele estendeu a mão, segurando meus olhos o tempo todo. Em seguida, minha mão estava voando para o lado quando ele bateu a arma para fora do meu controle. De repente eu estava para baixo no chão, ambos os braços presos sobre a minha cabeça com o seu grande corpo pesado cobrindo o meu. Ele chutou minhas pernas abertas, ficando entre elas, prendendo-me completamente.

Como isso tinha acontecido?

Tudo estava horrível, e apenas continuava a piorar. Eu balancei-me contra ele novamente, e, em seguida, para o meu desgosto eu senti lágrimas caindo em meus olhos. Eu odiava chorar. Havia muitos sentimentos correndo por mim de uma só vez e eu não poderia controlar todos eles, e agora ele estava em cima de mim novamente. Eu podia sentir seu pênis rígido contra mim. Tudo estava acontecendo muito rápido. Eu sacudi, tentando escapar, e ele deu um baixo gemido. Meu coração estava prestes a explodir de choque ele estava ligado como um tipo de animal doente.

Então essa era a minha realidade?

— Apenas faça, — eu disse, fungando.

Ele se acalmou. — Fazer o quê?

— Me estuprar ou qualquer outra coisa. Apenas acabe com isso logo.

Gage se afastou de mim em um instante, pondo uma distância. — Jesus Cristo, quem você acha que eu sou? — Eu me sentei lentamente, limpando os olhos com as costas de minhas mãos. Em seguida, olhei para ele e acenei com a cabeça.

— Eu não tenho uma fodida ideia, — eu sussurrei, e era a verdade absoluta. Eu não o conhecia e eu nunca conheci. — Por favor, vá embora. Eu só quero que você vá embora.

Gage olhou-me de baixo, em seguida, assentiu, seu rosto agitado.

— Eu vou te deixar por agora — disse ele. — mas ainda não terminamos. Isso não acabou por aqui.

— Mas acabou por hoje à noite.

Ele assentiu, agarrando o seu cinto e a arma que tinha derrapado no chão. Me encolhi quando ele se aproximou da estante, mas tudo o que ele fez foi pegar sua faca. Em seguida, ele caminhou para a porta da frente, virando uma vez para olhar para trás para mim.

— Isso não saiu como eu planejei, Tinker — ele disse suavemente. — Eu sinto muito. Vamos falar amanhã.

 

GAGE


Idiota.

Eu era um fodido idiota. Pic tinha me avisado para não falar com ela, e o bastardo tinha razão. Novamente. Por que aquele idiota sempre tinha que estar certo, eu não sabia, mas era muito irritante.

Quando ela olhou para mim e disse para ir em frente e estuprá-la, algo tinha morrido dentro de mim. Não pense que eu já me odiava tanto em toda a minha vida como eu tinha naquele instante.

No entanto, uma coisa me deixou confuso. Por que diabos — fora de todas as mentiras que eu tinha dito a ela — falar sobre filhos tinha sido a coisa que mais a assustou? Eu tive que mentir e todo mundo odeia se sentir como um otário, mas eu esperava que ela focasse em minha foda com Tália, não isso.

Suponho que eu só adicionei à lista de merda que eu precisava lidar na próxima vez que eu a visse.

A lista estava ficando malditamente longa.

Meus irmãos Reaper haviam se reunido no mesmo hotel barato que eu tinha ficado quando cheguei na cidade. Eu contei vinte e seis motos no estacionamento, e parecia que eles tinham chamado a cavalaria, porque vários tinham marcações Devil's Jacks. Porra de vergonha que chegamos a isso, mas eu não via como nós tínhamos tido muita escolha. Com Marsh e seus garotos ainda na prisão, nós nunca teríamos uma melhor chance de fazer o nosso movimento.

Pic estava esperando por mim no estacionamento, junto com Horse, Ruger, Bam Bam, e vários outros. Eu estacionei minha moto, e ele caminhou até mim, pegando minha mão antes de me puxar para um abraço apertado.

— Fico feliz em tê-lo de volta, irmão, — disse ele. — Tudo vai bem com sua garota?

E agora para a parte divertida — eu odiava admitir quando ele estava certo.

— Não.

— Você quer falar sobre isso?

— Nunca quis falar pouco sobre qualquer coisa, — eu disse em breve, e ele riu.

— Acredite ou não, eu entendo. Todo mundo está esperando. Está um pouco lotado lá dentro, mas estamos prontos para você nos informar sobre a situação.

Eu o segui em uma das unidades finais, os outros andando atrás de nós. Mais e mais vieram, enchendo as paredes da sala.

— Fico feliz por ter você de volta, mano, — Bam Bam disse, batendo nas minhas costas. Outros seguiram, e fiquei surpreso que mesmo os Devil’s Jacks tomaram um minuto para me receber. Não tinha percebido até aquele momento o quanto eu tinha perdido estar ao redor do meu povo. Minha família.

— Então, aqui estamos — disse Pic, convocando a reunião. — Vocês sabem o que Gage passou nessas últimas semanas.

— Vi a foto da cadela que você teve que bater — disse Hunter. — Parece que foi difícil. — Risos, que eu escolhi ignorar, ecoaram ao redor da sala.

— Tenho certeza que ela tem dentes que revestem sua boceta — eu disse a eles. — Acredite em mim, Talia Jackson é uma mulher assustadora — não deixe a bunda apertada te enganar. A verdadeira questão aqui é o irmão dela, Marsh. Todos já suspeitamos há muito tempo de que os Reapers não estavam cortando o tráfego transfronteiras, e eu já o vi por mim. Mesmo que fosse, no entanto, não importaria. Os Nighthawks estão caindo aos pedaços como um clube. Disfuncional como o inferno. Se eles estivessem pagando, nós ainda teríamos que intervir neste momento, porque toda a situação é uma merda de bomba relógio. Não só isso, o clube está fora de controle. Marsh trouxe nada além de pedaços inúteis de merda e agora temos que salvar de alguma forma a situação ou perderemos o controle do território.

O rosto de Hunter ficou sério.

— Como isso aconteceu? — Ele perguntou.

— A maior parte da liderança e da velha guarda entrou em um ataque, tudo ao mesmo tempo, — disse Picnic. — A maioria deles ainda está servindo o tempo. Marsh pisou no vácuo de poder. Provavelmente devíamos ter desligado, mas não tínhamos ideia de quão tóxico ele era naquele momento, e eles estavam segurando sua parte no negócio.

— Há alguns que saíram desde então — acrescentei. — Quatro deles — Cord parece ser seu líder. Gostaria de poder dizer mais, mas não me dão a hora do dia, uma vez que sou uma das crostas de Marsh, pelo menos aos seus olhos.

— E nenhum deles desceu este fim de semana? — perguntou Hunter.

— Não, — eu disse. — Eu não vi nenhum deles desde o início da semana. Eles não saíram com a gente na sexta-feira à noite e perderam o seu pequeno tumulto. Ele manteve todos no clube naquela noite, fazendo perguntas e procurando traidores. Paranóia completa. Eu não sei onde eles estão, mas eles não estavam com ele.

— Eles estão no clube agora — disse Picnic. — Esperando para falar conosco sobre o que aconteceu. Cord entrou em contato assim que ouviu a notícia. Parece-me que eles querem consertar as coisas, fazer certo. Acha que isso é possível?

Examinei cuidadosamente a questão, ponderando nossas opções.

— Decisão difícil — eu finalmente admiti. — Se eu conhecesse Cord melhor, eu teria uma resposta melhor para você. Eu não acho que ele é um inimigo dos Reapers. Eu acho que ele estava em desvantagem, então ele esperou por seu momento. Ainda há muitos irmãos por dentro, irmãos que são bons homens. Eles são os verdadeiros Nighthawks, não Marsh e sua tripulação.

— Então nós o deixamos entrar? — Pic perguntou.

— Eu não posso responder a isso, — eu disse. — Eu gostaria de ter um senso do homem pessoalmente, mas eu não tenho. Tudo o que sei é que ele odeia Marsh.

— Ele era um irmão forte no passado, — disse Bam Bam. — Eu montei com ele algumas vezes. Mantinha sua merda para si, não era o tipo de falar muito, mas eu o teria nas minhas costas em uma briga. Situação impossível, quando o seu próprio presidente não faz o que é certo. Quero dizer, ele odeia Marsh, por ele está traindo seu próprio irmão. Ele não, ele traiu os Reapers. Se fosse eu, eu provavelmente iria assistir e esperar, também.

— Bom ponto — reconheceu Pic. — Alguém mais aqui quer falar por ele ou pelos outros?

— Pipes é um bom homem — disse Ruger. — Ele é o Nighthawk que ficou com Painter e Puck na Califórnia enquanto eles estavam na prisão. Ainda lá embaixo, e eles estarão enviando Painter de volta para se juntar a ele uma vez que sua liberdade condicional seja revogada. Painter me disse que Cord era um dos poucos que se esforçaram para visitar Pipes. Fazemos as pazes com o Cord, isso pode salvar a vida do Painter no interior.

— Só isso é motivo suficiente por si só, — eu disse. — Nós temos algum contato com os outros Nighthawks dentro?

— Alguns — disse Pic. — Mas Cord teria mais. Se podermos salvar algo da situação, isso seria muito melhor. Caso contrário, isso nos deixa com outro vácuo de poder no meio do estado. Então nós teríamos que mover os homens para a área.

— Você vai precisar mover alguém para a área não importa o quê, — disse Hunter, franzindo a testa. — Só porque você está dando a ele uma chance não significa que podemos confiar nele.

— Eu vou ficar — eu disse a eles. Os homens ao meu redor se agitaram, embora eu visse Horse sorrindo. Idiota presunçoso.

— Você já desistiu de muita coisa — disse Bam Bam. — Você tem certeza que quer fazer isso?

— Funciona para mim, — eu disse, embora eu estaria condenado se eu fosse discutir toda a situação Tinker com uma plateia tão grande.

— E se nós consertamos? — Ruger perguntou de repente.

— Os Nighthawks? — perguntou Hunter. — Você perdeu a cabeça?

— Nem todos — disse Ruger. — Mas sabemos que Pipes é sólido — ele pôs sua vida na linha mais de uma vez para o Painter no interior. E Cord é sólido com ele. Até Marsh assumir, nunca tivemos problema com eles, e eles não são o povo de Marsh. O que temos aqui é um bom clube de apoio que foi infectado por um câncer. Cortamos o câncer, recuperamos o clube.

— Mas conserta-los como Reapers? — perguntou Horse, cético. — Isso parece um pouco demais.

— Não imediatamente — disse Ruger. — Mas poderíamos dar-lhes uma chance de se redimir, e levá-lo de lá. Torna-los provisórios. Não é um caso de aplicação de patches ao longo de todo o clube — estaremos fechando o bad club e consertando os membros que vale a pena salvar. Poderia enviar uma mensagem poderosa para qualquer outro clube de apoio na área. Fique leal e você será recompensado. E apesar desta merda com Marsh, a maior parte dos irmãos permaneceu leal. Eles estão presos na prisão. Lembre-se, nenhum dos filhos da puta testemunhou contra seus irmãos ou os Reapers.


— Poderia funcionar — disse Pic lentamente. — Quero dizer, é diferente, mas... Preciso falar com Shade sobre isso. É uma decisão maior do que podemos fazer aqui. Vocês saem, preparem-se para esta noite enquanto falo com ele. Independentemente do que ele diz, precisamos sair para o clube e nos encontrar com os Nighthawks. Caso contrário, ficaremos fracos.

Os homens começaram a sair, e eu estava para me juntar a eles, mas Pic fez um gesto para que eu ficasse. Fechei a porta atrás dos irmãos enquanto pegava o telefone.

— Shade, é Pic — disse ele. — Estou colocando você em viva voz — quero que você ouça o que está acontecendo e Gage, que está na sala comigo.

— Gage, eu tenho ouvido falar do seu trabalho — disse Shade. Ele não tinha sido nosso presidente nacional por tanto tempo, mas naquele tempo ele tinha mais do que merecido meu respeito. — Pic me contou o que aconteceu em Ellensburg ontem. Desculpe ouvir que Painter está com tantos problemas. Odeio quando um irmão volta para dentro.

— Ele é um bom homem, — eu disse, e era verdade. Durante anos, Painter parecia menos como um irmão e mais como um garoto idiota, mas ele tinha puxado para todos nós no final. — Porra é uma merda.

— Coales fará tudo o que puder — disse ele. — E isso vale para você, também. Ouvi dizer que você provavelmente está fora de perigo em suas acusações.

— Ainda não, mas parece que eu estarei.

— Fico feliz em ouvir isso. Agora, qual é a avaliação com os Nighthawks?

— A maioria deles são uns merdas — disse Picnic. — Pelo menos, a maioria do lado de fora. Sabemos que os originais — os homens na prisão a longo prazo — são bons. Assim são alguns que ainda estão do lado de fora. Cord, por exemplo. Ele foi para baixo para ver Pipes na Califórnia, quando Painter e Pipes estavam no interior juntos. Fonte de nossa informação em primeiro lugar. Gage não teve muita chance de conversar com ele porque o tempo todo que ele esteve aqui, ele cuidadosamente se fez ser a puta de Marsh. Cord e seus rapazes não têm respeito por Marsh e seu povo, então ignoraram Gage.

— Acho que isso está a seu favor — disse Shade. — Então me diga o que você está pensando.

— Então, é evidente que temos de nos livrar dos Nighthawks que estavam com Marsh — disse Pic. — Os novos e os traidores. Isso não será difícil porque eles não são nada — não irmãos de verdade. Apenas uma coleção de perdedores e seguidores que nem sequer tem uma perspectiva real. Mas ele nos deixa em uma posição interessante em termos de homens como Cord, para não mencionar os irmãos originais que estão cumprindo pena mais longa. Não podemos deixar que um clube que nos traiu sobreviva, mas também não podemos deixar um vácuo de poder. Não só isso, há um monte de homens bons que se chamam Nighthawks que não têm nada a ver com isso. Situação complicada.

— É verdade — disse Shade. — Você tem alguma sugestão?

— Eu quero expulsar a porcaria e depois consertar os homens bons como Reapers — disse Picnic. Shade não respondeu por um minuto.

— Sua solução por eles nos traírem é trazê-los para o nosso clube? — Perguntou. — Quer correr esse risco de novo?

— Ok, eu sei que parece loucura — disse Pic. — Mas pense bem, temos homens bons. Irmãos fortes. Eles mantiveram esse território por vinte anos e a parceria funcionou. Em seguida, um grande grupo deles foi para baixo e nenhum testemunhou contra nós ou entre si. Marsh Jackson entrou e assumiu o controle enquanto eles estavam desamparados, e nesse meio tempo, nós deveríamos ter chutado seus traseiros. Em vez disso, permitimos que isso acontecesse. Isso é nossa culpa, Shade.

Olhei para meu presidente, impressionado. Isso foi tudo.

— Posso ver isso — disse Shade lentamente. — Mas você não pode seriamente achar que vou autorizar a criação de novos membros Reapers por telefone. Não funciona assim, mano. Nós dois sabemos disso.

Picnic riu.

— Não, eu entendo isso — disse ele. — Mas quando entramos, podemos mantê-lo como uma possibilidade. Diga aos irmãos existentes — aqueles que mantiveram a fé — que os Nighthawks, tal como existem agora, estão prontos. Em seguida, segure isso para eles como um compromisso. Nós os queremos aqui, vamos trabalhar com eles, e então se as coisas se juntarem, haverá uma recompensa.

— Gage, qual é o seu pensamento sobre isso? — perguntou Shade. — Você é o único que tem estado por ai. Qual é a sua percepção da situação?

— Eu não conheço bem Cord — eu disse. — Mas meu instinto me diz que ele é um cara sólido, se por nenhuma outra razão que ele nunca caiu para a merda de Marsh. Já estavam à beira da guerra civil. Cord e sua facção não estavam por perto na sexta-feira, e para todos eu sei que eles estavam planejando fazer um movimento contra Marsh este fim de semana. Acho que vale a pena dar uma chance. Especialmente porque isso poderia ter consequências a longo prazo para o nosso menino Painter, que voltou para a prisão em Cali. Pipes — o irmão Nighthawk por dentro — ele é um dos nossos únicos aliados lá. Nós queimamos todos os Nighthawks, estamos queimando Painter, também.

— Ok, então me passe por isso, — Shade disse. — Supondo que façamos isso, eu teria que conversar com todos os presidentes e passar pelo processo — todos nós sabemos disso. Mas eu estou disposto a mantê-lo como uma possibilidade, se você tem um plano sólido.

— Primeiro, o momento é bom — disse Picnic. — Marsh e seus rapazes ainda estão todos trancados. Não temos informações completas sobre a sua situação, mas parece que encontraram produtos suficientes para obtê-los para fins de distribuição. Isso significa que não precisamos nos preocupar com a possibilidade de sairmos novamente por um tempo. Se entrarmos fortes agora, limpamos o clube e nos livramos de qualquer pessoa que responda a Marsh. Eles foram embora. Depois, nos reorganizamos com Cord e seus irmãos para começar um novo período.

— Eu ficaria na cidade — Eu disse. — Supervisionaria tudo. Faça-me nômade.

— Grande passo — disse Shade. — Tem certeza de que está preparado para isso?

— Ele tem uma garota aqui — Pic disse. — Maricas chicoteado.

Shade bufou. — De verdade, Gage? Você quer que façamos um novo capítulo de Reapers para que você possa...

Pic começou a rir. — Ok, isso foi injusto. Na verdade, não foi ideia dele. Mas ele conheceu uma mulher e não se importaria de ficar algum tempo aqui na cidade. Desde que se adapte às necessidades do clube, por isso funciona em nosso fim. Nós temos o seu apoio?

— Sim — Shade disse lentamente. — Nós podemos tentar, embora ele vai se reduzir a uma votação por todos os presidentes. Mas eu posso ver isso funcionando. Mantenha-me informado sobre os detalhes. Contanto que Gage esteja lá mantendo um olho em todas as coisas, eu acho que está tudo bem. Está falando sério sobre essa mulher?

— Talvez — eu disse. — Melhor pergunta poderia ser se ela está falando sério sobre mim. Agora ela está um pouco chateada. Aparentemente as mulheres não gostam quando você mente para elas sobre quem você é, e então fode outra cadela sob seu nariz por semanas em um momento. Eu não sei como as prostitutas fazem isso — pensei que perderia a porra da minha mente, e essa é a verdade.

Shade riu.

— Não, eu imagino que não — disse ele. — É por isso que eu não tenho uma old lady. Muito trabalho.

— Foda-se — disse Pic. — Você não tem ideia do que está perdendo. — Essa era a minha sugestão de chamá-lo de idiota ou algo assim, mas pela primeira vez em muito tempo, eu não tinha vontade de dar uma merda a meus irmãos por manter uma mulher por perto. Em vez disso, tive a sensação de que ele estava certo. Havia algo lá — algo bom — e eu estava perdendo.

Com alguma sorte, eu não estaria perdendo por muito mais tempo.

 


Capítulo Dezessete

TINKER


— Você está brincando comigo — Carrie disse por telefone.

— Eu não estou, — eu sussurrei, sentindo-me enjoada. — Eu não posso acreditar que ele me disse tudo isso. Nada sobre ele era real. Nada! Por que eu continuo me apaixonando por caras que são mentirosos e idiotas?

— Ok, sim, ele é um mentiroso e um idiota — disse ela. — Mas não se sinta mal por isso. Brandon é mau, e você passou uma década de sua vida com ele. Cooper...

— Seu nome é Gage.

— Tanto faz. Gage é apenas um idiota sexy que te deixou um pouco quente e incomodada. Este não é um crime federal, embora eu gostaria de jogar fora o meu voto para o despejo mais uma vez. Se ele mentiu em sua papelada, isso tem que ser uma boa razão para se livrar dele.

— Eu não consigo pensar nisso agora — eu disse. — Deus. Ele está consertando o telhado, Carrie. Como vou conseguir que o telhado seja concertado se eu o mandar embora? E eu devo levar o pai para Seattle esta semana para a consulta do médico dele. O meu advogado também quer falar comigo. Ele acha que talvez Brandon esteja tirando algum tipo de besteira nas finanças. Até agora eu não o pressionei para ele dizer verdade, então nós pensamos que era apenas paralisando. Mas algo pode estar realmente errado lá.

— Pare, — ela ordenou. — Apenas pare por um segundo e respire fundo, certo?

Fechando os olhos, tentei fazer o que ela disse, contando até dez enquanto inalava. Lentamente deixei o ar voltar para fora novamente, então repeti o processo.

— Como está? — Ela perguntou.

— Melhor — eu admiti. — Embora eu sinto como se meu coração fosse explodir em meu peito. Não posso acreditar que ele mentiu para mim sobre ter filhos.

— Ele lhe contou muitas mentiras — concordou ela. — E parece que ele está cheio de merda em todos os níveis. Mas eu acho que você deve considerar uma coisa — e eu não estou dizendo isso para defendê-lo, certo?

— Tudo certo. O que?

— Ele não sabe que você perdeu um bebê — ela disse suavemente. — E enquanto eu absolutamente acho que ele é um idiota que merece ter seus intestinos bicados por urubus, ele não se propôs a machucá-la quando ele mentiu sobre ter uma família.

— Isso não significa que eu esteja perdoando ele — eu disse, em meu tom escuro. Carrie riu, e não foi uma risada agradável. Mais de uma rainha má, com um lado de gênio maníaco.

— Oh não, — ela disse. — Não vá perdoá-lo. Mas ele não vale a pena ficar remoendo sobre isto — eu estou atolada com trabalho durante o dia amanhã, então por que você não vem para jantar? Podemos rir e conversar e talvez jogar dardos em uma foto dele.

— Eu não tenho uma foto dele.

— Não se preocupe. Eu tirei uma quando ele estava trabalhando sem sua camisa no outro dia. Através da janela.

— Isso é assustador.

— Sim, eu sei, — ela admitiu. — Nós já cobrimos meu lado perseguidor antes, então vamos continuar nos movendo aqui. Vamos jogar dardos na foto e amaldiçoar todos os homens. Vai ser divertido.

— Nós não precisamos amaldiçoar Darren.

— Não, a menos que ele me irritasse de vez em quando, — ela disse brilhantemente. — Mas se ele fizer, todas as apostas estão desligadas. Então, jantar?

— Que tal você vir aqui? — eu disse. — Eu não quero deixar papai sozinho. Você pode trazer Darren e as meninas.

— Combinado — ela respondeu. — Você é melhor cozinheira do que eu, de qualquer maneira. Mas as meninas provavelmente não virão. Elas são muito fabulosas e adultas para jantar com pessoas idosas. Eu acho que elas têm algo planejado com seus amigos. Ainda bem — elas provavelmente ficariam assustadas vendo-nos jogar dardos em uma foto.

— Você é a melhor amiga de sempre, você sabe disso, certo?

— Muito bem — disse ela. — E eu prometo a você — nós vamos passar por isso. Ele te pegou em um momento vulnerável, mas esse cara não é grande coisa. Você vai ficar bem.

— Você promete isso?

— Garantia de devolução do dinheiro, querida estou com você.

 

GAGE


Foi uma viagem tensa para o clube.

Os Nighthawks sabiam que estávamos na cidade — eles tinham que saber. Você não poderia ter muitas motos em um lugar tão pequeno como Hallies Falls sem que as pessoas percebam, e as prisões para baixo em Ellensburg no dia anterior apenas adicionado à fofoca.

Um novo incêndio fora estourado naquele dia, e enquanto estava a mais de cinquenta milhas de distância, ainda mais fumaça enchia o ar e pequenas cinzas brancas começaram a cair em tudo. Eu nunca tinha visto um verão como este para incêndios. Se estivéssemos em um programa de TV, eu teria tomado isso como um sinal de que eles iriam emboscar e matar a todos nós — seria um bom show, também.

Vendo que não estávamos na TV, eu estava feliz sem a emboscada.

Olhando para o clube, eu avistei oito motos. Sem probabilidades ruins. A facção de Cord tinha quatro, e os outros podiam ser prospectos ou clientes amigáveis para sua causa. Ou não. O que diabos eu sabia, afinal? Cody — um dos prospectos, e não um particularmente promissor — vigiava sobre elas, seu rosto empalidecendo enquanto levantamos, apoiando nossas motos em linha com cuidado.

Picnic se aproximou dele, seguido de perto por Hunter, e eu assisti Cody engolir.

— Prospecto? — Pic perguntou, olhando-o. — Gage, você sabe disso?

Eu me juntei a eles, estudando o garoto.

— Ele é um dos de Marsh — eu disse. — Comprou sua primeira moto há algumas semanas.

Pic suspirou, passando uma mão pelo cabelo.

— Cara, você não tem ideia do que você se meteu aqui, — ele disse, e sua voz não era cruel. — Aqui está a melhor oferta que você receberá hoje à noite — entregue suas cores, suba na moto e vá embora. Seu presidente e seus amigos estão trancados e ficarão por um tempo. O clube que você se inscreveu não vai mais existir depois desta noite, e você não está pronto para prospecção de qualquer maneira. Aprenda a andar de moto, crescer um pouco e lhe darei outra chance em poucos anos. Não vamos segurar isso contra você.

Cody nunca me tinha parecido um dos mais brilhantes, embora ele parecesse um garoto bastante decente. Agora eu poderia praticamente ver o hamster correndo freneticamente na roda em sua cabeça, desesperado por escapar.

Pegue a moto, garoto. Saia daqui.

— Não vou desistir das minhas cores, senhor — disse ele, e enquanto sua voz tremia, ele não piscou. — Foi-me dito para ficar aqui fora e assistir a essas motos, e é isso que eu vou fazer. Você vai ter que tirá-las de mim.

Jesus. Cristo.

— Você esteve assistindo Sons Of Anarchy5, não é? — Pic perguntou, suspirando pesadamente. Cody engoliu em seco, depois assentiu. — Merda de show. Todo o mundo maldito acha que eles são Jax Teller. Revista-o e o traga para dentro.

Em um instante, Horse e Ruger o colocaram contra a parede, procurando por armas. Eu assisti enquanto eles tiravam uma pequena faca de seu bolso, e eu quero dizer pequena. Canivete Swiss Army vermelho, com a pinça e palito.

Pic e Hunter me lançaram olhares incrédulos, e encolhi os ombros. Não era como se eu não tivesse avisado.

O clube tinha caído para merda.

Pic acenou com a cabeça para eu liderar o caminho para a própria casa do clube. Sempre divertido ser ponto, mas fazia sentido, vendo como os homens lá dentro já me conheciam. Eu empurrei a porta aberta para encontrar Cord e quatro outros esperando por nós. Cord tomou minhas cores recém restauradas em um rápido olhar, e se ele estava surpreso, ele guardou para si mesmo. Pic e Hunter me seguiram, enquanto outros rodeavam o edifício.

— Bem-vindo — disse Cord, acenando para Picnic. — Eu sou Cord. Já nos conhecemos há alguns anos atrás. Estou mais familiarizado com Rance, o presidente do Bellingham. Estou esperando uma visita por um tempo agora.

— Rance está ocupado — disse Pic brevemente. — Pediu-me para vir em seu lugar. Este é Hunter. Ele é o presidente do Devil's Jacks, fora de Portland. Estou supondo que você adivinhou por que estamos aqui?

— Marsh Jackson levou este clube para o chão, não pagou seu imposto, e agora você está aqui para descobrir o que deu errado.

Cord nunca me tinha parecido estúpido, e eu acho que meus instintos não tinham sido inteiramente ruins.

— Eu sou Gage — eu disse, encontrando seu olhar de frente.

— Cores agradáveis — disse ele, o menor indício de um desprezo em sua voz. — Engraçado. Da última vez que te vi, você não estava as usando. Não sabia que os Reapers estavam com medo de usar suas próprias cores no Estado de Washington.

— Precisava descobrir o que estava acontecendo aqui na cidade — disse Pic, sua voz casual. — Ouvimos que o clube era muito fácil de entrar. Achei que investigaríamos por nós mesmos, e amaldiçoamos se não fosse.

Cord apertou a boca, e um silêncio tenso caiu entre nós.

— Vamos apenas admitir que nada disto aconteceu da maneira normal — Hunter interrompeu, acenando para Cord. — Chame como quiser — sabemos que você estendeu a mão através de Pipes. Ele falou com nossos homens por dentro, e os Reapers responderam. Eles queriam ver o que estava acontecendo, eles viram, e agora estamos aqui conversando com você porque sabemos que vocês são homens sólidos. Homens que podem ser confiáveis. Vamos encontrar uma maneira de resolver este problema e avançar.

— E você tem uma participação no presente porque?... — perguntou Cord, com sarcasmo em sua voz.

— O velho é meu sogro — respondeu Hunter, acenando para Pic. — Ele fica irritado, ela fica irritada. Então eu não tenho cabeça. É um problema sério, mano. Nós temos que fazer isso direito.

— Irritado? — Cord perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Hunter encolheu os ombros. — Prioridades. É o que é. Podemos conversar sobre isso? Ninguém aqui quer lutar hoje. Os Nighthawks tiveram um problema. O problema está na cadeia agora, o que significa que é hora de se reagrupar.

Cord acenou lentamente.

— Essa é a verdade — admitiu. — Vocês querem uma bebida?

— Depois — disse Pic. — Nós devemos falar primeiro. Por que não começa por apresentar seus irmãos a todos nós?

— Este é Wanker, Charlie Boy, e Tamarack, — disse ele, acenando com a cabeça para os três homens vestindo cores cheias ao lado dele. — Esses dois são Cody e Fuckwit. São os prospectos de Marsh. Acho que Cody perdeu o entusiasmo porque ele teve a gripe estomacal, e eu tenho que admitir, Fuckwit está crescendo em todos nós. Acho que ele pode dar certo.

— Seu filho Cody parece levar as coisas muito a sério — disse Pic. — Quando paramos lá fora, dissemos a ele para sair enquanto ele ainda podia. Recusou-se a entregar as suas cores.

Cord parecia surpreso, olhando para Cody bruscamente.

— Hã.

Cody ficou em branco, embora eu visse um tremor em suas mãos. Porra, o garoto realmente queria isso.

— Ok, os prospectos lá fora, — disse Pic. — Vocês cuidam das motos com alguns de nossos irmãos lhes fazendo companhia. Pense nas coisas — se você sair esta noite, não é nenhum dano, nenhuma falta, nenhum julgamento. Os adultos vão falar agora. Onde está sua Igreja?

Deixamos o Cord levar o caminho para a sala de reuniões, seguido por mim, Pic, Hunter, Ruger, Bam Bam e um dos irmãos de Hunter chamado Taz. Pic tomou a cadeira do presidente sem objeção de Cord. Fazia sentido — os Reapers estavam sobre os Nighthawks. Sempre tinha sido, sempre seria. Eles nos deviam seu respeito, independentemente das circunstâncias.

— Aqui está como eu vejo, — Pic começou. — Tem sido essencialmente dois clubes nesta cidade, os velhos Nighthawks e os novos Nighthawks. Os velhos Nighthawks eram nossos aliados, e você é o líder deles. Parece certo?

— Essa é uma avaliação justa — disse Cord, seu rosto como pedra. — A maioria dos meus verdadeiros irmãos estão na prisão, servindo duro. Você deve saber tudo sobre isso — seus meninos poderiam estar com eles agora se não tivéssemos mantido a boca fechada quando a polícia nos varreu.

— Respeito isso — Pic disse, balançando a cabeça. — E esses são seus verdadeiros irmãos. Marsh e seus meninos puxaram uma aquisição hostil enquanto você estava trancado, o que o colocou em um inferno de um lugar. Parece certo?

— Exatamente o que aconteceu — disse Cord, e por um instante sua máscara fria escorregou, e eu vi o quão exausto ele deve estar. — Fiquei em liberdade condicional e encontrei meu clube virado de cabeça para baixo. Merda fodida.

— Você poderia ter vindo e conversado conosco.

— Não era o meu lugar — disse ele. — Marsh foi o presidente, eleito de acordo com os estatutos. Você acha que somos um clube de cadelas que vem correndo para o papai pedir ajuda quando as coisas ficam difíceis? Teríamos tomado conta do negócios, mais cedo ou mais tarde.

— Você nunca votou nele? — Perguntei. Cord balançou a cabeça.

— Não, eu ainda estava dentro no momento. Mas eu entendo como aconteceu — ele era o único forte que não tinha sido apanhado no ataque. O resto de nós estava fora de cena — alguns desses irmãos não verão a liberdade por mais dez anos Não podíamos nos dar ao luxo de não ter um líder forte, e os Reapers aprovaram.

— É verdade — reconheceu Pic. — Desejava que Rance estivesse aqui — Bellingham é responsável por esta área, não Coeur d'Alene. Ele conhece a situação melhor do que eu. Digamos que todos concordamos em compartilhar a culpa. A próxima pergunta é: como é que vamos seguir em frente a partir daqui?

— Você deve saber que não vamos deixar Marsh voltar — disse Cord, compartilhando um olhar decidido com seus irmãos. — Já votámos nele — ou ele vai ou nós estamos mudando nossas cores. Este não é o clube ao qual eu me juntei, e enquanto amo meus irmãos na prisão, não podemos deixar Marsh destruir tudo o que temos trabalhado para construir. Se for necessário, vou começar um novo clube. Com ou sem a sua bênção.

As palavras ficaram pesadas na sala, porque todos sabíamos o que isso significava.

Guerra. Ele tinha que saber que não iria acabar bem para eles.

— Você conversou com seus meninos no interior? — Perguntou Hunter. — O que eles acham?

— Se os Nighthawks caírem, eles vão jogar aberto — disse Cord. — É por isso que queremos manter nossas alianças fortes para sua segurança. Marsh é uma bomba relógio, e não tenho certeza de que os irmãos que eu deixei — os verdadeiros irmãos — são fortes o suficiente por conta própria. Gostaríamos de encontrar uma solução que não acabe com todos nós mortos.

— E se oferecêssemos um compromisso? — perguntou Pic lentamente. Cord examinou-o.

— Estou ouvindo.

— Marsh e seu povo estão fora do jogo. Eles estão mortos para nós. Eles mostram seus rostos, causam problemas, você me dá o nome, você tem a nossa permissão para fazê-los ir embora. Vamos apoiá-lo. Mas nós concordamos com você sobre os Nighthawks. O clube caiu distante, e não podemos permitir esse tipo de fraqueza em nosso território. Não só isso, o nome está contaminado — você se rebelou abertamente. Existem outros clubes que podem seguir se deixamos você fugir com ele. Acabou. Estamos fechando você.

A mandíbula do Cord apertou.

— E nossos homens lá dentro? — ele perguntou. — Nossa aliança com os Reapers está mantendo-os vivos — você tem homens dentro, também. Nós seremos fortes juntos, nossos irmãos são mais propensos a mantê-lo vivo.

Pic assentiu, então se inclinou para frente, sua voz era intensa.

— Estamos preparados para corrigi-los mais para os Reapers.

Cord levantou uma sobrancelha, e Tamarack cruzou os braços. O homem era enorme, como um urso, e quando eu peguei seu olho eu meio esperava que ele rosnasse para mim.

— Você está falando sério? — Cord perguntou lentamente.

— Algum aqui parece estar brincando para você? — Picnic respondeu. — Já conversei com nosso presidente nacional. Ele está a bordo. Vai precisar ser votado por todos os presidentes, é claro. Alguns podem argumentar — todos nós sabemos que você está cortando os Reapers fora do nosso comércio transfronteira.

— Não nós — disse Cord. — Isso é tudo sobre Marsh. Nós fomos cortados, também.

— Nós sabemos, — eu disse a ele. — Eu tenho observado. Eu percebo que você não gosta como isso caiu. Não é certo que um homem venha para sua cidade — seu clube — sem suas cores. Mas precisávamos entender o que realmente estava acontecendo, e agora o fazemos. Estamos bem cientes de que você não fazia parte da traição. É por isso que estamos lutando por você e seus irmãos. Nenhum de nós quer ver Hallies Falls perder o seu clube. Isso permite que todos os irmãos leais sobrevivam com sua dignidade intacta. Não só isso, ele mantém a nossa aliança forte, o que significa que os nossos rapazes dentro ficam seguros. Vamos deixar Marsh levar a culpa por isto, Cord. Pense sobre isto, e vamos construir um capítulo em Hallies Falls que é digno de respeito.

Cord olhou ao redor da sala. Coletes de couro desbotados pendurados nas paredes, juntamente com fotos de antigos membros mortos. — E os homens que vieram antes de nós? — perguntou ele, acenando para a insígnia do clube. — Os Nighthawks originais? Espera que nos esqueçamos deles?

— Não — disse Pic. — Até onde nos preocupamos, os homens que traíram suas cores nunca existiram. O resto de vocês serviram com honra, e nunca esquecemos os nossos irmãos caídos. Eles vão ficar aqui com o nosso respeito quando você avançar como um novo capítulo. Vamos dar-lhe alguns minutos para discutir isso.

Ele começou a ficar de pé e o resto de nós seguiu, mas Cord falou, parando-o.

— E se dissermos não?

— Então acabou — Pic disse sem rodeios. — Nós tomamos suas cores e nós fechamos. Não podemos permitir que um clube de apoio nos traia assim e sobreviva.

Cord acenou lentamente. — Não há muita escolha, não é?

— Sempre há uma escolha — Pic disse.

— E os homens lá dentro? Você vai deixar os meus irmãos servindo o tempo — os mesmos homens que mentiram para cobrir seu traseiro — serem abatidos?

— Não — disse Pic com firmeza. — Eles ainda estarão sob nossa proteção — eles ganharam esse direito. Mas nós dois sabemos que eles serão mais fortes se eles carregam o nome Reaper. Vocês todos seriam membros em estágio até que se provassem, entretanto.

— Claro, — disse Cord, sua voz amarga.

— É o que é, irmão — disse Hunter.

— Você não é meu irmão.

— Todos os Reapers são meus irmãos — disse Hunter, olhando para Picnic. — Até o meu pai, meu sogro. Você se junta aos Reapers, também está recebendo proteção dos Devil's Jacks. Algo para lembrar.

Com isso, voltamos para a sala principal, deixando os restantes Nighthawks para discutir sua situação.

— Tudo correu bem — disse Ruger calmamente.

— Você acha? — Eu perguntei.

Ele encolheu os ombros. — Ninguém tentou atirar em ninguém. Isso é geralmente um bom sinal.

— Sim, eu acho que se a sua medida de sucesso é ninguém ser baleado, nós conseguimos isso.

— Mano, não levar tiro é uma das minhas prioridades, — ele respondeu, mostrando-me um sorriso. — Lá em cima não ficando esfaqueado. É algo contínuo.

Pic puxou seu telefone, e eu imaginei que ele estaria chamando Shade para dar-lhe uma atualização. Decidi sair, ver se os prospectos ainda estavam lá. Para minha surpresa, eles estavam. Cody estava polindo a moto de Horse enquanto o grande motoqueiro se erguia sobre ele, ofegante.

— Pedaço de merda nem sequer se ofereceu — disse ele, acenando para o garoto. — Eu tive que lembrá-lo.

Inferno, eu estava apenas impressionado ele não tinha fugido.

— Eles estão prontos para nós — disse Taz, afastando a cabeça pela porta. Voltamos para a capela para encontrar Cord e seus irmãos esperando, seus rostos sérios. Pic acenou para ele respeitosamente.

— Você decidiu?

— Parece que vamos passar por cima — disse Cord. — Eu não vou mentir — isso parece estranho.

— Acho que a questão importante é saber se ele se sente mal — disse Pic em voz baixa. Cord balançou a cabeça.

— O que aconteceu aqui — não é motivo de orgulho. Um novo começo é o melhor.

— Os irmãos na prisão estarão a bordo? — Perguntei.

Cord acenou com a cabeça.

— Ninguém ficou contente com o andamento das coisas — admitiu. — Pipes começou a falar com Painter por uma razão. Ele estava assustado. Todos nós sabíamos que se os Reapers se virassem contra nós, os meninos dentro morreriam. Não podemos sobreviver sem vocês.

— Vai para os dois lados — disse Picnic. — O Painter estará perdendo a liberdade condicional. Ele vai precisar de Pipes nas suas costas, porque nossa cobertura lá em baixo é mínima, na melhor das hipóteses.

Cord acenou com a cabeça, depois olhou ao redor. — Então, como é que isso vai funcionar?

— Gage vai se tornar nômade — disse Picnic. — Por enquanto ele estará agindo como seu presidente. A situação ainda precisa ser formalizada pelo resto dos Reapers antes de você obter suas cores, mas eu não acho que vai ser um problema. Nós não esquecemos quem você era antes de Marsh assumir.

— Meu irmão Taz ficará aqui com Gage — Hunter respondeu, acenando com a cabeça para o grande homem que estava ao seu lado. — Oficialmente, ele também será nômade. Não oficialmente, ele servirá como sargento de armas. Ele tem um emprego — certificando-se de que Gage fique seguro. Gage fica ferido, as coisas vão aumentar de uma maneira desagradável.

— Fico feliz por estar aqui — disse Taz, sorrindo e estalando os nós dos dedos. — Vocês gostam de cerveja? Eu poderia ter uma cerveja.

— Podemos ser capazes de ajudá-lo com isso — Tamarack disse, um sorriso rachando seu rosto. — Mas eu sinto muito dizer que há uma séria falta de boceta. A irmã louca de Marsh acabou com todas as boas. Vamos ter que trabalhar em reconstruir nossas ações.

— Alguém viu Talia? — Eu perguntei, pensando em Tinker.

— A cadela sabia que era melhor não vir aqui sem o irmão — disse Cord. — Se ela é esperta, ela já saiu da cidade.

— Deixe-me saber se você encontrá-la — eu disse. — Oh, e para o registro? Tinker Garrett está sob minha proteção, o que significa que ela está sob sua proteção. Isso a assustou.

— Sério? — Perguntou Cord. — A mulher é linda, mas eu ouvi que ela gosta de mais jovens. Tem esse vídeo...

Levantei uma mão.

— Sim, de agora em diante, ninguém fala sobre o vídeo, — eu disse. — Ou Tinker. Ouço qualquer coisa desrespeitosa, vou levá-la muito pessoalmente. Fui claro?

Tamarack assentiu com a cabeça.

— Ela é sólida, — disse ele. — Conheci-a na escola. Você poderia ter feito muito pior.

— Cerveja — disse Picnic. — Precisamos de cerveja. O resto são detalhes.

— E os prospectos? — perguntou Cord. — São prospectos dos Reapers agora?

Pic e eu olhamos um para o outro.

— Vamos pensar nisso, — eu disse. — Eu tenho que admitir, eles não são promissores. Mas eles também estão lá fora. Nenhum deles fugiu.

— Trataremos deles mais tarde — disse Pic. — É muito para ser executado por nacionais. Por agora vamos considerar prolongar nossa estadia. Não podemos descobrir toda essa merda em uma noite. Geralmente eu diria que é hora de uma festa, mas...

— Podemos não ser muitos de nós, mas estamos preparados para mostrar hospitalidade — disse Cord, interrompendo. — As old ladies tinham alguns planos de contingência, só para o caso de que isso não terminasse no inferno e na morte.

Pic riu.

— Pode ir chamá-las, então — ele disse. — Deixe-as saber que você ainda está vivo.

 


Capítulo Dezoito

Segunda-feira à tarde

TINKER


Eu tinha ouvido Cooper, não Gage, voltar para a casa em torno das três horas da manhã. Várias motos, na verdade, e todo um grupo de homens que subiam as escadas até seu lugar. Não que eles quisessem ser barulhentos, mas botas de couro faziam muito barulho em um edifício antigo.

Quando saí naquela manhã, consegui não esbarrar meu Mustang em sua moto no caminho para o trabalho — principalmente porque eu amo meu Mustang e não queria arranhá-lo. Quando levei papai para ver o médico em Seattle e falar com meu advogado, eu precisava pensar sobre chutar o seu traseiro, eu decidi. Carrie tinha razão em relação a isso. Era uma coisa dar-lhe o benefício da dúvida quando tudo que eu tinha era fofoca. Uma vez que um homem diz a si mesmo que ele tem mentido o tempo todo, é muito mais difícil se sentir culpada jogando-o para fora. Agora eram quatro da tarde, e eu tinha terminado o trabalho cedo para que eu pudesse pegar a comida para o jantar com Carrie e Darren. Corrigindo Carrie, Darren e Joel, porque, aparentemente, Carrie mandou uma mensagem para ele mais cedo naquele dia, convidando-o a vir apenas por diversão. Eu acho que sua lógica foi algo como isto: Gage era ruim.

Joel não era Gage.

Portanto, Joel deve ser bom.

Insistente como o inferno, considerando todas as coisas. Eu sempre odiei isso em Carrie. Odiava e amava ao mesmo tempo, porque não importava o quanto as coisas pudessem ser estranhas, eu sabia que podia contar com ela me empurrando para fazer a coisa certa. Hoje à noite, entretanto... Ela tinha me jogado à perfeição. A partir do momento em que eu era criança, nós sempre tivemos espaço para uma cadeira extra em torno da mesa. Minha mãe cortava sua própria mão antes de recusar um hóspede extra, e Carrie sabia malditamente bem que eu acenava com a cabeça e sorria quando Joel apareceu ao invés de parecer rude.

Parecia que eu estaria tendo um encontro hoje à noite quer eu quisesse ou não, e porque a vida não era bastante irritante o suficiente, eu tinha pegado o carro com a roda bamboleando. Ele também fazia um horrível barulho sempre que eu ligava, um barulho que ecoou pelo edifício, arranhando o piso em bom estado da mercearia Gunther's.

Precisava de uma remodelação quando eu estava na escola, uma remodelação que nunca tinha conseguido. Não admira que as pessoas prefiram fazer compras fora da cidade. Infelizmente, eu estava em uma pitada porque meu pai tinha tomado os bifes que eu tinha preparado para o jantar e lhes deu a uma das crianças Baxter para um jogo que estavam jogando (não pergunte). Agora eu tinha companhia — inclusive um encontro — vindo em menos de uma hora, eu precisava de um banho, e talvez o pior de tudo, Gunther não tinha vinho decente.

Agora eu estava correndo ao redor da mercearia, tentando encontrar alguns bifes que iria preparar, algo para beber, e alguns legumes que não parecia que eles tinham estado em um caminhão por uma semana antes da entrega.

Não é a mais fácil das tarefas.

É provavelmente por isso que eu não estava prestando muita atenção enquanto eu dobrava a esquina atrás do corredor do freezer, correndo meu carrinho até o próprio Gage. Especificamente, o canto do carrinho o pegou na virilha, e ele dobrou com um gemido agonizado, pegando meu braço para manter-se ereto.

Eu adoraria dizer que eu não aproveitei o momento, mas isso seria uma mentira. Ele mereceu. Ele mereceu muito por isso.

— Oh meu Deus, eu sinto muito, — eu disse, sorrindo. Seu rosto estava vermelho ruborizado e ele respirou fundo duas vezes, então lentamente levantou a cabeça e encontrou meus olhos.

— Ótimo ver você novamente, também, Tinker.

Uma veia pulsou em sua testa, e eu percebi que eu realmente tinha machucado ele. Seriamente. Bom. Só que agora eu me sentia um pouco culpada. Provavelmente a culpa era da minha mãe, eu decidi. Ela me ensinou a ser uma pessoa moral. Cadela.

— Ok, eu realmente sinto muito, — eu disse, franzindo o cenho. — Eu estava com pressa e eu estava indo muito rápido.

— Entendi, — ele disse, e o que eu acho que era suposto ser um sorriso torceu o rosto dele. Mais como uma careta realmente.

Aí.

— Você está bem?

Ele olhou para mim, então balançou a cabeça.

— Não, parece que minhas bolas vão explodir, e não no bom sentido, — disse ele. — Eu vou sair daqui e sugerir que você ainda está chateada comigo?

— Isso seria uma avaliação justa — admiti.

Havia uma certa dose de humor em seu rosto agora — ainda misturado com dor — e de repente percebi que sua mão estava em meu braço. Muito perto. Eu podia sentir seu cheiro especial, e isso nunca foi uma coisa boa. Primeiro veio o cheiro, depois veio o arrepio, seguido rapidamente por me fazer algo estúpido.

Merda.

Eu tentei me afastar, mas ele apertou ainda mais. Ele era forte. Eu tinha esquecido o quão forte ele realmente era.

— Hum, você se importa de me deixar ir? — Eu perguntei.

— Você vai bater na minha virilha novamente?

— Não, — eu consegui dizer, sentindo minhas bochechas corarem. — Quero dizer, você mereceu, mas eu também sinto muito. Realmente foi um acidente.

— Sinto muito, também, — ele respondeu, e desta vez seu sorriso parecia menos forçado. — Mas eu prometo que se você parar de me bater, eu cuidarei do banheiro quebrado da Sra. Webbly.

— Ela tem um banheiro quebrado? — Eu perguntei, confusa.

— Provavelmente. Ela me deixou quatro mensagens sobre isso. Disse que ela falou com seu pai, mas ele se esqueceu de mencionar isso. Você já marcou uma consulta médica para ele?

— Vou levá-lo para ver o especialista esta semana.

— Tinker? — Perguntou um jovem. Um jovem com uma voz muito familiar. Olhando para cima, vi Jamie Braeburn sorrindo para mim.

Isso seria Jamie Braeburn, o garoto que eu costumava ser babá.

Meu parceiro da fita de sexo.

Basta pensar nisso e me fez sentir como uma pedófila.

— Jamie, — eu consegui dizer, as palavras guinchando. Eu olhei entre ele e Gage, corando vermelho brilhante. O rosto de Gage estava completamente vazio, e eu não podia dizer se isso era porque ele sabia quem era Jamie ou porque ele não tinha ideia. Pelo melhor do meu conhecimento, o vídeo nunca se espalhou para além dos moradores locais, mas uma vez que algo assim existe você nunca sabe quem poderia tê-lo visto.

— Como você está? — Jamie perguntou, ainda sorrindo amplamente. Eu não o tinha visto desde a nossa... aventura. Ele parecia bem. Alto e forte, sua pele bronzeada com cuidado e seu cabelo perfeitamente estilizado como alguém em uma banda de malditos garotos.

Eu vou queimar no inferno pelo que eu fiz.

— Ei, Jamie, eu sou Gage, — disse meu homem, oferecendo a mão para uma agitação. Jamie o pegou, olhando entre nós. Seus olhos se arregalaram e eu percebi que ele tinha entendido a ideia errada.

— Gage é meu... — Eu comecei a esclarecer, mas então uma voz alta me cortou. Uma voz familiar e odiosa.

— Afaste-se do meu menino — grunhiu Flora Braeburn. — Você já não fez bastante dano, puta?

Jamie e Gage endureceram enquanto eu lentamente girava para encontrar a mãe de Jamie se abaixando sobre nós em toda a sua raiva furiosa de abelha rainha. Ela ainda estava usando seu uniforme de garçonete rosa, rosto pálido sob seu batom vermelho brilhante e a sombra de olhos azuis que ela colocava com uma espátula todas as manhãs.

— Mãe, volte, — Jamie disse, me assustando com quão firme sua voz era. Essa era a voz de um homem, e não um adolescente.

— Cale-se, — ela retrucou. — Vá para o carro e espere por mim enquanto eu ponho essa petulante no lugar dela.

— Parece que você não tem nada a dizer que Tinker precisa ouvir, — disse Gage com firmeza. Ele se aproximou atrás de mim, o que eu tenho que admitir me deu um pouco de emoção. Ou teria se eu não estivesse no meio de ser chamada de puta por uma mulher palhaço no meio de uma mercearia.

— Você é apenas mais um de seus gigolôs, não é? — Sibilou Flora. — Ela usa homens e os joga fora como tecidos. Você ouviu o que ela fez com meu garotinho? Porque Jamie pisou entre nós protetoramente, de frente para ela.

Droga.

— Vou deixar a cidade esta tarde se você não calar a boca — disse Jamie, com voz firme, mas não podia conter a raiva. — O que aconteceu não é nada do seu maldito problema e eu já tive o suficiente.

Então ele virou as costas para ela, de frente para mim quando ele levantou uma mão para tocar meu rosto gentilmente.

— Você está bem? — Ele perguntou, olhos cheios de preocupação genuína.

— Ela está bem, — Gage disse, envolvendo seu braço em torno de minha cintura. Ele me puxou para trás em seu corpo duro, o gesto enviando uma mensagem muito clara. Algo do jeito dele Tarzan, eu Jane. Jamie cruzou os braços, encontrando o olhar de Gage.

— Não estava falando com você — disse ele.

— Puta! — Flora sibilou no fundo.

E isso era o suficiente.

— Estou com pressa, — eu anunciei, abaixando para pegar o braço de Gage e faze-lo me soltar. Ele não se moveu. A sério? — Deixe-me ir, Gage.

— Leve sua mãe e tire-a desta loja — disse Gage para Jamie, ignorando-me. Deus, ele soava como Brandon. Dar ordens como se ele tivesse o direito. Ele não tem. Ninguém tem.

— Não — eu rebati, cravando minhas unhas em seu pulso. — Eu posso falar por mim, idiota.

— Nós vamos sair logo assim que você a deixar ir — disse Jamie, parecendo tão duro e maduro que eu estava começando a me lembrar por que eu tinha ido para aquele quarto com ele.

Porque você perdeu sua mente, meu senso comum me lembrou firmemente.

— Isso não está acontecendo — anunciei. — Gage, retire seu braço ou eu juro por Deus, eu vou chutar sua bunda esta noite.

— Isso é ilegal, — disse ele, mas quando eu enterrei minhas unhas em sua pele, ele me soltou. Eu peguei meu carrinho, agarrando a aste para empurrá-lo para a frente da loja, porque o drama foda, foi quando Flora começou a gritar.

— Você é uma prostituta, Tinker Garrett! Sua mãe também era uma prostituta, e você é o tipo de lixo que essa cidade não precisa. Volte para Seattle.

Eu parei o carrinho.

Seja esperta, meu senso comum disse. Ela é apenas uma bruxa velha louca que não está feliz a menos que ela esteja machucando alguém.

Foda-se, eu disse ao meu senso comum, abraçando a raiva.

— Flora Braeburn, você é a maior hipócrita que já viveu, — eu disse, minha voz estranhamente calma. — Você teve quantos maridos?

— Seis — disse Jamie, oferecendo. — Papai era o número cinco. O número seis saiu há três anos — ela não foi capaz de encontrar um novo desde então.

Flora ofegou.

— Você passa o dia todo naquele restaurante coletando fofocas desagradáveis — eu continuei. — Bem, aqui está algo que você deve saber. Seu filho é um adulto consentindo. Eu sou uma adulta que consente. A única coisa que fizemos de errado foi dormir juntos, onde a cadela intrusiva de uma sobrinha e sua amiga decidiram nos espionar. Que tipo de família faz isso com um deles, não tenho certeza, mas se você quer ficar chateada com alguém, fique com Maisy, não comigo.

— Você não estava dormindo, — rosnou Flora. — Prostituta.

— Você está certa, — eu disse, minha voz aumentando quando eu joguei minhas mãos para cima no ar no centro do supermercado. — Nós estávamos fodendo. Seu filho adulto, solteiro, fodeu uma mulher adulta solteira em uma cidade longe daqui em uma festa que nada tinha a ver com você. Até onde eu sei que ainda é legal nos Estados Unidos, talvez você devesse fechar a boca antes de arruinar qualquer relacionamento que você tenha com Jamie, porque algo me diz que ele não gosta de ter o seu problema privado transformado em entretenimento para todos os Grotheries Gunther mais do que eu!

Com isso eu virei novamente, agarrando meu carrinho e perseguindo o corredor em direção ao balcão do caixa. Daisy Wasserman — outra mulher com quem eu tinha ido para a escola, porque, Deus sabe, você não gostaria de ter nenhuma privacidade de merda — correu atrás do balcão enquanto me via chegar. Ela obviamente estava participando do show. Na verdade, eu tinha certeza que metade da cidade estava olhando para mim, esperando para ter certeza de que o entretenimento da tarde estava bem e verdadeiramente antes que eles fugissem como um bando de ratos para compartilhar as notícias com a outra metade.

Poderiam todos beijar minha bunda.

Bastar ir para casa em Seattle. Nenhuma pessoa sã iria se colocar por isso.

Daisy começou a escanear meus itens, olhando para Flora ainda esperneando e depois para mim. Ela raramente falava comigo na escola, e enquanto nós nunca tínhamos sido amigas, ela nunca foi uma cadela, também. Eu me perguntava se ela tinha visto minha fita de sexo.

Claro que sim.

Todos tinham. Tália e Gage provavelmente assistiam à noite juntos para rir de mim.

Daisy digitalizou o último item, parando antes que ela totalizasse a compra.

— Você sabe — ela disse cuidadosamente. — Essa pode ter sido a melhor coisa que já aconteceu nesta loja. Flora Braeburn é como um inseto desagradável infectando Hallies Falls, e Jamie parece um cara decente. Você tem cupons?

Pisquei, assustada.

— Como assim?

— Você tem alguns cupons? — Ela perguntou novamente, me oferecendo um sorriso doce.

— Não, — eu respondi. — Mas há outra coisa...?

— Flora é um abcesso grande que não vai estourar. As palavra ditas provavelmente se espalharam a meio caminho de Omak até agora, e eu suspeito que a próxima vez que você parar no bar, todo mundo e seu cão, estarão enfileirados para comprar-lhe uma bebida, não que eu já tenha visto você lá, mas se eu fizesse eu adoraria sentar e visitar por um tempo. Agora, eu tenho este cupom de cinco dólares de desconto, e com o nosso código de cupom duplo que torna dez. Isso reduz o seu total para quarenta e três dólares e dezesseis centavos. Ela sorriu para mim novamente. Eu passei meu cartão, em seguida, pressione a tecla de pagamento, ainda fora de equilíbrio.

— Obrigado, — eu finalmente disse.

— De nada. — Daisy respondeu, então ela me deu uma piscadela. — Agora, saia daqui antes que ela pense em um retorno.

Meia hora depois, saí do chuveiro, peguei roupas frescas e tomei a decisão executiva de que não importava o quão bonito era Joel — por uma vez eu não estaria fazendo meu cabelo e maquiagem.

Eu simplesmente não tinha energia.

Em vez disso, eu corri para baixo para começar o jantar, porque esta longa tarde do inferno ainda não tinha acabado. Tínhamos convidados chegando para o jantar, e venha chuva, neve ou granizo, ninguém deixou a casa Garrett com fome.

Eu tinha acabado de começar a cortar as batatas doces em cubo, esperando o assado na grelha quando a porta da cozinha chacoalhou.

— Tinker Garrett, se eu ainda não tivesse casado com a cadela Carrie, eu estaria propondo para você agora, — declarou Darren, empurrando para o quarto e carregando uma caixa de papelão de tamanho médio. Ele colocou na ilha da cozinha, e eu olhei para ele, confusa.

— O que é isso?

— Isso é uma caixa de vinho — disse Carrie, seguindo-o para dentro. Olhei para ela, atordoada, a sombra de olhos azuis manchando suas pálpebras, e de alguma forma ela tinha conseguido prender seu cabelo em uma colmeia. — As garotas do restaurante Hungry Chicken juntaram suas gorjetas e compraram para você. Pediu-me para entregá-lo. Acho que elas apreciaram sua pequena cena com Flora esta tarde, vendo como ela os trata como merda. Pensei em me vestir em sua honra.


Ela girou orgulhosamente, e eu percebi que ela estava vestida inteiramente de rosa. Não era uma cópia do uniforme de garçonete da Flora, mas Não foi de todo ruim. Eu teria rido da piada se eu não estivesse morrendo um pouco por dentro a cada vez que eu lembrava sobre o que tinha acontecido.

— Como a notícia se espalhou tão depressa por aqui? — Eu perguntei, passando uma mão pelo meu cabelo ainda molhado. Darren abriu uma gaveta e tirou um saca-rolhas, abrindo uma das garrafas quando Carrie foi buscar copos.

— Isso importa? — Carrie perguntou. — Este é o seu vinho da vitória. Você ganhou, baby. É uma pena não podermos partilhar algumas com Jamie, pobre rapaz. Eu ouvi que ele a arrastou para casa e a largou antes de voltar para fora da cidade. Acho que ele já teve o bastante de sua merda.

— Não posso culpá-lo, — respondi, pegando o copo que Darren me ofereceu. Não era tão forte, mas era álcool. — Agora, me diga que Joel não pode vir hoje à noite e eu vou ser feliz.

— Ele não pode vir esta noite — disse Carrie. Isso chamou minha atenção, e eu virei meus olhos para ela.

— É sério?

— Sério — disse Darren. — Ele é um pai solteiro e sua babá sumiu, desapareceu completamente.

— Eu disse que ele poderia trazer o garoto — Carrie acrescentou, franzindo o cenho. — Mas ele gosta de namorar separadamente de sua filha. Quão egoísta é isso?

Darren e eu trocamos um olhar.

— Beba — disse ele, entregando à esposa um copo. — Você está apenas mal humorada porque você perdeu o show mais cedo.

— É verdade — ela admitiu. — Mas eu tenho que dizer, é injusto, porque é um vídeo que toda a cidade poderia ter gostado.

— Você está doente — eu disse a ela. Ela encolheu os ombros.

— Eu amo Hallies Falls. Eu vivi aqui toda a minha vida e eu não quero viver em nenhum outro lugar, mas eu não sou delirante. Pode ser um lugar chato. Nada como um bom drama para animá-lo, sabe?

— Foda-se — eu disse a ela, e ela riu. Eu bebi meu vinho e esvaziando o copo, decidindo que a noite poderia não ser tão ruim depois de tudo. Uma hora depois eu estava de tão bom humor que quando Joel enviou mensagens para Carrie dizendo-lhe que ele tinha encontrado uma babá de última hora e perguntando se o convite ainda estava aberto, eu perguntei-me por que diabos não, e disse-lhe para vir.

 

GAGE


Foi um dia longo.

Nós tínhamos gasto parte dele procurando por Talia, que tinha ido para a terra como o pequeno gambá que ela era. Se ela tivesse algum cérebro em tudo, ela tinha corrido pela estrada e já estava em outro estado. Eu também tinha que me encontrar com Dobie Coales para discutir meu caso. Ele me encheu sobre o que eles estavam fazendo para sacar as coisas para o Nighthawks. Felizmente, não parecia que precisaria de muita pressão sobre o nosso fim. Você pensaria que um criminoso de carreira iria planejar as coisas melhor, mas Marsh tinha sido fortemente apoiado na reputação dos Nighthawks e estrutura existente para cobrir seu traseiro. Isso não tinha acabado bem para ele e seus falsos “irmãos” — nós votávamos naquela tarde, e agora eles estavam mal. Nenhum clube poderia levá-los novamente. Quanto aos prospectos ficar por aqui, nós estendemos para mais tarde. Eu não tinha certeza sobre os outros, mas Rome tinha se provado sólido o suficiente.

Seria preciso mais alguns dias para que as notícias fossem amplas. Isso não era uma coisa ruim, porque Cord tinha que deixar os irmãos originais na prisão saber o que estava acontecendo. Supondo que tudo correu bem com a votação do lado dos Reapers, os Nighthawk Raiders deixariam de existir muito em breve. Fim de uma era, mas já era tempo.

Durante tudo isso, eu estava pensando em Tinker. Especificamente, sobre o quanto eu tinha falhado falando com ela e a melhor maneira de tentar corrigi-lo. Eu sabia que ela estava chateada, mas quando ela correu seu carrinho em minha virilha eu perdi a habilidade de pensar ou formar palavras. Então, antes que eu pudesse até pegar meu fôlego para suavizar as coisas, as coisas caíram em pedaços quando eu olhei para cima para encontrar a pequena influência do vídeo em pé bem na nossa frente.

Eu me imaginei tomando seu lugar sob Tinker mil vezes. Imaginando-lhe espancá-lo mil vezes, porque eu realmente não me importava com a ideia de alguém fodendo a minha mulher. Uma coisa era vê-lo em um inferno de vídeo, eu quase não o tinha notado, eu estava ocupado olhando para ela — mas na vida real ele era um problema.

Ele queria fazê-la dele novamente, isso era óbvio.

Vi em seus olhos quando ele olhou para ela. Ele me registrou, também, e não passou despercebido por ele que eu tinha apostado uma reivindicação. Eu esperava que ele recuasse como uma cadela. Em vez disso, ele se levantou para Tinker publicamente, e eu o odiava ainda mais porque ele tinha bolas. Eu respeitaria isso em qualquer outro homem, mas no seu caso eu decidi fazer uma exceção.

Foda-se.

Seu pênis tinha estado dentro dela e isso fez dele um jogo justo.

Eu ainda pensei a sério emboscá-lo no estacionamento depois do nosso pequeno confronto, mas outra cena não seria exatamente ganhar pontos com Tinker. Então eu tinha recebido uma mensagem de Pic. Havia um seguidor no clube causando problemas, e eles queriam que eu estivesse lá quando eles o colocassem em seu lugar. As coisas seriam assim por um tempo, eu percebi - louco e aleatório - até que nós tivemos a cidade de volta sob controle. Graças a merda eu poderia usar minhas próprias cores agora, e meus irmãos tinham minhas costas.

Agora eu só precisava encontrar tempo para consertar as coisas com a minha mulher... Quando finalmente cheguei em casa naquela noite, eram quase dez horas. Ainda precisava conversar com Tinker, e a luz estava acesa na sala dela, então eu não imaginei o tempo como o presente. Subi as escadas em direção à porta, e então vislumbrei alguma coisa através da janela — Tinker e o “limpador” do bar. O cara da guitarra. Eles estavam de pé ao lado do outro e o fodido estava prestes a beijá-la. Jesus, quantos homens a mulher tem atrás dela?

Sentindo raiva se construir, eu bati na porta e eles pularam separados. Então Tinker foi atender, o cara da guitarra atrás dela.

— Cooper, o que diabos?

— Meu nome é Gage. Precisamos conversar — falei friamente. Disparando um vá-agora-ou-eu-mato-você para o cara da guitarra, eu empurrei minha cabeça em direção à porta. — Você. Saia.

O cara hesitou, observando, o nome Reapers MC, E a faca no meu cinto. Então ele pegou seu telefone, como se verificasse a hora.

— Eu provavelmente deveria sair de qualquer maneira, — ele disse rapidamente. — A babá me quer em casa antes que seja tarde demais.

Que fodido maricas.

Tinker tinha que estar pensando a mesma coisa, porque a expressão em seu rosto não tinha preço. Assustado como o inferno, e um pouco decepcionado. Inferno, seria engraçado se eu não estivesse tão puto que o idiota tinha estado lá em primeiro lugar. Ele passou por mim em seu caminho para fora, e eu estava com Tinker na porta, assistindo quando ele partiu em um Toyota Corolla.

— Bom garoto, — eu disse lentamente. — Amei o jeito que ele lutou por você.

Isso a tirou de seus pensamentos, e ela se virou para mim.

— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou. — Sinto muito te machucar no supermercado, mas não precisamos falar de mais nada. Certamente nada tão tarde da noite.

Eu a fiz recuar para dentro, fechando a porta atrás de nós enquanto ela continuava falando.

— Na verdade, acho que seria uma boa ideia se você encontrasse algum outro tipo de lugar para viver.

— Claro — respondi, segurando seus ombros e empurrando-a suavemente em direção ao sofá. — Posso me mudar quando quiser. Embora, eu tenho que admitir, não estava esperando um convite tão cedo.

O fogo brilhou em seus olhos.

— Você sabe o que eu quis dizer — ela retrucou. Eu fiz, mas eu não me importei porque não importava. De jeito nenhum eu sairia do meu apartamento a não ser que estivesse dormindo ainda mais perto dela, e se ela não entendesse isso ainda, eu estava aqui para esclarecer.

— Sente-se, — eu disse enquanto as costas de seus joelhos batiam contra o sofá. Ela se sentou, olhando como eu caminhava até as janelas e cuidadosamente abaixava as persianas. Não há razão para dar toda a cidade um show.

— Gage, você tem que saber que eu não posso mantê-lo como um faz-tudo — ela estava dizendo. Caminhei até o aparador e fiz o mesmo pequeno ritual que fiz na noite anterior. Arma para fora, faca fora, cinto enrolado. Seus olhos se arregalaram quando eu fiz isso, e suas palavras vieram mais rápidas. — Eu entendo que você estava mentindo por razões que provavelmente fazem sentido para você, mas eu não posso ter alguém vivendo aqui que...

— Cala a boca, Tinker, — eu disse casualmente, voltando-me para ela. Sua boca caiu, e então eu vi uma pitada de fogo em seus olhos.

— Desculpe-me? — Ela perguntou, as palavras lentas e deliberadas. Se os olhares pudessem matar, eu já teria ido embora.

— Cala a boca, — eu disse de novo, sorrindo para ela. Em algum lugar na parte de trás da minha cabeça eu sabia que irritá-la era a última coisa que eu deveria estar fazendo, mas algo sobre isso era tão divertido. — Primeiro vamos conversar, e depois vamos foder. Desta vez eu quero que você realmente ouça o que estou dizendo e considere com uma mente aberta. Acha que pode fazer isso?

Ela olhou para mim, piscando.

— O que você disse?

— Você me ouviu.

— Você não tem o direito de estar aqui, — disse ela, estreitando os olhos. — E eu não te devo uma maldita coisa.

— Sim, bem, eu fiz um monte de trabalho para você durante as últimas semanas, — eu indiquei razoavelmente. — Quanto é o aluguel naquele apartamento? O suficiente para cobrir todas essas horas? Coloquei naquele tempo para te ajudar, Tinker.

— Você fez isso para ter cobertura.

— Não, eu fiz isso porque precisava ser feito — eu disse sem rodeios. — Você estava em um lugar ruim e... Diabos, eu não sei, Tinker. Parecia a coisa a fazer na época, e vendo que eu não sou algum tipo que pratica caridade, obviamente eu fiz isso por uma razão. Eu ainda não descobri qual. Eu sei que eu quero você, e eu não sou o tipo de cara para sentar e esperar por coisas boas para vir para mim. Essas semanas que passei aqui foram um inferno. Eu penso em você todas as noites. Não consigo me lembrar...

— Você pensou em mim enquanto você estava transando com sua namorada? — Ela perguntou, seu tom de voz sarcástico.

— Sim, todas as vezes, eu fiz, — respondi, e sua boca caiu. — Eu provavelmente não deveria ter falado isso, mas você não gosta de ser enganada, então aqui está a realidade — eu faço o que eu tenho que fazer para o meu clube. Às vezes eu não vou ser capaz de lhe dizer todos os detalhes, mas eu não vou mentir para você novamente. Você ouviu isso? Não vou mentir para você novamente. Ponto. Tudo o que eu quero é que nós comecemos de novo — você acha que é provável?

Eu me ajoelhei na frente dela, colocando minhas mãos em seus joelhos. Tinker encontrou meus olhos e nós olhamos um para o outro. Desejei como o inferno que eu pudesse ver o que ela estava pensando. Pelo menos ela estava ouvindo.

— Você está cheio de merda — ela disse suavemente.

Eu balancei a cabeça. — Não, dessa vez eu realmente não estou.

— Eu não sei, — ela finalmente disse. — Fale-me sobre seu clube de moto. Eu ouvi sobre eles, e o que eu ouvi não é bom. Claro, a maior parte disso foi do meu ex-marido e ele é um bocado idiota, então me ilumine.

— Os Nighthawks estavam ao redor quando você estava crescendo? — Eu perguntei. Ela assentiu com a cabeça. — As coisas mudaram desde então, certo?

— Sim — disse ela. — Eles costumavam ser caras regulares que faziam parte da comunidade. Depois, um bando deles foi apanhado de uma só vez e foi para a prisão, então obviamente havia mais coisas acontecendo do que o que vimos por cima.

— Meu clube — os Reapers — são mais parecidos com os Nighthawks originais — eu disse. — Somos parte da nossa comunidade. Fazemos muitas coisas caritativas, ficamos juntos. Somos uma família. Uma família grande e barulhenta que tem um monte de diversão.

— Mas vocês cometem crimes juntos, também, — ela respondeu, encontrando meu olhar firmemente. — Brandon processou um grande caso contra um clube. Eu não sou uma idiota.

— Nós somos um por cento, — eu disse a ela. — Você sabe o que isso significa?

— Nenhum palpite.

— Isso significa que não deixamos que a lei interfira no modo de viver de nossas vidas, — eu continuei. — Nós montamos nossas motos, nós partimos. Temos um bom momento, e faremos o que for preciso para manter essa vida. Na maior parte não tem nada a ver com o mundo civil — nossas batalhas são nossas, e você deve saber que os Reapers são o clube dominante nesta região. Isso significa que temos alianças com clubes menores como os Nighthawks, mas no final nós damos os tiros. O que os Nighthawks têm feito — assediar a comunidade, esse tipo de coisa — é o que acontece quando um clube cai fora de equilíbrio. Eu vim aqui para consertar as coisas. Marsh Jackson está indo para a prisão, e seus garotos também. É hora de reconstruir o clube em Hallies Falls, transformá-lo de volta no que era quando você estava crescendo.

Uma súbita pancada na porta nos assustou, e Tinker suspirou.

— Deus, eu juro, se é a Sra. Webbly...

Eu bufei. — Eu disse a ela que eu chegaria ao banheiro amanhã. Ela tem dois banheiros.

— Deixe-me falar com ela, — Tinker disse, empurrando minhas mãos de seus joelhos. Ela se levantou e estava caminhando em direção à porta quando a batida veio uma segunda vez, e um homem gritou: — Você está bem, Sra. Garrett? Aqui é Tony Allen, da PD de Hallies. Você pode abrir a porta?

Porra do inferno. Tinker hesitou, então me lançou uma rápida pergunta com os olhos. Isso tem alguma coisa a ver comigo? Eu balancei minha cabeça em negação rápida, seguindo e parando atrás dela quando ela abriu a porta. Um jovem agente— que não tinha idade suficiente para barbear –se — nos olhou com olhos arregalados.

— Hum, temos uma chamada pedindo uma checagem de bem-estar, — ele disse lentamente. — Um amigo seu chamou, disse que estava preocupado com um homem entrando em sua casa. Você pode sair, Sra. Garrett?

Oh, esse filho da puta. Esse pequeno covarde fodido. Menino da guitarra não tinha tido a coragem de se levantar para mim, então ele ligou para a polícia sem nenhuma boa razão. Apenas o que eu precisava.

— Claro — disse ela, seguindo-o. Eu sabia o que fazer aqui. Ele falaria com ela separadamente, certificando-se de que eu não estava forçando-a a fazer nada. Se ela realmente queria me enganar, agora seria sua oportunidade. Eu considerei isso. Tinker estava chateada comigo, realmente chateada. Ela poderia dizer-lhe que eu mentira sobre minha identidade, não que muito viria disto. Os advogados do clube podiam consertar qualquer coisa que precisasse reparar, e os policiais locais seguiram a liderança dos Nighthawks. Ainda assim, fiquei um pouco surpreso quando ela terminou de falar com o cara e voltou para dentro.

— Desculpe por isso, — ela disse enquanto o observávamos descer a rua até seu carro de patrulha. — Acho que Joel o chamou. Ele estava preocupado que você me machucasse ou algo assim.

— Deve ter ficado muito preocupado — disse eu, cruzando os braços e encostado ao batente da porta. — Ele fez esse telefonema assim que ele conseguiu seu próprio rabo a uma distância segura do seu. Parece um verdadeiro vencedor para mim.

Ela olhou para mim. — Você sabe, para um idiota mentiroso você é meio que bonito quando você está com ciúmes.

— O quê? — Eu perguntei, cambaleando.

— Você me ouviu, — ela respondeu secamente. — Vamos terminar de falar. Estou cansada e quero ir para a cama. Sozinha, para sua informação. Quanto mais cedo acabarmos com isso, melhor.

— Você tem uma maneira de fazer um homem se sentir apreciado, — eu disse ironicamente, e ela deu de ombros quando ela fechou a porta da frente antes de se sentar em uma das poltronas na sala de estar. Eu me sentei no sofá, inclinando-me para frente com meus braços em meus joelhos para prendê-la com meu olhar.

— Ok, então você estava ocupado evitando admitir que você é parte de uma organização criminosa, — disse ela calmamente.

— Se é isso que você realmente acredita, por que você não tem aquele policial me arrastando para fora daqui?

— Ele teria feito isso? — Ela perguntou. — Porque a maior parte da minha vida, eu ouvi que os Nighthawks possuem a polícia local. De acordo com meu ex-marido, os motoqueiros vêm lado a lado com o crime e a corrupção. Qual é o seu lado da história?

— Sabe, é muito mais fácil lidar com garotas que não fazem tantas perguntas— eu murmurei, franzindo o cenho.

— Sinta-se livre para lidar com outra pessoa, então, — ela retrucou. Estudei seu rosto, então deixei meus olhos lentamente deslizarem por seu corpo. Jesus, a mulher era realmente perfeita. Uma bonita calça jeans abraçava seu corpo nos lugares certos. Aquela blusa que ela tanto amava. Era vermelha com grandes bolinhas brancas, e por uma vez ela não estava usando maquiagem e seu cabelo estava solto e emaranhado.

— Você está bem assim, — eu disse. Ela levantou uma sobrancelha.

— Não usando tanta maquiagem, e os cabelos elegantes, — eu esclareci, indo até ela. — Não que eu não amo quando você se veste de outra forma, é quente como o inferno. Mas isso também funciona.

— Você está tentando me distrair, — ela sussurrou. Deslizei para a frente do sofá, de pé na frente dela. Avançando um pouco mais, meus joelhos tocaram nos dela. Olhando para ela nessa perspectiva, quase parecia que ela estava prestes a me dar um trabalho duro. Cristo, o que eu não daria para que esse fosse o caso. Deixando os lábios se mexerem, eu me abaixei, afundando uma mão em seu cabelo brilhante.

— Você está distraída? — Eu sussurrei. Ela engoliu em seco.

— Talvez um pouco — disse ela. — Mas eu não sou uma garotinha estúpida que você pode intimidar ou controlar.

— Eu não quero intimidar ou controlar você — eu disse lentamente. — Embora eu gostaria muito de te foder. Esta noite. Você também quer.

Os olhos de Tinker cintilaram voando para minha calça jeans. Não foi muito, apenas um rápido olhar, mas eu senti o sangue começar a subir no meu pau.

— Você está cheio de merda.

— Sim — eu admiti. — Mas eu estava falando sério sobre não mentir para você novamente. Eu fiz o que eu tinha que fazer, e acredite em mim quando eu disse que eu não gostei. Se há algo que eu não posso dizer no futuro, eu vou ser direto sobre isso. E haverá coisas que eu não posso te dizer. É assim que a vida do clube funciona.

Levou tudo o que eu tinha para segurar sua cabeça suavemente, esfregando um polegar lentamente acima e abaixo em sua bochecha enquanto ela considerava as palavras. Parte de mim queria esfregar seu rosto em meu pau, fode-la observando-a até que as lágrimas corressem por suas bochechas.

Jesus.

Havia algo errado comigo.

— Eu não sou o melhor dos homens — eu disse. — Mas você sabe o que? Olhei para o seu ex. Ele deve ser um dos bons, mas ele não é. Não sei ao certo o quanto você realmente sabe sobre ele...

— Não traga ele para isso — ela sussurrou, suspirando. Eu assisti enquanto levantava uma mão, correndo um dedo delicadamente pelo comprimento da sua boca. Meu pau cresceu como se ela tivesse algum tipo de atração mágica sobre ele, o que eu acho que ela fez. — Você está certo sobre uma coisa.

— O que?

Ela olhou para mim, seus olhos avaliando. — Nós estamos indo foder esta noite. Mas não pense que é porque eu gosto de você, ou que eu te perdoei. O sexo não é sempre sobre emoções. Um cara que já fodeu com muitas strippers deveria saber isso, certo?

— Certo, — eu respondi lentamente, me perguntando se eu tinha ouvido ela direito.

— Então hoje à noite não será sobre emoções, — disse ela, seus olhos penetrantes. — E isso não significa que eu estou bem com suas mentiras ou que eu perdoei você ou qualquer outra coisa. Talvez tenha sido há muito tempo, e eu gostaria de transar. Esta é a minha decisão e não tem nada a ver com você, por isso não leve para o pessoal.

— Posso lidar com isso.

— Oh, e Gage?

— Sim?

— Meu pai está dormindo, então tente não perder o controle. Nenhum grito, não importa quão bom esteja.

Eu pisquei, então acenei com a cabeça, me perguntando se isso era algum tipo de alucinação torcida.


Capítulo Dezenove

TINKER


Eu não podia acreditar que eu tinha acabado de dizer isso.

Seus olhos se arregalaram, e eu ouvi a sua rápida respiração enquanto meus dedos passavam ao longo de sua ereção. Ele cresceu mais a cada toque, e eu pensei sobre quanto tempo tinha desde que eu tinha tido relações sexuais.

Desde Jamie.

Não era como se eu tivesse muita oportunidade em Hallies Falls. Entre meu pai e os negócios, eu tinha sido focada na sobrevivência. Por que não deveria me dar um pouco de mimo? Eu trabalhei duro. Eu queria esse cara desde o primeiro minuto em que o vi, enquanto eu achava que jamais seria capaz de perdoar suas mentiras. Não siga esse pensamento. Esta é a sua noite para se divertir, não pensar.

Justo. Eu passei os últimos dezoito meses da minha vida pensando e não tinha chegado a lugar nenhum. Alcancei o seu zíper, deslizei para baixo devagar, apreciando a forma como sua respiração se acelerou com o meu toque.

O pau de Gage inchou contra o tecido fino, escuro de sua cueca, e eu segui a forma dele novamente com meus dedos. Ele era grande, maior do que Brandon, mas também mais grosso. Eu encontrei-me sorrindo, pensando no meu ex e seu pau pequeno.

Foda-se ele, e foda-se tudo o que ele representava.

Brandon me odiaria por dormir com um motoqueiro.

Como era errado, o pensamento me deu todos os tipos de satisfação. Não tanta satisfação como eu planejava tirar de Gage esta noite, embora. Então eu iria expulsá-lo em sua bunda mentirosa, mas por agora?

Tempo para desfrutar.

Agarrando o topo da sua cueca, eu puxei-a para baixo, expondo sua ereção. Ele era grande, vermelho e redondo, as glandes grandes e duras apertando com a necessidade. Ele gemeu quando eu me inclinei para a frente, tocando-o duas vezes com a minha língua antes de me afastar. Sua mão apertou meu cabelo, e por um instante pensei que ele poderia me segurar lá. Então ele me deixou ir.

— Jogo perigoso que você está jogando — Gage murmurou, o som áspero.

— Eu não estou brincando — eu disse a ele, envolvendo a minha mão em torno de seu pau e bombeando-o duas vezes. Difícil. — Você quer mais, é melhor você tirar essas calças.

Eu observei enquanto suas grandes mãos pegaram o lado de suas calças, deslizando-as para baixo para amassar no chão. Eu tinha visto seu peito nu muitas vezes, mas nunca o resto dele. Ele não desapontou. Grosso e musculoso nas coxas. Eu me inclinei para a frente, pegando a ponta do seu pênis na minha boca, correndo minha língua em torno dele como um pirulito quando comecei a masturbar lentamente o eixo com a minha mão.

O corpo de Gage estremeceu, e eu senti uma onda de poder e excitação ao mesmo tempo. Este grande homem, assustador estava a minha mercê, e eu adorei.

Eu amei ainda mais quando eu peguei sua bunda na minha mão e apertei. O músculo tenso e duro. Gage não estava carregando nada. Em seguida, seus quadris dispararam, empurrando mais para dentro da minha boca, e eu esqueci tudo sobre Brandon.

 

GAGE


Eu nunca tinha visto nada mais sexy do que o sacudir de cabeça de Tinker quando ela desceu sobre mim.

Não que eu tivesse vencido a guerra, ou mesmo a batalha.

Ela não era uma jovem garota que eu poderia explodir com respostas fáceis, e eu sabia que ainda tinha um monte de merda para descobrir. Seus lábios estavam embrulhados em volta do meu pau e era quente como o inferno.

Acho que o sexo realmente era diferente quando você se importava com a pessoa. Eu nunca acreditei muito nisso, até agora, mas dane-se se isso não fosse verdade, porque este foi o melhor boquete que eu já tinha tido na minha vida.

Bom demais.

Sua mão deslizou entre as minhas pernas, acariciando minhas bolas, e eu tive a súbita realização, horrível que se ela não parasse logo eu gozaria. Não é o meu plano, eu quero gozar na sua boceta, dentro de seu sexo, de preferência depois dela ter gozado.

Eu disse aos meus pés para afastar, mas nada aconteceu.

Muito justo, que tipo de idiota recua recebendo sexo oral? Você, porque você está jogando o jogo longo. Levou tudo que eu tinha para me afastar, mas eu fiz isso. Meus dedos ainda seguravam a sua cabeça.

— Parece que eu estive esperando para sempre — eu disse a ela. — E eu não sou uma criança. Não quero estragar o momento muito rápido. Primeiro as damas.

— Difícil de argumentar — disse ela com um sorriso lento, subindo para me encarar. Apertando minha mão em seu cabelo, eu a puxei para um beijo, provando-me nos seus lábios. Ela abriu para mim e minha língua deslizou para dentro. Não foi o nosso primeiro beijo e eu já sabia seu gosto, mas eu tinha que admitir, eu estava a meio caminho convencido de que eu tinha imaginado como era bom.

Isto não era imaginário.

Circulando-a ao redor com meu outro braço, eu empurrei-a contra mim, pressionando-a com força contra o comprimento do meu corpo enquanto o beijo se aprofundou. Meu pau era uma pedra contra seu estômago, urgente e desesperado. Acho que as coisas não estavam indo tão lento, pela primeira vez depois de tudo...

Deixando seu cabelo cair, me abaixei para pegar seu traseiro, levantando-a em meus braços. As pernas de Tinker em volta da minha cintura enquanto eu deitei no sofá, beijando ela o tempo todo.

Não há mais espera.

Não há mais interrupções e sem mais mentiras.

Deslizando minha mão para baixo entre nossos corpos, eu recuei apenas o suficiente para tirar sua calça jeans. Sua calcinha estava molhada para mim já.

Eu queria um gosto disso.

De alguma forma eu consegui quebrar o beijo, fazendo-a ajoelhar-se ao lado do sofá. Um instante depois, tive sua calcinha fora e as pernas cobertas sobre os meus ombros, exatamente onde eles pertenciam. Porra, hora do ataque eu tenho que ver a sua boceta, considerando o quanto de energia mental que eu colocava imaginando. Ela manteve, aparada ordenadamente, mas não totalmente nua, o que funcionou para mim muito bem.

Bom o suficiente para comer, na verdade.

Inclinado para a frente, eu espalhei os lábios, com meus dedos enquanto minha língua começou a explorar. Ela cheirava bem, Cristo, há alguma coisa melhor do que boceta fresca? E o sabor era ainda melhor. Eu lambi lentamente, brincando com a pequena protuberância de seu clitóris.

— Isso é muito bom — ela suspirou, e eu senti uma de suas mãos cavando em meu cabelo. A reviravolta foi um jogo justo. Chupei-a com força por um minuto, em seguida, lambi novamente quando ela engasgou. Então eu fiz isso de novo, seguindo suas pistas até que seus suspiros se aproximavam mais e eu sabia que ela estava perto.

Eu queria terminá-lo para ela, mas eu não podia aguentar.

Não mais.

Afastando-me, eu esfreguei-a suavemente com o polegar enquanto eu pegava o meu jeans para pegar um preservativo. Segurando seu olhar firme, eu rasguei o pacote aberto com meus dentes, puxando a borracha livre e, em seguida, coloquei-o para baixo no comprimento do meu pau. As bochechas de Tinker estavam vermelhas, e suas gloriosas tetas eu ainda não tinha visto, um descuido que eu cuidaria tão logo fosse possível, movendo-se a cada respiração.

Agarrando seus quadris, eu empurrei-a para a borda do sofá e puxei as pernas sobre meus ombros novamente. Então eu encaixei a cabeça do meu pau para sua abertura e, lentamente, comecei a empurrar dentro.

 

TINKER

 

Ele era grande.

Maior do que eu esperava, mesmo que eu já tivesse tido a minha boca em volta dele antes. Acho que as coisas encolhem por dentro quando você está em abstinência por muito tempo, porque isso parecia quase como se fosse a primeira vez quando ele deslizou profundamente dentro.

E ele foi profundo, acredite.

Ele se inclinou para frente, esticando as pernas enquanto ele pairava sobre o meu corpo, prendendo-me para baixo. Eu tive um momento de realização, ele estava no controle agora, e não havia nada que eu pudesse fazer para detê-lo.

Felizmente, parar não estava na minha agenda.

Gage puxou para fora, em seguida, empurrou para dentro de novo, mais forte dessa vez. Eu engasguei com a força dele enchendo-me perfeitamente. Eu estava tão vazia por tanto tempo, isso era perfeito. Descendo, eu esfregava meu clitóris, pairando à beira de gozar. Mas eu não estava pronta para gozar ainda. Eu queria mais desta deliciosa tensão, esse acúmulo em direção a uma explosão que só iria ficar maior se eu a segurasse, então eu puxei meus dedos para longe.

— Não — Gage resmungou, pegando os olhos e mantendo-os. Eles estavam escuros com necessidade e desejo e outra coisa que eu não conseguia ler.

Algo intenso e quase aterrorizante.

— Eu quero ver você gozar — disse ele. — Eu preciso ver você gozar. Eu tenho esperado muito tempo para isso, Tinker.

— Não é com você — eu sussurrei, e ele sorriu, em seguida, estendeu a mão entre nós, as coisas escuras e terríveis escritas em seus olhos.

— É sempre para mim, baby. De agora em diante.

Abri a boca para discutir com ele, mas o seu polegar encontrou meu clitóris, empurrando para baixo sobre ele habilmente direito enquanto empurrava profundamente dentro, enchendo-me completamente. A tensão que tinha pairado no limite exterior com minhas costas arqueadas. Acertando o ponto, duro e rápido, me levando com ele quando eu gritei.

— Perfeita — Gage resmungou, movendo mais rápido dentro de mim. Eu apertei-me sobre ele, detendo-me em ondas de puro prazer através de mim quando eu atingi o meu orgasmo. Tão bom. Muito melhor do que tocar-me. Mil vezes melhor, ou talvez cem mil vezes melhor.

Eu tinha perdido isso.

Você nunca teve isso, uma pequena voz sussurrou na minha cabeça, e eu tive que reconhecer a verdade. Brandon não poderia ter me tido assim nem se sua vida dependesse disso.

— Foda-se, mas você é linda quando você goza — ele resmungou, batendo em mim. Era áspero e duro, quase animalesco e com a maneira como ele me tinha dobrado eu realmente não podia se mexer. Não que isso importasse. Eu estava tão sobrecarregada, cheia e satisfeita que eu queria ronronar. Ou alguma coisa. Caí para trás, pronto para deixá-lo me usar para seu próprio prazer quando ele me pegou desprevenida, alcançando entre nós novamente.

— Você precisa de mais — disse ele, deslizando os dedos contra o meu clitóris. — Muito mais. Tudo isso. Eu estive sufocando, esperando por você, e eu não acho que você tenha tido isso mais fácil, não é?

Como você responde a isso?

Eu não me incomodei, porque eu estava muito presa na percepção de que ele tinha a intenção de me fazer gozar, e eu não estava prestes a lutar contra isso. Oh infernos não. Nem mesmo um pouco, porque o homem estava certo. Eu não tinha tido mais fácil, estava condenada se eu não merecia isso.

A segunda vez foi diferente.

Meu corpo já estava sensibilizado para o dele, por isso, quando ele realmente começou a bater em mim, as coisas se moviam mais rápido. Ele estava duro, grosso e profundo, cada movimento escorregou pelo meu desejo quando a necessidade começou a construir novamente. Ele me dobrando quase pela metade, me empurrando para trás contra as almofadas. Então Gage deslocou sobre mim, seus movimentos crescendo menos coordenados.

— Eu estou perto, baby — ele disse, as palavras tensas. — Eu quero te levar comigo novamente. Pensa que você pode me ajudar um pouco, aqui?

Meus olhos se fecharam, queimando pela intensidade que vi nos dele, e me abaixei entre nós, meus dedos enroscando com os seus. Eu esperava que ele me deixasse ir, focando em suas próprias necessidades. Em vez disso nossas mãos se moviam juntos, como eu se mostrasse a ele exatamente o que eu queria. Todo o tempo, ele olhou para mim atentamente, suor deslizava ao longo de sua testa.

— Não tenho certeza que eu posso aguentar muito mais tempo, ele engasgou. — Você está pronta?

— Sim — eu sussurrei, os dedos voando. De repente, ele ficou tenso, gemendo quando todo o seu corpo apertou firme. O olhar em seu rosto me empurrou sobre a borda e eu vim novamente. Desta vez foi diferente, não menos intensa, mas de uma maneira nova. Isso tinha sido mais duro, mais direto. Este foi mais suaves, ondas de alívio misturado com prazer correndo através de mim quando nós olhamos fixamente nos olhos um do outro.

Lentamente, o momento passou, e eu comecei a perceber coisas normais.

Por um lado, ele tinha me torcido como um pretzel, e minhas pernas estavam começando a dar cãibra de uma forma séria. Além disso, eu estava suada e repugnante, desnuda e nua da cintura para baixo, enquanto ele ainda tinha sua camisa de couro.

Desajeitado.

— Ei, eu acho que eu devesse...

— Não, — disse Gage, balançando a cabeça rapidamente. Eu fiz uma careta.

— Não o quê?

— Não pense, — ele respondeu, oferecendo um sorriso lento. — Apenas desfrute o momento. Podemos pensar sobre as coisas amanhã. Depois que eu lhe comer mais um par de vezes, porque de nenhuma maneira estamos a finalizar por esta noite.

Comecei a balançar a cabeça, mas ele deixou minhas pernas deslizar para baixo em torno de sua cintura, em seguida, levantou-me, um feito de força que eu não poderia deixar de apreciar. Então, ele foi me levando, ainda nua, subindo as escadas para o meu quarto, e eu senti menos sensibilizada.

— O que você está fazendo? — Eu assobiei em seu ouvido quando passamos pela porta do meu pai.

— Levando você para a cama, — ele respondeu casualmente. — O que você acha que estamos fazendo?

— Eu não o convidei para passar a noite — eu sussurrei incisivamente, esperando que ele mantenha sua voz baixa.

— Isto estava implícito — respondeu ele, parecendo se divertir. — A menos que você esteja apenas me usando para o sexo? Você sabe, é realmente injusto para aproveitar de...

— Cale a boca, — eu gemi, caindo a minha cabeça no ombro dele, porque ele realmente tem um cheiro muito bom e eu tenho que admitir, ter um cara grande, forte que me leve até as escadas tipo me arrebentou. Mesmo que ele fosse um pedaço deitado de merda. É por isso que eu não discuti quando ele me deixou para baixo em toda a minha cama, duro e pronto para ir de novo, ou quando ele empurrou minha cabeça para baixo ou mesmo que pela terceira vez no meio da noite, quando ele me virou sobre o meu estômago.

Suponha que quando você decidir terminar um período de seca, é assim que se faz.

 

GAGE


Eu acordei me sentindo presunçoso como o inferno.

Levou um minuto para me orientar, e outro para lembrar tudo o que tinha acontecido. Eu tinha passado a noite com Tinker, e um inferno de uma noite boa. Ela estava abraçada apertada ao meu lado, e eu olhei para baixo para encontrar o rosto relaxado no sono. Ela parecia diferente assim, não menos bela, mas na maioria das vezes ela usava uma armadura. A coisa toda de maquiagem, o cabelo era sexy como o inferno e lhe convinha perfeitamente, mas também deu a ela uma camada de separação do mundo. Eu podia apreciar isso.

Minhas cores de Reapers faziam o mesmo para mim.

Ainda assim, foi bom para ver a mulher por trás da máscara. Ela era real e bonita um pouco suada e manchada que mais pode um homem pedir? Tinker suspirou, em seguida, rolou para longe de mim para cair de costas. Seus peitos estavam escondidos pelo lençol, e eu puxei-o lentamente para obter uma melhor olhada na luz da manhã. Não é ruim. Nada mal. Os seios dela eram agradáveis e redondos. Não enormes, mas exuberantes, e eles achatavam levemente para os lados de uma forma que deixou claro que eram todos naturais.

Eu tracei um dedo entre eles, deslizando-a para baixo de seu estômago, levando o lençol comigo. Seu estômago era suave, e eu me inclinei para beijá-lo quando algo chamou minha atenção.

Uma linha fina, prateada correndo em direção a seu umbigo. Mais de uma. Elas eram delicadas, traçando através de sua pele, e mil perguntas estouraram através de mim porque eu sabia muito bem o que eram aquilo, quase todas as mulheres que eu já dormi que tiveram crianças conseguiram pelo menos algumas.

Estrias.

Em algum momento de sua vida, Tinker Garrett tinha dado à luz.

A mesma Tinker Garrett que atualmente não tinha filhos. Não há uma sugestão de uma criança. Sem fotos, sem menção, nada. Nenhuma pista, exceto pela maneira como ela havia perdido sua cabeça pelo fato de ter mentido sobre ter filhos...

PORRA.

Eu tinha fodido.

Fodido ruim.

— Hey, — ela disse, sua voz suave e macia. Ela rolou para o lado dela, esticando-se inconscientemente, obviamente, ainda meio adormecida. — O que?

Esse é o segundo exato que ela se lembrou de onde estava e o que tinha feito. Gritando, ela estendeu a mão para as cobertas e puxou-as, batendo o rosto no processo. Jesus, este foi um cachorro maior do que eu poderia ter imaginado, e não era como se ele tivesse sido simples antes. Eu precisava chegar na frente da situação, caso contrário ela iria me controlar. Felizmente, eu tinha uma enorme vantagem neste relacionamento, porque eu pesava o dobro do que ela, então eu rolei em cima dela, prendendo-a contra a cama.

— Bom dia — eu disse, beijando-a. Tinker virou a cabeça para o lado, de cara feia, porque é claro que não poderia ser tão fácil com ela. Que estava tudo bem, por ela vale a pena lutar, ontem à noite tinha-se feito que mais do que óbvio. Tivemos alguns negócios para cuidar de primeira, apesar de tudo.

— Então me diga — eu disse lentamente. — Como é que você nunca mencionou que tinha um bebê?

 


Capítulo Vinte

GAGE


O rosto de Tinker torceu quando eu fiz a pergunta, uma mistura de dor e raiva correndo profundamente pelos ossos de sua face.

— Isso não é da sua conta — ela retrucou. — Saia de mim e saia daqui. Nada mudou.

— Só que eu te fodi duro toda a noite e quase levou para fora da borda — eu respondi, aproveitando a oportunidade para empurrar minha ereção matinal contra seu estômago. — Eu adoraria dar-lhe mais uma rodada nesta manhã, mas nós precisamos conversar primeiro. É por isso que você perdeu sua cabeça quando eu menti sobre ter filhos, não é?

Ela piscou rapidamente, a acumulação de lagrimas em seus olhos quando ela tentou desviar o olhar. Eu não deixei, no entanto, porque precisávamos resolver isso. Eu não tinha certeza o que foi que aconteceu com ela, mas o que quer que fosse tinha sido ruim. Muito ruim. Cada instinto que eu tinha me disse que se eu saísse por aquela porta sem nos resolvermos, eu nunca mais a veria.

Não é uma opção.

— Diga-me — eu sussurrei, deixando cair a minha testa na dela. — Eu quero saber. Eu me importo com você, Tinker. Você pode confiar em mim.

— Eu nem sequer sei o seu nome, porra — disse ela, fechando os olhos. — Por que inferno que eu iria confiar em você?

— É Gage Alfonso Leon — eu disse sem rodeios. — Meu aniversário é 15 de outubro e meu número de segurança social é 625-54-

— Cale a boca — disse ela, sacudindo a cabeça, um movimento que eu segui com a minha própria cabeça, recusando-me a recuar. — Você é louco.

— E você é sexy como o inferno — eu respondi, aproveitando o momento para recuperar sua boca para outro beijo rápido. — Mas estamos falando. Eu menti para você sobre uma tonelada de coisas, mas tudo o que você focou foi nas crianças. Agora eu encontro o seu estômago coberto de estrias. Eu estou sentindo falta de alguma coisa aqui, e eu tenho um sentimento que é algo muito grande. Fale comigo, Tinker.

— Ok — disse ela. — Mas você precisa recuar. Deixe me vestir primeiro. Vamos tomar um café e conversar sobre isso lá embaixo.

— Você pode se vestir, mas vamos falar sobre isso aqui, retruquei. — Se descermos a próxima coisa que eu sei que você vai fazer é me chutar para fora. Estou falando sério, precisamos descobrir isso.

— Por quê? — Ela perguntou, parecendo atormentada. — Tivemos relações sexuais. Foi divertido, mas você mesmo me disse que você dormiu em abundância em torno de mulheres. Você interrogou todas com quem você dormiu?

— Não, apenas os que eu sou sério sobre.

— Certo — ela disse acidamente. — E quantas meninas você tem alimentado para essa linha?

— Nenhuma — eu respondi, o que era a verdade absoluta. — Apesar do que foi até aqui, eu não sou normalmente o tipo de homem para jogar. Eu gosto de sexo. Eu tive sexo com um monte de mulheres. Nunca estive muito interessado em qualquer coisa séria, e isso funcionou para mim. Então eu conheci você e me senti diferente, então eu vou verificar isso. Eu sou esperto o suficiente para ver que não vai chegar a lugar nenhum até que resolver isso. Vista-se e vamos conversar.

Com isso, eu rolei de cima dela, reprimindo qualquer comentário enquanto ela se inclinou e agarrou sua camisa amarrotada para se cobrir. Muito pouco, muito tarde, eu já vi tudo o que tinha para oferecer.

Ela desapareceu em um banheiro anexado que parecia uma adição mais recente à casa. Eu suspeitava que o pai dela tinha colocado para ela. Tinker sempre tinha sido seu anjo, algo que eu aprendi conversando com os inquilinos em longo prazo. Todos pensavam que ela era a merda, e eu tendia a concordar.

Nenhum deles tinha mencionado um bebê, apesar de tudo.

Franzindo a testa para o pensamento, eu estudei seu quarto. Não era um daqueles santuários para a adolescência, muito obrigado. Ela tinha uma cama, uma king size seria melhor, mas poderíamos lidar com isso mais tarde, e um pouco de jogo de quarto bom o suficiente. As paredes estavam cobertas de papel e enquanto era feminino, não era tão ruins que ele me dessem urticárias. Recordou-me da loja mais do que tudo, e me perguntei como ela tinha decorado seu lugar em Seattle.

Foda-se. Seattle. Seu ex vive lá. O promotor. Chupador de pau. Tive que odiá-lo por dois motivos, não só ele machucou Tinker, como o filho da puta hipócrita estava sujo como o inferno. Mais cedo ou mais tarde nós descobriríamos todos os seus segredos. Então eu seguraria sobre sua cabeça, fazendo dar Tinker tudo o que ela precisava.

Pena.

Eu prefiro bater a merda fora dele, mas chantagem era provavelmente mais limpa no longo prazo. Eu ouvi a descarga, seguido da pia. Um minuto depois Tinker saiu vestindo uma túnica longa e sedosa. O tecido era tão fino que cobria muito menos do que ela provavelmente já percebeu, algo que eu não estaria apontando para ela tão cedo.

— Então — disse ela, olhando para mim enquanto eu descansava sobre a cama, com os braços dobrados por trás da minha cabeça. — Eu pensei sobre isso e eu não acho que nós precisamos conversar. Esse problema é meu.

— Seu problema é meu — Eu corrigi suavemente.

— Como você sabe?

— Eu sou insistente com isso — eu disse, sentando-me dando um tapinha no local ao meu lado na cama. — Vamos nos sentar e me diga o que aconteceu. Eu não sei os detalhes, mas eu sei muito bem de onde as estrias vêm. Do jeito que você reagiu a minha mentira, e sim, eu sou um idiota, etc, podemos falar sobre isso mais tarde, a história não termina feliz. Diga-me o que aconteceu. Eu preciso saber.

Ela veio para a cama, sentando-se ao pé dela, bem fora do meu alcance. Então, ela olhou para mim, suspirando.

— Eu vou te dizer uma vez — disse ela. — Então, nós nunca mais falaremos sobre isso novamente. Concorda?

— Não — eu disse, e ela franziu a testa.

— O que isso deveria significar?

— Eu prometi que eu nunca mentiria para você de novo — eu disse sem rodeios. — Vendo como eu não sei o que você está prestes a dizer, eu não vejo como eu posso concordar em nunca falar sobre isso novamente. Talvez a gente precise falar sobre isso.

Ela suspirou, em seguida, olhou para a parede por um minuto.

— Nós sempre podemos foder se você não estiver pronta para conversar — sugeri. Tinker afastou-me, então cruzou os braços, tomando uma respiração profunda, estremecendo dura para si mesma.

— Ok, aqui vai — disse ela. — Eu sempre quis ter um bebê. Muitos bebês. Brandon não estava tão animado com o pensamento, mas eu percebi que talvez ele mudasse de ideia. Ele sempre foi sobre a boa aparência em público, e sua mãe com certeza queria netos. Mas nunca parecia ser o momento certo para começar uma família. Não ajudou que ele trabalhava longas horas loucas, mas eu estava começando meu próprio negócio e... Bem, por um longo tempo eu só percebi que ainda tinha muito tempo. Então eu fiz trinta e tivemos uma conversa. Jesus! Que terminei me jogando para fora do meu controle de natalidade. Mas eu não queria engravidar.

Ela parou de falar, puxando o robe com mais força ao redor dos ombros, como se pudesse protegê-la de tudo o que veio a seguir.

— Eu tinha quase desistido quando finalmente aconteceu — disse ela, os olhos escurecendo. — Eu tinha tido rastreamento sobre minha fertilidade por anos, tinha chegado todos os tipos de testes. Brandon nunca iria fazer o teste, embora, e meu médico disse que poderia haver mil razões... Então eu fiquei grávida. Parecia um milagre, e eu estava tão animada. Eu tinha quase desistido até lá, sabe? De qualquer forma, eu esperava Brandon para ficar feliz, mas ele realmente não parecia se importar. Ele estava trabalhando muito duro em um monte de casos, e um deles era uma espécie de alto perfil. Ele estava indo atrás de um clube de moto, na verdade.

Ela me lançou um outro olhar. — Não o seu, eu não acho.

— Não, não era os Reapers — eu disse a ela, pensando de volta para o que eu tinha ouvido. — Clube menor. Seattle. Eles estão sob nós, mas o seu próprio grupo. Tipo como os Nighthawks.

— Então, estar nesse caso era um grande negócio — disse ela. — Negócio enorme. Ele estava animado para estar trabalhando em algo tão grande, e ele estava ocupado. Eu estava animada com o bebê, e enquanto ele não estava realmente comigo, eu não me importava. Olhando para trás, percebo que tínhamos vivido vidas separadas por um longo tempo de qualquer maneira. Nós compartilhávamos uma casa e tivemos relações sexuais, por vezes, não tão frequentemente. Fora isso, eu acho que passei mais tempo falando com seu advogado do que meu próprio marido.

— Soa como um príncipe real.

Ela bufou. — Você não tem ideia. Vale a pena mencionar que ele me traiu pelo menos uma vez, com outro advogado que trabalhou em seu escritório. Pode ter acontecido mais do que isso, agora que eu olho para trás. Eu tinha parado de cuidar nesse ponto.

— Por que diabos você não o deixou? — Perguntei, confuso. — A vida é curta por que desperdiçá-la com alguém assim?

Ela encolheu os ombros. — Hábito? Eu não sei. Em retrospecto, é uma loucura, mas quando você está no momento... Eu acho que uma parte de mim esperava que ter um bebê juntos, consertaria as coisas. Eu não sei. Nada disso importa, porque quando eu completei oito meses, eu comecei a ter problemas. Contrações. Cólicas. Um monte de coisas que acontece no final da gravidez de qualquer maneira, mas uma manhã o sangramento começou e não parou. Eu perdi o bebê.

Eu meio que esperava algo assim. Quero dizer, ela tinha perdido a criança ou o tinha dado para adoção. Eu sabia que a partir do momento em que vi as estrias. Ainda assim, ouvir as palavras tornou real.

— Eu realmente sinto muito, Tinker.

Ela piscou rapidamente, e vi como uma lágrima correu pelo seu rosto. Ela ignorou, olhando para a frente.

— Ela era uma menina. Eu não tinha descoberto antes do tempo. Eu queria que fosse uma surpresa. Eu a chamei de Tricia, depois da minha mãe. Brandon estava no tribunal naquele dia e ele não pediu uma pausa ou qualquer coisa. Ele poderia ter, você sabe. Não há juiz na terra que não teria deixado ele ir para o hospital, mas Brandon não se importava o suficiente sobre a nossa filha para estar lá.

— Idiota do caralho.

— Sim, você pode dizer isso — respondeu ela. — Mas como substituição, você sabe? Ele finalmente apareceu no hospital tarde da noite. Depois que a tinham levado. Eu tive que segurá-la, e um fotógrafo tirou algumas fotos, mas seu próprio pai não podia ser incomodado. Foi quando eu decidi que eu também não podia mais ser incomodada por ele. Joguei os anéis para ele no bem ali no quarto do hospital.

As lágrimas corriam pelo seu rosto abertamente agora. Estendi a mão para ela, puxando-a em meus braços. Ela resistiu no início, enrijecendo contra mim, mas foda-se.

— Ele é um pedaço de merda — eu disse a ela, esfregando as costas dela enquanto ela relaxou em meu pescoço. — Tricia merecia melhor e você também. Eu sinto muito, baby. Sinto muito mesmo.

— Eu queria tanto ela — Tinker sussurrou, começando a soluçar. Normalmente o choro de mulheres me assustam, mas isso era diferente. Esta não era uma cadela lamentando-se sobre o namorado. Eu nunca tinha tido um bebê, nunca sequer considerei, mas eu tinha visto os meus irmãos com seus filhos. Perder iria destruí-los.

— Eu o chutei para fora — Tinker continuou. — Ele se mudou para seus pais ou alugou alguma coisa. Eu não sei. Não me importava. Então eu contratei um advogado para cuidar do divórcio, mas as coisas estavam complicadas porque ele era dono de uma casa e um negócio, e as finanças estavam sempre impossível de seguir. Sua família tem dinheiro, mas eu não sabia o quanto e nunca entendi como ele funciona. De qualquer forma, ele ainda quer que eu lhe dê outra chance.

De maneira nenhuma.

— Você disse a ele para se foder? — Perguntei, eriçado.

Ela se afastou, dando-me um sorriso pequeno, duro. — Eu tenho certeza que a situação foi clara.

— Aposto que você fez — eu respondi, estendendo a mão para pegar um tufo de cabelo colado ao seu rosto com suas lágrimas, prendendo-o para trás da orelha. — Você quer que eu o mate para você?

Ela deu uma pequena gargalhada, balançando a cabeça, obviamente sob a impressão de que eu estava brincando.

Eu não estava. Nem um pouco.

— Não, Carrie e Margarita reivindicaram essa honra — disse ela. — Eu realmente sinto falta dela. Tricia, quero dizer. Você não pensaria que sentiria falta de uma criança que só conseguiu segurar uma vez, mas eu a amava desde o momento em que fiquei grávida. Você não tem ideia do quanto eu amei aquela garota... Você não tem ideia o quanto eu amava aquela garota... E agora ela se foi. Eu daria qualquer coisa para tê-la de volta. Então você veio, e fez-se ter uma família como se fosse uma piada.

Estendendo a mão, eu peguei a parte de trás de sua cabeça, deslizando os dedos em seu cabelo enquanto eu segurava os olhos.

— Eu nunca vou mentir para você de novo — eu disse lentamente. — Eu estava tentando parecer normal. Para entrar. Eu precisava saber o que estava acontecendo na cidade, e que parecia ser a melhor maneira de fazê-lo. Se eu tivesse qualquer pista... Bem, desejo que eu pudesse voltar no tempo e mudar como eu fiz as coisas, mas não posso.

Ela piscou rapidamente. — Eu não tenho certeza se posso viver com isso. Você provavelmente deve sair, Gage. Eu estou... Eu não estou pronta para qualquer coisa real. Não tenho certeza se eu estarei pronta novamente.

Foda-se, eu estava em meus limites aqui.

Normalmente eu pego o que eu queria.

Exigia.

Eu vivi em um mundo duro, um mundo onde a única maneira de vencer foi recusando-se a recuar, mas Tinker era frágil. Mais frágil do que eu poderia ter imaginado. Ela também era mais forte, no entanto. Não admira que a fita de sexo não tinha destruído sua vida. Quem dá a mínima para uma fita de sexo quando o seu bebê estava morto?

— Eu quero matar seu ex-marido — eu disse a ela, falando sério. Ela piscou.

— Eu também — ela sussurrou lentamente. — Mas ela ainda teria ido embora. Essa parte da minha vida acabou, mesmo que ele não perceba isso. Eu nunca vou voltar, porque não há mais nada para mim lá.

— Você não precisa — respondi, esfregando o polegar para baixo ao longo de sua bochecha, limpando uma de suas lágrimas. — Você tem uma vida aqui.

— Certo — ela disse amargamente. — Porque Hallies Falls é tão espetacular. Meu pai perdendo a cabeça, eu estou presa com um prédio de apartamentos que eu não posso nem cuidar, e todo mundo acha que eu sou uma vagabunda.

— Jesus, você ouviu a si mesma — eu disse, frustrado que ela não pudesse ver a realidade da situação. — Tinker, um par de cadelas mesquinhas acham que você é uma vagabunda. Bem. Cadelas de espírito pequeno estão sempre à procura de alguém para julgar. Você está fazendo um serviço público, dando-lhes alguma coisa para falar. Toda a gente na cidade acha que você é fodida, você deveria ter visto como eles estavam impressionados quando você enfrentou aquela cadela no supermercado. Abra os olhos e você vai vê-lo. E sim, talvez o seu pai está perdendo a cabeça. Ele ainda te ama e você o ama, e vocês tem um ao outro. E pelo amor de Deus, eu estou cuidando do prédio para você assim que parar de se preocupar, ok? Por que você não tenta viver o momento, em vez de se concentrar em tudo o que há de errado?

Seus olhos se estreitaram.

— Viver o momento não vai trazer de volta a minha filha.

— Nem odiar tudo também.

— Eu acho que você deveria sair.

— Eu não vou sair — eu disse, surpreso com o quão forte as palavras saíram. Ouvindo-a rasgar-se para baixo como aquele puto me deixou ativamente fora. — E eu não sou Brandon. Eu não menti para você como uma piada. Eu não tenho filhos, porque eu tomo essa merda muito a sério. Se eu trouxer uma criança a este mundo, eu teria cuidado bem dela. Você cresceu em um ótimo lugar, Tinker. Seus pais te amam, você tem amigos, as obras. Eu não fiz. Orfanato. Pai morreu na prisão e minha mãe teve uma overdose quando eu tinha dezesseis anos. Se não fosse pelos Reapers eu teria desmoronado, mas eles me acolheram como um cachorrinho perdido. Eu entendo o que significa não ter pais. Eu nunca faria isso com uma criança. Odeie-me tudo o que quiser, mas não me dê seu ódio pelo seu ex também. Isso é tudo dele e ele merece.

Fechei minha boca, assustado com o quanto eu havia dito. Ela inclinou a cabeça para mim.

— Você está certo — disse ela lentamente. — Você não é ele. Mas isso não significa que eu tenha esquecido o que você fez.

Foi uma grande concessão.

— Nós vamos trabalhar nisso — eu disse, estendendo a mão para tocar seu rosto. — Começando hoje à noite. Vou levá-la para jantar.

Ela bufou. — Quer dizer, como um encontro?

— Sim, exatamente um encontro. Vamos conversar e nos conhecer. Talvez sair para o clube depois e você pode conhecer alguns dos meus irmãos de Coeur d'Alene.

— Não tenho certeza que estou pronta para isso.

— Há uma festa amanhã à noite — eu disse. — Um grupo das old ladies estão vindo para a cidade.

Ela franziu a testa. — Isso parece um pouco aleatório.

Eu suspirei, balançando a cabeça. — É complicado. Estamos fazendo algumas mudanças na estrutura do clube. É sobre a reconstrução de relacionamentos, e ter as meninas aqui vai ajudar com isso. Em última análise, o clube é para os homens, mas com todas as mulheres a bordo isso ajuda muito. Queremos as meninas locais para que compreendam o que fazem parte. Deixar-se relacionar com as old ladies, sabe?

— Por que você as chama de old ladies? — Ela perguntou, franzindo o nariz.

— Foda-se se eu sei, - admiti. — É exatamente o que elas são chamadas. Eles são as nossas mulheres de nossa propriedade.

— Eu não tenho certeza qual parte que me ofende mais, a old ou a propriedade.

— Eles são dois termos de respeito — eu disse com firmeza. — Se uma mulher é a sua old lady, isso significa que você confia nela. Não apenas com a sua vida, mas com todas as vidas dos seus irmãos também. A propriedade é da mesma forma, é sobre tornando-se claro para todos que você está sob nossa proteção. Eles fodem com você, os Reapers vão fazê-los pagar. As mulheres em nosso mundo são consideradas uma honra.

— Isso é besteira — disse ela, os olhos faiscando. Boa. Ela parecia tão derrotada quando ela falou sobre sua filha, mas agora ela estava voltando. Aqui era a mulher que manteve combates, exatamente o que eu queria ver.

— Só se você considerar — old — um insulto — eu respondi. — Você está dizendo que ser velho é uma coisa ruim? Você sabe, nos Reapers os caras mais velhos orientam os mais jovens. Fora do mundo regular, as pessoas furam a suas próprias faixas etárias, mas no mundo MC todos estão juntos. Você pode querer reconsiderar antes de fazer um julgamento apressado.

Tinker estreitou os olhos. — E propriedade?

Suspirei. — Eu acho que você precisa ver para compreender. Me dê uma chance, ok? Conheça o meu povo e você verá o que estou falando. É diferente, mas é bom. Nós somos uma família.

Ela ainda parecia cética, mas ela balançou a cabeça.

— Ok, eu vou tentar manter a mente aberta — ela concordou.

— Então, eu venho buscá-la às seis.

— Eu não disse que eu ia sair com você.

Sim, ela não terá uma escolha, embora eu era esperto o suficiente para não dizê-lo.

— Seis funciona para você? — Perguntei. — Eu não sou ele. Me dê uma chance e eu vou lhe mostrar o quanto eu não sou ele.

Ela suspirou, depois assentiu. — OK. Mas eu não vou aceitar qualquer coisa mais do que um encontro, entende? Você não ganhou.

— Nós dois iremos ganhar — eu respondi, então eu inclinei-me e a beijei. Porra, ela tinha o sabor ainda melhor esta manhã, isso significava alguma coisa.

Eu poderia me acostumar com isso.

 

TINKER


— Você dormiu com ele— Carrie acusou quando ela entrou na loja na hora do almoço. Randi engasgou, então começou a rir. Eu tinha começado outra grande encomenda, de modo que eu pedi a ela para vir por um tempo para ajudar. Sra. Webbly havia prometido olhar o Pai, e enquanto eu não estava totalmente confortável com a situação, era o melhor que pude descobrir por agora.

Eu decidi ignorá-las, concentrando-se em polvilhar sal entre os topos dos caramelos antes do ajuste do chocolate.

— Você pode fingir que você não me ouviu, mas você ouviu — Carrie continuou. — O período de seca de Tinker Garrett está oficialmente terminado!

Randi riu ainda mais, então murmurou algo sobre o banheiro enquanto ela se abaixou para fora da sala. Ela começou a rir de verdade na distância, o pequena traidora.

— Jesus, agora vai estar espalhado em toda a cidade — eu disse, olhando para aminha melhor amiga.

— É já está em toda a cidade — disse ela, encolhendo os ombros. — O que, você acha que tem uma vida privada? Ninguém tem uma vida privada em Hallies Falls, Tinker. Se acostume com isso. No minuto que Joel Riley realizou um chamado para uma verificação de bem estar para se certificar de que você não estava sendo assassinada por algum grande motoqueiro, assustador eu tenho três mensagens de texto e uma foto de sua moto estacionada fora do seu lugar.

— Eu devia ter imaginado isso, mas às vezes eu gosto de fingir que tenho uma existência independente, adulta.

Carrie revirou os olhos. — Você nos ama e você sabe disso. Agora, diga-me tudo. Ele é bom de cama? Você disse-lhe para se foder por mentir para você? Estou realmente destroçada aqui... Por um lado eu o odeio com a paixão ardente de mil e um sóis pelo o que ele fez, mas no outro acontece isso. Chamada difícil.

— Bem-vindo ao meu mundo — eu murmurei, tomando uma rápida olhada para ter certeza de que Randi ainda estava desaparecida. — Então, aqui está a colher. Ele mostrou-se ontem à noite e fizemos sexo e foi incrível. Eu ainda não estou muito certa como isso aconteceu.

— Você se arrependeu?

— Sim e não — eu admiti. — Quero dizer, sim, de que eu tenho certeza que foi um erro e ele é uma pessoa horrível. Mas foi muito bom. Ele era bom. O cara tem habilidades loucas quando se trata de obter uma mulher. Muito melhor do que Brandon sempre foi.

— Melhor do que Jamie? — Perguntou ela, inclinando-se para a frente e lambendo os lábios.

— Você é uma pervertida — eu disse.

— E? Responda a questão.

— Sim, ele foi melhor do que Jamie. Melhor que eu já tive, na verdade. Você está feliz?

— Uh-huh — disse ela, sorrindo, sonhadora. — Eu estou supondo que você jogou seu traseiro para fora e, em seguida, despejou ele, certo? Não importa o quão bom ele é na cama, o homem é um mentiroso e um criminoso.

— Você se importa se eu correr para casa para o almoço? — Perguntou Randi, caminhando de volta para a cozinha. Ela estava olhando para o telefone dela, franzindo a testa.

— Sim, tudo bem?

— Hum, sim, — ela murmurou. — Na verdade não. Aquele grande incêndio florestal para o oeste tem vindo a crescer e eles colocaram Chelan em alerta de evacuação. Meus avôs têm um lugar nas colinas, e o fogo está chegando perto o suficiente para que a mamãe esteja dirigindo para ajudá-los a arrumar algumas coisas para trazê-los de volta para casa. Ela quer que eu verificar as crianças.

— Você quer o resto do dia de folga? — Perguntei, e ela fez uma careta.

— Eu preciso do dinheiro — ela admitiu. — Nós estamos um pouco atrasados no aluguel, e... Bem, você sabe como é.

Sim eu fiz. Sua mãe provavelmente tinha perdido um pacote no cassino novamente. Puta inútil.

— Você pode ter a tarde livre, paga — eu disse, sabendo que era estúpido, porque não era como algumas horas de pagamento de férias iria fazer a diferença nessa situação. Ela tinha tido um trabalho duro, embora, e realmente flexível quando eu precisava dela. Que merecia algum tipo de recompensa. E a situação de incêndios estava definitivamente grave, a fumaça asfixia o ar, estava ficando pior a cada dia.

— Sério? — Ela perguntou, com os olhos arregalados. — Obrigado, Tinker. Eu realmente aprecio isso.

— Não há problema — eu respondi, observando como ela agarrou sua bolsa e correu para a porta, enviando mensagens de texto freneticamente.

— Isso foi bom — Carrie comentou.

— Eu sou uma boa pessoa.

— Sério? Porque eu ouvi você está suja...

— Você precisa ter uma vida.

— Eu sei — disse ela, suspirando. — É meio patético. Como é que eu fiquei tão velha?

— Não estou a ouvir nada que uma mulher gosta de ser mau. — Finalizando o sal, eu limpei minhas mãos e apontei para a sala principal. — Você está pronta para comer?

Carrie ergueu o saco contendo nossos sanduíches habituais.

— Sempre. Você sabe o quanto eu amo comida.

Nós nos sentamos em uma das mesas, rodeadas de coisas da minha mãe. Cedo ou tarde eu teria que arrumar tudo, descobrir o que fazer com elas. Talvez eu pudesse leiloar e usar o dinheiro para ajudar a pagar a minha nova cozinha.

Supondo que eu queria uma nova cozinha. Eu estava realmente planejando ficar em Hallies Falls? Alguns dias mais do que outros, mas o pai definitivamente não queria sair. Ugh.

— Então você não respondeu minha pergunta — disse Carrie, segurando o topo aberto em uma Coca Diet. — Será que você chutou a bunda dele para fora da porta? A resposta correta aqui é sim, apenas no caso de você ter alguma dúvida. Eu não me importo o quão bom ele é na cama, o homem é escória.

— Não, escória é Brandon, — eu disse, surpreendendo-me. — Eu não estou dizendo que Gage é um escoteiro, mas Brandon é mil vezes pior.

Carrie olhou para mim, e pela primeira vez ela não tinha nada a dizer.

Claro que, sendo Carrie, ela se recuperou rapidamente.

— Eu não discordo... — ela disse. — Obviamente Brandon é um pedaço de merda, sem dúvida. Mas isso não significa que Gage é uma boa ideia. Você não pode confiar no cara, Tinker. Ele mentiu para você. Ele mentiu para todos. Envolver-se com ele é uma péssima ideia.

Eu abri minha boca para discutir, em seguida, fechei-a, porque ela estava certa. Envolver-me com Gage foi uma péssima ideia, e eu ainda queria fazer isso. Desesperadamente. Meu telefone tocou, — A Marcha Imperial — de Star Wars estridente. Que diabos? Olhando para baixo, vi o nome de Brandon no identificador de chamadas.

— Você colocou o toque do Brandon como Darth Vader? — Perguntou Carrie, que estava de repente muito interessada em reorganizar a alface em seu sanduíche.

— Não vou responder isso — disse a ela, esquivando-me da pergunta. — Se ele quer falar comigo, ele pode ter o seu advogado chamando o meu advogado. Isso é como as pessoas civilizadas lidam com merdas como essa.

Apertei o botão ignorar e recostei-me na cadeira, olhando para baixo.

— Você percebe que você não é minha mãe, certo? — Perguntei. — Você não está realmente no comando da minha vida.

Ela encolheu os ombros, piscando para mim. Meu telefone soou quando Brandon deixou uma mensagem de voz, em seguida, um texto veio.

BRANDON: Me ligue.

Ha. Improvável.

— Eu vou sair com Gage esta noite — eu continuei, ignorando o texto. — E não se preocupe, não sou uma idiota. Eu sei que ele é um mentiroso, mas e daí? Eu me diverti na noite passada e eu quero ter um pouco mais de diversão. Eu não tenho que ser amiga dele para ficar com ele.

— Foda-se amiga, não vá a encontros — ela respondeu. — Se você quer uma foda, ótimo. Mas por que complicar com o jantar?

Meu telefone tocou novamente, a música sinistra tocando para fora através da loja de chá novamente.

— Eu vou atender — eu disse, franzindo a testa. — Talvez seja uma emergência. Idiota. Eu o odeio, mas nós ainda possuímos uma casa juntos.

Alcancei para o telefone, e deslizei meu dedo na tela.

— Sim?

— Tinker, é bom ouvir a sua voz — disse Brandon, usando o que eu gostava de pensar em como sua voz pai indulgente. O que uma ferramenta do caralho. — Eu preciso falar com você sobre o seu inquilino.

A sério?

— Qual inquilino que seria esse? — Perguntei, embora eu tinha uma boa ideia já.

— O motoqueiro — disse ele. — Um grande grupo deles foi preso em Ellensburg neste fim de semana. Eu fiz algumas pesquisas e descobri mais sobre esse cara. Ele estava mentindo sobre o seu nome, e ele é um membro de uma gangue chamada Reapers.

Puta merda. Brandon estava me espionando?

— Isso não é novidade para mim. Onde você quer chegar?

— Tinker, você não precisa usar esse tom comigo. De fato.

— Diga o que você tem a dizer ou cale a boca — eu disse categoricamente. Carrie me deu um polegar para cima sobre a mesa. Brandon não respondeu por um segundo, e eu sabia que o tinha pego desprevenido.

— Você mudou, Tinker.

— Eu não estou interessada em sua opinião. Desligando agora.

— Ele é um criminoso — Brandon disse rapidamente. — Todos eles são. Você não entende o que esses homens realmente são capazes de fazer. Eu vou ter de lidar com o despejo para você. Eles são muito mais experientes e espertos do que você pensa. Ele vai usar a lei contra você, se puder.

— Não estou interessada. Peça ao seu advogado para ligar para o meu.

Desliguei o telefone, ao colocá-lo para baixo encontrei Carrie me observando, respeito escrito por todo o rosto.

— Eu nunca ouvi você falar assim com ele — ela disse, e eu encolhi os ombros.

— Você não sabe tudo sobre mim — retruquei.

— Sim eu percebo.

— Da última vez que estivemos em Seattle, eu ameacei Brandon com uma faca e lhe disse para dar o fora da minha cozinha.

Carrie sentou-se na cadeira com tanta força que quase tombou. Em seguida, um sorriso lento atravessou seu rosto. — Ok, você está certa. Obviamente, eu não sei tudo.

— Alguém marca a data e hora — eu anunciei. — Carrie Constantini acabou de admitir que não sabe tudo.

— Foda-se — ela disse alegremente. — Droga, Tinker. Estou realmente impressionada. Você é dona de seu traseiro.

— Ainda não, mas eu serei — eu disse. — Uma vez que o meu advogado acabe com ele. E eu estou indo para um encontro hoje à noite com Gage, porque eu quero. Eu não sou estúpida, eu não o perdoei, e eu não vou esquecer o que ele fez. Mas eu acho que vai ser divertido e eu mereço um pouco de diversão. Oh, e para o registro? Joel é uma bicha gigante. Na noite passada, ele totalmente me abandonou ao meu destino. Correu para fora de lá como uma menina com medo quando Gage apareceu, embora eu tenha que lhe dar um pouco de crédito para chamar em uma verificação de bem-estar com os policiais. Embora os rumores que causou só vão complicar mais as coisas.

— Provavelmente — disse ela gravemente, ainda sorrindo. — Estou feliz que você tenha se divertido. Basta cuidar do seu coração, ok? Levou tudo que eu tinha para não caçar Brandon para baixo e chutar-lhe depois que perdemos Tricia. Não tenho a certeza que eu seria capaz de me segurar duas vezes.

— Não se preocupe. Isso não é algo real, acredite. Mas tem sido um ano ruim, então por que eu não deveria me divertir?

— Quando você coloca assim, eu não posso pensar em uma razão maldita — ela admitiu. — Vai, Tinker!

 


Capítulo Vinte e Um

TINKER


Sem Randi Eu não era tão produtiva quanto eu precisava ser. Felizmente eu teria um pouco de folga, meu pai tinha um compromisso mais tarde na semana em Seattle, então eu estaria dirigindo na quinta-feira. Isso me deixaria cuidar das entregas por conta própria.

Por volta das cinco e quinze, eu tinha acabado de fechar tudo na loja, querendo chegar em casa a tempo de arrumar-me um pouco antes do meu encontro. Eu estava subindo no conversível que eu realmente precisava para vender em algum momento quando eu percebi que eu não tinha ninguém para ficar com o pai durante a noite. Eu estava pensando em pedir a Randi, e tinha esquecido sobre isso quando ela saiu. Porcaria.

Eu não poderia sair para em um encontro, eu tinha que ficar em casa e tomar conta de meu pai.

— Isso é péssimo — eu murmurei enquanto eu andei até a casa, porque eu o fazia. Eu poderia não ter ilusões de que Gage era o homem dos meus sonhos, mas isso não importava. A ideia de uma aventura sem cordas vinha crescendo em mim durante todo o dia, e eu realmente estava animada para vê-lo novamente (o que posso dizer, às vezes hormônios conquista o senso comum). Entrando na casa, eu estava tão ocupada sentindo pena de mim mesmo que eu não notei o pai e a Mrs. Webbly na sala de jantar em primeiro lugar. Ela estava rindo e eles tinham uma música tocando. Country, claro. Eles também tinham o que parecia ser uma rodada bastante intensa de poker, com base nas pilhas cuidadosamente arranjadas de fichas na mesa.

O lugar parecia um casino.

— Você teve um bom dia? — Eu perguntei a meu pai, beijando o topo de sua cabeça.

— Mary e eu tivemos um ótimo tempo juntos — ele me disse. — Tem sido bom.

— Fico feliz em ouvir isso — eu disse, olhando para a Sra. Webbly, que me ofereceu um sorriso doce.

— Tivemos um dia lindo — ela concordou. — Costumávamos jogar cartas como estas muito, realmente. Enquanto você estava vivendo em Seattle. Quando sua mãe passou, nós apenas classificamos uma espécie de... Parado. Senti-me bem para jogar novamente.

— Falamos muito nela — disse papai, sorrindo com carinho. — Ela costumava nos enganar.

Sra. Webbly riu. — Senhor, não era? Ela sabia que estávamos a ela, também. Ela tinha que saber.

— Oh, ela sabia — ele concordou. — Negação plausível. Enquanto ninguém a chamasse, todos nós poderíamos continuar a ter a nossa diversão.

Os dois começaram a rir de novo, e eu pensei sobre todas as centenas de vezes que nós sentamos ao redor com estes exatos cartões de mesa de jogo, enquanto eu estava crescendo. As memórias foram agridoces, mas pela primeira vez não doeu. Eu perdi minha mãe e eu sempre seria assim, mas talvez eu estivesse começando a curar.

Eu esperava que sim.

— Eu já volto — eu disse a eles, indo em direção à cozinha. Ao longo do caminho eu retirei o meu telefone, enviando à Gage um texto rápido.


EU: Não posso sair hoje à noite. Eu sei que soa estúpido, mas eu esqueci que eu precisava de alguém para cuidar de meu pai.

Ele respondeu imediatamente.

GAGE: Mary Webbly vai ficar com ele. Nós já falamos. Ela gosta da ideia de você sair.

Hum... Isso foi um pouco presunçoso. Eu não conseguia decidir o que sentia por seus arranjos serem assim. Ele tinha estado pensativo, mas insistente, também.

EU: Okay... Da próxima vez verifique primeiro comigo, ok?

GAGE: Claro. Fico feliz em ouvir que você está planejando uma próxima vez.

Ah merda.

— Não há necessidade de linguagem assim— disse a Sra. Webbly, vindo atrás de mim.

— Desculpe, não sabia que eu disse isso em voz alta — eu disse a ela, sentindo-me envergonhada como se minha própria avó tivesse me pego de surpresa. Ela sorriu para mim, em seguida, ergueu um copo de vidro, dando-lhe uma pequena sacudida. Cubos de gelo sacudiram dentro.

— Preciso de mais uísque — disse ela. — Seu pai teve alguns, também, mas não muito. Ele vai dormir cedo, então eu vou voltar para casa. A menos que ele esteja vagando durante a noite?

— Não, ele não tem — eu disse. — Uma vez que ele está fora para a noite, ele está fora.

— Algumas coisas nunca mudam — disse ela, balançando a cabeça sabiamente. — Sua mãe costumava reclamar que, como ele ronca como um trem e dorme tão profundamente que ela não poderia acordá-lo, não importa o quão ruim ele esteja.

— Obrigado por nos ajudar — eu disse, sentindo-me subitamente estranha. — Eu sei que isso não é da sua responsabilidade.

— Besteira. Eu vivi aqui desde antes de você nascer. Se isso não me faz família, eu não sei o que faz. Eu me preocupo o suficiente para que eu queira manter um olho nele para minha própria paz de espírito. Quando você vê esse especialista de novo?

— Quinta-feira.

— Boa. Certifique-se e informe o médico que, enquanto ele teve problemas para manter o prédio durante os últimos dois anos, essa coisa mental realmente não começou até Tricia morrer. Foi súbita.

Inclinei a cabeça para ela, surpresa. — Eu tinha assumido que eu não tinha notado, porque eu estava tão envolvida com a minha vida em Seattle.

Sra. Webbly sacudiu a cabeça.

— Se for esse o caso, eu nunca vi isso — disse ela com firmeza.

Hã.

— Ok, eu vou ter certeza que eu mencioná-lo.

— E divirta-se com seu jovem — acrescentou. — Eu gosto dele. Eu sei que ele não estava diretamente conosco no início, mas ele tinha boas razões. Eu morei em Hallies Falls toda a minha vida, setenta anos. Eu vi a ascensão dos Nighthawks e então eu os vi mudar. Não posso concordar com seus métodos, mas é bom que ele veio aqui, Tinker. Tenho certeza disso.

OK...

— Eu vou lá em cima agora — eu disse com firmeza, decidindo que isto foi o suficiente. A este ritmo, ela ia começar a me dar dicas de sexo.

— Basta ser segura — ela respondeu. — Você não se esqueça de usar...

— Não. Somente... Não.

Sua risada ecoou enquanto eu corria para a porta.

Às vezes recuar é a única opção.


• • •


Eu nunca fui um tipo de menina de moto, mas a visão de Gage puxando até o meio-fio em sua Harley... Bem, vamos apenas dizer que não tinha sequer começado oficialmente o encontro e minha calcinha já precisava de uma mudança. Isto era perigoso, eu percebi. Ele era perigoso, e não apenas porque ele era parte de um clube de moto. Eu estava cobiçando-o a partir do minuto em que eu vi pela primeira vez. De certa forma, foi a primeira coisa real que eu senti desde que eu tinha perdido a minha mãe. A primeira coisa positiva, pelo menos.

Mas onde poderia possivelmente ir?

Tudo o que eu realmente sabia sobre esse cara eram as mentiras que ele tinha me dito.

Lembre-se, este é sobre ter diversão. Você não precisa se casar com o homem. Apenas o pensamento me acalmou enquanto eu observava Gage caminhar até a varanda. Dei ao Pai e Sra. Webbly um sorriso trêmulo, eu pisei fora, sentindo-me como uma menina indo a um baile do colégio. Quanto tempo tinha passado desde que eu tinha um encontro?

Desde antes que eu tinha casado com Brandon.

— Hey, — eu chamei Gage, acenando com a mão flácida, decidindo que não me importava de namorar. Eu tinha feito sexo com este homem menos de doze horas atrás, assim, aqui estávamos. Desajeitados. Fingindo passar por algum antigo ritual de cortejo, quando já tinha dormido com o outro parecia um pouco bobo.

Você só quer ficar com alguém novamente.

(Sim. Eu realmente quero.)

Desci as escadas, encontrando, Gage na parte inferior. Ele enganchou uma mão ao redor da parte de trás do meu pescoço, me puxando para um rápido beijo, quente que parou todos esses pensamentos traquinas. Puro calor substituiu-os, e eu me inclinei em seu corpo, levando-me em seu perfume com um relevo tão intenso que é difícil de explicar. Ficar perto dele parecia certo. Seguro.

Você está apaixonada, tonta, meu bom senso apontou. Seu cérebro não está funcionando direito.

Eu disse ao meu bom senso para se foder, então passei meus braços em volta do pescoço, aprofundando o beijo.

— Procurem um quarto! — Sra. Webbly gritou, e eu me afastei culpada. A minha inquilina idosa e meu pai estavam de pé na varanda, observando-nos com sorrisos em seus rostos. Gage riu, mas eu gemi.

— Eles poderiam pelo menos fingir que nos dão privacidade — eu murmurei.

— Isso não parece ser a maneira de fazer as coisas por aqui — disse Gage, me girando lentamente, mas com firmeza em direção a sua moto. Nós caminhamos para ela, seus olhos queimando nas minhas costas e me perguntei por que não tinha me ocorrido me vestir para um passeio de moto. (Provavelmente porque eu não era um tipo de menina de moto. Duh.) Gage me entregou um capacete, e eu levantei a mão para tocar meu cabelo cuidadosamente arrumado.

— Você sabe, eu nunca considerei que estaríamos pilotando sua moto — eu admiti. Gage levantou uma sobrancelha, um sorriso cruzando seu rosto.

— Você é um inferno de um cavaleiro, ou pelo menos você estava na noite passada na cama. Você não estava preocupada com o seu cabelo, então. Às vezes você tem que deixar ir e desfrutar um pouco, Tinker. Esta noite é para se divertir, ok?

— Ok — eu disse, sentindo-me tola e quase tímida. — Então como é que essa coisa funciona?

— Você coloca-o em sua cabeça — ele respondeu suavemente, e eu revirei os olhos. — Então eu vou levá-la para um passeio antes de pegar algum jantar no Jack.

— Você é um espertalhão.

— Você gosta disso.

Alcançando para o capacete, eu dei de ombros, fingindo que ele não estava certo sobre isso.


• • •


Cinco minutos depois, nos afastamos da casa. Meus braços estavam apertados ao redor de sua cintura e sua bunda estava embalada em meus quadris, algo que não me deu pequeno sossego (a vibração da moto entre as minhas pernas não exatamente ferindo). Você acha que dormir com ele na noite anterior teria levado para fora da borda. Se qualquer coisa, ele tinha piorado, eu sabia o quão bom Gage era na cama, e eu queria mais.

O sol ainda era brilhante, embora estivesse baixo no céu. O ar corria pelo meu rosto enquanto nós fomos para as colinas e me perguntava onde ele estava me levando. Não que eu particularmente me importasse. O último ano e meio tinha sido infernal, a cada momento de cada dia uma crise. Hoje à noite, embora... Esta noite eu não tinha que realizar qualquer coisa.

Hoje à noite eu comecei a relaxar e desfrutar.

Depois do que pareceu nenhum momento a todos, Gage removeu da rodovia em uma estrada do condado, e eu percebi aonde ele estava me levando. Malaquias Ridge. Não era mal, a montanha tinha uma vista incrível e um monte de lugares onde um casal pode gastar alguns minutos para conhecer uns aos outros na privacidade das árvores. Apenas o pensamento me fez sorrir.

Gage estava me levando a um lugar de pegação!

Era brega e bobo e maravilhoso tudo de uma vez, porque eu não tinha feito algo divertido como isto em anos. No momento em que encostamos ao topo da serra, todo o meu corpo zumbia com antecipação. Gage deve ter sentindo a mesma coisa, porque, quando ele desligou o motor da grande moto, ele se abaixou para pegar minha mão, empurrando a protuberância de suas calças. Eu me acalmei e ri.

Meu motoqueiro inquilino me queria tanto quanto eu o queria, sem dúvida.

— Então seu plano é trazer-me até aqui e...?

Gage pegou minha coxa, dando-lhe um aperto. — Bem, eu estava pensando que poderíamos foder. Queria arrastá-la de volta para o meu apartamento antes de sairmos, mas eu percebi que isso poderia ser melhor sob as circunstâncias. Não que eu me importo o que o seu pai e Mary Webbly vejam, mas...

— Eu me importo — eu disse, terminando a frase. Esfreguei seu pau devagar, imaginando-o dentro de mim. Hum. — É uma dinâmica estranha, viver com seu pai na minha idade. Pelo menos ele estava focado hoje.

Ele apertou meus dedos antes de puxá-los longe de seu pau.

— É melhor descer da moto antes de eu esticar alguma coisa.

— Hey, eu só estava tentando ser amigável.

— Deixe-me pegar um cobertor, e então você pode ser amigável em suas costas.


• • •


Enquanto Gage tinha ido claramente a Malaqui Ridge antes, eu sabia um inferno de muito melhor do que ele fez. Nós tínhamos vindo aqui desde que eu era uma criança, em primeiro lugar para piqueniques com os meus pais e depois com os meus amigos durante o ensino médio. Carrie tinha perdido a virgindade com Darren aqui, uma noite, eu me lembrava muito bem. Eles eu e Margarita sujeitados aos seus intermináveis ruídos no banco traseiro durante toda a noite, por isso, quando eles finalmente tropeçaram fora para fazer a ação, ficamos encantados de nos livrar deles.

Desde então, eu sempre associei o cume com as festas. Eu tinha esquecido quão bonito era, apesar de tudo. Gage colocou o cobertor sobre um pedaço de grama macia acima da rocha, deixando-nos com uma vista deslumbrante, aberta do vale.

Pegando a minha mão, Gage puxou-me para outro daqueles beijos poderosos que ele era tão bom em entregar. Eu derreti nele, me permitindo simplesmente em sentir quando sua mão correu pelas minhas costas, me pressionando contra seu corpo. O peito dele era firme com o músculo e os braços segurando-me eram apertados e fortes. Tudo nele irradiava um homem sexy, até mesmo seu cheiro era sexy. Não que ele usava qualquer colónia ou nada... Era tudo dele.

Masculino.

Suas mãos se tornaram mais urgentes, me puxando para baixo com ele para o cobertor. A dor suave que eu tinha sentido entre as minhas pernas durante todo o dia rugiu para a vida, provocando arrepios correndo por mim. A necessidade cresceu quando ele rolou em cima de mim, empurrando um joelho entre as minhas pernas, separando e me abrindo para seu toque.

Depois de mais um longo beijo, Gage levou os lábios longe para beijar meu pescoço. Então suas mãos estavam pegando a parte inferior na minha blusa, puxando-a para cima e sobre a cabeça. Eu tive um momento de autoconsciência quando ele olhou nos meus seios e estômago. Eu sabia que ficava bem no sutiã preto de renda, mas meu estômago ainda estava coberto com essas linhas prateadas, prova de que a pequena Tricia tinha sido real e parte da minha vida, mesmo que fosse por um curto período de tempo.

Algumas mulheres chamaram feridas de guerra.

Eu tinha perdido a minha guerra.

Então Gage beijou uma delas gentilmente, traçando ao longo da linha com a língua até que chegou ao meu sutiã. Abordando meu mamilo através do cetim macio, ele deslizou a mão para baixo entre nós, desabotoando minha calça jeans. Fechei os olhos, saboreando as sensações correndo através de mim. Necessidade inquieta. Satisfação presunçosa que eu estava fazendo algo divertido e bobo por uma vez. O calor do ar, o cheiro de fumaça...

Abrindo os olhos, olhei para baixo para encontrar Gage desenganchar a frente do meu sutiã, que estava coberta de pequenos pontos brancos.

— O que é isso? — Perguntei. Gage beijou o lado de baixo do meu peito.

— O que?

— Essas pequenas...

Ele levou meu mamilo na boca, girando a língua em torno dele. Meus olhos se fecharam novamente como se eu entrasse em colapso, em uma pilha murcha de luxúria, esquecendo tudo sobre as manchas. Eu não sei quanto tempo ele jogou com os meus seios depois disso. Tempo suficiente para me deixar louca, até que minhas pernas estavam mudando debaixo dele, a tensão formando-se apertada dentro de mim. Este material beijando era grande, mas não era o que eu precisava.

Empurrando para ele, eu abaixei e deslizei para fora minhas calças. Gage observou com apreço, um leve sorriso brincando em torno dos cantos da boca.

— Você está com pressa.

Eu atirei-lhe um olhar. — Você tem um preservativo? Se não, eu tenho alguns na minha bolsa.

Gage começou a rir. — Você veio preparada.

Eu mostrei a minha língua para ele e ele riu mais ainda.

— Basta pegar o preservativo — eu disse revirando os olhos. — Oh, e tire suas roupas. Se eu vou estar totalmente nua sob o céu aberto, o mínimo que você pode fazer é se juntar a mim.

— Você é mandona na cama — disse ele, balançando as sobrancelhas. — Eu gosto disso.

— Você vai gostar mais, uma vez que você esteja dentro de mim — retruquei, descendo para deslizar os dedos entre as minhas pernas. Seu queixo caiu quase como um desenho animado quando eu comecei a tocar-me. — Tique-taque, o tempo está passando, Gage. Você não quer que eu cruze a linha de chegada sozinha, não é?

Só assim, o colete foi retirado e dobrado, seguido por sua camisa, que não recebeu tal cortesia. Então, ele estava puxando a carteira, abrindo-o e tirando um preservativo. Ele se abaixou para desamarrar suas botas e eu fiquei frustrada.

Empurrando meus joelhos, eu peguei a frente de suas calças e puxei, o para mim com comando. Gage sorriu quando eu soltei seu cinto antes de chegar para o seu zíper. Segundos depois as calças estavam em volta dos joelhos, curvando-o. Eu aproveite a situação para empurrá-lo para o chão, passando a perna por cima, montando-o.

Os olhos de Gage escureceram e o sorriso desapareceu.

— Jesus, você é perfeita — disse ele, sua voz grave. Eu respondi por mim deslizando ao longo de seu pau, alisando-o com a evidência de meu desejo. A sensação dele contra o meu clitóris, quente e duro como aço, coberto com uma fina camada de pele de veludo... Era quase o suficiente para me empurrar sobre a borda direita lá.

Droga.

— Preservativo? — Eu exigi, erguendo uma sobrancelha. Gage entregou-o sem palavras. Rasguei-o com meus dentes, deslizando para baixo de seu corpo, inclinando-me para dar um beijo rápido no seu pau e mordiscar antes de rolar o preservativo para baixo, sobre ele. Até aquele momento, ele estava me deixando assumir a liderança. Que terminou em um instante, enquanto suas mãos seguravam através de minhas axilas, empurrando-me para cima e sobre ele. Eu o senti na minha abertura, em seguida, ele empurrou-se, batendo duro e profundo. Minha cabeça inclinada para trás.

Seus beijos antes tinham sido gentis, mas não havia nada suave sobre isso. Apoiando minhas mãos em seus ombros, eu me movi contra ele, combinando cada um dos seus golpes com um dos meus próprios. Em todos os poucos segundos eu me enterrava nele, facilitando a queimadura profunda, carente no meu clitóris enquanto a tensão dentro de mim fervia rápido e duro.

— Cristo, você devia ver a si mesma — Gage resmungou. Eu o ignorei, completamente focada na satisfação que estava pendurada apenas fora do alcance. Eu estava perto, realmente muito perto. Suas mãos apertadas em torno de meus quadris, trabalharam quando nossos movimentos cresceram mais frenéticos. Em seguida, ele arqueou sua pélvis, enchendo-me de uma maneira nova, e eu voei sobre a borda com um gemido de alívio estrangulado e cai sobre o peito.

Gage não perdeu uma batida quando ele nos rolou, elevando os seus braços acima de mim, batendo profundo enquanto eu tentei lembrar qual era o meu nome.

Oh sim. Tinker.

Abrindo os olhos, olhei para cima para encontrá-lo olhando para mim atentamente, mandíbula apertada enquanto empurrava mais e mais, me martelando com o suor escorrendo de seu rosto. Em seguida, seus movimentos se tornaram mais erráticos, os lábios torcendo como um súbito poderoso grito de alívio, libertou-se. Seu pênis pulsava dentro de mim, enquanto enchia o preservativo, estremecendo.

Lentamente, Gage se abaixou novamente, beijando-me uma última vez.

— Não foi ruim — eu disse, sorrindo para ele. — Você deveria obter uma boa dica para esse tipo de serviço.

Gage sorriu de volta. — Eu vou ter a certeza de trazer o frasco da gorjeta da próxima vez.

Pegando-me, ele rolou para o lado dele, colocando-me na curva do seu braço. O céu escureceu, o sol muito baixo agora. A nota da colina não era muito íngreme para ser confortável, mas foi definitivamente íngreme o suficiente para que nós não termos que sentarmos para assistir ao pôr do sol.

— Uau, a fumaça dos incêndios torna-se um inferno de um por do sol — disse ele.

— Sem brincadeira — eu respondi, notando aqueles pequenos flocos brancos novamente. Eu vi quando um caiu sobre o peito brilhante, estendendo a mão para tocá-lo. Ele manchou, deixando uma faixa cinza.

— Cinza — disse Gage. — Desde os incêndios.

Eu suspirei, pensando nos avós de Randi. Eu tinha crescido com incêndios, você não pode ser cercado por essa floresta nacional muito sem vê-los, mas este ano foi pior do que qualquer coisa que eu já tinha experimentado. Eu me aconcheguei contra ele, relaxada e, por uma vez, não me estressando com mais nada.

Ok, então talvez esta não fosse uma má ideia, meu bom senso murmurou. Só não fique arrogante e faça algo estúpido, como se apaixonar por ele.

Gage beijou o topo da minha cabeça, uma mão esfregando de cima para baixo a minha volta em traços suaves, enquanto observávamos o pôr do sol. O laranja permaneceu nas colinas mais longamente do que o normal, e depois ele me bateu.

Que o laranja persistente não era do sol.

Aqueles eram os incêndios.

Malditos incêndios gigantes.

— Você vê isso? — Gage sussurrou, e eu assenti contra seu braço. — Foda-se é surreal.

De fato.

— Randi, minha menina da loja, os avós estão evacuando — eu disse a ele. — Eu nunca tinha visto algo tão mal antes.

— É tudo ainda nas colinas — ele me lembrou. — Eu sei que é grande, mas é um longo caminho da cidade. Devemos ficar bem.

— Espero que sim.


• • •


— Da próxima vez que fizermos algo assim, eu preciso trazer protetor solar — eu disse, deslocando desconfortavelmente na cabine. Gage tinha me levado para Roadhouse de Jack para o jantar. Eu pedi um hambúrguer e batatas fritas, porque se ele não poderia lidar com mulheres que comem de verdade na frente dele, então teríamos um problema.

— Por que isso? — Perguntou.

— Pense que eu queimei meus seios em cima da montanha — eu admiti, rindo. Eu tive um zumbido agradável e estava se sentindo muito mais descontraída do que eu provavelmente deveria ser... Mas realmente, o que ele vai fazer para mim? Já tinha tido relações sexuais, e não era como se eu estivesse esperando por uma proposta.

Gage bufou, em seguida, começou a tossir, porque eu o peguei no meio da bebida. Que me pôs fora, e ele fingiu olhar para mim. Teria sido aterrorizante, também, se ele conseguisse manter uma cara séria.

— Então, eu queria te perguntar uma coisa — disse ele.

— O que? — Perguntei.

— Você quer montar para fora do clube depois disso, conhecer alguns dos meus irmãos?

Eu fiz uma careta, sem saber o que dizer. — Nós tivemos uma noite divertida, mas eu acho...

— Você tem muita coragem, porra! — Gritou uma mulher em frente ao bar, e eu olhei para cima para ver Tália Jackson ir em nossa direção, e ela parecia irritada.

— Foda-se — Gage murmurou. — Deixe-me lidar com isso, ok? Não dê ouvidos a ela.

Eu vi como Tália abriu caminho através do bar, caindo em cima de nós como uma harpa enfurecida. Eu tinha uma imagem mental dela suja, asas maltrapilhas e fogo faíscas nos olhos, dando início a uma rodada muito inadequada de risos. Nesse instante, os olhos de Tália encontraram os meus, e os risos dissolveram, ela me queria morta, isso era claro. Estava escrito em todo o seu rosto. Relembrando sua faca grande, eu engoli o meu sorriso desaparecendo.

É todo o divertimento e jogos até que alguém os corta com um facão.

— Você é uma puta — Tália vaiou quando ela chegou à mesa e se lançou para mim. Em um instante Gage estava entre nós. Ele girou-a e a jogou cima do ombro, indo até a porta quando ela começou a gritar. — Ele é um mentiroso! Ele vai usá-la e jogá-la longe, mas não antes que ele fofocar para todos os seus amigos, Tinker Garrett! Isso é o que eles fazem! Ele vai usar o seu negócio como uma frente para a execução de drogas, e quando você for pega ele vai rir enquanto você vai para a cadeia! Os Reapers são um bando de malditos covardes e...

Gage empurrou a porta, e enquanto eu ainda podia ouvi-la gritando, as palavras eram ilegíveis. Piscando lentamente, eu olhei ao redor do bar para encontrar metade da cidade olhando para mim. Então Daisy Wasserman deslizou para dentro da cabine em frente a mim, estendendo a mão para pegar minha mão, dando-lhe um aperto.

— Você está bem, Tinker? — Perguntou ela, com o rosto preocupado. Eu fiz uma careta, tentando decidir se eu estava ou não.

— Eu não tenho certeza — eu admiti. — Será que isso aconteceu? Como, de verdade? Quem faz isso?

Daisy suspirou. — Sim, isso foi definitivamente real. Tália Jackson tem que ser a mulher mais desprezível que eu já conheci. Por que ela e seu irmão tiveram que escolher nossa pequena cidade, eu nunca vou entender. As coisas estavam muito melhor antes deles chegarem aqui. Você está tremendo.

Estendendo a mão, percebi que ela estava certa. Os dedos estavam tremendo como se tivesse acabado... Bem, como se eu tivesse sido atacado aleatoriamente em um bar.

— Eu quero ir para casa — eu disse, meu rosto queimando. Era como o supermercado mais uma vez, por que coisas como essa continuam acontecendo comigo? Eu era uma pessoa agradável. Eu pago meus impostos. Minha pontuação de crédito era excelente, e assim, aqui estávamos novamente. Humilhada publicamente.

— Você precisa de uma carona? — Perguntou Daisy.

— Eu provavelmente devo encontrar Gage — disse eu, tentando clarear meus pensamentos. Do lado de fora ouvi Tália gritando para ele, e estremeci com o pensamento de ir lá fora. — Não, eu mudei de ideia, eu vou ter que falar com ele mais tarde, porque isso é mais do que eu posso lidar agora. Você pode me dar uma carona? Eu não tenho um carro aqui, e eu realmente não estou sóbria o suficiente para conduzir de qualquer maneira.

— Claro — Daisy disse, sorrindo tranquilizadora. — Quer que eu pergunte á Jack se podemos ir para fora através da cozinha? Eu estou estacionada lá atrás.

Tália gritou do lado de fora, e ouvi Gage gritando de volta para ela, como algo em um reality show ruim.

— Isso seria ótimo — eu disse, cavando através da minha bolsa para algum dinheiro. Retirando três notas de vinte, eu coloquei-as no centro da mesa, em seguida, enviado à Gage um texto rápido.

EU: Desculpe. Isso é muito louco, então eu peguei uma carona para casa. Vamos falar outra hora, está bem? Eu tive um bom tempo, mas eu não quero estar perto dela. Dê-me algum espaço e, em seguida, podemos falar

Agradável. Muito civilizado... Eu realmente gostava de Gage, mas este lado da sua vida não funcionava para mim. Nem um pouco. Eu precisava de algum tempo para pensar sobre as coisas.

— Ok, vamos lá, — eu disse a Daisy. Olhos me seguiram enquanto caminhávamos na direção da cozinha, pesando sobre mim no julgamento em silêncio. Meu telefone tocou, e eu olhei para baixo para encontrar um texto de Carrie.

CARRIE: WTF?????? Você teve uma briga com Tália no Jacks????

Ugh. A história da minha infância, cada parede inteira tinha olhos. Gage foi muito bom na cama, mas o drama parecia segui-lo em todos os lugares. Minha vida era suposta ser uma zona livre de drama, e sua estúpida ex-namorada estava com tanta violação que doeu.

O pequeno carro de Daisy estava estacionado atrás do bar em um espaço marcado ‘Reservado para Jack’ dei-lhe um olhar rápido. Ela corou e encolheu os ombros, parecendo tão bonito que foi quase o suficiente para me distrair dos gritos à distância.

Quase.

Mas não completamente.


Capítulo Vinte e Dois

GAGE


— Seu babaca! — Tália guinchou, e levou todo o meu autocontrole para não atirar o rabo no meio dos arbustos. Não era uma boa ideia, porém, não com as pessoas nos assistindo. Idiotas do caralho. Eu a coloquei no chão gentilmente o suficiente para que ela não caísse, mas não foi um pouso suave, também.

— Cale a porra da boca — Eu rosnei para ela. — Você não fala comigo, você não fala com Tinker. Vou dar-lhe uma chance de obter o seu rabo fora da cidade, entendeu?

Suas narinas alargaram-se.

— Ninguém usa Tália Jackson — ela assobiou. — Eu conversei com Marsh. Eu sei o que aconteceu, e eu juro por Deus, você vai pagar pelo que fez. Tudo em você vai pagar!

— Tanto faz — eu disse, voltando para o bar. Com um grito ela saltou em mim por trás, envolvendo ambos os braços em volta do meu pescoço, apertando firme o suficiente para que minha visão começasse a escurecer. Idiota do caralho. Eu dei uma cotovelada e ela caiu enquanto eu girava para enfrentá-la.

— Jesus! — Alguém gritou. — Chamem a polícia!

Grande, exatamente o que eu precisava.

— Tália, não seja uma idiota — eu disse a ela, grato que eu tinha mais do que o meu quinhão de experiência em lidar com o drama do sexo feminino do clube de strip. — Você não pode lutar contra mim e você não tem lugar aqui.

— Esta é a minha cidade. Minha. Quando Marsh voltar...

— Marsh não está voltando — eu disse sem rodeios, para chegar a minha carteira. Manter um olhar atento sobre ela, eu abri e peguei cinco notas de cem dólares, segurando-os para ela. — Pegue o dinheiro e saia. Você é jovem, não há razão para isso, viva a sua vida.

Ela agarrou o dinheiro da minha mão, arreganhando os dentes. — Eu não sou uma puta que você pode pagar. Eu vou fazer você pagar. Eu vou fazer os dois pagarem! Essa sua vadia não é nada, você me ouve? Nada. Ela não pode fazer o que faço. Ela tem um pedaço de pau até o rabo tão alto nisso ...

Uma sirene tocou, e nós dois olhamos para cima para ver um carro da polícia puxando até o meio-fio. Os olhos de Tália se arregalaram, e então ela saiu correndo. Fiquei olhando para ela, suspirando pesadamente.

Tinker não merece isso.

Porra.

O mesmo policial que eu tinha visto na noite anterior na casa de Tinker saiu do carro, olhando para Tália enquanto ela corria. Então ele olhou para mim e eu encolhi os ombros.

— Nós temos um problema aqui? — Ele perguntou, olhando para as minhas cores MC nervosamente. Sabíamos que a polícia local estava na cama com os Nighthawks, mas eu não estava cem por cento certo de que eles sabiam sobre a mudança de poder. Eu balancei minha cabeça.

— Ela está chateada que eu estou namorando alguém novo — eu disse. — Foi depois que viu minha garota dentro, Tinker, Garrett quando eu puxei-a para fora, ela me atacou no estacionamento.

— Isso é verdade — disse alguém, e eu olhei para encontrar um bando de observadores.

— Ela foi uma loucura — disse uma mulher, segurando o telefone. — Eu tenho a coisa toda em vídeo, se você quiser vê-lo.

O policial atirou em mim outro olhar, em seguida, caminhou até a mulher, para dar uma olhada no telefone. Eu ouvi os fracos sons, do vídeo enquanto ele o assistia. A gravação terminou, e ele olhou de volta para mim.

— Eu preciso falar com as pessoas que estão dentro, e obter uma declaração de todos — disse ele.

— Eu não estou interessado em apresentar queixa.

— Nós não estamos nesse ponto ainda — ele respondeu correndo os olhos em direção as estampas dos Reapers no meu colete. — Vamos encontrar Tinker e levá-la de lá.

Ele fez um gesto para eu segui-lo para dentro do bar, então eu me virei e caminhei de volta para dentro, muito consciente de que havia um policial armado em minhas costas. Nunca uma boa posição. Então eu parei, porque Tinker não estava à mesa, apenas uma pilha de notas para pagar o nosso jantar.

Porra.

Voltei-me para o policial e dei de ombros. — Se importa se eu verificar meu telefone? Parece que Tinker foi a algum lugar.

Ele me deu um olhar de avaliação, então acenou com a cabeça. Abri meu colete para que ele pudesse ver o interior, em seguida, lentamente enfiei a mão no bolso interno para puxar o meu telefone. Com certeza, havia uma mensagem de Tinker.

Foda dupla.

— Ela se foi — eu disse sem rodeios. — Pegou uma carona para casa por causa do drama.

O policial suspirou, engolindo. — Ok, deixe-me falar com algumas testemunhas aqui e vamos ver o que eles têm a dizer.

— Tália Jackson estava sendo totalmente louca — uma das garçonetes anunciou. Várias outras pessoas concordaram com a cabeça. — Ela apenas correu até eles e começou a gritar. Então ela tentou atacar Tinker, então esse cara puxou-a para fora antes que ela pudesse machucar alguém.

O policial suspirou de novo, esfregando as têmporas. — Ok, e ninguém quer apresentar uma queixa?

Ele olhou em volta, mas ninguém respondeu.

— Tudo bem, eu vou passar pelo lugar de Tinker para me certificar de que ela está bem, vendo como Tália se foi. Se Tinker estiver bem, estaremos bem.


• • •


Eu queria arrastar o policial para o lugar da Tinker, mas a última coisa que eu precisava era parecer um perseguidor. Não só isso, eu queria esfriar primeiro de qualquer maneira. Ela tinha pedido por um tempo, e difícil como estava, eu percebi que eu provavelmente deveria dar-lhe algum. Eu decidi correr para fora do clube para limpar a minha cabeça, vendo como eu realmente precisava checar com Pic e os meninos de qualquer maneira.

Só levou alguns minutos para chegar lá. No exterior do edifício eu encontrei a linha habitual de motos com um prospecto em frente para manter um olho sobre elas, mas estas motos pertenciam aos meus irmãos de Coeur d'Alene.

— Pic está ai dentro? — Perguntei ao prospecto. Ele concordou, e eu abri a porta para encontrar os homens sentados ao redor, rindo e conversando. Eu vi a cena Picnic, Hunter, e Cord sentados em torno de uma mesa na parte de trás com o que parecia ser uma conversa intensa. Então Pic me viu e acenou para mim.

— Como foi o encontro? — Ele perguntou, sorrindo. — Parece que terminou mais cedo do que o planejado.

Revirando os olhos, eu puxei uma cadeira e me sentei pesadamente. Pic deslizou uma cerveja fechada para mim. Tirei a tampa, tomei um gole e, em seguida, coloquei para baixo. — Aquela vadia da Tália apareceu no Jack. Tentou atacar Tinker, fez um inferno de uma cena.

Cord levantou uma sobrancelha. — Você manteve sua merda apertada?

— Sim — eu disse a ele. — Tirei Tália fora de lá. Dei-lhe algum dinheiro e sugeri para ela sair da cidade. Ela conversou com Marsh de alguma forma, eles estão fora para nos levar, sem dúvida. Marsh fez ameaças, também.

— Marsh não vai voltar, não por anos — disse Hunter, inclinando-se contra a mesa. — Eu gosto que o cara de Dobie Coales não pisca, não recua. Se ele diz que está coberto, Eu tendo a acreditar nele.

— Se Marsh ficar fora de alguma forma, nós vamos lidar com ele — Cord acrescentou sombriamente. — Se esse fodido põe os pés nesta cidade, vamos colocá-lo para baixo. Ainda não acredito que chegou a isso. Temos sorte, que não pegou as nossas cores, chamo isso de bom.

— Ninguém ganha se perdermos bons homens que foram leais por anos — disse Pic. — E os irmãos na prisão estão contando conosco. Em retrospectiva vinte é vinte, mas não é como se você tivesse votado por ele.

— Não, ele já tinha o clube sob controle quando eu terminei o meu mandato — disse Cord, suspirando.

Pic virou-se para mim. — Então por que está aqui e não do lado de fora da janela de Tinker com uma caixa de som?

— Porque eu sou estúpido, mas eu não sou tão estúpido — eu respondi, encolhendo os ombros. — Da última vez você me disse para se refrescar antes de ir vê-la, eu não fiz e as coisas viraram uma merda. Mesmo eu, posso aprender. Eu vou falar com ela depois que eu terminar aqui.

— Você vai trazê-la para a festa amanhã à noite? London quer conhecê-la. Todas as meninas querem, na verdade. Você estará fornecendo o nosso entretenimento para a noite.

— Nesse caso, eu definitivamente não estou trazendo ela — eu anunciei, cruzando os braços e inclinando-me para trás na cadeira. Pic bufou, e eu balancei a cabeça para dar ênfase. Então meu presidente fez uma careta.

— Ah porra — disse ele. — Você ganhou. Nós vamos ser bons, mas pelo amor de Deus, traga a mulher. Caso contrário, eu nunca vou ouvir o final disso. Considere que é uma ordem direta de seu presidente, pelo que vale a pena.

Levantando minha cerveja, eu dei-lhe uma pequena saudação, em seguida, olhei para Hunter.

— Você está cuidando bem da nossa menina Emmy? — Perguntei. Hunter e a filha de Picnic têm estado juntos por quase dois anos agora, e enquanto os dois homens podiam estar na mesma sala juntos, eu não teria os chamados de próximos.

— Em está linda, como sempre — disse Hunter, sorrindo. — Eu sou um homem de sorte.

— Ela é bastante selvagem na cama? — Perguntei, lançando um olhar malicioso para o meu presidente.

Pic endureceu. — Cala a boca, porra. Nós não estamos tendo uma conversa sobre a vida sexual da minha filha. Nunca.

Missão cumprida. Tomei outro gole de cerveja, então peguei meu telefone para ver que horas eram.

— Acho que vou ver Tinker antes que seja tarde demais.

 

TINKER


GAGE: Eu vou estar na sua casa em 20 minutos para que possamos conversar

EU: Amanhã. Muito drama por uma noite

GAGE: Eu não estou indo embora Tinker. Nós precisamos lidar com isso

EU: Muito cansada. Mal humorada. Eu tenho que acordar cedo amanhã de qualquer maneira.

GAGE: 20 minutos


Eu deixei cair o telefone no sofá, me jogando de volta para olhar para o teto. Deus, mas eu estava doente de homens insistentes. De repente, os acordes de ‘The Imperial March’ 6 explodiu de meu telefone, e eu pulei.

Você chamou-o com os seus pensamentos, disse-me sombriamente, pegando o celular. Com certeza, Brandon estava me chamando, porque eu não tinha sofrido o suficiente para uma noite. Algumas pessoas morrem de doenças estranhas, raras. Eu vou morrer de uma overdose insistente masculina.

— Sim? — Eu perguntei minha voz aguda.

— Apenas me escute — disse ele. — OK?

Eu considerei o pedido. — Se eu der-lhe cinco minutos, uma vez que eu desligar você não me chama novamente. Nunca. Todos os meios de comunicação passam pelos advogados.

— Cinco minutos — ele concordou, embora eu o conhecesse bem demais para acreditar que ele realmente quis dizer isso. Tanto faz. No pior caso, talvez eu poderia obter uma ordem de restrição. Que apenas ficaria ótimo para sua campanha, agora não é? — Eu tenho vindo a fazer mais pesquisas sobre o seu faz-tudo. Você sabia que o seu trabalho mais recente foi a gestão de um clube de strip? O local foi invadido várias vezes, e...-

— Ele foi condenado por alguma coisa? — Perguntei.

— Ele é um membro de uma gangue — Brandon insistiu. — Não importa se ele não está condenado por nada, todos nós sabemos que ele é culpado.

— Hum, eu não sou uma advogada, mas até eu tenho certeza que não é assim que funciona, Brandon. Inocente até que se prove o culpado. Oh, e ele já me contou sobre o clube de strip. Não é uma grande surpresa.

Brandon ficou em silêncio por um momento.

— Você sabia sobre as strippers? — Ele perguntou obviamente chocado. — Isto não é como você, Tinker. O que aconteceu com você?

— Brandon, você não me conhece mais — eu disse incisivamente. — Eu não tenho certeza se você já me conheceu. Já acabamos?

— Não — ele disse rapidamente. — Não desligue. Aqui está a coisa, quero me anunciar em breve. Seria muito melhor se você estivesse aqui.

— Não, isso seria pior, porque a última coisa que você quer é me dizendo todos os seus apoiadores que você é um babaca. Quanto você quer apostar que aquelas pessoas agradáveis não estariam dispostos a apoiá-lo tão rápido se eles soubessem que você tinha decidido que, trabalhar era mais importante do que a morte de um filho seu?

— Não foi assim, você teve um aborto espontâneo. Sinto muito, mas as mulheres os têm o tempo todo.

Ele realmente acabou de dizer isso?

— Você disse o que eu acho que você disse? — Perguntei bruscamente. Para um homem tão bom em júris de leitura, ele não era realmente brilhante.

— Sinto muito — ele respondeu rapidamente. — Eu não quis dizer isso. Estou sob muita pressão e...

Tudo o que ele disse em seguida, eu não ouvi porque eu já tinha desligado a chamada. Puxei uma almofada do sofá sobre o meu colo, abraçando-a perto.

Ele não ia me fazer chorar novamente.

Nunca.

Não importa o quão ruim ele me machucou.

Eu tinha sobrevivido ao meu casamento, eu tinha sobrevivido perder Tricia, e quando a minha mãe morreu, eu passei por isso, também. Brandon não vai me ferir nunca mais. Eu ainda estava sentada meditando quando Gage bateu na porta. Inclinando a cabeça para trás, eu olhava para o teto, perguntando se ele iria embora se eu simplesmente ignorasse.

Não, provavelmente não. Ele era quase tão insistente como Brandon.

Claro, Gage não era sem coração e nem havia me abandonado no pior dia da minha vida, então eu acho que ele tinha isso indo para ele. Reprimindo uma risada histérica, eu andei até a porta e a abri. Com certeza, um motoqueiro com a aparência muito determinada estava na minha varanda.

— Nós vamos conversar lá fora — eu disse com firmeza, determinada a defender a minha terra. Quando ele não se moveu para fora do caminho, eu abaixei debaixo do seu braço, movendo-me passando por ele e inclinando-me contra a grade da varanda.

— Sinto muito sobre Tália — disse ele, me estudando cuidadosamente. — Gostaria que você tivesse esperado por mim, no entanto.

— Eu tive bastante drama — eu disse a ele, encolhendo os ombros, a memória de todos aqueles olhos me observando torceu meu estômago. — E não é como se nós fossemos um casal.

— Meu pau estava dentro de você há três horas — ele respondeu, estreitando os olhos. — Eu não sei o que nós fazemos, mas é justo dizer que nós movemos o passado de proprietário e inquilino. Normalmente, quando eu saio com uma garota, eu gostaria de ter certeza que ela chegue de volta em casa com segurança. Difícil de fazer quando ela desaparece de mim.

— Não — eu disse logo, tomando uma decisão precipitada.

— Não? — Perguntou.

— Somente... não — eu repeti. — Eu me diverti, mas a coisa com Tália? Isso não é um bom negócio. Eu não posso ter uma mulher louca atacando-me aleatoriamente o tempo todo.

— Eu dei-lhe dinheiro e disse-lhe para sair da cidade — disse ele, em silêncio, reconhecendo o ponto.

— Oh, e eu tenho certeza que ela vai feliz, porque as pessoas criminosas insanas sempre ouvem a razão.

Gage inclinou a cabeça. — Você está tentando começar uma briga? Porque eu posso pensar em melhores formas de extravasar a energia.

— Deus, todos os homens são tão completamente sem noção? — Eu meditei. — Brandon estava no meu pé esta noite também.

— Esse filho da puta está incomodando você de novo? — Ele perguntou, friamente. — Eu vou cuidar dele.

Eu bufei. — Você sabe, esse é o tipo do problema.

— O que?

— Você é muito parecido com ele.

— Que porra é essa? — Perguntou Gage, dando um passo em direção a mim. Ele pegou meus ombros, me forçando a voltar-me para ele. — Eu não sou nada como o seu ex-marido.

— Você é insistente como o inferno — Eu bati de volta para ele. — Ele está tentando me proteger de você, você sabia? Ele está investigando você. Diz que você é um criminoso e que o seu clube é uma gangue. Isso é verdade, Gage? Não se preocupe em responder, você é um bom mentiroso para eu acreditar em você de qualquer maneira.

— Pare com isso — ele rosnou, puxando-me em seu corpo. Em seguida, seus dedos estavam no meu cabelo, empurrando minha cabeça para trás, forçando-me a olhar para ele.

— Parar o quê? — Perguntei com um sorriso de escárnio. — Dizer a verdade? Parar de ter medo que sua namorada louca e burra vai me cortar? Ou você quer que eu pare de pensar por mim mesma e fazer o que você diz, porque eu tenho que admitir, eu estou cheia disso. Se eu quisesse um homem que me dá ordens, eu voltaria para Brandon. Pelo menos eu não preciso me preocupar sobre ele ser preso o tempo todo.

Os olhos escuros de Gage brilharam. Sua mandíbula se apertou, e por um instante eu me perguntava se eu tinha ido longe demais.

— Oh, eu não contaria com isso — disse ele. — Suas mãos não são exatamente limpas.

Eu atenuei seus olhos grudados com o meu enquanto eu processava o que eu tinha acabado de ouvir.

— Desculpe-me? — Perguntei.

— Você ouviu o que eu disse.

Meus pensamentos corriam quando as implicações me bateram. Aqueles ternos primorosos dele... ele sempre disse que sua família tinha dinheiro, mas quando nós nos casamos, ele só tinha sido capaz de comprar um pequeno anel. E o anel era importante para ele, ele gostou da ideia de sua mulher usando uma pedra. É por isso que ele continuou atualizando isso.

Ele estava me chamando, desesperado para voltar a ficar juntos.

Meu advogado parecia não obter a papelada financeira de seu advogado.

— Oh merda, — eu disse, arregalando os olhos. — Ah Merda... quanto tempo?

— Anos — ele respondeu. — Pelo menos, de acordo com minhas fontes. Nós ainda estamos olhando para ele.

— Como ele está saindo com isso? — Perguntei, balançando a cabeça lentamente. Então eu tive um pensamento novo. — Espere. E a nossa casa?

— O que sobre isso?

— Será que ele pagou por isso com... você sabe.

— Não faço ideia — disse Gage. — E nenhuma ideia de quanto tempo ele tem estado sujo. Tudo o que sei é o da palavra, Brandon Graham está à venda.

— Mas ele é um promotor — eu disse, ainda sem acreditar muito nele. — Quero dizer, ele processa gangues de motoqueiros como a sua. Ele realmente acredita nestas coisas. Um monte de motoqueiros foi para a cadeia, ele ganhou. E aquele cara, o serial-killer? Ele é um herói, pelo menos, é assim que eles o veem em Seattle.

— Eu disse que ele era desonesto, não estúpido — disse ele. — Um homem assim com aspirações políticas? Ele não vai jogar os grandes casos. São os pequenos. Vai suave em um DUI, pedindo as pessoas para fora com o tempo servido e liberdade condicional. Se ele fosse óbvio sobre isso, eles teriam pego ele até agora. Uma vez que ele anuncia sua campanha eles vão estar a olhar mais de perto. Ele não pode pagar uma ponta solta como você.


Inclinei-me para ele, deixando cair a minha testa contra seu peito. De repente, as peças se juntaram, e eu me senti como uma idiota, eu estava muita ocupada com meu próprio negocio para notar.

— Eu sou uma idiota — eu disse miseravelmente. A mão de Gage começou a esfregar minhas costas lentamente enquanto eu tentava processar tudo.

— Não, você simplesmente não pensa como um criminoso.

Suspirei, então olhei de volta para ele. — E você o que faz?

Gage segurou o meu olhar de forma constante.

— Lembra minha promessa de não mentir? — Perguntou. Eu balancei a cabeça, sentindo-me mal ao meu estômago. — Eu tenho cometido crimes. Alguns deles eu faria novamente, se tivesse a oportunidade. Outros eu tenho vergonha. Mas eu nunca iria colocar um homem inocente na prisão porque ele não iria me pagar.

Engoli em seco, sentindo-me mal do meu estômago.

— Brandon fez isso? Quero dizer, é uma coisa deixar um homem culpado ir, mas armar para alguém...?

— Sim, sério, — Gage disse com tristeza. — Já aconteceu com homens que eu conheço, e isso acontece mais do que você gostaria de pensar. Motoqueiros são alvos fáceis, nós assustamos júris. Seu ex usou isso no passado, pelo menos de acordo com as minhas fontes. Nesses caso de alto perfil ajudou a colocá-lo no mapa. Eu não fiz a conexão em primeiro lugar. Meus irmãos colocaram junto para mim.

— Há quanto tempo você sabe?

— Não muito tempo — disse ele, envolvendo os braços em volta de mim, me abraçando perto. Senti-me bem. Quente. Segura.

— Eu não acho que vou me casar de novo — eu murmurei, desejando que eu pudesse simplesmente fechar os olhos e fazer tudo ir embora. Viajar no tempo, ir para uma faculdade diferente. Casar com um cara legal que vendia seguro para viver. — Quem teria pensado que ele poderia ficar ainda pior? Quer dizer, de verdade o que mais ele está escondendo?

Gage deu uma risada suave.

— Isso importa? — Perguntou. — Você vai ficar livre dele em breve. Se o seu advogado não conseguir, o nosso vai. Ele é uma porra de um tubarão.

Eu tremi e ele me puxou para mais perto.

O telefone deu um sinal sonoro no bolso. A um som alto. Em seguida, ele começou a vibrar.

— É melhor você verificar isso — eu disse, tentando me afastar. — É tarde, geralmente as pessoas não entram em contato tarde da noite, a menos que seja uma emergência.

— Ou eles estão bêbados — ele disse ironicamente, atingindo entre nós para puxar o telefone do bolso do colete. — Foda-se.

— O que está errado?

— Há um aviso de evacuação de nível um de incêndio — disse ele. — Por toda a região. Sistema de alerta de emergência.

— Oh merda, — eu disse, fechando os olhos. — O fogo cresceu?

Usando o polegar, ele digitou alguma coisa no telefone, sacudindo a cabeça. — Não, parece que há um novo. Eles estão chamando de um complexo agora, porque é tão grande que os diferentes incêndios estão se fundindo em algumas áreas. Eles também estão pedindo aos agricultores para entrar em contato se eles tiverem algum equipamento de movimentação de terra.

Eu tremi.

— Eles devem estar ficando sem bombeiros e escavadeiras — eu disse. — Espero que os avós de Randi estejam bem.

— Tenho certeza que eles estão bem. Eles estão apenas evacuando as pessoas para serem cautelosos. E o nível um não é tão grave, isso significa apenas estar ciente. Você pode querer embalar uma mochila, apenas para ficar segura. Mas mesmo que os incêndios continuem a crescer, eles vão proteger a cidade. São os agricultores e pecuaristas que precisam se preocupar.

Ele provavelmente estava certo.

— Então, você vai à festa comigo amanhã à noite? — Ele perguntou, puxando-me para perto novamente. Dei de ombros contra ele.

— Não — eu disse, mas meu coração não estava nisso. Ele cheira tão bem. É perturbador.

— Sim, Gage, eu adoraria ir à festa — ele corrigiu ironicamente. — Dê-lhe uma tentativa, esta é uma resposta muito melhor.

— Tália estará lá? — Perguntei.

— Nem mesmo ela é tão estúpida. Com alguma sorte ela deixou a cidade já. Se não, ela vai em breve. Vamos ficar de olho nela. Você está sob minha proteção agora.

— Como eu estava no Jack? — Perguntei. — Considerando todas as coisas, eu preferiria não passar por isso novamente, estou tão envergonhada. Ainda estou pensando sobre essa coisa criminosa, também. Você disse que suas mãos não estão limpas. O que isso significa?

— Você sabe que eu não posso responder isso — disse ele.

— Você... fere... pessoas? — perguntei, engolindo. O que eu realmente queria era fechar os olhos e enterrá-los em seu peito. Fingir que ele era um cara legal como Joel.

Exceto que Joel me abandonou quando um motoqueiro com raiva apareceu na minha porta.

— Às vezes — admitiu. — Mas aqui é algo para se pensar. Ninguém aterrissa no meu mundo por acidente. Nós não vamos atrás de civis, é estritamente proibido. Dito isto, você fode com a gente, nós vamos te foder de volta. Sempre. Você tem que ser duro para sobreviver, mas as recompensas valem a pena.

— O que são estas recompensa? — Perguntei. — Dinheiro?

— O dinheiro é bom — disse ele. — Mas é realmente sobre montar nossas motos. Fraternidade. Os Reapers são uma família, e se você for amanhã você vai ver por si mesma. Dê uma chance, Tinker.

— Eu preciso pensar sobre isso. Você provavelmente deve ir.

Meu cérebro sabia que era o melhor, mesmo que meu corpo não concordasse muito. Ele acariciou minhas costas, em seguida, deixando-me ir, afastando-se. Nossos olhos se encontraram na escuridão.

— Você realmente quer que eu vá? — Ele sussurrou.

Eu balancei a cabeça, em seguida, disse: — Não, mas você precisa. Eu deveria fazer a mala. Papai e eu estamos indo para Seattle depois de amanhã de qualquer maneira, e parece ser uma boa ideia dado o alerta de evacuação.

— Diga-me que você não estará ficando com o seu ex de novo.

— De jeito nenhum. Papai tem uma avaliação com um especialista, e eu preciso deixar algumas entregas. Com sorte vamos voltar no mesmo dia, mas eu percebi que eu iremos levar o suficiente para nós, para passar a noite se for necessário. Quarto de hotel, eu prometo. E eu vou dormir melhor sabendo que estamos prontos para evacuar, duvido que vá chegar a esse ponto, mas é melhor estar segura.

Gage se inclinou para baixo, dando-me um beijo suave, persistente. O zumbido baixo do desejo que tinha estado através de mim à noite toda queimado para a vida, eu coloquei isso para baixo com firmeza.

— Amanhã à noite — disse ele.

— Deixe-me pensar sobre isso.

— Eu venho buscá-la às seis.

Um sorriso puxou minha boca, apesar do meu melhor julgamento. Ele sorriu para mim.

— Disse que eu não iria desistir. Nós vamos descobrir isso, ok?

— OK.

— Agora, vá fazer a mala. Apenas no caso. Ah, e se você mudar de ideia e quiser que eu fique, apenas me mande uma mensagem.

Revirando os olhos, eu o sacudi e ele riu. Então, a noite estava louca, ele tinha tudo, mas admitiu que era um criminoso, Brandon estava na borda, e havia grandes incêndios nas colinas ao redor de nós. Estranhamente, no final, ainda foi um dos melhores encontros que eu já tive.

Carrie nunca, nunca vai me deixar viver isso.

 


Capítulo Vinte e Três

TINKER


Na manhã seguinte, eu não acordei até depois das oito da manhã, um luxo que não tinha tido em anos, e que eu certamente eu não poderia ter naquele ponto.

— Foda-se — eu murmurei, esfregando o sono dos meus olhos. Eu tinha esquecido de definir o meu alarme, mas geralmente o sol me acordava antes de sair de qualquer maneira. A luz do quarto era estranha, no entanto. Escurecido e tipo de amarelado.

Forçando-me a levantar-me, eu vagava até a janela e abri as cortinas translucidas.

— Bem, isso é uma merda — eu murmurei. O céu estava profundamente nublado com fumaça, deixando tudo em um tom de alaranjado. Muito pós-apocalíptico. Tivemos isso antes, durante as estações de fogo, então eu sabia que não era necessariamente um grande negócio. Ainda assim, foi um pouco perturbador, dado o aviso de evacuação.

Peguei meu telefone e procurei página do Facebook da cidade, em seguida, suspirei de alívio. Ainda apenas nível um, embora parecesse que o fogo tinha crescido. Alcancei o meu roupão, eu puxei-o em cima do meu shorts e top de dormir, em seguida, comecei a descer as escadas em busca de café.

— Bom dia, querida — disse papai, quando eu entrei na cozinha. Ele tinha um pedaço de torrada na frente dele, junto com o jornal. Felizmente, ele também tinha feito café.

— Bom dia — eu disse, dando-lhe um beijo na cabeça.

— Os incêndios estão ficando ruins — ele me disse. — Eles colocaram um alerta de nível dois para Lamont. Ainda 40 milhas de distância, embora. Nós devemos ficar bem.

— Eu estava pensando que você deve embalar uma mala esta manhã apenas no caso — eu respondi. — Eu sei que eles vão proteger a cidade, mas temos que ir para Seattle amanhã de qualquer maneira. Matamos dois coelhos com uma cajadada só. Oh, e temos de enviar o seu histórico médico hoje, também. Deixe-me pegar a papelada. Você pode ir pegar suas receitas?

— Eu odeio os médicos — disse ele, franzindo a testa. — Eu ainda não vejo por que precisamos fazer isso. Então, o que é que tem se eu estou esquecendo as coisas? Odeio ter que dizer para você, mas isso é o que acontece quando você fica velho.

— Piada — eu disse com firmeza. — Talvez haja um medicamento que vai ajudar.

Ele bufou, balançando a cabeça, mas ele empurrou o resto da sua torrada na boca e, em seguida, deixou a cozinha para pegar seus remédios.


• • •


Os formulários eram mais complicados do que eu tinha percebido.

Começamos a trabalhar sobre eles às oito e meia, e uma hora mais tarde, ainda não tínhamos concluído. Além da história básica, tinha havido um questionário comportamental para eu preencher, e um para ele preencher também. Agora estávamos listando suas prescrições, graças a Deus.

— Para o que é isso? — Eu perguntei, segurando uma garrafa.

— A pressão arterial — disse ele. Escrevi-o embaixo e, em seguida, estendi a mão para o outro, sentindo-me vagamente culpada que eu não tivesse passado por estes antes. Ele sempre foi uma pessoa tão privada sobre sua saúde, apesar de tudo.

Isso e você estava em negação, meu bom senso apontou.

Sim, você me pegou nessa.

— Volto já — disse o papai. — Preciso de um pouco de água.

— Parece bom, pegue um copo para mim, também, — eu murmurei, pegando o último pote. Amitriptilina. Anotei o nome, então girei para ver a dosagem. O nome da minha mãe olhou para mim acusadoramente.

Huh.

Pensei que tinha apagado todas as coisas dela fora. Esquisito. Comecei a configurá-lo para baixo, então notei algo muito estranho. A data era de apenas no mês passado.

Que diabos?

— Pai! — Gritei.

— Sim?

— Venha aqui. Eu encontrei este pote e não faz qualquer sentido.

Ele caminhou de volta para a sala de jantar, estabelecendo um copo na minha frente. Eu estendi o pequeno pote para ele, e ele franziu a testa.

— Não se preocupe com isso. Isso é da sua mãe.

— É datado do mês passado — disse eu. — Se é da mãe, por que você está pegando refis? E eu não reconheço o nome da farmácia, também.

Ele suspirou, depois sacudiu a cabeça. — É embaraçoso, Tinker Bell.

— Pai, eu sou sua filha, eu te amo. Você nunca tem que ficar constrangido na minha frente, porque nós estamos nisso juntos, ok? Mas eu realmente preciso saber o que está acontecendo aqui. Pode ser importante.

Ele suspirou profundamente e se sentou.

— É difícil de admitir — disse ele. — Mas sua mãe... bem, ela estava tendo um momento difícil no ano passado. E então, quando o bebê morreu...

A faca torceu dentro exatamente como ela sempre fez. Será que vai parar de doer? Mas eu acho que de uma maneira estranha seria quase pior, eu nunca queria esquecer Tricia. A dor me lembrou que ela tinha sido real. Ela teria sido amada.

— Sua mãe ficou deprimida, querida — disse ele. — Realmente deprimida. O suficiente para que ela precisasse de algum medicamento, e você sabe como esta cidade é. Ela não queria que ninguém soubesse. Então, ela começou a procurar on-line e encontrou esta farmácia... que a colocou em contato com um médico em algum lugar, e ele fez um exame pelo telefone. Pagamos em dinheiro para tudo, é claro, não queria que passasse pelo seguro.

Eu fiz uma careta. — Ok, isso explica a medicina, mas por que ele estava cheio no mês passado?

Papai olhou para longe, depois engoliu.

— Eu fiquei verdadeiramente deprimido depois que perdi sua mãe — disse ele. — Então eu comecei a tomá-los. Eles funcionam muito bem, e assim eu continuei pedindo mais. Soa estúpido agora que eu digo isso em voz alta, mas... Eu sou um homem. Não é suposto ser fraco assim.

É claro que ele se sentiu assim.

Chegando a ele, eu dei a sua mão um aperto.

— Está tudo bem, papai — eu disse, esperando que ele acreditasse em mim. — Você é a pessoa mais forte que eu já conheci, e estar deprimido não muda isso. Mas eu acho que nós deveríamos conversar com o médico sobre isso, obter um pedido legítimo. Nós ainda podemos preenchê-lo on-line para que ninguém veja, ok?

Pai me deu um sorriso triste, balançando a cabeça. — Eu sou um velho tolo. Orgulhoso demais, eu acho.

— Bem, minha mãe gostava de você — eu apontei. — E ela tinha padrões malditamente elevados. Isso tem que contar para alguma coisa. Estamos quase terminando aqui. Mandei uma mensagem para Randi. Ela deverá chegar aqui em cerca de dez minutos. Eu só vou digitalizar e enviar para eles, e isso estará bem para nós.


• • •


Naturalmente, os papéis ficaram presos no scanner.

Pedaço de merda.

Eu olhei para ele, perguntando se eu poderia fazê-lo funcionar por pura força de vontade. Pescando o papel encravado, eu configuro de novo, esperando que ele funcione desta vez. Olhei para o meu telefone nervosamente. Nesse ritmo eu nunca iria deixar tudo pronto para as minhas entregas amanhã. Porcaria.

E onde diabos estava Randi, de qualquer maneira?

Os documentos começaram deslizando, por isso eu decidi pegar outro café no princípio geral. Eu tinha acabado de despejar o último do líquido morno em minha caneca e coloca-lo no micro-ondas quando ouvi uma batida na porta dos fundos. Enxugando minhas mãos em uma toalha de cozinha, eu andei através da despensa para a porta dos fundos, abrindo-a para encontrar Sadie do lado de fora.

— Oi, Sadie — eu disse, hesitante, tentando não olhar para as contusões lívidas no seu rosto. Eram marcas de dedos ao redor de seu pescoço? Eu precisava denunciar isso, se ela quisesse ou não. Foi muito pior do que eu percebi na outra noite, isso estava escuro, ou talvez eles tenham piorado com o tempo. Contusões fazem isso algumas vezes. Eu não tinha ideia.

Não admira que eu não tivesse visto ela ao redor. Ela estava escondendo isso.

— Hey — disse ela, os olhos correndo nervosamente enquanto ela lambeu os lábios rachados. — Hum, eu queria te dizer obrigado. Você sabe, pela outra noite. Eu só... Bem, eu queria que você soubesse que eu não vou voltar. Eu acabei com isso.

— Estou muito feliz em ouvir isso — eu respondi lentamente. Convide-a para entrar, idiota. — Você gostaria de um pouco de café? Eu estava prestes a colocar um pote fresco.

— Não, está tudo bem. Mas há outra coisa que eu preciso te dizer, disse ela, torcendo uma mecha desgrenhada de cabelo.

— Sim? — Perguntei, esperando que ela não se assustasse. A garota olhou arisca como o inferno.

— Tália Jackson. Ela nos disse que ela tem algo planejado. Algo grande. Algo para fazer todos vocês pagarem. Você sabe, por Marsh?

Eu senti um afundamento na boca do estômago.

— Ela tentou me atacar ontem à noite no Jack — eu disse. — Você acha que isso é o que ela quis dizer?

Sadie balançou a cabeça. — Não, eu acho que ela estava falando de algo maior. Eu não sei o que, ela não quis me dizer. Eu não quero estar perto dela mais. Eu só fui vê-la porque eu tinha deixado algumas das minhas coisas em seu trailer por acidente. Ela nem sequer perguntou como eu estava me sentindo, você sabe, depois... Disto.

Ela tocou um dos hematomas, e eu estremeci.

— Você já foi a um médico?

— Sim, minha mãe me fez ir — respondeu ela. Graças a Deus por isso.

— Que tal a polícia?

— De maneira nenhuma. Você não pode chamar a polícia em um clube de moto. Nunca. Eles vão matá-la, Tinker.

O sentimento doentio em meu estômago piorou quando uma suspeita terrível encheu-me. Gage tinha dito que suas mãos não estavam limpas, o que isso significa exatamente? Se ele tivesse sido parte disto?

Eu tive que perguntar a ela, mas eu estava com medo da resposta.

— Será que Gage, ele foi parte disso?

Os olhos de Sadie se arregalaram, e ela balançou a cabeça. — De jeito nenhum. Eu sinto muito, eu deveria ter dito que parte em primeiro lugar. Eu simplesmente não penso nisso, ele estava lá naquela noite, mas ele não estava em qualquer lugar perto quando isso aconteceu. Ele até se ofereceu para me ajudar depois, mas eu lhe disse que não. Quer dizer, eu fui para a parte de trás com eles de boa vontade, sabe? Não é como se eu tivesse sido estuprada.

— Você está coberta de hematomas — eu apontei. — Eles te machucaram. Como é que não estupraram?

— Porque eu disse que eles poderiam fazê-lo — ela respondeu miseravelmente. — Tália pensou que seria divertido, e eu já tinha dormido com a maioria deles. Eu não sei o que eu estava pensando. Normalmente, eles são muito bons, mas alguns deles foram aprimorando, e Marsh foi todos os tipos de fodido. Não foi uma boa noite. Tália disse que seria bom se eu só tivesse um pouco mais de oxi7, então eu chupei isso e continuei.

— Isso é estupro — eu disse com firmeza. — Eu não me importo se você consentiu no início, esses ferimentos são sérios.

— É minha culpa — ela insistiu, desconfortável. — Olha, eu não quero falar sobre isso, ok? Eu preciso voltar para casa. Basta ter cuidado.

Eu queria dizer-lhe algo. Fazê-la entender de alguma forma que ela precisava de ajuda. Levá-la para um centro de reabilitação. Alguma coisa. Mas ela já estava indo embora, seus ombros rígidos e sua coluna reta. Eu preciso fazer alguma pesquisa, descobrir a melhor maneira de lidar com a situação. Meu telefone tocou, e eu cheguei até ele distraidamente, puxando-o para encontrar uma nova mensagem.

RANDI: Eu não posso ir hoje. Mãe está pirando sobre o aviso de evacuação e está empacotando

Porra.

Não teria minhas chances de conseguir as encomendas feitas hoje. Apertando os olhos, olhei para o céu novamente. A fumaça estava ficando pior.


EU: Ok. Mantenha-me informada e fique segura.


Caminhando de volta para a cozinha, eu liguei a TV. Era uma estação de Seattle, mas espero que eles ainda tenham atualizações. Quando a repórter falou, imagens de aviões gigantes voando pelo ar e descarregando nuvens de pó vermelho na cidade de Chelan encheu a tela. Eu podia ver chamas enormes lambendo através dos topos das colinas além das casas.

O governador apelou para um estado de emergência, os incêndios complexos em Chelan continuaram a crescer. Grandes partes das regiões Okanogan e Methow estavam sob alerta de evacuação, com os bombeiros ao redor da região reunidos para ajudar enquanto eles tentam salvar a cidade de Chelan. A partir de ontem, os incêndios eram quase vinte e cinco por cento sob controle, mas aumentaram durante a noite levando aos funcionários reduzir isso para menos de cinco por cento. Não há relatos ainda sobre quantos prédios foram queimados. Fomos informados de que eles não serão capazes de fazer uma avaliação completa até os incêndios acabarem.

Uau. Foi assustador como o inferno. O apresentador continuou:

Apenas um lembrete, a partir de agora, a área de Chelan está em plena evacuação de nível três, o que significa deixar a sua casa imediatamente. Não tome o tempo para arrumar ou preparar nada em primeiro lugar, porque não há tempo. Estamos sendo informados de que em algumas áreas, os serviços de emergência podem não ser capazes de responder dentro de uma zona de evacuação, se você optar por não sair, por isso estamos pedindo-lhes um completo, nível três de evacuação é chamado para a sua área, você precisa sair imediatamente. O incêndio é real e iminente. Um aviso de nível dois meios de evacuação poderia acontecer a qualquer momento, por isso, se você receber um aviso de nível dois, comece a arrumar o carro e estar pronto para sair. Nível um significa que você deve estar ciente, mas que a evacuação não é iminente.

— Ei.

Olhei para encontrar Gage em pé na porta da cozinha, franzindo a testa. — Está ficando pior.

— Sim, está — eu disse. — Eu acho que eu poderia cancelar a consulta do papai em Seattle amanhã. Teríamos de conduzir direto por onde eles estão evacuando. Não tenho certeza que eu estou pronta para isso. Eu ainda vou enviar a papelada, mas eu não acho que a viagem é não uma boa ideia.

— Nós estamos cancelando a festa, também — disse ele, andando para me puxar para os seus braços. Seu cheiro me cercou, e eu pensei novamente sobre a pobre Sadie. — Ninguém gosta da ideia das mulheres dirigirem ao longo disso. Visibilidade esta uma merda e eles estão fechando rodovias em todo o Estado.

— Gage, você sabia que os Nighthawks feriram Sadie Baxter? — Perguntei. Ele suspirou, parecendo cansado.

— Sim — ele admitiu. — Ela entrou pela parte de trás do clube com um monte deles, e então eu a encontrei do lado de fora depois, chorando. Eu me ofereci para ajudá-la, mas ela não queria ter nada a ver comigo. Não a vi desde que saí da prisão.

— Ela está coberta de hematomas. Você ouviu seus gritos ou qualquer coisa?

Ele balançou sua cabeça. — Não, e eu teria notado. Ela foi por sua própria vontade, embora eu acho que Tália tenha pressionado ela. Foi uma noite ruim. Marsh estava fora de controle em direção ao fim. Drogado, paranoico e louco pra caralho. Eu disse a ela para ficar longe deles, mas algumas mulheres... Você não pode fazer uma mulher respeitar a si mesma. Às vezes é preciso algo muito ruim acontecer para elas, para deixarem essa vida. Talvez isso seja suficiente para convencê-la.

Fixando-se em seus braços, eu suspirei. — Eu não gosto muito do seu mundo.

— Tinker, olhe para mim.

Inclinando minha cabeça, eu peguei seu olhar.

— Isso não é meu mundo — disse ele com firmeza. — Há motoqueiros que espancam suas mulheres, sem dúvida. Eu não sou um deles, e nós não toleramos essa merda no nosso clube, também. Se uma mulher quer puxar um trem, tudo bem. Alguns dos caras estão para isso. Eu não ligo muito para os momentos desleixados, mas tanto faz. Nós não estupramos e batemos nas meninas. Há uma razão que eu vim para a cidade, e foi por causa de Marsh e os seus homens que estavam fora de controle. Os únicos Nighthawks que ficaram são aqueles que não estavam lá naquela noite, entendeu?

Um peso levantado do meu peito.

— Ela me disse que Tália e Marsh estão planejando algum tipo de vingança — eu disse a ele. Gage bufou.

— Não há surpresa nisso — disse ele. Eu fiz uma careta.

— Não, ela parecia realmente preocupada. Você precisa ser cuidadoso.

— Baby, olhe para mim. — Eu fiz, encontrado o seu olhar. — Marsh está na prisão e ele não vai sair por um longo tempo. Provavelmente anos. Tampouco os homens que estavam com ele. Tália pode gritar de raiva tudo que ela quiser, mas todo o meu clube esta na cidade, e eles estão olhando por ela. Se ela mostra sua cara, vamos pega-la. Se ela é esperta, ela já saiu. Eu dei-lhe algum dinheiro na noite passada. Com sorte, ela já usou. De qualquer maneira, nós vamos lidar com ela.

— Você promete? — Perguntei.

— Sim — ele disse com firmeza. — Agora me dê um beijo.

Eu fiz, apoiando-me nele, deixando-me desfrutar do contato de corpo inteiro. Ele mordiscou e chupou meus lábios, em seguida, suas mãos estavam para baixo e ao redor da minha bunda, agarrando-a enquanto me puxava para sua ereção.

Passamos alguns minutos nos beijando, até que minhas pernas começaram a tremer de necessidade. Foi uma coisa boa, essa quebra da secura. Gage começou a me empurrar de volta para a despensa chutando a porta da cozinha fechando atrás dele, deixando-nos sozinhos no quarto minúsculo. Então seus braços agarraram minhas pernas com firmeza, me levantando até que enrolassem na cintura.

— Esta é uma má ideia — eu sussurrei quando ele começou a beijar meu pescoço, trabalhando seu caminho para baixo. — Essa porta nem mesmo tem tranca.

— Quem se importa?

Ele balançou contra mim, esfregando o meu lugar mais sensível, e eu decidi, se ele não se importava, eu também não, tampouco. Não era como se papai pensasse que eu era virgem, isso era malditamente certo. Então Gage puxou a minha blusa para baixo e meu sutiã para sugar um mamilo, e todo o pensamento cessou. Meu faz tudo estava seco para transar contra a parede da minha despensa e foi excepcional. Tudo que eu queria era ele dentro de mim, quanto mais cedo melhor.

— Foda-se — ele gemeu, afastando-se. Ele me colocou no chão, rasgando meus shorts e empurrando-os para baixo em torno de meus tornozelos. Então ele me virou, me empurrando para frente enquanto minhas mãos bateram na parede. Eu ouvi o som de seu zíper e o rasgo de papel alumínio. Seu pênis encontrou a minha abertura e ele encheu-me com um impulso, empurrando-se quase dolorosamente.

— Deus, isso é bom — eu murmurei, enquanto suas mãos se apertaram ao redor da minha cintura, me preparando para suas estocadas. Foi bom, realmente bom. Diferente do que o que tínhamos feito antes, mas exatamente o que eu precisava. Desejo me inundou, expirando rápido e duro como um incêndio, e então eu flamejei, o orgasmo bateu-me de repente e sem aviso. Eu apertava em torno dele, gemendo. Os dedos de Gage escavando em minha carne tão profundamente que eu sabia que ele iria deixar marcas, mas eu não me importei.

Eu não me importava com nada.

Ele veio um segundo mais tarde, grunhindo com satisfação. Nós ficamos assim por longos segundos, ofegantes, e então ele se inclinou sobre minhas costas, esfregando meu estômago delicadamente. Foi quando o telefone tocou, e ele deu uma risada instável.

— Não é uma má maneira de começar o dia — disse ele.

— Vou concordar — eu sussurrei. Tudo tinha acontecido tão rápido que, se não fosse pelos shorts em torno de meus joelhos, eu teria me perguntado se eu tinha imaginado. Seu telefone tocou novamente.

— Provavelmente devo responder a isso — disse ele. — Esperando uma chamada, todos os nossos planos foram ferrados por causa dos incêndios.

Ele não se moveu para responder, no entanto. Em vez disso ele começou a amassar os meus seios, e eu suspirei feliz. Nós estávamos no nosso próprio pequeno mundo, e quem estava lá fora poderia apenas ficar bem longe.

Talvez pudéssemos apenas viver aqui.

Em seguida, seu telefone começou a tocar novamente. Gage se afastou. Eu ouvi um barulho quando ele fechou o zíper de suas calças antes de responder. Puxando para cima o meu shorts, eu pulei desajeitadamente para prendê-lo, tentando não ouvir, mas totalmente curiosa ao mesmo tempo.

— Quem é? — Perguntou Gage. Eu ouvi a voz de uma mulher, mas não conseguia entender o que ela estava dizendo. Por um instante eu senti ciúmes, então percebi o quão estúpido que era. Poderia ser qualquer um. — Eu vou desligar.

Sua voz ficou mais alta, falando rápido. Soou familiar.

— Tália, você precisa deixar ir. Acabou. Tudo isso. Afaste-se e comece de novo antes de nós termos que tomar medidas. Isso é o melhor que se pode esperar.

Um grito subiu do pequeno alto-falante, e ele olhou para mim e sacudiu a cabeça em direção à porta, em um pedido silencioso para a privacidade.

Eu nunca quis ouvir uma chamada de telefone mais do que essa, mas eu consegui fazer a coisa educada e voltar para a cozinha. A TV ainda estava ligada, desta vez mostrando um mapa de satélite com plumas de fumaça que cobria metade de Washington, norte de Idaho, e indo em direção a Alberta. Parecia que toda a região estava em chamas. Em seguida, o papai apareceu, e eu estava muito consciente de que meu cabelo estava sujo e minha blusa ainda estava torcida parcialmente em volta do meu corpo. Calor subiu alto no meu rosto. Felizmente, ele não pareceu notar.

— O que há com toda a fumaça? — Perguntou. — Alguém queimando lá fora?

— Há incêndios, pai — eu o lembrei, imaginando como ele poderia ser tão claro, por vezes, e totalmente fora em outros. — Temos um aviso de evacuação.

Ele franziu a testa. — Isso não é bom. Tem gasolina na caminhonete?

— Não temos uma caminhonete mais, papai — eu disse. — Vendemos, lembra?

— Oh, eu devo ter esquecido — disse ele, distraído. — Bem, tudo bem. Podemos usar o carro de sua mãe.

Não, o carro da mamãe foi atingido no acidente.

— O meu tem gasolina, — eu disse ao invés, olhando em direção à despensa. Então eu ouvi a porta de trás se fechando, e olhei para fora da janela para ver Gage caminhando pelo quintal, com o rosto sombrio.

Que diabos foi aquilo?

Meu telefone tocou. Carrie.

— E ai, como vai?

— Você ouviu falar sobre Chelan, certo? — ela perguntou.

— Sim. Cena ruim.

— Eu sei. Os bombeiros voluntários de Hallies Falls estão em direção ao sul da cidade, há uma nova demanda e o serviço florestal não tem ninguém para responder. Darren foi com eles. Acabei de receber um telefonema da minha tia. Eles acabaram de mudar para o nível dois, o que significa que é hora de embalar e sair da cidade. Eu estou indo para ir buscá-la e trazê-la de volta ao nosso lugar, mas estou preocupada com as meninas. Elas estão na escola. Eu odeio ter que tira-las para fora se não há nenhuma razão, mas eu não me sinto confortável deixando a cidade quando ele já foi também. Hoje não.

— Eu estou dentro — eu disse. — Ligue e diga que eu vou buscá-las esta tarde. Eu já desisti de trabalhar hoje. Randi está ocupada ajudando a sua família e não posso ficar com o papai de qualquer maneira. Esses advogados de Seattle só vão ter que esperar pelo seu chocolate.

— Obrigada, querida — ela disse, e eu podia ouvir seu alívio. — Mantenha-as seguras para mim. Eu sei que estou sendo apenas paranoica, mas...

— Vá buscar sua tia. Vai ficar tudo bem, Carrie. Eu prometo.

 

GAGE


— Se os Reapers querem evitar uma guerra com o nosso condutor de fora do Canadá, você precisa passar por mim — disse Tália quando Tinker fechou a porta da cozinha atrás de mim, me deixando atender a chamada em privado. Deus, eu não podia acreditar o quão bom que a mulher sentiu-se envolta em torno de mim. Ela pode estar tendo suas dúvidas, mas eu não estava, nós vamos fazer essa coisa funcionar de uma forma ou de outra. Eu estava determinado.

— Você e seu irmão estão ambos fazendo ameaças, mas agora eu tenho que acreditar que podemos fazer negócios juntos? O quão estúpido você acha que eu sou? — Perguntei, desejando que ela apenas pegue o dinheiro e saia enquanto pode. Caso contrário, ela acabaria se matando. — Você não entende, não é? Acabou. Nós não interessados em você e nem nos seus jogos. Você e seu irmão nos ameaçaram.

— E finalmente me bateu — disse ela sem rodeios. — Eu estou fodida. Marsh se foi e você tomou o clube. Essa parte da minha vida acabou e eu preciso seguir em frente. Mas quinhentos dólares não são suficientes. Você quer a conexão canadense e eu a tenho. Tudo que eu quero é uma taxa de corretagem para colocar você em contato com eles. Você me deixa facilitar o caminho.

— Nós não precisamos de você para facilitar qualquer coisa.

— Eles me conhecem — ela insistiu. — Eles querem fazer as pazes com os Reapers. Eles sabem das nossas velhas operações e eles não querem que você os tire fora do que vem a seguir. Eles simplesmente não sabem como fazer isso acontecer.

— Deixe-me adivinhar, você vai ter uma taxa de corretagem a partir deles, também?

— Isso é problema meu e não seu. Tudo que você tem a fazer é trabalhar comigo para configurá-lo. Então eu vou tomar o meu dinheiro e ir embora. Eu sei quando eu perdi.

— Não estou interessado.

— Sim, você está — ela insistiu. — Eu posso fazer isso acontecer hoje. Caso contrário, pode levar meses, e isso é um monte de tempo e energia desperdiçada. Nós dois sabemos que eu preciso de dinheiro, e isso é a última carta que eu tenho para jogar.

Ela estava certa.

Porra.

— Venha para o clube em duas horas e nós vamos falar com você.

— O quão estúpida você acha que eu sou? Você me quer morta.

— Não, eu quero que você vá embora. Grande diferença, um é muito menos trabalhoso para todos nós.

— De maneira nenhuma. Se isso acontecer, isso acontece em um lugar neutro onde os canadenses podem me proteger durante o encontro — disse ela. — Não é uma emboscada. Traga quanto dos seus irmãos você quiser, ninguém quer lutar.

— Eu vou falar com o clube. Veremos.

— Chame-me de volta em breve, ok? Tem que ser hoje. Eles têm produtos do lado dos EUA da fronteira e ninguém para movê-lo.

— Mais uma vez, não é problema meu.

— Basta dizer-lhes sobre isso, ok?

— Vamos considerar isso.

Desliguei o telefone, olhei para a cozinha. Eu podia ouvir Tinker falando com alguém lá dentro. Provavelmente seu pai. Eu iria mandar mensagem pra ela mais tarde, uma vez que eu tivesse uma melhor noção de como o dia seria.

O ar do lado de fora era espesso e pesado. Desagradável. Tudo parecia tipo amarelado e envelhecido, como uma foto antiga. Puxando uma bandana, eu amarrei ao redor do meu nariz e boca, em seguida, balancei minha perna sobre a minha moto. Quando eu andava pela rua, o prospecto para cuidar de Tinker naquele dia passou por mim devagar, e eu levantei a mão em saudação.

Havia apenas algumas motos fora na sede do clube, quando eu puxei para cima, e ninguém do lado de fora. Dada à qualidade do ar, eu não poderia culpá-los. Ninguém deve ficar fora nesta merda. Estacionei, em seguida, caminhei para dentro para encontrar Picnic, Hunter, e Taz.

— Eu mandei o resto dos irmãos de Coeur d'Alene para casa — Pic disse quando me viu. — Cord e seus homens foram para se juntar aos bombeiros, eles estão chamando por voluntários, e eu acho que as coisas estão ficando verdadeiramente feias ao sul da cidade. Horse e Ruger decidiram ir com eles, também. Qual é o seu plano para o dia? Eu não gosto de como as coisas se parecem lá fora. London diz que a fumaça atingiu todo o caminho até Coeur d'Alene.

— Acabei de falar ao telefone com Tália Jackson — eu disse a eles.

— A cadela que atacou a sua menina na noite passada? — Perguntou Taz, levantando uma sobrancelha. — Achei que você a espantou.

— Ela diz que tem os canadenses esperando para se encontrar com a gente — eu respondi.

— Sim, e eu tenho fadas mágicas em minha carteira — disse Hunter. — Quem se importa?

— O que ela quer? — Perguntou Pic, franzindo a testa para Hunter.

— Ela me disse que eles têm produtos escondido ao sul da fronteira que desejam mover, mas eles estão com medo de fazer qualquer coisa com isso agora já que Marsh se foi. Eles querem fazer as pazes com os Reapers.

— Eles deveriam ter medo — Taz murmurou. — Eles têm quebrando as regras, e agora eles estão irão pagar. São uns merdas.

— Qual é o seu ponto? — Perguntou Pic.

— Dinheiro — eu disse. — Tinker me diz que ela vem fazendo ameaças isso não é exatamente uma novidade, mas Tália me disse que quer fundos para afastar-se. Isso provavelmente é verdade, mas as probabilidades são que ela está mentindo. Poderia ser uma emboscada.

— Eu concordo — Pic disse pensativo. — Pena que não temos mais homens aqui para lidar com isso. Digamos que nós descobrimos uma maneira de fazer o encontro, você acha que poderia identificar aqueles que você conheceu em Penticton, certo? Pode valer a pena o risco, assumindo que podemos controlar o contato.

— Sim, eu saberia — eu disse. — Mas é um grande risco. Embora ela me disse que poderia trazer quantos homens que eu quisesse, então se é uma emboscada, não é uma tradicional. Ela não está com medo de nós aparecendo com todo vapor.

Hunter e Taz trocaram um olhar, e eu me perguntava o que eles estavam pensando. Eu não conhecia Devil’s Jacks tão bem. Nós éramos aliados agora, mas alguns churrascos juntos não foram suficientes para selar um relacionamento.

— Chame-a de volta — Hunter sugeriu. — Coloque-a no viva-voz para que todos possamos ouvir.

Olhando para Pic para confirmação, eu bati o número de volta, defini o telefone para baixo no centro da mesa. Ele tocou duas vezes, em seguida, Tália respondeu, com a voz rouca.

— Você aí?

— Estamos todos aqui — eu disse. — Você tem um minuto. Fale.

— Dê isso para mim — disse um homem, sua voz abafada no fundo. — É Picnic Hayes?

— Este seria eu — disse meu presidente. — O que você quer?

— Queremos fazer as pazes — respondeu o homem. — Sabemos que Marsh Jackson está fora de cogitação. Nós não queremos acabar como ele. Diga-nos como podemos fazer isso direito.

— Você interrompeu nossas alianças e foi pelas nossas costas — disse Pic. — Uma vez uma cobra, sempre uma cobra. Eu não acho que podemos ajudá-lo.

— Espere — ele disse rapidamente. — As coisas estão mudando ao norte da fronteira. Você quer a gente do seu lado, porque se formos para baixo, os cartéis sul irão assumir e, em seguida, você estará lutando uma guerra em duas frentes. Isso é ruim para todos nós. Tudo o que queremos é falar. Trégua.

Pic e Hunter trocaram um olhar, e Hunter balançou a cabeça lentamente.

— Ok, vamos falar, mas você vai ter que vir para nós, não o contrário. Vai ser completamente em nossos termos. Onde você está agora?

Houve silêncio do outro lado.

— Estamos em Crownover — ele finalmente disse, nomeando uma pequena cidade a cerca de trinta milhas ao norte de Hallies Falls. — Há realmente apenas um lugar para se encontrar, apesar de tudo. Um bar chamado de Jay’s Place.

— Ok, espere. Nós vamos ligar com as instruções — Pic disse, em seguida, inclinou-se e desligou o telefone.

— Foda-se, — eu murmurei. — Há talvez duas centenas de pessoas na cidade. Isso significa que eles têm menos cem pares de olhos sobre eles agora, imaginando o que eles estão fazendo lá.

Hunter pegou seu telefone, procurando alguma coisa.

— Parece que há uma estação de despejo do condado cerca de dez milhas ao norte de Hallies Falls. Poderíamos correr até lá, nos posicionar, então eles teriam que vir ao nosso encontro. Nós poderíamos voltar para a floresta perto da estrada. Se muitos aparecerem ou as coisas não fossem bem, nós abandonamos. Poderíamos mandar Taz com um rifle atrás de uma arvore, ele era um sniper, você sabe.

— Foda-se — Taz respondeu. — Sem mais árvores. Configurar um vigia com um rifle faz sentido, apesar de tudo.

— Todos a favor? — Perguntou Pic. Nós quatro levantamos nossas mãos, então eu peguei meu telefone e enviei à Tinker um texto rápido.


EU: Tenho uma incumbência para ser executada. Vejo você mais tarde hoje. Fique segura.


Segundos depois, o telefone tocou de volta.


TINKER: Você também. Eu vou estar em casa durante todo o dia. Quero ficar perto do pai. Também cancelei a consulta, em Seattle amanhã. E para sua informação só porque fizemos sexo macaco louco na despensa não significa que você é meu namorado.


Eu sorri, em seguida, olhei para cima para encontrar os outros sorrindo para mim.

— Vocês todos me chupem.

— Não eu — Taz apontou. — Vocês podem ser açoitados por bocetas, mas eu não sou. Viva livre ou morra.

— Chega — disse Pic. — Vamos acabar logo com isso.

— Dê-me um segundo — Eu lhes disse, agarrando meu telefone. — Eu quero mandar mensagem para o BB, certificando-me que ele fique perto de Tinker. Apenas no caso de Tália me jogar em algum fodido jogo, você sabe? Quero cobertura total.

— Você tem certeza de que ele é bom o suficiente? — Perguntou Hunter. — Ele pode ser confiável?

— Sim, ele pode — respondeu Pic. — A única razão que BB não voltou ainda, é que ele precisava de uma licença médica, coisa de família. É apenas uma formalidade neste momento. Eu confiaria nele para manter eu ou London em segurança.

Bati em enviar mensagem, nos levantamos e deixamos o prédio, fechando a porta atrás de nós.


Capítulo Vinte e Quatro

TINKER

 

O alerta de nível dois à evacuação veio logo após o meio-dia.

Primeiro, houve um alerta de emergência no meu telefone, seguido por um telefonema de Carrie segundos depois.

— Você viu que Hallies Falls é agora nível dois? — Ela perguntou, e depois continuou sem esperar por uma resposta. — Você pode ir pegar as meninas na escola secundária? Eu estou enlouquecendo aqui e eles estão fechando a rodovia.

— Indo — eu disse, pegando minhas chaves. — Pai! Temos que ir para a escola. Precisamos pegar as meninas da Carrie.

Papai assentiu, embora não havia muita urgência em sua face. Droga, ele estava realmente fora hoje. Abri a porta para encontrar a Sra. Webbly em pé na varanda, uma mala agarrada firmemente em uma de suas mãos.

— Eu vi o aviso de evacuação — ela anunciou serenamente. — Ou eu estou indo com você ou eu preciso de um passeio até a estação de polícia. Eu prefiro ficar com você.

— Você vai ficar com a gente — eu disse a ela. — Nós não estamos deixando a cidade ainda, mas eu preciso pegar as meninas de Carrie na escola. Não sei como vamos todos caber no Mustang, mas não é uma boa ideia deixá-la aqui sem um carro.

— Eu aprecio isso — ela disse, batendo minha mão. — E não se preocupe, querida. Eu sei que isso é estressante, mas Hallies Falls foi evacuada por causa de incêndios quatro vezes na minha vida. A cidade nunca foi queimada, ou mesmo chegou perto. Eu não estou preocupada, apenas cautelosa.

— Deixe-me pegar a mala para você.

Ela entregou-a e eu carreguei-a para o meio fio, colocando-a próxima a nossa, oficialmente preenchendo o porta-malas do Mustang à sua capacidade. Papai subiu no banco de trás, deixando a frente para a Sra. Webbly. Em seguida, o motor rugiu para a vida e nós fomos para a escola, que estava do outro lado da cidade.

Isso parecia uma viagem surreal.

O céu estava ficando mais escuro como mais fumaça cobrindo o sol, o ar fez meus olhos lacrimejarem. Em todos os lugares vimos pessoas carregando carros, e a maioria das empresas tiveram suas portas fechadas. Eu não poderia mesmo ver todo o vale, isso é o quão ruim a visibilidade estava.

Pelo menos as gêmeas eram fáceis de detectar fora da escola. Elas pareciam apenas como Carrie, mas elas tinham a altura de Darren. Acenei e elas vieram correndo, me engolindo em seus abraços.

— Obrigado por ter vindo para nos pegar — disse Rebecca. Sua irmã, Anna, concordou com a cabeça.

— Isso é super assustador — ela acrescentou. — Podemos parar em casa para pegar algumas das nossas coisas?

— Se você for rápida — eu disse a elas. — Mas não há muito espaço no porta-malas. Ela terá de ser pequena o suficiente para manter em seu colo, e você vai ficar espremida na parte de trás com meu pai.

— Você acha que a cidade vai queimar? — Perguntou Rebecca, sua voz trêmula.

— É apenas o nível dois — lembrei a ela, tentando não demonstrar qualquer um dos meus próprios nervos. — Mas temos de estar prontos.

— Eu não quero perder todas as minhas coisas — Anna gemeu.

— Vamos nos preocupar em ficar seguros, tudo bem? — Eu lembrei. — A primeira coisa, e eu duvido que você vai perder algo, mas se você perder, está além do nosso controle. Não há nada que você possua, que vale a pena morrer.

Sua boca se fechou, e por um minuto me senti culpada, porque isso era um pouco duro. Então a culpa passou, porque eu tinha coisas mais importantes para me preocupar, como certificar-me de que nenhum de nós queimasse. Sra. Webbly cuidou das meninas, e eu tenho que dizer, ela foi brilhante. Ela falou brilhantemente o tempo todo, dizendo-lhes sobre as outras evacuações que tinha experimentado ao longo das décadas.

— As florestas têm que queimar — ela recordou-nos. — Se elas não o fizerem, as novas árvores não podem crescer.

Levou apenas dez minutos para as gêmeas jogarem juntas suas mochilas. Deixamos os anciãos no carro na casa de Carrie e Darren, enquanto as meninas embalavam, andei pela casa com uma sacola de supermercado leve, recolhendo o laptop, e as joias da avó de Carrie, assim como muitas fotos da família que eu pude encontrar. Então nós voltamos ao nosso lugar, passando pela porta da polícia. As meninas conversavam nervosamente enquanto Mary Webbly e eu compartilhamos um olhar.

Eu não me importava quantas vezes ela tinha sido evacuada, esta foi oficialmente a mais assustadora.

 

 

GAGE

 

A estação de despejo tinha apenas dez milhas da sede do clube, mas que nos levou quase meia hora para alcançá-la, porque a visibilidade estava muito ruim. Nós puxamos para fora em um ponto para falar sobre se virar, mas realmente foi apenas fumaça, todos os fogos foram para o sul. Se fosse alguma coisa, nós estávamos montando longe do perigo. Ainda não gostava de estar tão longe de Tinker, embora.

Deveria ter desligado quando Tália chamou.

Assim que paramos na estação, o que era tudo menos uma estação — era mais uma linha de lixeiras em um estacionamento de terra, Taz e Hunter procuraram um lugar para esconder as motos. Eles encontraram uma estrada de acesso do antigo serviço florestal de volta nas árvores que foi perfeito. Elas estariam escondidas nas árvores, mas ainda de fácil acesso. Nós tínhamos acabado de configurar tudo quando um alerta de emergência bateu no meu telefone.

Aviso de evacuação de nível dois para Hallies Falls.

Porra.

— Talia vai ter que esperar, — eu disse a Pic, segurando o telefone. Ele puxou o dele, parecendo pensativo.

— Não há alerta no meu — disse ele.

— Nem no meu — Taz adicionou, mas Hunter sacudiu a cabeça.

— Veio pelo meu.

— A cobertura é irregular como o inferno em áreas como esta no melhor dos tempos — Pic concluiu. — Você tem uma torre desligada e tudo é possível.

— Deixe-me chamar Tinker, certificar-me de que ela está bem — eu disse. — Então, podemos ir.

Disquei o número dela, eu esperava o telefone tocar. Em vez disso, eu tenho uma mensagem de erro dizendo que a chamada não pôde ser concluída.

— Foda-se — eu murmurei. — A chamada não completa. Vou tentar enviar-lhe um texto, mas eu preciso voltar lá. Ela e seu pai e.. merda. Tudo o que ela tem para evacuar é o Mustang. BB está lá, mas ele está em uma moto de modo que não é bom. Se for um nível três, eu posso carregá-los no bagageiro da Semi, e se isso não pode fazê-lo através do fogo, nada pode.

— Sim, você está certo — disse Pic. — O resto desta merda pode esperar. Não entre em pânico, no entanto. Nível dois não é bom, mas não é uma ordem de evacuação completa.

— Vai descer ao vento — acrescentou Hunter, franzindo o cenho. — Pense que está pegando.

Como se ouvindo suas palavras, os pinheiros maciços de idade avançaram acima de nós, começaram a balançar. Eu bati o número de Tinker e tentei chamá-la novamente, eu tenho a mesma mensagem de erro.

Droga.

Talvez um texto passasse. Digitando uma mensagem rápido, comecei a correr para minha moto.

 

 

TINKER

 

No momento em que atingi o prédio de apartamentos, Carrie tinha ligado dizendo que a estrada foi fechada, portanto ela tinha que dirigir em torno ao longo caminho. Isso significava duas horas, no mínimo, antes que ela voltasse à cidade, assumindo que essas estradas consigam permanecer abertas. Fizemos planos para as gêmeas ficarem comigo na minha casa, concordando que, se a ordem de evacuação vier, eu as levo comigo.

Sra. Webbly levou o papai e as meninas para dentro da casa para comerem o almoço enquanto eu comecei a fazer uma ronda no edifício. Vários dos inquilinos tinham decidido sair. Sadie e sua família tinham acabado de embalar, e o resto já tinham seus planos. Este foi um grande alívio, porque não importa o quão apertado ou espremido nós estamos, de nenhuma maneira que eu estaria recebendo mais pessoas no meu carro.

Nós não precisávamos sair ainda, mas em breve. Eu tinha começado a ir para o outro lado do pátio, quando o telefone tocou.

Margarita.

— Hey, — eu disse.

— Vocês estão bem? — Perguntou ela, ansiosa.

— Por agora sim — eu disse. — Eu estou esperando por Carrie para entregar-lhe as meninas que estão comigo. A fumaça está muito ruim, e algumas pessoas já estão saindo. Nós estamos assistindo agora. Eu já embalei, tanto quanto o carro pode conter.

— Isso é bom, — ela disse lentamente. — Hum, vou enviar um link para você. É para um dos canais de notícias, o seu fluxo é ao vivo. Não se desespere, ok? Eles acabaram de anunciar uma entrevista que está chegando, uma que você provavelmente vai querer ver.

— OK... — Eu respondi. — O que está acontecendo?

— Vamos apenas assistir e ver o que acontece — ela respondeu, com a voz tensa. — Então me ligue de volta, se você precisar falar.

Nossa. Nada sinistro nisso. Ela desligou, e segundos depois um texto veio com um link para uma estação de notícias de Seattle. Toquei-o, preparando-me quando a pequena carga circulou ao redor. Em seguida, o vídeo começou e eu vi um Brandon na frente da nossa casa.

Ele parecia muito sério quando a repórter loira levantou seu microfone.

— Aqui é Melissa Swartz, ao vivo, com Brandon Graham, que é diretor de divisão criminal do King County Procurador. Sr. Graham, você pode nos contar sobre sua esposa e o que você sabe de sua situação?

Ela se virou para ele, a preocupação estampada em seu rosto. Ele acenou com a cabeça, o retrato de um marido preocupado.

— Tinker está em Hallies Falls com seu pai, em sua casa de família — disse ele. — Estamos muito preocupados com a sua segurança, é claro, porque as autoridades acabam de anunciar um nível dois de evacuação alertando a cidade. Eu acho que é importante para todos nós lembrarmos que pessoas reais estão sofrendo agora, a minha mulher entre eles. Felizmente, ela tem uma casa aqui em Seattle, para que ela não corra o risco de perder tudo. Assim, muitos dos nossos amigos na área podem não ter tanta sorte.

A pressão começou a subir. Amigos? Brandon não tem amigos aqui. Ele só veio me visitar talvez três vezes nos últimos dez anos, a porra do hipócrita.

— Tem sido estressante, vendo isso acontecer? Você está planejando viajar para a área?

Brandon suspirou, balançando a cabeça. — As autoridades pediram-nos para ficar longe. Então, muitas estradas estão fechadas, e aquelas que são necessárias estão abertas para serem mantidas limpas para serviços de emergência e aqueles que estão evacuando.

— Você já esteve em contato com Tinker? — Perguntou ela. — Ela descreveu como está a cidade?

— Estamos em estreito contato — Brandon disse a ela. — Eu admito, como marido, o que eu realmente quero fazer é ir para ela. Mas, como um funcionário público, eu entendo o quanto é importante para todos nós trabalharmos juntos. Este é um estado de emergência, e os moradores de King County pode ajudar mais, oferecendo abrigo e angariar fundos para ajudar aqueles em necessidade. Nós apenas esperamos que a casa da família de Tinker não esteja perdida. Eu sei que iria quebrar seu coração. Em uma nota menos pessoal, eu quero que todos saibam, em nome da aplicação da lei e toda a comunidade jurídica que vamos investigar as causas desses incêndios, e se eles forem comprovados criminosos, não vamos descansar até que os seus autores sejam encontrados e punidos.

Melissa assentiu gravemente como alimentação comutada de volta para a âncora principal. Parei a transmissão, então respirei fundo, tentando me acalmar. A fumaça era pesada o suficiente para que eu começasse a tossir em seu lugar.

Como ele ousa?

— Que babaca — eu murmurei, indo para a cozinha. Eu busco através de meus contatos, encontro o número de Brandon e confronto-o.

— Tinker? — Perguntou. — Está tudo bem, querida?

— Você ainda está aí com a repórter, não é?

— Sim — disse ele lentamente. — Estamos todos tão preocupados com você. Basta arrumar o seu pai e voltar para casa, certo? Vou me sentir muito melhor quando você estiver fora de lá.

— Esta não é minha casa e você é o último homem que eu recorreria para pedir ajuda — eu disse a ele. Eu ouvi sua mão abafando o telefone quando ele pediu a repórter para desculpá-lo.

— Este não é o momento certo para isso, Tinker. Pare de ser tão melodramática.

— Se você quer ajudar, envie seus papéis financeiros para o meu advogado — Eu falei. — Ou há algum tipo de problema? Que tal isso, você me deixa me preocupar com evacuação e você se preocupa se a sua documentação pode resistir a auditoria forense. Eu tenho ouvido alguns rumores feios recentemente. Tem alguma coisa que você quer me dizer?

Silêncio.

Claro, que era bom demais para durar. Brandon sempre caiu em pé. — Eu não sei o que você está falando, mas podemos lidar com isso mais tarde. Eu te amo. Eu preciso de você. Venha para casa, para que possamos seguir em frente com nossas vidas.

— Quantas vezes eu tenho que dizer a mesma coisa antes de você me ouvir? — Perguntei. — Brandon, há incêndios em todos os lugares. As pessoas poderiam perder suas casas, mas tudo que você vê é uma oportunidade para a publicidade. É nojento. Você é nojento. E o que é essa merda de trazer as pessoas à justiça? Nenhum dos incêndios estão nem perto de sua jurisdição!

— Tinker, eu não me importo com publicidade — ele respondeu, com sua voz paternal. — Você acha que é tudo sobre a campanha, mas não é. É sobre querer você de volta na minha vida.

— Você realmente é louco por mim? — Perguntei. — Você me quer de volta? Deixe-me adivinhar, você me ama incondicionalmente e então tudo vai ser flores e rosas se eu voltar para casa, certo?

— As coisas serão diferentes — insistiu, sua voz baixa. — Eu prometo. E, claro, meu amor é incondicional. Sempre foi.

Mentiroso. Tempo para chamá-lo acabou.

— Ok, Brandon, eu vou fazer uma oferta.

— O quê? — Ele perguntou, sua voz ansiosa. — Você não vai se arrepender, Tinker. Estamos bem, você sabe que é verdade somos perfeitos.

— Uma vez que eu voltar para dentro da casa, eu vou fazer o upload de uma fita de sexo na internet, e então eu estou enviando o link para todos que eu conheço, em Seattle. Incluindo as pessoas em seu escritório — eu disse, sorrindo presunçosamente. — Ela vai fazer você parecer terrível e provavelmente arruinar suas esperanças de campanha, mas isso não é nada comparado a salvar o nosso amor, certo?

Brandon não respondeu, e eu ri, saboreando o momento.

— Você fez uma fita de sexo de nós? — Ele finalmente perguntou. — Tinker, como você pode?

— Não, com você porra de egomaníaco, fiz uma fita de sexo com outra pessoa. Eu não fiz isso de propósito, mas existe. Agora ele não está sendo espalhado longe demais, pelo menos que eu saiba. Eu prefiro ficar assim, mas se for preciso um vídeo de eu fodendo um stripper em um quarto de hotel público para tirar você da minha vida, vale a pena. Última chance, Brandon. Você me quer, me diga para fazer o upload e eu dirijo para Seattle. Vai ser áspero, todos os seus amigos e colegas de trabalho vão vê-lo, mas como você disse, o nosso amor é incondicional, por isso vamos sobreviver a isso, não é?

Eu ouvi um barulho de asfixia através do telefone e eu ri novamente, sentindo-me liberada.

— Vai arruinar sua campanha — eu continuei, saboreando cada palavra. — Destruir sua reputação. Você vai ser uma piada e todos saberão que você está mentindo sobre o nosso casamento. Ou posso manter minha boca fechada e você pode enviar a porra da papelada para o meu advogado. O que é que vai ser, Brandon? O verdadeiro amor para sempre ou um divórcio?

— EU... Eu não posso acreditar, Tinker, como você pôde fazer isso?

— Eu vou dar-lhe trinta segundos. Então eu vou desligar e apertar o botão de upload.

— Não! — Disse. — Ok, você ganhou. Meu advogado vai falar com o seu. Nós vamos chegar a papelada.

Tanto para o amor incondicional.

— Adorável — eu respondi. — Certifique-se de que está tudo legal. Eu odiaria ver quaisquer verdades desagradáveis sair na corte de divórcio. Seja qual for a merda que você está puxando, ela não vai me tocar. Seja prudente, Brandon, e não me foda.

Então eu desliguei o telefone e entrei pela porta lateral, sentindo como se eu tivesse perdido cinquenta quilos. Bem, provavelmente mais como um cento e setenta, pelo menos, isso é o que disse sobre sua carteira de motorista. Deveria ter feito isso há muito tempo, porque eu sabia uma coisa com certeza. Eu realmente preferia carregar o vídeo para todos na terra verem do que voltar para o jumento mentiroso.

— Você está bem, querida? — Perguntou papai, vagando na cozinha. Eu sorri para ele brilhantemente.

— Estou ótima — eu disse a ele. — Finalmente descobri como fazer Brandon seguir em frente no divórcio.

— Isso parece promissor — ele respondeu, retornando o meu sorriso. — Nunca gostei daquele sujeito. Você acha que poderia entrar na sala de estar? Há alguém na porta que gostaria de falar com você. Diz que seu nome é BB. Grandalhão, vestindo um colete de couro.

Eu segui meu pai de volta para a sala, onde com certeza, havia um grande cara de pé ao lado da porta vestindo um colete de couro dos Reapers MC. Ele era construído como um urso de pelúcia, todo redondo e macio me olhando. Sua pele estava meio escura e seu cabelo estava puxado para trás em uma longa trança.

— Oi — eu disse, perguntando por que ele estava aqui. — Você deve ser amigo de Gage.

— Eu sou um prospecto dos Reapers, Sra. Garrett — disse ele, com a voz muito educada. — Meu nome é BB, e fui designado para manter um olho em você hoje. Estive viajando por vinte ou trinta minutos, mas a fumaça é muito ruim e está ficando mais difícil respirar lá fora. Achei que seria melhor se eu entrasse e me apresentasse.

Ouvi uma risadinha, olhei para encontrar as gêmeas e Sra. Webbly nos assistindo da escada.

— O que quer dizer, manter um olho em mim? — Eu perguntei lentamente, tentando processar suas palavras.

— Nós tivemos alguém cuidando de você sempre que Gage não está por perto, desde as prisões neste fim de semana — disse ele sinceramente. — Ele está preocupado que alguém pode vir e te machucar, muito provavelmente aquela garota Tália.

Eu levantei a mão, interrompendo-o.

— Eu imagino — disse eu, tentando decidir como eu me sentia sobre isso. Por um lado, era o mesmo tipo de controle e besteira que Brandon iria puxar. Por outro lado, eu tinha sido atacada ontem à noite em um bar público, por uma mulher louca. Ter alguém ao redor no caso dela decidir voltar não era uma má ideia. — Então, qual é o seu plano?

— Eu gostaria de ficar aqui com você — disse ele. — Eu não ouvi de Gage ou Picnic, ele é o presidente, e eles não estão respondendo aos meus textos. Até minhas ordens mudarem, é o meu trabalho mantê-la segura.

Eu estudei ele, balançando a cabeça. BB parecia muito sério, mas também muito jovem. Apenas o que eu precisava. Outro garoto para pastorear.

— Já almoçou? — Perguntou a Sra. Webbly, descendo as escadas. Ele balançou a cabeça, parecendo envergonhado.

De repente, uma explosão maciça explodiu no ar, e a casa inteira tremeu. Nós todos olhamos um para o outro, os olhos arregalados.

— Que diabos foi isso? — Perguntou Rebecca, com a voz trêmula.

— Eu não sei — eu disse, enquanto as sirenes da polícia começaram a chorar. — Algum tipo de explosão.

— Eu vou olhar lá fora — disse BB.

— Eu vou com você — eu disse a ele, mas ele balançou a cabeça.

— É o meu trabalho mantê-la segura.

— Se tudo isso veio para nós, estamos fodidos — eu disse sem rodeios. — Vamos juntos.

Ele engoliu em seco e balançou a cabeça, abrindo a porta da frente. Saímos juntos para encontrar ainda mais fumaça ondulante. A visibilidade tornava difícil saber ao certo o que tinha acontecido, mas parecia haver uma pluma grande subindo ao norte da cidade.

Isso foi quando ambos os nossos telefones tocaram, e eu olhei para baixo para encontrar um outro alerta.

Nível de evacuação três imediato para todos os residentes Hallies Falls e da área circundante.

BB e eu compartilhamos um olhar, e então eu corri para a porta. No interior, as meninas estavam em pânico. Mary Webbly me lançou um olhar questionando afiada.

— Houve uma explosão ao norte da cidade — eu disse, perguntando o que diabos poderia ter causado isso. Não havia muito lá em cima, apenas as árvores e o clube dos Nighthawks. Havia um depósito de combustível da floresta, mas que era para o leste. — Temos de evacuar. Vão para o carro. Vocês estarão seguras com a gente, meninas.

— E o meu pai? Ele está lá fora lutando contra isso! — Havia um toque de histeria na voz de Anna.

— Se acalme, — eu disse, minha voz firme. — Seu pai é forte e esperto. Ele vai ficar bem, mas só se ele souber que você está segura. Para o carro. Agora. BB, você vai ter que andar de moto, não há espaço para você no Mustang. Basta ficar perto de mim e nós vamos passar por isso muito bem.

Eu espero.

Agarrando minhas chaves e bolsa, eu levei-os para fora da porta da frente, tentando não entrar em pânico. Então eu atravessei, fechando e trancando-a atrás de mim. Engraçado, todos esses meses eu queria obter o inferno fora de Hallies Falls, mas agora o pensamento de perder minha casa era quase mais do que eu poderia segurar.

— Cuide bem dela, mamãe — eu sussurrei, colocando minha mão contra a madeira escura. Esperançosamente ela estaria lá em algum lugar, escutando. Um olhar rápido em torno do estacionamento mostrou que o resto dos inquilinos já tinham ido embora. O Semi de Gage ainda estava estacionado atrás do edifício. Esperava que fosse seguro. Retirando meu telefone, eu tentei ligar para ele, mas ele não iria atender, então eu mandei uma mensagem para ele em seu lugar.

Então eu corri até o Mustang e subi no assento do motorista.

— Todo mundo está pronto?

— Vamos, — disse a Sra. Webbly. — Vai ser bom encontrar um pouco de ar fresco.

Eu coloquei a chave na ignição, ligando-o.

Nada.

Franzindo a testa, tentei novamente. Mais nada.

— Você está brincando comigo? — Perguntei, batendo o volante com a palma da minha mão. — De maneira nenhuma. Isso não pode estar acontecendo.

— Parece que você precisa de uma bateria nova — disse papai. — Eu vou para a loja de ferragens no final da tarde, pegarei uma.

— Não agora, Tom — disse a Sra. Webbly. — Tinker, qual é o nosso plano B?

Eu não respondi, porque eu não tinha uma maldita ideia.

 

 

GAGE

 

Fomos talvez uma milha fora de Hallies Falls quando uma explosão aconteceu. Um grande boom, massivo que sacudiu as árvores e ecoou na colina, em seguida, uma nova nuvem de fumaça subiu pelo ar. Pic ficou agitado, e todos nós puxamos para o lado da estrada.

— Jesus, o que você acha que foi? — Perguntou Taz, olhando sombrio.

— Nada de bom — Pic respondeu. — Eu vou chegar a BB. Gage, você chama Tinker.

— Caminho à frente de você, chefe — eu disse, levantando o telefone para meu ouvido. Desta vez, nem sequer um pequeno sinal antes da voz mecânica dizer que a chamada não pôde ser concluída.

— Foda-se — eu murmurei, em seguida, enviei-lhe um texto, esperando que ela iria passar por isso.

— Eu não posso alcançar BB — disse Pic. — Ele vai ficar com Tinker, embora. Não está muito longe agora.

Eu já estava chutando a minha moto de volta à vida. — Nenhuma sorte em ou meu fim, qualquer um. Estou indo para a sua casa.

— Logo atrás de você — disse Pic.

— Nós vamos estar com você — acrescentou Hunter. Taz assentiu, e eu puxei de volta para a estrada. Nós já tínhamos atingido o clube, embora eu não iria parar lá. A fumaça começou a crescer mais grossa, e então eu vi chamas lambendo através das árvores no lado oeste da estrada.

Porra.

Calor rolou em ondas infernais, as chamas explodindo para cima, saltando de árvore em árvore. A gravidade da situação ocorreu-me, se uma daquelas cair do outro lado da estrada, nós estaríamos bem e verdadeiramente fodidos. Acelerando, rasguei pela estrada, puxando em torno de uma curva larga para encontrar o clube dos Raiders Nighthawk completamente envolvido em mais chama.

PUTA.QUE.PARIU

Fogo estava em toda parte, e com um pedaço do telhado que cobria metade da estrada. Essa explosão tinha sido o clube.

Que diabo tinha acontecido aqui?

Não que isso importasse, eu percebi, retardando a moto para dirigir em torno da seção do telhado. Seja o que for que causou isso, a cidade estava condenada a menos que houvesse algum tipo de milagre. Fogo, ao sul, e agora este, no norte.

Esquivando-me dos detritos, que consegui passar o clube, e eu acelerei novamente. Menos de uma milha para a cidade agora. Um carro da polícia veio gritando por nós, indo na direção oposta. Eu esperava que houvesse bombeiros atrás dele. Se não houvesse, eles seriam espertos para virar as costas e correr.

 

 

TINKER

 

— Nós temos que achar alguém para nos dar um salto — eu disse, então olhei para BB, sentado atrás de nós em sua moto. — A menos que... Você pode pular um carro usando uma moto?

— Nós vamos descobrir, — disse a Sra. Webbly, sua voz sombria. Eu balancei a cabeça com força, em seguida, sai do carro e corri de volta para onde BB sentou-se à espera de nós.

— O carro não está dando partida — eu disse sem rodeios. — Podemos puxar com sua moto?

Ele franziu a testa enquanto olhava sua moto.

— Eu não sei — admitiu. — Eu acho que nós poderíamos tentar. Tenho cabos no meu alforje.

— Precisamos dar o fora daqui — eu disse a ele, sentindo-me doente. Olhando em volta, vi um outro carro puxando para fora do bairro, à distância, mas a maioria das casas pareciam já estar vazias.

— Vamos fazer isso — disse ele. — Eu vou puxar ao redor da frente. Se funcionar, comece a dirigir e não pare, não importa o quê aconteça.

Dois minutos depois, a capa foi para cima e os cabos foram ligados. BB virou a moto. Voltando atrás do banco do motorista, eu disse uma pequena oração, empurrei na embreagem, e girei a chave.

Nada.

— Nós estamos tão fodidos — Anna sussurrou. Me endireitei.

— Não fale assim — eu disse. — Tenho certeza que a polícia vai fazer um passeio, provavelmente com um megafone ou algo assim. Nem todos têm telefones celulares para receber o alerta. Eu posso ouvir sirenes vindo do início em algum lugar, agradecemos por chamar o 911. Eles vão descobrir um passeio para nós.

Saí para fora do carro quando BB desconectou os terminais da bateria.

— Desculpe — disse ele. — Isso é um passeio doce, mas você vai ter que deixar isso para trás.

— Merda acontece — eu murmurei, chegando para o meu telefone. Em seguida, o som de motores de motos retumbaram através do ar, e eu olhei para cima para ver Gage e três motoqueiros deslizar na rua. Segundos depois, eles fazem uma parada em torno de nós. Eu já estava fora do carro, desejando que eu pudesse gritar e abraçá-lo, mas não houve tempo.

As primeiras palavras da sua boca foram: — Por que diabos vocês não foram evacuados ainda?

— O carro não dá partida — eu disse laconicamente. Meu telefone tocou, e eu olhei para baixo para ver um outro aviso de emergência. Moradores de Hallies Falls devem evacuar imediatamente. O pessoal dos serviços de emergência não estariam disponível para ajudar aqueles que se recusaram a evacuar. A polícia iria tentar patrulhar todas as ruas e alertar todos os residentes, mas pediram a todos para verificarem seus vizinhos e prestar-lhes assistência, em particular os idosos e enfermos.

Em outras palavras, sair agora ou você está por conta própria.

— Coloque-os no caminhão — disse um homem mais velho usando equipamento dos Reapers.

— Este é Picnic, ele é meu presidente — disse Gage. — E ele está certo, entrem no caminhão.

Eu sacudiu a cabeça para a Semi.

— Ok — eu disse, não a ponto de discutir. Virei-me para gritar. — Todo mundo para fora do carro! Estamos indo no Semi.

— Comece a aquecer, — Picnic disse para Gage, em seguida, olha para mim. — Nós vamos sair assim que nós soubermos que você tem um veículo funcionando. O fogo está indo para a cidade rapidamente. Rápido. Tivemos que andar por ele até chegar aqui. Não há mais tempo para desperdiçar.

Papai, Sra. Webbly, e as meninas saíram do Mustang como palhaços que se derramam fora de um carro de circo. Ninguém riu, embora. BB ajudou a Sra. Webbly do outro lado do gramado. Eu orientei todos para o lado do passageiro do caminhão grande. A porta se abriu e as meninas pularam como gazelas. Pobre Sra. Webbly não poderia mesmo obter seu pé até um passo. BB levantou, todos, mas jogando-a para o carro. Ela caiu no assento, e por um instante pensei que ela tinha se machucado. Em seguida, as meninas estavam agarrando seus braços, puxando-a para a parte de trás. Meu pai seguiu, e eu estava atrás dele, observando quando BB correu de volta para sua moto.

Foi quando eu percebi o caminhão não tinha realmente começado ainda.

— Por que ele não está funcionando? — Perguntei a Gage.

— Leva um minuto para aquecer, — disse ele. — Não se preocupe.

Com certeza, o caminhão rugiu para a vida quando ele virou a chave para a posição de funcionamento. Estendi a mão para o cinto de segurança, em seguida, ele puxou o Semi para a frente e para fora da garagem. Picnic, BB, e os outros partiram à nossa frente, e nós estávamos no nosso caminho.

 

• • •

 

As próximas quatro horas foram indescritivelmente terríveis.

De acordo com a rádio e os alertas que mantivemos, a rota de evacuação segura significava dirigir para o leste através de Loup Loup Pass, o que significava que todos estariam presos juntos na mesma estrada de duas pistas, avançando lentamente para longe do fogo para as próximas sessenta milhas. Se outro incêndio bloqueasse o caminho, estaríamos fodidos.

— Você acha que isso é uma boa ideia? — Perguntei a Gage em voz baixa. — Eu sei que a estrada para o sul está fechada, mas...

— A estrada do norte está em chamas — disse ele severamente. — E os incêndios são ainda piores para o oeste, de modo que este é o melhor que temos. Quem são as meninas?

Eu dei uma risada assustada. — Desculpe, esqueci as apresentações. Estas são Rebecca e Anna, elas são as crianças de Carrie. Ela está fora da cidade. Merda, meninas, vocês falaram com ela?

— Eu mandei uma mensagem para ela enquanto estávamos à espera em seu carro — disse Rebecca. — E novamente quando começou a dirigir. Ela não respondeu. Estou preocupada com o meu pai.

— Vou ligar para ela — eu disse, estendendo a mão para o meu telefone. A voz robótica me disse que não foi possível concluir a chamada como discado. — Porcaria. Não completa.

— Você recebeu minhas mensagens antes? — Perguntou Gage. — Eu tentei ligar, também, mas sem sorte.

— Não tenho nada de você, mas eu não tinha nenhum problema de falar com Margarita em Olympia, — eu disse. — Acho que é tudo sobre onde você está e onde você está tentando chamar.

Chegamos à orla da cidade, e o caminhão estava mais lento. Olhei para fora para ver uma fila de carros à nossa frente, movendo-se lentamente através da fumaça. — Uau. Eu nem sequer percebi que haviam muitas pessoas em Hallies Falls.

— Nem eu — disse Anna, sua voz ainda apertada. — Será que vamos ficar presos aqui e queimar?

— Não — Gage disse com firmeza.

— E seus amigos em suas motos? Será que eles vão estar seguros?

— Eles não têm a proteção de um carro, mas eles podem ir muito mais rápido do que nós — ele respondeu. — Eles estão provavelmente a frente ao longo da estrada. Maior perigo é algum idiota em um carro bater-lhes na fumaça.

De repente eu percebi uma coisa. — Gage, sua moto...

— E quanto a isso? — Perguntou.

— Deixamos isso.

Ele me deu um olhar tenso rápido. — Claro que nós fizemos. É apenas uma moto, Tinker. O mundo está cheio delas. Você deixou o seu carro e sua casa. Tudo o que importa neste momento é você sair daqui viva.

Eu dei uma risada curta, porque é claro que ele estava certo. Meu Mustang estava lá em baixo, também. Mas ainda era bom saber que ele se importava comigo mais do que com sua moto.

Enquanto subíamos lentamente até o cume, eu era capaz de olhar para baixo para ver chamas enormes rasgando através das árvores ao norte de minha cidade natal. Havia também policiais cruzadores que se deslocam pelas ruas, seus faróis ligado para cortar através da fumaça, mas eu só vi um caminhão de bombeiros.

— Onde você acha que o resto dos bombeiros estão? — Perguntei a Gage quando nós seguimos o nosso caminho ao longo da encosta.

— Provavelmente ao sul da cidade, — disse ele. — Hoje cedo eles chamaram os voluntários, assim as coisas devem ser ainda piores lá em baixo. O perigo parecia ser a partir do sul, ninguém viu este vindo.

— Parece que o mundo inteiro está queimando — disse Anna. — Você acha que vamos perder a nossa casa?

— Tudo o que me interessa é a mãe e o pai — Rebecca disse a ela, fungando. Olhei para trás para encontra-la com os olhos vermelhos e com medo. — Papai está com isso. Você acha que ele vai ficar bem?

— Seu pai é esperto e seguro — eu disse, desejando me sentir metade tão calma quanto eu soei. — Ele sabe que você está comigo, e ele sabe que vai ficar segura. Você tem que confiar que ele e sua mãe podem cuidar de si mesmos, porque eles podem. Uma vez que todos nós sairmos daqui, vamos encontrá-los, e vocês estarão seguros e juntos novamente. Isso é tudo.

As meninas assentiram, embora eu não pudesse dizer se elas acreditaram em mim. Eu estava muito ocupada tentando acreditar em mim mesma.

Nós tínhamos acabado de chegar ao topo da serra quando ouvimos os primeiros motores de avião.

Gage puxou em torno de uma curva e de repente um grande avião passou, indo direto para a cidade. E eu quero dizer grande. Realmente grande como um avião que transporta passageiros em voos de cross country, e ele ainda tinha fileiras de janelas ao longo das laterais. Enquanto observávamos com os olhos arregalados, ele voou baixo sobre quedas de Halle, jogando uma nuvem maciça de vermelho a partir de sua barriga.

— O que é isso? — Perguntou Rebecca, sua trêmula voz.

— Retardador de fogo — eu disse. — Eles estão deixando cair sobre a cidade para tentar salvá-la. Eles vão salvar tanto quanto eles podem, talvez, salvar alguns dos edifícios.

— Eu espero que eles pulverizem nossa casa — Anna sussurrou.

Sim. Eu esperava que eles pulverizassem a minha também.

 

• • •

 

Demorou horas para chegar Okanogan, e eu estava apavorada a cada minuto. Surpreendentemente, a Sra. Webbly e meu pai tinham conseguido manter as meninas calmas. O beliche na parte de trás tinha sido dobrada em um banco, e eles colocaram uma pequena mesa. Papai estava ensinando-lhes como jogar poker. Sra. Webbly estava ensinando-lhes como fazer trapaças.

Felizmente, eu tinha o serviço de celular de volta, uma vez que tinha apagado o vale, o meu telefone pipocou rápido como texto após texto de Carrie chegando. Os telefones das meninas estavam fazendo o mesmo. Eu disquei o número de Carrie e desta vez ela respondeu.

— Vocês saíram bem? Onde estão as meninas? — Ela perguntou.

— Elas estão na Semi de Gage comigo — eu disse, virando-me para vê-las me observando ansiosamente. — É a sua mãe.

— E sobre o papai?

— Você já ouviu falar de Darren? — Perguntei.

— Sim, ele está bem — disse ela, com a voz tensa. — Eles têm ele e os outros voluntários que fazem trabalhos de escavações para tentar controlar e parar o fogo. Não tenho a certeza que ele vai trabalhar. Eu vi o fogo saltar o rio quando fomos embora.

— Onde você está agora?

— Para o leste — disse ela. — Para Okanogan. Você?

— Provavelmente na mesma estrada como você — eu disse, caindo de volta para o banco. — Graças a Deus por isso. Você quer falar com as crianças?

— Por favor — disse ela. Virei-me e entreguei o telefone para elas quando Rebecca explodiu em lágrimas altas.

— Senhoras, por favor, tente manter-se sob controle — Gage disse, a voz tensa. — Eu estou tentando me concentrar. Visibilidade é uma merda.

— Desculpe — Rebecca pediu desculpas, e suas vozes se aquietaram. Sentei-me e vi quando a linha se movendo lentamente de veículos avançava para a frente. Depois de alguns minutos, Anna tocou meu ombro.

— Mamãe quer falar com você de novo.

Peguei o telefone e segurei-o no meu ouvido, falando em voz baixa. — Ei, se sentindo melhor?

— Muito obrigada — disse ela, e parecia que ela estava chorando. — Eu nunca vou ser capaz de lhe agradecer o suficiente. Acho que este foi o pior dia da minha vida. Eu não posso acreditar que tudo aconteceu tão rápido.

— Como está a sua tia?

— Foi horrível — ela me disse. — Tivemos de evacuar mais rapidamente do que o previsto, e nada deu certo. Tia Rubi monta cavalos, havia doze deles na fazenda, mas seu trailer só carrega oito. Conseguimos carregar seis antes do xerife puxar-nos para cima e dizer-nos para sair enquanto ainda podia.

Engoli em seco.

— Ah Merda.

— Nós deixamos eles soltos, — ela disse com tristeza. — Esperemos que eles se salvem. Os agricultores de cima a baixo do vale estão deixando seus rebanhos livres e esperando o melhor.

— Então, eu acho que nós vamos vê-la em Okanogan? — Perguntei.

— Sim. Vou pegar as meninas de você, e então vamos descobrir o que vamos fazer.

— Eu te amo — eu disse.

— Amo você também. Dirija com cuidado.

 

 

GAGE

 

Nós nos encontramos com Carrie no estacionamento do Safeway em Okanogan.

As gêmeas a abraçaram e então ela abraçou Tinker. Todo mundo parecia estar chorando, mas eu estava apenas aliviado que tínhamos saído de lá. Retirando meu telefone, eu andei ao lado do caminhão para alguma privacidade, então verifiquei minhas mensagens.

Houve um texto de Pic dizendo que eles chegaram em segurança, e que eles estariam dirigindo-se para Coeur d'Alene em breve. Aquele tinha vindo através de uma hora atrás. Eu enviei mensagens para ele de volta.

 

EU: Em Okanogan. Pegando comida e então começamos a CDA. Por favor, peça as meninas para reunir algumas coisas para Tinker seu pai e sua vizinha.

 

De repente, alguém me bateu por trás, braços envolvendo firmemente em volta do meu corpo em um aperto poderoso. Meus instintos eram para bater o atacante contra o caminhão, mas de alguma forma eu consegui me controlar tempo suficiente para perceber que ela não era uma ameaça.

— Obrigada — Carrie soluçou contra minhas costas. — Muito obrigada por salvar meus bebês. Eu estava tão assustada, mas eu sabia que Tinker iria tirá-las. E você ajudou. Eu sinto muito pela maneira como eu odiava você e pensei que você era horrível. Eu não me importo quem você é. Tudo que me importa é que minhas filhas estão vivas e eu nunca, nunca esquecerei o que você fez hoje.

Para uma coisinha tão pequena ela era forte, e ela me levou alguns segundos para erguer as mãos livres. Então eu me virei para ela e obtive um segundo abraço, um presente de frente. Tinker estava logo atrás dela, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Nós fizemos isso — disse ela, segurando meu olhar. — Obrigada, Gage.

— Você teria feito isso sem mim — eu disse a ela. Ela encolheu os ombros.

— Eu gostaria de pensar assim — disse ela, e ela parecia exausta. — Mas o fato é que, quando eu precisei de você, você estava lá.

— Isso é o nós que fazemos — eu disse simplesmente.

— Nós?

— Os Reapers — eu respondi. — Quando precisamos uns dos outros, nós estamos lá. E você está comigo, agora. Tinker. Você nunca precisará ficar sozinha novamente.

Carrie soltou seu aperto, afastando-se. — Eu acho que você está abraçando a mulher errada.

Tinker sorriu, em seguida, aproximou-se de mim quando a puxei em meus braços. Para o que poderia ter sido a primeira vez em sua vida, Carrie mostrou alguma discrição e andava ao redor do caminhão para nos dar alguma privacidade. Inclinei-me, cheirando seu cabelo.

Fumaça... Sem pêssegos.

— Será que tudo isso realmente aconteceu? — Tinker perguntou contra o meu peito. — É como algo saído de um filme.

— Sim, eu tenho certeza que isso aconteceu — eu disse, embora eu sabia o que ela queria dizer. No dia me senti como num pesadelo estranho, desligado da realidade.

— Agora o que vamos fazer? — Ela perguntou, olhando para mim. — Carrie e Darren estão indo para ficar com parentes em Spokane. Se você está dirigindo de volta para Coeur d'Alene, você estaria disposto a nos deixar lá? Ela não tem muito espaço no carro. Está cheio de coisas da casa de sua tia.

— Claro que não — eu disse a ela, estreitando os olhos. — Você está vindo para casa comigo. Eu já enviei mensagens para o clube, eles vão reunir tudo o que você precisa. Você vai ficar em Coeur d'Alene no meu lugar até que seja seguro ir para casa.

— Tem certeza? — Perguntou ela. — Quer dizer, eu sei que nós dormimos juntos algumas vezes, mas...

Inclinando-me para baixo, eu pego os lábios em um beijo duro, dirigindo minha língua profunda porque a mulher, obviamente, não deve ser autorizada a falar mais, não se esta planejando falar merda assim. O beijo não durou tempo suficiente, nem mesmo perto, mas pelo tempo que eu puxei para trás seus olhos foram afetados e seus lábios estavam inchados.

— Nós estamos indo para Coeur d'Alene, — eu disse a ela. — E então nós vamos descobrir essa merda. Entendeu?

Tinker balançou a cabeça, em seguida, me deu um sorriso lento.

— Entendi — ela sussurrou, e eu a beijei novamente.

 

• • •

 

Demorou uma hora para todos serem transferidos e liquidados. Tom e Mary Webbly estavam exaustos, por isso, tiramos o beliche e os deixamos dormir enquanto nós fomos fazer compras de um pouco de comida para a estrada. A loja estava cheia de refugiados, e em toda parte que olhei, vi os rostos exaustos de pessoas que eu conheci ao longo das últimas semanas. Em seguida, voltamos para o caminhão e partimos, Tinker caiu no assento ao meu lado, com o rosto desenhado e apertada mesmo durante o sono.

Foda-se, eu pensei, observando quando as listras amarelas da rodovia desapareceu atrás de nós. Conduzir este coisa era como dirigir um tanque.

Eu estava realmente sentindo falta da minha moto.

Claro, eu teria perdido Tinker e um inferno de muito mais, e havia uma Concessionária Harley em Spokane cheio de motos como a minha, e algumas muito mais agradáveis. Olhei novamente e toquei seu cabelo, correndo os dedos por ele. Deus, ela era linda.

Sim, foda-se a moto. Tudo o que eu precisava estava aqui.


Capítulo Vinte e Cinco

UMA SEMANA DEPOIS

TINKER

 

Sentei-me fora no convés de Gage, olhando quando um bando de perus selvagens vagavam abaixo de mim na encosta. Eu estava encantada a primeira vez que os vi, até que eu cheirava a merda deles. Era podre, como algo morto. Não só isso, limpá-lo era uma cadela real. O material era como lama e não se pode colhê-lo, a única maneira era pulverizar fora com a mangueira.

Essa era uma parte do norte de Idaho que eu não gostava.

Até agora, era a única parte.

Nós tivemos algumas coisas incríveis que aconteceram durante a semana passada, isso era certo. Por um lado, as mulheres Reapers foram muito legais. Eu não sei o que eu esperava, talvez versões mais antigas de Tália ou Sadie. Mas essas mulheres formaram uma forte irmandade que eu tinha em volta de mim como um cobertor acolhedor. Elas atacaram assim que nós entramos, entregando sacos de roupa limpa, produtos de higiene pessoal e cartões de presente para comprar qualquer outra coisa que possamos precisar. Sim, elas eram difíceis e algumas delas pareciam um pouco perigosas. Mas elas também eram doces, espertas e engraçadas, e tão acolhedoras que fez meu coração doer.

E elas adoram Gage.

Quando ele tinha chamado o clube de sua família, eu ainda não tinha entendido o que ele quis dizer. Eu cresci com a minha mãe e meu pai, e alguns primos distantes que viviam no sul de Utah. A cada dois anos nos reuníamos em um acampamento amigável, mas subjugado a meio caminho entre as duas casas. Os Reapers foram um alto enxame, de saída do amor familiar que tinha construído uma fortaleza de proteção em torno de todos que pertencia a eles, e eu percebi rapidamente na medida em que estavam em causa, que me incluía. Eles também incluíram meu pai e Mary Webbly.

Talvez fossem realmente tão bons, ou talvez desastres naturais apenas trazem o melhor nas pessoas, mas de qualquer forma, eu nunca experimentei tanta hospitalidade na minha vida.

Ao norte a paisagem Idaho era bonito, também, embora ainda estava longe de casa o ar estava cheio de fumaça. Eu tinha visto as imagens de satélite na TV, parecia que uma bomba tinha atingido o Estado de Washington. Imagens infernais enchem os noticiários, e vários bombeiros jovens perderam a vida quando seu caminhão quebrou, e as chamas atingiu-os.

Quanto a Hallies Falls, sabíamos que cerca de metade da cidade tinha queimado, mas não sei qual metade. Darren tinha tentado voltar e avaliar os danos, mas ele se voltou pela patrulha estadual. Mesmo agora, mais bombeiros de todo o mundo estavam chegando para ajudar, alguns vindo em torno dos caminhos da Austrália e Nova Zelândia.

Amanhã seria um grande dia.

Eles estariam abrindo a cidade para os residentes para voltar e verificar sua propriedade, embora não devemos ficar durante a noite. Depois de uma semana de incerteza, nós finalmente saberemos se o prédio ainda estava de pé.

Se eu tinha uma casa.

— Você está pronta? — Perguntou Gage, saindo para se sentar ao meu lado na espreguiçadeira. Ele vivia em um apartamento de dois quartos acima do rio, decorados inteiramente para solteiro. TV gigante, sofás confortáveis, sem plantas. Ele era melhor do que o apartamento que eu tinha dado a ele, e muito mais agradável. Eu me senti tipo de envergonhada com isso.

— Para amanhã, você quer dizer?

— Sim — disse ele, acariciando meu pescoço.

— Estou com medo — eu admiti. — É o que vamos encontrar. Ou não encontrar, para essa matéria. Eu sou tão grata, porém, por você e seu clube. Por tudo. Papai está no céu, a propósito. Eu sei que eu pensei que era uma má ideia no momento, mas ele ama sua sala na sede do clube. Estou começando a me perguntar se há algo acontecendo com ele e Mary Webbly. Eu não acho que ela deixou seu lado desde que saímos da cidade.

Gage sorriu. — Há alguma coisa. Não sei o que chamá-lo, mas está definitivamente lá. Eu sei que não tem muito tempo que sua mãe morreu, mas...

— Se ele está feliz, eu estou feliz — disse eu, suspirando quando eu me inclinei para trás nele. — Ele sempre vai amar minha mãe, não há dúvida disso. Mas a vida é curta, e ela não quer que ele esteja sozinho. Você tem que aproveitar ao máximo o que lhe é dado, porque nenhum de nós sabe quanto tempo nos resta.

— Isso é definitivamente verdade — disse ele. Eu tinha acabado de fazer a minha cabeça para beijá-lo quando o telefone tocou.

— Ignore-o — disse Gage.

— Eu não posso — eu respondi, rindo. — Eu estou esperando um telefonema do médico. Em toda a confusão deixamos os medicamentos de papai para trás. Tem sido um desafio, porque o nosso médico de família está longe e o especialista em Seattle não irá prescrever sem vê-lo. Pelo menos, tivemos um bom registro de tudo no meu e-mail, graças a toda essa documentação. O médico que vimos aqui foi bom e renovou a maioria das cautelas, mas havia um que papai tinha tomado que era realmente da minha mãe. Aparentemente é bastante especializado, não o que eles costumam recomendar.

Descendo, peguei o telefone e deslizei o dedo sobre a superfície para responder.

— Sra. Garrett? — Perguntou uma mulher. — Aqui é Brenda Gottlieb. Eu sou a enfermeira do Dr. Taylor, e ele me pediu para acompanhar sobre os medicamentos de seu pai.

— Obrigada por ligar — eu disse. — Qual é a história?

— A droga que ele tinha vindo a tomar, amitriptilina. Você disse que sua mãe estava usando-o para a depressão.

— Isso é o que meu pai me disse.

— E você vem planejando trazê-lo para um especialista em Seattle, para falar sobre sua função cognitiva?

— Sim.

— Dr. Taylor está preocupado que o medicamento pode estar relacionado a isso — disse ela. — Você vê, em uma pequena porcentagem de pacientes de menos de um por cento, na verdade, a amitriptilina pode causar confusão e até mesmo perda de memória. Ele gostaria que você falasse com um especialista local e obtenha o seu pai completamente avaliado. Você havia dito que seu estado mental piorou após a morte de sua mãe, quando ele começou os remédios?

— Sim — eu sussurrei sentando-me lentamente. — E ele tem estado muito bem esta semana, mesmo que ele não tenha sido tomado. Mais claro.

— Eu tenho uma referência para você com um especialista em Spokane — ela me disse. — Quanto mais cedo você tenha a avaliação feita, melhor. Dr. Taylor fez algumas chamadas. Eles podem fazê-lo na sexta-feira às onze.

— Obrigada — eu disse, sentindo-me atordoada.

— De nada — ela respondeu. — Cuidado com o seu pai e veja como ele está agindo. A medicação deve na maior parte estar fora do seu sistema até agora, embora varie de pessoa. Se ele continuar a esclarecer, isso é informação importante e seu médico precisa saber. Poderia estar causando uma série de sintomas.

— Obrigada — eu repeti, enquanto desliguei o telefone, atordoada. Gage olhou para mim.

— Você está bem? — Ele perguntou. Eu balancei a cabeça lentamente.

— Eu acho que eles apenas me disseram que os problemas de memória do pai pode ser causado por medicação — eu disse, sentindo-me atordoada. — Quero dizer, considere quão bem ele tem feito desde que chegamos aqui. Você esperaria que ele estivesse mais confuso, visto que evacuamos tão rápido e nada é familiar. Mas ele estar muito bem, mesmo em um lugar estranho.

Os olhos de Gage se arregalaram.

— Droga, isso seria incrível.

— Eu sei. Eu também estou com muito medo de ter esperança, mas faz muito sentido. De acordo com Mary, ele começou a desmoronar após a mãe morrer, e foi quando ele começou a tomá-lo. É difícil envolver minha cabeça ao redor.

Gage riu. — Ele é um bastardo de idade difícil, sem dúvida. Se alguém pudesse retirá-lo, seria Tom.

Virei-me para abraçá-lo, sentindo-me mais feliz do que eu estive em muito tempo. Eu ainda não sabia se eu tinha uma casa esperando por mim na Hallies Falls, mas naquele momento não importava. Eu tinha pessoas que se importavam comigo. Pessoas reais. E talvez eu não fosse perder meu pai, afinal. Parecia bom demais para ser verdade, mas realmente explicava muito.

— Eu tenho uma ideia — Gage disse enquanto eu relaxei em seus braços, sentindo-me como se um enorme peso tivesse sido tirado.

— O que seria isso?

— Vamos celebrar.

Eu levantei uma sobrancelha. — E como você quer comemorar?

— Assim — ele disse, me puxando para cima dele na espreguiçadeira, descansando os joelhos em ambos os lados de seus quadris. Mexi, apreciando a sensação dele entre as minhas pernas, então me inclinei para lhe dar um beijo longo e lento.

— Eu gosto de festas — eu sussurrei. — Eu gosto muito delas.

 

• • •

 

Deixamos papai e Mary em Coeur d'Alene cedo na manhã seguinte, na caminhonete de Gage puxando um reboque atrás de nós. Se houvesse um milagre e a casa ainda estivesse de pé, talvez a gente seria capaz de salvar alguma coisa.

Estávamos dez milhas fora de Hallies Falls quando recebi uma mensagem de texto de Darren, mostrando uma foto de sua casa. Só restava a garagem.

— Foda-se — eu disse, segurando-o para que Gage visse. Sua boca apertou. — Eu queria pedir-lhe para ir olhar para o meu lugar, mas estava com medo.

— Nós estaremos lá em breve — disse Gage. — Deixe que ele se concentre em sua família.

Eu balancei a cabeça, olhando para fora da janela para a paisagem. Pobre Carrie, ela deve estar arrasada. Todos eles saíram vivos, eu me lembrei. Isso é o que realmente importa. O caminho para Hallies Falls foi como algo fora do comum, a paisagem queimada como um filme de guerra, embora algumas das maiores árvores ainda estavam em pé. Tínhamos passado três fazendas queimadas, e em um ponto eu vi um grupo de vacas olhando para nós sem expressão. Em seguida, ao topo da colina que leva até a cidade, e minha boca caiu.

Você podia ver uma linha onde os aviões tinham deixado cair o retardador de fogo vermelho. Deve ter sido onde os bombeiros tomaram posição, eu percebi. Eles tinham guardado o que podiam e deixaram o resto para queimar. Metade da cidade estava enegrecida, edifícios não mais do que esqueletos, enquanto a outra metade parecia quase intocada. Bem, intocada, exceto por cinzas e o material vermelho. Meu lugar deve ser à direita na linha entre elas. Esforçando-me, tentei pegar um vislumbre dele, mas não conseguiu.

— Droga — disse Gage. — Parece áspero lá em baixo.

Eu não respondi, cerrando os punhos, enquanto nós descemos a colina, diminuindo à medida que atingimos os arredores. Deste lado não houve praticamente nenhum dano em tudo, além da sujeira e cinza cobrindo tudo. As pessoas que eu conhecia toda a minha vida estava fora de suas casas, alguns atordoados ou chorando enquanto outros trabalharam com o propósito sombrio. Passamos a autoescola ainda intacta e, em seguida, cruzamos passando, onde os correios costumavam ficar. Agora, o edifício que tinha sido alto para quase cem anos era uma concha enegrecida.

— A reconstrução vai ser difícil — disse Gage. Eu olhei para a frente, dividida entre o desespero de ver a minha casa e terror absoluto que eu iria encontrar outra ruína enegrecida. Quando Gage virou no final da rua que eu tinha crescido em diante, passamos por uma casa queimada e depois outra. Depois disso, porém, as casas ainda estavam de pé, e então eu vi.

Minha casa.

O edifício era uma bagunça.

A maior parte foi revestida no retardador de fogo laranja-avermelhado, e o resto foi coberto de cinzas. Eu nunca tinha visto nada mais bonito na minha vida.

— Eles salvaram-na — eu respirei, sufocando-me. Gage estendeu a mão para apertar a minha mão.

— Parece com isso.

— Oh merda, — eu disse, rindo nervosamente. — Olhe para a sua moto...

Nós dois olhamos para a Harley outrora orgulhosa, agora completamente coberta de gosma avermelhada e sujeira.

— É vermelha — disse ele com uma risada assustada. — Hã. Eu não tinha certeza sobre o que esperar, mas eu tinha imaginado que estivesse queimada ou normal. Pergunto-me se essa merda sai.

— Tem seguro, certo?

— Sim — disse ele, balançando a cabeça lentamente. — Seu carro em forma áspera, também.

Olhei passando a moto para ver o meu Mustang. Com certeza, ele foi revestido no mesmo material.

— Temos sorte — eu disse, pensando no lugar de Darren e Carrie. Gage puxou para uma parada, e eu pulei para fora, caminhando lentamente pelo gramado com crosta. A porta da frente estava aberta, o que parecia estranho. Eu tinha quase certeza que eu tranquei quando saímos. Então eu entrei na sala, olhando ao redor.

— Não parece que nada foi danificado.

— Verifique isso — disse Gage. Segui seu olhar para ver impressões de inicialização à direita através da sala de jantar para a cozinha. Depois deles, eu achei seis caixas vazias de caramelos no balcão, juntamente com uma nota escrita em uma toalha de papel.

“A porta da cozinha estava aberta, e era necessário um lugar para descansarmos por um tempo. Nós também comemos seus caramelos e dormimos em suas camas. Temos vindo a lutar contra o fogo por quase 24 horas, incluindo quatro horas de imersão na parte de trás do seu edifício e os outros no bairro de salvá-los. Espero que você não se importe.”

Foi assinado Frank e Steve Browning.

— Uau — eu disse, entregando-o a Gage, que levantou as sobrancelhas.

— Você sabe quem eles são?

— Nenhum indício — eu disse. — Embora eu vou tentar descobrir. Eu acho que devemos a eles mais caramelos.

Gage riu.

— Sim, eu diria que sim.

Suspirei. — Temos muita sorte aqui.

Ele olhou para mim, balançando a cabeça. — Nós temos.

— Vai ser um monte de trabalho limpar tudo isso — eu continuei.

— Você ainda está em cima do muro sobre se hospedar em Hallies Falls? — Ele perguntou, sua voz grave. Eu balancei minha cabeça.

— Não, eu quero estar aqui — eu disse, e era verdade. — Eu não percebi o quanto eu amava isso até que eu quase perdi. Eu sei que é uma pequena cidade, estranha onde todos fofocam... mas também é o tipo de lugar onde dois homens vão lutar dia e noite para salvar a casa de um estranho.

Gage balançou a cabeça lentamente, o rosto pensativo.

— Você vai precisar de alguma ajuda para consertar as coisas de volta — disse ele.

— Você está oferecendo? — Perguntei de brincadeira, embora eu não podia olhar para ele quando eu disse isso. E se ele dissesse que não?

— Talvez — respondeu ele, com o rosto sério. — Não naquele apartamento, apesar de tudo. Eu gostaria de um lugar mais confortável. Você sabe, com espaço para esticar para fora. Talvez uma casa.

— Você pode ficar aqui comigo.

— E seu pai?

Dei de ombros, porque no final do dia, éramos um pacote. — Acho que isso depende do que eles têm a dizer sobre a sua medicação.

— E se Mary está pronto para desistir dele — disse Gage, erguendo uma sobrancelha. — Você sabe, antes de todos os incêndios, nós estávamos olhando para talvez fechar os Nighthawks e começar um capítulo Reapers na cidade. Eu estaria comandando o show. Poderia usar uma old lady para me ajudar.

Andando até ele, eu passei meus braços em torno de sua cintura.

— Old? — Perguntei. — Eu pensei que você gostava de mulheres mais jovens.

— Eu gosto de você — disse ele, cavando seus dedos no meu cabelo para um beijo. Eu só estava afundando-me quando um pensamento repentino, aleatório encheu minha cabeça e eu me afastei.

— O carro! — Eu disse, os olhos arregalados. Gage levantou uma sobrancelha.

— O que tem isso?

— Carrie e o lugar de Darren incendiaram — eu disse a ele, sem fôlego. — Mas quando eu peguei as garotas, eu enchi um saco cheio de seu material. Você sabe, joias e fotos e seu laptop. Então eu empurrei tudo no porta-malas do carro. Eu preciso verificar e ver se ele ainda está lá, talvez eles não perderam tudo depois de tudo!

Afastando-me dele, eu corri para fora da porta como um tiro, dirigi-me para o meu Mustang. Então eu derrapei até parar, porque eu não tinha ideia de merda onde eu tinha deixado as chaves. Pensando freneticamente, eu tentei lembrar os últimos momentos, em pânico quando estava correndo para o caminhão.

Se eu tivesse deixado na ignição?

Puxando minha manga para cima e sobre a minha mão, eu limpei o retardador de cinzas e fogo que cobria a janela e olhei para dentro. Com certeza, lá estavam elas. Segundos depois, tive aberto o porta-malas, olhando para baixo triunfalmente para ver o saco de tesouros de Carrie. Sacando o meu telefone, eu liguei para ela.

— Tinker? — Ela disse, soando derrotada e esgotada. — Como está o seu lugar?

— Eu acho que está tudo bem — eu disse a ela, sentindo-me estranhamente culpada por minha boa sorte. — Darren me enviou as fotos de sua casa, no entanto.

— Aqui tudo se foi — disse ela. — Havia algumas caixas na garagem, mas nada que realmente importava. Eu sei que é bobagem estar tão chateada por ter perdido as nossas coisas, é material, mas apenas me sinto doente agora.

— Quando eu levei suas meninas pela casa para pegar algumas roupas, eu andava com uma sacola de supermercado — eu disse a ela. — Eu esqueci tudo sobre isso até agora, mas eu agarrei seu laptop e suas joias, e um monte de fotos. Não é muito, mas você não perdeu tudo. Ele ainda está aqui, esperando por você.

Carrie caiu em prantos.

— Carrie, você está bem? — Perguntei ansiosamente. Ela fungou algumas vezes, em seguida, conseguiu falar novamente.

— Estou muito feliz — disse ela. — Não deveria importar tanto, mas importa. O anel da minha avó... Eu nem sei o que dizer.

— Não se preocupe com isso — eu respondi, segurando minhas próprias lágrimas. — Nós vamos passar por isso. Todos nós. Juntos.

— Sim, vamos — disse ela. — Eu não acredito que você fez isso. Como posso lhe agradecer?

— Prometa que você e Margarita nunca vão me levar para fora outra vez e vamos estar bem.

Carrie riu.

— Eu não tenho certeza se posso manter essa promessa. Mas eu tentarei.

— Não, não vai.

Ela riu novamente.

— Não, você está certa. Eu não vou tentar. Mas eu te amo.

— Amo você também.

 

 

GAGE

 

Uma hora mais tarde, eu estava na varanda, observando quando Tinker e Carrie escavavam através do porta malas do Mustang juntas, rindo como se tivesse sido um ano desde que elas tinham visto uma a outra. Acho que fazia sentido, a semana passada havia sentido como se fosse um ano. Meu telefone tocou, e eu puxei-o para fora do meu bolso, não reconhecendo o número. Eu respondi de qualquer maneira, pensando que poderia ser um dos irmãos em um incêndio.

— Ei, Gage — disse Tália. — Tenho que dizer, eu gostei do nome Cooper. Sente minha falta?

— Não — eu disse brevemente.

— Veja você está de volta na cidade — continuou ela, e eu olhei ao redor, querendo saber se a cadela estava espionando-nos agora. — Que vergonha sobre a construção de sua namorada. Eu estava esperando que ela queimasse com o resto deles, mas nem sempre conseguimos o que queremos, não é?

— O que isso deveria significar?

Ela riu. — Que da próxima vez eu vou ter que planejar melhor. Você não pode me culpar, embora. Eu nunca incendiei uma cidade antes. Há uma curva de aprendizado.

Eu acalmei. — O que você acabou de dizer?

— Que eu comecei o fogo — ela respondeu, sua voz cada vez mais grave. — Você sabe, quando eu explodi o clube, você deve apenas ser grato que eu precisava sair de lá para configurá-lo. Caso contrário, você teria explodido, também, mas eu não conseguia descobrir como retirá-la. Queimando a cidade foi um bônus agradável, embora. Marsh diz oi, pelo caminho. Ele queria que eu passasse uma pequena mensagem.

— E o que é isso? — Perguntei, olhos procurando a rua, mesmo quando cheguei para a minha arma. Ela estava lá fora?

— Ele disse para dizer-lhe que, se não podemos ter Hallies Falls, você também não pode — ela me disse. — Ah, e Gage?

— Sim?

— Foda-se.

O telefone ficou mudo, e eu abaixei minha mão, lentamente, deslizando-a em meu bolso. Idiota psicopata. Tinker se virou para mim, sorrindo tanto que doía, e aí eu fiz uma promessa. Eu ia protegê-la. Para sempre. Não importa o que aconteça ou quem eu tenha que matar.

Eu cuidaria dela.

Eu cuidaria desta cidade, também. Cord e eu precisávamos ficar juntos, começar a fazer planos para a reconstrução, porque eu estaria ferrado se eu deixá-los ganhar.


Epílogo

Nove meses depois

Hallies Falls

GAGE


— Alguém tem um par extra de luvas? — Perguntou Cord, segurando uma luva de trabalho de couro rasgado em desgosto. Tínhamos limpado os detritos do antigo clube toda a manhã, e embora não tivéssemos conseguido salvar muito, nós estávamos fazendo um bom progresso em geral. Isso foi importante, porque quase cinquenta Reapers estaria vindo para a cidade na próxima semana para nos ajudar a reconstruir um novo edifício. Nosso objetivo foi levantar o clube em quatro dias. Totalmente factível, desde que fizemos o trabalho de preparação com antecedência.

— Eu tenho algumas — eu disse a ele, mentalmente adicionando mais luvas de trabalho à lista de fornecimento. O edifício não tinha sido coberto pelo seguro, mas tinha conseguido um monte de apoio dos outros capítulos. Entre a sua captação de recursos e nosso suor, as coisas pareciam bem. Caminhando para o meu caminhão, eu abri a caixa de ferramentas na parte de trás, cavando através enquanto procurava as luvas. Como tudo em Hallies cai nos dias de hoje, o caminhão estava imundo. Não importa o quanto nós fizemos, a fuligem e cinzas agarraram-se a tudo.

Havia sinais de vida, porém, também.

Grama nova cutucou com a paisagem estéril, e no outro dia eu tinha visto um cervo e seu filhote escolher cuidadosamente o seu caminho até uma colina. O som da construção encheu o ar, e enquanto nós tínhamos perdido um pedaço enorme da população, as pessoas estavam começando a voltar e reconstruir.

Meu telefone tocou, e eu tirei a luva, colocando-a debaixo do braço enquanto respondia.

Tinker.

— Hey baby. Estamos fazendo um bom trabalho aqui...

— Está na hora.

Eu congelo. — O que? Mas eu pensei que nós tínhamos mais algumas semanas?

— Aparentemente não — ela disse, com a voz cheia de emoção. — Encontre-me no hospital, ok? E chuveiro em primeiro lugar. Carrie vai dirigir e nós estamos saindo agora.

— Ok — eu disse, sentindo-me quase tonto. Porra. Era muito cedo. Eu ainda tinha muito o que fazer, não tinha sequer terminado de pintar o quarto de volta, e... porcaria. Isso estava acontecendo. Ele estava realmente acontecendo. Eu tive que puxar minhas coisas, e rápido. — Tudo certo. Estou indo para a casa agora. O seu pai está com você, ou eu deveria lhe dar uma carona?

— Ele está comigo — ela disse, parecendo mais feliz do que eu já tinha ouvido. — Eu não posso dizer quem é mais animado, eu ou ele.

— Dirija com cuidado — eu disse a ela, mas ela já havia desligado. Então eu me virei para olhar para Cord, que tinha vindo para ficar ao meu lado, uma expressão perplexa no rosto.

— Tudo bem? — Ele perguntou. Eu balancei a cabeça lentamente, tentando pensar.

— Sim. O bebê está vindo.

— Agora? Mas você não tem um casamento?

— Aparentemente, ninguém explicou isso a criança, — eu disse a ele. — Teimosa já. Eu estou tão fodido.

Cord sorriu para mim, em seguida, bateu no meu ombro.

— Sim, você realmente está.


• • •


Uma hora e meia mais tarde eu paro no estacionamento do Hospital Mid-Valley. Eu tinha tomado o banho mais rápido já registrado, mas mesmo empurrando as bordas superiores do limite de velocidade, ele ainda demorou um pouco para chegar em Omak. A coisa toda ainda parecia surreal, mas também emocionante. Tinker tinha estado enviando-me atualizações a cada cinco minutos, e eu podia sentir a sua mistura de emoção e nervos.

Ela estava esperando por este dia toda a sua vida, mas ela estava com medo, também. Não importa quantas vezes lhe disseram que o bebê estava perfeitamente saudável, ela se manteve lembrando de Tricia.

Todos os ultrassons estavam ótimos, embora, o que foi uma coisa boa. Eu não tinha certeza que ela poderia sobreviver se perdesse outro filho.

Tom Garrett me encontrou no saguão, abrindo o caminho para a ala de maternidade, com um largo sorriso o tempo todo. Ele estava mil vezes melhor desde que ele tinha parado os remédios. Ele ainda teve seus momentos, é claro, mas não temos que se preocupar sobre ele estar mais sozinho. Não que isso foi um grande problema nos dias de hoje, ele e Mary passavam quase todo minuto juntos. Quando disse a eles sobre o bebê, Mary tinha anunciado que ele estaria movendo-se com ela para nos dar espaço, e que foi o fim de tudo.

— Como ela está? — Perguntei, enxugando as mãos em minhas calças. Suor nervoso. Porra. O bebê não tinha nascido ainda, mas essa coisa toda de pai tinha me assustado.

— Ótima — disse Tom. — Tinker está lá dentro. O trabalho está indo rápido, especialmente para um primeiro bebê. E eu tenho uma boa notícia, ela disse que você poderia estar na sala de parto, se quiser. Então, enquanto você ficar por sua cabeça. Acho que ela não quer que você veja mais do que você precisa.

Engoli em seco, não sei como eu me sentia sobre isso. Tom riu, vendo através de mim.

— Faça, filho — disse ele. — Eu estava lá quando Tinker nasceu. Naqueles dias, eles não gostavam de ter o pai no quarto, mas Tricia era teimosa como o inferno. Após uma hora de discussão, eles foram sensatos e perceberam que deveriam ir em frente e dar-lhe o que queria.

Nós entramos na sala de parto, que tinha uma segurança impressionante. Eu gostei que, significava que ninguém seria capaz de andar fora com a nossa menina. Então abriram as portas e Tom abriu o caminho para a suíte de parto, e ouvi uma mulher gritar.

— Fique forte, filho, — disse Tom, rindo. — Não é você quem tem que fazer o trabalho pesado hoje.

Ele bateu na porta, e Janelle Baxter abriu, seu rosto apertado com tensão.

— Ei, Gage — disse ela. — Sadie disse que podia entrar, mas ela gostaria que você fique acima por sua cabeça. Há uma folha, e se acontecer de você ver muito, apenas não diga nada sobre isso, ok? Este é um dia difícil para ela.

— Ela é uma jovem corajosa — eu disse, encontrando seu olhar. — Como é que ela está segurando?

— Bem — Janelle respondeu. — Vai ser duro para ela, acho que todos nós sabemos disso. Mas também é a decisão certa. Ela não está a ter dúvidas.

Engoli em seco, balançando a cabeça. Tinker e eu tínhamos discutido a possibilidade, é claro, mas nem de longe gostava de pensar nisso.

Dentro da sala, Sadie estava em uma cama que tinha sido inclinada para cima, com uma barra que paira sobre ele para ela segurar. A parteira estava sentada no tamborete entre suas pernas largas, e Tinker estava ao lado dela, segurando sua mão. A parteira olhou para cima.

— Apenas a tempo — disse ela. — Este bebê animado para nascer os primeiros nascimentos geralmente não são tão rápido.

Sadie estava ofegante, com o rosto totalmente focado.

— Não há outro caminho — ela engasgou.

— Vá em frente e me dê um grande impulso — disse a parteira. — Sua cabeça está apenas começando a coroar. Estamos chegando mais perto, Sadie menina. Você está fazendo um grande trabalho.

— Mãe, vamos segurar o meu outro lado — disse Sadie, e se ela me viu, ela não deu nenhum sinal.

Eu tinha sido um membro da Reapers MC por um longo tempo, e ao longo dos anos, eu tinha visto um monte de merda. Bravos homens, homens fortes. Homens que deram tudo para o clube. Posso dizer-lhe com toda a honestidade, porém, que eu nunca conheci um homem mais forte do que Sadie Baxter foi naquele dia. Quer dizer, eu sabia que o parto foi difícil. Mas conhecendo-a e vê-la por si mesma, bem, isso é uma coisa completamente diferente. Perdi a noção do tempo quando Sadie empurrou, empurrando nosso bebê para o mundo, polegada por polegada. O suor escorria pelo rosto, mas ela apertou a mão de sua mãe e Tinker e ela empurraram.

Não foi rápido e não foi fácil, mas meia hora depois, a nossa menina, finalmente, saiu nas mãos da parteira.

Ela veio ao mundo puta, que parecia justo, dada a forma como ela foi concebida. Nós nunca saberemos quem é o pai dela, e eu não poderia ter me importado menos. Quando a parteira levantou, um irritado, pequeno milagre malcheiroso vermelho brilhante e ela gritou para todos nós, eu sabia que ela ia ser uma sobrevivente, assim como Sadie.

— Você quer segurá-la? — A parteira perguntou a Sadie. Ela assentiu com a cabeça, e vi Tinker vacilar. Sim, nós tínhamos assinado todos os papéis. Sadie não tinha vacilado na sua determinação para desistir de seu bebê através de toda a gravidez, mas nós tínhamos ido para esta situação sabendo que poderia acontecer.

— Sim — Sadie sussurrou, olhando para Tinker. — Só uma vez. Eu quero segurá-la uma vez. Então eu vou dar-lhe a sua mãe, ok?

A parteira assentiu, com o rosto cheio de compaixão quando ela puxou o vestido de Sadie aberto, colocando a criança em seu peito. Os braços de Sadie circularam ela, e ela se inclinou para baixo, acariciou a cabeça pequena, úmida e coberto de um tufo de cabelo preto. Tinker recuou, e eu vim para ficar atrás dela, passando os braços ao redor da cintura.

— Gostaria que limpasse o quarto? — Perguntou a parteira, e todos nós prendemos a respiração.

Em seguida, Sadie balançou a cabeça.

— Não — ela disse, olhando para Tinker. — Você sabe que eu sempre vou amá-la. Mas ela é o seu bebé, não meu. Eu não estou preparada... Não. Basta levá-la agora. Antes de eu mudar de ideia.

Tinker avançou, hesitante levantando a criança em seus braços. Inclinando-me, eu recolhi o minúsculo nariz e, olhos irritados pequenos. O que era uma pequena bola de fogo. Abaixei-me, toquei seu rosto macio. Ela bateu em mim um pouco de lado, mas quando o meu dedo tocava com os lábios a abri-los, sugando-o em disco.

— Ela é forte — Tinker sussurrou.

— Sim, ela é.

— Eu gostaria que vocês saíssem agora — disse Sadie, e eu olhei para encontrá-la deitada de costas na cama, a cabeça virada para longe de nós. — Eu não acho que posso assistir.

— É claro — disse uma enfermeira, e ela levou Tinker para fora da sala. Segui-a, tocando o ombro de Janelle enquanto eu passava. Ela pegou minha mão, dando-lhe um aperto.

— Eu vou cuidar bem dela — disse ela. — E você cuida bem da minha neta.

— Isso é uma promessa — eu disse. Então eu atravessei o corredor para o outro quarto, perguntando-se como diabos um homem tão mau como eu poderia ter chegado a ter tanta sorte.

Tinker olhou para cima quando eu entrei, um sorriso enfeitando seu rosto.

— Eu acho que devemos chamá-la de Joy, — disse ela. — Porque é assim que me sinto agora.

Joy.

Eu gostei do som disso.

Gostava do som... muito.

 

Vinte e dois anos DEPOIS

TINKER


— Você está pronta para isso? — Perguntou Gage, olhando-me de cima quando entrei na sala de estar. — Você está linda.

Eu rodei, mostrando o vestido azul escuro que eu tinha escolhido. Felizmente, a nossa menina tinha deixado-me escolher o meu próprio vestido, isso me lisonjeava, mas não foi uma surpresa. Tudo o que ela queria era um casamento simples rodeado pelas pessoas que amava. Nós tínhamos decorado o gazebo no pátio que meu pai tinha construído, e enquanto eu tinha perdido ele há quase dez anos, sempre que eu via, eu sentia sua presença.

Quando Joy nos disse que ela queria se casar sob ele, eu juro, eu ouvi-o rindo todo o caminho do céu.

Lá fora, os convidados já estavam sentados em fileiras de cadeiras dobráveis, e nós tínhamos contratado um quarteto de cordas para tocar durante a cerimônia. Eu tinha considerado a organizá-lo eu mesma, mas Carrie me convenceu a contratá-lo em seu lugar. Ela me disse que eu deveria estar me preocupando com alegria nesse dia, e não comida, e como de costume ela estava certa.

Agora Joy estava no andar de cima, colocando os toques finais em sua composição. Gage iria levá-la para fora pela porta da frente da casa, do outro lado do gramado e, em seguida, até o mirante através do corredor estreito que tínhamos criado com as cadeiras. Lá, ele estaria dando-a para Enrique Saldivar, possivelmente o rapaz mais corajoso que já tinha vivido, porque mesmo quando Gage e seus irmãos Reapers rosnaram para ele, ele ainda continuou chegando ao redor.

Eles estavam tão apaixonados.

Carrie entrou na cozinha, olhando-me.

— Você está bem — disse ela. — Mas não deixe Gage beijá-la. Isso vai arruinar a sua maquiagem. Sadie está aqui, junto com Janelle. Elas estão na cozinha. Ela perguntou se ela podia ver a Joy antes que ela saia.

Gage levantou uma sobrancelha cheia de cicatrizes, uma lembrança de um ataque brutal que ele tinha sobrevivido dezessete anos atrás, mas ele não fez nenhum comentário. Tinha sido uma adoção aberta. Tensa, às vezes, mas nós tínhamos feito o nosso melhor para dar a Joy uma boa vida, e parte do que havia sido perceber que Sadie tinha um papel a desempenhar, mesmo que ela não pudesse ser sua mãe.

— Eu vou verificar com ela, — eu disse, indo até as escadas.

Joy estava em nosso quarto, cercada por suas damas de honra enquanto girava, mostrando seu vestido no espelho de pé eu continuei no canto.

— Oi, mãe — disse ela alegremente quando eu entrei. — Eu não posso acreditar! É tempo ainda?

— Quase — eu disse, sorrindo. — Mas eu preciso falar com você primeiro. Meninas, vocês podem nos dar um minuto?

O bando dispersou, vertiginosa com excitação. Joy se virou para mim.

— Se você quiser falar sobre sexo, Enrique e eu temos dormido juntos por três anos — disse ela secamente. Revirei os olhos.

— Não. Eu queria que você soubesse que Sadie Baxter está lá embaixo. Junto com sua mãe, Janelle. Elas estavam esperando vê-la antes do casamento. Eu disse que ia perguntar.

Joy ficou pensativa, e ela inclinou a cabeça para mim. — Você sabe que você é minha mãe, certo?

— Claro — eu disse, sorrindo. — Eu também sei que ela deu à luz a você, e ela ainda a ama. Mas é dia do seu casamento e você deve começar a fazer suas próprias escolhas. Apenas me diga o que você quer e eu vou fazer isso acontecer.

Joy balançou a cabeça lentamente.

— Eu acho que estaria bem — disse ela. — Mas eu gostaria que você ficasse no cômodo. Esta tudo certo?

— Claro, querida. O que você precisar.

Com isso, eu saio para encontrar Carrie esperando por mim na parte inferior da escada.

— Envie-as para cima, — eu disse a ela. Minutos depois, Sadie e Janelle subiram as escadas, me encontraram no corredor. Sadie parecia bem, ela realmente fez algo de si mesma ao longo dos anos. Ela tinha levado um tempo, mas uma vez que ela ficou longe de Hallies Falls as coisas começaram a se encaixar. Nós tínhamos a ajudado através da faculdade e agora ela tinha um bom emprego como contadora em Wenatchee.

— Obrigado por isso, Tinker — disse ela. — Eu não quero me intrometer em seu dia especial, mas eu realmente queria vê-la.

Eu balancei a cabeça, em seguida, bati na porta.

— Entre! — Joy disse, e eu empurrei-a aberto. Sadie entrou e parou, olhando para a visão de que era minha filha.

— Você está linda — ela sussurrou, com a voz trêmula.

— Obrigada — Joy disse, sorrindo. — Está quase na hora. Havia algo em especial que você queria me falar ou você apenas quer dizer Olá?

Sadie riu. — Eu estava esperando que você deixasse eu dar-lhe um presente. Algo velho, a menos que você já tem isso coberto.

— Há sempre espaço para mais boa sorte, — Joy respondeu, e Sadie estendeu uma caixa de joias. Joy abriu, tirando um pequeno pino com uma pedra muito polida sobre ele. Não foi nada de especial, e do olhar em seu rosto que eu poderia dizer que ela estava confusa. Eu também.

— Descobri fora do hospital — disse Sadie, piscando rapidamente. — O dia depois que você nasceu. Foi no estacionamento. Eu não acho que vale a pena qualquer coisa, mas eu gostei. Durante muito tempo, eu mantive-o no bolso. Classifiquei como minha maneira de lembrar de você. Eu esfregava-o quando eu estava me sentindo cansada ou triste, e pensar em todas as coisas incríveis que você seria capaz de fazer quando crescesse. Alguns anos atrás eu fiz um curso de fazer joias e transformei-o em um pino. Sei que não vai com o seu vestido, é apenas pequeno. Eu estava esperando que talvez você fixasse sob sua saia em algum lugar, apenas para um pequeno pedaço de mim poder estar com você quando você andar pelo corredor. Você não é a minha filha, mas eu nunca deixei de amar você e eu nunca vou.

Lágrimas brotaram nos olhos dela, e Joy me lançou um olhar. Eu balancei a cabeça, deixando-a saber que não iria me incomodar.

— Gostaria de me ajudar a fixá-lo, Sadie? — Joy perguntou, e Sadie assentiu. Joy levantou a saia, e Sadie se ajoelhou ao lado dela, prendendo-o na anágua por baixo.

Então, alguém bateu na porta.

— Está na hora — disse Carrie. — Eles estão todos esperando por você.

Joy me deu um olhar de repente, entrou em pânico e eu ri.

— Você dorme com ele por três anos — eu lembrei ela, minha voz ecoando a dela mais cedo. — Eu acho que você vai ficar bem. Agora vamos lá embaixo antes que seu pai fique entediado e decida ir para um passeio ou algo assim.


• • •


O olhar no rosto de Gage quando Joy desceu as escadas iria ficar comigo para o resto da minha vida.

Ele tinha visto o vestido antes, é claro, ele tinha pago por ele, afinal de contas, mas ainda assim... era diferente desta vez.

— Você está linda menina — disse ele, estendendo o braço para ela. — Tem certeza de que quer se casar com aquela criança? Eu não acho que ele é bom o suficiente para você.

— Ele é o único homem que eu já conheci que vai colocar-se com você — disse ela bruscamente. — É melhor tomar o que você pode obter ou você vai estar preso para sempre comigo.

Do gramado, ouvi o início da música, e as damas de honra começaram fazendo fila.

— O tempo para obter nossos burros fora — Carrie me disse. Normalmente, a mãe da noiva seria escoltada por um membro Usher ou familiar, mas Carrie tinha insistido em andar sozinha, e quem era eu para discutir? Juntos, de mãos dadas, oferecendo um ao outro um aperto, e então eu dei ao meu marido e filha uma última olhada.

Minha família perfeita. Hoje tudo mudou, mas eu poderia lidar com isso. Enrique era um bom menino, e ela o amava.

Joy piscou para mim, em seguida, olhou para a porta.

— É hora, mãe. Todos estão esperando. Você lidera o caminho.

 

 

                                                   Joanna Wylde         

 

 

 

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