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Poesia & Contos Infantis

 

 

 


PRESOS NO ELEVADOR / Nic Chaud
PRESOS NO ELEVADOR / Nic Chaud

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Atrasada para um encontro as cegas, comecei a apertar insistentemente o botão do elevador, como se isso pudesse fazê-lo descer mais rápido. Só que não. O elevador estava parando de andar em andar. O encontro tinha sido arrumado por uma amiga, que não acredita quando eu digo que posso muito bem ser feliz sozinha. “Você precisa de sexo”, essa minha amiga vive repetindo e repetindo tanto que eu acabei concordando em sair só para ela deixar de me atormentar.

Tentando me persuadir a ir, ela disse que tinha escolhido um homem “fodástico ” para se encontrar comigo, o mais bem dotado que conhecia. Brincando eu perguntei se ela já o tinha experimentado, para poder dar referências tão precisas quanto ao “dote” dele. Para minha surpresa ela respondeu que sim, mas que não era para eu me preocupar, porque não ia sentir ciúmes de que eu saísse com ele. Muito doida essa minha amiga.

Confesso que saber que o cara era bem dotado me balançou, talvez por estar no meu período fértil e com muita vontade de transar. Nesses dias do mês eu não me reconheço, fico olhando para o tórax dos homens que me atraem e estremeço só de pensar em algum braço me puxando para um peito cheio de músculos. Só que esses meus desejos sempre foram apenas fantasias sexuais.

Mas das fantasias da minha imaginação para a realidade desse encontro, sem nunca ter visto o bem dotado, era um passo enorme, que me deixava com o coração acelerado e com vontade de retroceder para o conforto do meu vibrador. Não que eu seja avessa a sexo a dois, longe disso, é que tomei a decisão de focar apenas em minha carreira profissional, sem ter ninguém para me incomodar ou para me fazer cobranças.

Vou ter que culpar o meu período hormonal por eu ter chegado à conclusão de que um encontro só pra transar, sem compromisso algum, podia ser algo bem interessante. Só sei que acabei aceitando o encontro com o bem dotado, num restaurante discreto e aconchegante, para dar tempo de nos conhecermos um pouco melhor antes de chegarmos às “vias de fato ”. E, com a demora do elevador, os meus planos de causar uma boa impressão estavam indo por água abaixo. Não seria de bom tom deixar o bem dotado me esperando. Quanto melhor fosse sua primeira impressão sobre mim melhor se dariam as coisas. Acho.

Apesar de ansiosa, eu sabia estar bonita no meu vestido vermelho de saia rodada, que revelava com generosidade minhas pernas torneadas. A produção em baixo do vestido também estava caprichada, com depilação à brasileira. Apenas uma seta triangular de pelos pubianos, apontando para o orifício de minha preferência. Um conjunto de lingerie cor preta, entremeado por rendas transparentes, mais algumas gotas de perfume em pontos estratégicos, finalizava a produção visual e olfativa para quando eu me despisse.

Aproveitei o tempo forçado de espera para dar uma conferida na minha bolsa, que além da carteira e do celular, tinha tudo o que eu poderia precisar para me retocar após sexo: uma amostra do meu perfume, lenços umedecidos, escova de cabelo e maquiagem. Com tudo certo, alegrei-me ao ver que finalmente as portas do elevador se abriram. Distraída com o fecho da bolsa, entrei sem nem reparar se havia alguém ali dentro. E, mal as portas se fecharam, as luzes se apagaram e ouvi o som horrível de um cabo se rompendo. O elevador começou a descer rapidamente. Antes que eu tentasse fazer qualquer coisa, braços fortes me envolveram, impedindo-me de cair com o tranco do freio de segurança sendo acionado. Tremendo como nunca tremi na vida, agradeci ao desconhecido, que percebi ser um homem.

– Shhhh ... – ele sussurrou em meu ouvido. – Eu estou aqui.

O escuro total escondia meu embaraço de continuar abraçada com ele. Minha desculpa é que eu estava realmente assustada, com medo do elevador despencar. Percebendo o que se passava dentro de mim, ele começou a acariciar meus cabelos para que eu me acalmasse, continuando a me segurar junto ao seu peito. Como tudo permaneceu quieto, meus tremores foram diminuindo, diminuindo, até que cessaram por completo. Fiquei sem saber se devia me afastar, já que o perigo maior havia passado, mas a sensação de aconchego estava tão maravilhosa que não me atrevi a me mexer. Além disso, o perfume dele era divino, me fazendo querer ficar ali pertinho, sentindo a força dos seus braços, que tinham bíceps enormes.

Enquanto eu tentava adquirir algum controle sobre minhas reações corporais, o interfone do elevador tocou. Pelo tato localizei o fone e atendi.

– Aqui é da portaria. Alguém se machucou? – o porteiro foi logo perguntando.

– Estamos bem, – respondi – mas acho que estourou um dos cabos.

– O técnico já foi avisado. Está atendendo outra emergência e vai demorar mais ou menos uma hora para chegar. Ele me aconselhou a não tentar abrir a porta enquanto ele não verificar se é seguro.

– Está bem, vamos aguardá-lo.

Depois que desliguei, lembrei-me de que não conseguiria chegar a tempo ao encontro marcado com o bem dotado. Eu precisava avisar a minha amiga para ela cancelar o encontro. Localizei o celular dentro da bolsa e digitei uma rápida mensagem. Minha amiga ficou desconfiada, achou que eu estava mentindo e disse que eu não iria escapar do próximo encontro que ela marcaria para mim.

Enquanto eu digitava outra mensagem, tentando fazê-la acreditar que eu realmente estava presa no elevador, percebi meu acompanhante falando baixinho com alguém em seu celular, dizendo que infelizmente ele não poderia chegar no horário combinado e que mais tarde ligaria. Aproveitei sua distração para tentar dar uma espiada em seu rosto. Só pude ver que tinha traços fortes e barba. Nisso o elevador deu mais uma descida e por instinto me agarrei novamente ao desconhecido.

Desta vez o seu abraço foi mais forte, provavelmente para corresponder ao modo apertado com o qual eu me agarrava nele.

– Shhhhh , já passou. Eu estou aqui com você.

– E se o elevador cair?

– Não vai cair.

– Mas...

Não consegui terminar o que ia dizer, porque aquele homem me beijou, provavelmente para conter um surto histérico da minha parte, o que me deixou desconcertada. Ele se afastou um pouco esperando minha reação, mas como eu não reagi, voltou a me beijar, desta vez com mais intensidade, invadindo minha boca com sua língua. De tão colada que eu estava nele, não pude deixar de sentir a ereção de seu membro crescendo. O inusitado da situação despertou a fúria dos meus hormônios e me vi excitada, beijando como nunca tinha beijado em minha vida. Derrubei a bolsa, o celular, e nem me importei. O prazer de tocar em seu peito e sentir seus músculos através do tecido fino de sua camisa, era maravilhoso. Percebendo o prazer que eu sentia, ele desabotoou alguns botões e colocou minha mão em sua pele. Um arrepio percorreu meu corpo, enrijecendo meus mamilos, me fazendo gemer sobre seus lábios.

Suas mãos, que me pareceram profissionais, foram abrindo o zíper de trás do meu vestido, liberando meu ombro e seio para serem beijados por ele. Completamente fora de mim, também abri o zíper de sua calça e toquei seu membro grande, grosso e duro. Meu gesto ousado foi o incentivo para que ele passasse a me explorar por baixo da saia, deslizando suas mãos por minhas nádegas e coxas, fazendo-me voltar a tremer, mas de desejo. Minha calcinha foi ficando encharcada de tanta vontade que eu estava de ser penetrada, mas ele parecia não estar com pressa. Beijava meus lábios e acariciava meus seios, percorrendo com seus dedos o vão entre minhas pernas, como se o mundo não existisse. Depois de uns longos beijos ele me virou, me inclinou gentilmente e pediu para que eu afastasse a calcinha e dissesse sim.


Sim, sim, simmmm ... Permito que me foda com força...


Entre meus gemidos e suas estocadas executadas com maestria, uma onda de enorme prazer me atingiu. Gozei uma, duas, três vezes, até que também ele se permitiu ejacular e gozar. Ficamos ali juntos por um tempo, usufruindo das sensações em nossos corpos. Mas ouvimos vozes se aproximando. Ele reagiu como um verdadeiro mago do sexo, recolhendo rapidamente seu pênis, enquanto sussurrava em meu ouvido: “Não se preocupe que nada vai escorrer, eu usei preservativo”.

Ainda bem, porque eu nem tinha me dado conta dos riscos que estava correndo. Agora, como e quando ele tinha colocado o preservativo eu não saberia dizer. A falta de iluminação e o calor das minhas emoções tinham me deixado completamente atordoada. Ele, porém, mantinha-se no perfeito controle da situação. Teve até o cuidado de evitar que eu ficasse constrangida quando a porta do elevador fosse aberta, fechando o zíper do meu vestido, ajeitando meus cabelos, apanhando minha bolsa e celular do chão e se afastando a uma distância adequada para não levantar suspeitas.

Quando a luz foi restabelecida, meus olhos se fecharam por um momento e, quando os reabri, dei de cara com um sorriso lindo, safado e divertido no rosto dele. Ele pareceu hesitar por um momento, mas acabou me estendendo um cartão de visita.

– Amei sua companhia. Se algum dia quiser repetir nossa experiência, com um pequeno custo adicional e num local mais confortável, me procure.


O quê? Será que eu tinha escutado direito?


Ver a confusão e surpresa em meu rosto o fez sorrir ainda mais. Olhei rapidamente para o cartão que ele havia me entregue. “Enrico Gomes – Prazer sem compromisso – Serviços profissionais”.


Eu tinha transado com um garoto de programa!


Nem pude responder, porque o técnico abriu a porta avisando que podíamos sair com segurança. Enrico, se é que seja mesmo esse o seu nome, fez um aceno de cabeça para mim e se foi. Sem graça, subi correndo as escadas até o meu apartamento e tranquei rapidamente a porta atrás de mim. Que loucura que eu tinha cometido! Deliciosa é verdade, mas ainda assim loucura. Transar com um desconhecido, num elevador prestes a cair, nunca em minhas mais excitantes fantasias eu imaginaria isso.

 


No dia seguinte...

– Alô, Enrico?

– Sim, ele mesmo!

– Meu nome é Amanda. Nós nos conhecemos ontem, no elevador, está lembrado?

– Nunca vou me esquecer de você, delícia, nem da sua carinha de espanto!

– Você pode me informar o valor do seu custo adicional, porque eu gostaria muito de agendar um horário com você.

– Podemos combinar e já aviso que vou adorar isso...

 

 

                                                    Nic Chaud         

 

 

 

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